1. Disciplina: Métodos e Técnicas de Pesquisa Qualitativa
Professor: Dr. Valdir Machado Valadão Júnior
Aluno: Keven Wiliam Silva Rodrigues
Pesquisa qualitativa e aplicações na Administração: validade, confiabilidade e saturação
O presente trabalho tem o objetivo de, a partir da leitura e análise dos artigos
referenciados e das perspectivas tanto dos autores através dos resultados de suas pesquisas
como do referencial teórico utilizado por eles, realizar um apanhado de conceitos, explicações,
questionamentos críticos, consensos e contradições em torno do que tange a pesquisa
qualitativa.
Lanka et al (2022), levanta que que é desafiador avaliar o rigor de uma pesquisa
qualitativa, se levada em consideração a concepção cultural de pesquisadores que adotam
pesquisa quantitativa, muitas vezes definindo a qualitativa como inválida por sua
impossibilidade de oferecer generalizações. Em contrapartida, os pesquisadores em pesquisa
qualitativa, abordam que as diferenças entre fundamentos ontológicos e epistemológicos não
corroboram para uma comparação nesse sentido. É ressaltado que é necessária uma
preocupação em torno de controlar o viés do pesquisador e garantir a confiabilidade e a
validade da pesquisa qualitativa.
O pesquisador em pesquisa qualitativa, à medida que desenvolve seu trabalho, atua
criticando, refletindo e analisando seus próprios pensamentos e percepções, dessa forma
podendo mostrar o quão explícito é seu papel nesse processo. Guba e Lincoln (1989) apud
Lanka et al (2022), afirma que para avaliar a confiabilidade de dados qualitativos é importante
a existência de quatro preocupações: valor de verdade, aplicabilidade, consistência e
neutralidade.
A pesquisa qualitativa deve ser vista como um campo independente e não em
detrimento de uma comparação com o método quantitativo, atuando com preocupação com
métodos de maior amplitude, resposta a formas emergentes de vida social e organizacional e
como possibilidade de geração de novas possibilidades de pesquisa (LANKA et al, 2022).
O estudo de Paiva Júnior et al (2011), traz mais algumas contribuições acerca dos
critérios de confiabilidade e validade da pesquisa qualitativa, o autor cita que o caráter
interpretativo, atrelado à subjetividade do pesquisador não é presente somente nesse tipo de
pesquisa, mas, também, no método quantitativo, onde o pesquisador é quem trata os dados. São
levantados os seguintes critérios: triangulação, reflexividade, descrição clara, rica e detalhada
dos fenômenos e discursos, surpresa, feedback dos informantes e a construção do corpus de
pesquisa.
Na construção do corpus de pesquisa, a saturação deve ser levada em conta, processo
esse que, segundo Thiry-Cherques (2009), acontece quando a entrevista ou observação não
acrescenta em nada ao que já é conhecido sobre o fenômeno analisado.
Para finalizar, vale ressaltar as contribuições de Alberton e Silva (2018), que ao falarem
sobre a construção de um bom caso de ensino, elucidam aspectos como a existência de
objetivos claros, clareza nas informações, e que, para propiciar ao estudante um bom método
de aprendizagem, aspectos de validade, confiabilidade, tratamento dos dados, abordados nos
2. outros artigos são necessários como características desse caso, para que, assim, o aluno consiga
usá-lo para realizar uma pesquisa e, consequentemente, chegar a resultados esperados.
Referências
ALBERTON, Anete; SILVA, Anielson Barbosa da. Como escrever um bom caso para ensino?
Reflexões sobre o método. Revista de Administração Contemporânea, v. 22, p. 745-761,
2018.
DE PAIVA JÚNIOR, Fernando Gomes; DE SOUZA LEÃO, André Luiz Maranhão; DE
MELLO, Sérgio Carvalho Benício. Validade e confiabilidade na pesquisa qualitativa em
administração. Revista de ciências da administração, v. 13, n. 31, p. 190-209, 2011.
LANKA, Evelyn et al. Introdução à Chamada de Artigos Tutoriais de Pesquisa Qualitativa em
Estudos de Administração Contemporânea para Edição Especial da RAC: Um Editorial.
Revista de Administração Contemporânea, v. 26, 2022.
THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Saturação em pesquisa qualitativa: estimativa
empírica de dimensionamento. Revista PMKT, v. 3, n. 2, p. 20-27, 2009.