O documento anuncia uma visita do escritor Xico Braga à Biblioteca Escolar em 21 de maio de 2012 para apresentar e autografar seus livros "Estórias de um avô" e "5 minutos de estória". Os alunos do 2o ciclo poderão comprar ou reservar os livros e obter autógrafos do autor no final do evento.
A história fala de uma pipa que se apaixona por uma flor, mas a flor fica com ciúme e inveja quando a pipa voa livre, amarrando-a. Isso deixa a pipa triste, mas no final ela percebe que a liberdade é melhor e parte para viver livre novamente.
O documento é uma coletânea de contos de assombração escritos por alunos da 2o ano do Ensino Fundamental. Contém histórias sobre casas, sítios e locais assombrados, com personagens que encontram fantasmas, monstros e outros fenômenos sobrenaturais. A coletânea foi organizada e editada pelos próprios alunos com o apoio de suas professoras.
Este documento é uma coleção de poemas escritos por João Morgado. Apresenta uma breve biografia do autor no início, seguida por vários poemas sobre temas como amor, saudade, natureza e sonhos. Muitos poemas expressam sentimentos de solidão, perda e desilusão amorosa através de imagens poéticas e reflexões sobre a vida.
O conto descreve como um casal sonha com a possibilidade de ter ganhado na loteria após o marido encontrar o número da série premiada no jornal. Eles imaginam como gastariam o dinheiro e como suas vidas melhorariam. No entanto, quando verificam o número do bilhete, descobrem que não ganharam. Isso faz com que percebam os defeitos um do outro e seu descontentamento com a vida que levam.
Este documento fornece um resumo de 3 frases ou menos:
O documento contém um esboço para uma comédia que inclui cenas e diálogos entre vários personagens, como Mancília, Esterquilínia e Espertalínio. Nas cenas, os personagens discutem amor, casamento e brincadeiras infantis. A peça sugere temas como relacionamentos, educação e a vida cotidiana de diferentes gerações.
O documento descreve o lançamento de um livro de um escritor bem-sucedido e as comemorações posteriores com seu agente. No entanto, o escritor recebe uma ligação de sua governanta informando que algo aconteceu com sua filha. Ele pede para antecipar o voo de volta para casa o mais rápido possível. Ao chegar, pede para o motorista do táxi levá-lo para casa o mais rápido, desesperado para ver sua filha.
O documento é um memorial do autor sobre sua educação escolar, desde a primeira série até o ensino médio. Ele descreve suas primeiras experiências na escola primária, seus professores marcantes e como o contexto político da época influenciou sua educação.
A história fala de uma pipa que se apaixona por uma flor, mas a flor fica com ciúme e inveja quando a pipa voa livre, amarrando-a. Isso deixa a pipa triste, mas no final ela percebe que a liberdade é melhor e parte para viver livre novamente.
O documento é uma coletânea de contos de assombração escritos por alunos da 2o ano do Ensino Fundamental. Contém histórias sobre casas, sítios e locais assombrados, com personagens que encontram fantasmas, monstros e outros fenômenos sobrenaturais. A coletânea foi organizada e editada pelos próprios alunos com o apoio de suas professoras.
Este documento é uma coleção de poemas escritos por João Morgado. Apresenta uma breve biografia do autor no início, seguida por vários poemas sobre temas como amor, saudade, natureza e sonhos. Muitos poemas expressam sentimentos de solidão, perda e desilusão amorosa através de imagens poéticas e reflexões sobre a vida.
O conto descreve como um casal sonha com a possibilidade de ter ganhado na loteria após o marido encontrar o número da série premiada no jornal. Eles imaginam como gastariam o dinheiro e como suas vidas melhorariam. No entanto, quando verificam o número do bilhete, descobrem que não ganharam. Isso faz com que percebam os defeitos um do outro e seu descontentamento com a vida que levam.
Este documento fornece um resumo de 3 frases ou menos:
O documento contém um esboço para uma comédia que inclui cenas e diálogos entre vários personagens, como Mancília, Esterquilínia e Espertalínio. Nas cenas, os personagens discutem amor, casamento e brincadeiras infantis. A peça sugere temas como relacionamentos, educação e a vida cotidiana de diferentes gerações.
O documento descreve o lançamento de um livro de um escritor bem-sucedido e as comemorações posteriores com seu agente. No entanto, o escritor recebe uma ligação de sua governanta informando que algo aconteceu com sua filha. Ele pede para antecipar o voo de volta para casa o mais rápido possível. Ao chegar, pede para o motorista do táxi levá-lo para casa o mais rápido, desesperado para ver sua filha.
O documento é um memorial do autor sobre sua educação escolar, desde a primeira série até o ensino médio. Ele descreve suas primeiras experiências na escola primária, seus professores marcantes e como o contexto político da época influenciou sua educação.
Este resumo descreve o início do romance "Fallen", apresentando os personagens principais Luce e Daniel em seu primeiro dia na escola reformatória Sword & Cross. Luce se sente atraída por Daniel desde o primeiro momento, embora ele pareça querer mantê-la à distância. O livro também inclui um prólogo histórico sobre um romance proibido entre dois amantes em 1854 na Inglaterra.
O capítulo descreve um encontro entre Lucas e seu amigo Graffias na escola. Graffias é um metamorpho lobo cego que usa brincos especiais para enxergar. Lucas também conversa com Diphrá e Adara. Na aula de história, o professor conta a lenda de Lilith, a primeira deusa-demônio. Um eclipse lunar escurece o céu. Quando a luz retorna, Lucas vê seu irmão Pablo olhando para ele com raiva.
O documento descreve a atuação de poetas de rua no Rio de Janeiro, abordando pessoas e oferecendo seus textos em troca de contribuições voluntárias. A autora reflete sobre como esse encontro a fez repensar as relações de poder e a relação entre arte e cidade. Os poetas atuam de forma autônoma e questionam valores estabelecidos ao oferecer suas obras.
1) Marco e Eren discutem sobre fazer um luau ou andar de quadriciclo para o dia. Eren convence Marco que o luau é uma boa chance para Marco se aproximar de Jéssica.
2) Durante o luau, Sarah tem uma reação alérgica aos petiscos de Samanta que continham pimenta, da qual Sarah é alérgica. Eren leva Sarah para seu quarto para cuidar dela.
3) Marco fica preocupado com o que Samanta insinuou sobre a noite ser "mais agitada". Ao checar no quart
O documento fornece informações biográficas sobre Iran Maia, um poeta brasileiro nascido em 1991. Ele cresceu em um ambiente onde a leitura e escrita eram valorizadas e começou a escrever poemas desde cedo. Atualmente vive no Rio de Janeiro e continua escrevendo poesia.
O documento é um resumo da peça de teatro "O Judas em Sábado de Aleluia", de Martins Pena. A cena se passa na casa de José Pimenta, onde seus filhas Chiquinha e Maricota conversam. Maricota é uma namoradeira que recebe cartas de vários pretendentes, enquanto Chiquinha a aconselha a ser mais discreta para não se desacreditar.
O documento resume a obra literária "O Carteiro e o Poeta" de Antonio Skármeta. Conta a história de Mario Jiménez, um jovem que se torna carteiro e entrega correspondência diariamente ao poeta Pablo Neruda. Mario se apaixona por Beatriz González e busca a ajuda de Neruda para conquistá-la através da poesia. Com o apoio do poeta, Mario acaba se casando com Beatriz.
1º Capítulo de "A Página Perdida de Camões"LucianoMilici
Aqui você conhecerá Santiago jovem. Antes de se envolver com a página perdida, antes dos assassinatos do terrível serial killer, antes da grande aventura de sua vida.
