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A importância dos Diálogos Diários de Segurança, Meio Ambiente e Saúde

                                                                        Antonio Fernando Navarro

Os diálogos diários de SMS, conhecidos por DDSMS, foram práticas introduzidas no final dos anos
90 e início dos anos dois mil como uma forma de aproximar os encarregados de seus empregados,
assim como de aproximar a “força de trabalho” como um todo, antes do início dos serviços diários.
Em algumas das empresas os gerentes de produção participavam das reuniões pelo menos uma
vez por semana. As reuniões eram conduzidas, na maior parte das vezes, pelos profissionais de
SMS da empresa contratante dos serviços, admitindo-se também, principalmente em função de
horários, que os DDSMS fossem aplicados pelas próprias empresas contratadas. Com o início das
certificações em sistemas de gestão as empresas passavam as listas de presença entre os
participantes e informavam os temas tratados nas reuniões. A Petrobras iniciou a implantação dos
DDSMS no início dos anos 2000, época em que iniciou sua certificação pelas normas de gestão,
inicialmente para ISO 9001 e BS 8800. Posteriormente foram alteradas para ABNT NBR ISO 9001 e
ABNT NBR ISO 14001, assim como pela OHSAS 18001. A partir de meados dos anos 2000 algumas
unidades passaram a ser certificadas pela ISO 26000 de Responsabilidade Social. Nos DDSMS
divulgavam-se os temas gerais, informações específicas atinentes à operação da unidade,
tratavam-se das discussões sobre as características dos riscos das atividades que seriam
realizadas, enfim, tinha-se um espaço e um tempo de até 15 minutos, antes do início das
atividades, para se tratar de todos esses temas. Posteriormente chegou-se à conclusão que os
DDSMS seriam mais eficientes se fossem aplicados pelos encarregados das empresas, e nas
próprias frentes de serviços. A dificuldade maior era a da verificação pela contratante dos serviços
se efetivamente os DDSMS estavam sendo corretamente aplicados e seguindo as politicas
estabelecidas pela própria contratante. Durante alguns anos em obras realizadas com uma
quantidade de empresas contratadas não muito grande e um efetivo de pessoal também não
muito grande, havia um único DDSMS. Essa foi a situação que encontramos quando fomos
trabalhar     como      coordenador       de      QSMS      em       obras     conduzidas      pela
PETROBRAS/Engenharia/IETEG/IETR, nos Estados do Paraná e em Santa Catarina, na modernização
de equipamentos e instalações nos terminais, bases, estações de bombeio e faixas de dutos da
TRANSPETRO. Nossos DDSMS se iniciavam as 07:15h, de segunda a sexta-feira e eram encerrados
às 07:30h. Em nosso planejamento de atividades tínhamos como pauta:

Segundas-feiras:      Temas relacionados à Segurança do Trabalhador;
Terças-feiras:       Temas relacionados à Segurança do Trabalho;
Quartas-feiras:      Temas relacionados à proteção do Ambiente Natural (Meio Ambiente);
Quintas-feiras:      Temas relacionados à Saúde do trabalhador;
Sextas-feiras:       Temas livres, propostos com antecedência pelos trabalhadores ou empresas,
                     aplicados pelos próprios empregados.

Para a realização dos DDSMS foi-nos disponibilizado pelo Terminal uma área onde podiam ser
reunidos até 60 trabalhadores, assentados em bancos de madeira. Normalmente a frequência
diária não ultrapassava a 30 trabalhadores nos dias mais concorridos. Como com as obras que
estávamos iniciando havia a previsão de contratação de cerca de 400 trabalhadores, e não havia
nos canteiros de obras das empreiteiras espaço suficiente para que cada uma dessas, cerca de 15
empresas aplicasse seus próprios DDSMS e nem em nossa estrutura de pessoal de SMS tínhamos
profissionais suficientes para o acompanhamento de todas essas atividades, traçamos uma
estratégia para aumentar a frequência de participantes. Somente na primeira semana já tínhamos
65 trabalhadores à mais. Passados 15 dias o efetivo quase que dobrou. Depois de 3 meses o
número de contratados já passava de 320. Somente em uma das empresas havia um efetivo de
130 pessoas. Os serviços eram relativamente simples dessa empresa, porém com riscos, como o
da reconstrução de 11km de cercas do tipo 1, em áreas com mato alto, serviços de reconstrução
de sistemas de drenagem, entre outros.

Nossa proposta para a ampliação da frequência de ouvintes foi a de convencer a equipe de SMS
que mais importante do que punir o trabalhador faltoso, cometendo desvios em suas atividades
era a de elogiar aqueles que estivesse realizando suas tarefas de modo correto. A seguir,
conseguimos convencer as empresas que o aumento da produtividade somente poderia ser
conseguido com o aumento do nível de satisfação dos trabalhadores, oferecendo aos mesmos
uma melhor qualidade de vida no trabalho (QVT). As empresas aderiram à proposta e se
propuseram a bancar as despesas com a compra de brindes para aqueles funcionários
“exemplares”. Estabelecemos um plano de premiação, com o primeiro jugar recebendo uma
bicicleta, o segundo lugar recebendo um conjunto de rádio acoplado a um leitor de fita cassete e
de CD, e o terceiro lugar recebendo prêmios para sua residência, como jogos de panelas.
Posteriormente esses prêmios foram mudados. O funcionário que fosse percebido cumprindo
corretamente os padrões de segurança recebia um broche. A partir do momento em que ele
tivesse 3 broches já fazia parte do grupo daqueles que seriam sorteados. O fato de elogiarmos
àqueles que faziam corretamente seus trabalhos, ao invés de punirmos os faltosos, e a existência
de sorteios, fez com que a frequência de participantes fosse aumentando. Ao final do terceiro mês
já contávamos com a presença de mais de 350 pessoas. Havia fila de pessoas inscritas para tratar
de temas livres, nas sextas-feiras. O ambiente de trabalho mudou bastante, com as pessoas se
ajudando mutuamente, se cumprimentando, o que não faziam e se apoiando na realização das
atividades. Anteriormente, na hora do almoço as pessoas se reuniam nas mesas de seus colegas
de empresa. Depois essa segregação deixou de existir.

