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MÚSICA .FILME .HQ .SHOW 
Ano 3 nº 14 
João Pessoa, junho 2013 
A justiça de São Paulo proibiu o grupo teatral Sátiros de exibir uma peça chamada Edifício London, que tem, como base, o caso Isabel Nardonis. O nome tem uma carga negativa... por que Nardonis? 
Harrison – Na verdade, eu nem relaciono ao caso. A gente tinha que escolher um nome pra banda. Surgiram vários nomes esdrúxulos que não deram certo. Acho esse nome, até, neutro, porque é um sobrenome como qualquer outro. 
Igor – A carga negativa se deve pela associação do caso, na mídia. Réu e vítima têm o mesmo sobrenome. 
Cleiton – Existe a intenção de provocar. 
Harrison – Serve também para se questionar a comoção que o caso gerou. A gente acha horrível o que aconteceu, mas quantas isabelas morrem todos os dias e nem aparecem na mídia? 
Quem foi que começou o Nardonis? 
Harrison - A banda surgiu em 2008. Sempre gostamos de música, saíamos para shows (eu e Igor). Eu nunca tinha participado de uma banda. Um dia, estávamos bebendo, eu, Igor e um ex-integrante da banda e dissemos: “Vamos para um estúdio tentar tirar alguma música?”. Nem sabíamos o que queríamos e fomos tocando. Outro ex-integrante da banda tinha algumas composições, antes de entrar na banda, ele tocava sozinho em casa e já fazia algumas músicas, e daí começamos a trabalhar nesse material. 
Igor – Aprendi a tocar baixo com essas músicas! Só não aprendi a afinar! (risos) 
Harrison –O nosso terceiro ensaio foi o primeiro show, que aconteceu no quintal da casa de um amigo nosso. A banda ainda não tinha um nome. 
Gabi, como foi que você chegou nesses malucos? 
Gabi - Foi através de Igor. Ele que me chamou para tocar. Fazia muito tempo que não tocava e estava muito a fim de tocar numa banda, muito mesmo! Antes eu só tinha tocado na igreja. 
Harrison – Eu mesmo já fui da Renascer em Cristo por seis meses! 
Hoje, Nardonis é a prioridade de todos na banda? 
Igor – Não é que eu tenha que dar prioridade a uma banda. Tenho que priorizar as três (Scary Monster/ Old Men School) e administrar o tempo. 
Leandro – É a banda que mais me interessa no momento. 
Quais as influências da banda? 
Igor – Temos uma postura punk. Acho que todos, na banda, têm. Não tem como fugir, mas a gente faz o punk do nosso jeito. Gostamos muito do pós-punk também, música eletrônica, cinema, quadrinhos, dadaísmo... 
O que vocês adicionam mais ao som de vocês, além do punk e proto-punk? 
Igor – A gente pega muita coisa de experimentalismo, como Arrigo Barnabé, Patife Band, Free Jazz, Tom Zé... 
Quem faz as letras? Qual a influência literária da banda? 
Igor – Geralmente, as letras ficam comigo e com Harrison, antes era todo mundo. Mas o que temos em comum é que todos gostam de ler Bukowski. Não era um escritor que se enquadrava no movimento beat, apesar da mídia forçar a barra pra isso. Os beats, apesar de não seguirem o padrão acadêmico, ainda têm umas frescuras, Bukowski era visceral! 
Como é o ritmo de composições? Em todo ensaio, vocês têm composições novas? 
Igor – A gente passa por fases produtivas. Algumas semanas atrás, em quase todo ensaio, surgia uma i- deia nova, mas a gente parou esse processo para gra 
Distribuição gratuita 
Qual a primeira coisa que você sente quando escuta esse nome? Repulsa, raiva, revolta? Talvez a intenção dessa banda pessoense tenha sido essa, criar algum tipo de emoção, boa ou ruim, mas nunca indiferente. Tanto que os shows são uma catarse ímpar, com direito a amnésia de letras e comas alcoólicos. Atuando no cenário paraibano desde 2008, aqui você confere uma entrevista com a banda que gosta de estar no olho do furacão e passar despercebida. 
var duas músicas... 
Cleiton – Não tem nada estabelecido nos ensaios, as ideias surgem de repente, às vezes até numa piada entre a gente... 
Leandro – Uma das músicas que vai estar na coletânea 58000, Celibato, começou com um riff de brincadeira, e Harrison começou a cantar “a,e,i,o,u”. 
Celibato é uma música autobiográfica? 
Harrison – Igor queria ser padre (risos). 
Igor – Não, eu não queria ser padre, não (risos). 
Vocês já levam alguma ideia para o ensaio ou surge na hora? 
Harrison – Eu crio na hora. Simplesmente, baixa. 
Leandro – O Nardonis não tem compromisso com a música em si, porque ninguém aqui estuda música, de forma acadêmica. Acho que nem é música o que a gente faz (risos). 
Harrison – Jailson já disse: “A música é uma farsa”! 
O que vocês escutam? Qual é o álbum de cada um? 
Cleiton – Closer, do Joy Division. 
Leandro – Arcade Fire - Funeral 
Gabi – Hole – Live Through This. 
Harrison – Psychocandy – Jesus and the Mary Chain. 
Igor – Cadê as Armas – Mercenárias. 
Qual o show a que vocês gostariam de ter assistido? 
Leandro – Queria ter visto Pixies... 
Harrison – Você ainda pode ver... eu queria ter visto The Smiths. 
Gabi – Queria ter visto Distillers, pena que acabou... 
Leandro – Queria ter visto um show de Gilliard. 
Igor – The Shaggs, gosto muito dessa banda! 
Cleiton - Bauhaus! 
Pode-se dizer que essa formação atual é a mais 
Fotos Olga Costa 
Nardonis - à margem do celibato
MICROFONIA 
2 
EXPEDIENTE 
Editores Responsáveis: 
Adriano Stevenson (DRT - 3401) 
Olga Costa(DRT – 60/85) 
Colaboradores: Josival Fonseca /Beto L./Erivan Silva /André Cananéa/Fred (Não Conformismo)/Igor Nicotina 
Editoração:Olga Costa 
Ilustração:Josival Fonseca 
Revisão: Juliene Paiva Osias 
E-mail:jornalmicrofonia@gmail.com 
Facebook.com/jornalmicrofonia 
Twitter:@jmicrofonia 
Tiragem:4.000 exemplares 
Todos os textos dos nossos colaborado-res são assinados e não necessariamente refletem a opinião da redação. 
consolidada da banda? 
