1. O artigo faz uma revisão crítica da literatura sobre cidades e mudança climática, discutindo conceitos como mitigação, adaptação e governança local.
2. As cidades são importantes emissoras de gases de efeito estufa e também serão impactadas pelas mudanças climáticas, afetando setores urbanos.
3. Governos locais são essenciais para implementar políticas de mitigação e adaptação, porém cidades brasileiras apresentam grandes déficits socioeconômicos que dificultam
Declaração Final CNUDS Rio+20 Tema Crucial: ÁGUA E SANEAMENTORívea Medri Borges
O documento é a declaração final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) realizada em 2012 no Rio de Janeiro. O documento enfatiza a importância crucial da água e do saneamento para o desenvolvimento sustentável e reafirma compromissos anteriores de garantir o acesso universal à água potável e saneamento.
Oportunidades e barreiras para políticas locais e subnacionais de enfrentamen...Rafael Martins
Este documento discute as oportunidades e barreiras para políticas locais e subnacionais de enfrentamento das mudanças climáticas em áreas urbanas. Primeiro, apresenta o contexto do debate sobre mudanças climáticas e seus impactos nas cidades. Em seguida, destaca que as cidades são centros de emissão de gases de efeito estufa, mas também são afetadas pelas mudanças climáticas, o que requer ações de mitigação e adaptação. Por fim, o objetivo é analisar os fatores que influenciam polí
Este documento discute as implicações geopolíticas e governança ambiental na regulamentação da Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC) do Brasil no contexto das negociações climáticas internacionais. Analisa como o processo de criação da INDC brasileira reflete tentativas de forjar liderança global em questões ambientais e repensar a geopolítica climática. Também examina como a regulamentação ambiental brasileira relacionada ao clima interconecta questões internacionais, geopolíticas e o que está em jogo para o Brasil nest
O documento descreve a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (Rio-92) como a primeira conferência a incluir ampla participação da sociedade civil e ONGs, abordando questões ambientais e de desenvolvimento de forma antropocêntrica e buscando soluções para as tensões Norte-Sul por meio do conceito de desenvolvimento sustentável. A Rio-92 estabeleceu um modelo que influenciou conferências subsequentes da ONU na década de 1990 sobre temas como pobreza, população, assentamentos human
O documento discute os conceitos básicos de recursos hídricos no Brasil, incluindo a definição de água e recursos hídricos, o ciclo hidrológico, bacias hidrográficas, aquíferos subterrâneos e o desenvolvimento institucional de recursos hídricos no estado de São Paulo.
Este documento apresenta 10 questões sobre dilemas ambientais do mundo atual que caíram em vestibulares em 2011. As questões abordam tópicos como desenvolvimento sustentável, biodiversidade, poluição atmosférica em cidades, impactos socioambientais do crescimento econômico, consumismo, mudanças climáticas globais e questões ambientais na sociedade contemporânea.
G proteção ambiental e desenvolvimento sustentável-geologiabecresforte
→ O documento discute a intervenção humana nos subsistemas terrestres, incluindo a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável. Também aborda os riscos geológicos e medidas para minimizá-los.
O documento apresenta um questionário sobre poluição ambiental e mudanças climáticas com 24 questões respondidas por uma aluna. As questões abordam tópicos como as conferências do Rio, Protocolo de Kyoto, emissores de gases de efeito estufa, escassez hídrica, desmatamento na Amazônia e problemas decorrentes do envelhecimento populacional.
Declaração Final CNUDS Rio+20 Tema Crucial: ÁGUA E SANEAMENTORívea Medri Borges
O documento é a declaração final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) realizada em 2012 no Rio de Janeiro. O documento enfatiza a importância crucial da água e do saneamento para o desenvolvimento sustentável e reafirma compromissos anteriores de garantir o acesso universal à água potável e saneamento.
Oportunidades e barreiras para políticas locais e subnacionais de enfrentamen...Rafael Martins
Este documento discute as oportunidades e barreiras para políticas locais e subnacionais de enfrentamento das mudanças climáticas em áreas urbanas. Primeiro, apresenta o contexto do debate sobre mudanças climáticas e seus impactos nas cidades. Em seguida, destaca que as cidades são centros de emissão de gases de efeito estufa, mas também são afetadas pelas mudanças climáticas, o que requer ações de mitigação e adaptação. Por fim, o objetivo é analisar os fatores que influenciam polí
Este documento discute as implicações geopolíticas e governança ambiental na regulamentação da Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC) do Brasil no contexto das negociações climáticas internacionais. Analisa como o processo de criação da INDC brasileira reflete tentativas de forjar liderança global em questões ambientais e repensar a geopolítica climática. Também examina como a regulamentação ambiental brasileira relacionada ao clima interconecta questões internacionais, geopolíticas e o que está em jogo para o Brasil nest
O documento descreve a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992 (Rio-92) como a primeira conferência a incluir ampla participação da sociedade civil e ONGs, abordando questões ambientais e de desenvolvimento de forma antropocêntrica e buscando soluções para as tensões Norte-Sul por meio do conceito de desenvolvimento sustentável. A Rio-92 estabeleceu um modelo que influenciou conferências subsequentes da ONU na década de 1990 sobre temas como pobreza, população, assentamentos human
O documento discute os conceitos básicos de recursos hídricos no Brasil, incluindo a definição de água e recursos hídricos, o ciclo hidrológico, bacias hidrográficas, aquíferos subterrâneos e o desenvolvimento institucional de recursos hídricos no estado de São Paulo.
Este documento apresenta 10 questões sobre dilemas ambientais do mundo atual que caíram em vestibulares em 2011. As questões abordam tópicos como desenvolvimento sustentável, biodiversidade, poluição atmosférica em cidades, impactos socioambientais do crescimento econômico, consumismo, mudanças climáticas globais e questões ambientais na sociedade contemporânea.
G proteção ambiental e desenvolvimento sustentável-geologiabecresforte
→ O documento discute a intervenção humana nos subsistemas terrestres, incluindo a proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável. Também aborda os riscos geológicos e medidas para minimizá-los.
O documento apresenta um questionário sobre poluição ambiental e mudanças climáticas com 24 questões respondidas por uma aluna. As questões abordam tópicos como as conferências do Rio, Protocolo de Kyoto, emissores de gases de efeito estufa, escassez hídrica, desmatamento na Amazônia e problemas decorrentes do envelhecimento populacional.
O documento discute a sustentabilidade ambiental, definindo-a como ações que não agridem o meio ambiente e garantem um futuro sustentável. Aborda a importância da água, os problemas do desmatamento e extinção de animais, e a solução da reciclagem.
1) O documento critica a ênfase dada às mudanças climáticas antropogênicas, alegando que não há evidências suficientes de influência humana no clima global e que os modelos climáticos usados não devem fundamentar políticas.
2) Argumenta que a hipótese do aquecimento global causado pelo homem simplifica demais a dinâmica climática e pode levar a erros, como subestimar um possível resfriamento nas próximas décadas.
3) Defende que em vez de alarmismo, é melhor promover a res
O documento discute conceitos fundamentais sobre recursos hídricos no Brasil, incluindo: a água como recurso essencial para a vida que sofre com escassez e poluição; a importância da hidrologia para entender a ocorrência e circulação da água; e a definição de bacia hidrográfica e suas características principais.
Água esgotabilidade, responsabilidade e sustentabilidadepedagogicosjdelrei
O documento discute a escassez de água no Brasil e no mundo, devido ao desperdício e à poluição. Apesar de o Brasil ter grandes reservas de água doce, há um consumo insustentável que ameaça os recursos hídricos. É necessária uma mudança para assegurar a disponibilidade de água para as gerações futuras baseada na sustentabilidade e na responsabilidade ambiental.
Sustentabilidade ambiental refere-se à habilidade de sustentar recursos naturais e serviços como água, saneamento, clima e biodiversidade por um período de tempo. A sustentabilidade requer que empreendimentos sejam ecologicamente corretos, economicamente viáveis e socialmente justos. Garantir a sustentabilidade ambiental é crucial para a qualidade de vida humana.
1) O desenvolvimento e o meio ambiente são conceitos interligados e a preservação ambiental é essencial para um desenvolvimento sustentável.
2) A degradação ambiental ameaça os recursos naturais e o bem-estar das populações, comprometendo o desenvolvimento a longo prazo.
3) Políticas que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a participação das comunidades e a cooperação internacional são necessárias para conciliar desenvolvimento e preservação ambiental.
Este documento discute a relação entre o homem e a natureza e a importância da sustentabilidade. Aborda os três pilares da sustentabilidade: social, econômica e ambiental. Também descreve as consequências de uma relação não sustentável com a natureza e conclui enfatizando a necessidade de equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a preservação ambiental.
Questões ambientais e desenvolvimento sustentávelJosé Nascimento
O documento discute os impactos ambientais causados pela Revolução Industrial e pelo aumento do consumo. A natureza passou a ser vista como fonte de recursos ilimitados, intensificando a extração e causando problemas como poluição e falta de saneamento. Conferências como Estocolmo e Rio propuseram o desenvolvimento sustentável, visando preservar o meio ambiente para as gerações futuras e reduzir a pobreza.
1. O documento analisa a problemática ambiental urbana resultante da ocupação irregular das margens do Riacho Doce na cidade de Lajedo, PE.
2. A ocupação irregular levou à poluição, assoreamento e perda de vegetação no rio, comprometendo a qualidade de vida dos moradores e aumentando os riscos ambientais como enchentes e doenças.
3. O objetivo é identificar como o uso e ocupação do solo ao longo do rio afetam a qualidade de vida na cidade.
Este documento apresenta o "Índice de Desempenho Ambiental" como uma ferramenta para avaliar o desempenho ambiental de municípios. O objetivo é permitir a comparação de dados ambientais entre municípios para apoiar a gestão pública e promover a transparência das ações relacionadas ao meio ambiente e qualidade de vida. O índice consolida informações relevantes sobre meio ambiente e qualidade de vida no âmbito municipal.
1) A globalização e o crescimento populacional e de consumo exacerbados levaram a problemas ambientais como escassez hídrica e ameaça à biodiversidade no século XXI.
2) A agricultura é responsável pela maior parte da extração de água doce globalmente, enquanto famílias nos EUA consomem muito mais água per capita do que na África.
3) Ações humanas como desmatamento levam a taxas crescentes de extinção de espécies animais.
O documento fornece instruções sobre como responder a um teste com 100 itens, marcando "C" para certo ou "E" para errado em uma folha de respostas. O texto também instrui que a falta de marcação ou marcação em ambos os campos não será penalizada.
O documento discute os impactos e riscos da exploração de gás de xisto no Brasil, incluindo impactos hídricos, atmosféricos, ecológicos e riscos à saúde humana. Também aborda as perspectivas para a exploração no Brasil e as considerações sobre regulamentação para mitigar os riscos.
O documento descreve um estudo realizado em uma loja de lavagem de veículos no Brasil para avaliar o uso de água e propor soluções de reuso. O estudo observou que grande quantidade de água potável era usada e poderia ser reaproveitada. Foram propostas soluções como um sistema de tratamento de água e coleta de água da chuva para reduzir impactos ambientais e custos para a empresa.
I) A humanidade faz parte de um universo em evolução e depende de uma Terra saudável para sua sobrevivência; II) A proteção do meio ambiente é um dever para assegurar a vitalidade da Terra e o bem-estar das gerações futuras.
Palestra apresentada por ocasião da V Feira de Ciências integrada Liceu-Católica que ocorreu durante a 11a edição da Semana nacional de Ciência e Tecnologia - SNCT 2014 – POLO UNICAP
Tema: Ciência e tecnologia para o desenvolvimento social
Pesquisa Jornalismo e Mudanças Climáticas - ANDIErika Zuza
1. O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre a cobertura das mudanças climáticas na imprensa brasileira entre 2005 e 2007.
2. O debate sobre mudanças climáticas ganhou mais espaço nos jornais brasileiros a partir do último trimestre de 2006, coincidindo com eventos internacionais sobre o tema.
3. A pesquisa analisou quase 1.000 textos sobre mudanças climáticas e meio ambiente de 50 jornais brasileiros, mapeando os principais temas, enquadramentos
O documento discute mudanças climáticas globais, explicando que é uma alteração rápida nas condições atmosféricas de uma região, diferindo de clima que é duradouro e tempo que é momentâneo. Detalha os fatores responsáveis como o efeito estufa que intensifica o aquecimento global, ameaçando o planeta com consequências como o aumento de temperatura.
O documento discute o problema da chuva ácida, suas causas e impactos. Ele explica que os gases liberados por indústrias e veículos reagem com a água formando ácidos que poluem o solo, água e vegetação, prejudicando a saúde humana e do meio ambiente. Também apresenta possíveis soluções como uso de fontes de energia mais limpas e conservação de energia.
O documento discute a sustentabilidade ambiental, definindo-a como ações que não agridem o meio ambiente e garantem um futuro sustentável. Aborda a importância da água, os problemas do desmatamento e extinção de animais, e a solução da reciclagem.
1) O documento critica a ênfase dada às mudanças climáticas antropogênicas, alegando que não há evidências suficientes de influência humana no clima global e que os modelos climáticos usados não devem fundamentar políticas.
2) Argumenta que a hipótese do aquecimento global causado pelo homem simplifica demais a dinâmica climática e pode levar a erros, como subestimar um possível resfriamento nas próximas décadas.
3) Defende que em vez de alarmismo, é melhor promover a res
O documento discute conceitos fundamentais sobre recursos hídricos no Brasil, incluindo: a água como recurso essencial para a vida que sofre com escassez e poluição; a importância da hidrologia para entender a ocorrência e circulação da água; e a definição de bacia hidrográfica e suas características principais.
