O documento fornece orientações sobre como aplicar os métodos de sedução de forma estratégica, adaptando os princípios da arte da guerra de Sun Tzu. A estratégia envolve analisar fatores como o ambiente, o perfil das mulheres e a coesão de seus grupos sociais para criar situações favoráveis e enfraquecer a defesa inimiga de forma sutil.
3. Introdução
Este não é mais um livro contendo
métodos de sedução, e sim orientações
visando o desenvolvimento de uma
estratégia para aplicá-los no âmbito
de uma abordagem fria (ruas, festas,
baladas, shows etc.).
Estes dois anos de envolvimento com
a comunidade da sedução (pickup) me
fizeram ver que, não raro, os membros
têm bom domínio sobre os métodos
em si, mas pecam pela falta de uma
estratégia para aplicá-los.
Um exemplo clássico disso é a ida a
uma festa ou balada. No começo,
muitas de minhas saídas noturnas
constituíram fracasso justamente pela
falta de uma estratégia para aplicar os
métodos que estudava com tanto
afinco. Quantas vezes já fui a uma
3
4. balada sem me informar a respeito do
espaço físico, do tipo de público que lá
frequenta, do código de vestimenta, do
horário de entrada (e também
tamanho da fila para tal), entre tantos
outros fatores?
Quantas saídas minhas fracassaram
porque levei, junto a mim, um grupo
de amigos sem preparação alguma?
Hoje, chego à conclusão de que minha
evolução teria sido infinitamente mais
rápida se eu tivesse procurado sentar
e traçar uma plano de ação... E um
belo dia, ao reler “A arte da guerra”,
constatei que este clássico de Sun Tzu
poderia ser adaptado a esta questão
(assim como o pode a tantos outros
contextos, como podemos ver nas
livrarias).
“A arte da guerra para sedução” é uma
seleção dos principais trechos da obra
de Sun Tzu, interpretados à luz da
4
5. sedução que ocorre em ambientes de
abordagem fria.
A fim de manter certa coerência no
texto como um todo, procurei manter,
em meus trechos interpretativos, as
metáforas de guerra (como, por
exemplo, na hora que me refiro aos
seus companheiros de saída como
“soldados” ou ao grupo de amizades
do alvo como o “exército adversário”).
Nunca é demais salientar para que
tais metáforas não sejam levadas ao
pé da letra, pois a mulher não é uma
inimiga, e sim uma “adversária” a ser
conquistada e posteriormente
transformada em uma aliada para o
resto da vida.
Sorte a todos.
João Abrantes (Chameleon)
5
6. Estimativa
Sun Tzu disse:
A guerra é de suma importância para o
Estado. É o domínio sobre a vida ou a
morte, o caminho para a sobrevivência ou
perda do império. É preciso manejá-la
bem. Não refletir a respeito de seus
pormenores com profundidade é dar uma
prova de culpável indiferença no que diz
respeito à conservação ou perda daquilo
que nos é mais caro - isso não deve
acontecer.
Basicamente, o homem tem dois
propósitos de vida: sobreviver e
procriar.
O simples fato de estar vivo já
evidencia o cumprimento do propósito
de sobreviver. O propósito de procriar,
por outro lado, muito embora seja tão
inerente ao homem quanto o de
6
7. sobreviver, nem sempre é atingido
com sucesso. Como o ato de passar os
ge n e s a d i a n t e é u m a m i s s ã o
intrínseca, o homem que não a
cumpre tende a sentir grande
desconforto. Obviamente, existem
homens que optam pelo celibato - no
entanto, isso não significa que eles não
sintam vontade de procriar e
tampouco não sintam ocasional
desconforto por não saciá-la.
No âmbito da sedução, o homem
guerreia para assegurar que o
propósito de procriar esteja sendo
atingido. A sobrevivência do Império,
acima mencionada, corresponde ao
ato de passar os genes adiante e
garantir que sua linhagem perpetue.
Para isso, deverá entrar em campo e
dominar o seu adversário - a mulher.
A guerra deve ser analisada levando em
consideração cinco fatores fundamentais, e
fazer comparações entre diversas
7
8. condições dos contentores, visando a
determinar o resultado da guerra.
O primeiro desses fatores é a doutrina; o
segundo, o tempo; o terceiro, o terreno; o
quarto, o mando e o quinto, a disciplina.
A doutrina significa aquilo que faz com
que o povo esteja em harmonia com seu
governante, de modo que o siga onde esse
for, sem temer por suas vidas, nem de
correr qualquer perigo.
Aqui, entra o fator "macho alfa", ou
seja, o líder do grupo. Existe uma
grande diferença entre ser um chefe e
ser um líder. O chefe limita-se a
mandar. O líder, inspira. É importante
que sua postura como sedutor seja
uma inspiração para o seu exército
(no caso, seus companheiros), para
que eles sintam-se fortes e confiantes
em sua presença. Isto significa que
você necessita ser corajoso e eliminar,
de seu dicionário, a palavra "medo".
Seja um exemplo e você não apenas
8
9. conquistará um exército de fiéis
companheiros, mas também os
inspirará a serem iguais a você.
O tempo significa o Ying e o Yang, a noite
e o dia, o frio e o calor, dias ensolarados ou
chuvosos e a mudança das estações.
O verdadeiro sedutor, por ser uma
pessoa comprometida com os
resultados, não se intimida com o
momento do dia e tampouco com as
condições climáticas.
O terreno implica as distâncias e faz
referência onde é fácil ou difícil deslocar-
se; se é em campo aberto ou estreito - isto
i n f l u e n c i a a s p o s s i b i l i d a d e s d e
sobrevivência.
Obviamente, o terreno corresponde ao
campo onde o sedutor jogará. É
importante que você se informe, na
medida do possível, a respeito do
campo onde irá jogar, pois como Sun
9
10. Tzu muito bem colocou, isto influencia
as possibilidades de sobrevivência.
O mando há de ter como qualidades:
sabedoria, sinceridade, benevolência,
coragem e disciplina.
Novamente, as qualidades essenciais
do líder do grupo.
Por último, a disciplina há de ser
compreendida como a organização do
exército, as graduações e classes entre os
oficiais, a regulação das rotas de
mantimentos, e a provisão de material
militar ao exército.
Como líder do grupo, você tem a
missão de manter seu exército de
companheiros unido e organizado.
Obviamente, nem todo companheiro
que faz parte desse exército terá o
mesmo nível de jogo e, com o tempo,
você será capaz de estabelecer uma
ordem hierárquica do melhor para o
10
11. menos bom. Isto é importante na hora
de decidir quem você irá auxiliar, pois
uns precisarão mais de sua ajuda do
que outros. É também essencial na
hora de escolher quem irá ajudá-lo no
momento em que decidir abordar um
set de elevado nível de dificuldade.
Finalmente, tal conhecimento também
se faz necessário na hora de dividir o
exército em pequenos grupos, pois é
interessante formar duplas entre
experientes e medianos para que estes
últimos possam aprender com os
primeiros. A "provisão de material
militar", neste caso, significa
aconselhar, instruir ou até mesmo
auxiliar algum companheiro que
esteja sem direcionamento.
Estes cinco fatores fundamentais hão de
ser conhecidos por cada general. Aquele
que os domina, vence. Aquele que não, sai
derrotado.
11
12. Portanto, ao traçar os planos, há de
comparar os seguintes sete fatores,
analisando a fundo cada um deles:
• Qual dirigente é mais sábio e capaz?
• Que comandante possui o maior talento?
• Que exército obtém vantagens da
natureza e terreno?