Harrison – Eu sentia, nas formações anteriores, que podiam mudar a qualquer momento... 
Igor – É a mais produtiva também. Conseguimos gravar as duas músicas para a coletânea e estamos produzindo mais! 
Quem de vocês, se saísse hoje da banda, faria mais falta? 
Harrison – Eu, é claro! (risos). Eu sentiria muita falta de qualquer um que saísse... 
Cleiton – A gente, hoje, tem uma identidade e uma unidade muito fortes. 
Harrison - A banda, antes, estava perdida! 
O que é o som de vocês? Onde vocês se enquadram? 
Harrison – Isso é uma pergunta muito definitiva! Vou deixar em branco! (risos) É um punk embriagado! (risos). 
Igor – Rock urbano de garagem. Acho que a gente tem uma banda barulhenta que não se importa muito em se enquadrar. 
Harrison – Isso é tão atípico de minha parte, assim... eu não sei onde devo me encaixar... não preciso me encaixar... 
Lawrence Ferlinghetti gostava de dizer que costumava afogar a timidez com um copo de cerveja... 
Harrison – O que leva muita gente à bebida é isso, a timidez! A bebida faz a pessoa ter uma vida social... 
Uma parte de vocês já estava no meio musical, antes dessa leva de coletivos? O que mudou? 
Harrison - Coletivo é só o ônibus (risos). 
Igor – A gente tem uma relação legal com o pessoal do Pogo Pub, mas somos independentes do Pogo Pub. Eles vão existir sem a gente e vice-versa. O que acho chato nessa ideia de coletivo é que se cria toda uma imagem de parceria, união e, na maioria das vezes, não é isso. Soa mainstream, no sentido de ser algo meio domesticado, sabe? 
Harrison – Isso na verdade, funciona como uma mera masturbação. 
Igor - Não estou dizendo que a gente não queira fazer nenhuma parceria com os coletivos, isso pode acontecer, sim. Só não queremos fazer parte. Queremos liberdade. 
Harrison – Para votar não precisa se filiar ao partido político... 
Hoje, o que incomoda o Nardonis? 
Harrison – A estupidez das pessoas. As pessoas são estúpidas, mal educadas, têm orgulho de ser ignorantes... 
Igor – Ego, muito ego! Você vê até mesmo dentro do circuito independente, acho complicado isso. Quando comecei a andar nesse meio, era tudo mais simples... 
Cleiton – Tem o lance da zona de conforto. Tem um monte de banda que poderia estar fazendo alguma coisa, mas fica esperando que alguém faça! 
Igor - Rola também uma historinha besta: eu montei uma banda, e a minha vai ser melhor que a sua! 
Harrison – em vez de se ajudarem, se atrapalham! “Minha banda não deu certo, a sua também não!” Às vezes, até esquecemos isso, mas a Paraíba é um Estado pobre. João Pessoa é uma Brasília pobre, onde metade da população trabalha para o governo. Isso faz com que fiquem paralisadas. É algo que estagna na alma da cidade de uma forma, que eu acho, que em outro lugar não existe isso. 
Vocês já fizeram alguns shows aqui em João Pessoa. Como foi a receptividade? 
Gabi – No segundo shows, quando anunciaram a gente, estavam todos no palco. Começamos a tocar e, depois de um tempo, nada do vocal entrar. Harrison travou e não entrou cantando. 
Leandro - Nesse show, Cleiton estava assistindo e já ia embora, mas desistiu quando Gabi se levantou da bateria e começou a bater em Harrison pra ele cantar! (risos) 
Harrison – É que eu esquecia as letras. Quando eu subia no palco, dava um branco, ficava perdido olhando os papéis que estavam em cima do palco... 
Duas músicas da banda irão sair na coletânea 58000 do selo Microfonia. Em que isso ajuda a banda? Existe a possibilidade de gravar um álbum? 
Cleiton – Depois de ter gravado essas duas músicas, a gente está conversando sobre a possibilidade de um EP. O que a gente não quer é parar. 
Leandro - Deu uma instiga muito grande essa gravação, a gente está trabalhando mais nossa sonoridade. 
Depois que vocês ouviram a gravação já finalizada, qual foi a sensação? 
Cleiton – Caralho! 
Harrison – Eu odiei! Achei parecido com um desenho animado, parecia um gremlin falando! (risos) 
EDITORIAL 
É possível passar despercebido estando no olho do furacão? Ou se sentir um alienígena no seu próprio habitat? Para a primeira pergunta, a resposta é SIM, e, para segunda, também é SIM. O Nardonis é tudo isso e, de bônus, se orgu-lham de ser 3D: divergentes, dissidentes, discrepantes. O Jornal Microfonia não poderia colocar de lado uma entrevista com os alienígenas paraibanos. Também como não podíamos deixar de falar de ex-zumbis, seres excluídos, sendo reintegrados à sociedade em In The Flesh. Excluídos, também, da Finlândia, que usam o punk rock para ter voz, num sistema que nem lembra que eles existem. Isso sem mencionar Fred, da banda carioca Não Confor- mismo, nosso novo colunista, escrevendo sobre um lançamento em fita k-7 e outras bandas muito além do eixo. Definitivamente, só tem doido nessa redação! Boa leitura! 
Enquanto isso, fora da redação...
