Este documento descreve a evolução da tecnologia de televisão ao longo do tempo, desde os primeiros aparelhos de rádio e televisão a preto e branco da década de 1960 até os modernos televisores digitais. Também discute os desenvolvimentos iniciais da televisão a cores e dos diferentes tipos de telas como LCDs e plasmas.
Trabalho 1 evolução e impacto social das tecnologias de informação e comunicação dulce_velho
1. CLC5 – Fundamentos de Cultura, Língua e Comunicação
Cultura, Comunicação e Media
Dulce Varino Velho
Trabalho 1
Vou viajar no tempo, não na dita máquina, mas com auxílio da minha memória, vou
regressar a minha infância na década de 60 e rever as tecnologias
que existiam na altura em casa, que eram poucas na altura, um
rádio que funcionava com válvulas, eu ainda muito pequena
perguntava aos meus pais, porque que não consegui ver as
pessoas que estavam a falar. E tínhamos um televisor a preto e
branco, que estava ao canto da sala, não fosse alguém tropeçar
e mandar o aparelho ao chão, adornado com um bibelô. Assisti a
alguns acontecimentos importantes da década de 60 por este
aparelho, a alunagem da Apollo11 na lua, a visita a Portugal do
Papa Paulo VI, o meu pai, tirou a televisão uma serie de fotografias,
com a Papa a acenar com a mão na porta do avião. A televisão
também passou a comandar a hora de eu ir para a cama com o
“Vamos dormir”.
Uns anos tarde os meus pais adquiram um gravador de áudio com cassetes de fita
magnética, que a minha mãe adorava usar para gravar em direto, o
festival da eurovisão, durante as gravações eu e a minha irmã
ficávamos proibidas de falar, para nós era uma risota, escusado será
dizer que ficávamos de castigo e íamos mais cedo para a cama.
Enquanto vivi em casa dos meus pais nunca tive telefone, quando precisava tinha
que ir a cabine pública.
Quando iniciei a trabalhar em 1980, comecei a utilizar uma máquina de escrever
elétrica e um telex, que pouco anos depois entrou e desuso com o aparecimento do fax.
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Em 1985 tive o primeiro contacto com o computador, quando fui trabalhar no
departamento de assinaturas de uma revista.
Em 1990 compramos o primeiro telemóvel da família, que era
enorme em relação aos do presente.
A tecnologia que mais acompanhou a minha vida foi a televisão,
ela é sem dúvida um dos inventos que mais modificou a nossa
sociedade, pois permite o acesso fácil e rápido a informação. O seu processo evolutivo
está ainda longe de se poder dar como terminado, continua- se a procura a maior
qualidade de imagem e mais possibilidades a nível de interatividade leva ainda hoje a
muita investigação nesta área.
A revista ilustrada e o cinema estão nas origens da televisão e justificam o seu
aparecimento. E isso acontece precisamente porque tanto a primeira como o segundo
apresentam determinados inconvenientes para a comodidade do público consumidor.
Assim, enquanto a primeira tem de ser escolhida, comprada e folheada, o segundo implica
a necessidade de deslocação até uma sala de exibição. Daí que a televisão apareça como
uma espécie de remédio para este tipo de inconvenientes.
Os primeiros passos para a invenção da televisão foram dados ainda no séc. XIX. Em
1884, Paul Nipkow conseguiu enviar imagens através de fios usando um disco de metal
giratório, criando assim o conceito de varrimento de imagem. Durante anos – mais
propriamente, de 1926, ano da sua invenção, por John Baird, até às primeiras emissões
regulares da BBC, em 1936 – a televisão foi uma bizarria. Começou com
um ecrã de tamanho minúsculo, sem que existisse sincronia entre o som e
a imagem (algo que foi ultrapassado, logo em 1934, pela germânica
Telefunken), e durante décadas manteve-se a preto-e-branco.
Em 1940, os investigadores da CBS (Columbia Broadcasting System),
umas das maiores emissoras comerciais de televisão nos USA, inventaram uma televisão
mecânica a cores. Esse sistema tinha a desvantagem de ser incompatível com os antigos
televisores a preto e branco. O sistema baseava-se num disco rotativo que continha três
filtros, um para a cor vermelha, outro para a verde e um terceiro para o azul. No lado do
recetor as cores eram exibidas sequencialmente e dependia da retenção do olho humano
para juntar a três cores numa só imagem. Apesar de ser um sistema prático tinha uma
grande desvantagem: para manter a qualidade da televisão monocromática era necessária
uma largura de banda três vezes maior.