• Em que exército se observam melhor as
regulações e as instruções?
• Quais as tropas mais fortes?
• Que exército tem oficiais e tropas melhor
treinadas?
• Que exército administra recompensas e
castigos de forma mais justa?
Mediante o estudo desses sete fatores, será
possível adivinhar qual dos dois grupos
sairá vitorioso e qual será derrotado.
O general que seguir meus conselhos,
certamente vencerá. Esse general há de ser
mantido na liderança. Aquele que ignorar
meus conselhos, certamente será
derrotado. E deverá ser destituído.
12
13. Além de prestar atenção aos meus
conselhos e planos, o general deve criar
uma situação que contribua com seu
cumprimento. Por situação, quero dizer
que deve levar em consideração a situação
do campo e atuar de acordo com o que lhe
for vantajoso.
A arte da guerra se baseia no engano.
P o r t a n t o , v o c ê d e v e a p a r e n t a r
incapacidade quanto estiver em condições
de atacar e, quando as tropas estiverem
em movimento, aparentar inatividade. Se
estiver perto do inimigo, deve levá-lo a
crer que está longe e, se estiver longe,
aparentar proximidade. Use iscas para
atrair ao inimigo e golpeie-no quando ele
estiver desordenado. Prepare-se contra ele
quando ele estiver seguro em todas partes.
Evite-o enquanto ele estiver mais forte. Se
teu oponente tem um temperamento
colérico, tente irritá- lo. Se é arrogante,
trate de fomentar seu egoísmo.
13
14. As sete perguntas propostas por Sun
Tzu, à luz da sedução, remetem à
análise do perfil da mulher que
frequenta o campo onde irá atuar.
Quanto mais informado estiver a
respeito da faixa etária, classe social,
nível de escolaridade e tribos as quais
elas pertencem, maiores as chances
de vitória. Agora, analisemos algumas
passagens do trecho acima.
Sun Tzu falou a respeito de criar uma
situação que favoreça o cumprimento.
O s e d u t o r n ã o e s p e r a p e l a
oportunidade - ele a cria.
Ao jogar em um campo cercado por
alvos em potencial, é importante que
você não denote seu intuito em
dominá-las - daí o porquê da arte da
guerra ser baseada no engano. Seu
comportamento, independente do
campo, deve ser o de uma pessoa
desinteressada, que lá o está por
14
15. qualquer outro motivo - menos o de
seduzir.
As iscas atrativas nada mais são que
as manobras verbais e não-verbais
utilizadas para suscitar indicadores
de interesse no alvo (tais como gestos
e/ou olhares à distância que visem
comprovar seu interesse) ou as
demonstrações de valor superior no
momento da interação, como por
exemplo status, nível intelectual,
estilo, humor etc.
Evitar o inimigo enquanto ele estiver
mais forte basicamente diz respeito a
abordar a mulher em momentos
inadequados, como por exemplo no
começo da balada, quando seu grupo
está ainda sóbrio, fechado, unido e em
processo de adaptação ao ambiente.
No final, Sun Tzu fala de fomentar as
fraquezas do adversário. No processo
de sedução, atacar um ponto fraco da
15
16. mulher a fim de fazê-la qualificar a si
mesma para sua pessoa é uma
estratégia comum. David DeAngelo já
dizia, por exemplo, que a autoestima
de uma mulher bonita é mais baixa
que a de uma mulher feia, pois a
primeira tende a sofrer de medo de
rejeição e é precisamente isso que a
faz cuidar tanto de sua aparência.
Esse tipo de mulher está habituada a
receber elogios a todo instante,
portanto, quando você escusa de
elogiá-la, pode ser que ela se sinta
desafiada a conquistar seu elogio. É
disso que esta última parte trata.
Se as tropas inimigas se encontrarem bem
preparadas após uma reorganização, tente
desordená-las. Se estiverem unidas, semeie
a dissensão entre suas filas. Ataque o
inimigo enquanto ele estiver preparado, e
apareça enquanto não estiver sendo
esperado. Estas são as chaves da vitória
pela estratégia.
16
17. A sedução é uma guerra onde perde o
homem que expõe o jogo. Enquanto o
grupo de mulheres se mostrar unido,
dificilmente dominará seu alvo. É
necessário enfraquecer os laços desse
grupo, seja conquistando-no por
completo por meio de suas habilidades
sociais ou utilizando um companheiro
para distraí-las enquanto você age.
Em ambas as hipóteses, é de suma
importância que o isolamento de seu
alvo seja sutil - e de preferência,
voluntário.
(...)
Graças a este método, se pode examinar a
situação, e o resultado aparece claramente.
17
18. Gerenciamento da
guerra
Uma vez começada a batalha, ainda que
esteja ganhando, se continuar por muito
tempo, desanimará suas tropas e embotará
sua espada. Se estiver sitiando uma
cidade, esgotará suas forças. Se mantiver
seu exército durante muito tempo em
campanha, seus mantimentos se
esgotarão.
As armas são instrumentos de má sorte;
empregá-las por muito tempo produzirá
calamidades. Como se tem dito: “Os que a
ferro matam, a ferro morrem.” Quando
suas tropas estão desanimadas, sua
espada embotada, suas forças esgotadas e
os mantimentos escassos, até os seus se
aproveitarão de sua debilidade para
sublevar- se. Então, ainda que tenha
conselheiros sábios, ao final não poderá
fazer que as coisas saiam bem.
18
19. Por causa disso, tem-se ouvido falar de
operações militares torpes e repentinas,
porém nunca se viu nenhum especialista
na arte da guerra que mantivesse a
campanha por muito tempo. Nunca é
benéfico para um país deixar que uma
operação militar se prolongue por muito
tempo.
Como se diz comumente, seja rápido como
o trovão que retumba antes de que tenha
podido tapar os ouvidos e veloz como o
relâmpago que brilha antes de haver
podido piscar.
Concentre-se na qualidade de seu jogo,
não na duração do mesmo. Às vezes, o
saldo positivo inicial desencadeia uma
sede por ainda mais saldos positivos,
que levam o sedutor a jogar por horas
a fio. Além de cansar a si e a seus
companheiros, isto causa significativa
queda na qualidade do jogo e reduz o
seu valor em campo - em outras
19
20. palavras, enfraquece seu exército
perante o adversário.
(...)
Se você recompensa todo mundo, não
haverá suficiente para todo. Sendo assim,
ofereça uma recompensa a um soldado a
fim de animar a todos os demais. Troque
suas cores (dos soldados inimigos feitos
prisioneiros) e utilize-os misturados aos
seus. Trate bem os soldados e preste-os
atenção. Os soldados prisioneiros devem
ser bem tratados para fazer com que no
futuro lutem por você. A isto se chama
vencer o adversário e incrementar por
acréscimo em suas próprias forças.
Se você utiliza o inimigo para derrotar o
inimigo, será poderoso onde quer que for.
A interpretação deste trecho
novamente remete à sua qualidade de
líder do grupo. É importante que, vez
ou outra, você auxilie um de seus
20
21. companheiros a conquistar aquela
mulher de alto valor social no recinto,
para que os outros vejam que você é
altruísta o suficiente para esquecer
seu benefício pessoal e recompensar
alguém. Isso gerará maior lealdade
entre eles.
Os "soldados prisioneiros" são todos
aqueles que andam com seu alvo, ou
seja, aquele grupo de amigos que pode
compreender homens, mulheres ou
ambos. Trate-os bem e conseguirá
fazer com que eles o ajudem a dominá-
la. Sem dúvida, usar um companheiro
do alvo contra ela mesma é uma das
melhores estratégias que existem.