MICROFONIA 
3 
El Mariachi 
Atrás da Porta Verde 
MASSGRAV – TOO FAST FOR OVE K7(SUÉCIA) Em tempos de modernidades, tipo MP3, e-zines, facebook, etc, é sempre bom ver que ainda existe uma galera que luta pra manter vivas as coisas que ajudaram a formar tudo o que diz respeito à música underground. Coisas importantes, como zines/jornais impressos, vinil, trocas de material via Correios e... fita K7! Nos anos 80 e início dos 90, NADA foi mais importante pro underground do que os tape-traders, sem os quais inúmeras bandas, hoje famosas, não passariam de meros desco- nhecidos. Remando contra a maré, o selo Ljudkasset! disponibiliza fitinhas em caprichadas edições limitadas. Esse tape do Masgrav foi lançado ano passado, mas achei propício resenhar para o Microfonia, justamente pelo fato de ser uma publicação impressa e também por eu ser um grande fã do jornal e da banda. Bem, vamos à música. Quem conhece Massgrav já sabe o que esperar. Som ultrarrápido, antimodismos, barulhento e tudo de melhor que podemos esperar destes suecos. São quatro faixas que se repetem nos lados A e B da fita. As 3 primeiras faixas constam no álbum “Still the Kings” e a 4ª faixa(Snatjuvel) é uma versão inédita de“Police Bastard” do Doom. Muito sarcasmo, a começar pela capa parodiando Motley Crue. E, sobre o título, Ove é o antigo batera deles que saiu por desistir de tocar tão rápido. Quem gravou aqui foi o atual baterista, Fenok. Gostas de HC honesto e ultrarrápido? Essa fita foi feita pra você! Um must! F.N.C. 
THE AUTOMATICS LOWFIRE EP CD-R 2013 (RN) O sol que queima por lá não é o mesmo que queima por cá. Lá, o calor transforma, transmuta e transgride regras, assim como a lógica. Lowfire, última investida dos Automatics, lançado pelo fictício Dia 32, abre com Liquid Love Letter (algo meio Definitive Door dos Posies), uma das composições mais belas do trio – que, neste EP conta com Waldemar Ramos nas baquetas. Os três Ls podem remeter a uma translúcida viagem, mas não se enganem, essa, sim, é uma carta de amor com todas as letras! Blindbird é a terceira faixa, logo após a instrumental Neon Hannet, cujo título remete ao Mark Stewart (Stew/Negro Problem) – famoso por escolher palavras que permitem trocadilhos humorados e/ou sarcásticos, mas não coloca as letras no CD. Outro destaque desse trabalho, com apenas seis faixas, é The Mirror, que poderia, facilmente, ser uma faixa do célebre CD triplo da banda – More Senseless, que, segundo informações recentes do “the Boss”, não será relançado. Lowfire fecha com a mesma faixa com a qual abre: “A vida é como uma carta de amor que se dissolve”. Para ouvir ao sol do meio-dia...O.C. 
SEU PEREIRA E COLETIVO 401 S/T CD 2013 (PB) Lançado na internet em 2012 e em CD somente agora, em 2013 (a razão foi um atraso na fábrica), o disco de estreia do Seu Pereira e Coletivo 401 mostra um samba-rock de primeira com forte sotaque nordestino. Nas letras, assinadas pelo vocalista Jonathas “Seu Pereira” Falcão, um dos melhores compositores da atual safra, sobram termos regionais e poesia matuta. As referências são inúmeras: os martelos das feiras livres de Campina Grande (‘Martelada’), jovem guarda (‘Menina E.T.’), Mundo Livre s/a (‘Batalha diária’) e até música flamenca (‘Guerrilheiro’), entre tantos outros. Com Esmeraldo “ChicoCorrea” Marques na guitarra e a cozinha segura pilotada por Thiago Sombra (baixo) e Victorama (bateria), o SPC401 ganha bons naipes de metal (assinados por Zácaro e Azeitona) e percussão (Cassiano) e teclado (Júnior Andrade) muito bem colocados. Gravado com patrocínio do Fundo Municipal de Cultura (FMC) no estúdio Peixe-Boi, em João Pessoa, a rapazidada do busão mais sonoro da Paraíba deu sorte em ter a masterização de Leonardo Nakabayashi, em São Paulo (ele é responsável pelos discos de Zeca Baleiro, por exemplo). Isso garantiu a sonoridade cheia e os timbres bem torneados de um disco que se anuncia como dos melhores do ano, além da capa, luxuosamente desenhada pelo internacional Mike Deodato Jr. A.C. 
PRÖJJETO MACABRO VIOLÊNCIA NA ESCURIDÃO CD-R 2012 (PE) Na discografia do Discharge, tem um disco de 86 que é ruim que dói, chamado Grave New World, com sonoridade heavy metal cheio de falsete. Mas, como a sua discografia é extensa, não seria justo julgá-lo por um escorregão que lhe lascou as costelas. A influência deixada pelos ingleses é algo não latente. O Pröjjeto Macabro é um exemplo: banda recifense que conta com Adriano Onaidra (guitarra e vocal) e Vando Sujeira (bateria e vocal), faz o que se chama de D-beat, denominação que exemplifica o tipo de som. Alguns dizem que é uma forma de homenagear bandas que começam com a letra D (Discharge, Disclose, Disarm, Doom). Consoantes à parte, neste EP, que tem uma introdução e três músicas, a banda faz o que sabe: Barulho... muito barulho. As letras são desespero ao cubo, claro, estamos falando de uma banda punk, nada de letras de autoajuda, o troço aqui é raiva, como em Flageladores:Flageladores da própria carne/gerando dor/sofrimento e rancor/desocupados, desprodutivos/ desviando afinidades com traições/desgraça humana, desconfiança total. Quer mais? Tem um cover do Chaotic Dischord ( Fuck off and Die) e outro do The Shitlickers (Warsystem). Quer ainda mais? Tem o novo CD saindo em breve e chama-se Ruptura. A.S. 
KARNE KRUA INANIÇÃO CD 2005/2013 (SE) O que podemos falar de uma banda que possui em sua discografia nove fitas cassetes, um disco de vinil e dois CDs, sendo este o segundo da banda. Este álbum é uma verdadeira pedrada. Formado há 23 anos, KK sempre soube muito bem o que pensa e o que sente, demonstrando isso tanto no som como nas letras. As letras descrevem toda a realidade de um povo que sofre arduamente ano após ano e nada muda. Os temas são variados e abordam todas as mazelas que a população nordestina passa durante o período de seca. O CD é muito bem produzido, na gravação e mixagem, e também nas vinhetas que deram todo molho ao disco, além do encarte com todas as letras. Formada por Sílvio (vocal), Alexandre Candhi (guitarra/baixo/backings) e Tiago Babalu (bateria). Destaque para todo o repertório do CD! Parabéns, Silvio e Karne Krua pelo trabalho. A carne pode ser crua, mas o disco está muito bem assado! B.L. 
