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1
PET-Vigilância em Saúde – UFV
Dados de violência contra a mulher período 2009-2012
Viçosa- MG
O presente relatório trata dos dados obtidos nas 1730 Fichas de Notificação de
violência contra a mulher produzidas entre março de 2009 a outubro de 2012. Tais
Fichas de Notificação foram produzidas por instituições e serviços do campo da Saúde
(hospitais, Unidades de Programa Saúde da Família, Serviço de Vigilância
Epidemiológica e Centro Integrado Vida a Vida e Hiperdia) epor busca ativa em
sistemas de informação sobre violência contra a mulher (Registro de Eventos de Defesa
Social – REDS, Anamneses do Programa Casa das Mulheres, Registros da Defensoria
Pública Comarca de Viçosa). Para organização dos dados foi feita uma transcrição das
Fichas de Notificação para uma ficha adaptada sobre os dados de violência doméstica,
sexual e/ou outras violências contra a mulher, construída pelo PET-VS. A partis dessa
organização, os dados foram sistematizados em planilha do Microsoft Office Excel
2003 e posteriormente no programa EpiInfo 3.5.1.
No quadro a seguir estão indicados os casos de violência contra a mulher
notificados segundo o ano de notificação e a fonte notificadora. Observa-se que no ano
de 2009 as fontes notificadoras foram os sistemas de informação já existentes na
Delegacia, através da filtragem dos Boletins de Ocorrência, e na Vigilância
Epidemiológica, através das declarações de óbito. Em 2010, com a criação do Programa
Casa das Mulheres, a Defensoria torna-se uma fonte notificadora, assim como a própria
Casa das Mulheres através das anamneses dos atendimentos realizados. Em 2011 após
um trabalho de sensibilização, conscientização e formação dos profissionais da saúde
que atuam nas unidades básicas de saúde e nos hospitais, estes setores iniciam a
notificações. Como resultado em 2012, possuímos 53 notificações do setor saúde do
município. É importante ressaltar que todos estes dados foram inseridos no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
2
Distribuição das notificações de violência contra a mulher segundo a unidade de notificação e o
ano de notificação do caso, Viçosa-MG, 2009-2012.
UNIDADE DE
NOTIFICAÇÃO
ANO DE NOTIFICAÇÃO
TOTAL
2009 2010 2011 2012
Busca Ativa
(Delegacia,
Defensoria Pública e
Casa das Mulheres)
238 387 564 415 1604
Hospitais (HSJB e
HSS)
0 0 13 41 54
Unidades Saúde da
Família
0 0 25 12 37
Vigilância
Epidemiológica
9 11 1 2 23
Centro Integrado
Viva Vida e Hiperdia
0 0 0 12 12
TOTAL 247 398 603 482 1730
CARACTERÍSTICAS DAS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
A idade foi agrupada em faixas etárias (tabela 1) de acordo com a classificação
adotada pelo Ministério da Saúde. As idades possuem grande amplitude, em que a idade
mínima foi de 0 anos e a máxima de 102 anos. A média de idade foi de 34 anos e a
mediana de 32 anos com desvio padrão de 14 anos. O percentil 25 aponta a idade de 24
anos e o percentil 75 refere-se a idade de 41 anos, ou seja, 75% da mulheres em situação
de violência possuem idade menor que 42 anos. Ao somarmos as faixas etárias de 20 a
39 anos possuímos 59,3 % das mulheres. Diante disto podemos perceber que as
mulheres agredidas são relativamente jovens, compreendendo a faixa economicamente
ativa o que causa problemas sociais e econômicos.
Em relação à escolaridade (tabela 2) optamos em utilizar uma faixa de anos de
estudo mais agregado, uma vez que a maioria das mulheres corresponde à faixa de 5º a
8º série, sendo que poucas mulheres tem escolaridade de 1º a 4º série. Podemos perceber
que dentre as mulheres com ensino superior, a maioria é bem jovem (20 a 29 anos).
Mulheres em uma faixa etária mais ampla (21 a 50 anos) têm apenas o ensino
fundamental. A maioria das analfabetas corresponde a mulheres mais velhas (acima de
60 anos). Devemos esclarecer que os casos classificados como não se aplica refere-se a
pessoas com idade inferior a 6 anos e pessoa com comprometimento mental severo,
como por exemplo, paralisia cerebral.
3
Tabela 1: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a faixa etária (anos)
da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012.
FAIXA ETÁRIA
(anos)
N % % ACUMULADO
0 a 9 19 1,1 1,1
10 a 19 186 10,0 11,8
20 a 29 510 29,5 41,3
30 a 39 516 29,8 71,2
40 a 49 246 14,2 85,4
50 a 59 131 7,6 92,9
Maior ou igual a 60 87 5,0 98,0
SI* 35 2,0 100,0
TOTAL 1730 100,0 -
*SI: Sem Informação
Tabela 2: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a faixa etária (anos) e
escolaridade da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012.
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
*NA: Não se aplica
A violência contra a mulher não está restrita a determinada raça/etnia. Existe
pouca apresentação de amarelas e indígenas devido à área estudada, Viçosa-MG, não
abrigar grande número dessa população especifica. Por sua vez, se agregamos as
categorias pretas e pardas, verifica-se maior incidência de violência contra a mulher,
conforme mostra a tabela 3.
Entretanto, quando relacionamos os indicadores de raça/etnia e com faixa etária
percebemos que mulheres agredidas pretas e pardas são mais jovens que mulheres
FAIXA
ETÁRIA
(anos)
ESCOLARIDADE TOTAL
ANALF. FUNDAM. MEDIO SUPERIOR NA* IGN* SI*
N % N % N % N % N % N % N % N %
0 a 9 2 4,9 8 0,8 0 0 0 0 4 33,3 4 4,3 1 3,3 19 1,1
10 a 19 0 0 119 11,9 55 14,3 7 4,1 0 0 4 4,3 1 3,3 186 10,8
20 a 29 1 2,4 237 23,7 172 44,7 65 38,0 1 8,3 28 30,4 6 20,0 510 29,5
30 a 39 5 12,2 334 33,4 97 25,2 50 29,2 3 25,0 16 17,4 11 36,7 516 29,8
40 a 49 4 9,8 162 16,2 31 8,1 23 13,5 2 16,7 20 21,7 4 13,3 246 14,2
50 a 59 10 24,4 73 7,3 19 4,9 17 9,9 1 8,3 8 8,7 3 10,0 131 7,6
Maior ou igual a
60
19 46,3 50 5,0 3 0,8 5 2,9 1 8,3 7 7,6 2 6,7 87 5,0
IGN 0 0 16 1,6 8 2,1 4 2,3 0 0 5 5,4 2 6,7 35 2,0
TOTAL 41 100,0 999 100,0 385 100,0 171 100,0 12 100 92 100,0 30 100,0 1730 100,0
4
brancas, o que demonstra que a violência inicia cedo na vida das mulheres. Ao analisar
o gráfico, o que chama a atenção é que na faixa etária maior ou igual a 60 anos a
violência contra mulheres brancas é muito próximo das pretas e pardas.