Workshop de BD/Ilustração Raúl Brandão em Imagens Maria Paredes
Este documento descreve um workshop sobre banda desenhada e ilustração focado na obra de Raul Brandão. O workshop inclui várias atividades como a criação colaborativa de uma página de BD, ilustrar textos apenas com imagens ou palavras, e desenhar ilustrações inspiradas em palavras-chave dos escritos de Raul Brandão. O objetivo é estimular a leitura e compreensão da obra do autor através da experimentação com diferentes formatos narrativos visuais.
O documento descreve uma aldeia que evoluiu para se tornar uma sociedade guerreira devido aos constantes ataques de gigantes imortais chamados kratha. O general Cardo quer continuar a guerra, enquanto Leviel acredita que a única solução é a paz por meio de negociações. Leviel discute com o general e questiona a transformação da aldeia em uma máquina de matar.
1) A história descreve o encontro entre duas amigas da escola secundária, Imelda e a narradora, muitos anos depois. Imelda agora trabalha como professora primária numa aldeia.
2) Imelda fala sobre como descobriu sua paixão por ensinar crianças pobres e como isso a transformou.
3) Imelda dá à narradora excertos de seu "Diário de uma Professora de Aldeia" para publicar no jornal da narradora.
1) A peça de teatro gira em torno de Rapivalho, um homem que finge ser um escritor, mas é confrontado por suas credoras Malhada e Quinquinata.
2) Rapivalho desmaia dramaticamente depois de uma discussão com as mulheres, assustando Manuel e Joanicota.
3) Depois de "ressuscitar", os personagens têm conversas estranhas e dançam, com Mario insinuando de forma inapropriada.
Este documento contém vários poemas curtos sobre temas como o meio ambiente, amizade, amor, profissões, cidades, dúvidas e sentimentos. Os poemas variam em tom, indo de leves a mais profundos e reflexivos.
Este documento é um livro de poesias sobre amor escrito por Roosevelt F. Abrantes. O livro contém vários poemas dedicados a expressar sentimentos de amor, paixão, perda e sofrimento. As poesias descrevem amores secretos, proibidos e não correspondidos sentidos profundamente pelo autor. O prefácio explica que os textos guardam as emoções íntimas dos amores vividos em segredo pelo escritor.
[1] O documento apresenta a história de Chico, um pescador simples que se apaixona por Clara. [2] Chico acaba se afogando no mar e se torna um espírito marinho. [3] Clara fica arrasada com a perda de Chico e o Mar leva as lembranças dela dele, como se Chico nunca tivesse existido.
O capítulo apresenta três situações principais:
1) Léo mantém Marina refém em uma casa isolada e exige um resgate de um milhão de euros para libertá-la.
2) Pedro descobre que Léo pode estar vivo e planeja resgatar Marina sem avisar a polícia.
3) André, em tratamento contra o câncer, teme ter ficado impotente e aceita jantar com a amiga Leila para desabafar.
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...weleslima
Este documento aborda práticas de ensino da leitura, escrita e matemática de forma interdisciplinar. Seus objetivos são: conhecer e valorizar modos de produção e circulação da escrita na sociedade; compreender usos e funções sociais da escrita; e desenvolver capacidades para uso da escrita no contexto escolar.
Lucas compra uma espada rara de adamantina por 56.000 β em uma loja estranha. A espada brilha após Lucas derramar o pó de seu falecido pai nela. Lucas treina com a nova espada quando é visitado por Diphrá, Adara e Graffias, que ficam impressionados com a beleza e qualidade da espada, embora Adara demonstre alguma desconfiança sobre por que Lucas precisava de uma espada tão boa. Graffias deseja boa sorte a Lucas e diz que quando se quer mudar as coisas, facilmente se
O documento é um resumo da obra "Cinco Minutos" de José de Alencar. Narra a história de amor entre o narrador e Carlota através de cartas que eles trocam. Carlota está doente e acredita que vai morrer em breve. No final, ela se recupera e casa-se com o narrador na Itália.
O documento resume a obra "Cinco Minutos" de José de Alencar. Narra a história de amor entre Lúcio e Carlota através de cartas que Lúcio envia para sua prima. Carlota está doente e acredita que vai morrer em breve, mas no final se recupera e ela e Lúcio se casam na Itália.
Brincar com coisas coisas sérias de Margarida Fonseca Santos e Rita VilelaRita Vilela
Esta história alegórica fala de um cão chamado Bernardo que tinha dificuldade em lidar com carinhos indesejados. Um dia, mordeu acidentalmente uma fada que o amaldiçoou com uma coleira de picos. Para se libertar, Bernardo teve de controlar sua irritação e aprender a lidar com os outros de forma paciente e compreensiva. Ao aconselhar um estranho, ele compreendeu a lição e a coleira desapareceu.
Este documento contém 10 pequenas histórias ou crônicas sobre experiências de vida e reflexões da autora. As histórias abordam temas como comunicação, vizinhos, mudanças, lembranças do passado e distração. O estilo é descritivo e introspectivo.
Este resumo descreve o início do romance "Fallen", apresentando os personagens principais Luce e Daniel em seu primeiro dia na escola reformatória Sword & Cross. Luce se sente atraída por Daniel desde o primeiro momento, embora ele pareça querer mantê-la à distância. O livro também inclui um prólogo histórico sobre um romance proibido entre dois amantes em 1854 na Inglaterra.
O capítulo descreve um encontro entre Lucas e seu amigo Graffias na escola. Graffias é um metamorpho lobo cego que usa brincos especiais para enxergar. Lucas também conversa com Diphrá e Adara. Na aula de história, o professor conta a lenda de Lilith, a primeira deusa-demônio. Um eclipse lunar escurece o céu. Quando a luz retorna, Lucas vê seu irmão Pablo olhando para ele com raiva.
O documento descreve a atuação de poetas de rua no Rio de Janeiro, abordando pessoas e oferecendo seus textos em troca de contribuições voluntárias. A autora reflete sobre como esse encontro a fez repensar as relações de poder e a relação entre arte e cidade. Os poetas atuam de forma autônoma e questionam valores estabelecidos ao oferecer suas obras.
1) Marco e Eren discutem sobre fazer um luau ou andar de quadriciclo para o dia. Eren convence Marco que o luau é uma boa chance para Marco se aproximar de Jéssica.
2) Durante o luau, Sarah tem uma reação alérgica aos petiscos de Samanta que continham pimenta, da qual Sarah é alérgica. Eren leva Sarah para seu quarto para cuidar dela.
3) Marco fica preocupado com o que Samanta insinuou sobre a noite ser "mais agitada". Ao checar no quart
O documento fornece informações biográficas sobre Iran Maia, um poeta brasileiro nascido em 1991. Ele cresceu em um ambiente onde a leitura e escrita eram valorizadas e começou a escrever poemas desde cedo. Atualmente vive no Rio de Janeiro e continua escrevendo poesia.
O documento é um resumo da peça de teatro "O Judas em Sábado de Aleluia", de Martins Pena. A cena se passa na casa de José Pimenta, onde seus filhas Chiquinha e Maricota conversam. Maricota é uma namoradeira que recebe cartas de vários pretendentes, enquanto Chiquinha a aconselha a ser mais discreta para não se desacreditar.
O documento resume a obra literária "O Carteiro e o Poeta" de Antonio Skármeta. Conta a história de Mario Jiménez, um jovem que se torna carteiro e entrega correspondência diariamente ao poeta Pablo Neruda. Mario se apaixona por Beatriz González e busca a ajuda de Neruda para conquistá-la através da poesia. Com o apoio do poeta, Mario acaba se casando com Beatriz.
1º Capítulo de "A Página Perdida de Camões"LucianoMilici
Aqui você conhecerá Santiago jovem. Antes de se envolver com a página perdida, antes dos assassinatos do terrível serial killer, antes da grande aventura de sua vida.
