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1
Meditando com o Evangelho de Marcos
Pintura de Pablo Veronese 1555, Veneza, Italia
Fonte: http://saints.sqpn.com/saint-mark-the-evangelist-gallery/
Jorge Wilson N. Neves
2
Sumário
Meditando com o Evangelho de Marcos......................................................................................3
O Fermento de Betsaida...........................................................................................................4
Os dois banquetes de Marcos 6 – o primeiro...........................................................................6
Os dois banquetes de Marcos 6 - O segundo ...........................................................................8
Você já tem a resposta? .........................................................................................................10
Deus não faz nada pela metade. E nem aceita.......................................................................11
O Templo - casa de oração para todos os povos onde eu aprendo a linguagem do coração. 14
O sermão de uma só palavra..................................................................................................16
Onde está o foco? ..................................................................................................................17
Carta a um intercessor ...........................................................................................................19
Orando com as nossas dúvidas ..............................................................................................21
3
Meditando com o Evangelho de Marcos
O objetivo deste PDF é compartilhar alguns trechos do Evangelho de Marcos para meditação
e crescimento, textos esses que foram usados em Pequenos grupos ou koinonias em nossa
atividade devocional.
O autor do Evangelho
Também conhecido como João Marcos, era filho de Maria, em cuja casa reuniam-se os
cristãos em Jerusalém no inicio (At 1:13). Provavelmente foi convertido pelo ministério de
Pedro e discipulado por Barnabé. (At 12: 25 cf At 11:25).
Foi uma carta escrita aos cristãos em Roma que viviam em tensão, pois se por um lado eram
denunciados nas sinagogas por estarem rejeitando antigas tradições, por outro lado as
autoridades romanas os perseguiam porque a lealdade a Jesus entrava em choque com a
lealdade e adoração a César.
Provavelmente recebeu esse evangelho pelas narrações de Pedro. Deve ter ministrado a
Paulo na viagem à Ásia Menor (47-49 d.C.) suprindo-o dessas informações fornecidas por
Pedro.
Marcos expressa sua teologia nas narrativas da vida de Jesus, questões de interesse humano
interligando diferentes episódios e, de certo modo convidando os leitores de uma cidade
cosmopolita (Roma com 1 milhão de habitantes de diversos costumes, línguas e religiões) a
identificarem suas experiências e vivências com as do Evangelho crescendo assim no
conhecimento de Deus.
Em 325 d.C. Eusébio, historiador da Igreja, refere que Marcos foi o primeiro evangelista
enviado ao Egito onde fundou as igrejas de Alexandria e foi o primeiro bispo daquela cidade.
sermon of st mark in alexandria by giovanni bellini painting
Fonte: http://www.saleoilpaintings.com/paintings/giovanni-bellini/sermon-of-st-mark-in-
alexandria.html
Fontes de consulta para essa introdução:
Dicionário Ilustrado da Bíblia Ronald F. Youngblood– Ed Vida Nova.
Marcos – Introdução e Comentário por Dewey M. Mulholland – Ed Vida Nova
4
O Fermento de Betsaida
11 E, saindo os fariseus, puseram-se a discutir com ele; e, tentando-o, pediram-lhe
um sinal do céu. 12 Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e
disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração
não se lhe dará sinal algum. 13 E, deixando-os, tornou a embarcar e foi para o outro
lado. 14 Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco, não tinham
consigo senão um só. 15 Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede, guardai-vos do fermento
dos fariseus e do fermento de Herodes. 16 E eles discorriam entre si: É que não temos
pão. 17 Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes
pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido?
18 Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19 de
quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços
recolhestes? Responderam eles: Doze! 20 E de quando parti os sete pães para os
quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete! 21 Ao
que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?22 Então chegaram a Betsaida; e lhe
trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse. 23 Jesus, tomando o cego pela mão,
levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos,
perguntou-lhe: Vês alguma coisa? 24 Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os
homens, porque como árvores os vejo, andando. 25 Então, novamente lhe pôs as
mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo
distinguia de modo perfeito. 26 E mandou-o Jesus embora para casa, recomendando-
lhe: Não entres na aldeia. Mc 8: 11-26
Acredito que no toque da saliva e na imposição de mãos por Jesus este homem já estaria
curado e sua visão recobrada. Mas seu sentido de ver, sua consciência ou talvez sua alma
talvez ainda estivesse “embaçada” - havia mais cura a realizar pois o ex-cego via tudo numa
relação desconexa: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. Não devia ser
cego de nascença, pois deveria saber o que era uma árvore e que árvore não anda.Então
Jesus cuida dessa dificuldade em interpretar o que vê (ou interpretar a própria vida): Então,
novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido;
e tudo distinguia de modo perfeito.
Particularmente creio que a segunda cura aconteceu exatamente nesse aspecto de aumentar
a fé desse homem provavelmente contaminada pela falta de fé total da cidade e oposição a
Jesus. Por isso o Mestre se preocupou em que esse homem não retornasse ao clima de falta
de fé de Betsaida quando disse: Não entres na aldeia.
Acredito que isto possa acontecer conosco. Mesmo após conhecermos e sermos curados por
Jesus temos dificuldades porque ainda estamos (ou pensamos que estamos) presos a
religiões, culturas, idéias, traumas antigos, conceitos e preconceitos – nossa Betsaida
particular . Talvez estejamos nela e não saibamos! E isso afeta nosso modo de ver o mundo
(árvores) e as pessoas (homens)
Betsaida era uma das cidades que entristeceram Jesus. Terra natal de Pedro André e Felipe.
Seu nome significava em hebraico “Casa de pesca”. Leia o que Jesus fala dela:
Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres
que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os
seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para
mostrarem que estavam arrependidos, teriam vestido roupa feita de pano grosseiro e
teriam jogado cinzas na cabeça! Pois eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, Deus
terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida. Mt 11:21-22
Interessante como esse clima de falta de fé interfere até no próprio Cristo que prefere levar
o cego para fora da cidade. Teria esse clima de falta de fé interferido na cura desse homem
que, afinal de contas, se deu em dois estágios?
5
A boa notícia!
Mas Jesus vem nos achar em nossa “Betsaida “ – a terra da descrença. Na época de Cristo,
fermento simbolizava a corrupção espiritual daqueles que procuravam derrotar o Messias. O
texto fala que o cego foi trazido. (Benditos aqueles que se dispõem a nos levar ao
conhecimento de Cristo – sim, haviam cristãos espiritualmente muito fortes que não se
corromperam por aquele fermento em Betsaida.
Se estamos num lugar onde não aceitam que sejamos sal da terra e luz do mundo é melhor
sair de lá senão eles é que irão salgar a gente.
Leia Mc 8: 11-26 o como se você fosse o cego e sinta os dois toques de Jesus – no corpo e na
alma!
Jorge Wilson
6
Os dois banquetes de Marcos 6 – o primeiro
É preciso firmar posição
14 O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado
por toda parte. Alguns diziam: - Esse homem é João Batista, que ressuscitou! Por isso
esse homem tem poder para fazer milagres.15 Outros diziam que ele era Elias. Mas
alguns afirmavam:
-Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos. 16 Quando Herodes ouviu isso,
disse: - Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele ressuscitou! 17
Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas
mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia
casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. 18 Por isso João tinha dito
muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu
irmão!" 19 Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia 20
porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a
Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que
fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo. 21 Porém no dia do aniversário de
Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu
um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes
militares e autoridades da Galiléia. 22 Durante o banquete a filha de Herodias entrou
no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o
rei disse à moça: - Peça o que quiser, e eu lhe darei. 23 E jurou: - Prometo que darei o
que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino! 24 Ela foi perguntar à sua
mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu: - Peça a cabeça de João Batista. 25 No
mesmo instante a moça voltou depressa onde estava o rei e pediu: - Quero a cabeça
de João Batista num prato, agora mesmo! 26 Herodes ficou muito triste, mas, por
causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de
atender ao pedido da moça. 27 Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a
cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, 28 pôs num prato e
deu àmoça. E ela a entregou à sua mãe. 29 Quando os discípulos de João souberam
disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram. (Marcos 6:14-29 BLH)
O menu de Herodias
O que ninguém sabia é que a mulher de Herodes (Herodias) tinha um menu diferente para
aquele banquete – João. Preparou sua filha Salomé para surpreender Herodes, àquela altura
talvez já bêbado. Herodias fez isso porque não conseguia fazer a cabeça do rei sobre João e
queria constrangê-lo, pela sua própria palavra, na frente de seus convivas (pois se um rei
não tem palavra, como aqueles dignitários presentes poderiam continuar a dignificá-lo como
rei? Herodes ficaria numa situação delicada politicamente falando).
Herodes tinha medo dele (João), pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus.
Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas
mesmo assim gostava de escutá-lo. (Parecia que o rei gostava do profeta e queria protegê-lo
de alguma forma de Herodias).
O problema de Herodes é que a palavra profética é integral, não funciona por partes. Talvez
suas conversas com João lhe consolassem de alguma forma, mas não aceitava a exortação
sobre seu pecado sexual. Talvez quisesse comprar o perdão de Deus tratando bem João
Batista.
Mas a verdade é que não basta que eu seja bonzinho com o profeta, ou goste de escutar o
que ele diz, ou contribua ($$$) para o ministério dele. A verdade é que não adianta ficar
perto da Palavra ou do profeta e até mesmo protegê-lo. Preciso deixar que a Palavra cumpra
sua função em mim – edificando, exortando e consolando (I Co 14:3). E a partir daí
preciso tomar posição social como crente em Cristo.
O exemplo de Davi no Salmo 63.
1 Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a
minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. 2 Assim
no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória. 3 Porquanto a tua
7
benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão. 4 Assim eu te
bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. 5 A minha alma se
farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios. 6
quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite, 7 pois tu
tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas. 8 A minha alma se
apega a ti; a tua destra me sustenta. 9 Mas aqueles que procuram a minha vida para a
destruírem, irão para as profundezas da terra. 10 Serão entregues ao poder da
espada, servidão de pasto aos chacais. 11 Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que
por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira.
O Salmo 63 nos apresenta o Rei Davi, no deserto, fugindo de seu filho Absalão que dera um
golpe de Estado. Numa certa altura da fuga Davi manda que os sacerdotes que iam com ele
e levavam a Arca do Senhor -símbolo da presença de Senhor entre seu povo, levassem
consigo a Arca de volta a Jerusalém, para o Templo (2 Sm 15:25) . Davi, então, longe
daquilo que representava a presença do Senhor - a Arca - descobre longe dela os seus
sentimentos com o Pai e os coloca no Salmo 63. Descobriu que Deus não é prisioneiro de seu
santuário.
O deserto é o cenário seco e desolador que deu origem a esses pensamentos e sentimentos
de Davi. Davi reconhece intimamente que:
1. "A minha alma tem sede de Ti "(v.1).
2. "O meu corpo te almeja" (v.1).
3. "A Tua Graça é melhor do que a vida"(v.3)
4. "A minha alma apega-se a Ti."(v.8)
A partir do v.5 Davi declara que "farta-se a minha alma" em contraste com "A minha alma
tem sede de Ti "(v.1). Buscou a intimidade com o Pai e a encontrou lá mesmo no deserto.
Davi ficou tão ligado nos seus sentimentos de devoção ao Pai que só no v. 9 vai se lembrar
de seus inimigos.
Davi sabe que não precisa de intermediários para seu encontro com Deus e nos ensina a
tomarmos posição diretamente com o Pai. O que sobrou em Davi faltou em Herodes. Veja
que a falta de posicionamento de Herodes o fez cair na armadilha de Herodias e Salomé.
Não basta frequentarmos uma igreja ou termos pais ou esposo(a) cristão .Meu Pai espera de
mim um posicionamento pessoal hoje com Ele.
Leia novamente o salmo 63 . Ore o salmo como se fosse seu e firme sua posição com o PAI.
