Os dados da Pnad de 2012 mostram os limites das políticas sociais do PT desde 2003, com 13,2 milhões de analfabetos e aumento da desigualdade. O crescimento econômico não melhorou a educação e a qualificação dos trabalhadores. Programas de transferência de renda deveriam ser ponto de partida, não de chegada, para superação da pobreza através de investimentos em direitos e serviços.
Agronegócio contradições que comprometem o desempenho da nossa economia
Andando para trás aecio neves para folha
1. Os dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios) 2012 divulgados pelo IBGE mostram os
limites do modelo de políticas sociais adotado no país a
partir de 2003, com a chegada do PT ao poder. O
governo federal prefere fechar os olhos à realidade a
refletir sobre os alertas que vêm sendo feitos por
especialistas de várias áreas.
ANDANDO PARA TRÁS
2. • Vale destacar alguns dos números da Pnad 2012. Nada
menos do que 13,2 milhões de brasileiros de 15 anos ou
mais são analfabetos. De 2011 para 2012, mais 300 mil
pessoas entraram nessa sombria estatística. No
Nordeste, a taxa de analfabetos na mesma faixa etária
ultrapassa 17% da população, o que demonstra a
permanência de imensas diferenças regionais.
• O crescimento da desigualdade é evidente: 1% dos
brasileiros com rendimentos mais elevados ganham 87
vezes mais do que os 10% dos brasileiros com os
rendimentos mais baixos. Em 2011, esta diferença era de
84 vezes.
3. • Também é preocupante a questão da renda e do trabalho. O
apagão de mão de obra qualificada se aprofunda pela baixa
escolaridade do trabalhador e pela sua frágil formação para
o mundo cada vez mais exigente do trabalho.
• Quando o governo do PSDB implantou os programas de
transferência de renda --que continuam sendo
fundamentais-- na década de 1990, o objetivo era que
fossem ponto de partida para conquistas sociais
importantes e definitivas para as famílias cadastradas. O PT
fez com que esses programas se transformassem em ponto
de chegada. E contenta-se hoje com a administração da
pobreza, ao invés de investir em formas efetivas para a sua
superação.
4. • O partido submeteu a lógica de ações estratégicas para o
país à conveniência do discurso político da legenda. Por
isso, insiste em tratar a pobreza pela ótica exclusiva da
privação de renda, quando o mundo caminha na direção
de percebê-la como uma privação mais ampla, também de
direitos e serviços. Essa visão, mais realista e mais justa
com milhões de famílias, esbarra nos maus resultados da
gestão federal em diversas áreas, na propaganda e no
discurso salvacionista do governo.
• Por mais que a atual administração federal tenha criado o
mantra de que acabou com a miséria no país, os brasileiros
sabem que isso não é verdade. Precisamos ter coragem de
fazer avançar as políticas sociais no país, para que elas
sejam de fato instrumento de travessia na vida de milhões
de brasileiros.