1. O documento é uma monografia apresentada por Maryjane Aleluia Oliveira ao curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda da Universidade Salvador (UNIFACS), orientada pela professora Vanessa Brasil Campos.
2. O trabalho aborda o inconsciente coletivo, seus arquétipos e imagens, e propõe uma abordagem para entender as imagens de marca a partir destes conceitos.
3. Serão analisados os conceitos de mito, símbolo, inconsciente, arquétipo, imagem e discurso publicit
Manual dos formadores de cuidadores de pessoas idosasCi Zanoni
Este manual fornece orientações sobre cursos de formação de cuidadores de pessoas idosas, abordando tópicos como os objetivos desses cursos, os perfis desejados para os formadores e cuidadores, e o conteúdo programático recomendado, incluindo a construção de relacionamentos de ajuda e questões sobre envelhecimento.
O documento apresenta um resumo sobre diferentes teorias e abordagens da psicoterapia, incluindo Freud, Adler, Frankl, Rogers, Maslow, Sullivan, Perls, Fromm, Horney e Skinner. O objetivo é analisar essas teorias e como a psicoterapia centrada na Bíblia se relaciona com elas.
1. O documento apresenta estudos sobre mediunidade e doutrinação segundo a Doutrina Espírita. Aborda temas como concentração, perispírito, fluidos espirituais, pensamento, mediunidade através dos tempos, classificação de médiuns e fenômenos mediúnicos, comunicações espirituais, influência moral do médium e do meio, papel do médium, médiuns escreventes e falantes, perigos e inconvenientes da mediunidade, manifestações visuais, bicorporeidade e transfiguração, medi
Indicadores Básicos para a Saúde no Brasil: conceitos e aplicaçõesHelenice Alexandrino
Este documento apresenta conceitos e aplicações de indicadores básicos para a saúde no Brasil. Ele discute a iniciativa da Rede Interagencial de Informação para a Saúde (Ripsa) para melhorar a produção, análise e disseminação de informações sobre saúde no país. O documento também fornece uma matriz de indicadores de saúde e fichas de qualificação para 120 indicadores demográficos, socioeconômicos, de mortalidade, morbidade e fatores de risco, recursos e cobertura.
1. A violência na sociedade atual é analisada sob uma ótica espiritual, com a destruição do sentido existencial e o aumento da pessimismo e violência.
2. Quando os valores ético-morais entram em decadência e as instituições perdem o equilíbrio, a agressão, o crime e a desonra aumentam.
3. A violência se espalha como uma praga, deixando angústia, dor e destroços, enquanto a educação e as autoridades falham em proteger a população.
Este documento apresenta excertos de um livro sobre idosos institucionalizados e depressão. Discute como a institucionalização pode ser vivida como uma perda e desencadear estados depressivos. Apresenta uma revisão teórica sobre luto, depressão e envelhecimento, e descreve o método e objetivos de um estudo sobre prevalência de depressão em diferentes modelos de institucionalização no idoso.
O documento apresenta resultados de uma pesquisa sobre crenças e linguagens de cura não convencionais em Manaus, Amazonas. A pesquisa entrevistou 18 promotores da saúde que utilizam diferentes abordagens como plantas medicinais, imposição de mãos, florais, entre outras. Os resultados comparam os sistemas de representação mental mais ativados nessas práticas e seus efeitos na saúde física, mental e espiritual.
1) Este manual fornece instruções sobre a organização e funcionamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
2) Ele define os vários níveis da organização da igreja, incluindo a igreja local, associação, união e conferência geral.
3) O manual também estabelece diretrizes sobre a admissão e disciplina de membros, bem como a ordenação e papéis de pastores e outros funcionários da igreja.
Manual dos formadores de cuidadores de pessoas idosasCi Zanoni
Este manual fornece orientações sobre cursos de formação de cuidadores de pessoas idosas, abordando tópicos como os objetivos desses cursos, os perfis desejados para os formadores e cuidadores, e o conteúdo programático recomendado, incluindo a construção de relacionamentos de ajuda e questões sobre envelhecimento.
O documento apresenta um resumo sobre diferentes teorias e abordagens da psicoterapia, incluindo Freud, Adler, Frankl, Rogers, Maslow, Sullivan, Perls, Fromm, Horney e Skinner. O objetivo é analisar essas teorias e como a psicoterapia centrada na Bíblia se relaciona com elas.
1. O documento apresenta estudos sobre mediunidade e doutrinação segundo a Doutrina Espírita. Aborda temas como concentração, perispírito, fluidos espirituais, pensamento, mediunidade através dos tempos, classificação de médiuns e fenômenos mediúnicos, comunicações espirituais, influência moral do médium e do meio, papel do médium, médiuns escreventes e falantes, perigos e inconvenientes da mediunidade, manifestações visuais, bicorporeidade e transfiguração, medi
Indicadores Básicos para a Saúde no Brasil: conceitos e aplicaçõesHelenice Alexandrino
Este documento apresenta conceitos e aplicações de indicadores básicos para a saúde no Brasil. Ele discute a iniciativa da Rede Interagencial de Informação para a Saúde (Ripsa) para melhorar a produção, análise e disseminação de informações sobre saúde no país. O documento também fornece uma matriz de indicadores de saúde e fichas de qualificação para 120 indicadores demográficos, socioeconômicos, de mortalidade, morbidade e fatores de risco, recursos e cobertura.
1. A violência na sociedade atual é analisada sob uma ótica espiritual, com a destruição do sentido existencial e o aumento da pessimismo e violência.
2. Quando os valores ético-morais entram em decadência e as instituições perdem o equilíbrio, a agressão, o crime e a desonra aumentam.
3. A violência se espalha como uma praga, deixando angústia, dor e destroços, enquanto a educação e as autoridades falham em proteger a população.
Este documento apresenta excertos de um livro sobre idosos institucionalizados e depressão. Discute como a institucionalização pode ser vivida como uma perda e desencadear estados depressivos. Apresenta uma revisão teórica sobre luto, depressão e envelhecimento, e descreve o método e objetivos de um estudo sobre prevalência de depressão em diferentes modelos de institucionalização no idoso.
O documento apresenta resultados de uma pesquisa sobre crenças e linguagens de cura não convencionais em Manaus, Amazonas. A pesquisa entrevistou 18 promotores da saúde que utilizam diferentes abordagens como plantas medicinais, imposição de mãos, florais, entre outras. Os resultados comparam os sistemas de representação mental mais ativados nessas práticas e seus efeitos na saúde física, mental e espiritual.
1) Este manual fornece instruções sobre a organização e funcionamento da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
2) Ele define os vários níveis da organização da igreja, incluindo a igreja local, associação, união e conferência geral.
3) O manual também estabelece diretrizes sobre a admissão e disciplina de membros, bem como a ordenação e papéis de pastores e outros funcionários da igreja.
Este documento fornece instruções sobre a Escola Sabatina. Discute a importância e propósito da Escola Sabatina, incluindo seu papel no estudo da Bíblia e ganhar almas para Cristo. Também fornece orientações sobre como os professores devem conduzir as aulas de maneira eficaz.
1. O documento apresenta um plano de marketing para a Associação Ilumina, que oferece assistência a pacientes com câncer. 2. Foi realizado um diagnóstico da associação por meio de uma análise SWOT e pesquisa de mercado para entender o público-alvo. 3. O plano propõe estratégias e ações internas e externas, campanhas de marketing, metas e táticas para melhorar a visibilidade e captação de recursos para a associação.
A evolução social e a politica do desenvolvimentoKathy Oliveira
O documento discute a evolução dos sistemas sociais humanos e como eles surgiram para disciplinar os instintos e permitir a perpetuação da espécie humana através da razão e inteligência. Aborda como a família foi o primeiro sistema e como outros sistemas surgiram para disciplinar a vida coletiva, como a cidade e seus sistemas políticos. Também discute como a liberdade de pensamento permitiu a evolução e progresso humano.
(Apostila preparatória para o concurso da Polícia Federal - cargo de Agente Administrativo 2013-2014)
O documento é uma apostila preparatória para o concurso da Polícia Federal para o cargo de Agente Administrativo nos anos de 2013-2014. A apostila contém resumos de diversas matérias cobradas no concurso, como Língua Portuguesa, Noções de Informática, Raciocínio Lógico, Atualidades, Noções de Direito Administrativo e Constitucional, entre outros. Há informações sobre os autores, direitos autora
Juventude cidadania violencia : os jovens de Brasíliacrizmqc
Este documento analisa a juventude, violência e cidadania em Brasília, com base em pesquisas com jovens, pais e professores. Apresenta perspectivas sobre a cidade de Brasília, violência, gangues, escola, família e preconceitos. Conclui com recomendações para promover valores cívicos e reduzir a violência entre os jovens.
1. O documento apresenta três unidades didáticas para trabalhar a leitura literária com alunos do ensino fundamental nos anos finais.
2. As unidades utilizam estratégias como motivação, introdução, leitura e interpretação para abordar textos de Oscar Wilde e Ana Maria Machado.
3. O objetivo é promover o letramento literário e a formação humana dos estudantes por meio da leitura e discussão de obras que abordam temas sociais.
O documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre hábitos alimentares e frequência de consumo de fast food realizada com 200 pessoas. Os objetivos eram analisar com que frequência as pessoas utilizam serviços do tipo fast food e as consequências dessa opção, além de saber o que pensam sobre o assunto. Foram aplicados questionários e os dados coletados foram organizados em tabelas e gráficos.
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016Carlos Augusto
1. O documento agradece aos familiares, amigos e professores que apoiaram o curso de Auxiliar Administrativo.
2. Ele destaca a importância da família como exemplo de administração e liderança e agradece o suporte técnico do SENAI-PIR para o aprendizado.
3. Por fim, agradece a Deus por protegê-los e permitir suas realizações e conquistas.
ENSINO MÉDIO - 3º ANO - MODALIDADES ESPECIAISJakes Paulo
O texto relata uma discussão entre ciclistas e um motorista em Fortaleza, Ceará, após os ciclistas terem atravessado um sinal vermelho. O motorista afirma que os ciclistas o xingaram primeiro, enquanto os ciclistas dizem que ele iniciou as agressões físicas. Ambas as partes registraram boletins de ocorrência e divergem em seus relatos sobre os acontecimentos da noite.
Este documento discute a educação do futuro e propõe sete saberes necessários:
1) Ensinar as cegueiras e limitações do conhecimento
2) Ensinar os princípios do conhecimento pertinente
3) Ensinar a condição humana
4) Ensinar a identidade terrena
5) Enfrentar as incertezas
6) Ensinar a compreensão
7) A ética do gênero humano
Para Milton Santos, o espaço é um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações e é com base nessa ideia e nas noções de técnica e de tempo, de razão e de emoção, que propõe a construção de um sistema de pensamento que busca entender o espaço geográfico. Levando em conta a nova realidade trazida pelo processo de globalização que se instalava à época, o geógrafo Milton Santos buscou auxílio na história, na filosofia, na sociologia e em outras disciplinas humanas e sociais, para propor esta teoria geral do espaço humano. Passados vários anos desde sua primeira edição, "A Natureza do Espaço" ainda mantém o interesse de geógrafos e profissionais que estudam as questões urbanas, dada a riqueza de análise desse geógrafo de renome internacional.
Este documento fornece instruções sobre como usar os 72 Nomes de Deus para meditação e conexão espiritual. Ele explica como escanear as letras hebraicas de cada nome divino e compartilhar a luz de Deus com os outros. Além disso, fornece várias técnicas meditativas e descreve o significado e propósito de cada um dos 72 nomes.
Este trabalho foi realizado pela Faculdades Integradas Campos Salles – FICS, no curso de Pós em Psicopedagogia, se encontra disponível no site http://www.maurolaruccia.adm.br/materiais/cadernomtp.pdf, com o objetivo de auxiliar os estudantes na reflexão sobre os passos a serem percorridos no processo da pesquisa científica, valorizando alguns procedimentos que, ainda que anteriores à pesquisa, são fundamentais para o seu início, além do encaminhamento da pesquisa científica em seus diferentes momentos.
Monografia ""Mudanças são feitas de atitude, carinho e respeito. Natura e voc...Iasmin Gimenes Sabbanelli
1. O documento apresenta um projeto desenvolvido por estudantes de publicidade sobre a relação entre publicidade e sustentabilidade na empresa Natura.
2. O projeto analisa como a Natura utiliza a publicidade de forma sustentável para comunicar seus produtos da linha Ekos e destaca prêmios recebidos pela empresa por suas práticas sustentáveis.
3. Inclui também análises de peças publicitárias da Natura ao longo dos anos, um projeto de pesquisa sobre três peças e um caderno de criação com briefing, conceito e peças desenvolvid
1. O documento discute estratégias e inteligência, definindo estratégia como uma sequência de ações para atingir um objetivo. Inteligência é a capacidade de escolher objetivos, avaliar a situação atual e implementar estratégias para reduzir a diferença entre o estado atual e o objetivo.
2. Ter várias estratégias para um objetivo aumenta a probabilidade de atingi-lo, pois se uma estratégia não funcionar é possível tentar outra. Estratégias mais apropriadas levam a melhores resultados.
3
Hermes no ciberespaço - 03.11.2011 - 14h38claudiocpaiva
O documento discute a comunicação e cultura na era digital através da lente do mito de Hermes. Analisa como as redes digitais empoderam as pessoas e como o poder é exercido nesses espaços. Também examina como a convergência de mídia cria uma cultura híbrida e como plataformas como YouTube e blogs influenciam a sociedade.
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silvabrunopublicitario
Trabalho de Conclusão da Graduação em Publicidade e Propaganda pela UNISINOS / RS. Tema: O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT
Para falar sobre o assunto, é só mandar e-mail para brunors.pessoal@gmail.com
TCC Barbara Mori - As estratégias de product placement da Nike, análise da Tr...Diego Moreau
Este documento analisa as estratégias de product placement da Nike na trilogia cinematográfica De Volta para o Futuro, com foco nos tipos de inserções realizadas e no objetivo da marca. Primeiramente apresenta um breve histórico da Nike e da trilogia. Em seguida identifica e explica as inserções dos produtos da Nike nos filmes, como tênis e hoverboards, avaliando como essas ações contribuíram para a gestão da marca.