21
22. Estratagemas
Assim, pois, o mais importante em uma
operação militar é a vitória, não a
persistência. Esta última não é benéfica.
Um exército é como o fogo: se não o
apagas, se consumirá por si mesmo.
Procure não demorar muito na
interação com o alvo, pois a mesma
pode levar à temida "zona da
amizade". Caso sua primeira investida
não surta efeito, não se preocupe -
pode ser uma resistência de último
minuto e isso acontece na maioria das
vezes. Normalmente, a mulher o faz
para que o homem não tenha de si
uma impressão de que a mesma é
facilmente conquistada.
Caso ela continue resistindo e for
evidente que a interação não vá
produzir resultado algum, não perca
22
23. tempo insistindo e invista na próxima
mulher.
(…)
Nunca se deve atacar por cólera e com
pressa. É aconselhável dedicar tempo ao
planejamento e coordenação do plano.
(…)
É imprescindível lutar contra todas as
facções inimigas para obter uma vitória
completa, de maneira que seu exército não
fique aquartelado e o beneficio seja total.
Esta é a lei do assédio estratégico.
Novamente, a impor tância de
conquistar o grupo de seu alvo. É
importante que a todo instante você
permaneça frio e impeça que o
desespero e/ou pressa tomem conta
de si, pois apenas assim poderá ativar
a visão macro e melhor analisar o
contexto.
23
24. (…)
Este conselho se aplica nos casos em que
todos os fatores são equivalentes. Se suas
forças estão em ordem enquanto que as do
inimigo estão imersas no caos, se as suas
forças estiverem animadas e as dele,
desmoralizadas, então, ainda que sejam
mais numerosos, pode entrar em batalha.
Se seus soldados, suas forças, sua
estratégia e seu valor são menores que os
de seu adversário, então deve retirar-se e
buscar uma saída.
Ao jogar em ambientes tumultuados
(tais como festas, baladas, micaretas,
blocos e afins), tenha em mente que
nem sempre o grupo que chega unido
permanecerá unido. É comum que, à
medida que o evento transcorra, o
mesmo se divida em pequenos grupos,
quef ficam espalhados pelo recinto. O
uso da bebida (caso haja) pode vir a
catalisar essa segregação e, ao mesmo
24
25. tempo, baixar a guarda do exército
inimigo. Isto acontecendo, ainda que o
seu exército esteja em desvantagem
numérica, é possível atacar (e com
boas possibilidades de vitória). No
entanto, caso seu exército esteja
desunido e transparecendo baixo
valor, é melhor usar o bom senso e
retirar-se do recinto.
(…)
Triunfam aqueles que:
• Sabem quando lutar e quando não.
• Sabem discernir quando utilizar muitas
ou poucas tropas.
• Possuem tropas cujas categorias
superiores e inferiores tem o mesmo
objetivo.
• Enfrentam com preparativos os inimigos
desprevenidos.
• Tem generais competentes e não
limitados por seus governos
civis.
25
26. Estas cinco são as maneiras de conhecer o
futuro vencedor.
Enquanto que as quatro primeiras
maneiras falam por si só, o que
representa a última para a sedução?
A meu ver, o "gover no civil"
representa o conjunto de crenças de
cada indivíduo. Indivíduos limitados
por suas próprias crenças e relutantes
em sair de sua zona de conforto
tendem a atrapalhar e até mesmo
sugar a energia do próprio exército do
qual fazem parte. Dito isto, evite a
todo custo convocar pessoas que
estejam enquadradas neste perfil.
26
27. Posições táticas
Antigamente, os guerreiros especialistas
primeiramente faziam de si mesmos
invencíveis e só depois aguardavam para
descobrir a vulnerabilidade de seus
adversários.
Ficar invencível significa praticar o
autoconhecimento; aguardar para
descobrir a vulnerabilidade do adversário
significa conhecer os demais.
A invencibilidade está em si mesmo e a
vulnerabilidade, no adversário.
Por isto, os guerreiros especialistas podem
ser invencíveis, porém não podem fazer
que seus adversários sejam vulneráveis.
Se os adversários não têm ordem de
batalha sobre o que informar-se, nem
negligências ou falhas das quais podem
27
28. tirar proveito, como pode vencê-los, ainda
que estejam bem providos? É por isto que
a vitória pode ser percebida, porém não
fabricada.
A invencibilidade é uma questão de
defesa, a vulnerabilidade, uma questão de
ataque.
E n q u a n t o n ã o t i v e r o b s e r v a d o
vulnerabilidade na ordem de batalha dos
adversários, oculta sua própria formação
de ataque e prepare-se para ser
invencível, com a finalidade de preservar a
si mesmo. Quando os adversários tiverem
ordens de batalha vulneráveis, aí sim é o
momento de sair e atacá-los.
Aqui, é possível apurar a importância
que tem, para a guerra, o inner game,
ou seja, a imagem que cultiva de si
mesmo. É isso que o traz a citada
" i n v e n c i b i l i d a d e " . U m i n n e r
consistente repele toda e qualquer
investida inimiga, ainda que você
28
29. desconheça seu alvo. Em síntese, um
inner game consistente é resultado de
um estilo de vida onde você é quem
deseja ser, faz o que deseja fazer e não
depende de ninguém para ser feliz. O
maior erro que o ser humano pode
cometer é o de abrir mão de sua
verdadeira essência em prol da
expectativa alheia, pois isso faz com
que ele entregue sua felicidade às
mãos de terceiros e vire um ser
passível de manipulação (é o princípio
do adestramento canino, "se fizer o
que mando, te dou um biscoito").
Quando você desenvolve um inner
consistente, não há rejeição ou ataque
contra sua pessoa que o abale. É,
incontestavelmente, a mais perfeita
defesa.
(…)
Prever a vitória quando qualquer um pode
conhecer não constitui verdadeira
29
30. destreza. Todo mundo elogia a vitória
ganha em batalha, porém essa vitória não
é realmente tão boa.
Todos elogiam a vitória na batalha, porém
o verdadeiramente desejável é poder ver o
mundo do sutil e dar-te conta do mundo
do oculto, até o ponto de ser capaz de
alcançar a vitória onde não exista forma.
(…)
Em conseqüência, as vitórias dos bons
guerreiros se destacam por sua inteligência
ou sua bravura. Assim, pois, as vitórias
que ganham em batalha não são devidas à
s o r t e . S u a s v i t ó r i a s n ã o s ã o
casualidades, senão que são devidas a
terem sido situadas previamente em
posição de segura vitória, impondosobre os
que já tinham perdido de antemão.
A grande sabedoria não é algo óbvio, o
mérito grande não se anuncia. Quando é
capaz de ver o sutil, é fácil ganhar - o que
30
31. tem isto que ver com a inteligência ou a
bravura? Quando se resolvem os
problemas antes que os mesmos surjam, o
que isto tem de inteligente? Quando há
vitória sem batalha, o que isto tem de
bravura?
A verdadeira vitória consiste em
dominar alvos que constituam desafio.
Quando você joga em ambientes onde
o domínio do alvo passou a ser fácil
(ou até mesmo garantido), o mérito
deixa de existir. Um sedutor de
verdade sabe a hora de aprimorar o
campo e desafiar sua própria bravura
e/ou inteligência a atingir patamares
ainda maiores.
Em conseqüência, um exército vitorioso
ganha primeiro e inicia a batalha depois;
um exército derrotado luta primeiro e tenta
obter a vitória depois.
31
32. Esta é a diferença entre os que tem
estratégia e os que não tem planos
premeditados.