Água esgotabilidade, responsabilidade e sustentabilidadepedagogicosjdelrei
O documento discute a escassez de água no Brasil e no mundo, devido ao desperdício e à poluição. Apesar de o Brasil ter grandes reservas de água doce, há um consumo insustentável que ameaça os recursos hídricos. É necessária uma mudança para assegurar a disponibilidade de água para as gerações futuras baseada na sustentabilidade e na responsabilidade ambiental.
Sustentabilidade ambiental refere-se à habilidade de sustentar recursos naturais e serviços como água, saneamento, clima e biodiversidade por um período de tempo. A sustentabilidade requer que empreendimentos sejam ecologicamente corretos, economicamente viáveis e socialmente justos. Garantir a sustentabilidade ambiental é crucial para a qualidade de vida humana.
1) O desenvolvimento e o meio ambiente são conceitos interligados e a preservação ambiental é essencial para um desenvolvimento sustentável.
2) A degradação ambiental ameaça os recursos naturais e o bem-estar das populações, comprometendo o desenvolvimento a longo prazo.
3) Políticas que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a participação das comunidades e a cooperação internacional são necessárias para conciliar desenvolvimento e preservação ambiental.
Este documento discute a relação entre o homem e a natureza e a importância da sustentabilidade. Aborda os três pilares da sustentabilidade: social, econômica e ambiental. Também descreve as consequências de uma relação não sustentável com a natureza e conclui enfatizando a necessidade de equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a preservação ambiental.
Questões ambientais e desenvolvimento sustentávelJosé Nascimento
O documento discute os impactos ambientais causados pela Revolução Industrial e pelo aumento do consumo. A natureza passou a ser vista como fonte de recursos ilimitados, intensificando a extração e causando problemas como poluição e falta de saneamento. Conferências como Estocolmo e Rio propuseram o desenvolvimento sustentável, visando preservar o meio ambiente para as gerações futuras e reduzir a pobreza.
1. O documento analisa a problemática ambiental urbana resultante da ocupação irregular das margens do Riacho Doce na cidade de Lajedo, PE.
2. A ocupação irregular levou à poluição, assoreamento e perda de vegetação no rio, comprometendo a qualidade de vida dos moradores e aumentando os riscos ambientais como enchentes e doenças.
3. O objetivo é identificar como o uso e ocupação do solo ao longo do rio afetam a qualidade de vida na cidade.
Este documento apresenta o "Índice de Desempenho Ambiental" como uma ferramenta para avaliar o desempenho ambiental de municípios. O objetivo é permitir a comparação de dados ambientais entre municípios para apoiar a gestão pública e promover a transparência das ações relacionadas ao meio ambiente e qualidade de vida. O índice consolida informações relevantes sobre meio ambiente e qualidade de vida no âmbito municipal.
1) A globalização e o crescimento populacional e de consumo exacerbados levaram a problemas ambientais como escassez hídrica e ameaça à biodiversidade no século XXI.
2) A agricultura é responsável pela maior parte da extração de água doce globalmente, enquanto famílias nos EUA consomem muito mais água per capita do que na África.
3) Ações humanas como desmatamento levam a taxas crescentes de extinção de espécies animais.
O documento fornece instruções sobre como responder a um teste com 100 itens, marcando "C" para certo ou "E" para errado em uma folha de respostas. O texto também instrui que a falta de marcação ou marcação em ambos os campos não será penalizada.
O documento discute os impactos e riscos da exploração de gás de xisto no Brasil, incluindo impactos hídricos, atmosféricos, ecológicos e riscos à saúde humana. Também aborda as perspectivas para a exploração no Brasil e as considerações sobre regulamentação para mitigar os riscos.
O documento descreve um estudo realizado em uma loja de lavagem de veículos no Brasil para avaliar o uso de água e propor soluções de reuso. O estudo observou que grande quantidade de água potável era usada e poderia ser reaproveitada. Foram propostas soluções como um sistema de tratamento de água e coleta de água da chuva para reduzir impactos ambientais e custos para a empresa.
I) A humanidade faz parte de um universo em evolução e depende de uma Terra saudável para sua sobrevivência; II) A proteção do meio ambiente é um dever para assegurar a vitalidade da Terra e o bem-estar das gerações futuras.
Palestra apresentada por ocasião da V Feira de Ciências integrada Liceu-Católica que ocorreu durante a 11a edição da Semana nacional de Ciência e Tecnologia - SNCT 2014 – POLO UNICAP
Tema: Ciência e tecnologia para o desenvolvimento social
Pesquisa Jornalismo e Mudanças Climáticas - ANDIErika Zuza
1. O documento apresenta os resultados preliminares de uma pesquisa sobre a cobertura das mudanças climáticas na imprensa brasileira entre 2005 e 2007.
2. O debate sobre mudanças climáticas ganhou mais espaço nos jornais brasileiros a partir do último trimestre de 2006, coincidindo com eventos internacionais sobre o tema.
3. A pesquisa analisou quase 1.000 textos sobre mudanças climáticas e meio ambiente de 50 jornais brasileiros, mapeando os principais temas, enquadramentos
O documento discute mudanças climáticas globais, explicando que é uma alteração rápida nas condições atmosféricas de uma região, diferindo de clima que é duradouro e tempo que é momentâneo. Detalha os fatores responsáveis como o efeito estufa que intensifica o aquecimento global, ameaçando o planeta com consequências como o aumento de temperatura.
O documento discute o problema da chuva ácida, suas causas e impactos. Ele explica que os gases liberados por indústrias e veículos reagem com a água formando ácidos que poluem o solo, água e vegetação, prejudicando a saúde humana e do meio ambiente. Também apresenta possíveis soluções como uso de fontes de energia mais limpas e conservação de energia.
Este documento discute os efeitos das mudanças climáticas na agricultura. Ele define termos-chave como agricultura, clima e mudanças climáticas. Explora as causas naturais e humanas das mudanças climáticas, bem como suas características e efeitos na agricultura, incluindo problemas fitossanitários e vulnerabilidade. Também aborda como a agricultura contribui para o efeito estufa.
O documento discute as mudanças climáticas, suas causas naturais e humanas, e os impactos ambientais e sociais do desmatamento. As principais causas humanas incluem a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, que liberam gases de efeito estufa. O desmatamento causa danos ambientais como incêndios florestais e prejudica as pessoas afetadas por desastres relacionados ao clima.
A crônica jornalística é um gênero que aborda temas do cotidiano de forma espontânea e dialoga com o leitor. Ela é produzida por jornalistas e publicada em jornais e revistas, representando a voz moderna. A crônica discute diversos assuntos como cinema, saúde, educação e política de forma crítica.
Este documento analisa um livro que discute uma visão holística da educação. O autor apresenta três paradigmas históricos (teocêntrico, antropocêntrico e ecocêntrico) e define o paradigma holístico. Ele também delineia os fundamentos, princípios e valores de uma abordagem holística da educação, incluindo o desenvolvimento integral do aluno.
Governança climática nas cidades: reduzindo vulnerabilidades e aumentando res...Rafael Martins
O documento discute a governança climática em cidades e o papel dos governos locais na adaptação às mudanças climáticas. Primeiro, explora como a governança climática ocorre em diferentes níveis, do global ao local. Em seguida, analisa como governos locais podem implementar ações de adaptação e como fatores como vulnerabilidade e resiliência influenciam esses esforços. Por fim, discute três grupos de fatores que apoiam ou limitam as ações de adaptação dos governos locais.
Esta publicação foi elaborada para contribuir com a discussão sobre a necessidade de o Brasil adotar políticas e programas, tanto de ordem pública quanto privada, para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. A intenção é mostrar o estado da ciência nessa matéria e traçar o cenário das negociações internacionais a fim de estimular as diferentes lideranças sociais a assumirem o desafio do combate às mudanças climáticas e realizarem ações contundentes e urgentes de combate às causas e aos efeitos desse grave fenômeno que afeta o planeta e a humanidade.
Livro Alterações Climáticas,Media e Cidadãos.pdfJoão Soares
1. O documento apresenta um livro sobre as alterações climáticas, os media e os cidadãos. Abrange os discursos de vários atores sociais, a cobertura mediática da questão e as representações dos cidadãos.
2. O capítulo introdutório descreve as causas antropogénicas das alterações climáticas e seus potenciais impactos globais, como aumento da temperatura, eventos climáticos extremos, degelo polar e subida do nível do mar.
3. Portugal tem uma vulnerabilidade relativamente elevada devido à sua localização
O documento discute o aquecimento global e seus impactos desiguais entre países ricos e pobres. Também menciona que as atividades humanas desde a revolução industrial contribuem para o aquecimento global através da emissão de gases de efeito estufa. Financiamento para adaptação às mudanças climáticas em países pobres deve ser prioridade nas conferências sobre o clima.
O documento discute os problemas da poluição ambiental nas grandes metrópoles. Apresenta um panorama histórico das discussões sobre mudanças climáticas e aquecimento global e seus impactos no desenvolvimento humano. Também descreve os problemas específicos da poluição em São Paulo, como altos índices de emissão de gases poluentes e falta de infraestrutura para tratamento de esgoto e lixo. Finalmente, discute algumas medidas implementadas, como o Proconve, mas aponta que mais ações ainda são necessárias para enfrentar os problemas ambientais.
O documento discute os impactos ambientais e sociais da gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos no Brasil e aponta caminhos para um manejo mais sustentável com inclusão social. A gestão inadequada gera emissão de gases do efeito estufa e contaminação do solo, água e ar, afetando a saúde humana. É necessário reduzir a produção por meio da redução, reutilização e reciclagem, reconhecendo o papel dos catadores e garantindo políticas que tornem sua atividade mais dign
Um modelo integrado de desenvolvimento sustentável às escalas global e urbanaNuno Quental
1. O documento discute um modelo integrado de desenvolvimento sustentável às escalas global e urbana.
2. Aborda os impactos ambientais da urbanização crescente e da dispersão urbana.
3. Apresenta teorias sobre desenvolvimento sustentável como a teoria da panarquia, que enfatiza a capacidade adaptativa da sociedade ao longo do tempo.
1) O documento discute os resultados da conferência Rio+20 sobre sustentabilidade realizada em 2012.
2) A autora argumenta que, embora existam esforços pontuais para a sustentabilidade, as ações são muitas vezes ineficazes e os interesses entre nações não são convergentes, dificultando um consenso.
3) A autora também analisa conferências anteriores desde 1972 e afirma que, embora tenham estabelecido princípios, os objetivos de sustentabilidade ainda não foram totalmente atendidos.
O documento discute a educação ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade global no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas no Brasil. Ele destaca que o Brasil possui instrumentos legais como políticas e planos ambientais, de mudanças climáticas e educação, mas falta mecanismos de articulação entre eles. O modelo de educação ambiental proposto enfatiza características como emancipatória, transformadora e participativa.
1) O documento discute as mudanças climáticas no contexto das transformações socioambientais ocorridas com a modernização e o crescimento das cidades e do capitalismo. 2) É analisado o tratamento do tema pelos meios de comunicação no Brasil e como as mudanças climáticas se tornaram um valor-notícia. 3) São apresentadas perspectivas científicas sobre as causas naturais e antrópicas das mudanças climáticas e seus impactos.
Devido à falta de chuva em grandes volumes, como esperado, para manter os reservatórios abastecidos, há uma crise hídrica em São Paulo, que independente dos investimentos feitos por empresas e principalmente pelo governo, não será tão rápida a solução desse problema. Para controlar o consumo da população foi estipulado metas de consumo, onde, quem atingir a meta, recebe descontos na conta de água que variam de 20% a 30%, como também a aplicação de multas para aqueles que ultrapassam as metas estipuladas. Isso mostra claramente os impactos ambientais, que o planeta vem sofrendo. Nesse contexto a solução encontrada por muitos foi fazer a captação de água de chuva para limpeza de quintais, pátios, lavagem de carros e uso em descargas de banheiros, assim, diminuindo o consumo de água potável e ganhando desconto na conta. Após uma pesquisa bibliográfica um estudo de caso, apresentou resultados eficientes e eficazes, pois tem implantação de baixo custo, considerável retorno ambiental e econômico, com isso, além de o investimento retornar em curto prazo, atende-se imediatamente as necessidades sustentáveis.
Este artigo discute os impactos socioambientais dos resíduos sólidos urbanos no Brasil e perspectivas de manejo sustentável com inclusão social. A gestão inadequada dos resíduos gera impactos no meio ambiente e na saúde e contribui para as mudanças climáticas. É essencial reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos produzidos. Os catadores desempenham papel importante, mas é necessário assegurar condições dignas e renda para sua atividade.
Este artigo discute os impactos ambientais e na saúde causados pela gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos no Brasil e apresenta perspectivas de manejo sustentável com inclusão social. A produção de resíduos sólidos vem crescendo rapidamente, mas boa parte ainda não tem destinação adequada, poluindo o solo, a água e o ar. Além disso, os resíduos contribuem para as mudanças climáticas por emitirem gás metano. É necessário reduzir, reutilizar e recic
Este documento discute a avaliação de impacto ambiental e a sustentabilidade. Apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável e discute suas dimensões ambiental, econômica e social. Também define avaliação de impacto ambiental e seu papel na prevenção de danos ambientais.
O documento discute o conceito de desenvolvimento sustentável, começando com seu surgimento a partir de estudos da ONU sobre mudanças climáticas na década de 1970. Ele resume o relatório Brundtland de 1987, que definiu desenvolvimento sustentável como "atender as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades". Também discute outros documentos importantes como a Agenda 21 e a Carta da Terra, que trataram da necessidade de equilíbrio entre desenvolvimento econômico, social e
O projeto UFBA Ecológica visa promover a conscientização ecológica na comunidade universitária e além através de atividades de racionalização de recursos, mapeamento de projetos de pesquisa relacionados e eventos educativos sobre sustentabilidade ambiental.