Jorge Wilson
8
Os dois banquetes de Marcos 6 - O segundo
30 Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. 31
Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo
nem para comer. Então ele lhes disse: - Venham! Vamos sozinhos para um lugar
deserto a fim de descansarmos um pouco. 32 Então foram sozinhos de barco para um
lugar deserto. 33 Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os
povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. 34 Quando Jesus
desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas
sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas. 35 De tardinha, os discípulos
chegaram perto de Jesus e disseram: - Já é tarde, e este lugar é deserto. 36 Mande
esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e povoados de perto daqui e comprem
alguma coisa para comer. 37 Mas Jesus respondeu: - Deem vocês mesmos comida a
eles. Os discípulos disseram: -Para comprarmos pão para toda esta gente, nós
precisaríamos de duzentas moedas de prata. 38 Jesus perguntou: - Quantos pães
vocês têm? Vão ver. Os discípulos foram ver e disseram: - Temos cinco pães e dois
peixes. 39 Então Jesus mandou o povo sentar-se em grupos na grama verde. 40
Todos se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 41 Aí Jesus pegou os cinco
pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus. Depois partiu os pães e
os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. E também dividiu os
dois peixes com todos. 42 Todos comeram e ficaram satisfeitos. 43 E os discípulos
ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44 Foram cinco
mil os homens que comeram os pães. (Marcos 6:30-44 BLH)
Diferentemente do primeiro banquete de Marcos 6 – o de Herodes, este era bem mais pobre
e numeroso. Os discípulos haviam feito trabalho evangelístico de campo onde não tiveram
tempo nem para se alimentar direito. Deviam estar tão exaustos que Jesus achou melhor
conduzi-los a um retiro para descanso, mas....
O retiro adiado
De alguma forma o povo soube aonde iriam e lá estavam na praia aguardando Jesus... e os
discípulos tiveram de esperar – cansados e famintos . Além de esperarem, Jesus lhes pede
que providenciem um banquete, não para eles, mas para o povo. Haviam servido ao povo e
teriam de fazê-lo novamente. É uma das tensões do ministério:- Deem vocês mesmos comida
a eles
Cansados e famintos os discípulos voltaram à ativa. Certamente estavam preocupados com o
estado de cansaço do povo, pois foram eles, os discípulos, que interpelaram Jesus: - Já é
tarde, e este lugar é deserto. 36 Mande esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e
povoados de perto daqui e comprem alguma coisa para comer. Acredito que nunca
esperariam Jesus dizer - Deem vocês mesmos comida a eles.
Jesus ensina que a fome dos que ministram não é maior nem precisa ser saciada antes do
nosso irmão, mas que Ele, Jesus, providencia para todos ao mesmo tempo. Jesus mandou
que procurassem alimento e eles encontraram de onde menos esperavam – uma criança –
conforme João 6:9. Embora cansados e famintos, os discípulos foram os encarregados da
distribuição do alimento.
O mistério do compartilhar
Se cada discípulo tinha um cesto, ao final da distribuição com todo o povo saciado, os cestos
continuavam cheios. É o mistério do compartilhar. Damos, e ainda sobra. Saímos para o
ministério, nos cansamos e na volta podemos mostrar nossos cestos cheios e contar como foi
que eles encheram. Jesus fez os discípulos carregarem esses cestos, acho eu, para se
lembrassem sempre dessa verdade .
É a alegria do ministério – mostrar o cesto.
9
O pós-banquete (o segundo)
O cenário era o da morte de João Batista (Mt 14:1-12). Jesus se compadeceu da multidão
porque tinham ido à pé e traziam seus doentes (Mt14:13). Chegando a tarde os discípulos,
preocupados com o povo, exortaram o Mestre a despedir as multidões para que, passando
pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer. Jesus, no entanto ,
surpreende os discípulos ordenando: Dai-lhes vós mesmos de comer.
- Perplexidade - nossa e dos discípulos! Dai-lhes vós mesmos de comer.
Jesus chama a atenção para o fato de que os chamou para serem os pastores do rebanho do
Messias, mas que jamais poderiam fazer esse pastoreio pelas próprias forças. Para
“alimentar as ovelhas' dependeriam de Jesus. O interessante é que Jesus solicita que lhe
tragam seus recursos disponíveis e não abre mão dos cinco pães e dois peixes trazidos por
um rapaz (Jo 6:8). E a partir dessa oferta, Jesus realiza o milagre - alimenta a multidão. Os
cinco mil beneficiados, que eram vistos pelo Mestre como ovelhas que não têm pastor –
foram alimentados. Aparentemente estava tudo resolvido - povo despedido e alimentado.
Porém, quanto aos discípulos, a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o
milagre dos pães. (Marcos 6:52 Bíblia na Linguagem de Hoje)
Em João 6:15 (texto paralelo), após esse milagre o povo queria fazer de Jesus rei. Seria uma
espécie de “um segundo Moisés, pois o primeiro dera de comer ao povo pão do céu no
deserto”. Provavelmente isto teria contaminado os discípulos de modo a confundi-los quanto
à verdadeira natureza do Reino que Jesus queria implantar e, desse modo, Jesus preferiu
afastar seus discípulos enviando-os de barco para Cafarnaum. Preocupado com seus
discípulos de “mente...fechada”, Jesus dá um tempo para orar dando exemplo sobre “o que
fazer nos momentos de perplexidade” – procurar um lugar solitário... e orar!
E Deus responde à oração de Jesus: Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele
(Jesus), sozinho em terra. Os discípulos estavam com dificuldade de progredir viagem, pois
soprava um vento forte e as águas estavam agitadas. Havia dificuldade a remar, porque o
vento lhes era contrário. E assim ficaram no lago desde a tarde daquele dia até à quarta
vigília da noite (das 3h às 6h da manhã).
A experiência de Pedro.
Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os
discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É
um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse:
Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu,
Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro,
descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém,
na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E,
prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé,
por que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no
barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus! (Mateus 14:25-33 RA)
Jesus ensinou aos discípulos e a Pedro que é até possível ir ter com Ele por sobre as águas – essas águas
agitadas são as nossas rejeições, doenças, abandono, desemprego, ressentimento etc....Mas, se
tivermos medo e submergirmos Ele prontamente estenderá Sua mão para nos salvar- Ele está sempre
por perto!
Jesus não reclamou de Pedro ter afundado e gritado; só o estimulou a ter mais fé!
Se no mar que você navega estiver cercado como esses discípulos, continue mantendo os olhos para
Jesus e peça mais fé para andar sobre essas águas. Olhe para Ele e se preciso, clame como
Pedro:- Salva-me, Senhor!
Só os que passarem por essa experiência poderão “dar de comer” a alguém! Aproveite sua viagem!
Jorge Wilson
10
Você já tem a resposta?
46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma
grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho
de Timeu. 47 Estes, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar,
dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!48E muitos o repreendiam, para
que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de
mim.49Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem
bom ânimo; levanta-te, ele te chama. 50 Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto
se levantou e foi ter com Jesus. 51 Perguntou-lhe o cego: Que queres que te faça?
Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja. 52 Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou.
E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho. (Mc 10: 46-52)
A resposta de Bartimeu
A história de Bartimeu tem muito a ver com a dinâmica de muitas de nossas orações.
Inicialmente começamos a pedir pela compaixão de Jesus. Logo depois surgem vozes para
que nos calemos - não atrapalhe!
Verificamos então que precisamos vencer as vozes (clamar) que nos mandam calar- E muitos
o repreendiam, para que se calasse – essas vozes nos sugerem que Jesus tem algo mais
importante a fazer do que ligar para os nossos problemas, pois - Afinal, tem tanta gente pior
que você - não seja egoísta!
A história nos diz que algumas pessoas fizeram a ponte entre Jesus e Bartineu - E chamaram
o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama - verdadeiros missionários do
bem que obedeceram à ordem de Jesus: Chamai-o!
(Benditos missionários!)
Enquanto Bartimeu não ouviu Jesus, pelo menos ouviu a chamada dos enviados por Jesus.
Para melhor ir até Jesus, Bartimeu largou de mão provavelmente a única coisa que possuía -
sua capa - lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus .
Finalmente - a pergunta.
Jesus pergunta a Bartimeu que idéia que fazia de seu problema: Que queres que te faça?
Se Deus aparecesse em sua oração e fizesse a mesma pergunta o que você responderia para
Ele? Que idéia você faz de sua vida , onde está o nó que te faz sofrer?
Escreva aqui o que você responderia a Jesus:
______________________________________
Boa meditação! Melhores repostas!
Jorge Wilson
11
Deus não faz nada pela metade. E nem aceita.
Um conselho para o futuro
Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na
frente dele e perguntou: - Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida
eterna? Jesus respondeu: - Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais
ninguém. Você conhece os mandamentos: "Não mate, não cometa adultério, não
roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite
o seu pai e a sua mãe". - Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses
mandamentos! -respondeu o homem. Jesus olhou para ele com amor e disse: - Falta
mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos
pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga. Quando o
homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste.
(Marcos 10:17-22 BLH)
O problema.
Dizem que rico não tem problema, mas não é bem assim; o jovem rico – tinha! Ele sabia
que lhe faltava algo. Se era jovem e rico é porque provavelmente havia herdado de
alguém. Só que, a herança veio incompleta. Ele sentia que precisava "herdar mais",
precisava garantir o futuro além daquilo que chamamos morte. Para ele só faltava - a vida
eterna.
O jovem.
Sem dúvida era uma pessoa de qualidades, seguia a ética da Lei com rigor – talvez fosse
de família religiosa. Jesus mesmo reconhecia que só faltava uma única coisa para ele fazer.
Ele até havia conseguido vislumbrar em Jesus o Mestre que poderia levá-lo a conseguir a
vida eterna.
O Mestre.
Jesus lhe diz: Falta mais uma coisa para você fazer. Jesus traz o futuro para o presente
quando diz que é preciso abrir espaço total para as coisas do Reino, colocando suas coisas
em outra perspectiva. Vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você
terá riquezas no céu faria este jovem experimentar a alegria que é própria da Compaixão
, pois o acúmulo de riquezas não é alegre, mas preocupado – sempre quer novas garantias
. Em suma – a herança do Reino de Deus é decidida no tempo que se chama hoje !
A tristeza.
O problema do jovem é o mesmo nosso. Só confiamos em algo que podemos controlar (ou
pensamos que podemos). A maior parte de nós desconfia de Deus – até mesmo os seres
perfeitos – Adão e Eva. Achamos que, de repente, Deus pode mudar de lado, olhar de cara
feio para nós e nos punir ("Pra que colocar todos os ovos numa cesta só?" Não é assim que
se diz por aí). E aí queremos Deus mais as outras garantias!
O Pai.
- Só que Deus não faz nada pela metade; e nem aceita!
Ele sabe que essas outras coisas, as "tais garantias" nos distraem de uma verdadeira
comunhão com ele, pois passam a ocupar o centro de nossa mente e emoções.
Julio Ortiz, comentando a vida no Reino, nos ensina:
Jesus disse em Mateus 13 que o Reino de Deus era como um mercador que estava
procurando finas pérolas. E quando ele encontrou a pérola de grande valor, ele vendeu tudo o
12
que possuía a fim de adquiri-la.
Sei que alguns cristãos pensam que esta história ensina que nós somos a pérola de grande
preço, e Cristo teve que abandonar tudo para nos redimir. Mas agora compreendemos que ele
(Jesus) é a pérola de grande valor. Nós somos os comerciantes, à cata de felicidade,
segurança e vida eterna. E quando encontramos Jesus, temos que entregar tudo. Ele tem
felicidade, alegria, paz, saúde, segurança, eternidade – tudo. E então nós dizemos: "Quero
esta pérola. Quanto custa?"
"Bem", diz o joalheiro, "ela é muito cara".
"Quanto é?" Perguntamos.
"É uma soma bem considerável".
"O senhor acha que eu poderia comprá-la?"
"Ah, naturalmente. Qualquer pessoa pode".
"Mas o senhor não disse que era muito cara?"
"Disse".
"Quanto é, então?"
"Tudo o que você possui", responde o vendedor.
Pensamos um pouco, e depois dizemos:
"Está bem; eu compro".
"Então vamos ver o que é que você possui. Vamos anotar tudo aqui".
"Bem, tenho dez mil dólares no banco".
