SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
OLHA O OLHO DA MENINA O primeiro livro no mundo com versão integral disponível na Internet! texto de Marisa Prado ilustrado por   ZIRALDO http://ipanema.com/livros/olha/cover.htm
Menina crescia escutando que não adiantava mentir  porque mãe sempre sabia.
Mãe dizia  que lia na testa da Menina,  e que só Mãe  sabia ler testa.                                                    
                                         Menina tentava  tapar a testa com a mão  na hora de mentir.  Mãe achava graça. Muita graça.  E continuava lendo assim mesmo.
Menina precisava entender como essa coisa misteriosa acontecia. No espelho do banheiro, mentia muito em silêncio.  E na testa, nada escrito!
Aí, Menina descobriu  que Mãe também mentia.  E que então não era testa  - era o olho, com um brilho diferente - que entregava a mentira.
Menina então tentava  fechar o olho com força,  para esconder a Mentira.  Mas nem isso resolvia,  pois Mãe sempre adivinhava.
Menina tinha era que aprender a fingir de olho aberto  que mentira era verdade.  Menina tentou, tentou...  e aprendeu.  Era essa a solução.
Mas de noite Menina ficava apertada por dentro.  Assim meio sufocada,  não podia nem piscar.  Com o olho muito aberto,  não conseguia dormir.
Faltava ar pra Menina. Igual quando a gente fica  quase sem respirar  rindo de uma cosquinha.  Só que não tinha graça.
Menina - sem querer -  tinha descoberto a Consciência,  uma coisa que toma conta da gente  mesmo quando Mãe  não está lendo testa,  nem adivinhando olho.
Menina tinha aprendido que ter que fingir doía. E que desse jeito ia ficar muito sem graça ser gente grande. Menina desistiu de crescer.
Mas não adiantava. Menina via que agora já estava quase da altura do móvel da sala da vovó. E ficava muito triste, o aperto apertando mais.
E de tanto que o aperto apertava, Menina achou que fingir só podia doer tanto porque era dor sozinha.
Menina teve uma idéia, e ainda não sabia se era idéia brilhante. Mas sabia - isso sim - que precisava testar, pra conseguir descobrir.
A idéia da Menina foi dizer para Mãe que era difícil fingir. Menina achava ruim aprender montes de coisas sem dividir com ninguém.
Menina falou pra Mãe que era muito complicado e que não era nada bom ter que crescer sozinha.
Mãe abraçou muito apertado a Menina. E no colo tão esperado Menina estava sendo mãe da Mãe.
Menina sentiu que Mãe estava chorando. E que Mãe ainda não tinha aprendido tudo.
Mãe não falava nada Mas uma e outra sabiam naquele abraço apertado que em Mãe também doía ser gente grande sozinha.
Nessa hora Menina entendeu tudinho. Descobriu que só carinho é que espanta a solidão. E que dor, se dividida, fica dor menos doída. E que aí dá até vontade de continuar a crescer pra descobrir  o resto das coisas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O monstro das cores
O monstro das coresO monstro das cores
O monstro das coresPamela Nunes
 
A estrutura da carta
A estrutura da cartaA estrutura da carta
A estrutura da cartagifamiliar
 
Resumo o segredo do rio
Resumo   o segredo do rioResumo   o segredo do rio
Resumo o segredo do rioJoão Manuel
 
Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)Maria Freitas
 
Lygia bojunga nunes a bolsa amarela
Lygia bojunga nunes   a bolsa amarelaLygia bojunga nunes   a bolsa amarela
Lygia bojunga nunes a bolsa amarelaEstado do RS
 
DM_MariaVasconcelos_2013.pdf
DM_MariaVasconcelos_2013.pdfDM_MariaVasconcelos_2013.pdf
DM_MariaVasconcelos_2013.pdfCarlos Xavier
 
Homófonas, Homógrafas e Homónimas
Homófonas, Homógrafas e HomónimasHomófonas, Homógrafas e Homónimas
Homófonas, Homógrafas e HomónimasAna PAtrícia Lima
 
O homem que amava caixas
O homem que amava caixasO homem que amava caixas
O homem que amava caixasNaysa Taboada
 