O documento discute os resultados da conferência Rio+20 sobre sustentabilidade em 2012. Apresenta uma cronologia de conferências sobre meio ambiente desde 1972, notando que os objetivos ainda não foram totalmente alcançados devido a interesses divergentes entre países. Também analisa desafios como pobreza, mudanças climáticas e a atribuição de responsabilidade pelo estado do planeta.
Indicadores e políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas: vulnera...Ricardo Ojima
Este documento discute a importância de se desenvolver indicadores de adaptação às mudanças climáticas que incorporem múltiplas escalas de produção e distribuição de riscos, assim como as heterogeneidades demográficas e espaciais. Indicadores com maior capacidade de desagregação são necessários para identificar com precisão grupos e locais vulneráveis e direcionar políticas públicas de forma eficiente.
COP 15: a discussao internacional sobre as mudancas climaticas e a governanca...nataschatrennepohl
O documento discute a participação crescente da sociedade civil e do setor privado nas discussões sobre mudanças climáticas no Brasil. ONGs, empresas e bancos têm se envolvido ativamente no debate, apresentando propostas e cobrando liderança do governo nas negociações da COP15. O mercado de carbono também tem crescido no país, à medida que mais empresas realizam inventários de emissões.
Semelhante a Uma revisão crítica sobre cidades e mudança climática: vinho velho em garrafa nova ou um novo paradigma de ação para a governança local? (20)
Insights on Theory of Change in Green Climate Fund projectsRafael Martins
A brief introduction to the Theory of Change approach
▪ How are Theories of Change and Logical Frameworks
different?
▪ 7 steps to prepare a Theory of Change
▪ Theory of Change in GCF projects
When not every response to climate change is a good one: Identifying principl...Rafael Martins
This review article discusses the concept of sustainable adaptation to climate change. It identifies four principles to guide responses to climate change: 1) recognize the context for vulnerability, including multiple stressors, 2) acknowledge that differing values and interests affect adaptation outcomes, 3) integrate local knowledge into adaptation responses, and 4) consider potential feedbacks between local and global processes. The principles argue that fundamental societal transformations are needed to achieve sustainable development and avoid maladaptive responses to climate change. Case studies from diverse contexts illustrate how attention to these principles can help achieve socially just and environmentally sound adaptation.
Desafios para a Pesquisa sobre as Dimensões Humanas das Mudanças Ambientais G...Rafael Martins
1) O documento discute os desafios para a pesquisa sobre as dimensões humanas das mudanças ambientais globais na América Latina.
2) A pesquisa ambiental nas ciências sociais latino-americanas tem crescido nas últimas décadas, porém ainda é tímida e incipiente quando comparada a outros países.
3) O texto analisa a produção científica sobre o tema na região e identifica barreiras e potenciais para o desenvolvimento da pesquisa sobre as dimensões humanas das mudanças ambientais globais na
Climate Change Action at the City Level: Tales from Two Global Cities in BrazilRafael Martins
This document analyzes climate change action in two Brazilian megacities, Sao Paulo and Rio de Janeiro. It discusses how these cities are responding to climate change through policy strategies and instruments. Participation in transnational municipal networks has been important for supporting climate change actions in both cities, with attention given to mitigation of greenhouse gas emissions. However, there is a lack of comprehensive adaptation measures. Climate change actions rely on multiple public and private actors across sectors and levels of governance, which poses challenges due to differing interests and capacities.
A gestão do desenvolvimento local no Brasil: (des)articulação de atores, inst...Rafael Martins
1. O artigo apresenta uma análise comparada de experiências de desenvolvimento local no Brasil, analisando aspectos socioeconômicos.
2. Foram estudadas experiências de associações rurais, polos industriais, consórcios intermunicipais e bancos comunitários nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país.
3. O artigo discute a gestão do desenvolvimento local no Brasil e questões relacionadas à produção, distribuição e acumulação de riqueza geradas localmente.
Assessing the Research on Human Dimensions of Global Environmental Change in ...Rafael Martins
This document provides an overview of research on the human dimensions of global environmental change in Latin America. It discusses how such research initially focused on identifying environmental components within unequal societies but later expanded to include topics like biodiversity, ecosystems, and environmental protection. Key organizations supporting this research area internationally include the International Geosphere-Biosphere Programme, World Climate Research Programme, and Intergovernmental Panel on Climate Change. The document analyzes the state of this research field in Latin America, particularly Brazil, and argues that while an emerging body of literature exists, greater involvement from Latin American social scientists is still needed.
The research on human dimensions of global environmental change in Latin AmericaRafael Martins
This document summarizes research on the human dimensions of global environmental change (HDGEC) in Latin America. It finds that while the field is emerging, involvement from Latin American social sciences remains limited and fragmented. Key factors that could help increase participation include international collaboration, research programs, and funding. The document calls for greater involvement from social sciences to better understand human-environment interactions related to issues like climate change, land use, and sustainability.
Uma Analise De Experiencias de Desenvolvimento LocalRafael Martins
Este documento analisa seis experiências de desenvolvimento econômico local no Brasil, comparando seus modelos e resultados. As experiências incluem associações rurais, pólos industriais e bancos comunitários, representando diferentes regiões do país. O documento explora se essas iniciativas seguem abordagens tradicionais ou contra-hegemônicas de desenvolvimento local.
Visões do Desenvolvimento Econômico Local a partir do BrasilRafael Martins
1) O documento analisa seis experiências de desenvolvimento econômico local no Brasil, cobrindo as regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
2) As experiências incluem associações de apicultores, pólos moveleiros, um complexo couro-calçadista, mini-distritos industriais e de serviços, e um banco comunitário.
3) Os autores discutem diferentes visões teóricas de desenvolvimento local e analisam os resultados econômicos e inserção em redes sociais de cada experiência.
What would be the three key preconditions for jumpstarting or scaling up the ...Rafael Martins
This document discusses key preconditions for transferring environmentally sound technologies for climate change to developing countries. Multiple experts provide their views on what the most important preconditions are. Their responses commonly emphasize that the technologies must benefit local communities, include capacity building and knowledge transfer, consider the local context, and have sustainable funding mechanisms. Local participation, adapting technologies to the local environment and needs, education and training programs, and public-private partnerships are also frequently cited as important preconditions.
Participación ciudadana, articulación de actores y desarrollo local: Un análi...Rafael Martins
El artículo describe el Programa de Planeación y Presupuesto Participativo implementado en Medellín, el cual permite a la población priorizar sus inversiones a través de la participación ciudadana. Este programa busca incluir socialmente a las oportunidades de desarrollo a la población marginada históricamente de la generación de riqueza. El presupuesto participativo y otras estrategias como el empresarismo social han contribuido a la transformación de Medellín en una ciudad más educada e inclusiva.
Visões do Desenvolvimento Local: uma análise comparada de experiências brasil...Rafael Martins
O documento analisa seis experiências brasileiras de desenvolvimento local comparando suas abordagens: a associação de apicultores de Simplício Mendes-PI, os polos moveleiros de Votuporanga-SP e RS, o complexo couro-calçadista do RS, os minidistritos industriais de São José do Rio Preto-SP e o Banco de Palmas de Fortaleza-CE. O artigo busca discutir se essas experiências reproduzem a lógica capitalista ou representam tentativas contra-hegemônicas.
Estudo da Continuidade dos Projetos Educacionais do Município de IcapuíRafael Martins
O documento descreve o estudo da continuidade dos projetos educacionais do município de Icapuí no Ceará. Ele discute a história da emancipação política de Icapuí, as quatro gestões municipais entre 1986-2000, e os projetos implementados para universalizar o ensino e melhorar a educação local, especialmente o Programa Municipal de Universalização do Ensino lançado na primeira gestão.
Comércio Justo, Saberes Locais e Articulação de Atores: Lições do Projeto Art...Rafael Martins
Este documento discute o Projeto Arte Baniwa, uma iniciativa de comércio justo envolvendo organizações indígenas e não-governamentais. O projeto promove a produção e venda da cestaria tradicional Baniwa de forma sustentável, gerando renda para as comunidades. O documento analisa a articulação entre os atores envolvidos e as lições aprendidas sobre o potencial e desafios do desenvolvimento do comércio justo no Brasil.
Comércio Justo, Saberes Locais e Articulação de Atores: Lições do Projeto Art...
Uma revisão crítica sobre cidades e mudança climática: vinho velho em garrafa nova ou um novo paradigma de ação para a governança local?
1. issn
0034-7612
Uma revisão crítica sobre cidades e mudança
climática: vinho velho em garrafa nova ou um novo
paradigma de ação para a governança local?*
rafael d’almeida Martins**
Leila da Costa Ferreira***
S u m á r i o : 1. Introdução; 2. Mudança climática e a ordem internacional do clima; 3.
Mitigação e adaptação; 4. Governança local e mudança climática; 5. Urbanização,
vulnerabilidade e risco: impactos da mudança climática em cidades brasileiras; 6.
Vinho velho em garrafa nova? Oportunidades para repensar a governança local; 7.
Considerações finais.
S u m m a ry : 1. Introduction; 2. Climate change and international climate policy; 3.
Mitigation and adaptation; 4. Local governance and climate change; 5. Urbanization,
vulnerability and risk: climate change impacts in Brazilian cities; 6. Old wine in new
bottles? Opportunities to rethink local governance; 7. Final considerations.
P a l av r a S - c h av e : mudança climática; cidades; governança local; adaptação; mi-
tigação.
Key wordS: climate change; cities; local governance; adaptation; mitigation.
* Artigo recebido em jan. 2010 e aceito em fev. 2011. Os autores agradecem o apoio financeiro
da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O primeiro autor agradece a hospitalidade do
Departamento de Análise de Políticas Ambientais (EPA), Instituto de Estudos Ambientais (IVM),
Universidade Livre de Amsterdã, Holanda, onde parte desta pesquisa foi realizada. Comentários
recebidos de avaliadores anônimos contribuíram para a qualidade final do manuscrito.
** Doutorando em ambiente e sociedade pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam)
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Graduado em administração pública pela
Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/Eaesp).
Coordenador de Rede de Pesquisadores vinculados ao Earth System Governance Project (ESG).
Bolsista Capes. Endereço: Rua dos Flamboyants, 155 — Cidade Universitária Zeferino Vaz — CEP
13084-867, Campinas, SP, Brasil. E-mail: rdamartins@gmail.com.
*** Professora titular do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e do Nepam da Unicamp.
Coordenadora do doutorado em ambiente e sociedade (Nepam/Unicamp). Professora vinculada
ao ESG. Endereço: Rua dos Flamboyants, 155 — Cidade Universitária Zeferino Vaz — CEP 13084-
867, Campinas, SP, Brasil. E-mail: leilacf@unicamp.br.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
2. 612 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
A mudança climática e o aquecimento global passaram, em curto espaço de tempo,
para o centro do debate público como o maior desafio do século XXI. Este artigo
busca apresentar uma revisão crítica sobre a temática das cidades e a mudança cli-
mática baseando-se numa análise da literatura internacional e nacional disponível.
Ressalta-se que os impactos da mudança climática são esperados em áreas urbanas
afetando vários setores do cotidiano das cidades. A evidência empírica mostra que
governos locais são fundamentais para implementar políticas públicas relativas à
mudança climática. De forma geral, a resposta dada por esses governos concentra-
se em ações de mitigação e adaptação. Buscou-se, neste sentido, compreender os
processos de urbanização e industrialização como forma de entender a condição e
as origens da vulnerabilidade socioambiental urbana no Brasil, bem como alertar
para os enormes déficits socioeconômicos e ambientais das cidades brasileiras que
tornam políticas públicas e respostas mais urgentes e complicadas. Assim, não se
trata de vinho velho em garrafa nova, mas sim da oportunidade não só de corrigir
erros do passado, como também transformar as cidades brasileiras para o futuro de
forma mais sustentável e justa. Para isso torna-se necessário um maior envolvimento
dos estudos em administração pública e gestão local nessa discussão.
A critical review on cities and climate change: old wine in new bottle or a new
paradigm for local governance action?
Climate change and global warming have become the center of public debate as the
biggest challenge of the century XXI in a short period of time. This paper aims to pre-
sent a critical review on the subject of cities and climate change based on an analysis
of national and international literature available. It is emphasized that the impacts
of climate change are expected in urban areas affecting several sectors of urban life.
Empirical evidence shows that local governments are essential to implement policies
related to climate change. Overall, the response of cities focuses on mitigation and
adaptation. The paper tried to understand the processes of urbanization and indus-
trialization as a way to realize the condition and the origins of urban environmental
vulnerability in Brazil, and to alert the large socioeconomic deficits and environmental
impacts of Brazilian cities that make policies and responses more urgent and more
complicated. Thus, it is not old wine in new bottle, but the opportunity not only to
correct past mistakes, but also transform the Brazilian cities for the future in a more
sustainable and just manner. For this to happen it is necessary to involve studies in
public administration and local governance in these discussions.
1. Introdução
A mudança climática e o aquecimento global passaram, em curto espaço de
tempo, para o centro do debate público como o maior desafio do século XXI,
tendo atualmente presença diária na mídia nacional e internacional (Giddens,
2008, 2009). Apesar de parte considerável da comunidade científica dedi-
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
3. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 613
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
cada ao tema, formada em sua grande maioria por cientistas naturais, vir
expressando sua preocupação com as mudanças ambientais globais há várias
décadas, tem sido difícil para governos em seus diferentes níveis encarar o
assunto com a devida seriedade, dados a complexidade do problema, o caráter
abstrato e incerto de muitas dessas mudanças, além da proporção de transfor-
mações necessárias em padrões de produção, consumo e comportamento para
seu enfrentamento (Metz et al., 2007; Ojima, 2009).