"Dez mil dólares. Ótimo. E o que mais?"
"Só isto. È tudo o que possuo".
"Nada mais?"
"Bem, tenho alguns trocados no bolso".
"Quanto?"
Enfiamos a mão no bolso.
"Bem, aqui está, trinta, quarenta, sessenta, oitenta, cem, cento e vinte dólares".
"Ótimo. O que mais você tem?"
"Nada mais. Isto é tudo".
"Onde você mora?" Indaga ele, querendo sondar.
"Em minha casa. É, eu tenho uma casa".
"Então, dê a casa também", e acrescenta a casa na lista.
13
"Está querendo dizer que tenho que morar em minha tenda de camping?"
"Possui uma tenda também? Ela também entra no negócio. O que mais?"
"Terei que dormir no carro".
"Ah, possui um carro?"
"Dois".
"Todos os dois passam a ser meus. O que mais?"
"Bem, o senhor já está com meu dinheiro, minha casa, minha tenda, meus carros. O que
mais quer?"
"Você é só no mundo?"
"Não, tenho esposa e dois filhos...".
"Então a esposa e os filhos são meus também. O que mais?"?
"Não resta mais nada. Estou sozinho agora".
De repente o mercador exclama:
"Ah, quase me esquecia. Você também. Tudo agora é meu – sua esposa, filhos, dinheiro,
carros e você também!".
E depois continua:
"Agora escute: deixarei que você fique com estas coisas por enquanto. Mas não se esqueça
de que elas são minhas assim como você também. E quando eu precisar de qualquer uma
delas, você terá que entregá-las, pois eu sou o proprietário".
E é assim, que as coisas se passam quando estamos sob o domínio de Jesus Cristo. 1
O nosso amanhã está guardado no amor de Deus. A crença em que: Hoje é o tempo de
Deus – liberta-nos da ansiedade em predizer o futuro e então passamos a viver na
confiança de que Deus nunca nos abandonará. Se o mundo traz aflições é lembrar o que
Jesus falou: Eu venci o mundo. (João 16:33 BLH).
Boa meditação!
Jorge Wilson
1 Julio Ortiz – O Discípulo. Ed Betânia. Venda Nova.Págs 37-38
14
O Templo - casa de oração para todos os povos onde eu aprendo a
linguagem do coração.
Quando Jesus e os discípulos chegaram a Jerusalém, ele entrou no pátio do Templo e
começou a expulsar todos os que compravam e vendiam naquele lugar.
Derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras dos que vendiam
pombas. E não deixava ninguém atravessar o pátio do Templo carregando coisas. E
ele ensinava a todos assim: - Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o
seguinte: "A minha casa será chamada de casa de oração para todos os povos."
Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões! Os chefes dos sacerdotes e
os professores da Lei ouviram isso e começaram a procurar um jeito de matar Jesus.
Mas tinham medo dele porque o povo admirava os seus ensinamentos. (Marcos 11:15-
18 BLH)
Entendendo o cenário.
(Tudo isto aconteceu após a Entrada Triunfal em Jerusalém.)
Em Mt 21:12 temos o texto paralelo à este (de Marcos) e onde a Bíblia Vida Nova faz o
seguinte comentário:
“Na manhã de segunda –feira Jesus continua o obra de moralização do templo que havia dado
início três anos antes, em Jerusalém (Jo 2:14).A profanação voltou a invadir novamente o
recinto sagrado. Era necessário haver uma certa transação financeira para se poder vender
sacrifícios e cambiar moedas do templo com os que vinham de longe.
Não era, porém, correto ocupar-se o recinto inteiro com extorcionistas que roubavam o dinheiro
dos peregrinos (no câmbio). O culto estava tornando-se apenas uma desculpa para o comércio
fraudulento: a venda dos animais cultualmente aceitáveis se realizava a preços bastante
elevados. As moedas estrangeiras não eram aceitáveis nas urnas (caixa das ofertas) por serem
cunhadas com imagens do imperador (que era tido por um deus) ou de várias divindades”.[i]
Os peregrinos eram “roubados” no câmbio de suas moedas (vinham de terras distantes)
quando iam ao Templo de Jerusalém para ofertar e fazer sacrifícios. Só valia a moeda local e
a“panelinha’ do templo se encarregava desse câmbio (a favor deles, claro!). Não havia
temor ao Senhor.
(Culto solene? Só no coração dos peregrinos!).
E isso já vinha de antes. Em Malaquias (final do Velho Testamento) já líamos o seguinte
quando o Senhor, através do profeta exortou os sacerdotes:
Eu sou adorado em todos os países do mundo, e em todos os lugares queimam
incenso em minha honra e me oferecem sacrifícios puros. Todos me honram. Mas
vocês me ofendem quando pensam que têm o direito de profanar o meu altar e que os
sacrifícios que oferecem não valem nada. Vocês dizem: "Já estamos cansados de tudo
isso!" e riem de mim e me tratam com desprezo. E ainda me oferecem um animal
roubado ou um animal aleijado ou doente. Vocês acham que eu, o Deus Eterno, vou
aceitar isso? (Malaquias 1:11-13 BLH)
Atualmente nos reunimos, como igrejas, em lugares dos mais variados: estádios, galpões,
fábricas antigas, quadras de esporte e até mesmo – circos! Nada contra! Gosto da
informalidade. O que não se pode perder de vista é que o culto ao Senhor continua solene!
A solenidade começa no coração. Solene vem do lat. sollémnis ou sollénis, -consagrado –
dedicado a Deus.[ii]
Perde-se a solenidade quando, por exemplo, os nossos pensamentos e sentimentos me
distanciam do Pai, e aí eu ficamos cansados de tudo isso! E então, o que era fim vira um
15
meio: vou à igreja para ver meus amigos, arrumar uma namorada. Afinal, todos ali são
gente de bem.
E quando eu penso assim, esqueço que meu Pai é grande Rei .
Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e
em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é
grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 1:11 RA)
Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete
e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos
Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações. (Malaquias 1:14 RA)
O culto solene e a criação da linguagem de amor.
Jesus, a seu tempo, intervém para resgate de significado do Templo :casa de oração para
todos os povos . Fazia parte de sua missão e Ele o faz com firmeza!. Ser uma casa de oração
significa ser o lugar de construção de uma linguagem, pois oração é a linguagem da
comunhão entre nós e o Pai. Esta linguagem é que manterá em nós a solenidade do coração.
Como ir ao templo?
Eugene Peterson aprendeu essa verdade com George Arthur Buttrick , pastor onde ele,
Peterson, foi seminarista:
Os pastores pensam que as pessoas vão à igreja ouvir sermões. Mas, não é assim,
Elas vão para orar e aprender a orar.
Posteriormente, o próprio Peterson chegou às suas próprias conclusões:
Se a primordial tarefa da pregação do pastor é a conversão de vidas, a principal
tarefa do ensino (bíblico) é a conversão da linguagem. [iii]
Ao dizer que o templo é a casa de oração, Jesus nos diz que o mesmo é o lugar de
intimidade e relacionamento. É onde podemos, como corpo, desenvolver a linguagem
comunitária entre Pai e filho (a), cheia de significado. É onde individualmente expressamos
nossa condição humana e recebemos o Seu perdão e a Sua graça.
Entrar no Templo significa levar conosco o melhor do nosso louvor, de nossa atenção, da
nossa adoração, procurando ver em nossa vida a ação da Graça do Pai e dando glórias a Ele
por isso. Finalmente, é onde alcançamos o máximo da linguagem do amor que nos ensina a
dizer carinhosa e solenemente...
- Aba! Pai!
Boa meditação!
Jorge Wilson
[i] Bíblia Vida Nova. São Paulo. Vida Nova.1991. 15ª ed. p.31.
[ii] Dicionário eletrônico Houaiss . Ed. eletrônica. 2002.
[iii] Peterson E. O pastor contemplativo. Rio de Janeiro. Textus. P.108.
16
O sermão de uma só palavra.
31 Jesus saiu da região que fica perto da cidade de Tiro, passou por Sidom e pela
região das Dez Cidades e chegou ao lago da Galiléia. 32 Algumas pessoas trouxeram
um homem que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a
mão sobre ele. 33 Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele.
Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. 34 Depois
olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: -"Efatá!" (Isto quer
dizer: "Abra-se!") 35 E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua
língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade. 36 Jesus ordenou a todos que
não contassem para ninguém o que tinha acontecido; porém, quanto mais ele
ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido. 37 E todas as pessoas que o
ouviam ficavam muito admiradas e diziam: -Tudo o que faz ele faz bem; ele até
mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem! (Marcos 7:31-37 BLH)
Imagine-se por alguns minutos sem poder falar ou ouvir. É como se tudo fosse um grande
cinema mudo (e sem música). Você só pode ver e sentir. Tal era esse homem do texto –
engaiolado dentro de si mesmo.
Jesus e os espaços O texto nos diz que Jesus o tirou do meio da multidão e o levou para
um lugar á parte. Procurou se comunicar com esse homem num lugar especial. Ele sempre
tem um espaço especial de cura para as pessoas.
A comunicação
Além do contato visual estabelece contato físico nas áreas de deficiência daquele homem.
33 Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em seguida
cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem.
A intercessão
Em seguida olhou para o céu, pois é de lá que vem toda resposta a nossas orações. Jesus
revela mais uma vez sua total dependência do Pai. Então deu um suspiro profundo. Aqui
Jesus demonstra, além de sua compaixão pelo homem, uma profunda luta espiritual contra
qualquer força maligna que estivesse dominando o enfermo. Ele é como um médico que se
permite a doença para melhor entender e curar seu paciente.
Então Jesus diz: Efatá
Em aramaico, quer dizer: “Abre”. É a vitória sobre o mal.
E naquele momento os ouvidos do homem se abriram e a sua língua se soltou, e ele
começou a falar sem dificuldade. Esse homem sentiu o toque de Jesus em suas áreas mais
críticas – ouvidos e língua. Numa espécie de sermão particular e sem palavras Jesus
comunicou acolhimento, amor e compreensão.
...todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: - Tudo o que faz ele faz
bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem!
Diga o mesmo.
Jorge Wilson
17
Onde está o foco?
Pergunte a Aimeleque
Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de
trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas. Então alguns
fariseus perguntaram a Jesus: -Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma
coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado? Jesus respondeu: - Vocês não leram o
que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com
fome?
Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães
oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a
nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer
isso. E Jesus terminou: - O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas
para servirem o sábado. Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre
o sábado.
Jesus foi outra vez à sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos
aleijada. Estavam também na sinagoga algumas pessoas que queriam acusar Jesus de
desobedecer à Lei; por isso ficaram espiando Jesus com atenção para verem se ele ia
curar o homem no sábado. Ele disse para o homem: - Venha cá! E perguntou aos
outros: -O que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse
dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer? Ninguém respondeu
nada.
Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não queriam entender. E disse
para o homem: - Estenda a mão! O homem estendeu a mão, e ela sarou. Logo depois
os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes, começaram a
fazer planos para matar Jesus. Jesus e os discípulos foram até o lago da Galileia.
Junto com ele ia muita gente da Galileia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado
leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus
porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. (Marcos 2:23-3:8 BLH)
O texto nos ensina a pensar sobre onde colocarmos nosso foco.
Os viajantes, em Israel, tinham o direito de tirar algo das plantações unicamente para
satisfazer sua fome (Dt 23:25).O problema foi fazer isso no sábado – dia do descanso. Da
mesma forma, no caso da cura, a presença de um doente deu margem ao teste para provar
que Jesus era um contumaz violador da Lei. Naquela época seria legal curar um homem no
sábado desde que fosse caso de risco de vida. Não era o caso; Jesus poderia ter deixado o
milagre para o dia seguinte – seria politicamente correto!
- (Sorte nossa que Ele não foi!).
Jesus demonstra que Ele tem poder para interpretar com autoridade a lei Mosaica..
Nem mesmo uma instituição divina como o descanso sabático tem valor absoluto, pois deve
ceder à caridade e o cuidado com o próximo. Jesus ensinou que o sofrimento das
pessoas deve estar acima daquilo que achamos ser a nossa compreensão teológica.
