Vida Conjugal Cristã - Dois Estudos de Casos

Palestra aos Casais - Vida Conjugal Cristã
Seis Estudos de Casos sobre o Casamento

O Brasil fechou o ano de 2018 com uma taxa de 580 divórcios
diários na estatística do IBGE. Mato Grosso do Sul lidera o
índice de separações, com cerca de 4 divórcios a cada dez
casamentos com dez anos de união. São Paulo também
apresenta um alto índice, com a proporção de 3 por 10. Houve
um crescimento de 75% em cinco anos, sendo que em 2006
haviam 80 mil divórcios por ano, mas agora estamos na casa
dos 140 mil, e subindo.

A Igreja pode pensar que a Vida Conjugal Cristã está blindada e os
casais cristãos protegidos deste fenômeno mundano, mas a verdade
que se apresenta não deixa enganos: os casamentos cristãos também
estão sendo dissolvidos em divórcio, com menor resistência que
deveria haver. A proporção de casais cristãos que se separam é a
mesma constatada em outros setores da sociedade. A informação foi
divulgada pelo Barna Group, instituto de pesquisa que se dedica a
estudar o ambiente cristão e seu impacto na sociedade, assim como a
influência da cultura secular entre os evangélicos.

A dissolução do casamento em divórcio não é
novidade, pois desde os primeiros dias da sociedade
humana se comprovou que a vida a dois, conforme
instituiu Deus no livro de Gênesis, deixou de ser o
padrão aceito pela sociedade comum. Já na terceira
geração após Adão houve um homem chamado
Lameque que praticou a bigamia, o que eclodiu em
uma licenciosidade sem controle até os dias de Noé.

Iremos realizar nas próximas páginas o Estudo de Seis
Casos apresentados no livro de Gênesis: Adão e Eva,
Lameque e sua mulheres, os filhos de Deus e as filhas
dos homens, Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, Jacó e
suas quatro esposas. Veremos que os problemas que
destroem casamentos na atualidade, existem desde os
primórdios da história humana.

Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do
mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a
terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente
ao chão”. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou. Deus os abençoou, e
lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e
subjuguem a terra! Gênesis 1.26-28

O projeto de Deus para a vida de um casal é perfeito! No ato
da criação ficou estabelecido que homem e mulher seriam
feitos à imagem e semelhança de Deus, com autoridade para
dominar o lar em que vivem, seja sobre as pequenas coisas ou
os grandes problemas. Enquanto o casal se mantém em
conformidade com o projeto original da criação as coisas da
vida recebem a benevolência do Senhor e o lar é abençoado,
mas quando a vida conjugal se desvia para longe de seu
propósito as dores do mundo se multiplicam.

Deus abençoou a vida conjugal! Este é o projeto
original! Que o lar dos filhos de Deus seja um lugar de
alegria, paz e conforto. Não se trata de um ambiente
neutro, onde não exista conflito, e sim, de uma casa em
que o casal sustente sua responsabilidade pela
construção da família, tendo Deus como o Pai de todos,
em devida honra e amor.

Fertilidade e prosperidade são dois sinais da benevolência de
Deus. Não é agradável que homem e mulher façam seus
planos excluindo o outro de sua companhia. Sabemos que
cada um tem seus próprios afazeres, por isso, não dá para ficar
grudado o tempo todo um ao outro. Mas também sabemos
que um constrói a alegria do outro, o que exige um mínimo de
ligação e propósito conjugal. O que um faz para si, faz pelo
outro. O que é feito em casa, é para prosperidade da casa!

O SENHOR Deus declarou: “Não é
bom que o homem esteja só;
farei para ele alguém que o
auxilie e lhe corresponda”.

O homem, criado à imagem e semelhança de Deus
experimenta uma solidão existencial que o acompanha por
toda a vida, a menos que encontre alguém que lhe auxilie e
corresponda. Para fixar na alma do homem sua carência por
uma mulher, o Criador o deixou na primeira infância em
companhia dos bichos da natureza. Todos os animais viviam
em pares – macho e fêmea – mas para o homem não havia
quem lhe completasse.