Todavia, a contundência dos dados apresentados no Quarto Relatório
Síntese do Painel Intergovernamental para a Mudança do Clima (IPCC em
inglês), que confirmaram a provável contribuição da atividade humana para
o aquecimento global (Solomon et al., 2007), somado a esforços diversos in-
cluindo o filme Uma verdade inconveniente promovido por Al Gore (direção
de Davis Guggenheim, 2006), contribuiu para elevar a consciência pública
sobre os perigos prováveis das mudanças ambientais globais (Hogan, 2009;
Marandola Jr., 2009).
Apesar das incertezas que ainda permanecem em relação às reais con-
sequências do aquecimento (Ribeiro, 2008), o tema da mudança climática é
normalmente concebido como um problema de “bem comum” global, tratado
no âmbito das negociações internacionais entre países (Okereke, Bulkeley e
Schroeder, 2009; Pinto e Puppim de Oliveira, 2008; Bulkeley e Betsill, 2003).
Contudo, grande parte das atividades humanas que contribuem com o aqueci-
mento global e a consequente mudança do clima é de processos locais, oriun-
da da emissão acentuada de gases de efeito estufa1 (GEE) em atividades varia-
das que vão desde a produção e queima de combustíveis fósseis (e.g., geração
de energia elétrica e transporte), passando por florestas (e.g., desmatamento
e produção de madeira), agricultura (e.g., rebanhos animais e uso de fertili-
zantes) e eliminação de resíduos sólidos (e.g., aterros sanitários e incineração)
até a destruição da camada de ozônio por meio da emissão de CFCs (Wilbanks
e Kates, 1999).
Mudança climática global também está associada a significativos riscos
para a sociedade e a natureza, uma vez que estão previstas frequências maiores
1
O efeito estufa é um fenômeno natural e fundamental para a sobrevivência das espécies no
planeta. Sua intensificação, devido à ação humana, é que está em discussão. O Protocolo de
Kyoto estabelece sete GEEs cujas emissões devem ser reduzidas: CO2 (dióxido de carbono), N2O
(óxido nitroso), CH4 (metano), CFCs (clorofluorcarbonetos), HFCs (hidrofluorcarbonetos), PFCs
(perfluorcarbonetos) e SF6 (hexafluoreto de enxofre). Entre os GEEs que estão aumentando de
concentração, os mais importantes são: CO2, CH4 e N2O. Para detalhes sobre o aquecimento global
e a ciência do clima, ver Solomon e colaboradores (2007).
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
4. 614 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
de ondas de calor em áreas urbanas, piora da qualidade do ar e aumento de áre-
as de risco decorrentes de chuvas mais intensas e frequentes em regiões tropi-
cais que poderão levar a escorregamentos de encostas e alagamentos (Wilbanks
et al., 2007; Bicknell, Dodman e Satterthwaite, 2009; Ribeiro, 2008).
Em sua dimensão humana, grande parte desses riscos está associada
a déficits de desenvolvimento socioeconômico e muitas vezes são resultados
da incapacidade de governos locais em garantir infraestrutura básica, equi-
pamentos públicos adequados e medidas de prevenção ao risco e resposta
a desastres. Estudos recentes indicam que boa parte da população mundial
residente em países em desenvolvimento e, consequentemente, seus governos
locais apresentam baixa capacidade para lidar com perigos ambientais,2 in-
cluindo a baixa capacidade adaptativa para variabilidade climática e mudança
do clima (Bartlett et al., 2009; Satterthwaite, 2008; Tanner et al., 2008; Sat-
terthwaite et al., 2007; Wilbanks et al., 2007).
De maneira geral, as duas formas de resposta societal comumente pro-
postas para reduzir esses riscos são, respectivamente, mitigação e adaptação.
No contexto dessas alterações climáticas, mitigação refere-se a limitar a mu-
dança climática reduzindo as emissões de GEE. Adaptação, por sua vez, refe-
re-se a ações focalizadas a um determinado sistema vulnerável (podendo ser
um setor da economia, uma atividade agrícola, um bairro, uma cidade, uma
região) como forma de atenuar os impactos e reduzir danos causados por estí-
mulos climáticos correntes ou futuros (Intergovernmental..., 2001).
Nessa discussão, cidades e centros urbanos aparecem como espaços
fundamentais para a compreensão do problema. Estimativas recentes indi-
cam que, desde 2008, mais da metade da população mundial reside em áreas
urbanas (United..., 2007). Ao mesmo tempo, grandes centros urbanos são im-
portantes emissores de GEE e motores das economias nacionais e mundial
por conta de indústrias, infraestruturas e contingentes populacionais que eles
concentram (Wilbanks et al., 2007; Satterthwaite et al., 2007; Lankao, 2007a;
Satterthwaite, 2008; Dodman, 2009). Assim, é praticamente impossível con-
ceber qualquer resposta mitigadora ou ação adaptativa sem enfrentar a dis-
cussão sobre cidades, urbanização e governança local.
Entretanto, contrariamente ao que poderia se imaginar, não existe uma
literatura abundante e consolidada sobre cidades e mudança climática (Sat-
2
O original em inglês environmental hazard é comumente traduzido para o português como
perigo ambiental. Para uma revisão do conceito, sua tradição epistemológica e utilização, ver
Marandola Jr. e Hogan (2004).
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
5. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 615
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
terthwaite et al., 2009). Estudos dessa natureza enfocando centros urbanos
em países em desenvolvimento, que atualmente concentram as maiores taxas
de crescimento econômico e populacional, são ainda mais escassos. No Brasil
e na América Latina essa realidade também não é diferente (Costa, 2009). So-
mente nos últimos anos verifica-se um incremento nas atividades de pesquisa
e reflexão neste campo (Hogan, 2009, 2007; Hogan e Tolmasquim, 2001;
Martins e Ferreira, 2009; 2010), porém com um aparente silêncio dos estudos
em administração pública preocupados com a gestão local e municipal, salvo
poucas exceções (i.e., Puppim de Oliveira, 2009).
Assim colocado, os objetivos deste artigo desdobram-se em quatro. Pri-
meiro, fazer uma revisão crítica da literatura sobre mudança climática com
foco em áreas urbanas, incluindo a ordem ambiental internacional (Ribeiro,
2001) e os conceitos de mitigação e adaptação, ressaltando suas questões po-
líticas e científicas mais relevantes, além de seus desafios de implementação.
Segundo, buscar uma aproximação entre medidas de mitigação e adaptação
com algumas ações de governança local. Terceiro, discutir os prováveis im-
pactos da mudança climática em áreas urbanas e o desafio da adaptação à luz
da realidade das cidades brasileiras e seu processo de urbanização. E, quarto,
chamar a atenção para a necessidade de maior envolvimento dos estudos em
administração pública e gestão local na pesquisa sobre governança climática
urbana e sua interface com demais políticas públicas nos níveis local, nacional
e internacional.
Em termos metodológicos, foi feita uma revisão da literatura internacio-
nal e nacional disponível sobre cidades e mudança climática. Também foram
analisados cerca de 40 estudos de caso de cidades localizadas na Europa, Esta-
dos Unidos, Austrália e Canadá, além de duas cidades na África do Sul e algu-
mas megacidades na América Latina e Ásia. Buscou-se por meio dessa análise
compreender como se deu o envolvimento dessas cidades e de seus respecti-
vos governos locais em ações de mitigação e adaptação à mudança climática.
Também foram revisados os dois últimos relatórios síntese do IPCC, com es-
pecial atenção ao Grupo de Trabalho II, responsável por impactos, adaptação
e vulnerabilidade como forma de identificar prováveis impactos das mudanças
climáticas em cidades brasileiras (Parry et al., 2007).
Apesar de muitas das medidas tanto de mitigação quanto de adaptação
não serem necessariamente novas, e muitas vezes já estarem em curso, procu-
ra-se mostrar neste artigo que a necessidade dessas ações é caracterizada por
desafios e oportunidades sem precedentes. Assim, presenciamos não somente
o aparecimento de novos riscos urbanos, mas também de novas questões éti-
cas e, sobretudo, oportunidades para ação.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
6. 616 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
Na primeira parte do artigo, após a introdução, discute-se a ordem am-
biental internacional com foco em mudança climática, seguida pela apresen-
tação das ideias de mitigação e adaptação e de uma aproximação entre essas
medidas e aspectos referentes à governança local. No final discutimos o pro-
cesso de urbanização e o contexto das várias vulnerabilidades do Brasil ur-
bano, além dos novos desafios e oportunidades que estão colocados. Por fim,
apresentam-se as considerações finais.
2. Mudança climática e a ordem internacional do clima
Apesar da polêmica em torno das causas do aquecimento global, o último
relatório síntese do IPCC deixa clara a contribuição antropogênica e a influ-
ência humana na mudança climática (Solomon et al., 2007), uma vez que as
mudanças observadas são pouco prováveis de serem decorrentes da própria
variabilidade climática (Marengo, 2006).3 Os últimos dados alertam, sobretu-
do, para a velocidade dessas mudanças que estão em curso e seus impactos
sobre o planeta como o derretimento das geleiras nos polos e o aumento con-
siderável do nível do mar em apenas um século. Assim, mesmo com uma drás-
tica redução das emissões de GEE no curto e médio prazos (o que é bastante
improvável), os efeitos do aquecimento global serão sentidos ainda por muitas
décadas, dado o estoque desses gases na atmosfera por conta do acúmulo de
emissões passadas (Solomon et al., 2007; Ribeiro, 2008).
Nessas condições, torna-se necessário adotar o princípio da precaução4
e levar adiante o imperativo da adaptação, aqui entendido como medidas que
visam proteger a população dos impactos da mudança climática e da variabi-
lidade natural do clima (Ribeiro, 2008). Ao mesmo tempo, devem-se reduzir
rapidamente os níveis de emissão de GEE, de forma a manter o aumento de
temperatura dentro de parâmetros considerados “seguros” pelos cientistas,
não ultrapassando limiares que tornam a mudança de sistemas socioecológi-
cos na Terra irreversível (Adger et al., 2009).
3
Neste contexto, a variabilidade (interna) climática é entendida em termos da capacidade de o
clima produzir variações de considerável magnitude em longo prazo sem forçamentos externos
(Marengo, 2006:26).
4
O Princípio da Precaução foi proposto formalmente na Conferência RIO 92 e trata-se de uma
garantia contra riscos potenciais que, de acordo com o estado atual da ciência e do conhecimento,
ainda não podem ser identificados.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
7. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 617
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
Neste sentido, a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do
Clima (UNFCCC em inglês), assinada na Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad), realizada no Rio de Janeiro em
1992, é um marco fundamental na direção de ações globais sobre o problema
do aquecimento global e da mudança climática. A Convenção-Quadro contou
com a adesão da maioria dos países industrializados, exceto os Estados Unidos,
que concordaram em manter estabilizadas suas emissões de GEE a partir do ano
2000, baseando-se nos níveis de 1990. Dada a insuficiência desta proposta, em
1997 foi elaborado o Protocolo de Quioto durante a IV Conferência das Partes
da Convenção-Quadro (COP-4). Firmado em 1999, o protocolo entrou em vigor
somente no início de 2005, logo após adesão da Rússia no final de 2004, sendo
ratificado por 55 países que, juntos, respondem por 55% das emissões de GEE. O
protocolo estabelece um calendário pelo qual os países industrializados, listados
no Anexo I do documento, têm a obrigação de reduzir suas emissões em, pelo
menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 durante o período de 2008-2012,
chamado de primeiro período de compromisso (Vargas e Rodrigues, 2009).
Esses dois mecanismos, Convenção-Quadro e Protocolo de Quioto, cons-
tituem o que pode ser chamada de ordem internacional do clima que visa en-
frentar o problema de forma articulada na escala global. Hoje, após a COP-15,
a comunidade internacional reconhece a necessidade de ir além do Protocolo
de Quioto, cujas metas, claramente insuficientes, não foram globalmente al-
cançadas tanto pelo descumprimento de boa parte dos países industrializados
quanto pelo aumento das emissões das economias emergentes que hoje são
responsáveis por mais da metade do total mundial, especialmente China, Ín-
dia e Brasil (Vargas e Rodrigues, 2009).
Todavia, vários autores ressaltam a necessidade de uma governança da
mudança climática que opere em vários níveis (multi-level), com ações, es-
tratégias, políticas públicas e programas nos níveis internacional, regional,
nacional e local (Bulkeley e Betsill, 2003, 2005; Storbjörk, 2007; Gupta, 2007;
Lundqvist e Biel, 2007). Dessa forma, pode-se dizer que grande parte da lite-
ratura sobre a dimensão política da mudança climática é marcada pela análise
do desenvolvimento e da implementação dessa ordem internacional do clima5
a partir de seus princípios, normas, regras e processos de decisão (Bulkeley e
Betsill, 2003; Okereke, Bulkeley e Schroeder, 2009). Porém, como a mudança
5
Para exemplos dessa literatura, ver Bodansky (1993); Rowlands (1995); Paterson (1996); Grubb
e Yamin (2001); Dessai e Schipper (2003); Biermann e Bauer (2004); Vogler (2005); Sterk e
Wittneben (2006), entre outros.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
8. 618 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
climática tem uma dimensão local importante, já que muitas das atividades
humanas que contribuem para o aquecimento global e as mudanças ambien-
tais globais, em geral, acontecem no nível local, torna-se necessário olhar para
as cidades e os municípios como arenas fundamentais, onde a governança
do clima está sendo exercida (Wilbanks e Kates, 1999; Satterthwaite, 2008;
Schroeder e Bulkeley, 2009). Esse reconhecimento tem levado a um crescente
interesse em pensar a mudança climática como um problema urbano, e o de-
bate sobre cidades e a mudança climática vêm recebendo cada vez mais aten-
ção na comunidade científica internacional (Bulkeley e Betsill, 2003; Bulkeley
e Kern, 2006; Lankao, 2007b; Betsill e Bulkeley, 2007; Dodman, 2009).