Nossa teologia não é maior do que as pessoas. Nesse caso, inclusive, uma “teologia” fazia
parte de um complô do poder, vejamos: Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as
pessoas do partido de Herodes, começaram a fazer planos para matar Jesus.
- Jesus seria morto com “base teológica”!
A religião era usada por Herodes e fariseus como meio de manter seu poder e controle sobre
o povo. Fariseus e Herodianos se odiavam as, para manter seu poder, tornaram-se até
parceiros!
- (Ah! se aquilo que eles chamavam de “religião” fosse questionado!)
18
A verdade é que essa forma de pensar de Jesus já tinha precedentes na história de Israel.
Jesus, para refrescar a memória deles, lembra o incidente de Davi - I Sm 21:1-6:
Davi foi falar com o sacerdote Aimeleque, em Nobe. O sacerdote saiu tremendo para
se encontrar com Davi e disse: - Por que é que você veio aqui sozinho? Davi
respondeu: - Estou aqui a serviço do rei. Ele ordenou que eu não deixasse ninguém
saber o que ele me mandou fazer. Por isso, mandei que os meus soldados fossem
encontrar-se comigo em certo lugar. Agora diga: o que é que você tem para comer?
Me dê uns cinco pães ou qualquer outra coisa que você tiver. O sacerdote disse: - Eu
não tenho pão comum; só pão sagrado. Você pode levá-lo, se é que já faz algum
tempo que os seus soldados não tiveram relações sexuais. Davi respondeu: - Claro
que não tiveram. Nós não estivemos com nenhuma mulher. Os meus homens sempre
se mantêm puros quando saímos em missão comum. Quanto mais agora que estamos
em missão especial! Então o sacerdote deu a Davi os pães sagrados porque ele só
tinha os pães que haviam sido oferecidos ao Deus Eterno. Esses pães tinham sido
tirados da mesa sagrada e trocados por pães frescos. (1 Samuel 21:1-6 BLH)
Nota: “I Sm 21:1-6 traz o nome de Aimeleque, que foi o pai de Abiatar. Isso se explica pelo
fato de Abiatar e Aimeleque estarem ambos vivos, naquele tempo. Uma tradição judaica diz
que o acontecimento se deu no sábado”. [i]
-(É interessante notar a preocupação de Davi com a sua pureza e a de seus homens – que
inclusive foi exigida para que pudessem comer o pão!).
Mas, voltando ao pão, que pão sagrado era esse? (leia Levítico 24: 5-9)
Os pães que o sacerdote oficiante colocava todos os sábados, sobre a mesa dourada, no lugar
santo, diante do Senhor eram em número de doze, representando as doze tribos de Israel.;
decerto eram bem grandes , já que se empregava mais do que quatro litros de farinha em cada
pão. Eram servidos quentes no lugar santo, no sábado, dia no qual os antigos eram removidos.
Somente os sacerdotes tinham licença de comer aquele pão. Num caso de extrema
necessidade, Davi e seus homens quebraram essa lei. O pão nos lembra da comunhão
restaurada do homem com Deus através de Cristo, o Pão da Vida, João 6:35.[ii]
A atitude de Aimeleque faz-nos entender o profeta Oséias (que nos faz compreender nosso
Pai):
Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que
holocaustos. (Os.6:6 RA)
Deus é misericordioso, e espera que seu povo mostre misericórdia para com os demais e não
critique os misericordiosos. Ele não se deixa enganar ; a ausência dessa misericórdia não
pode ser substituída pela “ofertas de sacrifícios”, ainda que numerosos.
Finalmente Jesus nos ensina estratégia de crescimento de Sua Igreja: Uma comunidade
que foca nas pessoas torna-se irresistível:
Jesus e os discípulos foram até o lago da Galiléia. Junto com ele ia muita gente da
Galiléia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado leste do rio Jordão e da região
de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito
das coisas que ele fazia.
Boa meditação!
Jorge Wilson
[i]Bíblia Vida Nova – comentário de Mc 2:26.
[ii]Bíblia Vida Nova – comentário de Lv 24:5.
19
Carta a um intercessor
Alguns dias depois, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum, e logo se espalhou a
notícia de que ele estava em casa.
Muitas pessoas foram até lá, e ajuntou-se tanta gente, que não havia lugar nem
mesmo do lado de fora, perto da porta. Enquanto Jesus estava anunciando a
mensagem, trouxeram um paralítico. Ele estava sendo carregado por quatro homens,
mas, por causa de toda aquela gente, eles não puderam levá-lo até perto de Jesus.
Então fizeram um buraco no telhado da casa, em cima do lugar onde Jesus estava, e
pela abertura desceram o doente deitado na sua cama. E disse ao paralítico: -Meu
filho, os seus pecados estão perdoados. Alguns professores da Lei que estavam
sentados ali começaram a pensar: "O que é isso que esse homem está dizendo? Isso é
blasfêmia contra Deus! Ninguém pode perdoar pecados; só Deus tem esse poder!"
No mesmo instante Jesus soube o que eles estavam pensando e disse: -Por que vocês
estão pensando essas coisas? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados
estão perdoados" ou "Levante-se, pegue a sua cama e ande?” Pois vou mostrar a
vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados.
Então disse ao paralítico: -Eu digo a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para
casa. No mesmo instante o homem se levantou na frente de todos, pegou a cama e
saiu. Todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus, dizendo: -Nunca vimos uma
coisa assim! Jesus saiu outra vez e foi para o lago da Galiléia. Muita gente ia procurá-
lo, e ele ensinava a todos. (Marcos 2:1-13 BLH).
Até onde você iria por um amigo?
Um paralítico! (Talvez um tetraplégico - paralisado dos quatro membros - porque o texto não
fala em cadeira, só em leito).
A Bíblia narra sobre algumas pessoas, anônimas, que espero um dia poder conhecer. Nesse
texto aprendemos sobre quatro pessoas determinadas a colocar o amigo perante Jesus,
custasse o que custasse. O amigo era uma pessoa acamada.Esses homens ousaram o
suficiente em subir no telhado de uma casa que não lhes pertencia e descobrir, após várias
tentativas, onde fazer um buraco grande o bastante que lhes permitisse passar um leito.
- Dá para imaginar como ficou esse telhado?
Alguns professores da Lei que estavam sentados ali. Poderiam ser repreendidos dentro da
sua própria comunidade. Arriscaram até sua própria reputação, pois a casa estava cheia.
O intercessor
Enquanto leio o texto, vejo o intercessor como um desses quatro homens.
Primeiramente ele se compadece por uma pessoa e decide interceder por ela. Para um
intercessor, Jesus nunca está longe o suficiente, pois Sua Palavra, Suas Promessas, o Reino
de Deus dentro de nós torna os telhados acessíveis.
Em segundo lugar, o intercessor sabe que ninguém sobe num telhado sem olhar para o céu.
É de lá que vem a resposta que ele espera.
Em terceiro lugar, o intercessor é aquele que segura a cordas, e com firmeza! Minha oração
e meu amor são essas cordas que sustentam o meu próximo enquanto eu o desço e, com
todo cuidado, o aproximo de Jesus.
Jesus viu que eles tinham fé – acredito que o Mestre viu a face dos quatro amigos antes
mesmo de ver a do paralítico! (E se agradou com isso!).
20
Em quarto lugar, o intercessor sabe que intercessão é lugar de confronto. Não só a pessoa
por quem intercedo é confrontada, mas eu mesmo – seu intercessor, e talvez até antes! Foi
quando o leito começou a baixar que eles foram fitados por Jesus.
Em quinto lugar, o intercessor, como os quatro amigos, precisa esperar os tempos de Jesus.
Se eu fosse um dos quatro amigos provavelmente me impacientaria com Ele. Por que
perdoar pecados de meu amigo e não curá-lo logo de uma vez! (Tenho medo de não
aguentar mais e soltar a corda. E aí meu amigo cai)!
Mas não vai cair porque a força e a corda são dons do Pai e Seus dons são perfeitos.
Fique tranquilo. Sua corda não vai arrebentar!
Enquanto isso deixe Jesus ver a sua fé. Saiba que:
Deus não é injusto. Ele não esquece o trabalho que vocês fizeram nem o amor que lhe
mostraram na ajuda que deram e ainda estão dando aos seus irmãos e irmãs na fé. O
nosso profundo desejo é que cada um de vocês continue com entusiasmo até o fim,
para que, de fato, recebam o que esperam. Não queremos que se tornem preguiçosos,
mas que sejam como os que creem e têm paciência, para que assim recebam o que
Deus prometeu. (Hebreus 6:10-12 BLH)
... Para que, de fato, recebam o que esperam .
... Para que assim recebam o que Deus prometeu.
Boa meditação!
Jorge Wilson
21
Orando com as nossas dúvidas
Mas não deixe de orar
Após a sua transfiguração e descendo do monte onde estava Jesus encontrou seus
discípulos discutindo com os escribas: "Então ele interpelou os escribas: Que é que
discutíeis com eles?".
E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um
espírito mudo; e este, onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, rilha
os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não
puderam.
Então Jesus lhes disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até
quando vos sofrerei? Trazei-mo.
E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com
violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando.
Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a
infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar;
mas, se tu podes alguma cousa, tem compaixão de nós e ajuda-nos.
Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê.
E imediatamente o pai do menino exclamou (com lágrimas): eu creio, ajuda-me na
minha falta de fé." Mc 9: 14-24
A partir daí, Jesus expulsa o demônio e realiza a cura do menino.
Pr. Ricardo Barbosa (em Janelas para a vida pág.126), faz seu comentário ao texto (em
relação a esse pai) e cita Calvino:
Ele declara que crê, mas também confessa sua incredulidade. Embora esta afirmação pareça
inconsistente, de fato não existe ninguém que não experimente esta mesma sensação interior.
Fé perfeita não se encontra em lugar algum; portanto, todos somos parcialmente incrédulos.
Mas, em sua bondade, Deus nos perdoa e nos conta entre os que creem, a despeito de nossa
pequena porção de fé. De nossa parte, reagimos contra a incredulidade que permanece em nós
e lutamos contra ele pedindo que o Senhor nos corrija. Sempre que lutamos, precisamos voltar
para Deus em busca de conforto. Se considerarmos cuidadosamente o que Deus tem dado a
cada um de nós, ficará claro que dificilmente alguém terá uma fé forte, poucos uma fé mediana
e a maioria de nós terão somente uma pequena medida da fé.
Pr. Ricardo complementa: "Uma fé não-humana é aquela que não reconhece os limites de nossa
fraqueza!"
A segurança da fé repousa na confiança absoluta no Deus que nos criou e nos redimiu. O
fundamento da nossa segurança reside não em nós, mas nas promessas de Deus.
Seguiremos crendo e não crendo.
Nos momentos de dúvida, nossa oração será: Ajuda-me na minha falta de fé!
Boa meditação!