Workshop de BD/Ilustração Raúl Brandão em Imagens Maria Paredes
Este documento descreve um workshop sobre banda desenhada e ilustração focado na obra de Raul Brandão. O workshop inclui várias atividades como a criação colaborativa de uma página de BD, ilustrar textos apenas com imagens ou palavras, e desenhar ilustrações inspiradas em palavras-chave dos escritos de Raul Brandão. O objetivo é estimular a leitura e compreensão da obra do autor através da experimentação com diferentes formatos narrativos visuais.
O documento descreve uma aldeia que evoluiu para se tornar uma sociedade guerreira devido aos constantes ataques de gigantes imortais chamados kratha. O general Cardo quer continuar a guerra, enquanto Leviel acredita que a única solução é a paz por meio de negociações. Leviel discute com o general e questiona a transformação da aldeia em uma máquina de matar.
1) A história descreve o encontro entre duas amigas da escola secundária, Imelda e a narradora, muitos anos depois. Imelda agora trabalha como professora primária numa aldeia.
2) Imelda fala sobre como descobriu sua paixão por ensinar crianças pobres e como isso a transformou.
3) Imelda dá à narradora excertos de seu "Diário de uma Professora de Aldeia" para publicar no jornal da narradora.
1) A peça de teatro gira em torno de Rapivalho, um homem que finge ser um escritor, mas é confrontado por suas credoras Malhada e Quinquinata.
2) Rapivalho desmaia dramaticamente depois de uma discussão com as mulheres, assustando Manuel e Joanicota.
3) Depois de "ressuscitar", os personagens têm conversas estranhas e dançam, com Mario insinuando de forma inapropriada.
Este documento contém vários poemas curtos sobre temas como o meio ambiente, amizade, amor, profissões, cidades, dúvidas e sentimentos. Os poemas variam em tom, indo de leves a mais profundos e reflexivos.
Este documento é um livro de poesias sobre amor escrito por Roosevelt F. Abrantes. O livro contém vários poemas dedicados a expressar sentimentos de amor, paixão, perda e sofrimento. As poesias descrevem amores secretos, proibidos e não correspondidos sentidos profundamente pelo autor. O prefácio explica que os textos guardam as emoções íntimas dos amores vividos em segredo pelo escritor.
[1] O documento apresenta a história de Chico, um pescador simples que se apaixona por Clara. [2] Chico acaba se afogando no mar e se torna um espírito marinho. [3] Clara fica arrasada com a perda de Chico e o Mar leva as lembranças dela dele, como se Chico nunca tivesse existido.
O capítulo apresenta três situações principais:
1) Léo mantém Marina refém em uma casa isolada e exige um resgate de um milhão de euros para libertá-la.
2) Pedro descobre que Léo pode estar vivo e planeja resgatar Marina sem avisar a polícia.
3) André, em tratamento contra o câncer, teme ter ficado impotente e aceita jantar com a amiga Leila para desabafar.
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...weleslima
Este documento aborda práticas de ensino da leitura, escrita e matemática de forma interdisciplinar. Seus objetivos são: conhecer e valorizar modos de produção e circulação da escrita na sociedade; compreender usos e funções sociais da escrita; e desenvolver capacidades para uso da escrita no contexto escolar.
Lucas compra uma espada rara de adamantina por 56.000 β em uma loja estranha. A espada brilha após Lucas derramar o pó de seu falecido pai nela. Lucas treina com a nova espada quando é visitado por Diphrá, Adara e Graffias, que ficam impressionados com a beleza e qualidade da espada, embora Adara demonstre alguma desconfiança sobre por que Lucas precisava de uma espada tão boa. Graffias deseja boa sorte a Lucas e diz que quando se quer mudar as coisas, facilmente se
O documento é um resumo da obra "Cinco Minutos" de José de Alencar. Narra a história de amor entre o narrador e Carlota através de cartas que eles trocam. Carlota está doente e acredita que vai morrer em breve. No final, ela se recupera e casa-se com o narrador na Itália.
O documento resume a obra "Cinco Minutos" de José de Alencar. Narra a história de amor entre Lúcio e Carlota através de cartas que Lúcio envia para sua prima. Carlota está doente e acredita que vai morrer em breve, mas no final se recupera e ela e Lúcio se casam na Itália.
Brincar com coisas coisas sérias de Margarida Fonseca Santos e Rita VilelaRita Vilela
Esta história alegórica fala de um cão chamado Bernardo que tinha dificuldade em lidar com carinhos indesejados. Um dia, mordeu acidentalmente uma fada que o amaldiçoou com uma coleira de picos. Para se libertar, Bernardo teve de controlar sua irritação e aprender a lidar com os outros de forma paciente e compreensiva. Ao aconselhar um estranho, ele compreendeu a lição e a coleira desapareceu.
Este documento contém 10 pequenas histórias ou crônicas sobre experiências de vida e reflexões da autora. As histórias abordam temas como comunicação, vizinhos, mudanças, lembranças do passado e distração. O estilo é descritivo e introspectivo.
O documento apresenta poemas e reflexões sobre temas como a noite, a loucura, os sonhos e a liberdade. Em três frases ou menos, o documento explora diferentes perspectivas sobre esses temas de forma poética e filosófica.
O conto descreve o encontro emocional entre uma menina ruiva e um cachorro basset também ruivo. Embora se conectem profundamente, eles são forçados a se separar quando o cachorro precisa seguir sua dona. A menina fica com uma sensação de perda por algo que mal teve a chance de experimentar.
[ 1976 ] O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá.pdfAnaPaulaToratti1
O documento apresenta uma história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá. Narra como o Gato Malhado se sentia o dono do mundo até ser desafiado pela Andorinha Sinhá, que não tinha medo dele. A floresta acompanhou o caso de amor improvável entre os dois animais.
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aRia da Escrita
O conto narra a história de um rapaz que senta num tronco na floresta e recorda com saudade a sua infância, brincadeiras e aventuras. Uma rapariga o ouve e ele conta-lhe a história de como uma fada ajudou um viking a recuperar a sua sorte ao encontrar um dente de leite para ele. A história descreve a longa jornada da fada e do viking para encontrar o dente e como, anos mais tarde, a fada ajudou novamente ao dar conselhos para impedir bruxas de usarem dentes
1) O documento é um capítulo de um livro sobre desejo que explora temas como o amor, sexo, paixão e a natureza feminina da terra.
2) O autor descreve momentos íntimos com uma mulher chamada Myah, incluindo detalhes explícitos de sexo e intimidade física.
3) Ele reflete sobre o encontro inicial com Myah no aeroporto e como seu olhar despertou paixão imediata, levando-os a viajarem juntos e se envolverem emocional e fisicamente.
A narrativa descreve o ciúme e desconfiança de Bentinho em relação à esposa Capitu, após a morte do melhor amigo Escobar. Bentinho passa a questionar a fidelidade de Capitu durante o casamento deles, devido ao jeito como ela olhou para o corpo de Escobar no funeral e à semelhança física entre o filho do casal e Escobar. Essas dúvidas o levam ao isolamento e ao apelido de "Dom Casmurro".
Este conto Gangrel descreve o encontro de cinco Gangrel com Adriano Andreotti, uma lendária criatura das matas brasileiras. Os cinco duvidam da existência de Andreotti e o atacam, mas são derrotados facilmente por ele. Eles passam a reconhecer que Andreotti é realmente o senhor das matas.
O documento é uma história infantil escrita por Jorge Amado chamada "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá". A história conta sobre um gato malhado que se apaixona por uma andorinha, mas ela o rejeita. A Manhã se atrasa em acender o sol porque fica distraída ouvindo o Vento contar a história de amor impossível entre o gato e a andorinha.
O documento apresenta três microrrelatos sobre personagens que enfrentam situações de fracasso, mediocridade e distração na vida. No primeiro texto, Walter viaja rumo ao próprio fracasso. No segundo, Jânio levou uma vida medíocre e sem grandes aventuras. No terceiro, o narrador nasceu por acidente devido a uma distração de sua mãe.