1. O documento apresenta os resultados de uma pesquisa de mercado realizada com 10 empresas de pequeno e médio porte para entender suas expectativas em relação a uma agência de publicidade.
2. É descrita a metodologia e os objetivos da pesquisa, assim como os principais resultados obtidos que serviram de base para a criação da agência experimental Agência Expresso.
3. O documento também aborda conceitos de comportamento do consumidor, ética, legislação e gestão relevantes para o funcionamento da agência, como abertura da empresa,
1. O documento apresenta os resultados de uma pesquisa de mercado realizada com 10 empresas de pequeno e médio porte para entender suas expectativas em relação a uma agência de publicidade.
2. É descrita a metodologia e abordagem da Agência Expresso, criada como projeto experimental para simular a abertura de um negócio próprio.
3. Detalha-se os aspectos de gestão, ética, legislação e atendimento relevantes para o funcionamento de uma agência, como abertura, tipos jurídicos, direitos
A influência das Redes Sociais na Comunicação OrganizacionalLaís Maciel
Trabalho de conclusão de curso, que aborda empresas que enfrentaram crises devido a ações ocorridas em redes sociais, além de outras organizações que enxergaram nesses canais uma oportunidade de relacionamento com seu público-alvo.
Este documento fornece instruções sobre a Escola Sabatina. Discute a importância e propósito da Escola Sabatina, incluindo seu papel no estudo da Bíblia e ganhar almas para Cristo. Também fornece orientações sobre como os professores devem conduzir as aulas de maneira eficaz.
1. O documento apresenta um plano de marketing para a Associação Ilumina, que oferece assistência a pacientes com câncer. 2. Foi realizado um diagnóstico da associação por meio de uma análise SWOT e pesquisa de mercado para entender o público-alvo. 3. O plano propõe estratégias e ações internas e externas, campanhas de marketing, metas e táticas para melhorar a visibilidade e captação de recursos para a associação.
A evolução social e a politica do desenvolvimentoKathy Oliveira
O documento discute a evolução dos sistemas sociais humanos e como eles surgiram para disciplinar os instintos e permitir a perpetuação da espécie humana através da razão e inteligência. Aborda como a família foi o primeiro sistema e como outros sistemas surgiram para disciplinar a vida coletiva, como a cidade e seus sistemas políticos. Também discute como a liberdade de pensamento permitiu a evolução e progresso humano.
(Apostila preparatória para o concurso da Polícia Federal - cargo de Agente Administrativo 2013-2014)
O documento é uma apostila preparatória para o concurso da Polícia Federal para o cargo de Agente Administrativo nos anos de 2013-2014. A apostila contém resumos de diversas matérias cobradas no concurso, como Língua Portuguesa, Noções de Informática, Raciocínio Lógico, Atualidades, Noções de Direito Administrativo e Constitucional, entre outros. Há informações sobre os autores, direitos autora
Juventude cidadania violencia : os jovens de Brasíliacrizmqc
Este documento analisa a juventude, violência e cidadania em Brasília, com base em pesquisas com jovens, pais e professores. Apresenta perspectivas sobre a cidade de Brasília, violência, gangues, escola, família e preconceitos. Conclui com recomendações para promover valores cívicos e reduzir a violência entre os jovens.
1. O documento apresenta três unidades didáticas para trabalhar a leitura literária com alunos do ensino fundamental nos anos finais.
2. As unidades utilizam estratégias como motivação, introdução, leitura e interpretação para abordar textos de Oscar Wilde e Ana Maria Machado.
3. O objetivo é promover o letramento literário e a formação humana dos estudantes por meio da leitura e discussão de obras que abordam temas sociais.
O documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre hábitos alimentares e frequência de consumo de fast food realizada com 200 pessoas. Os objetivos eram analisar com que frequência as pessoas utilizam serviços do tipo fast food e as consequências dessa opção, além de saber o que pensam sobre o assunto. Foram aplicados questionários e os dados coletados foram organizados em tabelas e gráficos.
Livro Manual do Auxiliar Administrativo - Turma 2011016Carlos Augusto
1. O documento agradece aos familiares, amigos e professores que apoiaram o curso de Auxiliar Administrativo.
2. Ele destaca a importância da família como exemplo de administração e liderança e agradece o suporte técnico do SENAI-PIR para o aprendizado.
3. Por fim, agradece a Deus por protegê-los e permitir suas realizações e conquistas.
ENSINO MÉDIO - 3º ANO - MODALIDADES ESPECIAISJakes Paulo
O texto relata uma discussão entre ciclistas e um motorista em Fortaleza, Ceará, após os ciclistas terem atravessado um sinal vermelho. O motorista afirma que os ciclistas o xingaram primeiro, enquanto os ciclistas dizem que ele iniciou as agressões físicas. Ambas as partes registraram boletins de ocorrência e divergem em seus relatos sobre os acontecimentos da noite.
Este documento discute a educação do futuro e propõe sete saberes necessários:
1) Ensinar as cegueiras e limitações do conhecimento
2) Ensinar os princípios do conhecimento pertinente
3) Ensinar a condição humana
4) Ensinar a identidade terrena
5) Enfrentar as incertezas
6) Ensinar a compreensão
7) A ética do gênero humano
Para Milton Santos, o espaço é um conjunto indissociável de sistemas de objetos e de sistemas de ações e é com base nessa ideia e nas noções de técnica e de tempo, de razão e de emoção, que propõe a construção de um sistema de pensamento que busca entender o espaço geográfico. Levando em conta a nova realidade trazida pelo processo de globalização que se instalava à época, o geógrafo Milton Santos buscou auxílio na história, na filosofia, na sociologia e em outras disciplinas humanas e sociais, para propor esta teoria geral do espaço humano. Passados vários anos desde sua primeira edição, "A Natureza do Espaço" ainda mantém o interesse de geógrafos e profissionais que estudam as questões urbanas, dada a riqueza de análise desse geógrafo de renome internacional.
Este documento fornece instruções sobre como usar os 72 Nomes de Deus para meditação e conexão espiritual. Ele explica como escanear as letras hebraicas de cada nome divino e compartilhar a luz de Deus com os outros. Além disso, fornece várias técnicas meditativas e descreve o significado e propósito de cada um dos 72 nomes.
Este trabalho foi realizado pela Faculdades Integradas Campos Salles – FICS, no curso de Pós em Psicopedagogia, se encontra disponível no site http://www.maurolaruccia.adm.br/materiais/cadernomtp.pdf, com o objetivo de auxiliar os estudantes na reflexão sobre os passos a serem percorridos no processo da pesquisa científica, valorizando alguns procedimentos que, ainda que anteriores à pesquisa, são fundamentais para o seu início, além do encaminhamento da pesquisa científica em seus diferentes momentos.
Monografia ""Mudanças são feitas de atitude, carinho e respeito. Natura e voc...Iasmin Gimenes Sabbanelli
1. O documento apresenta um projeto desenvolvido por estudantes de publicidade sobre a relação entre publicidade e sustentabilidade na empresa Natura.
2. O projeto analisa como a Natura utiliza a publicidade de forma sustentável para comunicar seus produtos da linha Ekos e destaca prêmios recebidos pela empresa por suas práticas sustentáveis.
3. Inclui também análises de peças publicitárias da Natura ao longo dos anos, um projeto de pesquisa sobre três peças e um caderno de criação com briefing, conceito e peças desenvolvid
1. O documento discute estratégias e inteligência, definindo estratégia como uma sequência de ações para atingir um objetivo. Inteligência é a capacidade de escolher objetivos, avaliar a situação atual e implementar estratégias para reduzir a diferença entre o estado atual e o objetivo.
2. Ter várias estratégias para um objetivo aumenta a probabilidade de atingi-lo, pois se uma estratégia não funcionar é possível tentar outra. Estratégias mais apropriadas levam a melhores resultados.
3
Hermes no ciberespaço - 03.11.2011 - 14h38claudiocpaiva
O documento discute a comunicação e cultura na era digital através da lente do mito de Hermes. Analisa como as redes digitais empoderam as pessoas e como o poder é exercido nesses espaços. Também examina como a convergência de mídia cria uma cultura híbrida e como plataformas como YouTube e blogs influenciam a sociedade.
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silvabrunopublicitario
Trabalho de Conclusão da Graduação em Publicidade e Propaganda pela UNISINOS / RS. Tema: O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT
Para falar sobre o assunto, é só mandar e-mail para brunors.pessoal@gmail.com
TCC Barbara Mori - As estratégias de product placement da Nike, análise da Tr...Diego Moreau
Este documento analisa as estratégias de product placement da Nike na trilogia cinematográfica De Volta para o Futuro, com foco nos tipos de inserções realizadas e no objetivo da marca. Primeiramente apresenta um breve histórico da Nike e da trilogia. Em seguida identifica e explica as inserções dos produtos da Nike nos filmes, como tênis e hoverboards, avaliando como essas ações contribuíram para a gestão da marca.
1. O documento apresenta os resultados de uma pesquisa de mercado realizada com 10 empresas de pequeno e médio porte para entender suas expectativas em relação a uma agência de publicidade.
2. É descrita a metodologia e os objetivos da pesquisa, assim como os principais resultados obtidos que serviram de base para a criação da agência experimental Agência Expresso.
3. O documento também aborda conceitos de comportamento do consumidor, ética, legislação e gestão relevantes para o funcionamento da agência, como abertura da empresa,
1. O documento apresenta os resultados de uma pesquisa de mercado realizada com 10 empresas de pequeno e médio porte para entender suas expectativas em relação a uma agência de publicidade.
2. É descrita a metodologia e abordagem da Agência Expresso, criada como projeto experimental para simular a abertura de um negócio próprio.
3. Detalha-se os aspectos de gestão, ética, legislação e atendimento relevantes para o funcionamento de uma agência, como abertura, tipos jurídicos, direitos
A influência das Redes Sociais na Comunicação OrganizacionalLaís Maciel
Trabalho de conclusão de curso, que aborda empresas que enfrentaram crises devido a ações ocorridas em redes sociais, além de outras organizações que enxergaram nesses canais uma oportunidade de relacionamento com seu público-alvo.
Este documento resume o diagnóstico de aspectos externos realizado pela agência Zamba para o cliente Barion Alimentos S.A. Em três frases:
1) Analisa as tendências do consumo de doces pela nova classe média brasileira, que tem se tornado cada vez mais social e definido por hábitos.
2) Discute como a industrialização da produção de alimentos e a inclusão digital afetam positivamente empresas como a Barion, que produz doces industrializados.
3) Apresenta pesquisas que mostram como a TV, moda e comportamentos
O documento apresenta o Referencial Curricular da Educação Infantil da rede estadual de ensino de Alagoas, definindo a concepção de educação infantil e criança, a estrutura do currículo, e as expectativas de aprendizagem para diferentes áreas do conhecimento.
O documento apresenta o Referencial Curricular da Educação Infantil da rede estadual de ensino de Alagoas, definindo sua concepção, estrutura e expectativas de aprendizagem. É composto por introdução, quatro capítulos e anexos. Aborda a concepção de educação infantil e criança, a estrutura do currículo e os eixos temáticos com as habilidades esperadas para cada faixa etária.
MATURANA, Humberto - Matriz Etica do Habitar HumanoFabio Pedrazzi
1) O documento discute a existência humana como um entrelaçamento indissociável entre o biológico e o cultural, formando uma unidade que é destruída por uma visão analítica que separa os dois.
2) A sustentabilidade é apresentada como um conceito que oculta a dinâmica sistêmica do convívio humano, ao invés de focar na conservação das relações que geram harmonia nessa convivência.
3) A existência humana ocorre dentro de uma "biologia-cultural", em que as redes
ANÁLISE ESTRATÉGICA DE DIVULGAÇÃO ONLINE - SAGA TWILIGHTMarina Pillmann
Trabalho de conclusão de cusro, para bacharel em Publicidade e Propaganda. Avaliado e aprovado pela banca de professores da Faculdade Estácio de Sá, Diego Moreau, Léo Diniz e Carlos Madureira.
Este projeto visa o desenvolvimento de um espaço na internet para que acadêmicos de jornalismo da faculdade Ibes/Sociesc possam criar, gravar, editar e publicar matérias jornalísticas em formato de telejornal on-line. O projeto permitirá que os estudantes desenvolvam trabalhos na área de telejornalismo que poderão contar para seu currículo profissional no futuro. Será criado um blog para publicação dos conteúdos produzidos pelos próprios acadêmicos, passando por todas as
Identidade Visual Movimento Supernova - TCC por Ricardo Caldeiramovimentosupernova
1. O documento apresenta um projeto de comunicação para a ONG SuperNova com foco na gestão de marca.
2. Foi realizada uma pesquisa que mostrou que, apesar do público prestigiar o evento "Noite SuperNova" organizado pela ONG, grande parte não sabe que o evento é produzido pela SuperNova.
3. O objetivo do projeto é fixar a marca da ONG SuperNova no público-alvo por meio de ações de comunicação planejadas com base no referencial teórico sobre branding, marketing e terceiro setor
O documento discute a metodologia do ensino da educação física, abordando o conhecimento da área, o tempo pedagógico necessário para a aprendizagem e os procedimentos didático-metodológicos. Também trata da avaliação do processo ensino-aprendizagem, com referências para conduzir a avaliação metodologicamente e implicações para a avaliação na aula. Apresenta as autoras Carmen Lúcia Soares e Celi Nelza Zülke Taffarel.
ESTILO MANGÁ: O PAPAI NOEL DA FANTA? ESTUDO DO ESTILO MANGÁ COMO FERRAMENTA D...Diego Moreau
1. O documento apresenta uma monografia sobre o estilo mangá como ferramenta de persuasão na publicidade.
2. O trabalho analisa a influência do estilo mangá em uma campanha da Fanta voltada para o público jovem.
3. Para isso, aborda conceitos de comunicação, estilo mangá, história da Coca-Cola e Fanta, e realiza uma entrevista com jovens.