BATMAN - A PORN PARODY XXX DIREÇÃO DE AXEL BRAVO (2012) 
Essa paródia do Batman não chama atenção apenas pelas garotas gostosas, mas também pelo trabalho da produção, que soube traduzir toda a figuração e cenário da década de 60 - o Batman que conhecemos na sessão da tarde. Podemos ver Lisa Carson (Kimberly Kane) quando sequestrada pelo Charada (Evan Stone) e forçada a revelar a verdadeira identidade do Batman e do Robin. Depois, ela é trancafiada numa cela, mas, com muita sedução, consegue enganar o otário do Charada, que cai direitinho nas suas manhas. Enquanto isso, Batman e Robin, ao notar o desaparecimento de Lisa, começam a investigar o que aconteceu. Batman acaba numa boate da cidade e se depara com Molly (Alexis Texas). Todo empolgado, ele faz até aquela dança ridícula (a mesma usada por Adam West e, consequen- temente, por John Travolta em Pulp Fiction). Depois, Molly cavalga no batcacete do Batman. E aí, você pode perguntar: e o Robin? Ah, o Robin! Além de transar com a Batgirl (Lexi Belle), ainda traça a Mulher Gato (Tori Black) junto com o Batman! O filme tem continuação... B.L.
MICROFONIA 
4 
THE PUNK SYNDROME (KOVASIKAJUTTU) - DOCUMENTÁRIO - FINLÃNDIA (2012) 
O que limita a música punk? O que limita pessoas portadoras de doenças mentais? Para ambas as perguntas, a resposta é a mesma: NADA! Este é um documentário que mostra uma banda de punk rock, cujo os quatro integrantes tem problemas mentais – Pertti (guitarra) e Karl (vocal) são autistas, enquanto Sami (baixo) e Toni (bateria) tem síndrome de Down, o que não os impedem de ter atitude! Pode até parecer ficção, mas é uma realidade por muitos esquecida. Dirigido por Jukka Kärkkäinen e Jani-Petteri Passi, o documentário tem produção conjunta da Finlândia, Noruega e Suécia. A banda Pertti Kurikan Nimipäivät mostra a essência do punk, que é quebrar paradigmas. Nas letras, eles não deixam de expressar o teor contestatório, assim, como fala, também, dos problemas de ir ao pedicuro e de viver num manicômio. A sonoridade da banda é simples, tosca e honesta. A câmera os segue durante ensaios, gravações e turnês, mostrando a banda saindo da obscuridade e encontrando a popularidade, com cenas recheadas de risos, choros, muito café e brigas para que ver que vai no banco da frente do ônibus da turnê. O mais interessante, é constatar que, o punk ainda é, uma “arma” oportuna e eficaz de contestação em mundos à parte, uma das razões, pelas quais, o sistema vigente não o absorveu por completo. A.S + O.C. 
O futebol, vez ou outra, sempre é tema nas histórias em quadrinhos. Casos como o gibi Dico, O Artilheiro (RGE, 17 eds. 1975-1980), Disney Gol, Disney Futebol 2012 e outros especiais independentes de vários personagens e editoras. Ziraldo entrou em campo com especiais de cada time lançados pela Editora Globo, como “O Mais Querido do Brasil” (Flamengo), “O Imortal Tricolor” (Grêmio) e muitos ou- tros. Maurício de Souza trouxe seu time com a “Turma da Mônica” e “Ronaldinho Gaúcho”. Mas, antes destes, na década de 70, transportou o maior craque daquela época para os quadri- nhos: Pelé, com o título Pelezinho. O Gibi foi lançado pela Editora Abril em agosto de 77, indo até maio de 82, com 58 edições. São estas histórias que fazem parte da nova republicação deste clássico em “PELEZINHO – Coleção Histórica” (Panini), lançado em agosto do ano passado, compilando, a cada número, três exemplares da publicação original. Segue o modelo da Coleção Histórica com a Turma da Mônica, que traz os cinco títulos principais no pacote, desde os primeiros números. Pelezinho fez sucesso, trazendo ainda almanaques e especiais até o período em que esteve na Editora Globo, ao ser cancelado por conta de direitos autorais e contratos com o rei do futebol. A oportunidade de ler ou reler este material está nas bancas com periodicidade quadrimestral. Este lançamento aproveita a vindoura copa do mundo em nosso país como um verdadeiro gol de placa. J.F. 
Amor à Queima-Roupa 
Matou a Família e foi ao Cinema 
Zumbilândia 
O mega sucesso da TV por assinatura, a série Walking Dead, do canal AMC, exibido no Brasil pela Fox, baseado nos quadrinhos de mesmo nome, criado pelo senhor Robert Kirkman, já deu filhotes e já tem nome: chama-se IN THE FLESH. A emissora conhecida como BBC3, da Inglaterra, pegou um vagão nesse trem chamado zumbi e bolou, no mínimo, uma série interessante. Aqui, depois do Holocausto Zumbi, a cura é parcialmente encontrada. Quem foi zumbi não é mais (na série Walking Dead, o fazendeiro Hurshel acomoda seus entes queridos num celeiro, pois acredita que, em um futuro próximo, possa encontrar uma cura). Claro, as sequelas ficaram: a pele pútrida e os olhos opacos são rapidamente substituídos por maquiagem corretiva, implantes e lentes de contato, dessa forma, o governo consegue inserir os zumbis de volta à sociedade, ou melhor, os seres humanos acometidos pela Síndrome de Falecimento Parcial, agora, assim chamados, para evitar que a autoestima dos infectados não seja atingida. Eles vivem à base de uma vacina diária e não se alimentam de mais nada. Mas a política de reinserir os “ex-zumbis” em seu seio familiar original não é bem vista por um determinado grupo (Força Humana Voluntária), que vigia e sai à caça como se fossem nazistas à procura de judeus para a câmara de gás. A primeira temporada só contém três episódios, mas a quantidade de ganchos segura facilmente umas boas cinco temporadas. Um desses ganchos seria a infecção não transmitida através da mordida, como também a predileção dos pacientes da SFP por carne humana. Existe também outra série, esta francesa, chamada Les Revenantes, cuja segunda temporada está prevista para ano que vem, mas isso já é uma outra história... IN THE FLESH é uma boa pedida para o aguardo da quarta temporada de Walking Dead. A.S. 