Tabela 3: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a raça da mulher em
situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012.
RAÇA/ETNIA N %
Branca 676 39,1
Parda 584 33,8
Preta 428 24,7
Amarela 10 0,6
Indígena 01 0,1
IGN 19 1,1
SI 12 0,7
TOTAL 1730 100,0
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
A predominância de mulheres pretas e pardas, bem como de mulheres entre 20 e
39 anos em situação de violência foi observada também no estudo de Mascarenhas (et al
2009) e Galvão (et al 2004). As diferenças raciais/étnicas associam-se a desigualdades
sociais condicionando as formas de viver e morrer das pessoas. A etnia não é um fator
de risco, porém a inserção social adversa de um grupo racial-étnico pode significar
condição determinante de vulnerabilidade. (BATISTA et al, 2004 apud
MASCARENHAS et al, 2009).
Com relação ao estado civil (tabela 4), 50% das mulheres em situação de
violência são casadas. Este dado indica que a violência é perpetrada por pessoas
próximas a mulher, sendo este muitas vezes seu companheiro. Num mesmo sentido, há
grande porcentagem de mulheres solteira ou separadas que são perpetradas por ex-
companheiro ou ex-namorado.
Verifica-se que a violência não se restringe a um estado civil, ocorrendo em
todas as categorias, mas há um predomínio nas mulheres que estão casadas. Como
vemos na tabela abaixo, 80,3% dos casos ocorrem na própria residência da mulher, e o
grau de parentesco do agressor com a vítima é de 50% entre marido e mulher. Assim
podemos aferir que o predomínio da violência doméstica com as mulheres casadas
ocorre devido a estarem em contato diariamente com esse companheiro, já que elas
moram na mesma residência e tem uma relação próxima.
5
Gráfico 1: Casos notificados de violência contra a mulher segundo raça/cor e faixa etária (anos)
da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012.
Tabela 4 : Casos notificados de violência contra a mulher segundo o estado civil da mulher em
situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012.
ESTADO CIVIL N %
Casada 863 50,0
Solteira 534 30,9
Separada 237 13,7
Viúva 71 4,1
IGN 16 0,9
SI 3 0,2
NA 6 0,3
TOTAL 1730 100,0
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
*NA: Não se aplica
CARACTRÍSTICAS DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
Conforme dados da tabela 5, os dias da semana em que mais acontece a
violência são domingo e sábado. Esse aumento dos casos de violência contra a mulher
durante o final de semana somados representam 35,3%. A alta porcentagem de casos
nesses dias pode estar relacionada ao fato de ser o período nos quais o convívio entre os
0
50
100
150
200
250
300
350
0 a 9 10 a
19
20 a
29
30 a
39
40 a
49
50 a
59
Maior
ou
igual a
60
Preta/Parda
Branca
Númerodecasos
Faixa etária
6
conjugues tende a ser intenso, ampliando assim as possibilidades de conflitos. Dados
apresentados por Mascarenhas (et al,2009) e Dossi (et al, 2008), corroboram com a
afirmativa que geralmente os casos ocorrem nas residências, aos finais de semana, no
período da tarde e da noite. Segundo Zaluar (2009), a maior parte das agressões ocorreu
nas residências (66,9%) e aos finais de semana (34,3%). Contudo, mesmo diante desta
constatação de que esta violência acontece mais nos finais de semana temos ainda hoje a
realidade de que a delegacia fica fechada no final de semana demonstra uma demanda
urgente, pois isso dificulta o acesso das mulheres à denúncia. Muitas queixas só são
encaminhadas na segunda feira, quando a delegacia reabre.
Como exposto na tabela 6, as mulheres são mais agredidas a noite (36%), depois
a tarde (25%), seguido pela manhã (20,1%) e por último de madrugada (9,8%). A
violência é mais prevalente a noite devido ao fato de ser o horário em que a mulher e
seu agressor têm maior contato, habitando o mesmo espaço.
Tabela 5: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o dia da semana que ocorreu a
violência, Viçosa, MG, 2009-2012
DIA DA SEMANA N %
Domingo 343 19,8
Sábado 269 15,5
Quarta 237 13,7
Sexta 235 13,6
Segunda 234 13,5
Terça 193 11,2
Quinta 188 10,9
SI* 31 1,8
TOTAL 1730 100,0
* SI: Sem Informação
Tabela 6: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a hora em que ocorreu a
violência, Viçosa, MG, 2009-2012
HORA DA OCORRÊNCIA N %
noite 622 36,0%
tarde 433 25,0%
manhã 348 20,1%
madrugada 170 9,8%
SI* 157 9,1%
TOTAL 1730 100,0
* SI: Sem Informação
7
O local de maior ocorrência da violência contra a mulher é na residência,
conforme tabela 7.
Tabela 7: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o local em que ocorreu a
violência, Viçosa, MG, 2009-2012
LOCAL DE OCORRÊNCIA N %
Residência 1389 80,3
Via pública 175 10,1
Comércio e serviços 34 2,0
Bar ou similar 31 1,8
Outros 30 1,7
Escola 18 1,0
Habitação coletiva 05 0,3
Local de prática esportiva 03 0,2
Indústria e construções 01 0,1
IGN 40 2,3
SI 4 0,2
TOTAL 1730 100,0
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
Ao referir sobre os tipos de violência, nota-se um maior predomínio da
psicológica (42,3%), seguida da física (38,2%). Tal predomínio também é evidenciado
no estudo de Schraiber (2007) no qual a violência psicológica está presente em 50% dos
casos e a física em 34,7%. Normalmente as agressões iniciam-se com a violência
psicológica e agrava-se para a física, geralmente esses tipos de violência não se
desvinculam.