Jorge Wilson

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Meditando no evangelho de marcos(1)

  • 1. 1 Meditando com o Evangelho de Marcos Pintura de Pablo Veronese 1555, Veneza, Italia Fonte: http://saints.sqpn.com/saint-mark-the-evangelist-gallery/ Jorge Wilson N. Neves
  • 2. 2 Sumário Meditando com o Evangelho de Marcos......................................................................................3 O Fermento de Betsaida...........................................................................................................4 Os dois banquetes de Marcos 6 – o primeiro...........................................................................6 Os dois banquetes de Marcos 6 - O segundo ...........................................................................8 Você já tem a resposta? .........................................................................................................10 Deus não faz nada pela metade. E nem aceita.......................................................................11 O Templo - casa de oração para todos os povos onde eu aprendo a linguagem do coração. 14 O sermão de uma só palavra..................................................................................................16 Onde está o foco? ..................................................................................................................17 Carta a um intercessor ...........................................................................................................19 Orando com as nossas dúvidas ..............................................................................................21
  • 3. 3 Meditando com o Evangelho de Marcos O objetivo deste PDF é compartilhar alguns trechos do Evangelho de Marcos para meditação e crescimento, textos esses que foram usados em Pequenos grupos ou koinonias em nossa atividade devocional. O autor do Evangelho Também conhecido como João Marcos, era filho de Maria, em cuja casa reuniam-se os cristãos em Jerusalém no inicio (At 1:13). Provavelmente foi convertido pelo ministério de Pedro e discipulado por Barnabé. (At 12: 25 cf At 11:25). Foi uma carta escrita aos cristãos em Roma que viviam em tensão, pois se por um lado eram denunciados nas sinagogas por estarem rejeitando antigas tradições, por outro lado as autoridades romanas os perseguiam porque a lealdade a Jesus entrava em choque com a lealdade e adoração a César. Provavelmente recebeu esse evangelho pelas narrações de Pedro. Deve ter ministrado a Paulo na viagem à Ásia Menor (47-49 d.C.) suprindo-o dessas informações fornecidas por Pedro. Marcos expressa sua teologia nas narrativas da vida de Jesus, questões de interesse humano interligando diferentes episódios e, de certo modo convidando os leitores de uma cidade cosmopolita (Roma com 1 milhão de habitantes de diversos costumes, línguas e religiões) a identificarem suas experiências e vivências com as do Evangelho crescendo assim no conhecimento de Deus. Em 325 d.C. Eusébio, historiador da Igreja, refere que Marcos foi o primeiro evangelista enviado ao Egito onde fundou as igrejas de Alexandria e foi o primeiro bispo daquela cidade. sermon of st mark in alexandria by giovanni bellini painting Fonte: http://www.saleoilpaintings.com/paintings/giovanni-bellini/sermon-of-st-mark-in- alexandria.html Fontes de consulta para essa introdução: Dicionário Ilustrado da Bíblia Ronald F. Youngblood– Ed Vida Nova. Marcos – Introdução e Comentário por Dewey M. Mulholland – Ed Vida Nova
  • 4. 4 O Fermento de Betsaida 11 E, saindo os fariseus, puseram-se a discutir com ele; e, tentando-o, pediram-lhe um sinal do céu. 12 Jesus, porém, arrancou do íntimo do seu espírito um gemido e disse: Por que pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo que a esta geração não se lhe dará sinal algum. 13 E, deixando-os, tornou a embarcar e foi para o outro lado. 14 Ora, aconteceu que eles se esqueceram de levar pães e, no barco, não tinham consigo senão um só. 15 Preveniu-os Jesus, dizendo: Vede, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes. 16 E eles discorriam entre si: É que não temos pão. 17 Jesus, percebendo-o, lhes perguntou: Por que discorreis sobre o não terdes pão? Ainda não considerastes, nem compreendestes? Tendes o coração endurecido? 18 Tendo olhos, não vedes? E, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19 de quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam eles: Doze! 20 E de quando parti os sete pães para os quatro mil, quantos cestos cheios de pedaços recolhestes? Responderam: Sete! 21 Ao que lhes disse Jesus: Não compreendeis ainda?22 Então chegaram a Betsaida; e lhe trouxeram um cego, rogando-lhe que o tocasse. 23 Jesus, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia e, aplicando-lhe saliva aos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? 24 Este, recobrando a vista, respondeu: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. 25 Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito. 26 E mandou-o Jesus embora para casa, recomendando- lhe: Não entres na aldeia. Mc 8: 11-26 Acredito que no toque da saliva e na imposição de mãos por Jesus este homem já estaria curado e sua visão recobrada. Mas seu sentido de ver, sua consciência ou talvez sua alma talvez ainda estivesse “embaçada” - havia mais cura a realizar pois o ex-cego via tudo numa relação desconexa: Vejo os homens, porque como árvores os vejo, andando. Não devia ser cego de nascença, pois deveria saber o que era uma árvore e que árvore não anda.Então Jesus cuida dessa dificuldade em interpretar o que vê (ou interpretar a própria vida): Então, novamente lhe pôs as mãos nos olhos, e ele, passando a ver claramente, ficou restabelecido; e tudo distinguia de modo perfeito. Particularmente creio que a segunda cura aconteceu exatamente nesse aspecto de aumentar a fé desse homem provavelmente contaminada pela falta de fé total da cidade e oposição a Jesus. Por isso o Mestre se preocupou em que esse homem não retornasse ao clima de falta de fé de Betsaida quando disse: Não entres na aldeia. Acredito que isto possa acontecer conosco. Mesmo após conhecermos e sermos curados por Jesus temos dificuldades porque ainda estamos (ou pensamos que estamos) presos a religiões, culturas, idéias, traumas antigos, conceitos e preconceitos – nossa Betsaida particular . Talvez estejamos nela e não saibamos! E isso afeta nosso modo de ver o mundo (árvores) e as pessoas (homens) Betsaida era uma das cidades que entristeceram Jesus. Terra natal de Pedro André e Felipe. Seu nome significava em hebraico “Casa de pesca”. Leia o que Jesus fala dela: Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, se os milagres que foram feitos em vocês tivessem sido feitos nas cidades de Tiro e de Sidom, os seus moradores já teriam abandonado os seus pecados há muito tempo. E, para mostrarem que estavam arrependidos, teriam vestido roupa feita de pano grosseiro e teriam jogado cinzas na cabeça! Pois eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, Deus terá mais pena de Tiro e de Sidom do que de vocês, Corazim e Betsaida. Mt 11:21-22 Interessante como esse clima de falta de fé interfere até no próprio Cristo que prefere levar o cego para fora da cidade. Teria esse clima de falta de fé interferido na cura desse homem que, afinal de contas, se deu em dois estágios?
  • 5. 5 A boa notícia! Mas Jesus vem nos achar em nossa “Betsaida “ – a terra da descrença. Na época de Cristo, fermento simbolizava a corrupção espiritual daqueles que procuravam derrotar o Messias. O texto fala que o cego foi trazido. (Benditos aqueles que se dispõem a nos levar ao conhecimento de Cristo – sim, haviam cristãos espiritualmente muito fortes que não se corromperam por aquele fermento em Betsaida. Se estamos num lugar onde não aceitam que sejamos sal da terra e luz do mundo é melhor sair de lá senão eles é que irão salgar a gente. Leia Mc 8: 11-26 o como se você fosse o cego e sinta os dois toques de Jesus – no corpo e na alma! Jorge Wilson
  • 6. 6 Os dois banquetes de Marcos 6 – o primeiro É preciso firmar posição 14 O rei Herodes ouviu falar de tudo isso porque a fama de Jesus se havia espalhado por toda parte. Alguns diziam: - Esse homem é João Batista, que ressuscitou! Por isso esse homem tem poder para fazer milagres.15 Outros diziam que ele era Elias. Mas alguns afirmavam: -Ele é profeta, como um daqueles profetas antigos. 16 Quando Herodes ouviu isso, disse: - Ele é João Batista! Eu mandei cortar a cabeça dele, e agora ele ressuscitou! 17 Pois tinha sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, amarrar as suas mãos e jogá-lo na cadeia. Ele havia feito isso por causa de Herodias, com quem havia casado, embora ela fosse esposa do seu irmão Filipe. 18 Por isso João tinha dito muitas vezes a Herodes: "Pela nossa Lei você é proibido de casar com a esposa do seu irmão!" 19 Herodias estava furiosa com João e queria matá-lo. Mas não podia 20 porque Herodes tinha medo dele, pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo. 21 Porém no dia do aniversário de Herodes apareceu a ocasião que Herodias estava esperando. Nesse dia Herodes deu um banquete para as pessoas importantes do seu governo: altos funcionários, chefes militares e autoridades da Galiléia. 22 Durante o banquete a filha de Herodias entrou no salão e dançou. Herodes e os seus convidados gostaram muito da dança. Então o rei disse à moça: - Peça o que quiser, e eu lhe darei. 23 E jurou: - Prometo que darei o que você pedir, mesmo que seja a metade do meu reino! 24 Ela foi perguntar à sua mãe o que devia pedir. E a mãe respondeu: - Peça a cabeça de João Batista. 25 No mesmo instante a moça voltou depressa onde estava o rei e pediu: - Quero a cabeça de João Batista num prato, agora mesmo! 26 Herodes ficou muito triste, mas, por causa do juramento que havia feito na frente dos convidados, não pôde deixar de atender ao pedido da moça. 27 Mandou imediatamente um soldado da guarda trazer a cabeça de João. O soldado foi à cadeia, cortou a cabeça de João, 28 pôs num prato e deu àmoça. E ela a entregou à sua mãe. 29 Quando os discípulos de João souberam disso, vieram, levaram o corpo dele e o sepultaram. (Marcos 6:14-29 BLH) O menu de Herodias O que ninguém sabia é que a mulher de Herodes (Herodias) tinha um menu diferente para aquele banquete – João. Preparou sua filha Salomé para surpreender Herodes, àquela altura talvez já bêbado. Herodias fez isso porque não conseguia fazer a cabeça do rei sobre João e queria constrangê-lo, pela sua própria palavra, na frente de seus convivas (pois se um rei não tem palavra, como aqueles dignitários presentes poderiam continuar a dignificá-lo como rei? Herodes ficaria numa situação delicada politicamente falando). Herodes tinha medo dele (João), pois sabia que ele era um homem bom e dedicado a Deus. Por isso Herodes protegia João. E, quando o ouvia falar, ficava sem saber o que fazer, mas mesmo assim gostava de escutá-lo. (Parecia que o rei gostava do profeta e queria protegê-lo de alguma forma de Herodias). O problema de Herodes é que a palavra profética é integral, não funciona por partes. Talvez suas conversas com João lhe consolassem de alguma forma, mas não aceitava a exortação sobre seu pecado sexual. Talvez quisesse comprar o perdão de Deus tratando bem João Batista. Mas a verdade é que não basta que eu seja bonzinho com o profeta, ou goste de escutar o que ele diz, ou contribua ($$$) para o ministério dele. A verdade é que não adianta ficar perto da Palavra ou do profeta e até mesmo protegê-lo. Preciso deixar que a Palavra cumpra sua função em mim – edificando, exortando e consolando (I Co 14:3). E a partir daí preciso tomar posição social como crente em Cristo. O exemplo de Davi no Salmo 63. 1 Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. 2 Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória. 3 Porquanto a tua
  • 7. 7 benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão. 4 Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. 5 A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios. 6 quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite, 7 pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas asas. 8 A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta. 9 Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para as profundezas da terra. 10 Serão entregues ao poder da espada, servidão de pasto aos chacais. 11 Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira. O Salmo 63 nos apresenta o Rei Davi, no deserto, fugindo de seu filho Absalão que dera um golpe de Estado. Numa certa altura da fuga Davi manda que os sacerdotes que iam com ele e levavam a Arca do Senhor -símbolo da presença de Senhor entre seu povo, levassem consigo a Arca de volta a Jerusalém, para o Templo (2 Sm 15:25) . Davi, então, longe daquilo que representava a presença do Senhor - a Arca - descobre longe dela os seus sentimentos com o Pai e os coloca no Salmo 63. Descobriu que Deus não é prisioneiro de seu santuário. O deserto é o cenário seco e desolador que deu origem a esses pensamentos e sentimentos de Davi. Davi reconhece intimamente que: 1. "A minha alma tem sede de Ti "(v.1). 2. "O meu corpo te almeja" (v.1). 3. "A Tua Graça é melhor do que a vida"(v.3) 4. "A minha alma apega-se a Ti."(v.8) A partir do v.5 Davi declara que "farta-se a minha alma" em contraste com "A minha alma tem sede de Ti "(v.1). Buscou a intimidade com o Pai e a encontrou lá mesmo no deserto. Davi ficou tão ligado nos seus sentimentos de devoção ao Pai que só no v. 9 vai se lembrar de seus inimigos. Davi sabe que não precisa de intermediários para seu encontro com Deus e nos ensina a tomarmos posição diretamente com o Pai. O que sobrou em Davi faltou em Herodes. Veja que a falta de posicionamento de Herodes o fez cair na armadilha de Herodias e Salomé. Não basta frequentarmos uma igreja ou termos pais ou esposo(a) cristão .Meu Pai espera de mim um posicionamento pessoal hoje com Ele. Leia novamente o salmo 63 . Ore o salmo como se fosse seu e firme sua posição com o PAI. Jorge Wilson