Deus criou a fêmea do homem e a qualificou para ser auxiliadora e
correspondente. Em termos simples, a mulher é a aperfeiçoadora das
obras do homem. Em tempos de emancipação da mulher, seguindo as
filosofias dos ateus que estabelecem os padrões da mundanidade
acima do valor da Palavra de Deus, é necessário retomar o projeto
original de Deus para o casal, onde marido e mulher não competem
para superar o outro em suas guerras, mas se unem em amor para a
construção de um lar cristão, onde Deus é presente na consciência e no
coração.

A solidão do homem é um estado de alma, que somente a
presença da mulher pode aliviar. Estar presente não significa
estar ao lado, e sim, estar no coração, assim como marcar
presença diante dos olhos e ao alcance dos braços. Não é uma
invasão de privacidade, e sim, uma preocupação com o bem-
estar de quem se ama. É preciso cuidar, sem oprimir. Abraçar,
sem machucar. Gostar, sem aprisionar.

O SENHOR Deus perguntou então
à mulher: “Que foi que você fez?”
Respondeu a mulher: “A serpente
me enganou, e eu comi”.

Homem e mulher convivem diuturnamente em casamento,
por toda a vida. É inevitável que a rotina se instaure no lar e
cada um se aplique a atividades de distração e entretenimento
pessoais. Mas não estamos sós no mundo. Tem mais gente lá
fora, com outras prioridades, totalmente diferente dos valores
do Reino de Deus. Serpentes sedutoras que se enroscam no
galho das árvores, procurando flertar com pessoas ociosas e
distraídas para com suas prioridades conjugais.

A mulher de Adão flertou com o perigo e foi seduzida
pelo sedutor. A cobra do Éden representa toda e
qualquer sedução que torne a pessoa negligente com
suas responsabilidades conjugais. Eva poderia ficar a
sós com a serpente? Não sabia ela que a cobra era
perita na arte da sedução – a mais astuta entre todas as
criaturas da terra? Por que lhe deu ouvidos? É
justamente o encanto do mistério que seduz a razão.

A serpente enganou Eva! Como se deu isto? Com palavras
apenas. Nada de verdadeiro. Nada de real. Nada de concreto.
Apenas palavras inculcadas, levantando suspeitas contra a
bondade de Deus e o perigo do mal. O diabo lhe disse que
Deus não era tão bom assim, nem o pecado tão mal. Levantou
a dúvida, ao ponto de lhe induzir a corrigir Deus e Adão. Ela
comeu do fruto, e não morreu (de imediato). Então levou o
fruto a Adão em demonstração de que seu temor da morte
não era real e que sua teologia estava equivocada.

Adão ouviu a voz de Eva, pois ela representava o
presente de Deus ao homem. Como poderia estar viva,
depois de comer o fruto? Será que Deus estava
brincando com sua capacidade de julgar o bem e o
mal? Adão, ofendido com a ordem de Deus se alimenta
do fruto proibido e a partir desse momento irá cobiçar
todas as coisas proibidas do mundo. Sua fome será
insaciável, buscando satisfação no pecado.

Adão teve relações com Eva, sua mulher, e ela
engravidou e deu à luz Caim. Disse ela: “Com o auxílio
do SENHOR tive um filho homem”. Voltou a dar à luz,
desta vez a Abel, irmão dele. Abel tornou-se pastor de
ovelhas, e Caim, agricultor. Novamente Adão teve
relações com sua mulher, e ela deu à luz outro filho, a
quem chamou Sete, dizendo: “Deus me concedeu um
filho no lugar de Abel, visto que Caim o matou”.

Observamos que Adão apenas mantém relação íntima com
Eva, mas não celebra o nascimento dos filhos. A mulher
demonstra que é o SENHOR quem lhe auxilia na concepção
dos filhos, e lhes encaminha os primeiros passos na presença
de Deus. Caim e Abel servem ao Senhor, cada um de maneira
diferente, com frutos da terra ou com ofertas do rebanho. Mas
um dos filhos se desencaminha seguindo o exemplo do pai,
que se desviou e jamais retornou à comunhão. Mas Abel
seguia os passos de Eva, a adoradora.