Família de palavras e área vocabular
Família de palavras e área vocabularFamília de palavras e área vocabular
Família de palavras e área vocabulargifamiliar
 
O pássaro da alma
O pássaro da almaO pássaro da alma
O pássaro da almaCarla Paias
 
análise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Sena
análise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Senaanálise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Sena
análise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de SenaAMLDRP
 
Processos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavrasProcessos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavrasarmindaalmeida
 
Brincar a ser expressão dramática
Brincar a ser expressão dramáticaBrincar a ser expressão dramática
Brincar a ser expressão dramáticaSónia Alves
 

Mais procurados (20)

O monstro das cores
O monstro das coresO monstro das cores
O monstro das cores
 
Classe de palavras
Classe de palavrasClasse de palavras
Classe de palavras
 
A estrutura da carta
A estrutura da cartaA estrutura da carta
A estrutura da carta
 
Resumo o segredo do rio
Resumo   o segredo do rioResumo   o segredo do rio
Resumo o segredo do rio
 
Pronomes pessoais (2)
Pronomes pessoais (2)Pronomes pessoais (2)
Pronomes pessoais (2)
 
Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)Análise Poema - A Última Nau (Guião)
Análise Poema - A Última Nau (Guião)
 
Lygia bojunga nunes a bolsa amarela
Lygia bojunga nunes   a bolsa amarelaLygia bojunga nunes   a bolsa amarela
Lygia bojunga nunes a bolsa amarela
 
DM_MariaVasconcelos_2013.pdf
DM_MariaVasconcelos_2013.pdfDM_MariaVasconcelos_2013.pdf
DM_MariaVasconcelos_2013.pdf
 
O CASO DO BOLINHO
O CASO DO BOLINHOO CASO DO BOLINHO
O CASO DO BOLINHO
 
Homófonas, Homógrafas e Homónimas
Homófonas, Homógrafas e HomónimasHomófonas, Homógrafas e Homónimas
Homófonas, Homógrafas e Homónimas
 
Projeto Malala
Projeto MalalaProjeto Malala
Projeto Malala
 
Adivinhas
AdivinhasAdivinhas
Adivinhas
 
O homem que amava caixas
O homem que amava caixasO homem que amava caixas
O homem que amava caixas
 
Família de palavras e área vocabular
Família de palavras e área vocabularFamília de palavras e área vocabular
Família de palavras e área vocabular
 
Formacao de palavras[1]
Formacao de palavras[1]Formacao de palavras[1]
Formacao de palavras[1]
 
Sentido da vida
Sentido da vidaSentido da vida
Sentido da vida
 
O pássaro da alma
O pássaro da almaO pássaro da alma
O pássaro da alma
 
análise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Sena
análise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Senaanálise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Sena
análise poema Não hei-de morrer sem saber - Jorge de Sena
 
Processos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavrasProcessos morfologicos formação_palavras
Processos morfologicos formação_palavras
 
Brincar a ser expressão dramática
Brincar a ser expressão dramáticaBrincar a ser expressão dramática
Brincar a ser expressão dramática
 

Destaque

Direitos Dos Professores
Direitos Dos ProfessoresDireitos Dos Professores
Direitos Dos ProfessoresMira Carvalh
 
Olha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. Ziraldo
Olha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. ZiraldoOlha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. Ziraldo
Olha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. ZiraldoIrene Aguiar
 
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNOFUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNOCursos Profissionalizantes
 
Cachorro não lambe botas livro virtual
Cachorro não lambe botas livro virtualCachorro não lambe botas livro virtual
Cachorro não lambe botas livro virtualAlci Lacerda de Jesus
 
Livro joelho juvenal
Livro joelho juvenalLivro joelho juvenal
Livro joelho juvenalmaraisabb
 
O dia em que um monstro veio à escola
O dia em que um monstro veio à escolaO dia em que um monstro veio à escola
O dia em que um monstro veio à escolaMafalda Souto
 
Olha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da MeninaOlha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da MeninaTop Cat
 