Este documento fornece instruções para várias dinâmicas de grupo que podem ser usadas em encontros de jovens para educação espírita. As dinâmicas abordam tópicos como autoconhecimento, trabalho em equipe, solidariedade e fraternidade.
Este documento apresenta o prefácio do livro "Introdução ao Pensamento Filosófico" de Karl Jaspers. No prefácio, Jaspers explica que o objetivo do livro é iniciar o leitor no pensamento filosófico através de uma série de conferências semanais sobre temas fundamentais da filosofia como o universo, a história, o homem e a política. Ele enfatiza que a filosofia não se resume a informações simples, mas sim leva o pensamento a seus limites para revelar questões fundamentais sobre o ser e o
Semelhante a Universidade Salvador Monografia Maryjane Aleluia (20)
1. UNIVERSIDADE SALVADOR- UNIFACS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS DA COMUNICAÇÃO
PUBLICIDADE E PROPAGANDA
MARYJANE ALELUIA OLIVEIRA
O INCONSCIENTE COLETIVO, SUAS IMAGENS E ARQUÉTIPOS:
UMA ABORDAGEM PARA ENTENDER AS IMAGENS DE MARCA
Salvador
2007
2. MARYJANE ALELUIA OLIVEIRA
O INCONSCIENTE COLETIVO, SUAS IMAGENS E ARQUÉTIPOS:
UMA ABORDAGEM PARA ENTENDER AS IMAGENS DE MARCA
Monografia apresentada ao curso de Comunicação
Social-Publicidade e Propaganda-Universidade
Salvador-Unifacs
Orientador (a) Profa. Dra. Vanessa Brasil Campos
Salvador
2007
3. A Vanessa, professora amiga e conselheira.
Professoras e terapeutas Sílzen e Margareth, pelas reflexões Jungianas.
4. Reserva-se o nome do sábio
apenas àquele cuja consideração é
o fim do universo, fim esse que é também o
início do universo. Eis o princípio básico de
toda mitologia: o início no fim.
São Tomás de Aquino
5. SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
2. OBJETIVOS............................................................................................ 5
3. JUSTIFICATIVA...................................................................................... 9
4. O MITO ................................................................................................. 10
4.1 O conceito de Mito..................................................................... 12
4.1.1 A experiência do ser com o saber mítico ................................ 12
4.1.2 Religião e Rito ........................................................................ 13
4.2 O mito e o símbolo .................................................................... 14
4.3 O mito e o Inconsciente ............................................................. 16
4.3.1 O Inconsciente coletivo e os Arquétipos ................................. 19
5. O ARQUÉTIPO ..................................................................................... 26
5.1 O conceito de Arquétipo ............................................................ 26
5.1.2 O arquétipo do Herói .............................................................. 27
5.1.3 A Função do Arquétipo ........................................................... 28
5.1.4 A jornada do Herói.................................................................. 29
5.1.5 O Herói e o esporte ................................................................ 34
5.1.6 O herói e o Futebol ................................................................. 36
5.2 O Arquétipo da Criança ............................................................. 38
5.2.1 A Função do Arquétipo ........................................................... 40
5.2.3 A jornada da Criança .............................................................. 43
6. 6. A IMAGEM ........................................................................................... 46
6.1. Conceito de Imagem ................................................................ 46
6.2 Função da imagem .................................................................... 47
6.3 A imagem como recipiente ........................................................ 49
6.4 Imagem e sedução .................................................................... 51
7. O DISCURSO PUBLICITÁRIO ............................................................ 54
7.1 O comercial de TV ..................................................................... 54
7.2 O comercial sedutor .................................................................. 55
7.2.1 Metáfora delirante................................................................... 54
7.2.2 O espaço ................................................................................ 57
7.2.3 O traço psicótico ..................................................................... 58
7.2.4 O disfarce do gozo ................................................................. 59
7.2.5 O Fetiche ................................................................................ 60
8. AS MARCAS......................................................................................... 62
8.1 A marca ..................................................................................... 62
8.1.1 A imagem de marca ............................................................... 63
8.1.2 As identidades ........................................................................ 65
8.1.3 A experiência da marca .......................................................... 67
8.2 Arquétipos e Marcas .................................................................. 68
8.2.1 Nike, uma marca do Herói ...................................................... 71
8.2.2 A Estética do Esporte ............................................................. 72
8.3 As Marcas do Inocente .............................................................. 76
7. 9. ESTUDO DE CASO Nike .................................................................... 81
9.1Metodologia ...................................................................................... 81
9.1.1 Hipóteses ...................................................................................... 82
9.2 Comerciais ....................................................................................... 83
9.2.1 Bem X Mal .................................................................................... 83
9.2.2 A Missão ..................................................................................... 106
9.2.3 A Jaula ........................................................................................ 137
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................ 153
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 158
8. 1-INTRODUÇÃO
As marcas fazem parte de nossa vida cotidiana tanto quanto o nosso local
de trabalho e o nosso bairro. Estão, na verdade, entre as mais vibrantes expressões
contemporâneas de desejos e motivações do ser humano, algumas até adotando
papéis duradouros e consistentes na vida de quem participam ativamente.
Elas estão plenas de significados, fazendo parte de nossa cultura pós-
moderna, mas com muito ainda a ser descoberto e pesquisado.
Por isso, dentre os papéis assumidos pelos profissionais de comunicação,
está o de buscar ferramentas de conhecimento que possam tocar a fundo, investigar
as transformações na natureza desses conteúdos tão poderosos e as
conseqüências das suas utilizações, boas ou maléficas, para a garantia de
sociedades saudáveis, inteligentes e responsáveis.
O tema pretende abordar o consumidor como indivíduo dentro do que o
motiva e o faz desejar uma idéia ou produto. Desejo, portanto que se relaciona à
esfera humana e que se difere das necessidades primordiais tais como comer,
acasalar, etc.
Este trabalho poderá auxiliar os profissionais de comunicação em geral, a
fim de ser aproveitado como ferramenta de pesquisa e análise sobre relações de
consumo em nossa atualidade. Pretendemos traçar um esboço do que as marcas
representam em nossas vidas cotidianas, utilizando para isso os estudos sobre os
“Mitos”, os arquétipos e a natureza do inconsciente coletivo.
A partir das análises sobre “Inconsciente Coletivo” e “Arquétipos”,
baseados nos estudos de Freud e Jung, é possível descobrir uma série de inter-
relações entre mais variadas formas da humanidade expressar sentimentos,
9. percepções, realidades. Eles verificaram que os símbolos utilizados sempre
revelavam pontos em comum, que podiam representar o psiquismo humano.
Uma das hipóteses que norteia a abordagem do inconsciente coletivo e
seus conteúdos, os arquétipos, como forma de oferecer novas análises sobre as
imagens de marca pretende identificar a presença de arquétipos evocados na sua
forma de comunicação, através da propaganda.
Os elementos comparativos que a pesquisa se destina a descobrir e
investigar também oferece aos profissionais da área a possibilidade de aumentar as
percepções sobre o que pode mover o consumidor em direção às imagens de marca
que os atraiam, a partir das descobertas e conhecimentos que a pesquisa traz sobre
arquétipos, inconsciente coletivo e os mitos.
O método de investigação utilizado para realizar esta abordagem será a
pesquisa qualitativa. Através da modalidade Estudo de caso, serão utilizados como
materiais para análise os comerciais de TV da marca Nike.
A partir das inter-relações entre os enredos míticos e os enredos
explorados pelos comerciais de TV da marca tornamos possível construir
associações com o arquétipo do Herói e as imagens que o comercial de TV pode
oferecer sobre ele seja através de seus recursos visuais e sonoros ou de contextuais
e cênicos.
Sendo assim, a pesquisa explora e analisa os recursos do comercial de
TV e as imagens com as quais ele se comunica com seu espectador para evidenciar
a existência de elementos da narrativa mítica, oferecendo à pesquisa uma
abordagem onde a perspectiva do mito se coloca como ponto de partida para novas
compreensões.
10. Sejam em civilizações separadas por séculos, sejam em outras mais
próximas, os arquétipos do que se denomina “Inconsciente coletivo” sempre estão
presentes, embora sob diferentes formas.
Neste inconsciente, o homem carrega dentro de si uma espécie de
memória da humanidade, forma de guardar, no inconsciente, experiências ancestrais
da espécie. São símbolos presentes nas diversas manifestações da mitologia, nos
rituais religiosos, na pintura, signos gráficos, representativos em qualquer civilização
e em qualquer tempo.
“Expressar-se por meios simbólicos é a forma de as mentes
individual e coletiva fazerem emergir ao consciente o que nelas jaz
ou lateja em profundidade, oclusão, alcance, memória ancestral ou
futura”.(Távola, Artur da 1985, pág 12).
No entanto, nossa realidade contemporânea nos confronta com uma
visível perda simbólica, um terreno cada vez mais anulado em detrimento das
ideologias superficiais da nossa época.
Isso fez com que se perdesse a ligação com os mitos, por exemplo. É
comum ver como as nossas realidades instáveis fazem com que as pessoas se
agarrem facilmente a idéias que ofereçam uma segurança e amenizem suas
ansiedades.
Diante disso, é possível perceber a angústia existencial de uma
sociedade inteira, adeptas de ideologias tais como o hedonismo e o materialismo
desenfreado funcionando como amortecedores, mas que só refletem os prejuízos
que a falta simbólica acarreta.
A perda ou negação simbólica de nossos tempos oferece terreno fértil ao
terreno imaginário. E às suas imagens. Por isso, o que vemos é uma vivência ao
nível da imagem e não do símbolo.
11. Passamos de uma imagem para outra, vivendo porções fragmentadas de
nossas vidas e realidades. Naturalmente, surgem numa velocidade cada vez maior,
novas afetações e modismos de pensamentos, novas imagens amenizando a
ansiedade de uma cultura inteira.
As marcas, como expressões dos nossos cotidianos também se mostram
como cenários desta realidade, onde o que se vê é uma projeção de imagens
ocorrendo deliberadamente.
Através da mensagem publicitária, ou comunicação em geral com seu
público, elas tentam nos atrair para as rédeas do consumismo sem limites,
utilizando-se das suas “imagens de marca” para fixar e vender mais do que
produtos, mas sim atitudes que motivem cada vez mais seus consumidores e onde o
imaginário é o terreno fértil para atrair cada vez mais os consumidores.
Através das identidades que criam e veiculam, elas prometem
experiências cada vez mais íntimas e subjetivas, pois desejam incentivar e aliar
certos comportamentos ao consumo de seus produtos, uma vez que o receptor
destas mensagens, normalmente os consumidores em geral sofrem suas influências
e estão sujeitos a todo o momento à sua interação, por estarem em constante
contato com estas mensagens.
Cada vez mais, a publicidade deixa de fornecer apenas informação sobre
os produtos da marca em detrimento das experiências e sensações que os
comerciais tentam despertar em nós. Na tentativa de criar identificação com seus
públicos, a comunicação das marcas e seus anúncios utilizam-se de discursos que
pretendem oferecer “significado” às nossas vidas, dando ao discurso publicitário a
possibilidade de assumir papéis na vida das pessoas, interferir e transformar as
relações interpessoais.
12. Sendo assim, o que se vê são cada vez mais consumidores projetando
seus desejos, absorvendo e aceitando cada vez mais a idéia de que elas podem
emprestar significado e preencher suas vidas, algo que se evidencia diante do
distanciamento simbólico dos dias atuais.
Ao incentivar experiências que remontam a narrativas e histórias dos
grandes “heróis” mitológicos, por exemplo, a publicidade mostra ser um veículo, ou
produto de nossa cultura, ou seja, algo capaz de projetar e afetar quem recebe seus
conteúdos, os consumidores.
13. 2.0 OBJETIVO
A proposta norteadora deste trabalho é investigar as relações de
consumo das imagens das marcas a partir de conhecimentos sobre os arquétipos e
o inconsciente coletivo, permitindo assim conhecer o que move esse consumidor ao
deparar-se com uma imagem de marca que o atrai.
Através da identificação dessas figuras e imagens dentro da relação
marcas e consumidores, será possível conhecer e explorar como a marca se
relaciona aos arquétipos.
Serão escolhidos para a análise de caso os comerciais da marca Nike, e
durante a análise do material publicitário - os comerciais de TV, tornaremos
possível identificar a presença do arquétipo do Herói bem como os diversos
contextos míticos que o cercam.
Pretendemos analisar essas imagens de marca a fim de suprir uma lacuna
dentro da área de conhecimento ao proporcionar um estudo descritivo e detalhado
sobre onde e como tornar possível um diálogo entre os dois conteúdos, arquétipos
e marcas, trazendo novas percepções como pesquisadores.
14. 3.0 Justificativa
Dentre as razões que justificam a realização da pesquisa está a
de abordar a ótica do consumidor e analisar as marcas e suas imagens não mais
somente sob a ótica do grupo, mas sim em sua profundidade, dentro do âmbito da
subjetividade.
Acreditamos que é o momento de investigar o contexto do indivíduo, em
especial este novo consumidor, imerso no imediatismo das identidades e na
velocidade pela busca de informação.
A abordagem trazida pelos arquétipos (formas preexistentes, coletivas,
mitológicas) e o Inconsciente coletivo, utilizada pela psicologia Jungiana para
compreender determinadas forças psíquicas geradas no inconsciente será utilizada
no trabalho. Certamente, o contato com a pesquisa de Jung e de outros estudiosos
de mitologia foi o que impulsionou a realização deste trabalho, tornando possíveis
reflexões sobre fenômenos da atualidade.
A escolha pela abordagem Jungiana neste trabalho se dá a partir da
identificação da importância de resgatar os conhecimentos milenares das narrativas
míticas e toda a riqueza simbólica e ritual de seus elementos, uma vez que não
apenas Jung, mas outros pesquisadores e estudiosos que o antecederam também
reconhecem a importância do mito como referência para compreensão de diversos
fenômenos sociais, culturais e filosóficos em outras épocas.
A análise desses contextos pode ajudar a ampliar e construir, sob a ótica
dos temas do inconsciente analisados e discutidos por Jung e Freud em seus
estudos, uma rede de associações entre elas e as identidades assumidas por
marcas na busca pelo significado, utilizando os mitos, suas narrativas e elementos
como cenários e referências de estudo.