Os DDSMS vieram para se atender aos requisitos legais definidos pelas normas regulamentadoras
e nas Convenções da OIT, que preveem que o trabalhador tem a obrigação de conhecer os riscos a
que estão expostos. A existência de DDSMS não inibia as reuniões dos encarregados nas frentes de
serviços orientando os trabalhadores sobre as atividades do dia e os riscos. Servia apenas para a
integração das pessoas. Mas também para a divulgação de mensagens institucionais e de
orientações legais. As legislações focam essas orientações da seguinte forma:

Norma Regulamentadora nº 1 – Disposições Gerais (Portaria nº 3.214, de 08/06/1979, com
alterações):
1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria nº 06, de 09/03/83)
a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do
trabalho;
b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados
por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; (Alteração dada pela Portaria n.º 84, de
04/03/09)
Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de04/03/09, todos os incisos (I, II, III, IV, V e VI)
desta alínea foram revogados.
c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)
I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;
III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os
próprios trabalhadores forem submetidos;
IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.
d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais
e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (Alteração dada pela Portaria n.º 03,
de 07/02/88)
e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença
relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09)

Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho (Ratificada pelo Governo Brasileiro
através do Decreto nº 1.254, de 29 de setembro de 1994.)
Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981
Aprovação: Decreto Legislativo nº 2, de 17 de março de 1992. Ratificado em 18 de maio de 1992.
Promulgação: Decreto nº 1.254, de 19 de setembro de 1994.
Área de Aplicação: Todos os ramos da atividade econômica.
Conteúdo Básico:
1. Dever de formular e por em prática uma política nacional coerente em matéria de segurança e
saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, para prevenção de acidentes e danos à
saúde consequentes ao trabalho, que guardem relação com a atividade laboral ou sobrevenham
durante o trabalho, reduzindo ao mínimo as causas dos riscos existentes no meio ambiente de
trabalho, considerando:
• Projeto, ensaio, seleção, substituição, instalação, disposição, utilização e manutenção dos
componentes materiais do trabalho (locais e meio ambiente de trabalho, ferramentas, máquinas e
equipamentos, substâncias e agentes químicos, biológicos e físicos, operações e processos);
• relações entre os componentes materiais do trabalho e as pessoas que o executam e
supervisionam e adaptação de máquinas, equipamentos, tempo de trabalho, organização do
trabalho, operações e processos às capacidades físicas e mentais dos trabalhadores;
• formação, qualificação e motivação das pessoas que intervêm para que se alcance níveis
adequados de segurança e higiene;
• comunicação e cooperação em todos os níveis;
• proteção dos trabalhadores e seus representantes contra toda medida disciplinar resultante de
ação de acordo com a política.
2. Necessidade de estudos periódicos, globais ou referentes a determinados setores, da situação
em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, para
identificação de problemas principais, proposição e priorização de medidas e avaliação de
resultados.
3. Dever da autoridade competente de:
• Determinar, de acordo com a natureza e graus de risco, as condições de concepção, construção,
início de operação e processos a serem modificados na empresa, assim como a segurança de
equipamentos técnico e procedimentos de trabalho;
• determinar proibição, limitação ou controle de operações e processos, substâncias e agentes;
• estabelecer e aplicar procedimentos para notificação de acidentes do trabalho e doenças
profissionais, elaborando estatísticas anuais;
• realizar inquéritos em caso de acidentes ou doenças profissionais que indiquem situação grave;
• publicar anualmente informações sobre a aplicação da política nacional, acidentes do trabalho e
doenças profissionais;
• estabelecer sistema de análise de agentes químicos, físicos ou biológicos que possam trazer
danos à saúde dos trabalhadores.
5. Proteção do trabalhador que interrompa situação de trabalho por acreditar que a mesma traga
perigo grave e iminente à sua vida ou saúde.
8. Necessidade no âmbito da empresa de medidas de moção da segurança e saúde, por meio da
cooperação e comunicação ampla entre trabalhadores e empregadores e do fornecimento de
informações e formação adequadas.

Naquela época estávamos implantando os programas de sistemas de gestão integrada, associando
às normas de questão da qualidade as normas de segurança e saúde do trabalhador com a norma
de meio ambiente. Tínhamos um tempo muito curto para repassar tantas informações e as
dificuldades inerentes a ter em um mesmo ambiente pessoas com distintos níveis de
compreensão, conhecimento e leitura e que precisariam saber para nos apoiar nos programas de
certificação, já que os sistemas somente seriam válidos e certificados se cada um daqueles que
trabalhasse naquele local os entendesses e os cumprissem. O que fazer então? Uma das propostas
era a de utilizar os diálogos diários de segurança, meio ambiente e saúde como uma maneira de
divulgar o que se fazia. Ocorre que a grande maioria dos empregados não estava nem um pouco
preocupada com essas questões, já que suas permanências na obra seriam curtas, da ordem de
alguns meses até um ano e meio, o maior contrato então, que continha maior quantidade de
serviços a serem executados.