EM BREVE!

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No olho do furacão com o Nardonis

  • 1. MÚSICA .FILME .HQ .SHOW Ano 3 nº 14 João Pessoa, junho 2013 A justiça de São Paulo proibiu o grupo teatral Sátiros de exibir uma peça chamada Edifício London, que tem, como base, o caso Isabel Nardonis. O nome tem uma carga negativa... por que Nardonis? Harrison – Na verdade, eu nem relaciono ao caso. A gente tinha que escolher um nome pra banda. Surgiram vários nomes esdrúxulos que não deram certo. Acho esse nome, até, neutro, porque é um sobrenome como qualquer outro. Igor – A carga negativa se deve pela associação do caso, na mídia. Réu e vítima têm o mesmo sobrenome. Cleiton – Existe a intenção de provocar. Harrison – Serve também para se questionar a comoção que o caso gerou. A gente acha horrível o que aconteceu, mas quantas isabelas morrem todos os dias e nem aparecem na mídia? Quem foi que começou o Nardonis? Harrison - A banda surgiu em 2008. Sempre gostamos de música, saíamos para shows (eu e Igor). Eu nunca tinha participado de uma banda. Um dia, estávamos bebendo, eu, Igor e um ex-integrante da banda e dissemos: “Vamos para um estúdio tentar tirar alguma música?”. Nem sabíamos o que queríamos e fomos tocando. Outro ex-integrante da banda tinha algumas composições, antes de entrar na banda, ele tocava sozinho em casa e já fazia algumas músicas, e daí começamos a trabalhar nesse material. Igor – Aprendi a tocar baixo com essas músicas! Só não aprendi a afinar! (risos) Harrison –O nosso terceiro ensaio foi o primeiro show, que aconteceu no quintal da casa de um amigo nosso. A banda ainda não tinha um nome. Gabi, como foi que você chegou nesses malucos? Gabi - Foi através de Igor. Ele que me chamou para tocar. Fazia muito tempo que não tocava e estava muito a fim de tocar numa banda, muito mesmo! Antes eu só tinha tocado na igreja. Harrison – Eu mesmo já fui da Renascer em Cristo por seis meses! Hoje, Nardonis é a prioridade de todos na banda? Igor – Não é que eu tenha que dar prioridade a uma banda. Tenho que priorizar as três (Scary Monster/ Old Men School) e administrar o tempo. Leandro – É a banda que mais me interessa no momento. Quais as influências da banda? Igor – Temos uma postura punk. Acho que todos, na banda, têm. Não tem como fugir, mas a gente faz o punk do nosso jeito. Gostamos muito do pós-punk também, música eletrônica, cinema, quadrinhos, dadaísmo... O que vocês adicionam mais ao som de vocês, além do punk e proto-punk? Igor – A gente pega muita coisa de experimentalismo, como Arrigo Barnabé, Patife Band, Free Jazz, Tom Zé... Quem faz as letras? Qual a influência literária da banda? Igor – Geralmente, as letras ficam comigo e com Harrison, antes era todo mundo. Mas o que temos em comum é que todos gostam de ler Bukowski. Não era um escritor que se enquadrava no movimento beat, apesar da mídia forçar a barra pra isso. Os beats, apesar de não seguirem o padrão acadêmico, ainda têm umas frescuras, Bukowski era visceral! Como é o ritmo de composições? Em todo ensaio, vocês têm composições novas? Igor – A gente passa por fases produtivas. Algumas semanas atrás, em quase todo ensaio, surgia uma i- deia nova, mas a gente parou esse processo para gra Distribuição gratuita Qual a primeira coisa que você sente quando escuta esse nome? Repulsa, raiva, revolta? Talvez a intenção dessa banda pessoense tenha sido essa, criar algum tipo de emoção, boa ou ruim, mas nunca indiferente. Tanto que os shows são uma catarse ímpar, com direito a amnésia de letras e comas alcoólicos. Atuando no cenário paraibano desde 2008, aqui você confere uma entrevista com a banda que gosta de estar no olho do furacão e passar despercebida. var duas músicas... Cleiton – Não tem nada estabelecido nos ensaios, as ideias surgem de repente, às vezes até numa piada entre a gente... Leandro – Uma das músicas que vai estar na coletânea 58000, Celibato, começou com um riff de brincadeira, e Harrison começou a cantar “a,e,i,o,u”. Celibato é uma música autobiográfica? Harrison – Igor queria ser padre (risos). Igor – Não, eu não queria ser padre, não (risos). Vocês já levam alguma ideia para o ensaio ou surge na hora? Harrison – Eu crio na hora. Simplesmente, baixa. Leandro – O Nardonis não tem compromisso com a música em si, porque ninguém aqui estuda música, de forma acadêmica. Acho que nem é música o que a gente faz (risos). Harrison – Jailson já disse: “A música é uma farsa”! O que vocês escutam? Qual é o álbum de cada um? Cleiton – Closer, do Joy Division. Leandro – Arcade Fire - Funeral Gabi – Hole – Live Through This. Harrison – Psychocandy – Jesus and the Mary Chain. Igor – Cadê as Armas – Mercenárias. Qual o show a que vocês gostariam de ter assistido? Leandro – Queria ter visto Pixies... Harrison – Você ainda pode ver... eu queria ter visto The Smiths. Gabi – Queria ter visto Distillers, pena que acabou... Leandro – Queria ter visto um show de Gilliard. Igor – The Shaggs, gosto muito dessa banda! Cleiton - Bauhaus! Pode-se dizer que essa formação atual é a mais Fotos Olga Costa Nardonis - à margem do celibato