Gráfico 2: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o tipo de violência, Viçosa,
MG, 2009-2012
0 10 20 30 40 50
Psicológica
Física
Patrimonial
Moral
Sexual
Outos
IGN
SI 0,5
%
38,2
8,6
7,4
1,6
1,2
0,1
42,3
8
A distribuição de notificações de violência contra a mulher por bairro e por
região quando analisada conjuntamente com a população de mulheres nos bairros,
permite relativizar o número de ocorrências proporcionalmente à concentração de
habitantes, conforme mostra a tabela 8.
Tabela 8: Casos notificados de violência contra a mulher segundo bairros em que ocorreu a
violência e percentual relativo à população de mulheres nas regiões, Viçosa, MG, 2009-2012
REGIÃO* BAIRROS
POP
TOTAL
POP
MULHER
NOTIF.
% NA POP
MULHERES
Santa Clara Coelhas 4093 2080 26 9,9
Jusc. Kubistchek 4
Maria Eugênia 21
Santa Clara 107
São Sebastião 44
Sol Nascente 4
Nova Viçosa Nova Viçosa 4751 2649 236 9,8
Posses 24
Amoras Amoras 5313 2679 30 7,9
Barrinha 24
Boa Vista 10
Cidade Nova 10
Floresta 21
Inácio Martins 44
Laranjal (São José) 34
Vau-Açu 41
Bom Jesus Bela Vista 9230 5079 67 6,8
Bom Jesus 225
Estrelas 35
Sagrada Família 21
Silvestre João Braz 6206 3098 50 6,3
Novo Silvestre 37
Silvestre 77
Violeira 9
Nova Era João Mariano 5095 2797 14 4,0
Nova Era 40
União 31
Vale do Sol 28
Passos Fuad Chequer 2875 1477 4 3,9
Sagrado Coração 54
Santo Antonio Júlia Molar 8808 4559 7 3,8
Santo Antônio 160
Acamari Bosque Acamari 928 538 2 3,7
Romão dos Reis 30
Vila Alves 2
Fátima Fátima 3821 2043 71 3,4
Centro Centro 10176 5545 133 2,7
Clélia Bernardes 7
Ramos 12
Lourdes Lourdes 4278 2374 13 0,5
9
* Os grupamentos de bairros em “regiões” foram construídos nas pesquisas do Centro de
Promoção do Desenvolvimento Sustentável (SENSUS), conforme anexo 1(SILVA, 2010).
Fonte dos dados das populações por bairro e distribuição de regiões: Dados da Pesquisa Census
2009
Na tabela 9 são apresentadas ocorrência de violência contra a mulher por bairros
ou regiões em que não houve levantamento da população pela pesquisa do CENSUS.
Tabela 9: Notificações de violência contra a mulher em bairros ou regiões sem dados
populacionais
BAIRRO NOTIFICAÇÕES
Buieié 3
Cachoeira de Santa Cruz 23
Morada do Sol 4
Palmital 2
Paraíso 1
São José do Triunfo 65
Vereda do Bosque 5
Campus UFV 15
Outros 65
CARACTERÍSTICAS DO AGRESSOR
A violência doméstica contra a mulher pode envolver também filhos, pais,
sogros e outros parentes ou pessoas.
Gráfico 3: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o vínculo/grau de parentesco
com a mulher, Viçosa, MG, 2009-2011
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0
Cônjuge
Ex- cônjuge
Amigos/ conhecidos
Filho
Ex-namorado
Pai/ Padrasto
Outros familiares (mãe, irmão)
Namorado
Outros (Vizinhos, genro, aluno)
Desconhecido
Própria pessoa
SI ou IGN
Vínculo/Graudeparentesco
%
1,9
7,6
6,7
4,7
4,5
2,6
2,4
1,3
0,3
35,9
22,2
9,8
10
Em relação ao sexo 94,1% dos agressores é do sexo masculino, demonstrando
que a violência ocorre em um ambiente familiar, principalmente pelos parceiros e ex-
parceiros das mulheres. Porém é notória a participação de mulheres perpetrando contra
mulheres (3,0%). Destaca-se que a nomenclatura utilizada “ambos os sexos” refere-se a
um episódio de violência em que homem(s) e mulher(es) praticaram o ato violento.
Tabela 10: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o sexo do agressor, Viçosa,
MG, 2009-2012
SEXO DO AUTOR DA
AGRESSÃO
N %
Masculino 1627 94,1
Feminino 52 3,0
Ambos os sexos 25 1,4
IGN 3 0,2
SI 23 1,3
TOTAL 1730 100,0
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
A idade foi agrupada em faixas etárias (tabela 11) de acordo com a classificação
adotada pelo Ministério da Saúde. As idades possuem grande amplitude, em que a idade
mínima foi de 12 anos e a máxima de 79 anos. A média de idade foi de 35 anos e a
mediana de 33 anos com desvio padrão de 12 anos. O percentil 25 aponta a idade de 28
anos e o percentil 75 refere-se a idade de 42 anos, ou seja, 75% dos agressores possuem
idade menor que 42 anos. Ao somarmos as faixas etárias de 20 a 39 anos possuímos
56,1 % dos agressores. Diante disto podemos perceber que os agressores também são
relativamente jovens, compreendendo a faixa economicamente ativa.
Tabela 11: Casos notificados de violência contra a mulher segundo faixa etária (anos) do
agressor, Viçosa, MG, 2009-2012
FAIXA ETÁRIA
(anos)
N % % ACUMULADO
0 a 9 0 0,0 0,0
10 a 19 95 5,5 5,5
20 a 29 479 27,7 33,2
30 a 39 482 27,9 61,0
40 a 49 298 17,2 78,3
50 a 59 123 7,1 85,4
Maior ou igual a 60 53 3,1 88,4
SI* 200 11,6 100,0
TOTAL 1730 100,0 -
* SI: Sem Informação
11
Outro elemento associado à situação de violência é o consumo de bebidas
alcoólicas, sendo que 23,1% dos agressores ingeriram bebida alcoólica e 9,8%
utilizaram sustâncias ilícitas. Percebemos que o álcool e substâncias tóxicas estão
presentes, mas é importante destacar que estas substâncias podem colaborar com uma
conduta violenta, potencializando o ato violento. Ou seja, álcool e substâncias tóxicas
não tornam o agressor violento, apenas permite que ele expresse a violência. Assim, não
podemos imputar o uso de álcool ou outras substâncias ilícitas ao evento de violência.