Mas, um dos quesitos importantes que tínhamos pela frente era a da redução da quantidade de
acidentes do trabalho ou a eliminação desses, até então coisa impensável. Em pesquisas locais
mais aprofundadas o “Nó de Górdio” era o Ambiente do Trabalho, ou o local onde os
trabalhadores permaneciam e realizavam suas atividades laborais. Assim, procuramos entre
outras ações explorar esses diálogos para a divulgação de nossas ações, e, por surpresa,
descobrimos alto interessante, que o trabalhador “fingia não conhecer seu ambiente de trabalho”,
mas era um conhecedor daquele ambiente. Assim, por que não tirar proveito disso. Com base
nessa premissa resolvemos reinventar os modelos de DDSMS e a profundidade de suas
abordagens, com o apoio de nossa equipe de profissionais de SMS, muitos com mais de 25 anos
de experiência só naquele ambiente.

Como o nível geral dos trabalhadores braçais não era elevado, mas eles tinham grande
religiosidade, típica daqueles que procuram pelo amor ou pela dor uma instituição religiosa para
apoiá-los em sua incessante busca de trabalho, vimos na questão religiosidade um aspecto a ser
trabalhado, já que influenciava muito nas questões de qualidade de vida e no ambiente
organizacional.

Para fugir ao lugar comum, passamos a ter o cuidado de não misturar conceitos. Não estávamos
alí para nenhuma pregação religiosa, pois que seria um local impróprio, mas sim, para conversar
com os trabalhadores sobre vários temas de modo organizado e com tempo limitado. Muitas
vezes a quantidade de temas a serem tratados era tanta que não tínhamos diálogos e sim
monólogos, o que evitávamos ao máximo. Em avaliações anteriores detectamos que muitos dos
trabalhadores daquele nível – trabalhadores braçais, cerca de 60% tinham a religião como
leniência para seus sofrimentos e angustias. Ou seja, conseguiam abrandar seus corações através
das religiões. Do total daqueles que seguiam alguma religião e a declaravam, cerca de 40% eram
evangélicos, 30% católicos, 15% se diziam espíritas e o restante não informava suas crenças.

Tendo como uma das guias a religião para atingir o coração daqueles que frequentavam os
DDSMS, também tendo as pautas dos assuntos a serem abordados, deveríamos mesclar conceitos
para não tornar as reuniões enfadonhas. Outro aspecto a considerar era que a prática comum das
equipes de SMS era primeiro a do afastamento do trabalhador da obra, como razão de punição,
por não cumprirem os procedimentos de segurança e se exporem desnecessariamente a riscos de
acidentes do trabalho. Tínhamos por filosofia que ao invés de cobrar daqueles o máximo quando
não entendiam o mínimo, era preferível elegermos referências para eles, buscando encontrar
aqueles que apresentavam um comportamento considerado aceitável. A partir daí, todos os
demais iriam procurar ser bons também para merecerem os prêmios e reconhecimentos. Assim,
por um lado sabíamos das preferências religiosas, e por outro lado a falta do conhecimento
técnico e de segurança do trabalho necessário, procuramos mesclar ideias, para apresentar um
novo conceito de DDSMS, interativo, discursivo, e, ao mesmo tempo, reconhecedor das boas
ideias e intensões. Mas, ressalta-se, a questão religião/religiosidade sempre foi um grande
entrave. Os empregados mais antigos denominavam os DDSMS de “escolinhas” ou “missas”.
A religiosidade pode ser entendida como um sentimento religioso, que não se liga a nenhuma
religião específica, onde o cidadão passa a ter uma relação mais fraterna para com seus irmãos.
Essa relação pode contemplar a ajuda graciosa em todos os momentos, o apoio moral, o auxílio
aos mais necessitados, o pensamento correto de apenas fazer o bem, a demonstração de sólidos
valores morais. Religiosidade muitas vezes é confundida com religião, mas são “sentimentos”
distintos.

A religião transforma o indivíduo, fazendo-o crer em um ente supremo, e acatando as chamadas
coisas santas. O indivíduo adota uma religião por uma infinidade de razões, que passam
necessariamente por convicções familiares, envolvimentos com grupos sociais, razões político-
econômicas, com relatos de pessoas que passaram a seguir determinados dogmas em virtude de
promessas feitas a um Ser Superior, por razões de recuperação de um parente próximo, enfim,
muitos adotam uma determinada religião como “uma válvula de escape”, a religião passa a ser o
apoio que necessitam quando “tudo o mais ao redor não dá certo”. Enfim, crenças são crenças e
não se discute, é o que diz o ditado popular.

Nossas práticas diárias passaram a ser copiadas pelas empresas que a levavam para outras obras
onde atuavam. Para nós, era uma nova forma de conversar com os funcionários das empresas
contratadas, de ter a oportunidade de discutir temas relevantes e de aproximar essas pessoas aos
demais integrantes das obras, ou seja, possibilitar que ações simples tivessem maior impacto e
que esse conduzisse a um ambiente de trabalho saudável.