15. O trabalho anseia trazer à luz conceitos sobre a natureza do inconsciente
e sua matriz psíquica assim como a formação das imagens simbólicas e dentro
desse contexto analisar como as imagens de marcas se colocam neste terreno.
A marca Nike foi escolhida para a análise de caso por ser um grande
exemplo de consumo, especialmente da sua identidade. Ela tornou-se, ao longo dos
anos um ícone, um modelo de comportamento em seu discurso do ser saudável, do
heróico, que trava batalhas quase sempre vitoriosas na vida, no esporte, nos
caminhos da superação e das glórias.
A sua imagem de marca através da comunicação com seus clientes é um
dos grandes sucessos de ideologias consumista e materialista em nossos dias. Sem
dúvida, há outros exemplos como Coca-cola Company, Hollywood, entre outras.
A partir da discussão e das análises sobre os arquétipos, o inconsciente
coletivo e imagens é que será possível oferecer as interpretações sobre a sua
identidade e o que há por trás dela.
No entanto, o que justifica a razão de ser desta pesquisa não é entender a
imagem de marca Nike. Ela apenas será abordada para exemplificar como os
conceitos teóricos atingem uma realidade.
A nossa intenção é oferecer, como pesquisadores, um diálogo entre os
conceitos sobre os arquétipos (Psicologia profunda - Freud e Jung) refletidos em
nossa realidade, em especial a de consumo de marcas.
Mais do que falar sobre as imagens de marca, o trabalho objetiva uma
reflexão sobre a perda ou desconexão com o terreno simbólico em detrimento das
ideologias e formas de vidas fragmentadas, hedonistas e imediatas. As ideologias do
consumo na qual estão imersas tais “imagens de marca” são apenas um aspecto
desta realidade.
16. 4. O Mito
4.1 . O conceito de Mito
Mito (mýthos) quer dizer seqüência de palavras que têm um sentido,
propósito, discurso. No livro Odisséia, (Homero, 1985, pág 300) o mito aparece
associado a “épos” que designa palavra, forma. Ele nos dá ainda alguns
significados: conteúdo de palavras, aviso, intenção. “Mas vem, senhor, escuta a
minha palavra (épos), e meu dizer (mýthon), e vence a ira e o coração soberbo”
(Homero, 1985, pág 300).
Kerényi (1993) apud Zilda Gorresio (2005), define o mito como fundante
da razão e do sentido da existência do homem. Não é ficção inventada para explicar
o mundo, é bem mais que isso: ele é uma realidade que organiza a existência
humana, eternizando o existir do homem.
O conteúdo dos mitos é sempre referente às origens. É um traço básico
nas mitologias retomar às origens. É através das histórias que falam das origens, de
maneira simbólica, fala-se sobre o próprio ser, ou como diz a filosofia, sobre as
archaí (princípios), isto é, aquilo a partir do que as coisas são, vieram a ser. Um
mito, por exemplo, traz nele uma história que conta a partir de que poder todo o
cosmo e todo nosso ser organizou-se e veio a ser.
Para Kerényi (1993) mitologia é uma arte com dados materiais
particulares. Existe para ele uma matéria especial que condiciona a arte da
mitologia: é a soma de elementos antigos, transmitidos pela tradição, tratando de
deuses e de seres divinos, de combates de heróis e de descidas aos infernos.
A mitologia é um produto da função criativa e simbólica, própria da
constituição humana que apreende o ser e suscita os mitos, logo, é ela mesma que
deverá inspirar sua interpretação.
17. Ainda em Kerényi (1993), mito é arte e como arte é algo capaz de
exprimir-se por si mesmo. Tal com a arte, o mito fala sem a necessidade de ser
explicado, pois o sentido que ele expõe já está nele compreendido.
O pensamento mítico-arcaico tem outra forma de organização, portanto
tem outra modalidade de coerência que não aquela que nomeamos racionalidade
argumentativa, mas que se acomoda em uma perspectiva de conhecimento, em
outra forma de obtenção de respostas.
A mitologia, como se pode perceber não dá causas, razões explicativas,
e não argumenta. É uma linguagem peculiar sobre fundamento, ela é “arché” da
cultura.
“Para os filósofos da Grécia antiga, as ”archaí” podem ser água,
fogo, ou o apeíron, o “ilimitado”. Portanto, não são ”causas
primeiras”, mas antes matérias primeiras, circunstâncias ou
condições primeiras que sempre fazem tudo emanar delas. Assim
são os acontecimentos míticos. Eles formam a base do mundo, já
que tudo repousa sobre eles. São as “archaí” às quais se remetem
cada um deles por si, em particular, e de onde ele emana
imediatamente, numa antiga era, fora dos limites do tempo, um
tempo que por sua ressurreição e suas repetições, evidencia-se
imperecível”( Kerényi, 1993, pág 19 apud Zilda Gorresio, 2005, pág
56).
Segundo Mircea Eliade (1994), o mito relata um acontecimento ocorrido
no tempo primordial, o tempo fabuloso do princípio.
“O mito narra como uma realidade passou a existir, seja uma
realidade total, o Cosmo, ou apenas um fragmento: uma ilha, uma
espécie vegetal, um comportamento humano, uma instituição. É
sempre, portanto a narrativa de uma “criação”, relatando de que
modo algo foi produzido e começou a ser. Os personagens dos mitos
são os Entes sobrenaturais. Eles são conhecidos, sobretudo pelo
que fizeram no tempo prestigioso dos “primórdios”. É em razão das
intervenções dos Entes sobrenaturais que o homem é o que é hoje,
um ser mortal, sexuado e cultural”.(Eliade, 1994, pág 11).
18. 4.1.1 A experiência do ser com o saber mítico
Para Mircea Eliade (1994), “viver” os mitos implica numa experiência
verdadeiramente religiosa, pois ela se distingue da experiência ordinária da vida
cotidiana.
“A “religiosidade”, dessa experiência deve-se ao fato de que, ao
reatualizar os eventos fabulosos, exaltantes, significativos, assiste-se
novamente às obras criadas pelos Seres Sobrenaturais; deixa-se de
existir no mundo de todos os dias e penetra-se num mundo
transfigurado, auroral, onde os eventos míticos são reintegrados.”
(Eliade, 1994, pág 20).
Isso significa dizer que, ainda segundo Mircea Eliade (1994), o indivíduo
deixa de viver no tempo cronológico, passando a viver no tempo primordial, no
tempo em que o evento teve lugar pela primeira vez.
“Ao recitar os mitos, a pessoa reintegra-se ao tempo fabuloso, e
torna-se conseqüentemente contemporâneo, de certo modo, dos
Deuses ou dos Heróis. Por isso, podemos falar no tempo “prodigioso”
do mito, em que algo de novo, forte, significativo se manifestou
plenamente. ”(Eliade, 1994, pág 20).
Reviver esse tempo e reintegrá-lo o mais freqüentemente possível,
reencontrar os entes sobrenaturais e reaprender a sua lição criadora é o desejo que
se pode ler em todas as reiterações rituais do mito.
4.1.2 Religião e Rito
Segundo Campos (1996), o conjunto de atitudes e atos pelos quais o
homem se liga ao divino, aos seres invisíveis e sobrenaturais chamamos de
Religião. A palavra, do latim religione possivelmente se prende ao verbo religare,
ação de ligar, ligação, nó. Compõe eventos rememorados e reatualizados dos mitos.
19. Ainda em Campos (1996), através do rito o homem se incorpora ao mito.
Rito, portanto é o mito em ação. O mito rememora, o rito comemora. É o aspecto
litúrgico do mito, transforma a palavra em verbo.
“O rito abole o tempo profano e recupera o tempo sagrado do mito.
Enquanto o tempo profano, cronológico, é linear e por isso
irreversível, o tempo mítico, ritualizado, é circular, voltando-se para si
mesmo.” (Campos, 1996, pág 8)
Malinowski (1955) apud Mircea Eliade (1994), afirma que o mito não é
uma explicação destinada a satisfazer uma curiosidade científica, mas uma narrativa
que satisfaz a profundas necessidades religiosas, aspirações sociais, a pressões e a
imperativos de ordem social, e mesmo a exigências práticas.
“O tempo mítico é reversível e recuperável através dos atos rituais da
comunidade que são a própria revivência do mito como revelação
divina. O tempo mítico é também revelado no ato da aparição e da
revelação da existência. É o tempo da revelação do que existe, de
certo modo pode ser chamado do tempo da “Eternidade”, um tempo
perenemente presente”.(Gorresio, 2005, pág 60).
Nas civilizações primitivas, o mito desempenha uma função indispensável:
ela exprime, enaltece e codifica a crença; salvaguarda e impõe os princípios morais;
garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem.
Portanto, o mito é um ingrediente vital da civilização humana; longe de
ser uma fabulação vã, o mito é, ao contrário uma realidade viva, à qual se recorre
incessantemente; não é absolutamente uma teoria abstrata ou fantasia artística, mas
uma verdadeira codificação da religião primitiva e da sabedoria prática.
“O conhecimento da realidade mítica revela ao homem o sentido dos
atos rituais e morais, indicando-lhe o modo como deve ser
executado” (Malinowski, 1955, pág 101, citado por Mircea Eliade,
1994, pág 30).
20. 4.2 O mito e o símbolo
[...] o mito é a abertura secreta através da qual as inexauríveis energias do cosmo
penetram nas manifestações culturais humanas. As religiões, filosofias, artes, formas
sociais do homem primitivo e histórico, descobertas fundamentais da ciência e da
tecnologia e os próprios sonhos que nos povoam o sono surgem do círculo básico e
mágico do mito.
J. Campbell
A etimologia de símbolo vem do grego sýmbolom, do verbo symbállein,
“lançar com”, arremessar, ao mesmo tempo, “com –jogar”.
Segundo Junito de Souza Brandão (1991), símbolo era um sinal de
reconhecimento: um objeto dividido em duas partes, cujo confronto permitia aos
portadores de cada uma das partes se reconhecerem. O símbolo é, pois, a
expressão de um conceito de equivalência.
Assim, para se atingir o mito, que se expressa através de símbolos, é
preciso fazer uma equivalência, uma “com-jugação”, uma “re-união”, porque, se o
signo é sempre menor que o conceito que representa, o símbolo representa sempre
mais do que seu significado evidente e imediato.
Em Gorresio (2005), ao abordar a linguagem dos mitos como simbólica,
tomando a noção etimológica de sym + boulon, que quer dizer: jogados juntos
retoma a etimologia do símbolo para dizer que seu significado não se encontra num
signo verbal ou pictorial, mas é atestado pela “experiência de um sentimento” que
um signo ou saber evoca, sendo esse sentimento evocado o que torna possível a
compreensão do símbolo. Sem esse pressuposto, o símbolo é um signo morto.
“Símbolo é o que vem inopinadamente das profundezas secretas da
natureza, saltando aos olhos do homem como um presságio e
impondo-se como uma coisa extraordinária” (Gusdorf, 1993, pág 779
apud Zilda Gorresio, 2005, pág 51).
Para Gusdorf (1993) Apud Zilda Gorresio (2005) a anterioridade do
símbolo, como linguagem do mito, funda-se sobre as profundezas secretas da
21. natureza. Como sugere a expressão “salta os olhos” como revelação para o homem
arcaico e apresenta-se como algo que sai da ordem do cotidiano, o extraordinário.
Ainda sobre a perspectiva simbólica dos mitos, Gusdorf (1993) afirma que
esses conteúdos nos abrem para o conhecimento de nós mesmos, ao conferir
significado ao nosso existir, remetendo-nos ao mistério de nossa vida, pois no
mistério experimentamos o sagrado.
Para o autor, (1993) o mito não é uma informação qualquer, mas “une co-
naissance”1, uma conjunção entre uma “e-vidência” de fora e uma “in-vidência” de
dentro. Esse encontro produz um efeito de redobro, ressonância em eco no espaço
de dentro. Daí, a impressão de des-velamento, abertura em abismo sobre as
profundezas do ser, constitutivo da revelação. Para ele, mito e símbolo são palavras
do Ser, chamados do absoluto no seio de um devir da realidade humana.
Cassirer (1992) apud Zilda Gorresio (2005) pág 55, faz uma aproximação
entre as formas de expressão humana, a arte, ciência, linguagem, mito ao concebê-
las como formas diferentes da “apreensão do ser”, fazendo-nos reconhecer nestas
manifestações um modo e tendências originais de expressão, que é algo mais que a
mera estampa de algo dado em rígidas configurações do ser.
Deste ponto de vista, o mito, a arte, a linguagem e a ciência aparecem
como símbolos: não no sentido que designam, indicam e explicam um real existente,
mas sim no sentido de que cada uma delas gera e parteja seu próprio mundo
significativo. Neste domínio, apresenta-se um autodesdobramento do espírito, em
virtude do qual só existe uma “realidade”, um ser organizado e definido.
1
Colocamos em francês, pois se traduzíssemos para o português perderíamos o sentido que o autor quer dar ao
mito como co-nascimento, que a língua francesa permite. Gusdorf. Le Romantisme I e II. Payot & Rivages, Paris,
1993 Apud Zilda Gorresio, 2005, pág 51.
22. 4.3 O mito e o Inconsciente
“O sonho é o mito personalizado e o mito é o sonho despersonalizado; o mito e o sonho
simbolizam, da mesma maneira geral, a dinâmica da psique”.
J. Campbell
Freud apud Campbell (1995) faz um paralelo entre certos aspectos da
psicologia infantil e o mito de Édipo, cuja atuação “universalmente válida” – seria
explicada por pressupostos infantis muito semelhantes.
A fatídica distribuição infantil de impulsos de morte ( thanatos: destrudo) e
amor ( Eros: libido) constitui o fundamento do complexo de Édipo, que Sigmund
Freud apontou como grande causa do fracasso do adulto no sentido de comportar-
se como ser racional.