Tabela 12: Casos notificados de violência contra a mulher segundo suspeita do uso de álcool
pelo agressor, Viçosa, MG, 2009-2012
SUSPEITA DE ÁLCOOL N %
Sim 391 22,6
Não 150 8,7
IGN 83 4,8
SI 1106 63,9
TOTAL 1730 100,0
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
A distribuição na tabela 13 mostra que quando a violência foi reincidente houve
121 casos de prisãodo agressor. Nos casos em que a violência não é reincidente houve
prisão para apenas 20 agressores. Deste modo é essencial que medidas preventivas
sejam tomadas para impedir que o caso se repita e/ou se agrave.
Tabela 13: Casos notificados de violência contra a mulher segundo reincidência da violência e
prisão do agressor, Viçosa, MG, 2009-2012
OCORREU
OUTRAS VEZES
PRISÃO
Sim Não IGN* SI* TOTAL
N % N % N % N % N %
Sim 121 30,9 549 48,8 15 44,1 90 50,0 775 44,8
Não 20 5,1 36 3,2 2 5,9 30 16,7 88 5,1
IGN* 8 2,0 29 2,6 7 20,6 13 7,2 57 3,3
SI* 242 61,9 511 45,4 10 29,4 47 26,1 812 46,8
TOTAL 391 100 1125 100,0 34 100,0 180 100,0 1730 100,0
*IGN: Ignorado
* SI: Sem Informação
12
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOSSI, Ana Paula et al. Perfil epidemiológico da violência física intrafamiliar:
agressões denunciadas em um município do Estado de São Paulo, Brasil, entre 2001 e
2005. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 8, ago. 2008. Disponível em:
<http://www.scielosp.org/pdf/csp/v24n8/22.pdf>. Acessos em 09 jun.2012.
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análise de casos atendidos em serviço de atenção à mulher em município do Sul do
Brasil. Saude soc., São Paulo, v. 13, n. 2, Ago. 2004 .
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atendimentos de emergência por violência no Sistema de Serviços Sentinelas de
Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) - Brasil, 2006. Epidemiol. Serv. Saúde,
Brasília, v. 18, n. 1, mar. 2009 . Disponível em
<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679497420090001000
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públicos de saúde da Grande São Paulo.Rev. Saúde Pública, São Paulo,
v.41,n.3,jun.2007.Disponívelm<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0034-89102007000300006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 jun. 2012.
SILVA, Ananias Ribeiro, et al (Coord.). Retrato Social de Viçosa III. Viçosa, MG:
CENSUS, 2010.
ZALUAR, Alba. Agressão Física e Gênero na cidade do Rio de Janeiro. Rev.
Brasileira de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 24, n. 71, out. 2009. Disponível
em:<http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v24n71/v24n71a02.pdf>. Acessosem 09 jun.
2012.
13
LEGENDAS PARA EPI INFO:
Raça:
1= Branca / 2= Preta / 3= Amarela / 4= Parda / 5= Indígena / 9= Ignorado / 999= Sem
informação
Estado civil:
1= Solteiro / 2= Casada / 3= Viúva / 4= Separada / 8= Não se aplica / 9= Ignorado /
999= Sem informação
Sexo do autor da agressão:
1= Masculino / 2= Feminino / 3= Ambos os sexos / 9= Ignorado / 999= Sem
informação
Uso de substância tóxica:
1= Sim / 2= Não / 9= Ignorado / 999= Sem informação
Suspeita de álcool:
1= Sim / 2= Não / 9= Ignorado / 999= Sem informação
Local de ocorrência:
1= Residência / 2= Habitação Coletiva / 3= Escola / 4= Local de prática esportiva / 5=
Bar ou similar / 6= Via pública / 7= Comércio e serviços / 8= Indústrias e construções /
9= Outros / 99 Ignorado / 999= Sem informação
14
Anexo 1: População Urbana Estimada por Região de Planejamento – Viçosa, MG 2009
Região Localidades População
Região 1 Centro Ramos, Clélia Bernardes, Belvedere e Centro.
Este último limitado pelas ruas: Gomes Barbosa,
Ladeira dos Operários, José Antonio Rodrigues,
Dos Estudantes, av. P.H. Rolfs (da linha férrea até
a esquina com a av. Castelo Branco), av.
Marechal Castelo Branco, (até o trevo do
Belvedere), Geninho Lentine, Dr. Milton
Bandeira, Dona Gertrudes, Tenente Kümmel, av.
Bueno Brandão e Floriano Peixoto
10.176
Região 2 Bom Jesus Bom Jesus, Bela Vista, Sagrada Família, Estrelas
e Conceição.
9.230
Região 3 Nova Viçosa Nova Viçosa e Posses 4.751
Região 4 Fátima Bairro de Fátima. 3.821
Região 5 Lourdes Betânia, Santa Clara (parte baixa, limitada pela
av. JK até a rua Joaquim Andrade), Lourdes e
Alameda Fábio Ribeiro.
4.278
Região 6 Santa Clara JK, Santa Clara (parte alta), Maria Eugênia e São
Sebastião.
4.093
Região 7 Passos Fuad Chequer, Sagrado Coração (Rebenta
Rabicho) e pela área limitada pela Rua dos Passos
(do Hospital S.J. Batista até a esquina com a Dona
Gertrudes), Rua Dr. Brito, Rua Santana, Álvaro
Gouveia e Dr. José Norberto Vaz de Melo.
2.875
Região 8 Santo Antônio Julia Molar, Santo Antônio (do Belvedere até o
trevo de Coimbra).
8.808
Região 9 Nova Era Nova Era, Vale do Sol e União (Morro do Café). 5.095
Região 10 Amoras Integrada pelos bairros: Barrinha, Cidade Nova,
Arduino Bolívar (Amoras), Laranjal (São José),
Boa Vista, Vau-Açú, Inácio Martins e Floresta.
5.313
Região 11 Silvestre Liberdade, Violeira, Recanto da Serra, João Brás,
Inconfidência, Parque do Ipê, Silvestre e Novo
Silvestre.
6.206
Região 12 Acamari Romão dos Reis, Rua Nova, Acamari, Vila Alves,
Jardim do Vale e Quinta dos Guimarães.