O dia destinado a temas gerais passou a seu um dia em que nossa preocupação era a de levar às
pessoas temas como: influência dos relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho,
respeito para com os colegas, a pro-atividade como virtude e não uma obrigação e, acima de tudo,
os valores morais.

O que percebemos também foi que aquele ambiente passou a ser um ambiente de trabalho
agradável, onde não ocorriam separações pelas cores dos uniformes ou pelos títulos ou cargos nos
crachás. Eram apenas pessoas que estavam trabalhando juntas, e que passaram não só a cuidar de
si como também de seus companheiros. Não importa que se passasse mais de 2.200 dias sem a
ocorrência de nenhum acidente do trabalho.

Esta pequena mensagem é dirigida a todos aqueles que puderam compartilhar a apoiar a
realização dessas atividades (TRANSPETRO/TEFRAN e Engenharia/IETEG/IEABAST/CMSCPR) e
todas as empresas que acreditaram em um sonho, que culminou, em uma área de elevado risco,
com atividades perigosas, que cada pessoa fosse o “Anjo da Guarda” de seus companheiros.

Méritos? Foram de todos os que acreditaram na ideia de que as mudanças podem ocorrer
enquanto quando houver vontade. Muitas vezes nem é necessário nenhum recurso financeiro ou
material, mas sim Boa Vontade.

Os ganhos indiretos foram contratos cumpridos nos prazos, pessoas felizes em poder colaborar e,
acima de tudo, 2.200 dias sem qualquer acidente. Mas o maior de todos os méritos foi o de não
termos tido nenhum acidentado. As pessoas retornavam para seus lares da mesma forma que
chegavam ao trabalho. Muitos levavam os materiais de divulgação para suas casas,
compartilhando com seus filhos.

Não é necessário ou condição básica para que você possa realizar mudanças em seu ambiente de
trabalho, que seja o gerente geral, o engenheiro ou o encarregado da empresa. Faça você a sua
parte, em cada obra que se encontre, em cada ambiente que se esteja. Mude para melhor o seu
ambiente de trabalho e os resultados chegarão a um tempo bem rápido.

Com as empresas cada vez mais preocupadas com custos, e os prazos mais apertados, esses
encontros foram substituídos em muitas empresas por normas e procedimentos. De certa forma
os custos são realmente importantes. Imaginemos uma empresa com 5.000 funcionários, com
salário “cheio” de R$ 3.000,00, cada um trabalhando 40 horas por semana. Um DDSMS de 15
minutos diários poderia representar um “custo” de: CT = 5.000 x R$ 3.000,00 = R$ 15.000.000,00.
Uma paralisação de 15 minutos ao dia (min/d) representaria, ao final do mês: 15’ x 6d =
1,5h/semana. (1,5h/semana ÷ 40h/semana) x 100% = R$ 562.500,00 para todo o efetivo. Em obras
com cronogramas apertados ou limitados os custos podem aumentar. Mesmo assim, os benefícios
gerados com esse intercâmbio de ideias e a redução do número de mortos ou de acidentados não
se compara. Só como exemplo, imaginemos que nesse contingente de 5.000 pessoas ocorram 10
acidentes sem afastamento, mas que representem uma perda de 5 dias nas atividades desses
funcionários devido às restrições dos acidentes e ida a médicos para o tratamento das lesões. O
custo nesse caso seria de 10p x 5d/30d x R$ 3.000,00 = R$ 5.000,00. Em uma comparação assim a
empresa pode ser induzida a preferir perder R$ 5.000,00 a ter que gastar R$ 562.500,00. As
comparações não devem ser meramente matemáticas, já que estamos tratando da vida de seres
humanos. Também não podemos dar uma certeza de que a simples realização dos DDSMS será um
fator preponderante para redução dos acidentes do trabalho. Nossas constatações, com um total
de 450 trabalhadores foram que não houve nenhuma ocorrência de acidentes pelo período de
2.200 dias em que estivemos, com nossa equipe, à frente das atividades de QSMS, e que o
relacionamento interpessoal melhorou consideravelmente, sem que tivéssemos percebido
quaisquer problemas mais sérios, a ponto de nossa equipe ter que intervir. Um acidente com
afastamento não representa apenas o pagamento pela empresa pelos primeiros 15 dias.
Representa a paralização das atividades do acidentado, a momentânea paralisação das atividades
ou a redução do ritmo de trabalho de seus colegas, a capacitação de novo profissional que irá
substituir o funcionário acidentado, a perda de ritmo de produção com o novo funcionário até que
esse aprenda a função corretamente, enfim, são inúmeros os custos envolvidos. Serão iguais aos
custos de nosso DDSMS? Talvez não, podem ser bem menores. Mas mesmo assim os benefícios
conseguidos através dos DDSMS ainda serão bem maiores. Podemos dizer que os custos dos
DDSMS podem ser reduzidos, na medida em que a produtividade dos trabalhadores aumenta e o
retrabalho passa a ser menor. Em nossas estatísticas percebemos um aumento da produtividade
em cerca de 15% e uma redução do retrabalho da ordem de 5%. Se os trabalhadores passaram a
produzir mais, a conta pode ser mais fácil. Para produzir 100% o trabalhador recebe R$ 3.000,00.
Se a produtividade aumenta 15% isso significa uma economia de R$ 450,00 por trabalhador. Se
multiplicarmos pela quantidade de trabalhadores do projeto teremos: R$ 450,00 x 5.000p = R$
2.250.000,00 ao mês, supondo que o percentual de aumento de produtividade seja o mesmo para
todos os trabalhadores. Pensando dessa forma, vale a pena investir-se nos DDSMS.