Exercícios sobre concordância verbal e nominal
Exercícios sobre concordância verbal e nominalExercícios sobre concordância verbal e nominal
Exercícios sobre concordância verbal e nominalma.no.el.ne.ves
 
Fatores Chave para a Gestão Estratégica dos Stakeholders
Fatores Chave para a Gestão Estratégica dos StakeholdersFatores Chave para a Gestão Estratégica dos Stakeholders
Fatores Chave para a Gestão Estratégica dos StakeholdersMaria Angelica Castellani
 

Destaque (20)

Direitos Dos Professores
Direitos Dos ProfessoresDireitos Dos Professores
Direitos Dos Professores
 
Olha o olho da menina atividades
Olha o olho da menina atividadesOlha o olho da menina atividades
Olha o olho da menina atividades
 
Olha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. Ziraldo
Olha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. ZiraldoOlha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. Ziraldo
Olha o olho da menina - Marisa Prado - Ilust. Ziraldo
 
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNOFUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
FUNDAMENTOS ÉTICOS DA RELAÇÃO PROFESSOR X ALUNO
 
Origens
OrigensOrigens
Origens
 
Maria-do-contra
Maria-do-contraMaria-do-contra
Maria-do-contra
 
Cachorro não lambe botas livro virtual
Cachorro não lambe botas livro virtualCachorro não lambe botas livro virtual
Cachorro não lambe botas livro virtual
 
O Domador de Monstros
O Domador de MonstrosO Domador de Monstros
O Domador de Monstros
 
Os 10 Amigos
Os 10 AmigosOs 10 Amigos
Os 10 Amigos
 
Projeto: Ziraldo
Projeto: ZiraldoProjeto: Ziraldo
Projeto: Ziraldo
 
Os dez amigos
Os dez amigosOs dez amigos
Os dez amigos
 
Livro joelho juvenal
Livro joelho juvenalLivro joelho juvenal
Livro joelho juvenal
 
O Menino Marrom
O Menino MarromO Menino Marrom
O Menino Marrom
 
O cabelo de lele
O cabelo de leleO cabelo de lele
O cabelo de lele
 
MENSAGEM
MENSAGEMMENSAGEM
MENSAGEM
 
O dia em que um monstro veio à escola
O dia em que um monstro veio à escolaO dia em que um monstro veio à escola
O dia em que um monstro veio à escola
 
Olha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da MeninaOlha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da Menina
 
Olha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da MeninaOlha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da Menina
 
Exercícios sobre concordância verbal e nominal
Exercícios sobre concordância verbal e nominalExercícios sobre concordância verbal e nominal
Exercícios sobre concordância verbal e nominal
 
Fatores Chave para a Gestão Estratégica dos Stakeholders
Fatores Chave para a Gestão Estratégica dos StakeholdersFatores Chave para a Gestão Estratégica dos Stakeholders
Fatores Chave para a Gestão Estratégica dos Stakeholders
 

Semelhante a Olha O Olho Da Menina

Livro olha o olho da menina
Livro olha o olho da meninaLivro olha o olho da menina
Livro olha o olho da meninajleiteg
 
Olha o olho da menina
Olha o olho da meninaOlha o olho da menina
Olha o olho da meninatlfleite
 
OLHA O OLHO DA MENINA
OLHA O OLHO DA MENINAOLHA O OLHO DA MENINA
OLHA O OLHO DA MENINAMarisa Seara
 
Livro olha o olho da menina
Livro olha o olho da meninaLivro olha o olho da menina
Livro olha o olho da meninabzefd
 
Livro Olha O Olho Da Menina(2)
Livro Olha O Olho Da Menina(2)Livro Olha O Olho Da Menina(2)
Livro Olha O Olho Da Menina(2)Eunice Morais
 
Livro - Olha o Olho da Menina
Livro - Olha o Olho da MeninaLivro - Olha o Olho da Menina
Livro - Olha o Olho da Meninaguest536804
 
Olha o Olho da menina
Olha o Olho da meninaOlha o Olho da menina
Olha o Olho da meninamarlidf
 