(…)
As regras militares são cinco: medição,
valoração, cálculo, comparação e vitória. O
terreno dá lugar às medições, que levam às
valorações, que levam aos cálculos, que
levam às comparações e que culminam nas
vitórias.
Mediante comparações de dimensões é
possível conhecer onde há vitória ou
derrota.
32
33. Vantagens
A força é a energia acumulada ou
percebida. Isto é muito mutável. Os
especialistas são capazes de vencer o
inimigo criando neles uma percepção
favorável e assim obter a vitória sem
necessidade de exercer sua força.
(…)
Isto diz respeito a conseguir uma
percepção de força e poder na oposição.
No campo de batalha, diz respeito às
formações e bandeiras utilizadas para
organizar as tropas e coordenar seus
movimentos.
Independente do campo onde for jogar,
seu exército deverá sustentar uma
energia positiva e contagiante, de
maneira que toda e qualquer pessoa
estranha ao seu grupo sinta-se bem
pelo mero fato de estar próxima a
33
34. vocês. Isso transmite força, poder - e
facilitará sua infiltração nos exércitos
adversários, que provavelmente
ficarão felizes em o acolher.
Conseguir que o exército seja capaz de
combater contra o adversário sem ser
derrotado é uma questão de empregar
métodos ortodoxos ou heterodoxos.
A ortodoxia e a heterodoxia não são
elementos fixos, e sim cíclicos. Um
imperador que outrora foi um famoso
guerreiro e administrador falava de
manipular as percepções dos adversários
sobre o que é ortodoxo e heterodoxo e
d e p o i s a t a c a r i n e s p e r a d a m e n t e ,
combinando ambos métodos até convertê-
los em um, e tornando-se, assim, quase
indefinível ao inimigo.
(…)
Quando se inicia uma batalha de maneira
direta, a vitória é alcançada por surpresa.
34
35. O ataque direto é ortodoxo e o indireto,
heterodoxo.
Muito se debate a respeito do melhor
método de abordagem, se é o direto
(onde você aborda já denotando suas
intenções e em busca de um domínio
rápido) ou o indireto (onde você
aborda com assuntos triviais que
lentamente progridem para a sua
denotação de interesse, o que por
consequência torna processo de
domínio mais devagar). A resposta,
muito bem colocada por Sun Tzu, é a
de praticar ambos e não ficar atrelado
a apenas um. Torne ambos parte de
seu jogo e surpreenda o adversário.
(…)
Quando um exército tem a força do ímpeto
(percepção), até o tímido se torna valente.
Quando há perda da força do ímpeto, até
o valente se converte em tímido. Nada é
35
36. imutável nas leis da guerra; estas se
desenvolvem sobre a base do ímpeto.
Com astúcia é possível antecipar e fazer
com que os adversários convençam a si
mesmos de como proceder e a trilhar um
caminho por você traçado. Movimente as
tropas inimigas com uma perspectiva
detriunfo, para que caiam na emboscada.
Os bons guerreiros buscam a efetividade
na batalha a partir da força do ímpeto
(percepção) e não dependem somente da
força de seus soldados. São capazes de
escolher as melhores pessoas, empregá-las
adequadamente e deixar que a força do
ímpeto logre seus objetivos.
Quando há entusiasmo, convicção, ordem,
organização, recursos, compromisso dos
soldados, existe a força do ímpeto e o
tímido é valoroso. Assim sendo, selecione
os soldados por suas capacidades,
habilidades e encomende-os deveres e
responsabilidades adequadas. O valente
36
37. pode lutar, o cuidadoso pode fazer
sentinela, e o inteligente pode estudar,
analisar e comunicar. Cada um tem sua
utilidade.
Fazer com que os soldados lutem
permitindo que a força do ímpeto faça seu
trabalho é como girar rochas. As rochas
permanecem imóveis quando estão em um
lugar plano; porém giram em um plano
inclinado. Ficam fixas quando são
quadradas, porém giram quando são
redondas. Portanto, quando se conduz os
homens à batalha com astúcia, o impulso é
como rochas redondas que se precipitam
montanha abaixo: é esta a força que
produz a vitória.
Aqui, recaímos na importância que
tem um processo de convocação
eficaz. Seus soldados precisam ser
corajosos e leais. Se a sua pretensão é
a d e fo r m a r u m e x é r c i t o d e
vencedores, então é importante que
seu critério seja técnico. Todo bom
37
38. soldado pode ser um bom amigo, mas
nem todo bom amigo pode ser um bom
soldado. Selecione companheiros por
especialidade, tais como jogo diurno
ou noturno, método direto ou indireto
etc.
38
39. Pontos fortes e
pontos fracos
Os que antecipam, se preparam, chegam
primeiro ao campo de batalha e esperam o
adversário estão em posição descansada;
os que chegam por último ao campo de
batalha, que improvisam e iniciam a luta
acabam esgotados.
Existe uma série de vantagens em
chegar cedo ao campo onde irá agir,
sobretudo se for sua primeira vez no
local. Exemplos:
• Analisar o espaço e definir onde seu
exército ficará "acampado" (o ideal é
q u e s e j a u m p o n t o d e a l t a
visibilidade);
• Mapear a localização do bar (ou
bares), sanitários, caixas etc.;
• S o c i a l i z a r c o m a e qu i p e d e
funcionários do local (acredite, isto
39
40. em muito pode elevar seu valor no
recinto);
• Socializar com as pessoas que vão
chegando (e guardar seus nomes
para que mais tarde, quando estiver
passando por elas, cumprimentá-
las);
• Escusar a si e ao seu exército do
eventual estresse de enfrentar uma
longa e demorada fila para entrar (e
assim preservar o humor de todos).
O ato de chegar tarde nem sempre
permite que o acima exposto seja feito
e com isso as chances de vitória serão
sensivelmente menores.
Seja extremadamente sutil e discreto, até o
p o n t o d e n ã o t e r f o r m a . S e j a
completamente misterioso e confidencial,
até o ponto de ser silencioso. Desta
maneira poderá dirigir o destino de teus
adversários.
40
41. Novamente, a importância da sutileza
na hora de jogar. Expor o jogo é fadá-lo
ao fracasso.
(…)
Isto significa que, quando os adversários
chegam para o atacar, não lutará contra
eles, e sim estabelecer uma mudança
estratégica para confundi-los e enchê-los
de incertezas.
Aqui, entra o jogo do empurra/puxa,
onde imediatamente após sua
primeira demonstração de interesse
n o a l v o , v o c ê e x e c u t a u m a
demonstração de desinteresse pela
mesma para causar, em sua mente,
confusão quanto à sua real intenção.
(…)
Assim, se você conhece o lugar e a data da
batalha, será possível acudi-la, mesmo que
esteja a mil quilômetros de distância. Se
41
42. não conhece o lugar e a data da batalha,
então seu flanco esquerdo não poderá
salvar o direito, sua vanguarda não pode
salvar sua retaguarda, e sua retaguarda
não poderá salvar sua vanguarda, nem
mesmo em um território de algumas
poucas dezenas de quilômetros.
(…)
Mal ou bem, no jogo noturno existe a
ciência do lugar e data da guerra, ou
seja, o exército adversário comparece
ao campo de batalha já preparado
para guerrear. No entanto, isso
dificilmente acontece no jogo diurno.
Aqui, o elemento "surpresa" pode levar
a uma inesperada e bem-vinda vitória,
pois seu alvo estará despreparado
para a guerra.
(…)
Portanto, o ponto final da formação de um
exército é chegar à não-forma. Quando
42
43. você não tem forma, os informantes não
têm como descobrir nada, já que a
informação não permite criar uma
estratégia.