  • 8. 8 Os dois banquetes de Marcos 6 - O segundo 30 Os apóstolos voltaram e contaram a Jesus tudo o que tinham feito e ensinado. 31 Havia ali tanta gente, chegando e saindo, que Jesus e os apóstolos não tinham tempo nem para comer. Então ele lhes disse: - Venham! Vamos sozinhos para um lugar deserto a fim de descansarmos um pouco. 32 Então foram sozinhos de barco para um lugar deserto. 33 Porém muitas pessoas os viram sair e os reconheceram. De todos os povoados, muitos correram pela margem e chegaram lá antes deles. 34 Quando Jesus desceu do barco, viu a multidão e teve pena daquela gente porque pareciam ovelhas sem pastor. E começou a ensinar muitas coisas. 35 De tardinha, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: - Já é tarde, e este lugar é deserto. 36 Mande esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e povoados de perto daqui e comprem alguma coisa para comer. 37 Mas Jesus respondeu: - Deem vocês mesmos comida a eles. Os discípulos disseram: -Para comprarmos pão para toda esta gente, nós precisaríamos de duzentas moedas de prata. 38 Jesus perguntou: - Quantos pães vocês têm? Vão ver. Os discípulos foram ver e disseram: - Temos cinco pães e dois peixes. 39 Então Jesus mandou o povo sentar-se em grupos na grama verde. 40 Todos se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 41 Aí Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, olhou para o céu e deu graças a Deus. Depois partiu os pães e os entregou aos discípulos para que eles distribuíssem ao povo. E também dividiu os dois peixes com todos. 42 Todos comeram e ficaram satisfeitos. 43 E os discípulos ainda recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. 44 Foram cinco mil os homens que comeram os pães. (Marcos 6:30-44 BLH) Diferentemente do primeiro banquete de Marcos 6 – o de Herodes, este era bem mais pobre e numeroso. Os discípulos haviam feito trabalho evangelístico de campo onde não tiveram tempo nem para se alimentar direito. Deviam estar tão exaustos que Jesus achou melhor conduzi-los a um retiro para descanso, mas.... O retiro adiado De alguma forma o povo soube aonde iriam e lá estavam na praia aguardando Jesus... e os discípulos tiveram de esperar – cansados e famintos . Além de esperarem, Jesus lhes pede que providenciem um banquete, não para eles, mas para o povo. Haviam servido ao povo e teriam de fazê-lo novamente. É uma das tensões do ministério:- Deem vocês mesmos comida a eles Cansados e famintos os discípulos voltaram à ativa. Certamente estavam preocupados com o estado de cansaço do povo, pois foram eles, os discípulos, que interpelaram Jesus: - Já é tarde, e este lugar é deserto. 36 Mande esta gente embora, a fim de que vão aos sítios e povoados de perto daqui e comprem alguma coisa para comer. Acredito que nunca esperariam Jesus dizer - Deem vocês mesmos comida a eles. Jesus ensina que a fome dos que ministram não é maior nem precisa ser saciada antes do nosso irmão, mas que Ele, Jesus, providencia para todos ao mesmo tempo. Jesus mandou que procurassem alimento e eles encontraram de onde menos esperavam – uma criança – conforme João 6:9. Embora cansados e famintos, os discípulos foram os encarregados da distribuição do alimento. O mistério do compartilhar Se cada discípulo tinha um cesto, ao final da distribuição com todo o povo saciado, os cestos continuavam cheios. É o mistério do compartilhar. Damos, e ainda sobra. Saímos para o ministério, nos cansamos e na volta podemos mostrar nossos cestos cheios e contar como foi que eles encheram. Jesus fez os discípulos carregarem esses cestos, acho eu, para se lembrassem sempre dessa verdade . É a alegria do ministério – mostrar o cesto.
  • 9. 9 O pós-banquete (o segundo) O cenário era o da morte de João Batista (Mt 14:1-12). Jesus se compadeceu da multidão porque tinham ido à pé e traziam seus doentes (Mt14:13). Chegando a tarde os discípulos, preocupados com o povo, exortaram o Mestre a despedir as multidões para que, passando pelos campos ao redor e pelas aldeias, comprem para si o que comer. Jesus, no entanto , surpreende os discípulos ordenando: Dai-lhes vós mesmos de comer. - Perplexidade - nossa e dos discípulos! Dai-lhes vós mesmos de comer. Jesus chama a atenção para o fato de que os chamou para serem os pastores do rebanho do Messias, mas que jamais poderiam fazer esse pastoreio pelas próprias forças. Para “alimentar as ovelhas' dependeriam de Jesus. O interessante é que Jesus solicita que lhe tragam seus recursos disponíveis e não abre mão dos cinco pães e dois peixes trazidos por um rapaz (Jo 6:8). E a partir dessa oferta, Jesus realiza o milagre - alimenta a multidão. Os cinco mil beneficiados, que eram vistos pelo Mestre como ovelhas que não têm pastor – foram alimentados. Aparentemente estava tudo resolvido - povo despedido e alimentado. Porém, quanto aos discípulos, a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o milagre dos pães. (Marcos 6:52 Bíblia na Linguagem de Hoje) Em João 6:15 (texto paralelo), após esse milagre o povo queria fazer de Jesus rei. Seria uma espécie de “um segundo Moisés, pois o primeiro dera de comer ao povo pão do céu no deserto”. Provavelmente isto teria contaminado os discípulos de modo a confundi-los quanto à verdadeira natureza do Reino que Jesus queria implantar e, desse modo, Jesus preferiu afastar seus discípulos enviando-os de barco para Cafarnaum. Preocupado com seus discípulos de “mente...fechada”, Jesus dá um tempo para orar dando exemplo sobre “o que fazer nos momentos de perplexidade” – procurar um lugar solitário... e orar! E Deus responde à oração de Jesus: Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e ele (Jesus), sozinho em terra. Os discípulos estavam com dificuldade de progredir viagem, pois soprava um vento forte e as águas estavam agitadas. Havia dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário. E assim ficaram no lago desde a tarde daquele dia até à quarta vigília da noite (das 3h às 6h da manhã). A experiência de Pedro. Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento. E os que estavam no barco o adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus! (Mateus 14:25-33 RA) Jesus ensinou aos discípulos e a Pedro que é até possível ir ter com Ele por sobre as águas – essas águas agitadas são as nossas rejeições, doenças, abandono, desemprego, ressentimento etc....Mas, se tivermos medo e submergirmos Ele prontamente estenderá Sua mão para nos salvar- Ele está sempre por perto! Jesus não reclamou de Pedro ter afundado e gritado; só o estimulou a ter mais fé! Se no mar que você navega estiver cercado como esses discípulos, continue mantendo os olhos para Jesus e peça mais fé para andar sobre essas águas. Olhe para Ele e se preciso, clame como Pedro:- Salva-me, Senhor! Só os que passarem por essa experiência poderão “dar de comer” a alguém! Aproveite sua viagem! Jorge Wilson
  • 10. 10 Você já tem a resposta? 46 Depois chegaram a Jericó. E, ao sair ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, estava sentado junto do caminho um mendigo cego, Bartimeu filho de Timeu. 47 Estes, quando ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!48E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim.49Parou, pois, Jesus e disse: Chamai-o. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama. 50 Nisto, lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus. 51 Perguntou-lhe o cego: Que queres que te faça? Respondeu-lhe o cego: Mestre, que eu veja. 52 Disse-lhe Jesus: Vai, a tua fé te salvou. E imediatamente recuperou a vista, e foi seguindo pelo caminho. (Mc 10: 46-52) A resposta de Bartimeu A história de Bartimeu tem muito a ver com a dinâmica de muitas de nossas orações. Inicialmente começamos a pedir pela compaixão de Jesus. Logo depois surgem vozes para que nos calemos - não atrapalhe! Verificamos então que precisamos vencer as vozes (clamar) que nos mandam calar- E muitos o repreendiam, para que se calasse – essas vozes nos sugerem que Jesus tem algo mais importante a fazer do que ligar para os nossos problemas, pois - Afinal, tem tanta gente pior que você - não seja egoísta! A história nos diz que algumas pessoas fizeram a ponte entre Jesus e Bartineu - E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama - verdadeiros missionários do bem que obedeceram à ordem de Jesus: Chamai-o! (Benditos missionários!) Enquanto Bartimeu não ouviu Jesus, pelo menos ouviu a chamada dos enviados por Jesus. Para melhor ir até Jesus, Bartimeu largou de mão provavelmente a única coisa que possuía - sua capa - lançando de si a sua capa, de um salto se levantou e foi ter com Jesus . Finalmente - a pergunta. Jesus pergunta a Bartimeu que idéia que fazia de seu problema: Que queres que te faça? Se Deus aparecesse em sua oração e fizesse a mesma pergunta o que você responderia para Ele? Que idéia você faz de sua vida , onde está o nó que te faz sofrer? Escreva aqui o que você responderia a Jesus: ______________________________________ Boa meditação! Melhores repostas! Jorge Wilson
  • 11. 11 Deus não faz nada pela metade. E nem aceita. Um conselho para o futuro Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na frente dele e perguntou: - Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? Jesus respondeu: - Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: "Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe". - Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos! -respondeu o homem. Jesus olhou para ele com amor e disse: - Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga. Quando o homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste. (Marcos 10:17-22 BLH) O problema. Dizem que rico não tem problema, mas não é bem assim; o jovem rico – tinha! Ele sabia que lhe faltava algo. Se era jovem e rico é porque provavelmente havia herdado de alguém. Só que, a herança veio incompleta. Ele sentia que precisava "herdar mais", precisava garantir o futuro além daquilo que chamamos morte. Para ele só faltava - a vida eterna. O jovem. Sem dúvida era uma pessoa de qualidades, seguia a ética da Lei com rigor – talvez fosse de família religiosa. Jesus mesmo reconhecia que só faltava uma única coisa para ele fazer. Ele até havia conseguido vislumbrar em Jesus o Mestre que poderia levá-lo a conseguir a vida eterna. O Mestre. Jesus lhe diz: Falta mais uma coisa para você fazer. Jesus traz o futuro para o presente quando diz que é preciso abrir espaço total para as coisas do Reino, colocando suas coisas em outra perspectiva. Vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu faria este jovem experimentar a alegria que é própria da Compaixão , pois o acúmulo de riquezas não é alegre, mas preocupado – sempre quer novas garantias . Em suma – a herança do Reino de Deus é decidida no tempo que se chama hoje ! A tristeza. O problema do jovem é o mesmo nosso. Só confiamos em algo que podemos controlar (ou pensamos que podemos). A maior parte de nós desconfia de Deus – até mesmo os seres perfeitos – Adão e Eva. Achamos que, de repente, Deus pode mudar de lado, olhar de cara feio para nós e nos punir ("Pra que colocar todos os ovos numa cesta só?" Não é assim que se diz por aí). E aí queremos Deus mais as outras garantias! O Pai. - Só que Deus não faz nada pela metade; e nem aceita! Ele sabe que essas outras coisas, as "tais garantias" nos distraem de uma verdadeira comunhão com ele, pois passam a ocupar o centro de nossa mente e emoções. Julio Ortiz, comentando a vida no Reino, nos ensina: Jesus disse em Mateus 13 que o Reino de Deus era como um mercador que estava procurando finas pérolas. E quando ele encontrou a pérola de grande valor, ele vendeu tudo o
  • 12. 12 que possuía a fim de adquiri-la. Sei que alguns cristãos pensam que esta história ensina que nós somos a pérola de grande preço, e Cristo teve que abandonar tudo para nos redimir. Mas agora compreendemos que ele (Jesus) é a pérola de grande valor. Nós somos os comerciantes, à cata de felicidade, segurança e vida eterna. E quando encontramos Jesus, temos que entregar tudo. Ele tem felicidade, alegria, paz, saúde, segurança, eternidade – tudo. E então nós dizemos: "Quero esta pérola. Quanto custa?" "Bem", diz o joalheiro, "ela é muito cara". "Quanto é?" Perguntamos. "É uma soma bem considerável". "O senhor acha que eu poderia comprá-la?" "Ah, naturalmente. Qualquer pessoa pode". "Mas o senhor não disse que era muito cara?" "Disse". "Quanto é, então?" "Tudo o que você possui", responde o vendedor. Pensamos um pouco, e depois dizemos: "Está bem; eu compro". "Então vamos ver o que é que você possui. Vamos anotar tudo aqui". "Bem, tenho dez mil dólares no banco". "Dez mil dólares. Ótimo. E o que mais?" "Só isto. È tudo o que possuo". "Nada mais?" "Bem, tenho alguns trocados no bolso". "Quanto?" Enfiamos a mão no bolso. "Bem, aqui está, trinta, quarenta, sessenta, oitenta, cem, cento e vinte dólares". "Ótimo. O que mais você tem?" "Nada mais. Isto é tudo". "Onde você mora?" Indaga ele, querendo sondar. "Em minha casa. É, eu tenho uma casa". "Então, dê a casa também", e acrescenta a casa na lista.