Olha o Olho da Menina
Olha o Olho da MeninaOlha o Olho da Menina
Olha o Olho da MeninaSusana Felix
 
língua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptx
língua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptxlíngua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptx
língua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptxSelmaViana4
 
AULA DE RETOMADA Habilidade H10- CONTO (1).pptx
AULA DE RETOMADA  Habilidade H10- CONTO (1).pptxAULA DE RETOMADA  Habilidade H10- CONTO (1).pptx
AULA DE RETOMADA Habilidade H10- CONTO (1).pptxPATRICIAAPARECIDADEO3
 
Quando a minha escola abrir
Quando a minha escola abrirQuando a minha escola abrir
Quando a minha escola abrirCláudia Silva
 
Quando a minha_escola_abrir
Quando a minha_escola_abrirQuando a minha_escola_abrir
Quando a minha_escola_abrirSónia Silva
 
CONTO OU NÃO CONTO?
CONTO OU NÃO CONTO?CONTO OU NÃO CONTO?
CONTO OU NÃO CONTO?Marisa Seara
 

Semelhante a Olha O Olho Da Menina (20)

Olha o olho da menina
Olha o olho da meninaOlha o olho da menina
Olha o olho da menina
 
Livro olha o olho da menina
Livro olha o olho da meninaLivro olha o olho da menina
Livro olha o olho da menina
 
Olha o olho da menina
Olha o olho da menina Olha o olho da menina
Olha o olho da menina
 
Olha o olho da menina
Olha o olho da meninaOlha o olho da menina
Olha o olho da menina
 
Olha o olho da menina
Olha o olho da meninaOlha o olho da menina
Olha o olho da menina
 
OLHA O OLHO DA MENINA
OLHA O OLHO DA MENINAOLHA O OLHO DA MENINA
OLHA O OLHO DA MENINA
 
Olha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da MeninaOlha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da Menina
 
Livro olha o olho da menina
Livro olha o olho da meninaLivro olha o olho da menina
Livro olha o olho da menina
 
Livro Olha O Olho Da Menina(2)
Livro Olha O Olho Da Menina(2)Livro Olha O Olho Da Menina(2)
Livro Olha O Olho Da Menina(2)
 
Livro - Olha o Olho da Menina
Livro - Olha o Olho da MeninaLivro - Olha o Olho da Menina
Livro - Olha o Olho da Menina
 
Olha o Olho da menina
Olha o Olho da meninaOlha o Olho da menina
Olha o Olho da menina
 
Livro Olha O Olho Da Menina
Livro Olha O Olho Da MeninaLivro Olha O Olho Da Menina
Livro Olha O Olho Da Menina
 
Olha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da MeninaOlha O Olho Da Menina
Olha O Olho Da Menina
 
Olha o Olho da Menina
Olha o Olho da MeninaOlha o Olho da Menina
Olha o Olho da Menina
 
língua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptx
língua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptxlíngua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptx
língua _ portuguesa_6 ano_ Slide_AULA N1.pptx
 
AULA DE RETOMADA Habilidade H10- CONTO (1).pptx
AULA DE RETOMADA  Habilidade H10- CONTO (1).pptxAULA DE RETOMADA  Habilidade H10- CONTO (1).pptx
AULA DE RETOMADA Habilidade H10- CONTO (1).pptx
 
Quando a minha escola abrir
Quando a minha escola abrirQuando a minha escola abrir
Quando a minha escola abrir
 
Quando a minha_escola_abrir
Quando a minha_escola_abrirQuando a minha_escola_abrir
Quando a minha_escola_abrir
 
P.I.L
P.I.LP.I.L
P.I.L
 
CONTO OU NÃO CONTO?
CONTO OU NÃO CONTO?CONTO OU NÃO CONTO?
CONTO OU NÃO CONTO?
 

