2. Hefesto ou Hefaísto é um deus da mitologia grega, cujo equivalente mitologia na era
Vulcano. Filho de Zeus e Hera, rei e rainha dos deuses ou, de acordo com alguns relatos,
apenas de Hera, era o deus da tecnologia, dos ferreiros, artesão, escultores, metais, metalurgia,
fogo e dos vulcões. Como outros ferreiros mitológicos, porém ao contrário dos outros deuses,
Hefesto era manco, o que lhe dava uma aparência grotesca aos olhos dos antigos gregos.
Servia como ferreiro dos deuses, e era cultuado nos centros manufatureiros e industriais da
Grécia, especialmente em Atenas. O centro de seu culto se localizava em Lemnos. Os
símbolos de Hefesto são um martelo de ferreiro, uma bigorna e uma tenaz, embora por vezes
tenha sido retratado empunhando um machado.
Hefesto
4. Hefesto na mitologia
Queda do Olimpo
A despeito de ser a deusa da família, Hera arremessou Hefesto do alto dos céus, desgostosa por ele ser coxo;
em outra versão, ele teria ficado coxo justamente devido à queda. No relato homérico, ele despencou durante
nove dias e noites até cair no oceano, onde foi criado pela oceânides Tétis (mãe de Aquiles) e Eurínome.
5. Deus do vulcão
Hefesto foi identificado pelos colonos gregos do sul da Itália com os deuses do vulcão Adrano (do monte Etna) e Vulcano,
das ilhas Lipari. Sua forja foi deslocada até lá pelos poetas. O sábio Apolônio de Tiana, do século I, teria comentado:
"existem muitas outras montanhas em diferentes partes da terra além do Etna, mas não somos tão levianos a ponto de
afirmar que suas erupções são provocadas por gigantes e deuses.
Um mito de fundação ateniense narra que Atena teria recusado uma união carnal com Hefesto devido à sua aparência
pouco atraente e seu defeito físico, e que quando ele então se enfureceu e tentou tomá-la a força, a deusa desapareceu de
sua cama. A ejaculação de Hefesto caiu sobre a terra, engravidando Gaia, que acabou por dar à luz a Erictônio de Atenas;
este então foi dado, ainda criança, a Atena, para que essa o criasse, guardado por uma serpente. Higino derivou deste mito
uma criativa etimologia para o nome Erichthonius, a partir da "disputa" (Eris) entre Atena e Hefesto e a criança-terra
(chthonios). Existe na cidade um Templo de Hefesto, o Hephaesteum (chamado erroneamente de "Theseum"), localizado
próximo à ágora ateniense.
7. O ofício de Hefesto
Hefesto foi responsável por fazer boa parte dos magníficos equipamentos dos deuses, e quase todo tipo de
trabalho em metal dotado de poderes mágicos que aparece na mitologia grega é tido como tendo sido feito pelo
deus; o elmo alado e as sandálias de Hermes, o peito de armas conhecido como égide, a célebre cinta de
Afrodite, o cetro de Agamenon a armadura de Aquiles, os crotala de bronze de Héracles, a carruagem de Hélio
(bem como a sua própria), o ombro de Pélops, o arco e flecha de Eros. Hefesto trabalhava com o auxílio dos
ciclopes ctônicos, seus assistentes na forja. Também construiu autômatos de metal que trabalhavam para ele;
entre estes estavam tripés que tinham a capacidade de ir e voltar ao Monte Olimpo. Hefesto deu ao cego Órion
seu aprendiz, Cedálion, para ser seu guia. Em uma das versões do mito do deus, Prometeu teria roubado o fogo
que ele deu aos homens da forja de Hefesto. Este também teria criado o presente que os deuses deram ao
homem, a mulher Pandora e seu pithos. Como um hábil ferreiro, Hefesto fez todos os tronos do Palácio do
Olimpo.
9. O retorno de Hefesto
Hefesto foi o único deus a ter retornado para o Olimpo depois de ter sido exilado.
Numa narrativa arcaica, Hefesto teria se vingado de Hera pela sua rejeição dele construindo para ela um trono
dourado mágico que, quando ela se sentou sobre ele, não a deixava mais se levantar. Os outros deuses imploraram
a Hefesto que retornasse ao Olimpo para libertá-la, porém ele teria recusado, dizendo "eu não tenho mãe."
Finalmente Dioniso, enviado para trazê-lo de volta, compartilhou com ele seu vinho, embebedando assim o
ferreiro e trazendo-o de volta ao Olimpo sobre as costas de uma mula, acompanhado por foliões - cena que por
vezes aparece ilustrada nos vasos pintados da Ática e de Corinto. Nas cenas pintadas os dançarinos e figuras
fálicas que formam a turba que acompanha Dioniso enquanto este conduz a mula mostram que a procissão fazia
parte das celebrações ditirâmbicas que antecederam, em Atenas, as peças satíricas do século V.16
O tema do retorno de Hefesto, popular entre os pintores de vasos áticos cujas mercadorias eram apreciadas pelos
etruscos, pode ter sido responsável por levar o mito para a Etrúria.17 Do modo em que os pintores retratavam a
procissão, Hefesto estaria montado sobre uma mula ou cavalo, acompanhado por Dioniso, que segurava as rédeas
e as ferramentas de Hefesto, entre elas um labrys (espécie de machado com duas lâminas).
11. Hefesto e Afrodite
Hefesto, sendo o mais decidido dos deuses, recebeu de Zeus a mão de Afrodite para evitar que os
outros deuses travassem disputas por ela. Afrodite, no entanto, não aceitou a idéia do casamento
arranjado com o feio Hefesto, iniciou um relacionamento amoroso com Ares, deus da guerra.
Hefesto ficou sabendo da promiscuidade de Afrodite por meio de Hélio, o Sol onividente, e
planejou uma armadilha para eles durante uma de suas escapadas. Enquanto Afrodite e Ares
estavam juntos na cama, Hefesto envolveu-os com uma rede de cota de malha inquebrável, tão
fina que era praticamente invisível, e levou-os ao Monte Olimpo para humilhá-los diante dos
outros deuses. Estes, no entanto, apenas riram diante da visão dos amantes nus, e Posídon
conseguiu persuadir Hefesto a libertá-lo como troca de uma garantia de que Ares pagaria uma
multa pelo adultério. Na Odisséia Hefesto afirma que devolveria Afrodite a seu pai e exigiria dele
seu dote.