O documento descreve os pensamentos de Lúcio sobre sua busca pelo passado após reencontrar Erich. Lúcio lê cartas de Isadora descrevendo momentos dela com Erich, o que o ajuda a entender seu relacionamento. No entanto, Lúcio fica chocado ao saber que Erich faleceu, interrompendo sua pesquisa. Apesar disso, Lúcio continua lendo as cartas de Isadora em busca de respostas.
O narrador acorda em seu quarto à noite e percebe que algo estranho aconteceu. A cidade está deserta e silenciosa, as estrelas estão fracas e o céu continua negro, apesar de horas terem passado. Ele trabalha freneticamente por horas sem perceber o tempo, e quando para, a cidade e a noite continuam estranhamente alteradas. O narrador começa a temer o que possa ter acontecido durante seu longo sono.
O capítulo descreve a noite de V. após se alimentar. Ele reflete sobre seu vício em controlar os outros através de sessões sadomasoquistas em seu loft, onde mantém equipamentos para tortura. Uma fêmea chega e ele planeja uma sessão dolorosa com ela, se alimentando dela ao fim.
MEMÓRIA E IDENTIDADE NAS NARRATIVAS ORAIS DA AMAZÔNIABreados Online
O documento apresenta a história de uma mulher curiosa chamada Carmelina que testemunha uma procissão noturna estranha e recebe uma lição sobre os perigos da curiosidade excessiva.
O documento apresenta uma definição de conto e alguns aspectos importantes sobre a estrutura e elementos de uma narrativa curta. O conto é definido como uma narrativa concisa focada em um único conflito e sua resolução. Destaca-se a importância de se construir um mundo ficcional coerente e mobilizado para dar início à história.
O documento apresenta três textos literários. O primeiro texto narra a história de amor entre o Gato Malhado e a Andorinha Sinhá durante o verão. O segundo texto conta a história de uma jovem tecelã que tecia tudo o que queria até se casar e ser obrigada a trabalhar excessivamente pelo marido. O terceiro texto inicia a narrativa de Eddie, que se confunde sobre a identidade do marido de Helga.
Este conto descreve uma sociedade onde as pessoas esquecem tudo o que fizeram durante o dia quando chega a noite. Uma menina chamada Memória inventa a escrita para deixar testemunhos diários e assim as pessoas começam a escrever cada vez mais, reunindo todas as suas obras numa biblioteca para que possam descobrir parte da sua história todos os dias.
Slides Lição 12, Central Gospel, O Milênio, 1Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 12, Central Gospel, O Milênio, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique, https://ebdnatv.blogspot.com/
Telepsiquismo Utilize seu poder extrassensorial para atrair prosperidade (Jos...fran0410
Joseph Murphy ensina como re-apropriar do pode da mente.
Cada ser humano é fruto dos pensamentos e sentimentos que cria, cultiva e coloca em pratica todos os dias.
Ótima leitura!
1. Agrupamento de Escolas de Samora Correia
EB 2, 3 Prof. João Fernandes Pratas
Dia 21 de maio de 2012, o escritor
Xico Braga estará na nossa
Biblioteca Escolar!
“Nasceu em 1950.
É professor na Escola Secundária Moinho de Maré. Mora no
Concelho do Seixal. Escreveu uns pequeninos livros de poesia. É
avô desde Outubro de 2005 e está a gostar muito.”
É o que se pode ler na capa do seu livro Estórias de um avô.
2. 5 minutos de estória é o seu último livro.
Estes dois livros do escritor estarão à venda na
Biblioteca até ao dia 21 de maio. Haverá uma sessão de
autógrafo no final da atividade, destinada aos alunos do
2º ciclo.
Reserva ou compra já o teu exemplar!
3. Do livro 5 minutos de estória (textos cedidos pelo autor)
A minhoca preguiçosa
“Meninas! Depressa e bem… ninguém” respondia ela, altiva, quando as outras a
repreendiam da morosidade com que cavava os seus túneis na terra tão fresquinha, onde moravam.
Era, pois era – todas as outras o diziam –, uma minhoca amiga do seu amigo, simpática, com
sentido de humor, boa contadora de estórias quando se juntavam a conversar depois das tarefas do
dia. Mas, c‟os diachos! tão preguiçosa que fazia impressão. Pareciam metros, os centímetros que ela
tinha de escavar; perdia-se a meio do impulso e ficava parada, tempos infindos até, por fim, o corpo
se estender, perfurando, por ação da própria inércia do seu impulso inicial, a maciez daquela terra
bem drenada. Depois, ali ficava à espera da vontade de criar um novo impulso.
Todos os três dias, as minhocas tinham de subir à superfície, para, daí, arrancarem para nova
etapa de perfuração da terra. Ela lá vinha, um pouco mais ligeira usando um furo já cavado e,
depois de três ou quatro suspiros profundos a provocar o sorriso gozão das companheiras, lá
tomava o difícil balanço para romper a terra. Naquele dia…
O calor que as recebeu quando vieram à luz do dia apressou-as. Deram graças por terem
subido depois de uma rega recente, a facilitar-lhes a tarefa. A mais velha, líder dos trabalhos, pensou
de imediato na nossa minhoca e gritou-lhe:
– Despacha-te! O Sol vai abrasar.
Ela suspirava, a ganhar alento. Por fim, já todas as outras tinham mergulhado, respirou
fundo e enfiou-se pelo meio de dois bracinhos duma raiz de erva juvenil.
Meio corpo já penetrou a terra, o outro meio está estendido no solo em desafio a pássaro
caçador; ao fim de um tempo longo, um bom pedaço do seu corpo, em bamboleios lentos, lá se vai
afundando; de fora, ainda fica um centímetro esquecido da cauda, que começa a ser coberto pela
luz viva do Sol. Impiedosa, furando entra as folhas do arbusto, a luz aquece a cauda da minhoca,
perdida na indecisão de continuar a escavar a terra. Quando a dor da queimadura a faz gritar, e só
então mergulhar a cauda, já não pode evitar as risadas das amigas que, alarmadas, vieram junto a ela,
solidárias e, agora, percebendo o que acontecera, miram, jocosas, o resultado ardente da preguiça.
Pela primeira vez, sentiu-se envergonhada.
Durante dois dias, foi dispensada das tarefas de perfuração para sarar a ferida e esquecer as
dores. Quando a líder a veio visitar, para saber se já estava melhor, e a olhou com aquele seu ar
muito sério, a impor respeito, mas a abraçá-la de bondade, ela sentiu um formigueiro pelo corpo
todo e disse, num tom sincero e envergonhado:
– Eu aprendi a lição. Eu vou mudar, prometo.
Na verdade, ela continua vagarosa a perfurar a terra, mas… agora, quando vêm à superfície,
é a primeira a mergulhar.
4. O para-raios
Lá estavam, um no cimo da torre da igreja e, ainda mais alto, outro no cimo da chaminé da
fábrica. Eram os para-raios que havia na terra onde eu morava. Eram a coisa mais alta, no cimo das
construções mais altas que lá havia. De quando em vez, deitados no chão, debaixo duma oliveira
grande, a descansarmos das brincadeiras, era neles que os nossos olhos descansavam a alargar
horizontes de fascínio, antes de os comentários surgirem a expressar os nossos desejos das alturas.
Sim, pelo menos uma meia dúzia entre nós queria ser aviador.
Eu morava perto da fábrica e sabia que, em caso de tempestade, o para-raios protegia-me. Só
não sabia exatamente de quê. Até que...
A eletricidade fora-se. A minha mãe acendera o candeeiro a petróleo e ia alinhavando as
bainhas das calças que estava a fazer. Nós, eu e as minhas irmãs, fingíamos que não tínhamos medo.