928
Fonte: Dados da Pesquisa Census 2009

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  • 1. 1 PET-Vigilância em Saúde – UFV Dados de violência contra a mulher período 2009-2012 Viçosa- MG O presente relatório trata dos dados obtidos nas 1730 Fichas de Notificação de violência contra a mulher produzidas entre março de 2009 a outubro de 2012. Tais Fichas de Notificação foram produzidas por instituições e serviços do campo da Saúde (hospitais, Unidades de Programa Saúde da Família, Serviço de Vigilância Epidemiológica e Centro Integrado Vida a Vida e Hiperdia) epor busca ativa em sistemas de informação sobre violência contra a mulher (Registro de Eventos de Defesa Social – REDS, Anamneses do Programa Casa das Mulheres, Registros da Defensoria Pública Comarca de Viçosa). Para organização dos dados foi feita uma transcrição das Fichas de Notificação para uma ficha adaptada sobre os dados de violência doméstica, sexual e/ou outras violências contra a mulher, construída pelo PET-VS. A partis dessa organização, os dados foram sistematizados em planilha do Microsoft Office Excel 2003 e posteriormente no programa EpiInfo 3.5.1. No quadro a seguir estão indicados os casos de violência contra a mulher notificados segundo o ano de notificação e a fonte notificadora. Observa-se que no ano de 2009 as fontes notificadoras foram os sistemas de informação já existentes na Delegacia, através da filtragem dos Boletins de Ocorrência, e na Vigilância Epidemiológica, através das declarações de óbito. Em 2010, com a criação do Programa Casa das Mulheres, a Defensoria torna-se uma fonte notificadora, assim como a própria Casa das Mulheres através das anamneses dos atendimentos realizados. Em 2011 após um trabalho de sensibilização, conscientização e formação dos profissionais da saúde que atuam nas unidades básicas de saúde e nos hospitais, estes setores iniciam a notificações. Como resultado em 2012, possuímos 53 notificações do setor saúde do município. É importante ressaltar que todos estes dados foram inseridos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
  • 2. 2 Distribuição das notificações de violência contra a mulher segundo a unidade de notificação e o ano de notificação do caso, Viçosa-MG, 2009-2012. UNIDADE DE NOTIFICAÇÃO ANO DE NOTIFICAÇÃO TOTAL 2009 2010 2011 2012 Busca Ativa (Delegacia, Defensoria Pública e Casa das Mulheres) 238 387 564 415 1604 Hospitais (HSJB e HSS) 0 0 13 41 54 Unidades Saúde da Família 0 0 25 12 37 Vigilância Epidemiológica 9 11 1 2 23 Centro Integrado Viva Vida e Hiperdia 0 0 0 12 12 TOTAL 247 398 603 482 1730 CARACTERÍSTICAS DAS MULHERES EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA A idade foi agrupada em faixas etárias (tabela 1) de acordo com a classificação adotada pelo Ministério da Saúde. As idades possuem grande amplitude, em que a idade mínima foi de 0 anos e a máxima de 102 anos. A média de idade foi de 34 anos e a mediana de 32 anos com desvio padrão de 14 anos. O percentil 25 aponta a idade de 24 anos e o percentil 75 refere-se a idade de 41 anos, ou seja, 75% da mulheres em situação de violência possuem idade menor que 42 anos. Ao somarmos as faixas etárias de 20 a 39 anos possuímos 59,3 % das mulheres. Diante disto podemos perceber que as mulheres agredidas são relativamente jovens, compreendendo a faixa economicamente ativa o que causa problemas sociais e econômicos. Em relação à escolaridade (tabela 2) optamos em utilizar uma faixa de anos de estudo mais agregado, uma vez que a maioria das mulheres corresponde à faixa de 5º a 8º série, sendo que poucas mulheres tem escolaridade de 1º a 4º série. Podemos perceber que dentre as mulheres com ensino superior, a maioria é bem jovem (20 a 29 anos). Mulheres em uma faixa etária mais ampla (21 a 50 anos) têm apenas o ensino fundamental. A maioria das analfabetas corresponde a mulheres mais velhas (acima de 60 anos). Devemos esclarecer que os casos classificados como não se aplica refere-se a pessoas com idade inferior a 6 anos e pessoa com comprometimento mental severo, como por exemplo, paralisia cerebral.
  • 3. 3 Tabela 1: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a faixa etária (anos) da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012. FAIXA ETÁRIA (anos) N % % ACUMULADO 0 a 9 19 1,1 1,1 10 a 19 186 10,0 11,8 20 a 29 510 29,5 41,3 30 a 39 516 29,8 71,2 40 a 49 246 14,2 85,4 50 a 59 131 7,6 92,9 Maior ou igual a 60 87 5,0 98,0 SI* 35 2,0 100,0 TOTAL 1730 100,0 - *SI: Sem Informação Tabela 2: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a faixa etária (anos) e escolaridade da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012. *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação *NA: Não se aplica A violência contra a mulher não está restrita a determinada raça/etnia. Existe pouca apresentação de amarelas e indígenas devido à área estudada, Viçosa-MG, não abrigar grande número dessa população especifica. Por sua vez, se agregamos as categorias pretas e pardas, verifica-se maior incidência de violência contra a mulher, conforme mostra a tabela 3. Entretanto, quando relacionamos os indicadores de raça/etnia e com faixa etária percebemos que mulheres agredidas pretas e pardas são mais jovens que mulheres FAIXA ETÁRIA (anos) ESCOLARIDADE TOTAL ANALF. FUNDAM. MEDIO SUPERIOR NA* IGN* SI* N % N % N % N % N % N % N % N % 0 a 9 2 4,9 8 0,8 0 0 0 0 4 33,3 4 4,3 1 3,3 19 1,1 10 a 19 0 0 119 11,9 55 14,3 7 4,1 0 0 4 4,3 1 3,3 186 10,8 20 a 29 1 2,4 237 23,7 172 44,7 65 38,0 1 8,3 28 30,4 6 20,0 510 29,5 30 a 39 5 12,2 334 33,4 97 25,2 50 29,2 3 25,0 16 17,4 11 36,7 516 29,8 40 a 49 4 9,8 162 16,2 31 8,1 23 13,5 2 16,7 20 21,7 4 13,3 246 14,2 50 a 59 10 24,4 73 7,3 19 4,9 17 9,9 1 8,3 8 8,7 3 10,0 131 7,6 Maior ou igual a 60 19 46,3 50 5,0 3 0,8 5 2,9 1 8,3 7 7,6 2 6,7 87 5,0 IGN 0 0 16 1,6 8 2,1 4 2,3 0 0 5 5,4 2 6,7 35 2,0 TOTAL 41 100,0 999 100,0 385 100,0 171 100,0 12 100 92 100,0 30 100,0 1730 100,0