Os filhos passam por grandes dilemas em absorver o
exemplo dos pais e a natureza humana está propensa a
se deixar levar pela indisciplina e o abandono dos bons
princípios. A psicologia das crianças procura admirar o
herói e imitar exemplos. Os pais enfrentam grandes
angústias com seus filhos, mas estão em posição de
autoridade sobre eles, tanto para educar quanto para
disciplinar.

Adão se ausenta do destino final de sua familia. Ele é apenas
um reprodutor da espécie, vivendo 930 anos sem deixar uma
só palavra de ensino a nenhum de seus descendentes. O
fracasso do Éden o desmoralizou, de tal forma que deixou a
humanidade livre para seguir o pecado (ou não). O casal deve
tomar cuidado com a publicação de seus erros diante dos
filhos, pois de uma forma ou de outra as crianças irão se
referenciar nos atos dos pais.

Eva concebeu um terceiro filho a quem chamou de Sete. Ela
também celebrou o nascimento deste menino, renovando
suas forças diante de uma tragédia em família. Deus fortalece
a maternidade da mulheres, as quais podem restaurar sua
casa, mesmo diante das ruínas. O marido pode ter se entregue
aos vícios e ao desprezo das coisas, mas a esposa recebeu de
Deus a virtude para o recomeço e reconstrução do lar. Olhar
para o Senhor é fundamental para que a familia seja salva.

Lameque tomou duas
mulheres: uma chamava-se
Ada e a outra, Zilá.

A vida conjugal na atualidade é um
desafio diário para os casais cristãos.
Notícia de separação chegam
diariamente ao cotidiano das famílias e
pouco espanto é causado. É algo mais ou
menos esperado por quase todo mundo.

A monogamia exige que homem e mulher se
relacionem até a morte com a mesma pessoa, tanto
nos momentos de alegria quanto de dor. Mas a filosofia
de vida de nossa sociedade criou as rotas de fugas,
oferendo alternativas para os conflitos conjugais, que
varia entre o flerte livre com outras pessoas (que não o
cônjuge), até à promiscuidade de uma casa de
diversões sexuais.

Lameque aparece nas Escrituras como um homem
bígamo. Se isto é chocante aos cristãos, ao não crentes
é compreensível. Por quais razões a humanidade se
licencia para a vida conjugal alternativa? Quebrar a
rotina? Explorar a liberdade? Experimentar mais
prazer? Preservar o casamento? A história de Lameque
e outros homens com várias mulheres nos mostra ser
impossível viver bem na rota alternativa.

Quando marido e mulher licenciam-se a experiências
conjugais alternativas estão atraindo as angústias de uma
existência paranoica. No princípio Deus disse que faria para
Adão “uma auxiliadora” apenas, e seriam ambos uma só
carne. Isto não mudou! Deus se compromete em manter sua
benção apenas com o plano original. As alternativas criadas
pelos homens com o fim de satisfazer suas manias e desejos
íntimos não estão contemplados no projeto de Deus.

O caminho da licenciosidade é a
promiscuidade, o que degenera a alma
humana, tornando-a impura, impudica,
imoral e pervertida. Nem homem e nem
mulher consegue manter a mente saudável
buscando exacerbações para o convívio
conjugal.

Em nenhum momento as mulheres de Lameque
celebram ao Senhor por seus filhos. Uma
educação liberal foi instituída naquela familia, de
tal maneira que formavam uma casa em que cada
um seguiu sua própria vida, sem manter grandes
vínculos, senão no propósito em construir
patrimônio pessoal.

Jabal era um construtor de casas e um fazendeiro pecuarista. Tornou-se
um milionário da antiguidade, mantendo seu rebanho e sua
construtora em alta conta para com seus contemporâneos.
Jubal era músico e um animador de festas. Era o homem das baladas,
promovendo eventos, shows e muita diversão nas cidades, noite e dia.
Tubalcaim era metalúrgico, que alimentava o mundo das guerras
inventando armas e se enriquecendo com o morticínio da humanidade.
Naamã era a dona do bordel. Seu nome significa “a formosa”, dando a
entender (conforme pensam os rabinos), que ela mantinha casas de
meretrício funcionando dia e noite no mundo antigo.