  • 2. MICROFONIA 2 EXPEDIENTE Editores Responsáveis: Adriano Stevenson (DRT - 3401) Olga Costa(DRT – 60/85) Colaboradores: Josival Fonseca /Beto L./Erivan Silva /André Cananéa/Fred (Não Conformismo)/Igor Nicotina Editoração:Olga Costa Ilustração:Josival Fonseca Revisão: Juliene Paiva Osias E-mail:jornalmicrofonia@gmail.com Facebook.com/jornalmicrofonia Twitter:@jmicrofonia Tiragem:4.000 exemplares Todos os textos dos nossos colaborado-res são assinados e não necessariamente refletem a opinião da redação. consolidada da banda? Harrison – Eu sentia, nas formações anteriores, que podiam mudar a qualquer momento... Igor – É a mais produtiva também. Conseguimos gravar as duas músicas para a coletânea e estamos produzindo mais! Quem de vocês, se saísse hoje da banda, faria mais falta? Harrison – Eu, é claro! (risos). Eu sentiria muita falta de qualquer um que saísse... Cleiton – A gente, hoje, tem uma identidade e uma unidade muito fortes. Harrison - A banda, antes, estava perdida! O que é o som de vocês? Onde vocês se enquadram? Harrison – Isso é uma pergunta muito definitiva! Vou deixar em branco! (risos) É um punk embriagado! (risos). Igor – Rock urbano de garagem. Acho que a gente tem uma banda barulhenta que não se importa muito em se enquadrar. Harrison – Isso é tão atípico de minha parte, assim... eu não sei onde devo me encaixar... não preciso me encaixar... Lawrence Ferlinghetti gostava de dizer que costumava afogar a timidez com um copo de cerveja... Harrison – O que leva muita gente à bebida é isso, a timidez! A bebida faz a pessoa ter uma vida social... Uma parte de vocês já estava no meio musical, antes dessa leva de coletivos? O que mudou? Harrison - Coletivo é só o ônibus (risos). Igor – A gente tem uma relação legal com o pessoal do Pogo Pub, mas somos independentes do Pogo Pub. Eles vão existir sem a gente e vice-versa. O que acho chato nessa ideia de coletivo é que se cria toda uma imagem de parceria, união e, na maioria das vezes, não é isso. Soa mainstream, no sentido de ser algo meio domesticado, sabe? Harrison – Isso na verdade, funciona como uma mera masturbação. Igor - Não estou dizendo que a gente não queira fazer nenhuma parceria com os coletivos, isso pode acontecer, sim. Só não queremos fazer parte. Queremos liberdade. Harrison – Para votar não precisa se filiar ao partido político... Hoje, o que incomoda o Nardonis? Harrison – A estupidez das pessoas. As pessoas são estúpidas, mal educadas, têm orgulho de ser ignorantes... Igor – Ego, muito ego! Você vê até mesmo dentro do circuito independente, acho complicado isso. Quando comecei a andar nesse meio, era tudo mais simples... Cleiton – Tem o lance da zona de conforto. Tem um monte de banda que poderia estar fazendo alguma coisa, mas fica esperando que alguém faça! Igor - Rola também uma historinha besta: eu montei uma banda, e a minha vai ser melhor que a sua! Harrison – em vez de se ajudarem, se atrapalham! “Minha banda não deu certo, a sua também não!” Às vezes, até esquecemos isso, mas a Paraíba é um Estado pobre. João Pessoa é uma Brasília pobre, onde metade da população trabalha para o governo. Isso faz com que fiquem paralisadas. É algo que estagna na alma da cidade de uma forma, que eu acho, que em outro lugar não existe isso. Vocês já fizeram alguns shows aqui em João Pessoa. Como foi a receptividade? Gabi – No segundo shows, quando anunciaram a gente, estavam todos no palco. Começamos a tocar e, depois de um tempo, nada do vocal entrar. Harrison travou e não entrou cantando. Leandro - Nesse show, Cleiton estava assistindo e já ia embora, mas desistiu quando Gabi se levantou da bateria e começou a bater em Harrison pra ele cantar! (risos) Harrison – É que eu esquecia as letras. Quando eu subia no palco, dava um branco, ficava perdido olhando os papéis que estavam em cima do palco... Duas músicas da banda irão sair na coletânea 58000 do selo Microfonia. Em que isso ajuda a banda? Existe a possibilidade de gravar um álbum? Cleiton – Depois de ter gravado essas duas músicas, a gente está conversando sobre a possibilidade de um EP. O que a gente não quer é parar. Leandro - Deu uma instiga muito grande essa gravação, a gente está trabalhando mais nossa sonoridade. Depois que vocês ouviram a gravação já finalizada, qual foi a sensação? Cleiton – Caralho! Harrison – Eu odiei! Achei parecido com um desenho animado, parecia um gremlin falando! (risos) EDITORIAL É possível passar despercebido estando no olho do furacão? Ou se sentir um alienígena no seu próprio habitat? Para a primeira pergunta, a resposta é SIM, e, para segunda, também é SIM. O Nardonis é tudo isso e, de bônus, se orgu-lham de ser 3D: divergentes, dissidentes, discrepantes. O Jornal Microfonia não poderia colocar de lado uma entrevista com os alienígenas paraibanos. Também como não podíamos deixar de falar de ex-zumbis, seres excluídos, sendo reintegrados à sociedade em In The Flesh. Excluídos, também, da Finlândia, que usam o punk rock para ter voz, num sistema que nem lembra que eles existem. Isso sem mencionar Fred, da banda carioca Não Confor- mismo, nosso novo colunista, escrevendo sobre um lançamento em fita k-7 e outras bandas muito além do eixo. Definitivamente, só tem doido nessa redação! Boa leitura! Enquanto isso, fora da redação...