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A importância dos diálogos diários de sms

  • 1. A importância dos Diálogos Diários de Segurança, Meio Ambiente e Saúde Antonio Fernando Navarro Os diálogos diários de SMS, conhecidos por DDSMS, foram práticas introduzidas no final dos anos 90 e início dos anos dois mil como uma forma de aproximar os encarregados de seus empregados, assim como de aproximar a “força de trabalho” como um todo, antes do início dos serviços diários. Em algumas das empresas os gerentes de produção participavam das reuniões pelo menos uma vez por semana. As reuniões eram conduzidas, na maior parte das vezes, pelos profissionais de SMS da empresa contratante dos serviços, admitindo-se também, principalmente em função de horários, que os DDSMS fossem aplicados pelas próprias empresas contratadas. Com o início das certificações em sistemas de gestão as empresas passavam as listas de presença entre os participantes e informavam os temas tratados nas reuniões. A Petrobras iniciou a implantação dos DDSMS no início dos anos 2000, época em que iniciou sua certificação pelas normas de gestão, inicialmente para ISO 9001 e BS 8800. Posteriormente foram alteradas para ABNT NBR ISO 9001 e ABNT NBR ISO 14001, assim como pela OHSAS 18001. A partir de meados dos anos 2000 algumas unidades passaram a ser certificadas pela ISO 26000 de Responsabilidade Social. Nos DDSMS divulgavam-se os temas gerais, informações específicas atinentes à operação da unidade, tratavam-se das discussões sobre as características dos riscos das atividades que seriam realizadas, enfim, tinha-se um espaço e um tempo de até 15 minutos, antes do início das atividades, para se tratar de todos esses temas. Posteriormente chegou-se à conclusão que os DDSMS seriam mais eficientes se fossem aplicados pelos encarregados das empresas, e nas próprias frentes de serviços. A dificuldade maior era a da verificação pela contratante dos serviços se efetivamente os DDSMS estavam sendo corretamente aplicados e seguindo as politicas estabelecidas pela própria contratante. Durante alguns anos em obras realizadas com uma quantidade de empresas contratadas não muito grande e um efetivo de pessoal também não muito grande, havia um único DDSMS. Essa foi a situação que encontramos quando fomos trabalhar como coordenador de QSMS em obras conduzidas pela PETROBRAS/Engenharia/IETEG/IETR, nos Estados do Paraná e em Santa Catarina, na modernização de equipamentos e instalações nos terminais, bases, estações de bombeio e faixas de dutos da TRANSPETRO. Nossos DDSMS se iniciavam as 07:15h, de segunda a sexta-feira e eram encerrados às 07:30h. Em nosso planejamento de atividades tínhamos como pauta: Segundas-feiras: Temas relacionados à Segurança do Trabalhador;
  • 2. Terças-feiras: Temas relacionados à Segurança do Trabalho; Quartas-feiras: Temas relacionados à proteção do Ambiente Natural (Meio Ambiente); Quintas-feiras: Temas relacionados à Saúde do trabalhador; Sextas-feiras: Temas livres, propostos com antecedência pelos trabalhadores ou empresas, aplicados pelos próprios empregados. Para a realização dos DDSMS foi-nos disponibilizado pelo Terminal uma área onde podiam ser reunidos até 60 trabalhadores, assentados em bancos de madeira. Normalmente a frequência diária não ultrapassava a 30 trabalhadores nos dias mais concorridos. Como com as obras que estávamos iniciando havia a previsão de contratação de cerca de 400 trabalhadores, e não havia nos canteiros de obras das empreiteiras espaço suficiente para que cada uma dessas, cerca de 15 empresas aplicasse seus próprios DDSMS e nem em nossa estrutura de pessoal de SMS tínhamos profissionais suficientes para o acompanhamento de todas essas atividades, traçamos uma estratégia para aumentar a frequência de participantes. Somente na primeira semana já tínhamos 65 trabalhadores à mais. Passados 15 dias o efetivo quase que dobrou. Depois de 3 meses o número de contratados já passava de 320. Somente em uma das empresas havia um efetivo de 130 pessoas. Os serviços eram relativamente simples dessa empresa, porém com riscos, como o da reconstrução de 11km de cercas do tipo 1, em áreas com mato alto, serviços de reconstrução de sistemas de drenagem, entre outros. Nossa proposta para a ampliação da frequência de ouvintes foi a de convencer a equipe de SMS que mais importante do que punir o trabalhador faltoso, cometendo desvios em suas atividades era a de elogiar aqueles que estivesse realizando suas tarefas de modo correto. A seguir, conseguimos convencer as empresas que o aumento da produtividade somente poderia ser conseguido com o aumento do nível de satisfação dos trabalhadores, oferecendo aos mesmos uma melhor qualidade de vida no trabalho (QVT). As empresas aderiram à proposta e se propuseram a bancar as despesas com a compra de brindes para aqueles funcionários “exemplares”. Estabelecemos um plano de premiação, com o primeiro jugar recebendo uma bicicleta, o segundo lugar recebendo um conjunto de rádio acoplado a um leitor de fita cassete e de CD, e o terceiro lugar recebendo prêmios para sua residência, como jogos de panelas. Posteriormente esses prêmios foram mudados. O funcionário que fosse percebido cumprindo corretamente os padrões de segurança recebia um broche. A partir do momento em que ele tivesse 3 broches já fazia parte do grupo daqueles que seriam sorteados. O fato de elogiarmos àqueles que faziam corretamente seus trabalhos, ao invés de punirmos os faltosos, e a existência