Uma vez que você não tem forma
perceptível, não deixará pegadas que
possam ser seguidas e os informantes não
encontrarão nenhuma fresta por onde
olhar, e os que estão a cargo do
planejamento não poderão estabelecer
plano realizável algum.
(…)
Em conseqüência, a vitória na guerra não
é repetitiva, senão que adapta sua forma
continuamente.
Determinar as mudanças apropriadas
significa não repetir estratégias
previamente utilizadas para obter vitória.
Para consegui-la, é necessário adaptar,
desde o começo, a qualquer formação que
os adversários adotarem.
43
44. (…)
Assim, pois, um exército não tem formação
constante, assim como a água não tem
forma constante - se chama gênio à
capacidade de obter a vitória cambiando e
adaptando-se segundo o inimigo.
Improvisar, adaptar, superar. Sua
estratégia de jogo deve ser maleável o
suficiente para ser adaptada a
qualquer tipo de campo e/ou
comportamento alheio e, quanto mais
natural for a mesma, melhor. Por
natural, refiro-me a uma estratégia
situacional, original e impassível de
repetição (por ter tido aplicabilidade
apenas naquela situação em especial).
O uso de enlatados ou a repetição
excessiva de uma mesma estratégia
que tenha desenvolvido pode levar à
exposição e consequente contra-
ataque adversário.
44
45. A batalha
(...)
Lutar com outros cara-a-cara para
conseguir vantagens é extremamente
árduo.
A dificuldade da luta armada é fazer
próximas as distâncias e converter os
problemas em vantagens.
O jogo direto pode parecer, a priori,
intimidador - afinal de contas, o
mesmo já começa na última fase da
interação, ou seja, na sedução
propriamente dita. É ideal para atacar
alvos que já se encontrem de guarda
baixa e afastadas de sua campanha.
Esta modalidade de jogo é a mais
i n d i c a d a p a r a q u e m e s t i v e r
combatendo sozinho em campo.
45
46. Enquanto você dá a aparência de estar
muito longe, comece a trilhar seu caminho
e chegar antes do inimigo.
Portanto, faz com que sua rota seja larga,
atraindo-no com a esperança de ganhar.
Quando empreende a marcha depois dos
demais e chega antes deles, conhecerá
uma estratégia para aproximar distâncias.
Sirva-se de uma unidade especial para
enganar o inimigo, atraindo-no para uma
falsa persecução e fazendo-no crer que o
grosso de suas forças está muito longe. Em
seguida, lance uma força de ataque
surpresa que chega antes, ainda que o
caminho tenha sido começado depois.
O jogo indireto, por sua vez, pressupõe
o disfarce de seu real intuito, ao passo
que são empregadas artimanhas para
derrubar a guarda do alvo. Aqui, a
interação começa com uma fase de
socialização, seguida por uma fase de
conforto e, finalmente, a fase de
46
47. s e d u ç ã o . E m b o r a s e j a u m a
modalidade de jogo sensivelmente
mais lenta, é eficaz para alvos
“armados” e acompanhados de seu
grupo. O jogo indireto melhor flui se
você mobilizar seus companheiros
para ajudá-lo na investida.
Por conseguinte, a luta armada pode ser
proveitosa e pode ser perigosa.
Para o especialista é proveitosa, para o
inexperiente, perigosa.
Embora o jogo direto não seja indicado
para iniciantes, estes devem desde
cedo arriscá-lo, pois apenas a prática
levará à maestria. Não espere, logo no
começo, bons resultados (embora isto
não seja impossível), mas ao mesmo
tempo, não leve as más investidas
para o lado pessoal e continue
tentando. No começo, jogar em modo
direto pode ser, de fato, "perigoso" -
mas dentro de pouco tempo de prática
47
48. c o n s i s t e n t e , p a s s a r á a s e r
"proveitoso".
(...)
Assim sendo, um exército perece se não
estiver equipado, se não tiver provisões ou
dinheiro.
Estes três elementos são necessários. Você
não pode combater para ganhar com um
exército sem equipamento, provisões ou o
dinheiro necessário para facilitar.
É importante que você se empenhe em
ser um homem inteligente (equipado),
saudável (provisionado) e empregado
(remunerado), pois é esta tríade que
leva ao surgimento do macho-alfa.
A menos que conheça as montanhas e os
bosques, os desfiladeiros, os passos e a
condição dos pântanos, não poderá
conduzir uma força armada. A menos que
48
49. utilize guias locais, não poderá tirar
proveito das vantagens do terreno.
Apenas quando conhecer cada detalhe da
condição do terreno, será possível
manobrar e guerrear.
Novamente, a impor tância de
conhecer bem o campo onde irá jogar
e ter, a seu dispor, pessoas que já
sejam familiares a ele, tais como os
habitantes (em caso de ruas, bairros,
cidades e países) ou funcionários (em
caso de baladas, festas e afins).
(...)
Para ocupar um lugar, divida suas tropas.
Para expandir o seu território, divida
benefícios.
Você pode perfeitamente dividir seu
exército em uma série de grupos,
espalhar a todos pelo ambiente e, com
isso, dominá-lo por completo. No
49
50. entanto, isso não fará do campo seu
território. Para que isso ocorra,
deverá conquistar as pessoas-chave do
local com benefícios tangíveis
(presentes diversos, gorjetas etc.) e
intangíveis (atenção, real interesse no
próximo, carinho, amizade etc.).
Conquiste as pessoas-chave e dentro
de pouco tempo terá marcado
território.
(...)
Um antigo livro que trata de assuntos
militares disse: "As palavras não são
escutadas, para isso existem os símbolos e
os tambores. As bandeiras e os estandartes
existem por causa da ausência de
visibilidade." Símbolos, tambores,
bandeiras e estandartes são utilizados
para concentrar e unificar os ouvidos e
olhos dos soldados. Uma vez que
unificados, o valente não pode rá atuar só,
nem o tímido poderá retirar-se do solo:
50
51. esta é a regra geral do emprego de um
grupo.
Unificar os ouvidos e os olhos dos
soldados significa fazer que olhem e
escutem em uníssono, de maneira que não
caiam na confusão e desordem.
Há sinais utilizados para indicar direções e
impedir que os indivíduos vão onde bem
quiserem.
Independente do campo e/ou horário,
desenvolva, junto ao seu exército,
uma linguagem de sinais e/ou gestos
reconhecível apenas por vocês, não só
para pedir ajuda, mas também para
transmitir conselhos.
(...)
Em primeiro lugar, você deverá ser capaz
de manter firmeza dentro de seu próprio
coração, pois somente assim poderá
desmoralizar generais inimigos. Por isto, a
51
52. tradição afirma que os habitantes de
outros tempos tinham a firmeza para
desmoralizar, e a antiga lei dos que
conduziam carros de combate dizia que,
quando a mente original é firme, a energia
fresca é vitoriosa.
(...)
A menos que seu coração esteja totalmente
aberto e sua mente em ordem, não será
capaz de se adaptar a responder sem
limites, a manejar os acontecimentos de
maneira infalível e a enfrentar graves e
inesperadas dificuldades sem perturbação
e consequente confusão.
Lembre-se: seu inner game deve ser
inabalável. Não perca o respaldo em si
mesmo, não busque validação na
opinião alheia e não leve investidas
mal-sucedidas para o lado pessoal.
Sua felicidade só depende de você e de
mais ninguém.
52
53. (...)
Evitar o confronto contra formações de
combate bem ordenadas e não atacar
grandes batalhões constitui o domínio da
adaptação.