  • 4. 4 brancas, o que demonstra que a violência inicia cedo na vida das mulheres. Ao analisar o gráfico, o que chama a atenção é que na faixa etária maior ou igual a 60 anos a violência contra mulheres brancas é muito próximo das pretas e pardas. Tabela 3: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a raça da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012. RAÇA/ETNIA N % Branca 676 39,1 Parda 584 33,8 Preta 428 24,7 Amarela 10 0,6 Indígena 01 0,1 IGN 19 1,1 SI 12 0,7 TOTAL 1730 100,0 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação A predominância de mulheres pretas e pardas, bem como de mulheres entre 20 e 39 anos em situação de violência foi observada também no estudo de Mascarenhas (et al 2009) e Galvão (et al 2004). As diferenças raciais/étnicas associam-se a desigualdades sociais condicionando as formas de viver e morrer das pessoas. A etnia não é um fator de risco, porém a inserção social adversa de um grupo racial-étnico pode significar condição determinante de vulnerabilidade. (BATISTA et al, 2004 apud MASCARENHAS et al, 2009). Com relação ao estado civil (tabela 4), 50% das mulheres em situação de violência são casadas. Este dado indica que a violência é perpetrada por pessoas próximas a mulher, sendo este muitas vezes seu companheiro. Num mesmo sentido, há grande porcentagem de mulheres solteira ou separadas que são perpetradas por ex- companheiro ou ex-namorado. Verifica-se que a violência não se restringe a um estado civil, ocorrendo em todas as categorias, mas há um predomínio nas mulheres que estão casadas. Como vemos na tabela abaixo, 80,3% dos casos ocorrem na própria residência da mulher, e o grau de parentesco do agressor com a vítima é de 50% entre marido e mulher. Assim podemos aferir que o predomínio da violência doméstica com as mulheres casadas ocorre devido a estarem em contato diariamente com esse companheiro, já que elas moram na mesma residência e tem uma relação próxima.
  • 5. 5 Gráfico 1: Casos notificados de violência contra a mulher segundo raça/cor e faixa etária (anos) da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012. Tabela 4 : Casos notificados de violência contra a mulher segundo o estado civil da mulher em situação de violência, Viçosa, MG, 2009-2012. ESTADO CIVIL N % Casada 863 50,0 Solteira 534 30,9 Separada 237 13,7 Viúva 71 4,1 IGN 16 0,9 SI 3 0,2 NA 6 0,3 TOTAL 1730 100,0 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação *NA: Não se aplica CARACTRÍSTICAS DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA Conforme dados da tabela 5, os dias da semana em que mais acontece a violência são domingo e sábado. Esse aumento dos casos de violência contra a mulher durante o final de semana somados representam 35,3%. A alta porcentagem de casos nesses dias pode estar relacionada ao fato de ser o período nos quais o convívio entre os 0 50 100 150 200 250 300 350 0 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 Maior ou igual a 60 Preta/Parda Branca Númerodecasos Faixa etária
  • 6. 6 conjugues tende a ser intenso, ampliando assim as possibilidades de conflitos. Dados apresentados por Mascarenhas (et al,2009) e Dossi (et al, 2008), corroboram com a afirmativa que geralmente os casos ocorrem nas residências, aos finais de semana, no período da tarde e da noite. Segundo Zaluar (2009), a maior parte das agressões ocorreu nas residências (66,9%) e aos finais de semana (34,3%). Contudo, mesmo diante desta constatação de que esta violência acontece mais nos finais de semana temos ainda hoje a realidade de que a delegacia fica fechada no final de semana demonstra uma demanda urgente, pois isso dificulta o acesso das mulheres à denúncia. Muitas queixas só são encaminhadas na segunda feira, quando a delegacia reabre. Como exposto na tabela 6, as mulheres são mais agredidas a noite (36%), depois a tarde (25%), seguido pela manhã (20,1%) e por último de madrugada (9,8%). A violência é mais prevalente a noite devido ao fato de ser o horário em que a mulher e seu agressor têm maior contato, habitando o mesmo espaço. Tabela 5: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o dia da semana que ocorreu a violência, Viçosa, MG, 2009-2012 DIA DA SEMANA N % Domingo 343 19,8 Sábado 269 15,5 Quarta 237 13,7 Sexta 235 13,6 Segunda 234 13,5 Terça 193 11,2 Quinta 188 10,9 SI* 31 1,8 TOTAL 1730 100,0 * SI: Sem Informação Tabela 6: Casos notificados de violência contra a mulher segundo a hora em que ocorreu a violência, Viçosa, MG, 2009-2012 HORA DA OCORRÊNCIA N % noite 622 36,0% tarde 433 25,0% manhã 348 20,1% madrugada 170 9,8% SI* 157 9,1% TOTAL 1730 100,0 * SI: Sem Informação