  • 3. de sorteios, fez com que a frequência de participantes fosse aumentando. Ao final do terceiro mês já contávamos com a presença de mais de 350 pessoas. Havia fila de pessoas inscritas para tratar de temas livres, nas sextas-feiras. O ambiente de trabalho mudou bastante, com as pessoas se ajudando mutuamente, se cumprimentando, o que não faziam e se apoiando na realização das atividades. Anteriormente, na hora do almoço as pessoas se reuniam nas mesas de seus colegas de empresa. Depois essa segregação deixou de existir. Os DDSMS vieram para se atender aos requisitos legais definidos pelas normas regulamentadoras e nas Convenções da OIT, que preveem que o trabalhador tem a obrigação de conhecer os riscos a que estão expostos. A existência de DDSMS não inibia as reuniões dos encarregados nas frentes de serviços orientando os trabalhadores sobre as atividades do dia e os riscos. Servia apenas para a integração das pessoas. Mas também para a divulgação de mensagens institucionais e de orientações legais. As legislações focam essas orientações da seguinte forma: Norma Regulamentadora nº 1 – Disposições Gerais (Portaria nº 3.214, de 08/06/1979, com alterações): 1.7 Cabe ao empregador: (Alteração dada pela Portaria nº 06, de 09/03/83) a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos empregados por comunicados, cartazes ou meios eletrônicos; (Alteração dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09) Obs.: Com a alteração dada pela Portaria n.º 84, de04/03/09, todos os incisos (I, II, III, IV, V e VI) desta alínea foram revogados. c) informar aos trabalhadores: (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88) I. os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; II. os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; III. os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; IV. os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; (Alteração dada pela Portaria n.º 03, de 07/02/88)
  • 4. e) determinar procedimentos que devem ser adotados em caso de acidente ou doença relacionada ao trabalho. (Inserção dada pela Portaria n.º 84, de 04/03/09) Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho (Ratificada pelo Governo Brasileiro através do Decreto nº 1.254, de 29 de setembro de 1994.) Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981 Aprovação: Decreto Legislativo nº 2, de 17 de março de 1992. Ratificado em 18 de maio de 1992. Promulgação: Decreto nº 1.254, de 19 de setembro de 1994. Área de Aplicação: Todos os ramos da atividade econômica. Conteúdo Básico: 1. Dever de formular e por em prática uma política nacional coerente em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, para prevenção de acidentes e danos à saúde consequentes ao trabalho, que guardem relação com a atividade laboral ou sobrevenham durante o trabalho, reduzindo ao mínimo as causas dos riscos existentes no meio ambiente de trabalho, considerando: • Projeto, ensaio, seleção, substituição, instalação, disposição, utilização e manutenção dos componentes materiais do trabalho (locais e meio ambiente de trabalho, ferramentas, máquinas e equipamentos, substâncias e agentes químicos, biológicos e físicos, operações e processos); • relações entre os componentes materiais do trabalho e as pessoas que o executam e supervisionam e adaptação de máquinas, equipamentos, tempo de trabalho, organização do trabalho, operações e processos às capacidades físicas e mentais dos trabalhadores; • formação, qualificação e motivação das pessoas que intervêm para que se alcance níveis adequados de segurança e higiene; • comunicação e cooperação em todos os níveis; • proteção dos trabalhadores e seus representantes contra toda medida disciplinar resultante de ação de acordo com a política. 2. Necessidade de estudos periódicos, globais ou referentes a determinados setores, da situação em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, para identificação de problemas principais, proposição e priorização de medidas e avaliação de resultados. 3. Dever da autoridade competente de: • Determinar, de acordo com a natureza e graus de risco, as condições de concepção, construção, início de operação e processos a serem modificados na empresa, assim como a segurança de equipamentos técnico e procedimentos de trabalho;
  • 5. • determinar proibição, limitação ou controle de operações e processos, substâncias e agentes; • estabelecer e aplicar procedimentos para notificação de acidentes do trabalho e doenças profissionais, elaborando estatísticas anuais; • realizar inquéritos em caso de acidentes ou doenças profissionais que indiquem situação grave; • publicar anualmente informações sobre a aplicação da política nacional, acidentes do trabalho e doenças profissionais; • estabelecer sistema de análise de agentes químicos, físicos ou biológicos que possam trazer danos à saúde dos trabalhadores. 5. Proteção do trabalhador que interrompa situação de trabalho por acreditar que a mesma traga perigo grave e iminente à sua vida ou saúde. 