  • 13. 13 "Está querendo dizer que tenho que morar em minha tenda de camping?" "Possui uma tenda também? Ela também entra no negócio. O que mais?" "Terei que dormir no carro". "Ah, possui um carro?" "Dois". "Todos os dois passam a ser meus. O que mais?" "Bem, o senhor já está com meu dinheiro, minha casa, minha tenda, meus carros. O que mais quer?" "Você é só no mundo?" "Não, tenho esposa e dois filhos...". "Então a esposa e os filhos são meus também. O que mais?"? "Não resta mais nada. Estou sozinho agora". De repente o mercador exclama: "Ah, quase me esquecia. Você também. Tudo agora é meu – sua esposa, filhos, dinheiro, carros e você também!". E depois continua: "Agora escute: deixarei que você fique com estas coisas por enquanto. Mas não se esqueça de que elas são minhas assim como você também. E quando eu precisar de qualquer uma delas, você terá que entregá-las, pois eu sou o proprietário". E é assim, que as coisas se passam quando estamos sob o domínio de Jesus Cristo. 1 O nosso amanhã está guardado no amor de Deus. A crença em que: Hoje é o tempo de Deus – liberta-nos da ansiedade em predizer o futuro e então passamos a viver na confiança de que Deus nunca nos abandonará. Se o mundo traz aflições é lembrar o que Jesus falou: Eu venci o mundo. (João 16:33 BLH). Boa meditação! Jorge Wilson 1 Julio Ortiz – O Discípulo. Ed Betânia. Venda Nova.Págs 37-38
  • 14. 14 O Templo - casa de oração para todos os povos onde eu aprendo a linguagem do coração. Quando Jesus e os discípulos chegaram a Jerusalém, ele entrou no pátio do Templo e começou a expulsar todos os que compravam e vendiam naquele lugar. Derrubou as mesas dos que trocavam dinheiro e as cadeiras dos que vendiam pombas. E não deixava ninguém atravessar o pátio do Templo carregando coisas. E ele ensinava a todos assim: - Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será chamada de casa de oração para todos os povos." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões! Os chefes dos sacerdotes e os professores da Lei ouviram isso e começaram a procurar um jeito de matar Jesus. Mas tinham medo dele porque o povo admirava os seus ensinamentos. (Marcos 11:15- 18 BLH) Entendendo o cenário. (Tudo isto aconteceu após a Entrada Triunfal em Jerusalém.) Em Mt 21:12 temos o texto paralelo à este (de Marcos) e onde a Bíblia Vida Nova faz o seguinte comentário: “Na manhã de segunda –feira Jesus continua o obra de moralização do templo que havia dado início três anos antes, em Jerusalém (Jo 2:14).A profanação voltou a invadir novamente o recinto sagrado. Era necessário haver uma certa transação financeira para se poder vender sacrifícios e cambiar moedas do templo com os que vinham de longe. Não era, porém, correto ocupar-se o recinto inteiro com extorcionistas que roubavam o dinheiro dos peregrinos (no câmbio). O culto estava tornando-se apenas uma desculpa para o comércio fraudulento: a venda dos animais cultualmente aceitáveis se realizava a preços bastante elevados. As moedas estrangeiras não eram aceitáveis nas urnas (caixa das ofertas) por serem cunhadas com imagens do imperador (que era tido por um deus) ou de várias divindades”.[i] Os peregrinos eram “roubados” no câmbio de suas moedas (vinham de terras distantes) quando iam ao Templo de Jerusalém para ofertar e fazer sacrifícios. Só valia a moeda local e a“panelinha’ do templo se encarregava desse câmbio (a favor deles, claro!). Não havia temor ao Senhor. (Culto solene? Só no coração dos peregrinos!). E isso já vinha de antes. Em Malaquias (final do Velho Testamento) já líamos o seguinte quando o Senhor, através do profeta exortou os sacerdotes: Eu sou adorado em todos os países do mundo, e em todos os lugares queimam incenso em minha honra e me oferecem sacrifícios puros. Todos me honram. Mas vocês me ofendem quando pensam que têm o direito de profanar o meu altar e que os sacrifícios que oferecem não valem nada. Vocês dizem: "Já estamos cansados de tudo isso!" e riem de mim e me tratam com desprezo. E ainda me oferecem um animal roubado ou um animal aleijado ou doente. Vocês acham que eu, o Deus Eterno, vou aceitar isso? (Malaquias 1:11-13 BLH) Atualmente nos reunimos, como igrejas, em lugares dos mais variados: estádios, galpões, fábricas antigas, quadras de esporte e até mesmo – circos! Nada contra! Gosto da informalidade. O que não se pode perder de vista é que o culto ao Senhor continua solene! A solenidade começa no coração. Solene vem do lat. sollémnis ou sollénis, -consagrado – dedicado a Deus.[ii] Perde-se a solenidade quando, por exemplo, os nossos pensamentos e sentimentos me distanciam do Pai, e aí eu ficamos cansados de tudo isso! E então, o que era fim vira um
  • 15. 15 meio: vou à igreja para ver meus amigos, arrumar uma namorada. Afinal, todos ali são gente de bem. E quando eu penso assim, esqueço que meu Pai é grande Rei . Mas, desde o nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o meu nome; e em todo lugar lhe é queimado incenso e trazidas ofertas puras, porque o meu nome é grande entre as nações, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 1:11 RA) Pois maldito seja o enganador, que, tendo um animal sadio no seu rebanho, promete e oferece ao SENHOR um defeituoso; porque eu sou grande Rei, diz o SENHOR dos Exércitos, o meu nome é terrível entre as nações. (Malaquias 1:14 RA) O culto solene e a criação da linguagem de amor. Jesus, a seu tempo, intervém para resgate de significado do Templo :casa de oração para todos os povos . Fazia parte de sua missão e Ele o faz com firmeza!. Ser uma casa de oração significa ser o lugar de construção de uma linguagem, pois oração é a linguagem da comunhão entre nós e o Pai. Esta linguagem é que manterá em nós a solenidade do coração. Como ir ao templo? Eugene Peterson aprendeu essa verdade com George Arthur Buttrick , pastor onde ele, Peterson, foi seminarista: Os pastores pensam que as pessoas vão à igreja ouvir sermões. Mas, não é assim, Elas vão para orar e aprender a orar. Posteriormente, o próprio Peterson chegou às suas próprias conclusões: Se a primordial tarefa da pregação do pastor é a conversão de vidas, a principal tarefa do ensino (bíblico) é a conversão da linguagem. [iii] Ao dizer que o templo é a casa de oração, Jesus nos diz que o mesmo é o lugar de intimidade e relacionamento. É onde podemos, como corpo, desenvolver a linguagem comunitária entre Pai e filho (a), cheia de significado. É onde individualmente expressamos nossa condição humana e recebemos o Seu perdão e a Sua graça. Entrar no Templo significa levar conosco o melhor do nosso louvor, de nossa atenção, da nossa adoração, procurando ver em nossa vida a ação da Graça do Pai e dando glórias a Ele por isso. Finalmente, é onde alcançamos o máximo da linguagem do amor que nos ensina a dizer carinhosa e solenemente... - Aba! Pai! Boa meditação! Jorge Wilson [i] Bíblia Vida Nova. São Paulo. Vida Nova.1991. 15ª ed. p.31. [ii] Dicionário eletrônico Houaiss . Ed. eletrônica. 2002. [iii] Peterson E. O pastor contemplativo. Rio de Janeiro. Textus. P.108.
  • 16. 16 O sermão de uma só palavra. 31 Jesus saiu da região que fica perto da cidade de Tiro, passou por Sidom e pela região das Dez Cidades e chegou ao lago da Galiléia. 32 Algumas pessoas trouxeram um homem que era surdo e quase não podia falar e pediram a Jesus que pusesse a mão sobre ele. 33 Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. 34 Depois olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse ao homem: -"Efatá!" (Isto quer dizer: "Abra-se!") 35 E naquele momento os ouvidos do homem se abriram, a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade. 36 Jesus ordenou a todos que não contassem para ninguém o que tinha acontecido; porém, quanto mais ele ordenava, mais eles falavam do que havia acontecido. 37 E todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: -Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem! (Marcos 7:31-37 BLH) Imagine-se por alguns minutos sem poder falar ou ouvir. É como se tudo fosse um grande cinema mudo (e sem música). Você só pode ver e sentir. Tal era esse homem do texto – engaiolado dentro de si mesmo. Jesus e os espaços O texto nos diz que Jesus o tirou do meio da multidão e o levou para um lugar á parte. Procurou se comunicar com esse homem num lugar especial. Ele sempre tem um espaço especial de cura para as pessoas. A comunicação Além do contato visual estabelece contato físico nas áreas de deficiência daquele homem. 33 Jesus o tirou do meio da multidão e pôs os dedos nos ouvidos dele. Em seguida cuspiu e colocou um pouco da saliva na língua do homem. A intercessão Em seguida olhou para o céu, pois é de lá que vem toda resposta a nossas orações. Jesus revela mais uma vez sua total dependência do Pai. Então deu um suspiro profundo. Aqui Jesus demonstra, além de sua compaixão pelo homem, uma profunda luta espiritual contra qualquer força maligna que estivesse dominando o enfermo. Ele é como um médico que se permite a doença para melhor entender e curar seu paciente. Então Jesus diz: Efatá Em aramaico, quer dizer: “Abre”. É a vitória sobre o mal. E naquele momento os ouvidos do homem se abriram e a sua língua se soltou, e ele começou a falar sem dificuldade. Esse homem sentiu o toque de Jesus em suas áreas mais críticas – ouvidos e língua. Numa espécie de sermão particular e sem palavras Jesus comunicou acolhimento, amor e compreensão. ...todas as pessoas que o ouviam ficavam muito admiradas e diziam: - Tudo o que faz ele faz bem; ele até mesmo faz com que os surdos ouçam e os mudos falem! Diga o mesmo. Jorge Wilson
  • 17. 17 Onde está o foco? Pergunte a Aimeleque Num sábado, Jesus e os seus discípulos estavam atravessando uma plantação de trigo. Enquanto caminhavam, os discípulos iam colhendo espigas. Então alguns fariseus perguntaram a Jesus: -Por que é que os seus discípulos estão fazendo uma coisa que a nossa Lei proíbe fazer no sábado? Jesus respondeu: - Vocês não leram o que Davi fez, quando ele e os seus companheiros não tinham comida e ficaram com fome? Ele entrou na casa de Deus, na época do Grande Sacerdote Abiatar, comeu os pães oferecidos a Deus e os deu também aos seus companheiros. No entanto, é contra a nossa Lei alguém comer desses pães; somente os sacerdotes têm o direito de fazer isso. E Jesus terminou: - O sábado foi feito para servir as pessoas, e não as pessoas para servirem o sábado. Portanto, o Filho do Homem tem autoridade até mesmo sobre o sábado. Jesus foi outra vez à sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos aleijada. Estavam também na sinagoga algumas pessoas que queriam acusar Jesus de desobedecer à Lei; por isso ficaram espiando Jesus com atenção para verem se ele ia curar o homem no sábado. Ele disse para o homem: - Venha cá! E perguntou aos outros: -O que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer? Ninguém respondeu nada. Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não queriam entender. E disse para o homem: - Estenda a mão! O homem estendeu a mão, e ela sarou. Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes, começaram a fazer planos para matar Jesus. Jesus e os discípulos foram até o lago da Galileia. Junto com ele ia muita gente da Galileia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. (Marcos 2:23-3:8 BLH) O texto nos ensina a pensar sobre onde colocarmos nosso foco. Os viajantes, em Israel, tinham o direito de tirar algo das plantações unicamente para satisfazer sua fome (Dt 23:25).O problema foi fazer isso no sábado – dia do descanso. Da mesma forma, no caso da cura, a presença de um doente deu margem ao teste para provar que Jesus era um contumaz violador da Lei. Naquela época seria legal curar um homem no sábado desde que fosse caso de risco de vida. Não era o caso; Jesus poderia ter deixado o milagre para o dia seguinte – seria politicamente correto! - (Sorte nossa que Ele não foi!). Jesus demonstra que Ele tem poder para interpretar com autoridade a lei Mosaica.. Nem mesmo uma instituição divina como o descanso sabático tem valor absoluto, pois deve ceder à caridade e o cuidado com o próximo. Jesus ensinou que o sofrimento das pessoas deve estar acima daquilo que achamos ser a nossa compreensão teológica. Nossa teologia não é maior do que as pessoas. Nesse caso, inclusive, uma “teologia” fazia parte de um complô do poder, vejamos: Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes, começaram a fazer planos para matar Jesus. - Jesus seria morto com “base teológica”! A religião era usada por Herodes e fariseus como meio de manter seu poder e controle sobre o povo. Fariseus e Herodianos se odiavam as, para manter seu poder, tornaram-se até parceiros! - (Ah! se aquilo que eles chamavam de “religião” fosse questionado!)