Figura
Ordem internacional do clima
Regime
inteRnaciOnal
atores não estatais Organizações estados-nação
(ngos, redes, fóruns intenacionais (governos nacionais,
etc.) (onu, banco Mundial,
ipCC, WMo, Fao) ue, g7, g20 etc. )
negoCiação e
CuMpriMento
atores não
estatais estados-nação
iMpLeMentação
indivíduos, instituições, organizações, setor privado
(estruturas societais, processos de tomada de decisão,
padrões de comportamento)
Fonte: o autor. baseado em bulkeley e betsill (2003).
Essa literatura aborda estudos de caso sobre medidas de mitigação
em cidades dos Estados Unidos, Europa e Austrália (Bulkeley, 2000; Betsill,
2001; Bulkeley e Betsill, 2003; Kousky e Schneider, 2003; Allman, Fleming e
Wallace, 2004; Davies, 2005; Lindseth, 2005; Bulkeley e Kern, 2006), embora
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
9. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 619
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
existam trabalhos importantes sobre Ásia, África do Sul e México (Bai, 2007;
Holgate, 2007; Lankao, 2007a). Recentemente, maior atenção também tem
sido dada a outros países em desenvolvimento (Alam e Rabbani, 2007; Huq
et al., 2007; Satterthwaite, 2008). A tendência dessa produção científica e
intelectual é mostrar o percurso de cidades pioneiras na temática da mudança
climática, por meio da descrição e da análise de seu papel de liderança políti-
co-institucional em termos regionais e internacionais.
Segundo Betsill e Bulkeley (2007), a conclusão das negociações do Pro-
tocolo de Quioto foi um marco importante, pois consolidou um crescente mo-
vimento de governos subnacionais (cidades, municípios, agências estaduais e
municipais) trabalhando para colocar o tema da mudança climática na agenda
política local. Desde então, um número expressivo de cidades ao redor do mun-
do vem desenvolvendo estratégias próprias, descentralizadas, para lidar com o
problema. Algumas cidades, inclusive, veem na mudança do clima uma oportu-
nidade para promover novos padrões de urbanização que sejam mais sustentá-
veis, com maior respeito às dinâmicas socioambientais (Lankao, 2007a).
Para Schroeder e Bulkeley (2009), o desenvolvimento de uma aborda-
gem local e urbana para mitigação e adaptação à mudança climática está in-
trinsecamente relacionado ao aparecimento de redes de cidades e municípios
nos níveis nacional, regional e transnacional. De forma pioneira, vários gover-
nos subnacionais da América do Norte e da Europa juntaram-se no final dos
anos 1980 e começo dos anos 1990 para, no início, adotar metas voluntárias
de corte de emissão de GEE, bem como estabelecer fóruns de troca de ideias,
estratégias e experiências sobre alternativas de combate ao aquecimento glo-
bal. Os exemplos mais significativos dessas redes são Cities for Climate Protec-
tion (CCP), uma iniciativa do International Council for Local Environmental
Initiatives (Iclei), Climate Alliance e Energie-Cités.
Ultimamente, com a dificuldade de acordar metas mais agressivas de
corte de emissão no nível internacional, somadas à velocidade e intensidade
das várias mudanças ambientais globais observadas pelos cientistas, o con-
senso sobre a necessidade de políticas de adaptação nos diferentes níveis vem
crescendo como forma de reduzir a vulnerabilidade da população e aumentar
a resiliência da infraestrutura urbana. Alber e Kern (2008) ressaltam que mui-
tas dessas redes de cidades, que por vários anos concentraram seus esforços
na mitigação das emissões dos GEE, aumentaram o alcance de sua atuação
nos últimos anos também para as medidas de adaptação como o grupo de
trabalho Global Warming — Local Warning da Eurocities; iniciativa A” por
parte da The Climate Alliance of European Cities e o Iclei, que incluiu o tema
da adaptação no seu Plano Estratégico em 2006.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
10. 620 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
3. Mitigação e adaptação
Tradicionalmente, mitigação recebeu mais atenção nas esferas políticas e cien-
tíficas e somente na última década percebe-se um maior interesse em compre-
ender possibilidades de adaptação urbana como forma de lidar com os impac-
tos da mudança climática no futuro (Bulkeley et al., 2009; Satterthwaite et al.,
2009). Apesar de diferenças fundamentais em termos das escalas de ação, tan-
to temporais quanto espaciais, muitas vezes mitigação e adaptação são vistas
como políticas complementares, apesar de elas, algumas vezes, apresentarem
resultados opostos (o exemplo clássico é o maior uso de ar-condicionado por
conta do aumento da temperatura). A tabela 1 mostra algumas características
gerais dessas ações.
ta b e l a 1
características gerais de mitigação e adaptação à mudança climática
características mitigação adaptação
sistemas específicos/
Foco integral
selecionados
escala e efeito global do local para o regional
Duração Longo prazo Curto e médio prazo
incerteza baixa Maior
Benefícios secundários somente às vezes Quase sempre
o responsável quase sempre o responsável quase nunca
Responsabilidade
paga (polluters pay principle) paga
Retorno a quem paga baixo alto
relativamente fácil (inventário de
monitoramento Complicado
emissão de gases)
Fonte: o autor. baseado em Füssel e Klein (2006).
Atividades de mitigação em áreas urbanas são frequentemente associa-
das com medidas que incentivam o uso de energias alternativas e renováveis,
com baixas em emissão de GEE, como uso de bicicleta e transporte público.
Também incluem a redução no consumo de energia nas novas construções por
meio de técnicas de climatização natural, uso de materiais reciclados, melho-
ria da eficiência energética de sistemas urbanos, entre tantas outras, como as
ações de arborização urbana.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
11. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 621
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
As medidas adaptativas, por outro lado, não visam somente o aqueci-
mento global, mas também a variabilidade e os eventos climáticos extremos
como ondas de calor, tempestades, enchentes e ciclones tropicais. São ativida-
des mais difíceis de serem definidas e extremamente dependentes do contexto
onde elas se aplicam. Como forma de facilitar seu entendimento, a tabela
2 ilustra, de forma não exaustiva, algumas dimensões fundamentais que in-
fluenciam as medidas de adaptação.
ta b e l a 2
Dimensões fundamentais para entendimento da adaptação
Dimensões características
relevante para todos os domínios que apresentam alguma sensibilidade
esfera de domínio e
ao clima (agricultura, florestas, recursos hídricos, zonas costeiras,
influência
planejamento urbano, saúde pública, prevenção a desastres);
Mudanças nas médias dos padrões, na variabilidade e na ocorrência de
tipos de riscos climáticos
extremos climáticos;
Previsibilidade da alguns podem ser previsíveis, como aumento da temperatura média,
mudança climática porém grande parte está associada a altos graus de incerteza;
influência direta e indireta de aspectos ambientais, socioeconômicos,
condições não climáticas
políticos, culturais e demográficos;
motivação autônoma ou planejada;
reativa (após sofrer os primeiros impactos) ou antecipatória (antes da
Resposta
ocorrência do impacto);
Horizonte de variável desde poucas semanas ou meses até décadas, dependendo da
planejamento magnitude da adaptação;
dependente de grande variedade de ações incluindo recursos técnicos,
Desenho e instrumentos institucionais, políticos, legais, educacionais, assim como mudanças de
comportamento;
diferentes abordagens metodológicas que quase sempre envolvem
abordagem formulação, implementação, planejamento, monitoramento e avaliação
de ações de forma consensuada e participativa;
vários atores em diferentes níveis hierárquicos envolvendo as esferas
atores
pública e privada.
Fonte: o autor. baseado em smit et al. (1999).
A tabela acima mostra que a adaptação pode ocorrer tanto de forma
autônoma, no nível do indivíduo, como de forma planejada, onde se ressalta
o papel do Estado. Mesmo que algumas formas de adaptação aconteçam de
forma autônoma, sem interferência direta do Estado ou da necessidade de
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
12. 622 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
novas políticas públicas específicas, como no caso das seguradoras que ajus-
tam o valor do prêmio em resposta ao risco climático, ou gestores de sistemas
hídricos que planejam o fornecimento de água e o nível dos reservatórios de
acordo com previsões de chuva, ou ainda agentes de saúde que vacinam a po-
pulação de acordo com a característica de uma determinada doença em uma
região específica. Assim, parece inconcebível, dada a extensão das mudanças
e a intensidade dos impactos, que a adaptação à mudança climática possa ser
dirigida pelas forças de mercado ou por interesses específicos de atores distin-
tos, sem, pelo menos, a coordenação do poder público.
Existem, pelo menos, três argumentos robustos na literatura que justifi-
cam a necessidade de um papel importante da esfera pública nas medidas de
adaptação (Smit et al., 1999; Satterthwaite et al., 2007):
1. Garantir equidade intrarregional, intranacional e internacional, por meio
de políticas públicas que considerem os mais pobres e com menor capacida-
de de adaptação (capacidade adaptativa);
2. Prover novos bens públicos como acesso a dados, projeções e informação
relevante no processo de adaptação; e
3. Criar resiliência em relação à mudança climática em atividades públicas e
governamentais como transporte, infraestrutura urbana, políticas sociais etc.
4. Governança local e mudança climática
Áreas urbanas estão entre os espaços mais evidentes da necessidade de adap-
tação, pois possuem um passivo de investimentos de longo prazo (Ojima,
2009). Nas cidades, medidas de adaptação serão muitas vezes planejadas e
contarão com uma intensa participação do poder público. Baseando-se nas
mudanças presentes e futuras do clima, deve-se avaliar se práticas, políticas e
infraestruturas atuais são apropriadas para o contexto de mudança projetado.
Aqui, novamente, ações planejadas de adaptação envolvem um conjunto enor-
me de medidas que variam de acordo com o contexto, características regionais
e, sobretudo, características do sistema ou do setor que se pretende adaptar.6
Nesse sentido, governos locais (e subnacionais) são fundamentais quan-
do se consideram essas ações. Nas últimas décadas, muitos países aumenta-
6
Exemplos desses setores podem ser recursos hídricos, agricultura, zonas costeiras, saúde humana,
ecossistemas naturais etc.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
13. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 623
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
ram a autoridade de governos locais para torná-los mais efetivos e responsá-
veis. Em alguns países isso ocorreu na transição de regimes ditatoriais para
regimes democráticos, como na América Latina, Ásia e África. Em outros, esse
processo foi impulsionado pela necessidade de reduzir o tamanho do governo
central para aumentar a participação cidadã e a accountability no processo de
formulação de políticas públicas (Lundqvist e Biel, 2007).
Em geral, acredita-se que governos locais podem lidar de forma mais
eficiente com a infraestrutura urbana e serviços públicos essenciais para o
bem-estar da população, além de serem capazes de regular e controlar ações
de indivíduos e empresas no nível local (Satterthwaite el al., 2007). Em ter-
mos de gestão local, mudança climática (mitigação e adaptação) relaciona-se,
pelo menos, de quatro formas distintas com os governos locais:
1. Áreas urbanas são centros de alto consumo de energia e produzem grandes
quantidades de resíduos sólidos (Lankao, 2007b; Dodman, 2009). Com ações
de mitigação, diminui-se a necessidade de adaptação no longo prazo;
2. Governos locais já estão envolvidos com ações de desenvolvimento susten-
tável por meio da implementação da Agenda 21 (Bulkeley e Betsill, 2003,
2005);
3. Governos locais são facilitadores de ação, pressionando governos nacionais
e desenvolvendo projetos em pequena escala que podem ter efeito-demons-
tração e ser replicados e disseminados para outros contextos e níveis de
governo (Spink, 2009);
4. Sinergias entre políticas públicas orientadas à mudança climática, sustenta-
bilidade urbana e desenvolvimento sustentável são, em geral, mais eviden-
tes no nível local e podem servir como oportunidade e estímulo para que
governos locais promovam inovações sociopolíticas e tecnológicas (Bulke-
ley, 2006; Lankao, 2007b).
Torna-se, assim, necessário compreender o escopo do envolvimento de
governos locais nessas políticas tanto de mitigação quanto de adaptação. Nor-
malmente esses governos são responsáveis por:
1. Finanças: gestão financeira e contábil do orçamento municipal, coleta e
gestão de impostos, licenciamentos e taxas.
2. Engenharia e obras públicas: construção e manutenção do espaço público.
3. Energia e gás: exerce algum controle e papel regulador no fornecimento e
uso de eletricidade e gás.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
14. 624 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
4. Desenvolvimento urbano/local: regulação de uso do território, zoneamento
urbano, permissão e cobrança de praças de estacionamento em espaço pú-
blico, registro de imóveis e planejamento urbano.
5. Saúde e higiene pública: coleta, distribuição e tratamento de água potável,
controle de poluição, coleta e tratamento de resíduos sólidos, higiene sani-
tária, limpeza de áreas públicas, além de serviços médicos e ambulatoriais.
6. Políticas sociais (urbanas): habitação, moradia, escolas, creches, juventude,
idosos etc.
7. Defesa civil e atendimento emergencial: respostas a desastres, incêndios,
serviços de ambulância e resgate.
8. Administração pública e recursos humanos: várias tarefas e responsabilida-
des administrativas incluindo a gestão de recursos humanos.
Por meio de uma gestão cuidadosa em cada uma dessas responsabilida-
des, governos locais e subnacionais podem interferir diretamente no uso de
energia, reduzir emissões de GEE e diminuir a vulnerabilidade de suas popula-
ções. Medidas de mitigação e adaptação envolvem melhorias significativas em
políticas públicas e práticas em muitas dessas áreas. Bartlett e colaboradores
(2009) argumentam que é impossível conceber um programa efetivo de mu-
dança climática, sobretudo de adaptação, sem um governo local competente,
capaz e sensível àqueles que estão sob maior risco.