8. Necessidade no âmbito da empresa de medidas de moção da segurança e saúde, por meio da cooperação e comunicação ampla entre trabalhadores e empregadores e do fornecimento de informações e formação adequadas. Naquela época estávamos implantando os programas de sistemas de gestão integrada, associando às normas de questão da qualidade as normas de segurança e saúde do trabalhador com a norma de meio ambiente. Tínhamos um tempo muito curto para repassar tantas informações e as dificuldades inerentes a ter em um mesmo ambiente pessoas com distintos níveis de compreensão, conhecimento e leitura e que precisariam saber para nos apoiar nos programas de certificação, já que os sistemas somente seriam válidos e certificados se cada um daqueles que trabalhasse naquele local os entendesses e os cumprissem. O que fazer então? Uma das propostas era a de utilizar os diálogos diários de segurança, meio ambiente e saúde como uma maneira de divulgar o que se fazia. Ocorre que a grande maioria dos empregados não estava nem um pouco preocupada com essas questões, já que suas permanências na obra seriam curtas, da ordem de alguns meses até um ano e meio, o maior contrato então, que continha maior quantidade de serviços a serem executados. Mas, um dos quesitos importantes que tínhamos pela frente era a da redução da quantidade de acidentes do trabalho ou a eliminação desses, até então coisa impensável. Em pesquisas locais mais aprofundadas o “Nó de Górdio” era o Ambiente do Trabalho, ou o local onde os trabalhadores permaneciam e realizavam suas atividades laborais. Assim, procuramos entre outras ações explorar esses diálogos para a divulgação de nossas ações, e, por surpresa, descobrimos alto interessante, que o trabalhador “fingia não conhecer seu ambiente de trabalho”, mas era um conhecedor daquele ambiente. Assim, por que não tirar proveito disso. Com base
  • 6. nessa premissa resolvemos reinventar os modelos de DDSMS e a profundidade de suas abordagens, com o apoio de nossa equipe de profissionais de SMS, muitos com mais de 25 anos de experiência só naquele ambiente. Como o nível geral dos trabalhadores braçais não era elevado, mas eles tinham grande religiosidade, típica daqueles que procuram pelo amor ou pela dor uma instituição religiosa para apoiá-los em sua incessante busca de trabalho, vimos na questão religiosidade um aspecto a ser trabalhado, já que influenciava muito nas questões de qualidade de vida e no ambiente organizacional. Para fugir ao lugar comum, passamos a ter o cuidado de não misturar conceitos. Não estávamos alí para nenhuma pregação religiosa, pois que seria um local impróprio, mas sim, para conversar com os trabalhadores sobre vários temas de modo organizado e com tempo limitado. Muitas vezes a quantidade de temas a serem tratados era tanta que não tínhamos diálogos e sim monólogos, o que evitávamos ao máximo. Em avaliações anteriores detectamos que muitos dos trabalhadores daquele nível – trabalhadores braçais, cerca de 60% tinham a religião como leniência para seus sofrimentos e angustias. Ou seja, conseguiam abrandar seus corações através das religiões. Do total daqueles que seguiam alguma religião e a declaravam, cerca de 40% eram evangélicos, 30% católicos, 15% se diziam espíritas e o restante não informava suas crenças. Tendo como uma das guias a religião para atingir o coração daqueles que frequentavam os DDSMS, também tendo as pautas dos assuntos a serem abordados, deveríamos mesclar conceitos para não tornar as reuniões enfadonhas. Outro aspecto a considerar era que a prática comum das equipes de SMS era primeiro a do afastamento do trabalhador da obra, como razão de punição, por não cumprirem os procedimentos de segurança e se exporem desnecessariamente a riscos de acidentes do trabalho. Tínhamos por filosofia que ao invés de cobrar daqueles o máximo quando não entendiam o mínimo, era preferível elegermos referências para eles, buscando encontrar aqueles que apresentavam um comportamento considerado aceitável. A partir daí, todos os demais iriam procurar ser bons também para merecerem os prêmios e reconhecimentos. Assim, por um lado sabíamos das preferências religiosas, e por outro lado a falta do conhecimento técnico e de segurança do trabalho necessário, procuramos mesclar ideias, para apresentar um novo conceito de DDSMS, interativo, discursivo, e, ao mesmo tempo, reconhecedor das boas ideias e intensões. Mas, ressalta-se, a questão religião/religiosidade sempre foi um grande entrave. Os empregados mais antigos denominavam os DDSMS de “escolinhas” ou “missas”.
  • 7. A religiosidade pode ser entendida como um sentimento religioso, que não se liga a nenhuma religião específica, onde o cidadão passa a ter uma relação mais fraterna para com seus irmãos. Essa relação pode contemplar a ajuda graciosa em todos os momentos, o apoio moral, o auxílio aos mais necessitados, o pensamento correto de apenas fazer o bem, a demonstração de sólidos valores morais. Religiosidade muitas vezes é confundida com religião, mas são “sentimentos” distintos. A religião transforma o indivíduo, fazendo-o crer em um ente supremo, e acatando as chamadas coisas santas. O indivíduo adota uma religião por uma infinidade de razões, que passam necessariamente por convicções familiares, envolvimentos com grupos sociais, razões político- econômicas, com relatos de pessoas que passaram a seguir determinados dogmas em virtude de promessas feitas a um Ser Superior, por razões de recuperação de um parente próximo, enfim, muitos adotam uma determinada religião como “uma válvula de escape”, a religião passa a ser o apoio que necessitam quando “tudo o mais ao redor não dá certo”. Enfim, crenças são crenças e não se discute, é o que diz o ditado popular. Nossas práticas diárias passaram a ser copiadas pelas empresas que a levavam para outras obras onde atuavam. Para nós, era uma nova forma de conversar com os funcionários das empresas contratadas, de ter a oportunidade de discutir