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Ultrapassada a Grande Guerra, retomadas as emissões britânicas, o mesmo Baird
fez uma primeira demonstração com imagens a cor, mas seria necessário esperar até à
década de 50.
Depois, país após país, tornou-se no centro das atenções, moldou hábitos,
transformou culturas, criou heróis, chegou ao estatuto de núcleo das sociedades
modernas.
Entretanto a RCA (Radio Corporation of America) começou a desenvolver um sistema
sequencial de pontos. Pontos vermelhos, verdes e azuis de fósforo eram depositados num
ecrã. A existência de três canhões de eletrões, um para cada cor, fazia iluminar os pontos
de fósforo. Este processo era sequencial e processava-se a grande velocidade,
normalmente a 3,6 MHz.
Na década de 70, as experiências com o selénio e a luz, assim como a construção do
protótipo do primeiro tubo de raios catódicos, abre as portas para a construção dos CRTs,
base das televisões convencionais.
Nessa altura criaram-se dois caminhos no desenvolvimento dos sistemas de
televisão: a televisão mecânica e a televisão eletrónica.
Os LCDs, ou ecrãs de cristais líquidos, são dos tipos de ecrã mais usado hoje em dia,
desde os mais básicos ecrãs monocromáticos de 7 segmentos, aos novos e mais
evoluídos usados nos monitores mais recentes. Tem a vantagem de ser mais leves e finos
que um monitor CRT e gastam muito menos.
A primeira demonstração prática de um ecrã LCD aconteceu em 1968 pela mão de
George Heilmeier, num ecrã baseado na tecnologia DSM (Dynamic Scattering Mode). Em
1969 James Fergason descobriu o efeito do campo ‘twisted nematic’ nos cristais líquidos.
Em 1971 a sua empresa ILIXCO produziu o primeiro ecrã com esta tecnologia e obteve
grande sucesso, pois este novo tipo de ecrã apresentava uma qualidade de imagem
bastante superior à imagem produzida pelos DSMs.
O primeiro protótipo de um ecrã de plasma foi criado em 1964 na Universidade de
Illinois (USA). Inicialmente os ecrãs eram pequenos e a imagem de fraca qualidade. Mas o
desenvolvimento tecnológico dos materiais e do seu fabrico, assim como a capacidade de
processamento digital, permitiram criar ecrãs de plasma com imagens de grande
qualidade. A grande vantagem desse tipo de ecrã é a possibilidade de construir televisões
de grandes dimensões com uma espessura de apenas alguns centímetros.
O aparecimento do fenómeno televisivo em Portugal data de meados do século XX,
mais exatamente a 15 de Dezembro de 1955, quando foi constituída a Radiotelevisão
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Portuguesa, a estação pública de televisão. As primeiras emissões experimentais da RTP
só foram para o ar quase um ano depois, a 4 de Setembro de 1956, a partir da Feira
Popular de Lisboa, e mais tarde, em Março de 1957, iniciaram-se as emissões regulares,
desta vez já nos estúdios do Lumiar, mas apenas abrangendo a área metropolitana de
Lisboa. A partir desta data, a RTP foi crescendo, e no fim desse ano o grande Porto estava
já abrangido.
Hoje em dia assiste-se a uma pequena revolução nesta área com o aparecimento da
Televisão Digital, que está ainda a dar os seus primeiros passos, mas promete trazer
melhor qualidade de imagem e som. Mas esta mudança vai implicar a troca dos aparelhos
convencionais por outros compatíveis com as novas normas, desde os emissores a
recetores, aos próprios televisores, o que implica que esta mudança terá que ser gradual e
prolongada.
Portugal foi o primeiro país do mundo a experimentar a televisão interativa da
Microsoft, em Dezembro de 2000, e a TVI foi a primeira estação de televisão portuguesa a
aderir à televisão interativa, em 2001.
“Tem magia, a televisão. É o mundo em nossa casa. Eu, que a abomino, tão
usurpadora tem sido dos nossos hábitos, do que nos restava de convívio,
quando o dia chega ao fim e nos espera um familiar, um livro, um
desenferrujar de ideias numa roda de amigos, eu, que a abomino sobretudo
porque, entre nós, ela é um incitamento à estupidez e à mediocridade, acho-me
a não saber resistir-lhe, mesmo quando me agonia.”
Fernando Namora, Dialogo em Setembro