Não seja reativo às investidas contra
sua pessoa, pois a reação leva à perda
de força.
(...)
Não consumas a comida de seus soldados.
Se não for para ajudar, não atrapalhe
o jogo de seus companheiros - muito
menos o tome para você.
53
54. a liderança
No geral, as operações militares estão sob
ordens do governante civil para dirigir o
exército.
O g e n e r a l n ã o d e v e e rg u e r s e u
acampamento em terreno difícil. Deixe que
se estabeleçam relações diplomáticas nas
fronteiras. Não permaneça em um
território árido nem isolado.
(…)
Terreno fechado significa que existem
lugares escarpados que o rodeiam por
todas as partes, de maneira que o inimigo
tem mobilidade e que o mesmo pode ir e
vir com liberdade, mas que você, em
contrapartida, enfrentará dificuldades para
sair e voltar.
Cada rota deve ser estudada para que seja
a melhor possível. Há rotas que não devem
54
55. ser utilizadas, exércitos que não devem ser
atacados, cidades que não devem ser
sitiadas, terrenos sobre os quais não se
deve combater e ordens de governantes
civis que não devem ser obedecidas.
Em conseqüência, os generais que
conhecem as variáveis possíveis para tirar
proveito do terreno sabem como manejar
as forças armadas. Se os generais não
sabem como adaptar de maneira
vantajosa, ainda que conheçam a condição
do terreno, não poderão tirar proveito dele.
Independente do campo, seu exército
deve prezar por uma localização
destacada (é importante que sejam
vistos - quem não é visto, não é
lembrado) e de fácil acesso às demais
partes do recinto. Não permita que
seu exército fique escondido ou
acuado, sem a possibilidade de
locomoção.
(…)
55
56. Se você for capaz de ajustar a campanha
de modo que mude conforme o ímpeto das
forças, então a vantagem não muda e os
únicos que serão prejudicados são os
inimigos.
Por esta razão, não existe uma estrutura
permanente. Se for capaz de compreender
totalmente este principio, poderá fazer
com que os soldados atuem da melhor
forma possível.
Portanto, as considerações da pessoa
inteligente sempre incluem a análise
objetiva do beneficio e do prejuízo.
Quando considera o beneficio, sua ação se
expande; quando considera o dano, seus
problemas poderão ser resolvidos. O
beneficio e o dano são interdependentes e
os sábios os levam em consideração.
Faz parte da guerra antecipar as
v a r i á ve i s e d e s e n vo lve r u m a
estratégia específica para cada uma
56
57. delas. No âmbito da sedução, variáveis
podem ser um ambiente vazio,
número reduzido de alvos, exércitos
adversários extremamente unidos (ou
m u i t o b e m p r e p a r a d o s p a r a
guerrear), baixas em seu próprio
exército etc.
(…)
Canse os inimigos mantendo-nos
ocupados e não permitindo que eles
respirem. Porém, antes de fazê-lo,
dedique-se ao seu próprio labor. Esse
trabalho consiste em desenvolver um
exército forte, um povo próspero, uma
sociedade harmoniosa e uma maneira
ordenada de viver.
Um estilo de vida positivo e atraente o
isenta de ao menos 50% de esforço na
guerra. Gostar de seu próprio
trabalho, morar em um local que seja
de seu agrado, praticar esportes e/ou
hobbies, cultivar boa relação com
57
58. f a m í l i a e a m i g o s , b u s c a r o
d e s e n vo lv i m e n t o e s p i r i t u a l e
intelectual e prezar pela saúde e bem-
estar físico desenvolvem aquilo que
chamamos de "atração passiva", ou
seja, a capacidade de atrair sem a
necessidade de agir. Provavelmente,
em algum momento da vida já notou
que existem pessoas que entram no
recinto e, sem que abram a boca, já
são percebidas como interessantes e
atraentes. Não raro, isso vem de um
estilo de vida bem trabalhado.
Trabalhe o seu e verá que, em tempos
de guerra, sua mera presença já será o
suficiente para intimidar o alvo.
(…)
Por isto, existem cinco riscos que são
perigosos nos generais. Os que estão
dispostos a morrer, podem perder a vida;
os que desejam preservar a vida, podem
ser feitos prisioneiros; os que são dados a
p a i x õ e s i r r a c i o n a i s , p o d e m s e r
58
59. ridicularizados; os que são muito
puritanos, podem ser desonrados e os que
são compassivos, podem ser perturbados.
A q u i , S u n T z u p r a t i c a m e n t e
sintetizou, com exceção do primeiro
r i s c o , a q u i l o q u e p o d e v i r a
transformar determinados homens
em machos-beta, ou seja, aqueles que
não reproduzem e tampouco passam
os genes adiante. São riscos para os
quais o homem deve se atentar, uma
vez que tenham dominado o alvo.
Falemos, por um breve momento, do
primeiro risco, que postula que "os que
estão dispostos a morrer, podem
perder a vida". Quando você corre um
risco, tem de levar em consideração
que as coisas podem vir, de fato, a
falharem. É o típico caso do homem
que, visando provocar uma resposta
de submissão em sua parceira,
termina o relacionamento. A parceira
pode, pelo medo da perda, permitir a
59
60. submissão… Ou pode consentir com o
término. Esteja atento a isto.
O segundo risco diz que aqueles que
desejam preservar a vida, podem ser
f e i t o s p r i s i o n e i r o s . E x i s t e m
relacionamentos que muito embora
não mais sejam proveitosos para o
homem, este insiste em o manter
acreditando, ilusoriamente, que existe
solução, quando na realidade está é
cego pelo comodismo e condenando a
si mesmo a ser prisioneiro de uma
relação de sofrimento constante.
O terceiro risco obviamente trata das
"paixonites", ou seja, paixões
irracionais advindas de idealizações
que homens despreparados cultivam a
respeito de uma determinada mulher.
Tal sentimento, que nada traz de
positivo, torna o homem submisso e
exposto ao ridículo.
60
61. O dois últimos riscos, que serão
analisados em conjunto, postulam que
o puritanismo e a compaixão podem
levar à desonra e à perturbação. Isto
s i g n i fi c a q u e o h o m e m
excessivamente ingênuo e alheio à
verdadeira natureza humana corre
grande risco de ser enganado e sofrer
sérios danos morais e materiais.
(…)
Estes são os cinco riscos que constituem
defeitos nos generais e que são desastrosos
para as operações militares.
Os bons generais são diferentes:
comprometem-se até a morte, porém não
se atrelam à esperança de sobreviver.
Atuam de acordo com os acontecimentos
de forma racional e realista, sem
permitirem serem levados pelas emoções e
tampouco de estarem sujeitos à confusão.
Quando vêm uma boa oportunidade, são
como tigres; caso contrário, cerram suas
61
62. portas. Sua ação e sua não-ação são
questões de estratégia e não permitem ser
agradados nem aborrecidos.
O macho-alfa, por sua vez, é uma
pessoa capaz de amar, porém sem
apego. Ele está a todo momento com a
cabeça fria e analisando o que está
acontecendo ao seu redor, não
permitindo que suas emoções ou
julgamento sejam afetados por
artifícios alheios. E caso algo esteja
errado, ele não espera para ver o que
vai acontecer - ele entra em ação.
62
63. O terreno
As manobras militares são o resultado dos
planos e estratégias, situados na maneira
mais vantajosa para ganhar. Determinam a
mobilidade e eficiência das tropas. Se você
for colocar seu exército em posição de
observar o inimigo, atravesse rapidamente
as montanhas e vigie-os de um vale.