E era preciso muito fingimento pois o temporal era medonho. Ouvia-se a chuva forte a bater sobre
o telhado e o vento silvava com requintes de malvadez.
O primeiro raio brilhou muito antes de ouvirmos a sua foz rouca. Estava longe a trovoada.
Mas, pouco a pouco, foi diminuindo o intervalo entre a luz que entrava pelas frestas das janelas e
do postigo da porta e os rugidos furiosos do trovão. Começou a ser difícil fingir.
Depois sucederam três coisas em simultâneo: uma luz intensa, um barulho nunca ouvido, um
saltar do banco em que estávamos sentados. Seguiram-se os nossos gritos e a corrida para os braços
da nossa mãe, também ela assustada. Esquecemo-nos de fingir e mostrávamos todos o medo que
sentíamos.
– Foi um raio que caiu aqui mesmo junto a nós – disse ela.
Mais dois ou três raios e trovões ainda perto; depois, foi-se afastando a trovoada e os nossos
corações retomavam o seu bater normal. Lembro-me e ter dormido profundamente, nessa noite,
cansado do medo que senti.
No outro dia... No outro dia, já estava tudo bem, esquecidos os cagaços. Era a notícia do
bairro: tinha caído um raio no para-raios da fábrica.
“Eu não tive medo” “Só me assustei, não estava à espera” “Medo? Eu sei que com os para-
raios não há azar.” Assim basofávamos uns com os outros em afirmações de valentia.
– A minha irmã até chorou! – disse eu quando me perguntaram se eu tivera medo. Era
verdade e não fiquei mal visto.
Olhei o para-raios em cima da fábrica. E não é que me apeteceu agradecer-lhe?
5. A Tesoura
Recortava, recortava, umas vezes a direito, outras vezes a desenhar largos círculos ou ovais.
Dependia muito da mão que a manejava. Às vezes, e disso ela gostava particularmente, limitava-se a
cortar um fio, no final duma costura. Sentia-se como um ponto final parágrafo.
Um dia teve de fazer das tripas coração. Nunca soube explicar quais as circunstâncias que a
isso a obrigaram, mas teve de cortar cabelo atrás de cabelo, um preto, outro aloirado, mas todo ele
com um cheirinho a pedir muita água, muito sabão. Ainda por cima, além da côr diferente, um era
liso, outro cheio de caracóis.
Não, não gostou. Foi uma experiência muito desagradável.
Felizmente, logo depois, recebeu uma inesperada recompensa: foi afiada. Ui! Que sensação
mais gostosa – como dizia uma sua prima brasileira – ser afiada pelas carícias daquela pedra a
rodar, a rodar. Sentiu-se nova.
Durante anos, recortou, seguindo o traço de giz nos tecidos: fez calças e casacos,
camisas, robes, vestidos, saias, e roupões. Cortou papéis, fios, cartão. Numa emergência,
um dia, cortou rabos de bacalhau seco. Achou piada à sensação.
Sim, às vezes, recebia a sua paga boa. Sempre que a afiavam, sentia-se recompensada.
Um dia, foi fechada numa gaveta e dormiu uns anos bons, esquecida.
Hoje acordou. Há um movimento estranho. Olhou para si e viu-se cheia de ferrugem. Sorriu.
“Tinha de ser” pensou. “Os anos que já levo”.
À sua volta há conversas variadas. Vêm de facas, garfos, colheres, púcaros, castiçais,
fechaduras, chaves, ferraduras, enxadas, sachos, forquilhas, enchós, serras, serrotes, martelos, maços,
picaretas, e outras tesouras como ela.
Sentem todas um nervoso miudinho. Que ferramenta irão ser, depois de nova fundição?
“Eu gostava tanto de voltar a ser uma tesoura de alfaiate” pensava, a imaginar-se desenhando
um elegante colete, com o seu bolsinho para o relógio. Estremeceu, emocionada, mas, de imediato,
se deu conta do seu erro. Ela havia cumprido o seu dever, como tesoura. Agora, o seu metal, a
renascer, estaria pronto para aquilo que viesse a ser preciso.
Um garfo, de dente partido, começou a contar, com uma alegria imensa, a história da
primeira vez que tinha sido usado. Ela sorriu, a recordar o seu primeiro corte, e pensou: “Como é
importante gostarmos de ser quem somos”.
6. O botão
Desde que saíra da fábrica, permanecera, ali, alinhado com os outros, à espera de cumprir o
seu destino. Era assim que se pensava, espantado com a indiferença dos outros em relação ao seu
futuro.
Nascera grande, castanho muito escuro, luzidio; ao centro, abriam-se-lhe quatro furos à
espera da linha que o uniria à peça de roupa onde cumpriria o seu dever. Pelo tamanho, adivinhava-
se que seria, pr'aí, um sobretudo.
O frenesim ansioso dos seus dias foi-se atenuando com o passar do tempo e, pouco a pouco,
influenciado pelo suave ressonar dos seus parceiros, acabou ele próprio por adormecer com um
sorriso nos seus lábios imaginários.
Acordou estremunhado e a tremer. Não percebera ainda o que estava a acontecer, sentiu-se
lançado para o meio duma confusão onde, que coisa!, todos pareciam entender-se. A tremedeira
conduzia-os. Entrou num tubo vertical e viu-se a descer em sobressaltos, centímetro a centímetro,
até ser agarrado por dois braços e imobilizado sobre um tecido fofo. Uma agulha caiu sobre ele
com entusiasmo e precisão e enlaçou os seus quatro furos com uma linha grossa, fixando-o com
vigor.
Sentiu que chegara o seu momento de ser botão. E no entanto...
Não conseguia compreender que espécie de botão era, não conseguia entender em que tipo
de lugar encontrara o seu futuro. À sua volta via apenas o tecido macio e cremoso a que a agulha o
prendera.
Uma modorra muito insinuante e boa, uma preguiça muito agradável o invadiu. Deixou-se
estar, assim, a sentir-se muito repousado, muito senhor de si. Até que...
Uma humidade doce, a repenicar uma e outra vez sobre si, vinda de uns lábios muito macios,
muito quentinhos e beijoqueiros, despertou-o a tempo de ouvir uma vozita dizer:
– Gosto muito de ti, meu cãozinho. Tens um narizito tão bonito!
Um narizito? Ele era um botão-nariz? De um boneco de peluche? Ele era o nariz de
um cão-brinquedo?
Sentiu a vibração de um entusiasmo desconhecido e começou a sentir-se invadido
por uma alegria desconhecida e um desejo maravilhoso de aventuras. É que ele adivinhava
as fantásticas peripécias que iria viver com o seu dono, em imaginárias estórias de buscas e
salvamentos em que ele, nariz de faro apurado...
Um arzinho quente soprava sobre si. Tinha de adiar as aventuras. Pelos vistos, o seu
dono adormecera abraçado ao cãozito de que ele era o botão, desculpem! o nariz, o nariz-
botão.
Imaginou-se a sorrir e perguntou, curioso, a si mesmo: “Como se chamará este
menino, o meu dono? Que idade terá?”
Para se entreter, pôs-se a cheirar, aos bocadinhos, o ar que o menino mandava fora
com os sonhos.
7. Meu amor disse que sim
Eu não sei, nem isso me interessa muito, se o que fazemos e sentimos o começamos a fazer
e a sentir para imitarmos os adultos. Quero eu dizer, não sei se será tudo assim, por imitação. É
evidente que a maior parte das coisas que fazemos – as coisas triviais, do dia a dia – as aprendemos
a ver os outros, sobretudo a vermos os nossos pais e os outros adultos. Mas...quem é que eu
imitava, quando comecei a sentir um nervoso miudinho, sempre que olhava para ela?
Pois é! Eu ficava assim, a modos que meio assarapantado, quando ela sorria com os olhos
postos em mim. Os olhos castanhos...