5. Urbanização, vulnerabilidade e risco: impactos da mudança
climática em cidades brasileiras
O último relatório síntese do IPCC mostra que áreas urbanas são vulneráveis
aos impactos da mudança climática (Parry et al., 2007). Em termos globais,
80% das cidades estão localizadas em zonas costeiras ou em regiões próximas
a rios, tornando-as suscetíveis à maior incidência de tempestades, inundações
e vulneráveis à elevação do nível do mar (Burton, Diringer e Smith, 2006;
Bulkeley et al., 2009). A tabela 3 ilustra alguns dos impactos da mudança
climática em áreas urbanas.
Existe uma ampla literatura que ressalta os riscos associados a eventos
climáticos extremos, assim como a elevação do nível médio dos mares, dis-
ponibilidade de água potável e perturbações na produção local de alimentos
(Dawson, 2007; Tanner et al., 2008). Porém, não é possível fazer generali-
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
15. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 625
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
zações sobre os riscos associados, uma vez que a natureza e a escala destes
riscos variam consideravelmente entre diferentes localidades e dependem de
aspectos físicos e sociais.
ta b e l a 3
impactos da mudança climática em áreas urbanas
mudança climática impactos em áreas urbanas
Mudanças nas médias
demanda energética crescente (aquecedor/ar-
temperatura condicionado); deterioração da qualidade do ar;
ilhas de calor urbano
risco crescente de enchentes; risco crescente de
deslizamentos de encostas; migrações das zonas
precipitação
rurais; interrupção das redes de abastecimento
de produtos alimentares
inundações costeiras; redução de renda oriunda
elevação do nível do mar de agricultura e turismo; salinização das fontes
de água
Mudanças nos extremos
inundações mais frequentes; maior risco de
Chuvas extremas/ciclones tropicais deslizamentos de encostas; danos em casas,
fábricas e infraestruturas urbanas
escassez de água; maior preço dos alimentos;
secas perturbações no sistema hidroelétrico; migra-
ções das zonas rurais
Maior demanda energética no curto prazo
ondas de calor/frio
(aquecedor/ar-condicionado)
Mudança abrupta do clima possíveis impactos de uma elevação extrema do
(ainda pouco provável, mas crescentemen- nível do mar; possíveis impactos de um aumen-
te considerada) to rápido e extremo das temperaturas
Mudanças na exposição
Movimentos populacionais Migrações de hábitats rurais afetados
Mudanças biológicas aumento de vetores de doenças
Fonte: o autor. adaptado de Wilbanks et al. (2007); bigio (2003); Mcevoy (2007); Wilby (2007).
A capacidade das pessoas em evitar o perigo, de enfrentá-lo e adap-
tar-se para evitar riscos futuros é fortemente influenciada por aspectos so-
cioeconômicos, políticos e culturais Assim, pode-se dizer que os riscos são
interdependentes, pois eles variam de acordo com localidade, disponibilidade
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
16. 626 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
e qualidade da infraestrutura, além da provisão de serviços e da presença de
redes de proteção (Moser e Satterthwaite, 2008). A falta de atenção a esses
riscos enfrentados por grande parte dos centros urbanos ameaça e expõe vá-
rias pessoas à possibilidade de sofrer com os impactos da mudança climática
(Hardoy e Pandiella, 2009a; 2009b). Aqueles que vivem em áreas de risco,
desprovidos de moradia digna, de renda, além de outros recursos individuais
e comunitários (por exemplo, capital social) são os mais vulneráveis.
Liverman (1990) definiu vulnerabilidade como o grau pelo qual um sis-
tema é exposto a experimentar um dano por conta de perturbações, choques ou
estresses. Apesar de um intenso debate no interior da comunidade científica que
trabalha dentro do campo das dimensões humanas das mudanças ambientais
globais (Adger, 2006; Eakin e Luers, 2006; Thomalla et al., 2006; Füssel e Klein,
2006; O’Brien et al., 2007), vulnerabilidade é frequentemente identificada em
termos de exposição de um sistema a crises, estresses e choques, à capacidade
inadequada desse sistema de fazer frente aos impactos decorrentes desses cho-
ques (reação) somados à dificuldade de adaptação diante da materialização do
choque (Moser, 1998; De Sherbinin, Schiller e Pulsipher, 2007, 2009).
Novamente, essa abordagem sugere que os mais vulneráveis são aqueles
que estão mais expostos a essas perturbações e apresentam menor capacidade
de responder e se recuperar desses choques. Moser (1998) também definiu
vulnerabilidade em termos da insegurança de garantir o conforto de indiví-
duos e comunidades, ou seja, em termos da falta de resiliência às mudanças
que ameaçam o bem-estar (Moser & Satterthwaite, 2008).
Entender a vulnerabilidade em face da mudança climática em contextos
urbanos é também entender o potencial de adaptação que esses sistemas possuem
diante de cenários de impactos associados à mudança do clima (Ojima, 2009). A
análise dos impactos da mudança climática no nível local, na escala do município
e da região metropolitana, esbarra na falta de modelos consolidados que possibi-
litem apontar, por meio de resultados claros, os impactos dessa mudança em um
território específico (Adger e Vincent, 2005; Tribbia e Moser, 2008).
Particularmente no Brasil, os efeitos do aquecimento global e da mu-
dança climática são marcados por grande indeterminação. Seja pela falta de
maior precisão nas estimativas de aumento da temperatura, seja na indefini-
ção em termos da alteração do regime de chuvas que não possibilitam prever
os impactos socioambientais dessas mudanças (Ribeiro, 2008). Todavia, já
existem iniciativas7 em curso que buscam caracterizar as alterações do clima
7
No âmbito do Programa de Mudanças Ambientais Globais da Fapesp, o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe) está desenvolvendo um modelo climático brasileiro com apoio do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq).
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
17. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 627
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
brasileiro e criar cenários sobre seus impactos para as diferentes regiões do
país a partir de modelos climáticos globais. Esses modelos, apesar de conterem
grande incerteza, possibilitam extrapolações que são importantes para o pla-
nejamento e tomada de decisão (Marengo, 2006). Na literatura internacional
já existem vários estudos sobre a utilização desses resultados para simular
cenários e determinar potenciais impactos (Hunt e Watkiss, 2007).
Independentemente da precisão e da qualidade dos dados, a forma
como os centros urbanos foram desenvolvidos, somada a características físicas
e naturais distintas, deixa claro que vulnerabilidade existe independentemen-
te da presença da mudança climática. Porém, a dimensão humana desses ris-
cos assume forma de crescente ameaça, sobretudo em grupos populacionais
específicos, por conta de limitações do planejamento urbano, infraestrutura
inadequada e desigualdades socioeconômicas (Tanner et al., 2008). Como
consequência, espera-se que a mudança climática e seus impactos agravem a
situação atual em muitas cidades, tornando medidas de adaptação cada vez
mais necessárias e urgentes.
Na América Latina o processo de transição urbana se deu de maneira
precoce quando comparada a outras regiões periféricas (Ojima, 2009). Parti-
cularmente no Brasil, a urbanização é um fenômeno recente, cuja velocidade
e intensidade chamam a atenção para o fato de atualmente mais de 80% dos
brasileiros viverem em áreas urbanas, chegando esse percentual a 93% no
estado de São Paulo. Nesse sentido, Hogan (2009) ressalta que as cidades bra-
sileiras não estão preparadas hoje para a mudança climática, dado o acúmulo
de problemas socioambientais e o atraso na criação de infraestrutura urbana
adequada por conta de um crescimento excludente e desigual.
Esse processo contemporâneo de urbanização levou grande parte da
população a distribuir-se de forma concentrada em metrópoles e cidades de
grande e médio porte. Ribeiro (2008), tomando como referência os trabalhos
de Santos (1990, 1993) e Carlos (2001), ressalta o ritmo acelerado e altamen-
te excludente da urbanização brasileira, que se baseou na lógica especulativa
do território, resultando em vazios urbanos e na concentração de áreas nobres
em meio à pobreza de periferias construídas em espaços urbanos indevidos,
que se tornaram as áreas de risco ambiental (Alves, 2006, 2007; Alves e Tor-
res, 2006). São exatamente nessas áreas de risco que, na grande maioria das
vezes, residem os mais pobres e, portanto, aqueles que podem ser conside-
rados mais vulneráveis. São onde as favelas estão construídas nas beiras de
córregos, próximas a encostas sujeitas ao risco de escorregamento. Ou, então,
onde se pode ver a realidade dos cortiços, prédios e casas degradadas, sem
manutenção, monitoramento e vistoria, que se caracterizam como imóveis
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
18. 628 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
abandonados, que servem como uma forma de moradia marcada pela ele-
vada concentração populacional. Isso sem falar nos que não residem, apenas
perambulam e dormem pelas ruas e viadutos das metrópoles espalhadas pelo
país em busca de abrigo e proteção (Ribeiro, 2008). Esses fatos apresentam os
vários contornos da vulnerabilidade urbana brasileira, que abrigam diferentes
leituras e entendimentos, colocando-se como um fenômeno multifacetado na
interface entre sociedade e natureza (Marandola Jr., 2009).
Assim, não se trata apenas da exposição ao risco ambiental. Em sua
análise sobre a vulnerabilidade no Brasil urbano, Kowarick (2002) mostra um
quadro histórico de enormes déficits de cidadania, direitos civis e sociais que
se traduzem numa vulnerabilidade socioeconômica crônica. São pessoas que
carecem de moradia digna, serviços médico-hospitalares, assistência social e
níveis de remuneração adequados, decorrências diretas da produção do espa-
ço urbano (Ribeiro, 2008). Ao atender aos interesses do mercado globalizado,
que conduziu a um aumento do setor terciário, com flexibilização e externa-
lização da produção fabril e dos serviços, transformaram-se zonas rurais em
zonas urbanas (Santos, 1994; Ribeiro, 2008).
A relação entre industrialização e urbanização é fundamental para a
compreensão de boa parte dos problemas socioambientais urbanos brasileiros,
já que a presença de indústrias e sua dispersão nas últimas duas décadas alte-
raram a realidade das áreas urbanas do país. De acordo com Ribeiro (2008),
as cidades passaram de pontos de comercialização e distribuição de merca-
dorias para serem, também, produtoras de bens e serviços com o processo de
industrialização acelerada. Em poucas décadas, várias cidades aumentaram
em quatro, cinco, seis ou mais vezes sua população, gerando graves problemas
socioeconômicos e ambientais. Esse crescimento rápido, com pouco controle,
aumentou o preço do solo urbano, levando várias indústrias localizadas na
região Sudeste, principalmente no eixo Rio-São Paulo, a buscarem outras re-
giões, sobretudo no Sul e Centro-Oeste do país.
A combinação de altos incentivos fiscais com a modernização tecnológi-
ca dos processos produtivos culminou em baixa geração de postos de empre-
go, baixa arrecadação e cidades sem recursos e capacidade adequada de aten-
der as demandas dessa população. Independentemente da discussão sobre a
questão federativa brasileira, assiste-se a um processo de expansão da “faveli-
zação” e ocupação de áreas de risco nos novos polos industriais e em cidades
médias e pequenas do país (Pochmann e Amorim, 2003; Ribeiro, 2008).
Em um contexto de mudança climática, esse quadro que apresenta cida-
des que já sofrem com a problemática de vulnerabilidade social, econômica e
ambiental poderá ter esses problemas agravados.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
19. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 629
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
6. Vinho velho em garrafa nova? Oportunidades para repensar a
governança local
Considerando a mudança climática e a necessidade de medidas de mitigação e
adaptação, as cidades são os pontos de tensão da equação vivendo constante-
mente sob uma relação de vulnerabilidade versus responsabilidade (Robinson
e Gore, 2005; Ojima, 2009). Sem adotar o discurso alarmista e baseando-se
na história recente, existe disponível um amplo repertório de trajetórias de
adaptação, inclusive em muitas cidades brasileiras que se transformaram num
curto intervalo de poucas décadas. Da mesma forma, existe hoje um grande
número de agentes econômicos e setores da sociedade que têm larga tradição
em gerenciar atividades e recursos que são sensíveis ao clima, agindo sob a
variabilidade climática. Assim, coloca-se a pergunta: estamos diante de uma
nova realidade, de um novo desafio ou trata-se apenas de vinho velho em
garrafa nova?
A revisão da literatura e a análise de diversos estudos de caso mostram
que, de fato, vários aspectos das medidas de adaptação e das transforma-
ções necessárias para configurar cidades de baixa emissão de GEE não são,
necessariamente, novos. Muitas dessas transformações, como alternativas de
transporte público e construção sustentável, já são amplamente conhecidas e
difundidas. Da mesma maneira, medidas de adaptação envolvem práticas co-
nhecidas de gestão de recursos hídricos, gerenciamento costeiro, planejamen-
to urbano e saúde pública, entre tantas outras. O planejamento dessas medi-
das também deverá levar em conta algumas metodologias e ferramentas que
já estão consolidadas em atividades de gestão de risco (Burton et al., 2005).