(…)
Considere o efeito da luz e mantenha-se
na posição mais elevada do vale. Quando
combater em uma montanha, ataque de
cima para baixo, não o contrário.
(…)
Não fique situado rio abaixo. Não caminhe
contra a corrente, nem contra o vento.
Se você acampar na ribeira de um rio, seus
exércitos poderão ser surpreendidos de
63
64. noite, empurrados para serem afogados ou
serem envenenados por algum veneno
colocado na corrente. Suas barcas não
devem ser amarradas corrente abaixo,
para impedir que o inimigo aproveite a
corrente lançando seus barcos contra
você. Se atravessar pântanos, faça-o
rapidamente. Se estiver frente a um
exército no meio de um pântano,
permanece próximo das plantas aquáticas
ou respaldado pelas árvores.
(…)
Geralmente, um exército prefere um
terreno elevado e evita um terreno baixo.
Aprecia a luz e detesta a escuridão.
Os terrenos elevados são estimulantes e,
portanto, sentimo-nos confortáveis com
eles. Além disso, são convenientes para
adquirir a força do ímpeto. Os terrenos
baixos são úmidos, o que provoca
enfermidades e dificulta o combate.
64
65. A p a s s a g e m a c i m a r e i t e r a a
importância de seu exército ocupar
uma posição de destaque no recinto.
Conforme já fora antes mencionado,
essa posição de destaque envolve
garantir a visibilidade de seu grupo e
também o fácil acesso às demais
partes do recinto. O ideal é que essa
posição seja elevada e permita ao
grupo tenha uma visão geral do
terreno. Evitem ocupar áreas baixas
e/ou movimentadas, pois o trânsito de
pessoas pode, além de ocultar a
visibilidade que o grupo tem do
ambiente (e vice-versa), empurrá-los
contra um canto ou até mesmo uns
contra os outros, o que pode diminuir
o seu valor perante as demais pessoas.
(…)
Cuide da saúde física de teus soldados
com os melhores recursos disponíveis.
65
66. Quando não existe a enfermidade em um
exército, é dito que este será invencível.
Não permita que seus companheiros
entrem em brigas, exagerem com a
bebida alcoólica ou assumam qualquer
outro comportamento que possa vir a
comprometer sua integridade física.
Além disso, assegure que a autoestima
de todos esteja a todo instante
alimentada, não apenas para motivar
ações, mas também para impedir que
eventuais fiascos os afetem.
(…)
Estar colocado na melhor parte do terreno
é vantajoso para uma força militar.
(…)
Quando o inimigo estiver por perto,
permaneça calmo - isso significa que você
está em posição forte. Entretanto, quando
estiver longe, tente provocar hostilidades
66
67. para fazê-lo avançar. Se, ademais, sua
posição é acessível, isso é favorável.
Caso seu alvo encontre-se próximo,
mantenha a tranquilidade e preze pela
sutileza. Caso ela esteja em grupo e
você, por sua vez, estiver em
companhia de seus companheiros,
utilizem entre si a linguagem de sinais
e gestos anteriormente mencionada
para arquitetar uma investida. Agora,
caso ela esteja distante, mas
entretanto com boa (e recíproca)
visibilidade, então provoque-a com
sutis gestos, acenos e olhares. Sua
resposta a tais provocações é que
ditarão se é possível (ou não)
mobilizar um ataque.
(…)
O inimigo que atua isoladamente, que
carece de estratégia e que toma a dianteira
a seus adversários, inevitavelmente
acabará sendo derrotado.
67
68. O alvo que se encontra sozinho e
afastado de seu grupo é obviamente
mais fácil de atacar.
(…)
Se o seu plano não contém uma estratégia
de retirada posterior ao ataque, se você
confia exclusivamente na força de seus
soldados e toma a dianteira em valorar sua
condição, com certamente o farão de
prisioneiro.
Saiba sair de uma batalha perdida
sem que seu valor social seja
comprometido (nestas horas, é bom
c o n t a r c o m a l g u m d e s e u s
companheiros para ajudá-lo), ou seu
prestígio cairá não apenas perante o
alvo, mas todas as demais pessoas que
estavam presenciando a interação.
(…)
68
69. Quando existe um sentimento profundo de
apreço e confiança, e os corações dos
soldados estão vinculados ao mando, se
você relaxar com a disciplina, estes se
tornarão arrogantes e será impossível usá-
los.
Portanto, dirija-os mediante a arte
civilizada e unifique-os mediante as artes
marciais - isto significa uma vitória
continua.
Arte civilizada significa humanidade, e
artes marciais significam regulamentos.
D i r i g i - l o s c o m h u m a n i d a d e e
benevolência, unificá- los de maneira
estrita e firme. Quando a benevolência e a
firmeza são evidentes, a vitória é segura.
Quando as ordens se dão de maneira
clara, sensata e conseqüente, as tropas as
acatam. Quando as ordens são confusas,
contraditórias e mudam a toda hora, as
tropas não as acatam ou não as
compreendem.
69
70. Quando as ordens são razoáveis, justas,
sensatas, claras e conseqüentes, existe
uma satisfação reciproca entre o líder e o
grupo.
Para que seus companheiros o
obedeçam, é importante que eles
nutram admiração e confiança pela
sua pessoa. Seja bom, mas ao mesmo
tempo saiba impor limites, para que
tal bondade não venha a sofrer
eventuais abusos. Motive-os através
de elogios. Quem elogia, não precisa
criticar - o mero silêncio já denotará a
insatisfação perante a conduta da
outra parte e fará com que ela lute
para tornar a ser elogiada. Se a crítica
for inevitável, não a faça sem antes
elogiar algo que tenha sido feito
corretamente. Comunique de forma
clara e objetiva, para que não haja
distorção na mensagem. Se for
necessário, organize suas instruções
em uma sequência lógica ("primeiro",
"segundo", "em seguida", "finalmente").
70
71. Caso algum de seus companheiros seja
avesso a ordens, mascare-as como
sugestões ("o que acha de…?"). Por
último, porém não menos importante,
dedique a cada um deles um tempo de
atenção exclusiva e faça com que eles
falem de coisas que os agradem (não
necessariamente relacionadas à
sedução), demonstrando legítimo
interesse pelo que têm a dizer. Essa
deferência fará com que sintam bem
estando ao seu lado e levará a uma
maior lealdade.
71
72. As tropas
(…)
As tropas que tem o mesmo ímpeto, porém
que atacam em proporção de um contra
dez, saem derrotadas. Os que tem tropas
fortes porém cujos oficiais são débeis,
ficam retraídos.
Os que tem soldados débeis a mando de
oficiais fortes, ver-se-ão em apuros.
Quando os oficiais superiores estão
dominados pela cólera e pela violência e
enfrentam o inimigo por sua conta e
despeito, bem como quando ignoram suas
capacidades, o exército desmoronará.
(…)
Os generais derrotados são aqueles que
são incapazes de analisar os adversários,
entram em combate com forças superiores
em número ou melhor equipadas e não
72
73. selecionam a suas tropas segundo os seus
níveis de preparação.
Se você emprega soldados sem selecionar
os preparados dos não preparados, os
corajosos dos medrosos, estará buscando
sua própria derrota.
(…)
A configuração do terreno pode ser um
apoio para o exército. Para os chefes
militares, o curso da ação adequada é
avaliar o adversário para assegurar a
vitória e calcular os riscos e distâncias.
Saem vencedores os que lideram batalhas
conhecendo estes elementos; saem
derrotados os que lutam ignorando-os.