Foi por causa deles que eu escrevi no meu primeiro poema. Ainda hoje o sei de cor, tantas
vezes eu lho disse a ela depois de ter sido capaz de lhe pedir para ser minha namorada.
Dizia assim o meu poema:
Tens uns lindos olhos castanhos
que te guiam o andar
Quando eles olham para mim
só me apetece sonhar.
Ela gostou muito e eu fiquei muito feliz, como devem calcular. Mesmo hoje, eu gosto do
meu primeiro poema, apesar da métrica não ser a melhor, apesar de todos os defeitos que tem. O
primeiro é o primeiro, não é?
A verdade é que eu passei muitos dias sem ter a coragem de lhe pedir para ser minha
namorada. Que eu gostava dela, todos os meus amigos sabiam porque eu era incapaz de disfarçar. E
todos gozavam comigo, porque... vocês sabem! Às vezes somos muito mauzinhos uns para os
outros. Enfim! Lá consegui, um dia, depois da aula de matemática e de uns resultados muito bons
num teste, meus e delas, fazer com que os meus passos emparelhassem com os dela para lhe dar os
parabéns. Ela retribuiu com um sorriso que se pegou ao meu. Nem sou capaz de dizer como é que
aconteceu, mas, quando dei por mim, estava sentado ao lado dela no autocarro em sentido
contrário ao da minha casa. Eu disse-lhe que gostava de francês e de história e ela disse que a sua
disciplina favorita era ciências.
Só na paragem ao pé da casa dela, eu percebi onde é que estava. Ela riu-se, eu ri-me e, num
repente perguntei-lhe se queria ser a minha namorada.
Eu tremi todo, e o meu sorriso foi tão grande que até me doeram as bochechas quando ela
disse que sim.
Quando, no dia seguinte, chegámos à escola de mãos dadas, os meus amigos fartaram-se de
gozar comigo a dizer em cantilena repetida: “O menino já namora”. Eu só fui capaz de sorrir e de
me sentir importante.
8. Do livro Estórias para um neto (Textos cedidos pelo autor)
As galinhas poedeiras
Quando eu era uma criança como tu, vivia numa aldeia com casas de telhados de telha
vã e paredes muito grossas, caiadas de branco com uma cintura de azul.
A minha casa tinha um grande quintal com uma oliveira ao meio, um tanque de
cimento, para lavar a roupa, e uma grande capoeira onde havia sempre muitas galinhas e sua
respetiva prole de pintainhos saltitantes.
Ao chegar da escola, gostava de ir brincar com eles, pegar-lhes ao colo, dar-lhes uns
farelinhos extra e, quando se me atazanavam os neurónios diabretes, correr atrás deles, feito
raposa predadora.
Um dia, levei a brincadeira longe de mais e, quando a minha mãe gritou o meu nome
com a voz acusadora, saltavam as galinhas à minha frente fugindo da minha desnorteada
brincadeira, aflitas com tamanha perseguição: saltavam dos poleiros, molhavam-se nos
bebedoiros, atiravam-se, aflitas, contra a rede, chocavam umas com as outras, feitas tontas.
– Vai já para o teu quarto, malvado rapaz! Nem sabes o que fizeste.
Era a voz exaltada da minha mãe.
Fui para o quarto e abri o caderno dos deveres. Sabia ter feito asneira grossa pela
forma de me ralhar, mas não entendia muito bem por que se tinha ela zangado assim. Eu só
tinha chateado um bocadinho as galinhas!
Ouvi os seus desabafos com uma vizinha e, pouco a pouco, comecei a entender a
zanga. Eu podia ter causado uma grave falta de ovos nos próximos tempos. Eu podia ter
posto as galinhas chocas.
Eu explico: algumas das minhas vítimas eram ótimas galinhas poedeiras, daquelas que
não falham a pôr os belos ovos que eu gostava de recolher todos os dias para encher o cesto
que a minha mãe levava à senhora Rosa, vendedora com banca no mercado. Segundo
percebi, o susto podia levar as galinhas a interromper a postura e a quererem antes chocar os
ovos a fazerem pintainhos. Assim, uma razoável e necessária fonte de rendimento da família
estaria estragada, por culpa minha. E eu sabia como era difícil a vida na minha casa.
Deitado na minha cama, chorei, chorei... até a minha mãe me chamar para jantar. Ela
viu os meus olhos vermelhos a pedirem desculpa e a prometerem mais juízo no futuro, deu-
me um beijo de mãe que perdoa, e eu senti-me aliviado.
Felizmente, no dia seguinte, havia ovos. Eu aprendi a lição e nunca mais fiz aventuras
com as galinhas poedeiras.
9. O pinheiro voador
Da lareira vinha um calor bom, e um cheirinho doce nascia do crepitar da madeira, a arder com
mansidão. Estava-se ali tão bem! As labaredas dançavam à volta do tronco do pinheiro, e, jurava,
eram risos o que eu ouvia no fumo a subir, sem pressas, pela chaminé. Pouco a pouco, fui-me
sentindo leve, leve, tão leve que, de certeza, adormeci.
– Olá, vou contar-te a minha história, já que gostas do calorzinho que te dou.
Quando acordei, com um sorriso feliz a agarrar-me o corpo todo, levantei-me e fui colocar
mais um toro na lareira, para avivar o fogo. Agora, eu sabia uma história fantástica que me fora
contada entre sonos; aquele pinheiro que ali ardia na minha lareira estava a cumprir o seu sonho:
voar. O fumo saindo pela chaminé não era outra coisa senão o voo fantástico do pinheiro voador.
Eu conto, como ele me contou a mim.
“Desde pequenino que o meu sonho era voar como os pássaros que às vezes vinham pousar
em mim, ou como os milhafres a voar lá tão alto antes de mergulharem como loucos para apanhar
as suas presas.
Se não fossem as minhas raízes, eu já teria voado há mais tempo, mas assim... Foi preciso a
grande tempestade, a ciclónica ventania, para me arrancar da terra e me atirar pelos ares. Foi o meu
primeiro voo, um voo muito pouco bonito, mas... ir pelos ares... que sensação! Depois cortaram-me
nestes toros iguais e eu soube que iria transformar-me neste calor e neste fumo que se espalham
pelos ares em voo suave, em sonho. Agora, na tua lareira, transformo-me em ar, em calor, em vida.”
Lá fora faz frio. Aqui, à lareira, vendo o voo deste pinheiro diferente, um pinheiro com
vocação de pássaro, é que estou bem. Sinto que vou, de novo, adormecer.
10. O caramelo azarado
Era uma vez um caramelo, doce como o mel mais doce. Sofria de um azar muito azarento:
não havia meio de ser comprado e ser comido por um qualquer miúdo do bairro onde ficava a
loja dona do frasco em que vivia. Sempre que chegava quase a sua vez de ser vendido, o
merceeiro voltava a encher o frasco e ele lá ficava no fundo, cada vez mais no fundo.
– Eu não deveria ter vindo para venda avulso – pensava o caramelo, lamentando não ter
sido embalado nos saquitos de doze caramelos que a sua fábrica comercializava.
– Ainda seco e perco qualidades e ninguém me vai saborear e fazer-me derreter de
felicidade, como é meu sonho e meu desejo.
Passaram-se tempos, até que um dia...
Primeiro, viu-se fechado num grande saco de papel, depois, percebeu-se a ser transportado
daqui para ali e, de repente, inundado de luz e gritaria bem-disposta. Juntamente com mais dois
companheiros, sentiu-se agarrado por uma mão de criança, uma menina que logo o retirou do
papel, o seu fato desde sempre. Viu-se levado para a boca da menina e começou a derreter-se
cheio de cócegas e felicidade.
– Este caramelo é tão bom! – ouviu a menina dizer.
Depois... deixou de haver caramelo que se transformou nesta estória.