“O rei Édipo, que assassinou o pai, Laio, e desposou a mãe, Jocasta,
nos mostra, tão somente, a realização dos nossos próprios desejos
infantis. Todavia, mais afortunados do que ele, fomos bem
sucedidos, na medida em que não nos tornamos psiconeuróticos, ao
desvincular nossos impulsos sexuais de nossas [respectivas] mães e
ao esquecer nosso ciúme em relação aos nossos [respectivos]
pais”.(Campbell, 1995, pág 50 citando Freud).
Freud foi um dos primeiros a basear-se nos estudos sobre mitologia grega
para a criação da terminologia dos estados psíquicos, tendo como exemplo o
Complexo de Édipo2. Este complexo revela-se como um fenômeno central do
período sexual da primeira infância.
“Embora a maior parte dos seres humanos passe pelo complexo de
Édipo como uma experiência individual, ele constitui um fenômeno
que é determinado e estabelecido pela hereditariedade e que está
fadado a findar de acordo com as fases seguintes de
desenvolvimento”. (Freud, 2006, pág 49)
2
O complexo de Édipo oferece à criança duas possibilidades de satisfação. Ela pode colocar-se no lugar de seu
pai, à maneira masculina, e ter relações com a mãe, como tinha o pai, caso em que cedo teria sentido o último
como um estorvo, ou poderia querer assumir o lugar da mãe e ser amada pelo pai, caso em que a mãe se tornaria
supérflua. Acriança pode ter tido apenas noções muito vagas quanto ao que se constitui uma relação erótica
satisfatória, mas certamente o pênis devia desempenhar uma parte nela, pois as sensações em seu próprio órgão
são prova disso. Se a satisfação do amor no campo do complexo de Édipo deve custar à criança o pênis, está
fadado a surgir um conflito entre seu interesse narcísico nessa parte do corpo e a libido por seus objetos
parentais. Neste conflito, triunfa normalmente a primeira destas forças: o ego da criança volta as costas ao
complexo de Édipo. (Freud, 2006, pág 197).
23. Em Freud apud Campbell (1995), o inconsciente é exclusivamente de
natureza pessoal, muito embora ele tenha sido precursor nas abordagens sobre
formas de pensamento arcaico - mitológico do inconsciente. Em seus estudos
posteriores, Freud modificou seu ponto de vista fundamental: a psique instintiva foi
designada como id e o superego3 correspondem ao consciente coletivo, em parte
consciente e em parte inconsciente (reprimido) pelo indivíduo.
Segundo Freud (2006), a formação do ideal de ego é assumido e
experimentado pelo ego em relação a si próprio como indivíduo. Devido à maneira
pela qual o ideal de ego se forma, ele possui vínculos mais abundantes com a
herança arcaica de cada indivíduo.
“O que pertence à parte mais baixa da vida mental da vida mental de
cada um de nós é transformado, mediante a formação do ideal no
que é mais elevado na mente humana pela nossa escala de valores”.
(Freud, 2006, pág 49).
Para Jung (2000), há um laço indissolúvel que une o homem de todos os
tempos ao homem da antiguidade, ou seja, o mito. O mito é compreendido por Jung
como fundamento da psique e, além disso, passa a ser um firme ponto fixo fora de
nossa cultura, a partir do qual é possível ganhar compreensão de seus
fundamentos.
O paralelo entre o pensar mitológico da antiguidade e a configuração
onírica é facilmente evidenciável, quando comparamos os sonhos e os mitos. A
partir da comparação dos mitos, dos sonhos e delírios que Jung e Freud foram
levados a concluir que deveriam existir elementos constitutivos do psiquismo
inconsciente, isto é, elementos dos mitos.
3
Enquanto que o ego é essencialmente representante do mundo externo, da realidade, o superego coloca-se, em
contraste com ele, como representante do mundo interno, do id. Os conflitos entre o ego e o ideal, em última
análise refletirão o contraste entre o que é real e o que é psíquico, entre o mundo externo e o mundo interno. O
ideal de ego, (superego), responde a tudo o que é esperado da mais alta natureza do homem. Como substituto de
um anseio pelo pai, ele contém o germe do qual todas as religiões evolveram. (Freud, 2006, pág 49).
24. No sonho, verificam-se inúmeras conexões que podem ser postas em
paralelo com associações de idéias mitológicas (ou muitas vezes eventualmente
com certas criações poéticas, muitas vezes caracterizadas por tomarem emprestado
seus motivos dos mitos, de modo nem sempre consciente).
Segundo Hollis (1997), os sonhos são a rota íntima de saída da alma e
constituem o processo de ligação com os elementos mitológicos em cada pessoa. A
rica tessitura de detalhes, a “transgressão” da lei de tempo e espaço vigente na
vigília, o poder de síntese de novas combinações, as abundantes alusões a
experiências anteriores são aspectos conhecidos dos sonhos.
“Em nosso sono, assim como em nossos sonhos, passamos por todo
o pensamento da humanidade que veio antes de nós. Quero dizer,
da mesma forma como raciocina em seus sonhos, o homem
raciocinou, em estado desperto, há milhares de anos... O sonho nos
faz retroceder a estados anteriores da cultura humana e nos fornece
um meio de melhor compreendê-la” (Frederich Nietzsche, citado por
Jung apud Campbell, 1995, pág 51).
Eles nos vinculam de modo irremediável com o movimento de conteúdos
enigmáticos, surpreendentes, num mundo de personagens e batalhas titânicas - ou
seja, o próprio conteúdo dos mitos.
4.3.1 O Inconsciente coletivo e os Arquétipos
Para Jung (2000), inconsciente é um campo transpessoal, misterioso e
ilimitado, dotado de autonomia e carregado de numinosidade4. Matriz do ego (centro
da consciência) e de todo conhecimento. O inconsciente é a esfera oculta e
transcendente do ser, o abismo do ser, e por isso, só podemos perceber
indiretamente seus efeitos e seus poderes.
4
Numinoso é um termo que vem do latim, numem- o medo, o terror, impacto energético e oracular de
manifestação divina. Em latim, numem e deus são termos similares, mas numem sempre implica a manifestação
da divindade em sua forma mais poderosa e profundamente comovente. A partir disso, Jung cunhou como
substantivo, que chamou numinosidade, denotando atemorização, a característica que nos atinge e nos sacode até
o âmago, sem considerar se a compreendemos ou não. ( Whitmont, 1969, pág 276 ).
25. O inconsciente é autônomo, ou seja, não podemos controlá-lo, nem
resistir a ele. Quando o homem experimenta certos poderes dos quais não se pode
esquivar, nem tampouco modificar, dá a eles vários nomes, como deuses, Deus,
demônio, daimôn, e sente que está diante de uma predestinação.
“Deus e daimôn não são sinônimos de inconsciente, mas se
aproximam quanto ao caráter da “insondabilidade” da experiência
misteriosa e de perplexidade, e não quanto à reflexão do
experimentado”. (Jung, 2000, pág 100).
A psicologia emprega o termo inconsciente e admite que está diante da mesma
grandeza de um “deus” ou de um “daimôn”, dos quais nada podemos afirmar
diretamente.
“Inconsciente é o que não se conhece, impossível de ser totalmente
conhecido e esgotado pela consciência. É aquilo que, enquanto
ignoto, confunde, perturba, fascina, ameaça toda busca de certeza,
sendo hora salvífico, ora devastador”. (Zilda Gorresio, 2005, pág
131).
Jung (2000) define, como uma camada mais ou menos superficial do
inconsciente como pessoal. Nós a denominamos de inconsciente pessoal. Este é um
inconsciente individual, que reage diferente e não é o mesmo do inconsciente
coletivo.
Este inconsciente encerra todos aqueles conteúdos psíquicos esquecidos
no correr da vida, conserva traços desses conteúdos, mesmo depois que se perdeu
qualquer lembrança consciente dos mesmos. Contém, portanto, complexos5 que
pertencem ao indivíduo e formam parte essencial de sua vida.
5
Os conteúdos do inconsciente pessoal são principalmente os complexos de tonalidade emocional, que
constituem a intimidade pessoal da vida anímica. Os complexos operam não apenas como conjuntos de
tendências e impulsos interiores, mas também como expectativas, esperanças e medos concernentes ao
comportamento externo das pessoas e dos objetos. A casca ou estrutura associativa com a qual o complexo nos
confronta consiste na soma total do condicionamento ocorrido durante a infância em relação ao padrão instintal
particular em questão, sempre apontando para experiências pessoais e é uma rede de associações
emocionalmente carregadas, constituídas a partir da história e do condicionamento pessoais, agrupadas em torno
de certas situações geradoras de afeto. Padrão autônomo de comportamento e emoção, constituinte do
inconsciente pessoal. (Whitmont, 1969, pág 60).
26. Este, porém, repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem
sua origem em experiências e aquisições pessoais, sendo inata. Esta camada mais
profunda é o que chamamos “inconsciente coletivo”.
Coletivo porque esse inconsciente não é de natureza individual, mas
universal, pois se refere a modos de comportamento que são os mesmos em todos
os indivíduos. Em outros termos, ele é idêntico a si mesmo em todos os homens e
constitui assim um fundamento psíquico universal de natureza suprapessoal
presente em cada um.
Desta forma, Jung introduz a noção do inconsciente coletivo como
fundamento psíquico universal de todo ser humano. Segundo o autor, o homem
possui muitas coisas que ele nunca adquiriu, mas herdou dos antepassados.
Este homem traz consigo sistemas organizados e que estão prontos para
funcionar numa forma especificamente humana; e isto se deve a milhões de anos de
desenvolvimento humano.
O autor faz uma ligação com as experiências narradas por alguns temas
míticos, citando, por exemplo, situações humanas que existiram desde os
primórdios: juventude e velhice, nascimento e morte, filhos e filhas, pais e mães,
acasalamento, etc. Apenas a consciência individual experimenta estas coisas pela
primeira vez, mas não o sistema inconsciente. Desta forma ele localiza o
inconsciente como um sistema onde está presente o mito.
“Da mesma forma como os instintos dos pássaros de migração e
construção do ninho nunca foram aprendidos ou adquiridos
individualmente, também o homem traz do berço o plano básico de
sua natureza, não apenas de sua natureza individual, mas de sua
natureza coletiva”. (Jung, 1992, citado por Zilda Gorresio, pág 130).
Para o autor, o inconsciente coletivo pode ser compreendido como algo
pré-ordenado à consciência individual, como os limites ocultos do ser humano
27. apenas não revelados e que estão em aberto para virem a ser experimentados pela
consciência individual.
Ele constitui-se como somatória da experiência da humanidade, e uma
existência virtual, vivente, atual, vibrante, plena de toda indeterminação, onde toda
determinação e contorno individual se dissolvem.
[...] O inconsciente coletivo é como um espaço sem limites, pleno de
uma indeterminação espantosa, que parece não ter nem interior nem
exterior, nem alto nem baixo, nem aqui nem lá, nem bem nem mal.
Lá, eu estou ligado ao mundo numa ligação tão mais imediata que eu
esqueço muito facilmente quem eu sou na realidade. É o mundo da
água onde paira, suspenso, tudo o que é vivente, onde o eu é
inseparável disso ou daquilo, onde sinto o outro em mim e o outro me
sente enquanto sendo eu. (Jung, 2000, pág 45).
Ainda em Jung (2000), o inconsciente coletivo traz a idéia de que entre a
vida do grande todo e a vida humana existe uma relação de englobamento. Está
aqui, implicada a idéia de um todo orgânico, de um grande sistema em que cada ser
individual está mergulhado, é onde nos movemos, vivemos e temos nosso ser.
“Este inconsciente coletivo reúne, assim, o indivíduo e o mundo.
Mundo e indivíduo são partes de um só e mesmo Todo, isto é, todos
os seres e a vida humana fazem parte de uma grande tessitura toda
interligada. O inconsciente coletivo nos aparece como uma rede em
que todas as formas de vida estão inter-relacionadas e em que os
opostos se anulam.”( Jung, 2000, pág 47).
Jung (2000) demonstra através das definições sobre o inconsciente
coletivo a repetição de figuras e temas míticos e religiosos presentes em sonhos e
delírios do homem moderno, em todas as culturas e épocas.
Ele define ser este espaço, o inconsciente coletivo, onde se manifestam
os conteúdos e contextos mitológicos, daí a importância do mito em sua pesquisa
como uma referência para a descoberta destes fundamentos.
28. O autor nomeou de inconsciente coletivo o fundamento psíquico universal
de todo ser humano e à existência de disposições típicas do inconsciente, próprias
do ser humano, deu o nome de arquétipos.
O inconsciente coletivo e seus conteúdos, os arquétipos, dão vida a uma
cadeia de conteúdos dotados de autonomia representativa. Suas expressões se
encontram nos mitos, nas concepções religiosas e em todo artefato da cultura.
Do grego arkhétypos, etimologicamente significa modelo primitivo, idéias
inatas. A etimologia do termo deriva do grego, “arché” e “typos” que quer dizer
“impressão original”.
Fazendo referência aos mitos, esses conteúdos remontam a uma
tradição, cuja idade é impossível determinar. Eles pertencem a um mundo do
passado, primitivo, cujas exigências espirituais são semelhantes às que se
observam entre culturas primitivas.
Os arquétipos são possibilidades herdadas, sendo assim, formas a priori
ou típicas de apreensão da realidade e de reação a ela, disposições inerentes à
estrutura da psique.
[...] “a maneira de como o homem retrata interiormente o mundo é,
apesar de todas as diferenças de detalhes, tão uniforme e regular
como seu comportamento instintivo. É precisamente a esse fator que
eu chamo de arquétipo, que poderia muito bem ser descrita como a
percepção do instinto de si mesmo ou como auto-retrato do instinto”
(Jung, 1995, pág 277).
O caráter mitológico do arquétipo pode ser inferido a partir da observação
de temas míticos, quer nos sonhos, quer nos delírios do homem moderno, bem
como em diferentes culturas, nas mais variadas épocas. A linguagem dos
arquétipos, conteúdos do inconsciente coletivo, é mítico-arcaica.
Para Junito de Souza Brandão (1991), os arquétipos são mais do que a
matriz que forma os símbolos para estruturar a consciência. Eles são também a
29. fonte que os alimenta. Por isso, os mitos, além de gerarem padrões de
comportamento para vivermos criativamente, permanecem na história como marcos
referenciais através dos quais a consciência pode voltar às raízes para se revigorar.