temas relevantes e de aproximar essas pessoas aos demais integrantes das obras, ou seja, possibilitar que ações simples tivessem maior impacto e que esse conduzisse a um ambiente de trabalho saudável. O dia destinado a temas gerais passou a seu um dia em que nossa preocupação era a de levar às pessoas temas como: influência dos relacionamentos interpessoais no ambiente de trabalho, respeito para com os colegas, a pro-atividade como virtude e não uma obrigação e, acima de tudo, os valores morais. O que percebemos também foi que aquele ambiente passou a ser um ambiente de trabalho agradável, onde não ocorriam separações pelas cores dos uniformes ou pelos títulos ou cargos nos crachás. Eram apenas pessoas que estavam trabalhando juntas, e que passaram não só a cuidar de si como também de seus companheiros. Não importa que se passasse mais de 2.200 dias sem a ocorrência de nenhum acidente do trabalho. Esta pequena mensagem é dirigida a todos aqueles que puderam compartilhar a apoiar a realização dessas atividades (TRANSPETRO/TEFRAN e Engenharia/IETEG/IEABAST/CMSCPR) e
  • 8. todas as empresas que acreditaram em um sonho, que culminou, em uma área de elevado risco, com atividades perigosas, que cada pessoa fosse o “Anjo da Guarda” de seus companheiros. Méritos? Foram de todos os que acreditaram na ideia de que as mudanças podem ocorrer enquanto quando houver vontade. Muitas vezes nem é necessário nenhum recurso financeiro ou material, mas sim Boa Vontade. Os ganhos indiretos foram contratos cumpridos nos prazos, pessoas felizes em poder colaborar e, acima de tudo, 2.200 dias sem qualquer acidente. Mas o maior de todos os méritos foi o de não termos tido nenhum acidentado. As pessoas retornavam para seus lares da mesma forma que chegavam ao trabalho. Muitos levavam os materiais de divulgação para suas casas, compartilhando com seus filhos. Não é necessário ou condição básica para que você possa realizar mudanças em seu ambiente de trabalho, que seja o gerente geral, o engenheiro ou o encarregado da empresa. Faça você a sua parte, em cada obra que se encontre, em cada ambiente que se esteja. Mude para melhor o seu ambiente de trabalho e os resultados chegarão a um tempo bem rápido. Com as empresas cada vez mais preocupadas com custos, e os prazos mais apertados, esses encontros foram substituídos em muitas empresas por normas e procedimentos. De certa forma os custos são realmente importantes. Imaginemos uma empresa com 5.000 funcionários, com salário “cheio” de R$ 3.000,00, cada um trabalhando 40 horas por semana. Um DDSMS de 15 minutos diários poderia representar um “custo” de: CT = 5.000 x R$ 3.000,00 = R$ 15.000.000,00. Uma paralisação de 15 minutos ao dia (min/d) representaria, ao final do mês: 15’ x 6d = 1,5h/semana. (1,5h/semana ÷ 40h/semana) x 100% = R$ 562.500,00 para todo o efetivo. Em obras com cronogramas apertados ou limitados os custos podem aumentar. Mesmo assim, os benefícios gerados com esse intercâmbio de ideias e a redução do número de mortos ou de acidentados não se compara. Só como exemplo, imaginemos que nesse contingente de 5.000 pessoas ocorram 10 acidentes sem afastamento, mas que representem uma perda de 5 dias nas atividades desses funcionários devido às restrições dos acidentes e ida a médicos para o tratamento das lesões. O custo nesse caso seria de 10p x 5d/30d x R$ 3.000,00 = R$ 5.000,00. Em uma comparação assim a empresa pode ser induzida a preferir perder R$ 5.000,00 a ter que gastar R$ 562.500,00. As comparações não devem ser meramente matemáticas, já que estamos tratando da vida de seres humanos. Também não podemos dar uma certeza de que a simples realização dos DDSMS será um fator preponderante para redução dos acidentes do trabalho. Nossas constatações, com um total
  • 9. de 450 trabalhadores foram que não houve nenhuma ocorrência de acidentes pelo período de 2.200 dias em que estivemos, com nossa equipe, à frente das atividades de QSMS, e que o relacionamento interpessoal melhorou consideravelmente, sem que tivéssemos percebido quaisquer problemas mais sérios, a ponto de nossa equipe ter que intervir. Um acidente com afastamento não representa apenas o pagamento pela empresa pelos primeiros 15 dias. Representa a paralização das atividades do acidentado, a momentânea paralisação das atividades ou a redução do ritmo de trabalho de seus colegas, a capacitação de novo profissional que irá substituir o funcionário acidentado, a perda de ritmo de produção com o novo funcionário até que esse aprenda a função corretamente, enfim, são inúmeros os custos envolvidos. Serão iguais aos custos de nosso DDSMS? Talvez não, podem ser bem menores. Mas mesmo assim os benefícios conseguidos através dos DDSMS ainda serão bem maiores. Podemos dizer que os custos dos DDSMS podem ser reduzidos, na medida em que a produtividade dos trabalhadores aumenta e o retrabalho passa a ser menor. Em nossas estatísticas percebemos um aumento da produtividade em cerca de 15% e uma redução do retrabalho da ordem de 5%. Se os trabalhadores passaram a produzir mais, a conta pode ser mais fácil. Para produzir 100% o trabalhador recebe R$ 3.000,00. Se a produtividade aumenta 15% isso significa uma economia de R$ 450,00 por trabalhador. Se multiplicarmos pela quantidade de trabalhadores do projeto teremos: R$ 450,00 x 5.000p = R$ 2.250.000,00 ao mês, supondo que o percentual de aumento de produtividade seja o mesmo para todos os trabalhadores. Pensando dessa forma, vale a pena investir-se nos DDSMS.