  • 18. 18 A verdade é que essa forma de pensar de Jesus já tinha precedentes na história de Israel. Jesus, para refrescar a memória deles, lembra o incidente de Davi - I Sm 21:1-6: Davi foi falar com o sacerdote Aimeleque, em Nobe. O sacerdote saiu tremendo para se encontrar com Davi e disse: - Por que é que você veio aqui sozinho? Davi respondeu: - Estou aqui a serviço do rei. Ele ordenou que eu não deixasse ninguém saber o que ele me mandou fazer. Por isso, mandei que os meus soldados fossem encontrar-se comigo em certo lugar. Agora diga: o que é que você tem para comer? Me dê uns cinco pães ou qualquer outra coisa que você tiver. O sacerdote disse: - Eu não tenho pão comum; só pão sagrado. Você pode levá-lo, se é que já faz algum tempo que os seus soldados não tiveram relações sexuais. Davi respondeu: - Claro que não tiveram. Nós não estivemos com nenhuma mulher. Os meus homens sempre se mantêm puros quando saímos em missão comum. Quanto mais agora que estamos em missão especial! Então o sacerdote deu a Davi os pães sagrados porque ele só tinha os pães que haviam sido oferecidos ao Deus Eterno. Esses pães tinham sido tirados da mesa sagrada e trocados por pães frescos. (1 Samuel 21:1-6 BLH) Nota: “I Sm 21:1-6 traz o nome de Aimeleque, que foi o pai de Abiatar. Isso se explica pelo fato de Abiatar e Aimeleque estarem ambos vivos, naquele tempo. Uma tradição judaica diz que o acontecimento se deu no sábado”. [i] -(É interessante notar a preocupação de Davi com a sua pureza e a de seus homens – que inclusive foi exigida para que pudessem comer o pão!). Mas, voltando ao pão, que pão sagrado era esse? (leia Levítico 24: 5-9) Os pães que o sacerdote oficiante colocava todos os sábados, sobre a mesa dourada, no lugar santo, diante do Senhor eram em número de doze, representando as doze tribos de Israel.; decerto eram bem grandes , já que se empregava mais do que quatro litros de farinha em cada pão. Eram servidos quentes no lugar santo, no sábado, dia no qual os antigos eram removidos. Somente os sacerdotes tinham licença de comer aquele pão. Num caso de extrema necessidade, Davi e seus homens quebraram essa lei. O pão nos lembra da comunhão restaurada do homem com Deus através de Cristo, o Pão da Vida, João 6:35.[ii] A atitude de Aimeleque faz-nos entender o profeta Oséias (que nos faz compreender nosso Pai): Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos. (Os.6:6 RA) Deus é misericordioso, e espera que seu povo mostre misericórdia para com os demais e não critique os misericordiosos. Ele não se deixa enganar ; a ausência dessa misericórdia não pode ser substituída pela “ofertas de sacrifícios”, ainda que numerosos. Finalmente Jesus nos ensina estratégia de crescimento de Sua Igreja: Uma comunidade que foca nas pessoas torna-se irresistível: Jesus e os discípulos foram até o lago da Galiléia. Junto com ele ia muita gente da Galiléia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. Boa meditação! Jorge Wilson [i]Bíblia Vida Nova – comentário de Mc 2:26. [ii]Bíblia Vida Nova – comentário de Lv 24:5.
  • 19. 19 Carta a um intercessor Alguns dias depois, Jesus voltou para a cidade de Cafarnaum, e logo se espalhou a notícia de que ele estava em casa. Muitas pessoas foram até lá, e ajuntou-se tanta gente, que não havia lugar nem mesmo do lado de fora, perto da porta. Enquanto Jesus estava anunciando a mensagem, trouxeram um paralítico. Ele estava sendo carregado por quatro homens, mas, por causa de toda aquela gente, eles não puderam levá-lo até perto de Jesus. Então fizeram um buraco no telhado da casa, em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram o doente deitado na sua cama. E disse ao paralítico: -Meu filho, os seus pecados estão perdoados. Alguns professores da Lei que estavam sentados ali começaram a pensar: "O que é isso que esse homem está dizendo? Isso é blasfêmia contra Deus! Ninguém pode perdoar pecados; só Deus tem esse poder!" No mesmo instante Jesus soube o que eles estavam pensando e disse: -Por que vocês estão pensando essas coisas? O que é mais fácil dizer ao paralítico: "Os seus pecados estão perdoados" ou "Levante-se, pegue a sua cama e ande?” Pois vou mostrar a vocês que eu, o Filho do Homem, tenho poder na terra para perdoar pecados. Então disse ao paralítico: -Eu digo a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa. No mesmo instante o homem se levantou na frente de todos, pegou a cama e saiu. Todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus, dizendo: -Nunca vimos uma coisa assim! Jesus saiu outra vez e foi para o lago da Galiléia. Muita gente ia procurá- lo, e ele ensinava a todos. (Marcos 2:1-13 BLH). Até onde você iria por um amigo? Um paralítico! (Talvez um tetraplégico - paralisado dos quatro membros - porque o texto não fala em cadeira, só em leito). A Bíblia narra sobre algumas pessoas, anônimas, que espero um dia poder conhecer. Nesse texto aprendemos sobre quatro pessoas determinadas a colocar o amigo perante Jesus, custasse o que custasse. O amigo era uma pessoa acamada.Esses homens ousaram o suficiente em subir no telhado de uma casa que não lhes pertencia e descobrir, após várias tentativas, onde fazer um buraco grande o bastante que lhes permitisse passar um leito. - Dá para imaginar como ficou esse telhado? Alguns professores da Lei que estavam sentados ali. Poderiam ser repreendidos dentro da sua própria comunidade. Arriscaram até sua própria reputação, pois a casa estava cheia. O intercessor Enquanto leio o texto, vejo o intercessor como um desses quatro homens. Primeiramente ele se compadece por uma pessoa e decide interceder por ela. Para um intercessor, Jesus nunca está longe o suficiente, pois Sua Palavra, Suas Promessas, o Reino de Deus dentro de nós torna os telhados acessíveis. Em segundo lugar, o intercessor sabe que ninguém sobe num telhado sem olhar para o céu. É de lá que vem a resposta que ele espera. Em terceiro lugar, o intercessor é aquele que segura a cordas, e com firmeza! Minha oração e meu amor são essas cordas que sustentam o meu próximo enquanto eu o desço e, com todo cuidado, o aproximo de Jesus. Jesus viu que eles tinham fé – acredito que o Mestre viu a face dos quatro amigos antes mesmo de ver a do paralítico! (E se agradou com isso!).
  • 20. 20 Em quarto lugar, o intercessor sabe que intercessão é lugar de confronto. Não só a pessoa por quem intercedo é confrontada, mas eu mesmo – seu intercessor, e talvez até antes! Foi quando o leito começou a baixar que eles foram fitados por Jesus. Em quinto lugar, o intercessor, como os quatro amigos, precisa esperar os tempos de Jesus. Se eu fosse um dos quatro amigos provavelmente me impacientaria com Ele. Por que perdoar pecados de meu amigo e não curá-lo logo de uma vez! (Tenho medo de não aguentar mais e soltar a corda. E aí meu amigo cai)! Mas não vai cair porque a força e a corda são dons do Pai e Seus dons são perfeitos. Fique tranquilo. Sua corda não vai arrebentar! Enquanto isso deixe Jesus ver a sua fé. Saiba que: Deus não é injusto. Ele não esquece o trabalho que vocês fizeram nem o amor que lhe mostraram na ajuda que deram e ainda estão dando aos seus irmãos e irmãs na fé. O nosso profundo desejo é que cada um de vocês continue com entusiasmo até o fim, para que, de fato, recebam o que esperam. Não queremos que se tornem preguiçosos, mas que sejam como os que creem e têm paciência, para que assim recebam o que Deus prometeu. (Hebreus 6:10-12 BLH) ... Para que, de fato, recebam o que esperam . ... Para que assim recebam o que Deus prometeu. Boa meditação! Jorge Wilson
  • 21. 21 Orando com as nossas dúvidas Mas não deixe de orar Após a sua transfiguração e descendo do monte onde estava Jesus encontrou seus discípulos discutindo com os escribas: "Então ele interpelou os escribas: Que é que discutíeis com eles?". E um, dentre a multidão, respondeu: Mestre, trouxe-te o meu filho, possesso de um espírito mudo; e este, onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, rilha os dentes e vai definhando. Roguei a teus discípulos que o expelissem, e eles não puderam. Então Jesus lhes disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-mo. E trouxeram-lho; quando ele viu a Jesus, o espírito imediatamente o agitou com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. Perguntou Jesus ao pai do menino: Há quanto tempo isto lhe sucede? Desde a infância, respondeu; e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar; mas, se tu podes alguma cousa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou (com lágrimas): eu creio, ajuda-me na minha falta de fé." Mc 9: 14-24 A partir daí, Jesus expulsa o demônio e realiza a cura do menino. Pr. Ricardo Barbosa (em Janelas para a vida pág.126), faz seu comentário ao texto (em relação a esse pai) e cita Calvino: Ele declara que crê, mas também confessa sua incredulidade. Embora esta afirmação pareça inconsistente, de fato não existe ninguém que não experimente esta mesma sensação interior. Fé perfeita não se encontra em lugar algum; portanto, todos somos parcialmente incrédulos. Mas, em sua bondade, Deus nos perdoa e nos conta entre os que creem, a despeito de nossa pequena porção de fé. De nossa parte, reagimos contra a incredulidade que permanece em nós e lutamos contra ele pedindo que o Senhor nos corrija. Sempre que lutamos, precisamos voltar para Deus em busca de conforto. Se considerarmos cuidadosamente o que Deus tem dado a cada um de nós, ficará claro que dificilmente alguém terá uma fé forte, poucos uma fé mediana e a maioria de nós terão somente uma pequena medida da fé. Pr. Ricardo complementa: "Uma fé não-humana é aquela que não reconhece os limites de nossa fraqueza!" A segurança da fé repousa na confiança absoluta no Deus que nos criou e nos redimiu. O fundamento da nossa segurança reside não em nós, mas nas promessas de Deus. Seguiremos crendo e não crendo. Nos momentos de dúvida, nossa oração será: Ajuda-me na minha falta de fé! Boa meditação! Jorge Wilson