Desta forma, o autor define o inconsciente coletivo como este ambiente
ou matriz onde os conteúdos míticos são manifestos com objetivos de recriar,
transformar e estruturar.
“O Inconsciente é como um vasto oceano, com o ego flutuando sobre
ele como um pequeno barco”. Então, quando vemos isto, surge a
questão se estamos contidos no oceano [...] os peixes são unidades
vivas no oceano; eles não são absolutamente como ele, mas estão
contido nele;seus corpos, suas funções, estão maravilhosamente
adaptados à natureza da água, a água e o peixe formam um “
continuum” vivente [...] quando aceitamos este ponto de vista temos
que supor que a vida é realmente um “ continuum vivente” e
destinado a ser como é, isto é, toda uma tessitura na qual as coisas
vivem “com” ou “por meio” da outra. Assim, as árvores não podem
existir sem animais, ou animais sem plantas, e talvez animais não
possam viver sem o homem, ou o homem sem animais e plantas e
assim por diante. E sendo a coisa inteira uma tessitura, não é de
admirar que todas as partes funcionem juntas, porque são parte de
um contínuo vivo” (Jung, 1995, pág 180)
O inconsciente não é somente a origem da consciência, mas, também sua
fonte permanente de reabastecimento. A interação do consciente com o
inconsciente coletivo, através de símbolos, forma, então, um relacionamento
dinâmico, extraordinariamente criativo.
“A noite permite às plantas prepararem-se para cada novo dia e o
sono descansa e reabastece o corpo, assim também, o Inconsciente
renova a consciência. Das trevas fez-se luz, que através delas, se
mantém. De noite, por meio dos sonhos; de dia, através da fantasia,
os arquétipos produzem e revigoram os símbolos” (Brandão, 1991,
pág 10).
30. 5 O Arquétipo
5.1 Conceito de Arquétipo
“Do inconsciente emanam influências determinantes, às quais, independentemente da
tradição, conferem semelhança a cada indivíduo singular e até identidade de
experiências, bem como da forma de representá-las imaginativamente. Uma das provas
principais disso é o paralelismo quase universal dos motivos mitológicos, que denominei
de arquétipos, devido à sua natureza primordial”.
Carl Gustav Jung
A expressão “Arquétipo” já era existente na Antiguidade, sinônimo de
“idéia” no sentido platônico. A concepção de arquétipo é referente à idéia original de
Platão, segundo o qual a “idéia” é como supraordenada e preexiste a todos os
fenômenos.
Em Platão (1990), apud Walter Boechat (1997) ao desenvolver seu
sistema filosófico coloca sua “teoria das idéias” como ponto central, pois são essas
idéias que representam o que há de eterno entre nós, e o mundo fenomenal nada
mais é do que um reflexo desses arquétipos perfeitos e eternos.
“No pensamento platônico, os deuses, ao invés de estarem
totalmente fora da psiquê (mente), passam a integrá-la. Cabe ao
homem ir em busca do centro divino, localizado no mais profundo de
si mesmo”.( Platão, 1990, apud Walter Boechat, pág 30)
Em Joseph Campbell (1995), arquétipos são formas de natureza coletiva
que se manifestam praticamente em todo o mundo como constituintes dos mitos e,
ao mesmo tempo, como produtos autóctones e individuais de origem inconsciente.
Segundo Adolf Bastian (1895) apud Joseph Campbell (1995), essas
idéias, “os arquétipos”, em seu caráter psíquico primordial, devem ser considerados
“as idéias germinais de caráter espiritual (ou psíquico), a partir das quais toda
estrutura social foi desenvolvida organicamente”.
Em Franz Boas (1911) apud Joseph Campbell (1995), as características
mentais do homem são as mesmas em todo o mundo. Além disso, certos padrões
de idéias podem ser reconhecidos em qualquer lugar, em todos os tipos de cultura.
31. Em Freud (1953), apud Campbell (1995), tal simbolismo não é peculiar
aos sonhos, mas é característico da ideação inconsciente, notadamente entre o
povo, é encontrado no folclore, nos mitos e lendas populares, na sabedoria
proverbial, num grau mais completo do que nos sonhos.
Segundo Emma Jung, (1996) resulta em que é, sobretudo um certo
número de figuras típicas que emergem com freqüência por toda parte, como por
exemplo, as figuras do herói, da grande mãe, do mago, do pai, do sábio, da criança
etc. Jung as define como primordiais ou arquétipos, pois elas se tornaram idéias
bem universais e atemporais.
5.1.2 O arquétipo do Herói
Segundo Artur da Távola (1985), o mito é uma forma de conservar e
significar um valor através de um símbolo ou de um metasímbolo, que expressa,
amplia, antecipa, fixa, esclarece, oculta ou exalta o valor. É uma forma comunicativa
e seu conteúdo é o que existe de mais verdadeiro na mente do homem. Por isso, o
mito é uma verdade (da mente) que aparece às vezes sob imagem de exaltação,
fabulação ou exagero.
“O inconsciente nos envia toda espécie de fantasias, seres
estranhos, terrores e imagens ilusórias à mente; o reino humano
abarca, por baixo do solo da pequena habitação, comparativamente
corriqueira, que denotamos consciência, insuspeitas cavernas de
Aladim” (Campbell, 1995, pág 19).
O mito do herói, para Artur da Távola (1985), é sempre a expressão
externa desse valor porque simboliza o ser humano na aventura da vida. Ele é o
centro dos acontecimentos por simbolizar o ser humano em sua etapa evolutiva.
O herói significa o Homem diante de um mundo envolto pelo
“mistério fundamental da vida”; por luzes e sombras de sua mente,
forças e fraquezas de seus músculos.(Távola, 1985, pág 200).
32. Segundo palavras do autor, o ser humano é o herói, alguém que ficou
sozinho para enfrentar monstros e dragões, expressões simbólicas das ameaças
físicas ou psíquicas que envolvem os homens diante de impulsos contraditórios do
conhecimento; das paixões, sentimentos, virtudes, tentações, ascensões e quedas,
diante da vida e sua complexidade.
“O herói é um nome para designação de uma personificação de certa
“energia” (arquetípica) e intencionalidade que está dentro de nós,
embora possamos ter um acesso muito incerto a ela”. (Távola, 1985,
pág 203).
O Herói é uma constante em todas as civilizações, tribos, sociedades ou
culturas. Dos grupos mais primitivos às complexas engrenagens da sociedade
industrial, a figura do herói sempre foi uma representação constante, um símbolo,
uma necessidade.
5.1.3 A Função do Arquétipo
As experiências com as narrativas heróicas nos ligam a experiências que
vieram antes de nós, de modo que sempre podemos aprender algo a respeito da
essência do significado do ser humano.
Ainda em Artur da Távola (1985), este arquétipo constitui-se como
imemorial, uma vez que nos une a pessoas de todas as épocas e lugares, e tem a
função de nos impulsionar através dos limites do conhecido para enfrentar o
desconhecido. O herói é a representação exaltada do homem na “peripécia” da vida.
Esta exige esforços vultosos para ser enfrentada e vencida, daí surge o herói como
aspiração central de todas as culturas.
“O herói é a própria expressão da aventura da vida: emerge da
estrutura mais profunda do determinismo do desenvolvimento
individual inerente ao ato de crescer. Pertence à espécie, como
padrão básico representativo de etapa do crescimento”. (Távola,
1985, pág 355).
33. Artur da Távola (1985) afirma que figura do herói pode representar, de
maneira simbólica, as necessidades de afirmação do ego individual. No seu
processo de crescimento e desenvolvimento, cada pessoa precisa fortalecer o “eu”
consciente, o que em linguagem corrente se convencionou chamar de personalidade
e caráter.
“Até chegar à maturidade, a formação da “personalidade” é algo
repleto de inseguranças, defesas, incertezas, razão pela qual
precisamos de símbolos fortes, com os quais se identifique, para
compensar as sensações de desvalia e insegurança implicadas no
ato de crescer”. ( Távola, 1985, pág 330).
O Herói é a representação simbólica da forma de crescer, evoluir,
enfrentar desafios, preparar-se para embates, dificuldades, trombadas, peripécias,
ameaças.
5.1.4 A jornada do Herói
Em Campbell (1995), o percurso padrão da aventura mitológica do herói é
similar à fórmula representada nos rituais de passagem: separação-iniciação-
retorno- que pode ser considerada a unidade nuclear do monomito·.
A aventura do herói costuma seguir o padrão da unidade nuclear: um
afastamento do mundo, depois a penetração em alguma fonte de poder e um retorno
enriquece a vida.
O chamado da aventura: O herói sofre ameaças de forças externas,
desconhecidas (uma sombra, um obstáculo).
“O emissário ou agente que anuncia a aventura costuma ser
sombrio, repugnante, aterrorizador, considerado maléfico pelo
mundo; o arauto pode ser um animal (comum nos contos de fada),
ou figuras misteriosas, cobertas por um véu-o
desconhecido”.(Campbell, 1995, pág 59).
Há uma atmosfera de irresistível fascínio em torno da figura que aparece
subitamente como guia, marcando um novo período, um novo estágio da biografia.
O elemento que tem de ser encarado, e que de alguma forma, é profundamente
34. familiar ao inconsciente, apesar de desconhecido para a personalidade “consciente”
- se dá a conhecer.
“O chamado da aventura significa que o destino convocou o herói e
transferiu-lhe para o centro da gravidade do seio da sociedade para
uma região desconhecida. Ela pode aparecer de várias formas,
assim como os arautos. Uma terra distante, uma floresta, um reino
subterrâneo, uma ilha secreta. É sempre um lugar habitado por seres
estranhamente fluidos e polimorfos, façanhas sobre-humanas,
delícias impossíveis. Os exemplos podem vir multiplicados, vir de
todos os cantos do planeta”. (Campbell, 1995, pág 61).
Na história do Rei Arthur6, enquanto se preparava com muitos cavaleiros
para a caça.
“Tão logo chegou à floresta, o rei viu um grande cervo. Caçarei este
cervo, disse o rei Artur, e ato contínuo, esporeou o cavalo com tal
fúria, e cavalgou com tal velocidade, que praticamente conseguiu,
pela força, alcançar o cervo. E o rei viu o cervo escondido e seu
cavalo, morto; E ali, sentado, o rei se pôs em profunda reflexão”.
((Campbell, 1995, pág 62)
Outro exemplo desta fase do percurso da jornada do herói pede ser
descrita em um sonho de um jovem que busca uma nova orientação do mundo7.
“Estou numa pradaria verdejante em que vários carneiros estão
pastando. É a terra dos carneiros. Na terra dos carneiros, uma
desconhecida, de pé, aponta o caminho”. (Campbell, 1995, pág 65).
A recusa ou negação a este chamado não é uma constante, mas ela
existe e faz parte desta etapa. Porém, a recusa converte a aventura em sua
contraparte negativa.
Aprisionado pelo tédio, pelo trabalho duro ou pela própria “cultura”, o
sujeito perde o poder da ação afirmativa dotada de significado e se transforma numa
vítima a ser salva. O indivíduo deixa de fazer parte, como unidade e divide-se entre
6
A perseguição do cervo e a visão da “fera que late como cães de caça em perseguição” marca o início dos
mistérios associados à busca do Santo Graal. (Campbell, 1995, pág 62).
7
C. G. JUNG, Psychology and Alchemy, Collected Works, vol 12, New York e Londres, 1953, parágrafos 71 e
73. Apud Campbell, 1995, pág 96.
35. si, dominado pelo medo, alerta contra tudo, refém de impulsos de aquisição do seu
íntimo.
Em Joseph Campbell (1995), na história do Rei Minos8, que manteve
consigo o touro divino, não atendendo à vontade divina, ele, o rei, prefere aquilo que
considera a vantagem econômica se assemelha à recusa do chamado.
“Apesar de ter construído, com esforços titânicos um renomado
império, qualquer que seja a casa por ele construída será um
labirinto de paredes ciclópicas construído para esconder dele o
próprio Minotauro”. ( Campbell, 1995, pág 91)
Assim, ele fracassou na assunção do papel que lhe cabia à vida.
Cometendo o sacrilégio de recusar o ritual, Minos representa um impulso do auto-
engrandecimento egocêntrico, aproxima-se então, de sua desintegração. Desta
forma, a própria divindade tornou-se o seu terror.
A iniciação: Também conhecida como a etapa das “peripécias”. É a
provação, fase na qual enfrenta terríveis monstros, as injustiças, o terror.
“Ele, o herói, é atingido, combalido, ameaça morrer, tudo parece
perdido, há tentações, humilhações, tocaias. Nesta etapa, há a
penetração em um mundo de forças desconhecidas e este as
enfrenta. Ela, sem dúvida é o miolo de todas as narrativas. Nela, está
a ação, a emoção, o despertar dos sentimentos de justiça,
solidariedade, valor, remorso, grandeza, recuperação. É a luta por
amadurecer”.( Távola, 1985, pág 370).
Nesta etapa, o herói é auxiliado, de forma encoberta, pelo conselho, por
amuletos e por agentes secretos do auxiliar sobrenatural. As mitologias mais
elevadas desenvolvem o papel na grande figura do guia, do mestre, barqueiro, do
condutor da jornada.
8
Conta-se a história do Rei Minos, rei da ilha-império de Creta no período de sua supremacia comercial. Ele
contrata Dédalo, um celebrado artista para construir um labirinto. Antes de se tornar rei, pediu ao deus que
enviasse um touro do mar, como sinal. Em troca, oferecia o animal em sacrifício imediatamente, como oferenda
e símbolo de submissão. Quando se dá conta da majestade da besta que havia sido enviada, decidiu ficar com
ela, pensando que seria vantajoso possuí-la e o aprisiona em um impressionante labirinto. (Campbell, 1995, pág
90)
36. No mito de Psiquê e Eros, Apud Campbell (1995)9, temos um exemplo do
motivo “das tarefas difíceis”, empreendidas por ela na busca do amante perdido.
Neste caso, ao invés do amado conquistar a noiva, cabe a esta fazê-lo. Ao invés de
um pai cruel que subtrai a filha ao amante, há uma mãe ciumenta, Afrodite ou
(Vênus), que oculta o filho Eros ou (Cupido) da noiva.