  • 3. MICROFONIA 3 El Mariachi Atrás da Porta Verde MASSGRAV – TOO FAST FOR OVE K7(SUÉCIA) Em tempos de modernidades, tipo MP3, e-zines, facebook, etc, é sempre bom ver que ainda existe uma galera que luta pra manter vivas as coisas que ajudaram a formar tudo o que diz respeito à música underground. Coisas importantes, como zines/jornais impressos, vinil, trocas de material via Correios e... fita K7! Nos anos 80 e início dos 90, NADA foi mais importante pro underground do que os tape-traders, sem os quais inúmeras bandas, hoje famosas, não passariam de meros desco- nhecidos. Remando contra a maré, o selo Ljudkasset! disponibiliza fitinhas em caprichadas edições limitadas. Esse tape do Masgrav foi lançado ano passado, mas achei propício resenhar para o Microfonia, justamente pelo fato de ser uma publicação impressa e também por eu ser um grande fã do jornal e da banda. Bem, vamos à música. Quem conhece Massgrav já sabe o que esperar. Som ultrarrápido, antimodismos, barulhento e tudo de melhor que podemos esperar destes suecos. São quatro faixas que se repetem nos lados A e B da fita. As 3 primeiras faixas constam no álbum “Still the Kings” e a 4ª faixa(Snatjuvel) é uma versão inédita de“Police Bastard” do Doom. Muito sarcasmo, a começar pela capa parodiando Motley Crue. E, sobre o título, Ove é o antigo batera deles que saiu por desistir de tocar tão rápido. Quem gravou aqui foi o atual baterista, Fenok. Gostas de HC honesto e ultrarrápido? Essa fita foi feita pra você! Um must! F.N.C. THE AUTOMATICS LOWFIRE EP CD-R 2013 (RN) O sol que queima por lá não é o mesmo que queima por cá. Lá, o calor transforma, transmuta e transgride regras, assim como a lógica. Lowfire, última investida dos Automatics, lançado pelo fictício Dia 32, abre com Liquid Love Letter (algo meio Definitive Door dos Posies), uma das composições mais belas do trio – que, neste EP conta com Waldemar Ramos nas baquetas. Os três Ls podem remeter a uma translúcida viagem, mas não se enganem, essa, sim, é uma carta de amor com todas as letras! Blindbird é a terceira faixa, logo após a instrumental Neon Hannet, cujo título remete ao Mark Stewart (Stew/Negro Problem) – famoso por escolher palavras que permitem trocadilhos humorados e/ou sarcásticos, mas não coloca as letras no CD. Outro destaque desse trabalho, com apenas seis faixas, é The Mirror, que poderia, facilmente, ser uma faixa do célebre CD triplo da banda – More Senseless, que, segundo informações recentes do “the Boss”, não será relançado. Lowfire fecha com a mesma faixa com a qual abre: “A vida é como uma carta de amor que se dissolve”. Para ouvir ao sol do meio-dia...O.C. SEU PEREIRA E COLETIVO 401 S/T CD 2013 (PB) Lançado na internet em 2012 e em CD somente agora, em 2013 (a razão foi um atraso na fábrica), o disco de estreia do Seu Pereira e Coletivo 401 mostra um samba-rock de primeira com forte sotaque nordestino. Nas letras, assinadas pelo vocalista Jonathas “Seu Pereira” Falcão, um dos melhores compositores da atual safra, sobram termos regionais e poesia matuta. As referências são inúmeras: os martelos das feiras livres de Campina Grande (‘Martelada’), jovem guarda (‘Menina E.T.’), Mundo Livre s/a (‘Batalha diária’) e até música flamenca (‘Guerrilheiro’), entre tantos outros. Com Esmeraldo “ChicoCorrea” Marques na guitarra e a cozinha segura pilotada por Thiago Sombra (baixo) e Victorama (bateria), o SPC401 ganha bons naipes de metal (assinados por Zácaro e Azeitona) e percussão (Cassiano) e teclado (Júnior Andrade) muito bem colocados. Gravado com patrocínio do Fundo Municipal de Cultura (FMC) no estúdio Peixe-Boi, em João Pessoa, a rapazidada do busão mais sonoro da Paraíba deu sorte em ter a masterização de Leonardo Nakabayashi, em São Paulo (ele é responsável pelos discos de Zeca Baleiro, por exemplo). Isso garantiu a sonoridade cheia e os timbres bem torneados de um disco que se anuncia como dos melhores do ano, além da capa, luxuosamente desenhada pelo internacional Mike Deodato Jr. A.C. PRÖJJETO MACABRO VIOLÊNCIA NA ESCURIDÃO CD-R 2012 (PE) Na discografia do Discharge, tem um disco de 86 que é ruim que dói, chamado Grave New World, com sonoridade heavy metal cheio de falsete. Mas, como a sua discografia é extensa, não seria justo julgá-lo por um escorregão que lhe lascou as costelas. A influência deixada pelos ingleses é algo não latente. O Pröjjeto Macabro é um exemplo: banda recifense que conta com Adriano Onaidra (guitarra e vocal) e Vando Sujeira (bateria e vocal), faz o que se chama de D-beat, denominação que exemplifica o tipo de som. Alguns dizem que é uma forma de homenagear bandas que começam com a letra D (Discharge, Disclose, Disarm, Doom). Consoantes à parte, neste EP, que tem uma introdução e três músicas, a banda faz o que sabe: Barulho... muito barulho. As letras são desespero ao cubo, claro, estamos falando de uma banda punk, nada de letras de autoajuda, o troço aqui é raiva, como em Flageladores:Flageladores da própria carne/gerando dor/sofrimento e rancor/desocupados, desprodutivos/ desviando afinidades com traições/desgraça humana, desconfiança total. Quer mais? Tem um cover do Chaotic Dischord ( Fuck off and Die) e outro do The Shitlickers (Warsystem). Quer ainda mais? Tem o novo CD saindo em breve e chama-se Ruptura. A.S. KARNE KRUA INANIÇÃO CD 2005/2013 (SE) O que podemos falar de uma banda que possui em sua discografia nove fitas cassetes, um disco de vinil e dois CDs, sendo este o segundo da banda. Este álbum é uma verdadeira pedrada. Formado há 23 anos, KK sempre soube muito bem o que pensa e o que sente, demonstrando isso tanto no som como nas letras. As letras descrevem toda a realidade de um povo que sofre arduamente ano após ano e nada muda. Os temas são variados e abordam todas as mazelas que a população nordestina passa durante o período de seca. O CD é muito bem produzido, na gravação e mixagem, e também nas vinhetas que deram todo molho ao disco, além do encarte com todas as letras. Formada por Sílvio (vocal), Alexandre Candhi (guitarra/baixo/backings) e Tiago Babalu (bateria). Destaque para todo o repertório do CD! Parabéns, Silvio e Karne Krua pelo trabalho. A carne pode ser crua, mas o disco está muito bem assado! B.L. BATMAN - A PORN PARODY XXX DIREÇÃO DE AXEL BRAVO (2012) Essa paródia do Batman não chama atenção apenas pelas garotas gostosas, mas também pelo trabalho da produção, que soube traduzir toda a figuração e cenário da década de 60 - o Batman que conhecemos na sessão da tarde. Podemos ver Lisa Carson (Kimberly Kane) quando sequestrada pelo Charada (Evan Stone) e forçada a revelar a verdadeira identidade do Batman e do Robin. Depois, ela é trancafiada numa cela, mas, com muita sedução, consegue enganar o otário do Charada, que cai direitinho nas suas manhas. Enquanto isso, Batman e Robin, ao notar o desaparecimento de Lisa, começam a investigar o que aconteceu. Batman acaba numa boate da cidade e se depara com Molly (Alexis Texas). Todo empolgado, ele faz até aquela dança ridícula (a mesma usada por Adam West e, consequen- temente, por John Travolta em Pulp Fiction). Depois, Molly cavalga no batcacete do Batman. E aí, você pode perguntar: e o Robin? Ah, o Robin! Além de transar com a Batgirl (Lexi Belle), ainda traça a Mulher Gato (Tori Black) junto com o Batman! O filme tem continuação... B.L.