  • 7. 7 O local de maior ocorrência da violência contra a mulher é na residência, conforme tabela 7. Tabela 7: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o local em que ocorreu a violência, Viçosa, MG, 2009-2012 LOCAL DE OCORRÊNCIA N % Residência 1389 80,3 Via pública 175 10,1 Comércio e serviços 34 2,0 Bar ou similar 31 1,8 Outros 30 1,7 Escola 18 1,0 Habitação coletiva 05 0,3 Local de prática esportiva 03 0,2 Indústria e construções 01 0,1 IGN 40 2,3 SI 4 0,2 TOTAL 1730 100,0 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação Ao referir sobre os tipos de violência, nota-se um maior predomínio da psicológica (42,3%), seguida da física (38,2%). Tal predomínio também é evidenciado no estudo de Schraiber (2007) no qual a violência psicológica está presente em 50% dos casos e a física em 34,7%. Normalmente as agressões iniciam-se com a violência psicológica e agrava-se para a física, geralmente esses tipos de violência não se desvinculam. Gráfico 2: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o tipo de violência, Viçosa, MG, 2009-2012 0 10 20 30 40 50 Psicológica Física Patrimonial Moral Sexual Outos IGN SI 0,5 % 38,2 8,6 7,4 1,6 1,2 0,1 42,3
  • 8. 8 A distribuição de notificações de violência contra a mulher por bairro e por região quando analisada conjuntamente com a população de mulheres nos bairros, permite relativizar o número de ocorrências proporcionalmente à concentração de habitantes, conforme mostra a tabela 8. Tabela 8: Casos notificados de violência contra a mulher segundo bairros em que ocorreu a violência e percentual relativo à população de mulheres nas regiões, Viçosa, MG, 2009-2012 REGIÃO* BAIRROS POP TOTAL POP MULHER NOTIF. % NA POP MULHERES Santa Clara Coelhas 4093 2080 26 9,9 Jusc. Kubistchek 4 Maria Eugênia 21 Santa Clara 107 São Sebastião 44 Sol Nascente 4 Nova Viçosa Nova Viçosa 4751 2649 236 9,8 Posses 24 Amoras Amoras 5313 2679 30 7,9 Barrinha 24 Boa Vista 10 Cidade Nova 10 Floresta 21 Inácio Martins 44 Laranjal (São José) 34 Vau-Açu 41 Bom Jesus Bela Vista 9230 5079 67 6,8 Bom Jesus 225 Estrelas 35 Sagrada Família 21 Silvestre João Braz 6206 3098 50 6,3 Novo Silvestre 37 Silvestre 77 Violeira 9 Nova Era João Mariano 5095 2797 14 4,0 Nova Era 40 União 31 Vale do Sol 28 Passos Fuad Chequer 2875 1477 4 3,9 Sagrado Coração 54 Santo Antonio Júlia Molar 8808 4559 7 3,8 Santo Antônio 160 Acamari Bosque Acamari 928 538 2 3,7 Romão dos Reis 30 Vila Alves 2 Fátima Fátima 3821 2043 71 3,4 Centro Centro 10176 5545 133 2,7 Clélia Bernardes 7 Ramos 12 Lourdes Lourdes 4278 2374 13 0,5
  • 9. 9 * Os grupamentos de bairros em “regiões” foram construídos nas pesquisas do Centro de Promoção do Desenvolvimento Sustentável (SENSUS), conforme anexo 1(SILVA, 2010). Fonte dos dados das populações por bairro e distribuição de regiões: Dados da Pesquisa Census 2009 Na tabela 9 são apresentadas ocorrência de violência contra a mulher por bairros ou regiões em que não houve levantamento da população pela pesquisa do CENSUS. Tabela 9: Notificações de violência contra a mulher em bairros ou regiões sem dados populacionais BAIRRO NOTIFICAÇÕES Buieié 3 Cachoeira de Santa Cruz 23 Morada do Sol 4 Palmital 2 Paraíso 1 São José do Triunfo 65 Vereda do Bosque 5 Campus UFV 15 Outros 65 CARACTERÍSTICAS DO AGRESSOR A violência doméstica contra a mulher pode envolver também filhos, pais, sogros e outros parentes ou pessoas. Gráfico 3: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o vínculo/grau de parentesco com a mulher, Viçosa, MG, 2009-2011 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 Cônjuge Ex- cônjuge Amigos/ conhecidos Filho Ex-namorado Pai/ Padrasto Outros familiares (mãe, irmão) Namorado Outros (Vizinhos, genro, aluno) Desconhecido Própria pessoa SI ou IGN Vínculo/Graudeparentesco % 1,9 7,6 6,7 4,7 4,5 2,6 2,4 1,3 0,3 35,9 22,2 9,8
  • 10. 10 Em relação ao sexo 94,1% dos agressores é do sexo masculino, demonstrando que a violência ocorre em um ambiente familiar, principalmente pelos parceiros e ex- parceiros das mulheres. Porém é notória a participação de mulheres perpetrando contra mulheres (3,0%). Destaca-se que a nomenclatura utilizada “ambos os sexos” refere-se a um episódio de violência em que homem(s) e mulher(es) praticaram o ato violento. Tabela 10: Casos notificados de violência contra a mulher segundo o sexo do agressor, Viçosa, MG, 2009-2012 SEXO DO AUTOR DA AGRESSÃO N % Masculino 1627 94,1 Feminino 52 3,0 Ambos os sexos 25 1,4 IGN 3 0,2 SI 23 1,3 TOTAL 1730 100,0 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação A idade foi agrupada em faixas etárias (tabela 11) de acordo com a classificação adotada pelo Ministério da Saúde. As idades possuem grande amplitude, em que a idade mínima foi de 12 anos e a máxima de 79 anos. A média de idade foi de 35 anos e a mediana de 33 anos com desvio padrão de 12 anos. O percentil 25 aponta a idade de 28 anos e o percentil 75 refere-se a idade de 42 anos, ou seja, 75% dos agressores possuem idade menor que 42 anos. Ao somarmos as faixas etárias de 20 a 39 anos possuímos 56,1 % dos agressores. Diante disto podemos perceber que os agressores também são relativamente jovens, compreendendo a faixa economicamente ativa. Tabela 11: Casos notificados de violência contra a mulher segundo faixa etária (anos) do agressor, Viçosa, MG, 2009-2012 FAIXA ETÁRIA (anos) N % % ACUMULADO 0 a 9 0 0,0 0,0 10 a 19 95 5,5 5,5 20 a 29 479 27,7 33,2 30 a 39 482 27,9 61,0 40 a 49 298 17,2 78,3 50 a 59 123 7,1 85,4 Maior ou igual a 60 53 3,1 88,4 SI* 200 11,6 100,0 TOTAL 1730 100,0 - * SI: Sem Informação