A educação liberal se patenteia por uma ética relativista, onde
o importante não são os valores da família, e sim, do sistema
social pautado no lucro, na diversão, na violência e no prazer
sem limites. A familia de Lameque reproduzia o
comportamento de uma sociedade sem Deus, cuja consciência
espiritual se reduz a uma vaga lembrança de mitos e lendas
sobre deuses e demônios. A sociedade atual segue o ideal de
Lameque e imprime em nossos filhos uma educação liberal,
ridicularizando a fé na verdade e os alimentando com
fantasias.

Disse Lameque às suas mulheres: “Ada e Zilá,
ouçam-me; mulheres de Lameque, escutem
minhas palavras: Eu matei um homem
porque me feriu, e um menino, porque me
machucou. Se Caim é vingado sete vezes,
Lameque o será setenta e sete”

Tendo baixado o nível da moralidade o Lameque
perdeu a sensibilidade para com a vida humana.
Além de bígamo, torna-se assassino de homens e
crianças. Por cima de tudo compõe uma canção
para exaltar sua violência e escarnecer do sinal
que Deus imprimiu em Caim com o fim de barrar
a violência em familia.

Um homem violento com as pessoas fora de casa
pode ser um bom marido ou um bom pai?
Alguém que alterna entre uma mulher e outra
pode oferecer amor à esposa? Cada árvore
produz fruto conforme a espécie, e os lamequitas
continuam reproduzindo a semente da violência
contra os de fora e os domésticos.

O Brasil apresenta um alto índice de violência doméstica, com
espancamentos, estupros, abortos e mortes que fogem às
estatísticas. Muitos casamentos são movidos pela ganância ao
materialismo (onde as despesas não são compartilhadas). Por
baladas e alta frequência a casas de shows (ouvindo músicas
que exaltam a violência e a promiscuidade). Por contendas
sem sentido (com xingamentos, brigas e agressões armadas). E
pela busca do prazer sexual a qualquer custo.

De forma alguma haverá alegria em um casamento que se
entrega ao valores da sociedade sem Deus. em verdade, a vida
conjugal põe fim à vida livre e descompromissada dos tempos
de solteiro. Mesmo as pessoas que levaram uma existência
sem pudor, antes do casamento, devem tomar consciência de
que a sociedade não existe de fato, como algo real. Tudo o que
se passa “lá fora” é uma fantasia para a mente e o coração.
Homens e mulheres de Deus se unem em conjunção carnal
para a completa alegria dessa vida, não para atrair angústia e
dor.

Estes seis estudos de casos nos mostram que
o casamento cristão não está blindado contra
os ataques do inferno. Podemos aprender
com a história bíblica como agir diante de
nossas situações de conflito, ou seguir a vida
conforme as filosofias da sociedade sem
Deus.

Houve um crescimento
de 75% de divórcios em
cinco anos

Os casamentos
cristãos também estão
sendo dissolvidos

A bigamia eclode em
uma licenciosidade
sem controle

São os problemas
desgovernados que
destroem os casamentos

O casal sustenta a
responsabilidade pela
construção da família

Não dá para homem e
mulher ficar grudado
o tempo todo

Está fixo na alma do
homem sua carência
por uma mulher

O aconchego do amor
somente o casamento
pode proporcionar

A mulher é a
aperfeiçoadora das
obras do homem

Estar presente não
significa estar ao lado, e
sim, estar no coração

Tem gente de fora
com valores inversos
ao Reino de Deus

É justamente o
encanto do mistério
que seduz a razão.

Palavras maldosas
levantam suspeitas
contra a bondade de
Deus

As cobiças do
mundo são
insaciáveis

Cada pessoa serve
ao Senhor de
maneira diferente

A psicologia das
crianças procura
admirar o herói

O casal deve tomar
cuidado com a
publicação de seus erros

A esposa recebeu de
Deus a virtude para
reconstrução do lar

O divórcio é algo mais ou
menos esperado por
quase todo mundo

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