11. Um coelho atencioso
Uma vez, fui apanhar flores silvestres para levar para a escola. Os campos à volta da aldeia
onde eu morava estavam cheiinhos de papoilas e malmequeres. Havia também largos lençóis de
alecrim perfumando aquela tarde.
Sentado debaixo de uma oliveira, entretinha-me a roer uns talos de azedas que me
causavam um curioso fungar com gosto, quando sinto um toque amistoso nas costas. Voltei-
me e, com surpresa grande e embasbacada, vejo um coelho a olhar para mim, muito atento e
sério. Era todo branco, exceto uma larga mancha acinzentada que lhe dividia a cabeça em duas
metades simétricas.
− Olá rapaz, como te chamas? – diz-me ele, de repente.
Escusado será dizer-vos, pensei estar a sonhar. Gosto de inventar coisas, mas nem eu
mesmo seria capaz de uma destas. Os animais só falam nas estórias e nos versos.
Estendi a mão para o agarrar e ele, sem tentar fugir, disse:
− Tem cuidado que tenho o peito ferido!
− O que é que aconteceu? – perguntei.
Sem dar por isso, sem estranhar, como se fosse a coisa mais natural do mundo, comecei a
conversar com o coelho numa conversa de amigos de longa data. Ele sabia quem eu era, onde
eu morava, aliás, tinha sido num arame farpado perto de minha casa que se espetara ao aterrar
de um salto descuidado. Já me tinha visto a brincar nos campos e, disse-me ele, ficara com o
desejo de me conhecer quando, um dia, me viu recolher um passarito e subir a árvore para o
pôr no ninho donde caíra.
Disse-lhe o meu nome, contei-lhe porque tinha apanhado as flores e como projetava vir
brincar, no dia seguinte, com os meus amigos aos cobóis. Disse-me, então:
– Não vais poder vir amanhã, pois vai cair um temporal terrível.
– Como é que sabes? – perguntei, cheio de curiosidade.
– Tenho uma pata que adivinha – respondeu rindo, acrescentando, antes de eu poder dizer
fosse o que fosse: – Faz-se tarde, tenho de ir. Um dia, quem sabe, voltaremos a ver-nos. Adeus.
E partiu devagarinho, mas decidido.
No dia seguinte, choveu a bom chover, mostrando a verdade da sua atenciosa informação.
Só muito mais tarde eu aprendi o que queria dizer “ter uma pata que adivinha”, já que os
meus ossos, hoje, percebem também eles as mudanças do tempo.
(Nota: É a primeira vez que eu conto isto a alguém. Como já se passaram tantos anos,
quase chego a ter dúvidas da veracidade desta estória. No entanto, uma coisa é certa: continuo
a ir ao campo colher flores silvestres.)
12. A sombra assustada
Como tu sabes, o Sol lança os seus raios de luz sobre os objetos e destes se forma a
respetiva sombra, maior ou menor, consoante o ângulo de incidência dos raios solares. Isto é
simples de entender, mas no mundo das estórias, acontecem as coisas mais espantosas e
estranhas que podemos imaginar.
Aconteceu que…
Uma sombra olhou-se, numa tarde quente de verão, projetada numa rua. “Como era
grande!” Pensou; achou muita piada à forma como se contorcia sobre os carros estacionados,
sentiu cócegas ao subir os degraus da grande escadaria da Praça e deleitou-se na parede da casa
apalaçada, lugar central da cidade onde morava.
Ali ficou olhando outras sombras que passavam. Sentia-se muito bem consigo própria,
mas um pouco fatigada. Fechou os olhos e dormitou.
Estás já a imaginar o que aconteceu, não estás? Pois bem, foi isso mesmo. Dormindo aos
poucos, numa bela modorra de comprazimento, o tempo passou e o Sol foi-se a iluminar
outras paragens. A sombra acordou e viu uma pálida imagem de si mesma; deu um grito e
levantou-se; era uma ténue mancha moribunda, em desfalecimento aflito. Aflito, porque ela
estava aflita, melhor dizendo, assustada, melhor ainda, em pânico, sentindo-se a perder a
existência.
E o Sol partiu de todo.
Passaram-se horas, tantas quantas a noite tem, e o astro chamado Rei acordou a manhã
para mais um dia de luz e cor.
A sombra desta estória sentiu que os cinzentos do seu ser enegreciam e abriu os olhos,
temerosa. Nada viu e o seu susto aumentou. Porém, quase sem querer, virou os olhos e
descobriu-se no outro lado, em projeção revigorante.
Oh! Que alegria! O seu susto terminou.
Não vou contar mais nada. Nem é preciso, pois não? É claro, tu sabes bem que esta
sombra tontita sofreu por ignorância. Se ela fosse como tu, que procuras saber as causas dos
fenómenos naturais, e que sabes, até, ver as horas pela sombra de um ponteiro de um relógio
de Sol e tantas coisas mais…
Quando a encontrares, explica-lhe a sua razão de existir. Vale?
13. Do livro Estórias de um avô (Textos cedidos pelo autor)
O meu sorriso
Há coisas que sabemos apenas porque no-las disseram aqueles que nos querem bem e nos
conhecem desde o momento em que nascemos. É este o caso. Disseram-mo elas – a minha mãe, a
enfermeira Irene, parteira-diplomada, e a menina Hortense, sua ajudante – que eu nasci com um
sorriso grande, grande como um comboio, e, mesmo a chorar o primeiro choro (elas o juram), o
meu sorriso estava lá na minha boca desdentada.
Eu sorri nos primeiros vinte anos da minha vida. Depois, sem que eu consiga explicar porquê –
embora eu pense que o ter ido à guerra e ter visto coisas tristes e terríveis tenha muito a ver com
isso – o meu sorriso foi-se apagando lentamente.
Vivi durante muitos anos de cara séria e olhar sisudo a ponto de me esquecer que eu já fora
uma fonte de alegria para o olhar de quem me via. E como é tão verdadeira esta frase que até rima!
Ora, no outro dia, quando eu fui à terra onde nasci e passei a minha infância, encontrei uma senhora
velhinha a quem hoje chamam Dona, a Dona Hortense que me disse: – Então rapaz (para os mais
velhos somos sempre muito novos!) que é feito do sorriso que era o teu?
Caí em mim, sem saber o que dizer. E, então, disse-lhe coisas, muitas delas apenas por dizer, tais
como “é a vida”, “as coisas mudam”, “já nem me lembro”.
Depois, chegado a casa, olhei-me ao espelho e de repente recordei-me e senti saudades grandes a
pesarem com muita força no meu peito. Tentei sorrir, mas nada. O mesmo ar sério a responder-me.
Mas, num relâmpago: “Eureka!”, gritei; de tal maneira que o meu gato saiu esbaforido a pensar
que eu estava louco. “Já sei qual é a
solução. São as crianças quem sabe o que é sorrir. Se eu lhes pedir que desenhem um sorriso para
me dar...”
Pus um anúncio no jornal a pedir que me deem um sorriso e escrevi esta estória verdadeira. E
estou à espera.
Eu sei que, de volta, de novo irei ter o meu sorriso.
14. O cd-rom que só rodava às vezes
Um dia, um amigo meu, cantor e „dizedor‟ de poesia (palavra inventada por quem acha que se
deve dizer, e não declamar, os poemas) ofereceu-me um Cd-Rom que ele tinha gravado com
poemas sobre as diversas estações do ano, escritos por muitos poetas portugueses.
Podíamos ouvi-lo a dizer os poemas, ao mesmo tempo que líamos o seu texto, ou pequenos
filmes mostrando paisagens e cenas campestres características das estações tratadas nos poemas.
Além disso, era possível, ainda, vermos fotos dos poetas, ou gravuras dos poetas mais antigos, e
notas biográficas e literárias de todos eles.