Entretanto, apesar de alguns setores, regiões e grupos populacionais
apresentarem alguma trajetória de adaptação à variabilidade do clima, apli-
cando métodos e instrumentos conhecidos, a mudança climática traz vários
outros aspectos sem precedentes (Füssel, 2008):
t Condições climáticas sem precedentes: várias regiões já estão sofrendo ou
irão experimentar no futuro próximo condições climáticas sem precedentes;
t Velocidade de mudança sem precedentes: a velocidade de mudança presen-
te e esperada do clima que vem sendo observada e prevista pelos cientistas
não tem precedentes na história moderna, colocando um desafio extra para
medidas de adaptação e a urgência de mitigação;
t Conhecimento e informação sem precedentes: sociedades que experimen-
taram alguma mudança do clima no passado não tinham acesso à infor-
mação sobre suas causas, alcances e tampouco a capacidade de prever a
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
20. 630 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
trajetória de mudança no futuro. Atualmente, a ciência do clima avança em
ritmo rápido, com observações sendo feitas em tempo real, com capacidade
cada vez maior de modelagem e simulação de cenários futuros. Apesar da
incerteza que é inerente à atividade de previsão, esse conhecimento e in-
formação podem ser utilizados como base para decisões sobre adaptações
planejadas e antecipatórias;
t Desafios metodológicos sem precedentes: muitas tecnologias sociais, mé-
todos e ferramentas usados por setores e populações que tradicionalmente
trabalham com riscos climáticos e recursos naturais sensíveis ao clima não
são apropriados para uma realidade complexa, dinâmica e em evolução
caracterizada pelos impactos decorrentes da mudança climática global;
t Novos atores: Como a premissa de que o clima é estático não é mais válida,
decisões sobre investimentos de longo prazo deverão levar em conta a mu-
dança do clima, contando com a participação de novos atores no processo
de tomada de decisão;
t Novas alternativas: a realidade da mudança climática estimula o desen-
volvimento de novas alternativas para viver com condições climáticas sem
precedentes, como a construção de barreiras no mar e assentamentos flutu-
antes como forma de evitar constantes inundações;
t Novos desafios éticos: a mudança climática não escolhe países, cidades,
bairros e os impactos não serão sentidos da mesma maneira. Os últimos
relatórios do IPCC indicam que os países mais afetados serão os que menos
contribuíram com o problema.
Analisando-se especificamente a realidade brasileira, a convergência
dos processos de mudança climática, de urbanização crescente e de tendên-
cias demográficas compõe uma conjuntura pouco favorável para trabalhar a
dimensão da mudança climática em áreas urbanas, dado que a transição ur-
bana no Brasil (e na América Latina) ocorreu antes da transição demográfica,
colocando significativos desafios ao planejamento urbano.
Segundo Ojima (2009), esses desafios deixaram marcas características
nas cidades brasileiras, como na infraestrutura de saneamento básico e na dre-
nagem urbana. Dados do IBGE (2002) afirmam que quase metade dos municí-
pios brasileiros não tem coleta nem tratamento de esgoto. Em muitos dos que
apresentam coleta, essa não tem alcance em todo o município. O autor chama
atenção para o impacto que chuvas mais intensas podem ter nessa realidade,
principalmente nos municípios litorâneos, que dependem de emissários sub-
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
21. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 631
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
marinos sem nenhum tipo de tratamento. O cenário de aumento do nível do
mar poderá afetar consideravelmente esses sistemas em cidades onde grande
parte das atividades econômicas e o bem-estar da população dependem da
qualidade das praias por conta do turismo. O mesmo vale para sistemas de
drenagem das águas das chuvas num contexto de impermeabilização do solo
(Ribeiro, 2008).
Apesar de ser no nível local, na escala da cidade, do município, que
muitos dos impactos da mudança climática irão ocorrer e onde grande parte
dos problemas socioambientais se materializa, não se pode esperar que os
governos locais deem conta do desafio sozinhos (Satterthwaite et al., 2007,
2009). Medidas de adaptação e mitigação necessitam de forte articulação e
dependem de outros níveis de governança (Adger, 2005; Ribeiro, 2008). Tan-
to do ponto de vista do financiamento, como também da formulação, essas po-
líticas deverão ser apoiadas pelos níveis federal e estadual, seguindo posições
assumidas nas arenas internacionais, principalmente para o caso das políticas
de mitigação.
Em termos de adaptação, é fundamental reduzir a vulnerabilidade so-
cioambiental das cidades brasileiras, investindo em políticas públicas sociais
que levem em consideração a mudança climática no ambiente urbano. Nes-
se sentido, Ribeiro (2008) defende a recuperação de áreas degradadas e a
melhoria da qualidade de vida da população brasileira como uma prioridade
para as diferentes esferas de governo. Além disso, deve-se investir na coorde-
nação e melhoria de programas já existentes nas temáticas da defesa civil e
do gerenciamento dos riscos, que atualmente encontram-se despreparados e
marginalizados.
Apesar do pouco acúmulo dos estudos urbanos brasileiros sobre o tema
das cidades e mudança climática, está colocado o desafio de pensar e anali-
sar como as formas atuais de ocupação do solo e (re)produção do território
urbano contribuem para a mudança do clima. Os modelos de gestão e formas
de governança desses espaços deverão adequar-se para responder a esses pro-
cessos de forma a garantir a integridade dos cidadãos. Costa (2009) defende
uma abordagem para essa questão a partir da urbanização de periferia, ou
seja, uma abordagem referenciada no debate internacional, porém que con-
temple as mazelas da realidade do país: uma urbanização recente, com pou-
co planejamento, que é resultado das desigualdades estruturais da sociedade
brasileira.
Nessa emergente e fundamental agenda de pesquisa para o presente e
o futuro, os estudos em administração pública e gestão local têm uma contri-
buição significativa a dar, tendo em conta sua compreensão dos processos de
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
22. 632 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
formulação e implementação das diversas políticas públicas em áreas urbanas
do Brasil. Apesar da novidade do tema, são poucos os estudos dedicados ao
entendimento das formas de coordenação e organização dessas medidas mes-
mo na literatura internacional que busca enfatizar as barreiras e os potenciais
de implementação dessas políticas.
7. Considerações finais
Este artigo apresentou uma revisão crítica sobre a temática das cidades e mu-
dança climática baseando-se numa análise interdisciplinar da literatura inter-
nacional e nacional disponível. Ressalta-se que os impactos da mudança cli-
mática são esperados em áreas urbanas, afetando recursos hídricos, produção
de alimentos, zonas costeiras e saúde humana. Nas cidades, esses impactos
se chocarão negativamente com infraestruturas urbanas, disponibilidade de
água, tratamento e coleta de esgoto, energia, moradia, sistemas de transporte
e mobilidade urbana, podendo aumentar danos e mortes especialmente entre
a população mais pobre e, consequentemente, mais vulnerável.
A evidência empírica mostra que governos locais são fundamentais para
implementar políticas relativas à mudança climática, pois eles estão próxi-
mos de onde os impactos dessa mudança deverão ocorrer e têm o potencial
de empreender ações tanto de mitigação quanto de adaptação. De forma ge-
ral, a resposta dada por esses governos concentra-se na redução das emissões
de GEE (mitigação) e na diminuição dos impactos da mudança climática por
meio de ajustes em sistemas sociais e naturais no ambiente urbano (adapta-
ção). Adaptação tende a oferecer melhorias locais e regionais, além de dimi-
nuir a vulnerabilidade em relação à variabilidade do clima. Diversas pesquisas
recentes ressaltam a urgência de maior entendimento sobre vulnerabilidade
e adaptação em áreas urbanas, especialmente onde os níveis de pobreza e as
taxas de crescimento populacionais são maiores.
Buscou-se compreender os processos de urbanização e industrialização
como forma de entender a condição e as origens da vulnerabilidade socioam-
biental urbana do país, bem como alertar para os enormes déficits socioeconô-
micos e ambientais das cidades brasileiras que tornam as políticas públicas e
as respostas ao problema mais urgentes e complicadas. Assim, não se trata de
vinho velho em garrafa nova, mas uma oportunidade não só de corrigir erros
do passado, como também transformar as cidades brasileiras para o futuro de
forma mais sustentável e justa.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
23. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 633
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
Como em várias áreas da gestão pública, essas medidas são processos
de aprendizado social, que dependem não somente de vontade política e re-
cursos, mas, sobretudo, de conhecimento e metodologias de ações que podem
ser potencializadas pelo diálogo interdisciplinar e a contribuição de diferentes
atores e áreas de estudo. Nesse sentido, torna-se fundamental o envolvimento
dos estudos em administração e gestão local.
Para finalizar, algumas lições podem ser tiradas dessa revisão:
t É necessário empreender medidas de adaptação para reduzir riscos do pas-
sado e da mudança climática do futuro já que o aquecimento global é uma
realidade. Mitigação torna-se, então, urgente, de forma a manter essas mu-
danças dentro de parâmetros seguros para o futuro da humanidade;
t Deve-se levar em consideração a mudança climática global para decisões
e planejamentos de médio e longo prazo. Essas medidas envolvem várias
políticas, esferas de governo e um grande número de ações que devem ser
articuladas de forma a reduzir vulnerabilidade a eventos climáticos, seja em
termos de variações nas médias e nos extremos, como também mudanças
na frequência e na intensidade;
t Deve-se evitar “reinventar a roda”. Muitas dessas ações baseiam-se em prá-
ticas correntes e amplamente conhecidas de gestão de risco ou de melhorias
em infraestruturas e políticas urbanas, porém sujeitas a desafios sem prece-
dentes de várias ordens, levando-se em conta os altos níveis de incerteza e
complexidade;
t Essas medidas são altamente influenciadas por contextos e realidades locais
e regionais e dependem de aspectos climáticos, sociais, políticos e culturais.
No caso da adaptação, planos e ações devem ser focalizados em setores ou
áreas específicas;
t O planejamento dessas ações deve envolver diversos atores, incluindo as
populações envolvidas, o setor privado e a comunidade científica;
t Adaptação, mesmo que bem planejada, não evita todos os impactos da
mudança climática, tampouco existe uma receita de sucesso. Dessa for-
ma, a melhor adaptação, no horizonte de décadas, talvez séculos, são as
medidas efetivas de mitigação e a transição para uma sociedade de baixa
emissão de GEE.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
24. 634 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
Referências
ADGER, W.N. Scales of governance and environmental justice for adaptation and
mitigation of climate change. Journal of International Development, v. 13, n. 7,
p. 921-931, 2005.
_____. Vulnerability. Global Environmental Change, v. 16, p. 268-281, 2006.
_____; VINCENT, K. Uncertainty in adaptive capacity. C. R. Geoscience, v. 337,
p. 399-410, 2005.
_____ et al. Are there limits to adaptation to climate change? Climatic Change,
v. 93, p. 335-354, 2009.
ALAM, M.; RABBANI, M.D.G. Vulnerabilities and responses to climate change for
Dhaka. Environment and Urbanization, v. 19, p. 81-97, 2007.
ALBER, G.; KERN, K. Governing climate change in cities: modes of urban climate
governance in multi-level systems. In: OECD CONFERENCE ON COMPETITIVE
CITIES AND CLIMATE CHANGE, 2008, Milan. Anais…, 2008.
ALLMAN, L.; FLEMING, P.; WALLACE, A. The progress of English and Welsh local
authorities in addressing climate change. Local Environment, v. 9, n. 3, p. 271-283,
2004.
ALVES, H.P.F. Vulnerabilidade socioambiental na metrópole paulistana: uma análise
sociodemográfica de situações de sobreposição espacial de problemas e riscos sociais
e ambientais. Revista Brasileira de Estudos de População, v. 23, p. 43-59, 2006.
_____. Desigualdade ambiental no município de São Paulo: análise da exposição
diferenciada de grupos sociais a situações de risco ambiental através do uso de
metodologias de geoprocessamento. Revista Brasileira de Estudos de População, v.
24, p. 301-316, 2007.
_____; TORRES, H.G. Vulnerabilidade socioambiental na cidade de São Paulo: uma
análise de famílias e domicílios em situação de pobreza e risco ambiental. São Paulo
em Perspectiva, v. 20, p. 44-60, 2006.
BAI, X. Integrating global environmental concerns into urban management: the
scale and readiness arguments. Journal of Industrial Ecology, v. 11, n. 2, p. 15-29,
2007.
BARTLETT, S. et al. Social aspects of climate change in urban areas in low- and
middle-income countries. In: WORLD BANK 5TH URBAN SYMPOSIUM ON CLIMATE
CHANGE, 2009, Marseille. Anais..., 2009.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
25. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 635
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
BETSILL, M.M. Mitigating climate change in US cities: opportunities and obstacles.
Local Environment, v. 6, n. 4, p. 393-406, 2001.
_____; BULKELEY, H. Looking back and thinking ahead: a decade of cities and
climate change research. Local Governments, v. 12, n. 5, p. 447-456, 2007.
BICKNELL, J.; DODMAN, D.; SATTERTHWAITE, D. (Ed). Adapting cities to climate
change: understanding and addressing the development challenges. London:
Earthscan, 2009.
BIERMANN, F.; BAUER, S. Assessing the effectiveness of intergovernmental orga-
nizations in international environmental politics. Global Environmental Changes,
v. 14, p. 189-193, 2004.
BIGIO, A. Cities and climate change. In: KREIMER, A.; ARNOLD, M.; CARLIN, A.
(Org.). Building safer cities: the future of disaster risk. Washington: World Bank,
2003. p. 91-100.
BODANSKY, D. The United Nations Framework Convention on Climate Change: A
commentary. Yale Journal of International Law, v. 18, n. 2, p. 451-558, 1993.
BULKELEY, H. Down to earth: local government and greenhouse policy in Australia.
Australian Geographer, v. 31, n. 3, p. 289-308, 2000.
_____. Urban sustainability: learning from best practice? Environment and Planning
A, v. 38, p. 1029-1044, 2006.
_____ et al. Cities and climate change: the role of institutions, governance and urban
planning. In: WORLD BANK 5TH URBAN SYMPOSIUM ON CLIMATE CHANGE,
2009, Marseille. Anais..., 2009.
_____; BETSILL, M.M. Cities and climate change: urban sustainability and global
environmental governance. London: Routledge, 2003.
_____; _____. Rethinking sustainable cities: multilevel governance and the “urban”
politics of climate change. Environmental Politics, v. 14, n. 1, p. 42-63, 2005.
_____; KERN, K. Local government and the governing of climate change in Germany
and UK. Urban Studies, v. 43, n. 12, p. 2237-2259, 2006.
BURTON, I. et al. Adaptation policy frameworks for climate change: developing
strategies, policies and measures. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
_____; DIRINGER, E.; SMITH, J. Adaptation to climate change: international policy
options. Arlington: Pew Center on Global Climate Change, 2006.