  • 4. MICROFONIA 4 THE PUNK SYNDROME (KOVASIKAJUTTU) - DOCUMENTÁRIO - FINLÃNDIA (2012) O que limita a música punk? O que limita pessoas portadoras de doenças mentais? Para ambas as perguntas, a resposta é a mesma: NADA! Este é um documentário que mostra uma banda de punk rock, cujo os quatro integrantes tem problemas mentais – Pertti (guitarra) e Karl (vocal) são autistas, enquanto Sami (baixo) e Toni (bateria) tem síndrome de Down, o que não os impedem de ter atitude! Pode até parecer ficção, mas é uma realidade por muitos esquecida. Dirigido por Jukka Kärkkäinen e Jani-Petteri Passi, o documentário tem produção conjunta da Finlândia, Noruega e Suécia. A banda Pertti Kurikan Nimipäivät mostra a essência do punk, que é quebrar paradigmas. Nas letras, eles não deixam de expressar o teor contestatório, assim, como fala, também, dos problemas de ir ao pedicuro e de viver num manicômio. A sonoridade da banda é simples, tosca e honesta. A câmera os segue durante ensaios, gravações e turnês, mostrando a banda saindo da obscuridade e encontrando a popularidade, com cenas recheadas de risos, choros, muito café e brigas para que ver que vai no banco da frente do ônibus da turnê. O mais interessante, é constatar que, o punk ainda é, uma “arma” oportuna e eficaz de contestação em mundos à parte, uma das razões, pelas quais, o sistema vigente não o absorveu por completo. A.S + O.C. O futebol, vez ou outra, sempre é tema nas histórias em quadrinhos. Casos como o gibi Dico, O Artilheiro (RGE, 17 eds. 1975-1980), Disney Gol, Disney Futebol 2012 e outros especiais independentes de vários personagens e editoras. Ziraldo entrou em campo com especiais de cada time lançados pela Editora Globo, como “O Mais Querido do Brasil” (Flamengo), “O Imortal Tricolor” (Grêmio) e muitos ou- tros. Maurício de Souza trouxe seu time com a “Turma da Mônica” e “Ronaldinho Gaúcho”. Mas, antes destes, na década de 70, transportou o maior craque daquela época para os quadri- nhos: Pelé, com o título Pelezinho. O Gibi foi lançado pela Editora Abril em agosto de 77, indo até maio de 82, com 58 edições. São estas histórias que fazem parte da nova republicação deste clássico em “PELEZINHO – Coleção Histórica” (Panini), lançado em agosto do ano passado, compilando, a cada número, três exemplares da publicação original. Segue o modelo da Coleção Histórica com a Turma da Mônica, que traz os cinco títulos principais no pacote, desde os primeiros números. Pelezinho fez sucesso, trazendo ainda almanaques e especiais até o período em que esteve na Editora Globo, ao ser cancelado por conta de direitos autorais e contratos com o rei do futebol. A oportunidade de ler ou reler este material está nas bancas com periodicidade quadrimestral. Este lançamento aproveita a vindoura copa do mundo em nosso país como um verdadeiro gol de placa. J.F. Amor à Queima-Roupa Matou a Família e foi ao Cinema Zumbilândia O mega sucesso da TV por assinatura, a série Walking Dead, do canal AMC, exibido no Brasil pela Fox, baseado nos quadrinhos de mesmo nome, criado pelo senhor Robert Kirkman, já deu filhotes e já tem nome: chama-se IN THE FLESH. A emissora conhecida como BBC3, da Inglaterra, pegou um vagão nesse trem chamado zumbi e bolou, no mínimo, uma série interessante. Aqui, depois do Holocausto Zumbi, a cura é parcialmente encontrada. Quem foi zumbi não é mais (na série Walking Dead, o fazendeiro Hurshel acomoda seus entes queridos num celeiro, pois acredita que, em um futuro próximo, possa encontrar uma cura). Claro, as sequelas ficaram: a pele pútrida e os olhos opacos são rapidamente substituídos por maquiagem corretiva, implantes e lentes de contato, dessa forma, o governo consegue inserir os zumbis de volta à sociedade, ou melhor, os seres humanos acometidos pela Síndrome de Falecimento Parcial, agora, assim chamados, para evitar que a autoestima dos infectados não seja atingida. Eles vivem à base de uma vacina diária e não se alimentam de mais nada. Mas a política de reinserir os “ex-zumbis” em seu seio familiar original não é bem vista por um determinado grupo (Força Humana Voluntária), que vigia e sai à caça como se fossem nazistas à procura de judeus para a câmara de gás. A primeira temporada só contém três episódios, mas a quantidade de ganchos segura facilmente umas boas cinco temporadas. Um desses ganchos seria a infecção não transmitida através da mordida, como também a predileção dos pacientes da SFP por carne humana. Existe também outra série, esta francesa, chamada Les Revenantes, cuja segunda temporada está prevista para ano que vem, mas isso já é uma outra história... IN THE FLESH é uma boa pedida para o aguardo da quarta temporada de Walking Dead. A.S. EM BREVE!