Eu, que gosto de poesia e da forma como o meu amigo a diz, fiquei todo contente e curioso e,
primeira coisa que fiz quando cheguei
a casa, fui logo para o computador, para ouvir e ver o Cd.Rom.
Vocês não imaginam como eu fiquei! Não é que o meu amigo tinha incluído um poema da minha
autoria sobre a primavera, sem nada me dizer?!
Lá estavam os meus versos a serem ditos enquanto passavam fotos de papoilas e mimosas nos
campos do Alentejo; e lá estava um retrato meu, com data de nascimento, chamando-me poeta e
escritor. Lá estava eu, ao lado dos poetas que eu amo.
Comovi-me e, devo confessar, inchei de orgulho e satisfação. Os dias passavam e eu, sempre com
mesmo sentimento de vaidade, assim que chegava a casa ligava o computador, punha o Cd.Rom e
lá aparecia eu e o meu poema. Sempre eu e o meu poema. O Cd. Rom não avançava dali, não
mostrava os outros poemas, não rodava.
Achei tão estranho que pedi ao meu vizinho que visse o Cd. Rom
no seu computador. Assim fez, dizendo-me depois:
– Belo trabalho este, do seu amigo.
– Mas viu tudo? – perguntei.
– Sim, tudo funcionou perfeitamente.
Intrigado, comecei a pensar: “Mas porque é que não funciona no meu computador e apareço
sempre eu?”
Bem!... Penso que já descobriram a resposta.
Confesso que me sinto envergonhado por me ter deixado levar pela vaidade. Exagerei, sim. Mas
continuo a gostar muito dos poetas da minha terra.
15. O coração dorminhoco
Noutros tempos, quando os animais falavam e serviam de exemplo para os homens, havia a
possibilidade de mudar de coração. Se, por exemplo, eu fosse um gato e quisesse ter um coração de
cão, podia trocar. Claro que se eu fosse um hamster e quisesse ter um coração de leão, isso era
impossível porque não me cabia no peito. Isto aconteceu-me nas minhas vidas anteriores, há muito,
muito tempo. Talvez eu vos conte mais tarde essas histórias; agora, não interessam.
Como eu dizia, havia uma lojinha num jardim sempre florido que vendia os corações que eram
criados numa pequena oficina onde dez artistas trabalhavam. E era tudo o que se sabia: pequena
fábrica, dez artistas. Onde ficava, porquê fabricados por artistas, eram perguntas sem resposta.
A loja dos corações pertencia a uma gata siamesa que não deixava fazer qualquer barulho.
– Para não perturbar os meus queridinhos. – dizia.
Ora, um dia, um lagarto que se sentia muito cansado porque percorria o país inteiro a inspecionar
os cursos de água – tarefa muito importante para prevenir inundações fora da estação das chuvas –
entrou na loja e, num sussurro, disse à gata:
– Dona Gata, preciso de um coração forte, mas sossegado, que me dê algum descanso.
A Gata, que conhecia o trabalho do lagarto, ao vê-lo tão cansado, disse:
– Veja este, aqui, tão dorminhoco.
Foi amor à primeira vista.
Entraram no gabinete de mudança, o lagarto deitou-se na marquesa, abriu o peito (isso fazia-se
apenas com um ato de vontade) e a Gata mudou-lhe o coração.
Quando o lagarto saiu da lojinha, com o seu coração novo, sentiu uma grande vontade de se ir
deitar em cima de um muro a apanhar sol. Fechou os olhos e deixou-se estar a sentir o coração a
bater muito devagarinho. Daí a nada, adormeceu.
No dia seguinte, o lagarto reformou-se, e passou a dormitar ao sol com imenso prazer que lhe
vinha do seu coração dorminhoco.
Nunca mais quis mudar de coração e é por isso que hoje podemos ver os lagartos a apanhar
sol. E é por isso, também, que, às vezes, há inundações fora da época das chuvas: ninguém mais
inspecionou os veios de água.
16. A bomba da gasolina
Era novinha em folha. E grande. Era alta, mais alta do que é costume. Estava toda pintada de
azul claro sobre o qual nasciam pintas em dois tons de azul mais escuro, que mudavam de sítio,
hora a hora, enquanto houvesse dia.
À entrada havia um grande letreiro onde se lia, em letras de azul escuríssimo: ‟Só abastece
condutores bem-dispostos‟.
No início, quando construíram a bomba (ninguém conhece os donos), havia sempre uma bicha
de quilómetros, à espera de vez. É que...
Os carros paravam e todos os condutores saíam com um grande sorriso. No entanto, só alguns,
muito poucos, ela abastecia. E que espanto! A gasolina enchia o depósito e o marcador do dinheiro
andava devagarinho. A conta era sempre pequena. Depois... depois o carro andava, andava e
gastava muito menos que metade do que era seu costume.
Está-se mesmo a ver que isto ia ter importância, muita importância.
Pouco a pouco, as pessoas começaram a ser simpáticas ao volante, a respeitar os peões, a circular
com atenção, sem ultrapassar os limites de velocidade. As ruas e as estradas da região passaram a ser
seguras.
E eram cada vez mais as pessoas que conseguiam abastecer-se na bomba azul dos encantos e dos
condutores felizes.
Perguntas: onde é que fica esta bomba encantada?
Bem, para já, fica aqui, nesta página, e na nossa imaginação. Depois, quando quisermos...
talvez possamos nós ser os seus donos. Quem sabe?
17. O piolho
– Mas qual é a utilidade do piolho? – Perguntava um homenzinho muito estranho que vivia no
meu bairro e que tinha esta mania de vir para a rua e “lançar à ventania” (era sua esta expressão)
perguntas variadas.
Eu, normalmente, ria-me destes atos meio tresloucados do pobre homem e seguia a minha
vida, mas, hoje, deu-me para ficar
intrigado e resolvi aceitar o desafio e lançar-me em busca de uma
resposta.
De piolhos só me lembrava daquela vez, era eu miúdo, há quantidade de anos que isso foi!, que a
minha mãe me levou ao barbeiro para uma grande carecada por causa de tão feias e chatas criaturas,
cansada que ela estava de me catar à caça dos ditos cujos que nasciam às dezenas, em partos
contínuos, nas cabeças de tudo o que era garotada. Penso, agora, que os adultos também os tinham
com fartura. E nesses tempos não havia as mezinhas que hoje existem para matar os bichos. Nem
havia os champôs, os sabonetes cheirosos, os secadores de cabelo, as toalhas tão grandes e macias
que hoje temos para nos limparmos. Nesses tempos, os piolhos existiam em quantidades de meter
susto, podemos bem
dizê-lo, porque eram muito más as condições de higiene à nossa
disposição.
Havia uma grande luta contra os piolhos.
Tinha eu resolvido ir até à farmácia perguntar ao meu amigo doutor farmacêutico se uma
qualquer epidemia de piolhos teria surgido, por aqui, nas redondezas, quando, na mesa mesmo ao
meu lado, no café, uma senhora contava à sua amiga ter descoberto piolhos na filha, depois de a ter
visto coçar a cabeça duas ou três vezes. E diz assim a amiga, num tom de voz de mãe zangada com
os filhos:
– Se ao menos, assim, eles perceberem que têm cabeça?
Eu fiquei quase tão surpreendido como a senhora primeira que falou, mas não fiz o ar espantado
que ela fez a olhar para a outra que caiu em si e se apressou a explicar:
– Desculpa, estou preocupada com o meu Pedro que me
apanhou negativa a
matemática. E tudo porque se esqueceu que tinha teste e não estudou. E também lhe descobri
piolhos, outro dia.
Eu ouvi isto e sorri cá para mim mesmo. Afinal já estava ali uma boa resposta: os piolhos servem
para nos
lembrarmos que temos cabeça. Cabeça para pensar.
Se é para isso, viva o piolho! Não é?
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.