CARLOS, A.F. Espaço-tempo na metrópole. São Paulo: Contexto, 2001.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
26. 636 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
COSTA, H.S.M. Mudanças climáticas e cidades: contribuições para uma agenda
de pesquisa a partir da periferia. In: HOGAN, D.J.; MARANDOLA JR., E. (Org.).
População e mudança climática: dimensões humanas das mudanças ambientais
globais. Campinas: Ed. Unicamp, 2009. p. 279-284.
DAVIES, A. Local action for climate change: transnational networks and the Irish
experience. Local Environment, v. 10, n. 1, p. 21-40, 2005.
DAWSON, R. Re-engineering cities: a framework for adaptation to global change.
Philosophical Transactions of the Royal Society A, v. 365, p. 3085-3098, 2007.
DE SHERBININ, A.; SCHILLER, A.; PULSIPHER, A. The vulnerability of global cities
to climate hazards. Environment and Urbanization, v. 19, n. 1, p. 39-64, 2007.
_____; _____; _____. The vulnerability of global cities to climate hazards. In:
BICKNELL, J.; DODMAN, D.; SATTERTHWAITE, D. (Ed.). Adapting cities to cli-
mate change: understanding and addressing the development challenges. London:
Earthscan, 2009. p. 129-158.
DESSAI, S.; SCHIPPER, E.L. The Marrakech Accords to the Kyoto Protocol: analy-
sis and future prospects. Global Environmental Change, v. 13, n. 2, p. 149-153,
2003.
DODMAN, D. Blaming cities for climate change? An analysis of urban greenhouse
gases emissions inventories. Environment and Urbanization, v. 21, n. 1, p. 185-201,
2009.
EAKIN, H.; LUERS, A. Assessing the vulnerability of social-environmental systems.
Annual Review of Environment and Resources, v. 31, p. 365-394, 2006.
FÜSSEL, H.M. Adaptation to climate change: a new paradigm for action or just old
wine in new skins? In: INTERNATIONAL WORKSHOP PROSPECTS OF SAFETY AND
SUSTAINABILITY SCIENCE FOR OUR GLOBE, Tokyo. Anais…, 2008.
_____; KLEIN, R.J.T. Climate change vulnerability assessments: an evolution of the
conceptual thinking. Climatic Change, v. 75, p. 301-329, 2006.
GIDDENS, A. The politics of climate change. Cambridge: Polity Press, 2009.
_____. The politics of climate change. London: Policy Network, 2008.
GRUBB, M.; YAMIN, F. Climatic collapse at the Hague: what happened, why, and
where do we go from here? International Affairs, v. 77, n. 2, p. 261-276, 2001.
GUPTA, J. The multi-level governance challenge of climate change. Environmental
Sciences, v. 4, n. 3, p. 131-137, 2007.
HARDOY, J.; PANDIELLA, G. Urban poverty and vulnerability to climate change in
Latin America. Environment and Urbanization, v. 21, n. 1, p. 203-224, 2009a.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
27. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 637
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
_____; _____. Urban poverty and vulnerability to climate change in Latin America.
In: BICKNELL, J.; DODMAN, D.; SATTERTHWAITE, D. (Ed.). Adapting cities to cli-
mate change: understanding and addressing the development challenges. London:
Earthscan, 2009b. p. 225-252.
HOGAN, D.J. Human dimensions of global environmental change. Ambiente &
Sociedade, v. 10, n. 2, p. 161-166, 2007.
_____. População e mudanças ambientais globais. In: _____; MARANDOLA JR., E.
(Org.). População e mudança climática: dimensões humanas das mudanças ambien-
tais globais. Campinas: Ed. Unicamp, 2009. p. 11-24.
_____; TOLMASQUIM, M.T. Human dimensions of global environmental change: Bra-
zilian perspectives. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências (ABC), 2001.
HOLGATE, C. Factors and actors in climate change mitigation: a tale of two South
African cities. Local Environment, v. 12, n. 5, p. 471-484, 2007.
HUNT, A.; WATKISS, P. Literature review on climate change impacts on urban city
centres: initial findings. Organisation for Economic Co-operation and Development
(OECD), ENV/EPOC/GSP(2007)10/FINAL, OECD Publishing, 2007.
HUQ, S. et al. Editorial: reducing risks to cities from disasters and climate change.
Environment and Urbanization, v. 19, n. 3, p. 3-15, 2007.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa nacional
de saneamento básico. Rio de Janeiro: Fundação IBGE/Departamento de População
e Indicadores Sociais, 2002.
INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE (IPCC). Climate change
2001: synthesis report. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
KOUSKY, C.; SCHNEIDER, S. Global climate policy: will cities lead the way? Climate
Policy, v. 3, n. 4, p. 359-372, 2003.
KOWARICK, L. Viver em risco: sobre vulnerabilidade no Brasil urbano. Novos Estudos
CEBRAP, n. 63, p. 9-30, 2002.
LANKAO, P.R. How do local governments in Mexico City manage global warming?
Local Environment, v. 12, n. 5, p. 519-535, 2007a.
_____. Are we missing the point? Particularities of urbanization, sustainability and
carbon emissions in Latin American cities. Environment and Urbanization, v. 19,
p. 159-175, 2007b.
LINDSETH, G. Local level adaptation to climate change: discursive strategies in
the Norwegian context. Journal of Environmental Policy and Planning, v. 7, n. 1,
p. 61-84, 2005.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
28. 638 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
LIVERMAN, D. Vulnerability to global environmental change. In: KASPERSON, R.E.
et al. (Ed.). Understanding global environmental change: the contributions of risks
analysis and management. The Earth Transformed Programme. Worcester: Clark
University, 1990. p. 27-44.
LUNDQVIST, L.J.; BIEL, A. From Kyoto to the town hall: transforming national
strategies into local and individual action. In: _____; _____ (Org.). From Kyoto to
the town hall making international and national climate policy work at the local level.
London: Earthscan, 2007.
MARANDOLA JR., E. Tangenciando a vulnerabilidade. In: HOGAN, D.J.; _____
(Org.). População e mudança climática: dimensões humanas das mudanças am-
bientais globais. Campinas: Ed. Unicamp, 2009. p. 29-52.
_____; HOGAN, D.J. Natural hazards: o estudo geográfico dos riscos e perigos.
Ambiente & Sociedade, v. 7, n. 2, p. 95-110, 2004.
MARENGO, J.A. Mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a biodiversidade:
caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território
brasileiro ao longo do século XXI. Biodiversidade 26. Brasília: MMA, 2006.
MARTINS, R.D.A.; FERREIRA, L.C. Assessing the research on human dimensions
of global environmental change in Latin America. Teoria & Pesquisa, v. 18, n. 2,
p. 31-52, 2009.
_____; _____. The research on the human dimensions of global environmental
change in Latin America: Looking back, moving forward. International Journal of
Climate Change Strategies and Management, v. 2, n. 3, p. 264-280, 2010.
MCEVOY, D. Climate change and cities. Built Environment, v. 33, n. 1, p. 5-9,
2007.
METZ, B. et al. (Ed.). Climate change 2007: mitigation of climate change. Contribu-
tion of Working Group III to the Fourth Assessment Report of the IPCC. Cambridge:
Cambridge University Press, 2007.
MOSER, C. The asset vulnerability framework: reassessing urban poverty reduction
strategies. World Development, v. 26, n. 1, p. 1-19, 1998.
_____; SATTERTHWAITE, D. Towards pro-poor adaptation to climate change in the
urban centres of low- and middle-income countries. London: International Institute
for Environment and Development (IIED), 2008. (Discussion Paper n. 339)
O’BRIEN, K. et al. Why different interpretations of vulnerability matter in climate
change discourses. Climate Policy, v. 7, n. 1, p. 73-88, 2007.
OJIMA, R. Perspectivas para adaptação frente às mudanças ambientais globais
no contexto da urbanização brasileira: cenários para os estudos de população.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
29. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 639
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
In: HOGAN, D.J.; MARANDOLA JR., E. (Org.). População e mudança climática:
dimensões humanas das mudanças ambientais globais. Campinas: Ed. Unicamp,
2009. p. 191-204.
OKEREKE, C.; BULKELEY, H.; SCHROEDER, H. Conceptualizing climate gover-
nance beyond the international regime. Global Environmental Politics, v. 9, n. 1,
p. 58-78, 2009.
PARRY, M. et al. (Ed.). Climate Change 2007: impacts, adaptation and vulnerability.
Contribution of Working Group II to the Fourth Assessment Report of the IPCC.
Cambridge: Cambridge University Press, 2007.
PATERSON, M. Global warming and global politics. London: Routledge, 1996.
PINTO, R.F.; PUPPIM DE OLIVEIRA, J.A. Implementation challenges in protecting
the global environmental commons: the case of climate change policies in Brazil.
Public Administration and Development, v. 28, p. 340-350, 2008.
POCHMANN, M.; AMORIM, R. (Org.). Atlas da exclusão social no Brasil. São Paulo:
Cortez, 2003.
PUPPIM DE OLIVEIRA, J.A. The implementation of climate change related poli-
cies at the subnational level: an analysis of three countries. Habitat International,
v. 33, p. 253-259, 2009.
RIBEIRO, W.C. A ordem ambiental internacional. São Paulo: Contexto, 2001.
_____. Impactos das mudanças climáticas em cidades no Brasil. Parcerias Estraté-
gicas, v. 27, p. 297-321, 2008.
ROBINSON, P.J.; GORE, C.D. Barriers to Canadian municipal response to climate
change. Canadian Journal of Urban Research, v. 14, n. 1, p. 102-120, 2005.
ROWLANDS, I.H. The politics of global atmospheric change. Manchester: Manchester
University Press, 1995.
SANTOS, M. São Paulo: metrópole fragmentada corporativa. São Paulo: Nobel,
1990.
_____. A urbanização brasileira. São Paulo: Hucitec, 1993.
_____. Por uma economia política da cidade. São Paulo: Hucitec, 1994.
SATTERTHWAITE, D. Climate change and urbanization: effects and implications for
urban governance. New York: United Nations Expert Group Meeting on Population
Distribution, Urbanization, Internal Migration and Development, UN/POP/EGM-
URB/2008/16, 2008.
_____ et al. Building climate resilience in urban areas among urban populations in
low- and middle-income countries. London: Center for Sustainable Urban Develop-
ment, 2007.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
30. 640 raFaeL d’aLMeida Martins • LeiLa da Costa Ferreira
_____ et al. Adapting to climate change in urban areas: the possibilities and
constraints in low- and middle-income nations. In: BICKNELL, J.; DODMAN, D.;
SATTERTHWAITE, D. (Ed). Adapting cities to climate change: understanding and
addressing the development challenges. London: Earthscan, 2009. p. 3-50.
SCHROEDER, H.; BULKELEY, H. Global cities and the governance of climate
change: what is the role of law in cities? Fordham Urban Law Journal, v. 36, n. 2,
p. 313-359, 2009.
SMIT, B. et al. The science of adaptation: a framework for assessment. Mitigation
and Adaptation Strategies for Global Change, v. 4, p. 199-213, 1999.
SOLOMON, S. et al. (Ed.). Climate Change 2007: the physical science basis. Contribu-
tion of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the IPCC. Cambridge:
Cambridge University Press, 2007.
SPINK, P.K. Learning from innovation: education policies seen through the public
management and citizenship program. Cadernos Gestão Pública e Cidadania, v. 11,
p. 109-128, 2009.
STERK, W.; WITTNEBEN, B. Enhancing the clean development mechanism through
sectoral approaches: definitions, applications and ways forward. International En-
vironmental Agreements, v. 6, p. 271-287, 2006.
STORBJÖRK, S. Governing climate adaptation in the local arena: challenges of risk
management and planning in sweden. Local Environment, v. 12, n. 5, p. 457-469,
2007.
TANNER, T.M. et al. Urban governance for adaptation: assessing climate change
resilience in ten Asian cities. Brighton: Institute for Development Studies (IDS),
2008. (IDS Working Paper 315)
THOMALLA, F. et al. Reducing hazard vulnerability: towards a common approach
between disaster risk reduction and climate adaptation. Disasters, v. 30, n. 1,
p. 39-48, 2006.
TRIBBIA, J.; MOSER, S.C. More than information: what coastal managers need to
plan for climate change? Environmental Science & Policy, v. 11, n. 4, p. 315-328,
2008.
UNITED NATIONS POPULATION FUND (UNFPA). State of world population 2007:
unleashing the potential of urban growth. New York: Unfpa, 2007.
VARGAS, M.; RODRIGUES, D.F. Regime internacional de mudanças climáticas e
cooperação descentralizada: o papel das grandes cidades nas políticas de adaptação
e mitigação. In: HOGAN, D.J.; MARANDOLA JR., E. (Org.). População e mudança
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011
31. uMa revisão CrítiCa sobre Cidades e Mudança CLiMátiCa: vinho veLho eM garraFa 641
nova ou uM novo paradigMa de ação para a governança LoCaL?
climática: dimensões humanas das mudanças ambientais globais. Campinas: Ed.
Unicamp, 2009. p. 205-222.
VOGLER, J. The European contribution to global environmental governance. In-
ternational Affairs, v. 81, n. 4, p. 835-850, 2005.
WILBANKS, T.J. et al. Industry, settlement and society. In: PARRY, M. et al. (Ed.).
Climate Change 2007: impacts, adaptation and vulnerability. Contribution of Work-
ing Group II to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on
Climate Change. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. p. 357-390.
WILBANKS, T.J.; KATES, R.W. Global change in local places: how scales matters.
Climatic Change, v. 43, p. 601-628, 1999.
WILBY, R. A review of climate change impacts on the built environment. Built
Environment, v. 33, n. 1, p. 31-45, 2007.
rap — rio de Janeiro 45(3):611-41, Maio/Jun. 2011