  • 11. 11 Outro elemento associado à situação de violência é o consumo de bebidas alcoólicas, sendo que 23,1% dos agressores ingeriram bebida alcoólica e 9,8% utilizaram sustâncias ilícitas. Percebemos que o álcool e substâncias tóxicas estão presentes, mas é importante destacar que estas substâncias podem colaborar com uma conduta violenta, potencializando o ato violento. Ou seja, álcool e substâncias tóxicas não tornam o agressor violento, apenas permite que ele expresse a violência. Assim, não podemos imputar o uso de álcool ou outras substâncias ilícitas ao evento de violência. Tabela 12: Casos notificados de violência contra a mulher segundo suspeita do uso de álcool pelo agressor, Viçosa, MG, 2009-2012 SUSPEITA DE ÁLCOOL N % Sim 391 22,6 Não 150 8,7 IGN 83 4,8 SI 1106 63,9 TOTAL 1730 100,0 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação A distribuição na tabela 13 mostra que quando a violência foi reincidente houve 121 casos de prisãodo agressor. Nos casos em que a violência não é reincidente houve prisão para apenas 20 agressores. Deste modo é essencial que medidas preventivas sejam tomadas para impedir que o caso se repita e/ou se agrave. Tabela 13: Casos notificados de violência contra a mulher segundo reincidência da violência e prisão do agressor, Viçosa, MG, 2009-2012 OCORREU OUTRAS VEZES PRISÃO Sim Não IGN* SI* TOTAL N % N % N % N % N % Sim 121 30,9 549 48,8 15 44,1 90 50,0 775 44,8 Não 20 5,1 36 3,2 2 5,9 30 16,7 88 5,1 IGN* 8 2,0 29 2,6 7 20,6 13 7,2 57 3,3 SI* 242 61,9 511 45,4 10 29,4 47 26,1 812 46,8 TOTAL 391 100 1125 100,0 34 100,0 180 100,0 1730 100,0 *IGN: Ignorado * SI: Sem Informação
  • 12. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOSSI, Ana Paula et al. Perfil epidemiológico da violência física intrafamiliar: agressões denunciadas em um município do Estado de São Paulo, Brasil, entre 2001 e 2005. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 8, ago. 2008. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v24n8/22.pdf>. Acessos em 09 jun.2012. GALVAO, Elaine Ferreira; ANDRADE, Selma Maffei de. Violência contra a mulher: análise de casos atendidos em serviço de atenção à mulher em município do Sul do Brasil. Saude soc., São Paulo, v. 13, n. 2, Ago. 2004 . MASCARENHAS, Márcio Dênis Medeiros et al . Perfil epidemiológico dos atendimentos de emergência por violência no Sistema de Serviços Sentinelas de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) - Brasil, 2006. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 18, n. 1, mar. 2009 . Disponível em <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679497420090001000 03&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 jun. 2012. SCHRAIBER, Lilia Blimaet al . Violência contra mulheres entre usuárias de serviços públicos de saúde da Grande São Paulo.Rev. Saúde Pública, São Paulo, v.41,n.3,jun.2007.Disponívelm<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0034-89102007000300006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 09 jun. 2012. SILVA, Ananias Ribeiro, et al (Coord.). Retrato Social de Viçosa III. Viçosa, MG: CENSUS, 2010. ZALUAR, Alba. Agressão Física e Gênero na cidade do Rio de Janeiro. Rev. Brasileira de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 24, n. 71, out. 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v24n71/v24n71a02.pdf>. Acessosem 09 jun. 2012.
  • 13. 13 LEGENDAS PARA EPI INFO: Raça: 1= Branca / 2= Preta / 3= Amarela / 4= Parda / 5= Indígena / 9= Ignorado / 999= Sem informação Estado civil: 1= Solteiro / 2= Casada / 3= Viúva / 4= Separada / 8= Não se aplica / 9= Ignorado / 999= Sem informação Sexo do autor da agressão: 1= Masculino / 2= Feminino / 3= Ambos os sexos / 9= Ignorado / 999= Sem informação Uso de substância tóxica: 1= Sim / 2= Não / 9= Ignorado / 999= Sem informação Suspeita de álcool: 1= Sim / 2= Não / 9= Ignorado / 999= Sem informação Local de ocorrência: 1= Residência / 2= Habitação Coletiva / 3= Escola / 4= Local de prática esportiva / 5= Bar ou similar / 6= Via pública / 7= Comércio e serviços / 8= Indústrias e construções / 9= Outros / 99 Ignorado / 999= Sem informação
  • 14. 14 Anexo 1: População Urbana Estimada por Região de Planejamento – Viçosa, MG 2009 Região Localidades População Região 1 Centro Ramos, Clélia Bernardes, Belvedere e Centro. Este último limitado pelas ruas: Gomes Barbosa, Ladeira dos Operários, José Antonio Rodrigues, Dos Estudantes, av. P.H. Rolfs (da linha férrea até a esquina com a av. Castelo Branco), av. Marechal Castelo Branco, (até o trevo do Belvedere), Geninho Lentine, Dr. Milton Bandeira, Dona Gertrudes, Tenente Kümmel, av. Bueno Brandão e Floriano Peixoto 10.176 Região 2 Bom Jesus Bom Jesus, Bela Vista, Sagrada Família, Estrelas e Conceição. 9.230 Região 3 Nova Viçosa Nova Viçosa e Posses 4.751 Região 4 Fátima Bairro de Fátima. 3.821 Região 5 Lourdes Betânia, Santa Clara (parte baixa, limitada pela av. JK até a rua Joaquim Andrade), Lourdes e Alameda Fábio Ribeiro. 4.278 Região 6 Santa Clara JK, Santa Clara (parte alta), Maria Eugênia e São Sebastião. 4.093 Região 7 Passos Fuad Chequer, Sagrado Coração (Rebenta Rabicho) e pela área limitada pela Rua dos Passos (do Hospital S.J. Batista até a esquina com a Dona Gertrudes), Rua Dr. Brito, Rua Santana, Álvaro Gouveia e Dr. José Norberto Vaz de Melo. 2.875 Região 8 Santo Antônio Julia Molar, Santo Antônio (do Belvedere até o trevo de Coimbra). 8.808 Região 9 Nova Era Nova Era, Vale do Sol e União (Morro do Café). 5.095 Região 10 Amoras Integrada pelos bairros: Barrinha, Cidade Nova, Arduino Bolívar (Amoras), Laranjal (São José), Boa Vista, Vau-Açú, Inácio Martins e Floresta. 5.313 Região 11 Silvestre Liberdade, Violeira, Recanto da Serra, João Brás, Inconfidência, Parque do Ipê, Silvestre e Novo Silvestre. 6.206 Região 12 Acamari Romão dos Reis, Rua Nova, Acamari, Vila Alves, Jardim do Vale e Quinta dos Guimarães. 928 Fonte: Dados da Pesquisa Census 2009