Segundo palavras de Campbell (1995), quando Psiquê apela a Vênus, a
deusa a toma violentamente pelos cabelos e atira-lhe a cabeça ao solo; em seguida,
misturou uma grande quantidade de trigo, cevada, painço, sementes de papoula,
ervilha, feijões, formando com eles uma pilha, e ordenou à moça que os separasse
antes de anoitecer.
“A moça foi auxiliada por um batalhão de formigas. A deusa, então
ordenou que colhesse o Velocino de Ouro de uma certa espécie de
carneiro selvagem, de chifres afiados e mordida venenosa, que
habitava um vale inacessível numa perigosa floresta”. Um junco
verde lhe ensina a colher os fios de lã que os carneiros deixavam à
sua passagem. Exigiu depois, um cântaro de água de uma fonte
enregalante, situada no topo de uma altíssima montanha guardada
por dragões que nunca dormiam. Uma águia se aproxima e ajuda
psique. Por fim, foi ordenado que trouxesse do abismo do mundo,
uma caixa de beleza sobrenatural. Mas uma alta torre lhe disse como
descer ao mundo inferior e a incentivou a seguir”. (Campbell, 1995,
pág 102)
Regresso: É a etapa final. Provado e temperado na luta (isto é,
amadurecido, tratado, curado, vivido, menos onipotente, vencedor da batalha dura e
terrível da existência) o herói regressa, renasce, iluminado, senhor do tesouro da
vida.
Para Campbell (1995), o círculo completo, a norma do monomito, requer
que o herói inicie o trabalho de trazer os símbolos da sabedoria, como o Velocino de
ouro ou a caixa de beleza sobrenatural de Psique e simboliza a volta da princesa
9
Psiquê, palavra que em grego tanto significa “borboleta” como “alma”, é representação do espírito, dos valores
subjetivos, da harmonia. Psique era uma mortal deslumbrante. A tal ponto que Vênus (Afrodite para os gregos),
sente-se enciumada. Por raiva e inveja, pois todas as homenagens eram para Psique, Vênus quer destruir a amada
do filho. ( Campbell, 1995, pág 100).
37. adormecida ao reino humano, onde as bênçãos alcançadas irão servir de renovação
para a comunidade, ou nação.
As aventuras do herói se passam fora da terra nossa conhecida, na
região das trevas; ali ele completa a jornada, ou apenas se perde para nós,
aprisionado ou em perigo, sendo assim o seu retorno é sempre como uma volta do
além. Tendo diante de nós uma compreensão sobre mitos e símbolos, sabemos que
esses reinos (lugares) são na realidade um único reino. Só que o reino dos deuses é
uma dimensão esquecida do mundo que conhecemos.
O sentido de toda façanha do herói, segundo palavras de Campbell
(1995), resume-se à exploração dessa dimensão, seja ela voluntária ou relutante.
Sua alma avança com ousadia quando descobre as bruxas convertidas em deusas e
os dragões em guardiões dos deuses.
“Ela abriu os olhos, despertou e olhou com amizade. Juntos,
desceram as escadas, e o rei, a rainha e toda a corte acordaram e
todos se entreolharam, com estupefação. E os cavalos da corte
levantaram-se e sacudiam-se; os cães de caça saltaram e abanaram
a cauda; os pombos do teto retiraram as cabecinhas debaixo das
asas, olharam à sua volta e voaram pelo campo; o assado voltou a
dourar; o fogo se reavivou na cozinha, aumentou e fez o
jantar”.(Grimm, nº 50, Apud Campbell, 1995, pág 236).
Segundo Campbell (1995), o ciclo que descreve a jornada do herói não
envolve um trabalho de obtenção, mas de re-obtenção, não de descoberta, mas de
redescoberta. Os poderes divinos procurados ou perigosamente obtidos sempre
estiveram presentes no coração do herói.
A partir do ponto de vista do autor, o herói simboliza a imagem redentora
e criadora, que se encontra escondida dentro de todos nós e apenas espera ser
conhecida e transformada em vida.
38. 5.1.5 O Herói e o esporte
A luta constante está no cerne do esporte, daí a popularidade de sua
representação. A luta esportiva é sempre capaz de funcionar como um catalisador
de emoções coletivas.
“Sem força, agressividade, batalha, luta, coragem e sólidas relações
com a força do princípio masculino e a harmonia do princípio
feminino, equipe alguma vencerá”.( Távola, 1985, pág 271)
Para Artur da Távola (1985), o mito incluso no esporte, responsável por
sua popularidade mundial, inclui a expressão, o suplício, mergulhado no qual o
homem vive: a luta permanente da força com a harmonia. A vida é luta e harmonia
em permanente interação, desequilíbrio, nova interação, novos equilíbrios.
“Na força está Eros, impulso básico e potente de amor (normalmente
atletas transmudam-se em símbolos eróticos). Nele, está a
disposição, a saúde, a energia da ação, sem as quais não se vive. A
força (erótica) é condição da existência, o princípio masculino”.
(Távola, 1985, pág 273)
A harmonia é o princípio ordenador da força, o que lhe dá inteligência,
sensibilidade, intuição, profundidade. Sem harmonia, a força se perde em atividade
estéril. É o princípio feminino. (Psiquê na mitologia une-se a Eros).
Precisa-se do elemento ordenador, capaz de modelar o conjunto e utilizar
a força de cada jogador de maneira integrada, inteligente, harmônica.
“O espetáculo esportivo representa uma liturgia na qual são sagrados
dois mistérios: força e harmonia, elementos voláteis e difíceis de se
integrarem, sem os quais a vida se torna impossível, desbaratamento
ou inútil. Rituais que celebram os mistérios da existência terrena (os
mitos)”.(Távola, 1985, pág 274).
O esporte torna-se desta forma um acontecimento que reúne
componentes capazes de traduzir as peripécias heróicas, seja através da
39. combinação de aspectos individuais e coletivos, sempre equilibrando e conciliando
elementos de natureza mítica.
“No plano individual de cada jogador, a necessidade de exaltar
virtudes individuais (virtude vem de “virtus” que também quer dizer
força); coragem; denodo; harmonia; intuição; capacidade de
resistência coloca o desporto na universalidade dos problemas,
simbolizados e o aproxima de uma religião leiga, universal, empática
e simbólica”.( Távola, 1985, pág 270).
5.1.6 O herói e o Futebol
“O futebol é por excelência a representação de uma das fases do desenvolvimento do
herói, a mais dura: a da peripécia, etapa na qual se lança à aventura e enfrenta
denodados desafios. Como símbolo social, o futebol é uma representação do todo, do
geral de uma nação”.
Artur da Távola
Poucos espetáculos são tão catalisadores de emoções intensas, trágicas,
dramáticas ou heróicas quanto o futebol. É não só uma representação da vida, mas
principalmente da vida em sua fase heróica: é jogado por homens jovens (como os
guerreiros) e depende de bravura, valor, coragem, inteligência, técnica, táticas.
“O futebol mitologiza a vida por representar a vida no trabalho, da
regra, da lei, do conhecimento, do melhor preparo. Está presente a
operosidade, a defesa do território (ou da propriedade), através da
ação conjunta da comunidade (o time). Esta “comunidade” tem os
líderes, guerreiros, sacerdotes, defensores, artistas, teóricos,
pensadores. É um país, um clã, um grupo, uma visão do mundo”.
(Távola, 1985, pág 268)
Artur da Távola (1985) afirma que o conjunto de regras e representações
transforma o futebol na forma lúdica de se viver alguns mitos contemporâneos, isto
é, vivência inconsciente comum. Um dos seus mitos inclusos, o do herói, (o craque),
vem de tempos imemoriais.
“O herói é a representação exaltada do homem na peripécia da vida.
Esta exige esforços para ser enfrentada e vencida. O futebol é,
portanto, a sagração (dionisíaca) contemporânea dos mitos de
ascensão, através da busca de equilíbrio entre força e harmonia. O
homem vive ânsias de transcender suas eternas e trágicas
limitações. Subir, alçar-se ao espaço, elevar-se ao alto, cume e
indicam impulsos considerados nobres pelo homem. Os mitos de
ascensão, elevação indicam a associação profunda entre superação,
40. crescimento, progresso, sublimação e a idéia do alto”.(Távola, 1985,
pág 268).
Ainda segundo o autor, o elemento harmonia, embutido no futebol e
determinante direto de êxito de cada equipe, entra como regulador.
“Força sem harmonia é destrutiva. Força com harmonia (no sentido
profundo e amplo) é construtivo. Harmonia sem força é apenas uma
simetria ou decoração superficial da vida. O futebol precisa fundir os
dois, tanto no desempenho individual como coletivo”.(Távola, 1985,
pág 266)
41. 5.2 O Arquétipo da Criança
“O motivo da criança representa o aspecto pré-consciente da infância da alma coletiva. O
exercício religioso, isto é, a repetição das palavras e do ritual do acontecimento mítico
tem por isso a finalidade de trazer a imagem da infância e tudo o que a ela está ligado
diante dos olhos da consciência, com o objetivo de não romper a conexão com o estado
originário”
C. Jung
Segundo Jung (2000), o motivo da criança representa não só algo que
existiu no passado, não apenas um vestígio, mas sim um sistema que funciona para
compensar ou corrigir as uniteralidades ou extravagâncias da consciência.
A natureza da consciência é a de concentrar-se em poucos e
determinados conteúdos. A consciência é seletiva e eleva-se ao máximo grau de
clareza a tudo que beneficia interesses, objetivos e vantagens.
Para Jung (2000), a conseqüência disto é a exclusão de outros
conteúdos, também passíveis de serem conscientizados e o crescente
fortalecimento da uniteralidade, desviando das leis e raízes do ser, contra os
próprios instintos.
Por um lado, isso representa a possibilidade da liberdade humana, mas,
por outro lado, é a fonte de infindáveis agressões aos instintos.
“O homem primitivo se caracteriza pelo fato de estar mais próximo do
instinto, como o animal. Este indivíduo pode ser atrasado, enquanto
nós exaltamos o progresso. Porém, a valorização do progresso
possibilita, por um lado, uma quantidade das mais agradáveis
realizações do desejo, no entanto, por outro, acumula uma culpa
igualmente gigantesca, que exige de tempos em tempos uma
expiação em forma de catástrofes”.(Jung, 2000, pág 78).
A consciência diferenciada é continuamente ameaçada de
desenraizamento, razão pela qual necessita de uma compensação através do
estado infantil ainda presente.
42. Jung (2000) afirma que a criança nasce do útero do inconsciente, gerada
no fundamento da natureza humana, ou melhor, da própria natureza viva.
Segundo o que afirma o autor, este arquétipo é uma personificação de
forças vitais, que vão além do alcance limitado da consciência, dos nossos caminhos
e possibilidades, desconhecidos pela consciência e sua uniteralidade. É uma
inteireza e totalidade que abrange as profundidades da natureza.
“A criança representa o mais forte e inelutável impulso do ser, isto é,
o impulso de realizar-se a si mesmo. É uma possibilidade de ser de
outra forma, equiparada com todas as forças instintivas naturais”.
(Jung, 2000, pág 171).
A ocorrência do motivo da criança, segundo palavras de Jung (2000),
significa uma antecipação de desenvolvimentos futuros, mesmo que pareça tratar-se
à primeira vista de uma configuração retrospectiva.
“Não admira, portanto, o fato de tantas vezes os salvadores míticos
serem crianças divinas, ou seja, isto corresponde exatamente à
experiências as quais mostram que a “criança” prepara uma futura
transformação da personalidade”. (Jung, 2000, 87)
No processo de individuação10, este arquétipo antecipa uma figura
proveniente da síntese dos elementos conscientes e inconscientes da personalidade
ou um portador da salvação, um propiciador de completude. Devido a este
significado, o motivo da criança também é capaz de inúmeras transformações.
Ele pode ser expresso, por exemplo, pelo redondo, pelo círculo ou esfera,
formas que tendem à totalidade.
Jung (2000) afirma ser a criança, portanto, não apenas um ser do
começo, mas também um ser do fim.
1010
Processo de desenvolvimento psíquico que leva ao conhecimento consciente de totalidade. A meta do
processo de individuação é a síntese do si-mesmo. Jung, 2000, pág 165.
O Si-mesmo constitui-se no centro, fonte de todas as imagens arquetípicas e de todas as tendências psíquicas
inatas para aquisição de estrutura, ordem e integração. Totalidade significa o sentido emergente de complexidade
e integridade psíquica que se desenvolve no transcurso de uma vida inteira. Murray Stein, 1998, pág 206.
43. “O ser do começo existiu antes do homem, e o ser do fim, depois
dele. Então, esta afirmação significa que a “criança” simboliza a
essência humana pré-consciente e pós-consciente. O seu ser pré-
consciente é o estado inconsciente da primeiríssima infância; o pós-
consciente é uma antecipação, por analogia, da vida além da morte”.
(Jung, 2000, pág 170)
A partir desta idéia, se exprime a natureza abrangente da totalidade
anímica11. Esta, que nunca está contida no âmbito da consciência, mas inclui a
extensão do inconsciente, do indefinível e indefinido. A totalidade é uma dimensão
incomensurável, mais velha e mais nova do que a consciência, envolvendo-a no
tempo e no espaço.
“O processo da consciência não só é constantemente acompanhado,
mas também freqüentemente conduzido promovido e interrompido
por processos inconscientes. A vida anímica estava na criança ainda
antes de ela ter consciência”.(Jung, 2000, pág 178).
5.2.1 A Função do Arquétipo
Segundo Hollis (2005), a metáfora da criança é um processo arquetípico,
formativo. Como forma original, ela é a origem, o conceito, o padrão e o agente
padronizador, tudo ao mesmo tempo.
Quando se pensa na criança como futuridade, possibilidade e agente
gerador, está aí reconhecido o fundamento arquetípico de nosso ser. No fim de tudo,
estamos torcendo pela possibilidade, pela renovação, apesar de toda experiência
histórica dizer o contrário. Sendo a vida renovação em face da morte e de toda
história, cada criança começa a “jornada” mais uma vez. “A criança, cada criança é
uma renovação potencial da raça humana, para melhor ou para pior”. (Hollis, 2005,
pág 47).