Último

ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx2m Assessoria
 
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploPadrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploDanilo Pinotti
 
Assessement Boas Praticas em Kubernetes.pdf
Assessement Boas Praticas em Kubernetes.pdfAssessement Boas Praticas em Kubernetes.pdf
Assessement Boas Praticas em Kubernetes.pdfNatalia Granato
 
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsBoas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsDanilo Pinotti
 
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docxATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx2m Assessoria
 
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx2m Assessoria
 

Último (6)

ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - CUSTOS DE PRODUÇÃO - 52_2024.docx
 
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemploPadrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
Padrões de Projeto: Proxy e Command com exemplo
 
Assessement Boas Praticas em Kubernetes.pdf
Assessement Boas Praticas em Kubernetes.pdfAssessement Boas Praticas em Kubernetes.pdf
Assessement Boas Praticas em Kubernetes.pdf
 
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object CalisthenicsBoas práticas de programação com Object Calisthenics
Boas práticas de programação com Object Calisthenics
 
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docxATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
ATIVIDADE 1 - GCOM - GESTÃO DA INFORMAÇÃO - 54_2024.docx
 
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docxATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
ATIVIDADE 1 - LOGÍSTICA EMPRESARIAL - 52_2024.docx
 

Olha O Olho Da Menina

  • 1. OLHA O OLHO DA MENINA O primeiro livro no mundo com versão integral disponível na Internet! texto de Marisa Prado ilustrado por ZIRALDO http://ipanema.com/livros/olha/cover.htm
  • 2. Menina crescia escutando que não adiantava mentir porque mãe sempre sabia.
  • 3. Mãe dizia que lia na testa da Menina, e que só Mãe sabia ler testa.                                                    
  • 4.                                          Menina tentava tapar a testa com a mão na hora de mentir. Mãe achava graça. Muita graça. E continuava lendo assim mesmo.
  • 5. Menina precisava entender como essa coisa misteriosa acontecia. No espelho do banheiro, mentia muito em silêncio. E na testa, nada escrito!
  • 6. Aí, Menina descobriu que Mãe também mentia. E que então não era testa - era o olho, com um brilho diferente - que entregava a mentira.
  • 7. Menina então tentava fechar o olho com força, para esconder a Mentira. Mas nem isso resolvia, pois Mãe sempre adivinhava.
  • 8. Menina tinha era que aprender a fingir de olho aberto que mentira era verdade. Menina tentou, tentou... e aprendeu. Era essa a solução.
  • 9. Mas de noite Menina ficava apertada por dentro. Assim meio sufocada, não podia nem piscar. Com o olho muito aberto, não conseguia dormir.
  • 10. Faltava ar pra Menina. Igual quando a gente fica quase sem respirar rindo de uma cosquinha. Só que não tinha graça.
  • 11. Menina - sem querer - tinha descoberto a Consciência, uma coisa que toma conta da gente mesmo quando Mãe não está lendo testa, nem adivinhando olho.
  • 12. Menina tinha aprendido que ter que fingir doía. E que desse jeito ia ficar muito sem graça ser gente grande. Menina desistiu de crescer.
  • 13. Mas não adiantava. Menina via que agora já estava quase da altura do móvel da sala da vovó. E ficava muito triste, o aperto apertando mais.
  • 14. E de tanto que o aperto apertava, Menina achou que fingir só podia doer tanto porque era dor sozinha.
  • 15. Menina teve uma idéia, e ainda não sabia se era idéia brilhante. Mas sabia - isso sim - que precisava testar, pra conseguir descobrir.
  • 16. A idéia da Menina foi dizer para Mãe que era difícil fingir. Menina achava ruim aprender montes de coisas sem dividir com ninguém.
  • 17. Menina falou pra Mãe que era muito complicado e que não era nada bom ter que crescer sozinha.
  • 18. Mãe abraçou muito apertado a Menina. E no colo tão esperado Menina estava sendo mãe da Mãe.
  • 19. Menina sentiu que Mãe estava chorando. E que Mãe ainda não tinha aprendido tudo.
  • 20. Mãe não falava nada Mas uma e outra sabiam naquele abraço apertado que em Mãe também doía ser gente grande sozinha.
  • 21. Nessa hora Menina entendeu tudinho. Descobriu que só carinho é que espanta a solidão. E que dor, se dividida, fica dor menos doída. E que aí dá até vontade de continuar a crescer pra descobrir o resto das coisas.