A guerra pressupõe uma análise do
terreno, do tipo de adversário que
estará presente nesse terreno e na
seleção de uma força-tarefa apta ao
trabalho. Ao recrutar seu exército de
companheiros, assegure-se de
73
74. convocar soldados aptos e de levar em
consideração a especialidade de cada
um deles (dia, noite, direto, indireto).
A consciência de qual modalidade de
jogo cada um deles se destaca
evidentemente favorecerá a vitória,
pois saberá precisamente que forças
deverá mover quando a hora da
batalha chegar.
74
75. os Espiões
(…)
Uma operação militar significa um grande
esforço para o povo e a guerra pode durar
muitos anos para obter uma vitória de um
dia. Assim, pois, o ato de não conhecer a
situação dos adversários para economizar
nos gastos de investigação e estudo da
oposição é desumano e não é típico de um
bom chefe militar, de um conselheiro de
governo e tampouco de um governante
vitorioso. Portanto, o que possibilita um
governo inteligente e um mando militar
sábio vencer os demais e lograr triunfos
extraordinários com essa informação
essencial? A informação prévia não se
pode obter de fantasmas nem espíritos,
nem se pode ter por analogia, nem
descobrir mediante cálculos. A mesma
deve ser obtida de pessoas que conheçam
a situação do adversário.
75
76. As informações a respeito do campo
onde irá jogar não podem ser
baseadas em suposições ou através de
comparações a similares. Isto posto, a
melhor alternativa é a de buscar tais
informações junto a pessoas que
conheçam bem o campo e suas
principais características.
Existem cinco classes de espiões: o espião
nativo, o espião interno, o duplo agente, o
espião liquidável e o espião flutuante.
Quando todos estão ativos, ninguém
conhece suas rotas - isto se chama de
gênio organizativo e se aplica ao
governante.
Os espiões nativos contratam entre os
habitantes de uma localidade. Espiões
i n t e r n o s s e c o n t r a t a m e n t re o s
funcionários inimigos. Os agentes duplos
se contratam entre os espiões inimigos. Os
espiões liquidáveis transmitem falsos
dados aos espiões inimigos. Os espiões
76
77. flutuantes voltam para trazer seus
informes.
Adaptando as classificações acima à
sedução, teríamos algo como:
Espiões nativos - Funcionários dos
estabelecimentos e/ou habitantes da
cidade a ser visitada.
Espiões internos - Aquela(e) amiga(o)
í n t i m a ( o ) ( s e u o u d e a l g u m
companheiro) que estará inserida(o)
no exército inimigo e que manterá a
todos informados a respeito da
situação.
Agentes duplos - Soldados do exército
inimigo com os quais você cria um
vínculo de amizade instantâneo forte
o suficiente para fazer com que ele
busque e traga informações a respeito
de seus próprios companheiros.
Entretanto, por este ainda ser leal às
próprias tropas, tenha em mente que
77
78. ele poderá fazer o mesmo com o seu
exército.
Espiões liquidáveis - Soldados de seu
exército, que protegem as operações
do mesmo através do fornecimento de
falsas informações aos espiões
inimigos.
Espiões flutuantes - Soldados de seu
exército cuja finalidade é a de apurar
uma determinada informação.
Entre os funcionários do regime inimigo,
encontram-se aqueles com os quais se
pode estabelecer contato e os quais é
possível subornar para averiguar a
situação de seu país e descobrir qualquer
plano que se trame contra você. Podem
também ser utilizados para criar
desavenças e desarmonia.
(…)
78
79. Se não tratar bem os espiões, podem
converter-se em renegados e trabalhar
para o inimigo.
Os agentes duplos e espiões internos
requerem tratamento especial
( r e c o m p e n s a s t a n g í v e i s e
intangíveis), dado o alto risco de o
exporem ao exército adversário.
Não se podem utilizar a os espiões sem
sagacidade e conhecimento; não pode
servir-se de espiões sem humanidade e
justiça, não se pode obter a verdade dos
espiões sem sutileza. Certamente, é um
assunto muito delicado. Os espiões são
úteis em toda parte.
Cada assunto requer um conhecimento
prévio.
Um espião mal-preparado pode levar o
seu exército à derrota. Preze por
pessoas extremamente sagazes para
fazer o trabalho.
79
80. (…)
Sempre que quiser atacar um exército,
assediar uma cidade ou atacar uma
pessoa, procure de antemão conhecer a
identidade dos generais que a defendem,
seus aliados, seus visitantes, seus
sentinelas e criados. Assim sendo, faça
com que seus espiões apurem tudo a
respeito deles.
Sempre que for atacar e combater, conheça
primeiramente os talentos dos servidores
do inimigo, pois assim poderá enfrentá-los
segundo suas capacidades.
Busque agentes inimigos que tenham
vindo te espionar. Suborne-os e os induza
a passar para o seu lado, para poder
utilizá-los como agentes duplos.
Com a informação obtida desta maneira,
poderá encontrar espiões nativos e espiões
internos para contratá-los. Com a
informação obtida a partir destes, poderá
80
81. fabricar informação falsa, servindo-se de
espiões liquidáveis. Com a informação
obtida destes, poderá fazer com que os
espiões flutuantes atuem segundo os
planos previstos.
É essencial para um governante conhecer
as cinco classes de espionagem e este
conhecimento depende dos agentes
duplos. Assim, estes devem ser bem
tratados.
Visto isto, só um governante brilhante ou
um general sábio que possa utilizar os
mais inteligentes para a espionagem
poderá estar seguro da vitória. A
espionagem é essencial para as operações
militares e os exércitos dependem dela
para levar a cabo suas ações.
Não será vantajoso para o exército atuar
sem conhecer a situação do inimigo - e
conhecer a situação do inimigo não é
possível sem a espionagem.
81
82. Conclusão
Conforme Sun Tzu postulou, as regras
para a guerra não são imutáveis,
portanto, considere este livro como
uma ferramenta orientativa, porém
não absoluta.
Improvisar, adaptar, superar continua
sendo a melhor alternativa nos
momentos de revezes não-previstos.
Independente do método que for
aplicar, lembre-se de ser você mesmo
a todo instante, pois se fingir ser
alguém que não é, um dia a máscara
irá cair - e terá perdido a guerra. Seja
você mesmo. Não desenvolva
personalidades acessórias para
agradar determinadas pessoas.
Congruência. Sempre.
Vejo vocês no topo. Game on!
82
83. Leia também
Chameleon
P o u c o s
sabem, mas
existe, desde
os anos 80,
u m a
comunidade
( n ã o - t ã o -
s e c r e t a )
f o c a d a e m
transformar
h o m e n s
tímidos e/ou
socialmente
inaptos em
g r a n d e s
s e d u t o r e s .
Chamada de
pickup (ou PU), essa comunidade ganhou
notoriedade nos EUA e, com o decorrer do
tempo, alastrou-se mundo afora - inclusive
o Brasil.
Esta é a história verídica um rapaz tão
tímido e inseguro que seu primeiro beijo
foi aos 19 anos e, até os 29, só havia ficado
83
84. com três garotas. Após um casamento
fracassado e algumas experiências
posteriores frustrantes, onde foi rejeitado
e humilhado, resolveu dar um basta. À
procura por ajuda profissional, descobriu
ao acaso a comunidade PU e, a partir daí,
sua vida mudou.
Em tempo-recorde de, foi de zero a herói -
tornou-se um PUA (pickup artist, ou
“artista da sedução”), virou um exemplo
de superação e angariou uma legião de fãs
de todo o Brasil.
Além do completo relato de como foi essa
transição de mero espectador a instrutor,
Chameleon explica, em detalhes, o que é e
como funciona a comunidade PU.
84