“Como princípio da futuridade, a criança é, muitas vezes, o precursor
do novo, a compensação da uniteralidade do passado. Lembre-se de
11
Anímica palavra que se refere a anima ou animus, ou seja, imagens arquetípicas que formam um elo entre a
consciência do ego e o inconsciente coletivo, e abrem potencialmente um caminho para o si-mesmo. (Murray
Stein, 1998, pág 205).
44. Moisés, exposto ao perigo entre os juncos, Jesus Cristo fugindo do
massacre dos inocentes, Guatama escapando das lisonjas do
palácio agradável de seus pais, e muitos outros, sugerindo que a
criança chega carregando a nova revelação, ao mesmo tempo em
que é ameaçada pela velha ordem”.(Jung, 2000, pág 183).
Hollis (2005) afirma que embora a criança possa sofrer um martírio ou
exaltação, valores formativos emergentes infundirão da cultura como uma nova
visão e energia restauradora.
“Em muitos mitos e religiões, valores rejeitados pelo coletivo são
carregados por gnomos, anões e outras pequenas criaturas. A
princípio, eles quase não são vistos pelo ego coletivo, mas eles
provam, em tempo, ser os portadores de valores que são
fundamentais para a cura de uma tribo, por exemplo. Muito
pequenos, eles muitas vezes provam ser maiores do que se
pensava”.(Hollis, 2005, pág 45).
Ainda em Hollis (2005), a criança-deus é o agente do alargamento por
meio de uma reorientação de valores. Psicodinamicamente, o nascimento de fato
aconteceu no inconsciente, simbolizado pela escuridão, pela caverna, pela
manjedoura. Sendo assim, o Todo tem como destino a morte, assim como o
desenvolvimento.
Os humanos são, na abordagem de Hollis (2005), nada além de uma das
coisas passageiras, fato esse que o ego nega ainda que ironicamente a ubiqüidade
múltipla da negação seja uma evidência do caráter extramaterial da psique.
Porém, a psique é eterna e o ego12 é preso ao tempo. Segundo palavras
do autor, como parte da consciência, o ego é subjugado pelos horários, pelos
números finitos e pelos dias cada vez menores. Mas, a psique, como órgão da alma
é portador de todos, de tudo e nada ao mesmo tempo, da origem, do fim do
propósito.
12
O centro da consciência, o eu. Murray Stein, 1998, pág 205.
45. “A noção de importância do arquétipo da criança sugere que o germe
da totalidade já se encontra na psique e, assim como a criança literal
é guiada por um plano de desenvolvimento genético, também a
psique revela a pessoa total por meio dessas insinuações da
futuridade da criança”. (Hollis, 2005, pág 49).
Hollis (2005) diz que a criança, em sua unidade e pluralidade é um
símbolo desse mistério. Como símbolo da pluralidade, é necessário lembrar que não
temos uma criança única dentro de nós, mas uma multidão, um jardim de infância
virtual de energias, agendas e valores divergentes.
“Dentro de cada um de nós está a criança que se tornaria o herói que
irá depor o demônio das sombras. Todos experimentam a criança
perdida, a criança abandonada, porém poucas vezes lembramos que
tal separação é um requisito básico para o crescimento, para a
individuação”. (Hollis, 2005, pág 46)
5.2.3 A jornada da Criança
A criança é tudo o que é abandonado, exposto e ao mesmo tempo o divinamente
poderoso, o começo insignificante e incerto e o fim triunfante. A “eterna criança” no
homem é uma experiência indescritível, uma incongruência, uma desvantagem e uma
prerrogativa divina, um imponderável que constitui o valor ou desvalor último de uma
personalidade.
C. Jung
O mitologema13 da criança é uma espiral. A jornada deste arquétipo se
inicia com um abandono, ou situação de perigo, desproteção. Porém, é a própria
situação de risco que se constitui como essencial para encontrar o caminho do
crescimento, das descobertas e grandes revelações. Assim como na jornada
heróica, há uma situação de declínio, seguida de uma ascensão resignificadora,
amplificadora da consciência, vencendo a escuridão.
13
Um mitologema é um elemento ou tema isolado em qualquer mito. Os temas de ascensão ou declínio são
mitologemas. A busca do herói, por exemplo, reúne dois mitologemas: o herói e a busca, cada um dos quais
possui uma linhagem e um significado separados, e ao mesmo tempo engrandecem um ao outro. (Hollis, 2005,
pág 10)
46. 5.2.4 O Abandono
Em Jung (2000), o motivo da insignificância, de estar exposto, do
abandono, do perigo a que está sujeito o motivo da criança configura o início
insignificante, mas, por um lado pode significar o nascimento misterioso por outro.
A criança nasce, então, de uma situação de conflito doloroso,
aparentemente sem saída – para a consciência14·.
“Desta colisão de opostos, a psique cria uma terceira instância de
natureza irracional, inesperada e incompreensível para a
consciência. São conteúdos que se apresentam sob formas que não
correspondem ao sim, nem ao não, sendo, portanto, “rejeitados”
pelos dois lados. A consciência desconhece aquilo que une os seus
opostos, normalmente o que está além dela mesma. Porém, como a
solução do conflito pela união dos opostos é de vital importância e
também desejada pela consciência, o pressentimento de criação
significativa abre caminho”. (Jung, 2000, pág 168).
Jung (2000), afirma que conflito não é superado pela consciência pelo
fato dela estar presa aos opostos, e por este motivo necessita de um símbolo que
lhe mostre a exigência do desligamento da origem.
“Na medida em que o símbolo da “criança” fascina e se apodera do
inconsciente, seu efeito redentor “passa” à consciência e realiza a
saída da situação de conflito, que ela não era capaz. O símbolo é a
antecipação de um estado nascente de consciência”. (Jung, 2000,
pág 170)
Para Jung (2000), o abandono (na consciência) é, pois uma condição
necessária, não apenas um fenômeno secundário. Este é o momento em que a
criança necessita desligar-se, afastar-se da origem como símbolo que mostre a
exigência deste desligamento para a consciência.
“A criança, um conteúdo que exerce sempre um efeito fascinante e
secreto sobre a consciência. A nova configuração é o vir a ser de
uma totalidade, isto é, está a caminho da totalidade, pelo menos na
medida em que ela excede em “inteireza” a consciência dilacerada
14
Aqui, compreende-se a consciência como um espaço onde só cabem o sim ou não. Ela nada sabe além dos
opostos e por isso não reconhece aquilo que os une. O inconsciente, portanto, é quem se encarrega, através de
seus conteúdos “numinosos” e unificadores tornar-se capaz da união dos conteúdos conscientes, trazendo a
solução para os conflitos, também desejada pela consciência. (Jung, 2000, pág 168).
47. pelos opostos, superando-a por isso em completude.” (Jung, 2000,
pág 169).
5.2.5 A Invencibilidade
Segundo Jung (2000), o conteúdo “criança” pode parecer insignificante,
por um lado, desconhecida, “apenas” uma criança, mas por outro lado, ser divina.
São iluminadoras, são figuras amplificadoras da consciência.
“Não é raro encontrar figuras de crianças que são identificadas com
fatores que promovem a cultura, tais como o fogo, o trigo, o metal, o
milho. Como portadores de luz, essas figuras vencem a escuridão,
elevando e trazendo um novo saber à consciência atual”.(Jung, 2000,
pág 171)
O que está presente em todos os mitos da criança é sempre o fato de
estar constantemente ameaçada pelo perigo de ser extinta, ignorada, mas
possuindo forças que ultrapassam a medida humana.
Para Jung (2000), do ponto de vista da consciência, ela parece tratar-se
de um conteúdo insignificante, sem nenhum caráter libertador ou salvador.
Para o autor, a consciência fica aprisionada em sua situação de conflito e
os poderes que se digladiam parecem ser tão grandes que o conteúdo “criança”
emerge isolado, sem nenhuma relação com os fatos que ocorrem na consciência.
“Ela não é notada, ficando então, sozinha e perdida, pois é um saber que elevado,
ultrapassa as fronteiras da consciência atual”. (Jung, 2000, pág 170)
No entanto, este mito enfatiza que a criança é dotada de um poder
superior e que se impõe inesperadamente, apesar de todos os perigos. A “criança”
nasce do útero inconsciente, gerada no fundamento da natureza humana, ou
melhor, da própria natureza viva.
“O impulso e a compulsão da auto-realização é uma lei da natureza
e, por isso, tem uma força invencível, mesmo que o seu efeito seja
no início insignificante e improvável”. (Jung, 2000, pág 171).
48. Segundo Jung (2000), o fenômeno do nascimento da “criança” sempre
remete de novo a um estado psicológico originário do não conhecer, da escuridão ou
crepúsculo, da indiferenciação entre sujeito e objeto, da identificação inconsciente
de homem e mundo. Deste estado de indiferenciação, afirma Jung (2000), surge o
ovo dourado, o qual é tanto homem e mundo; no entanto não é nenhum dos dois,
mas um terceiro, irracional.
49. 6.0 A Imagem
6.1. Conceito de Imagem
“A imagem desempenha uma função mediadora, é uma ponte entre o si-mesmo e o
mundo, o si-mesmo e o outro, e até mesmo entre eu e mim mesmo”.
James Hollis
A noção de imaginário nos remete à teoria lacaniana, primeiro à relação
do sujeito com suas identificações formadoras, e segundo à relação do sujeito com o
real, cuja característica é ser ilusória.
Segundo Lacan (1973), apud Jacques Aumont (1995) a palavra
“imaginário” deve ser tomada como estritamente ligada à imagem: as formações
imaginárias do sujeito são imagens, não só no sentido de que são intermediárias,
substitutas, mas também no sentido de que representam eventualmente imagens
materiais.
“O sujeito é efeito do simbólico, concedido ele mesmo com uma
rede de significantes que só adquirem sentido em suas relações
mútuas; mas a relação do sujeito com o simbólico não pode ser
direta, já que o simbólico, ao se constituir, escapa totalmente ao
sujeito. É por intermédio de formações imaginárias que se efetua
esta relação”. (Jaques Lacan (1973), apud Jacques Aumont (1995),
pág 75).
Nestas afirmações de Lacan fica mais fácil entender a relação que o
imaginário e as imagens possuem com o terreno do real, representativas de
realidades concretas, mas também intermediárias, possibilitando a relação com o
simbólico.
6.2 Função da imagem
Segundo Jacques Aumont, (1995), em todas as sociedades, a maioria
das imagens foi produzida para certos fins (de propaganda, de informação,
religiosos, ideológicos em geral). Para ele, uma das razões essenciais para a
produção de imagens provém da vinculação da imagem em geral com o domínio do
50. simbólico, o que faz com que ela esteja em situação de “mediação” entre o
espectador e a realidade.
“O valor simbólico de uma imagem é, mais do que qualquer outro,
definido pragmaticamente pela aceitabilidade social dos símbolos
representados”. (Aumont, 1995, pág 79)
Segundo Jacques Aumont, (1995), inicialmente, as imagens serviam de
símbolos; exatamente símbolos religiosos, vistos como capazes de dar acesso à
esfera do sagrado pela manifestação mais ou menos direta da presença divina.
As primeiras esculturas gregas arcaicas eram ”ídolos”, produzidas e
veneradas como manifestações sensíveis da divindade, mesmo sendo essa
manifestação parcial e incomensurável para a própria divindade.
Para ele, o espectador supre o não representado, as lacunas da
representação. Essa completação se dá em todos os níveis, do mais elementar ao
mais complexo.
Para Jung (1987), apud Zilda Gorresio (2005), os arquétipos são
predisposições inerentes à estrutura da psique, como formas a priori, que nos dispõe
a imaginar, sentir, perceber.
Assim concebido ele é uma virtualidade que ao se atualizar toma a forma
de imagem.
“Temos, assim a “imagem arquetípica”, que não pode ser confundida
com o arquétipo em si. Não temos acesso a ele, assim como ao
símbolo, propriamente dito, apenas podemos inferi-lo, a partir da
experiência psíquica, portanto tudo é vivenciado de forma imagética”.
(Jung (1987), apud Zilda Gorresio (2005), pág 155).
Não se pode confundir as representações arquetípicas que nos são
transmitidas pelo inconsciente com o arquétipo em si. Para Jung (2000), o arquétipo
é uma forma básica, caracterizada por elementos formais e determinados
51. significados fundamentais. Ele põe no centro da vida psíquica o encontro de
determinadas imagens que se atualizam historicamente.
“O arquétipo possui um dinamismo que se faz sentir na
numinosidade e no poder fascinante da imagem arquetípica. A
realização e assimilação do impulso instintivo nunca ocorrem através
da absorção da esfera instintual, mas apenas da integração da
imagem que significa, e ao mesmo tempo, evoca o instinto”. (Jung,
1995, pág 100).
As imagens arquetípicas são intensas e de características sobre-
humanas, de valoração energética qualitativa, e de caráter transpessoal.
Ainda em Jung (1987), apud Zilda Gorresio (2005), estas imagens são a
visibilidade imaginativa do próprio inconsciente, o movimento da própria alma
(inconsciente coletivo) que se dá em forma de imagem, de maneira totalmente
autônoma. “A imagem parece conter uma direção instintiva a um destino, como se
profética e prognóstica” (Hillman, 1995, Apud Zilda Gorresio, 2005, pág 160).
Jung (2000), afirma que aquilo que nos é dado a conhecer só é possível
através de imagens: assim como um espaço intermediário entre instinto e espírito. A
imagem, esse “espaço intermediário”, é uma realidade, sem a qual não se tem
acesso ao mundo interno, a não ser por meio de imagens.
A imagem arquetípica se caracteriza como “primordial” quando ela possui
caráter arcaico, quando representa uma concordância explícita com motivos
mitológicos.
“Tudo o que experimentamos, seja o mundo das imagens ”externas”,
seja o mundo das imagens “internas”, dá-se pela via da psique como
representação”( Jung ( 1987) Apud Zilda Gorresio (2005), pág 24).