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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL
TIAGO MELO DO NASCIMENTO
USO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA COMO FERRAMENTA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS:
ESTUDO DE CASO DE UMA EDIFICAÇÃO NA UEFS
FEIRA DE SANTANA – BA
2012
ii
TIAGO MELO DO NASCIMENTO
USO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA COMO FERRAMENTA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS:
ESTUDO DE CASO DE UMA EDIFICAÇÃO NA UEFS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
departamento de tecnologia da universidade estadual
de Feira de Santana como requisito para obtenção de
título de bacharel em engenharia civil.
ORIENTADOR: PROF. MSC. Luis Cláudio Alves Borja.
FEIRA DE SANTANA – BA
2012
iii
TIAGO MELO DO NASCIMENTO
USO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA COMO FERRAMENTA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS:
ESTUDO DE CASO DE UMA EDIFICAÇÃO NA UEFS
Projeto de pesquisa apresentado à banca Examinadora de qualificação da disciplina
TEC 174 – Projeto Final II, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de
Feira de Santana, ministrada pelo professor Engº Gerinaldo Costa.
FEIRA DE SANTANA, 23 DE MARÇO DE 2012
________________________________________________________
Professor orientador: Msc. Luis Claudio Alves Borja
Universidade Estadual de Feira de Santana
________________________________________________________
Professor: MSc. Nilo Márcio de Andrade Teixeira
Universidade Estadual de Feira de Santana
________________________________________________________
Arquiteta: Mariana Sousa da Silva
Universidade Estadual de Feira de Santana
iv
Dedico este trabalho,
À minha mãe e meu pai, os quais amo muito
v
Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são
os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e
sim, aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai
para sempre...
Bob Marley
vi
AGRADECIMENTO
Acima de tudo a Deus, por ter me dado sabedoria, saúde e disposição para a
realização deste trabalho.
Aos meus pais, Antonio e Rosa, que me deram toda a estrutura para que me
tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor incondicional que me
fortalece todos os dias. Em especial à minha mãe pela inteira dedicação e por muitas
vezes ter deixado de lado seus sonhos para acreditar nos meus. Obrigado novamente
pais, está conquista também é de vocês. Agradeço também aos meus irmãos, os quais
não faço distinções, Carolina, Daiana, Daise, Mariza, Vanderlei e Uelson, pelo
entusiasmo, carinho e descontração vividos a cada dia, me ajudam a superar todas as
adversidades.
A minha namorada Patrícia. Obrigado meu amor, por tudo, você transformou a
minha vida. Obrigado pelo seu carinho, sua atenção, sua vibração com as minhas
conquistas e seu ombro em cada momento difícil que você me ajudou a atravessar.
Sem você, essa conquista não teria o mesmo gosto. Agradeço também a toda a sua
família, especial ao meu sogro Bomfim e a minha sogra Jédida e os meus cunhados,
Edson e Anna Paula, que acompanharam essa fase da minha vida.
A toda minha família, avós, tios, madrinhas e primos, por ter me acompanhado
durante toda trajetória, me dando atenção e apoio em todos os momentos. Aos meus
amigos de Cruz das Almas, por terem me ajudado a recarregar as minhas energias
para completar a minha tarefa. Em especial a Rodrigo pelo apoio e pelo
companheirismo, e sem sombra de duvida a sua mãe Vera, que me acolheu como um
filho, e a toda família Lagos, meu muito obrigado.
Aos meus novos irmãos, Mailson e Tainã, minha eterna gratidão pela amizade
verdadeira, estiveram comigo durante os piores e melhores momentos da universidade.
“Obrigado amigos, pelos erros que me emprestastes, pois com eles pude corrigir os
meus”. Gostaria também de agradecer pelo companheirismo e por muitas vezes me
vii
enxergar melhor do que eu sou. Com vocês ao meu lado os momentos difíceis se
tornaram extremamente prazerosos.
Agradeço também a turma 2006.2, que tornaram a convivência acadêmica muito
mais agradável, em especial aqueles que sempre estiveram ao meu lado, Marcos Jr. e
Rafael Petró, os dois caras mais brilhantes que já conheci, admiro vocês.
Ao professor orientador Luis Borja, pela paciência, dinamismo, confiança e por
ter acreditado em nosso potencial.
A toda equipe da GEPRO pela cooperação, esta colaboração foi fundamental
para a concretização deste trabalho, em especial a Nilo Teixeira e Mariana Sousa, que
contribuíram no desenvolvimento do estudo de caso, fornecendo informações
pertinentes para o delineamento da pesquisa.
Enfim a todas as pessoas que me ajudaram, não poderia deixar de expressar à minha
imensa gratidão.
Muito obrigado!
viii
RESUMO
NASCIMENTO, T. M. Uso da computação grafica como ferramenta para o
desenvolvimento de projetos: estudo de caso de uma edificação na UEFS. Feira
de Santana, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) –
Universidade Estadual de Feira de Santana.
O presente trabalho pretende avaliar a utilização da ferramenta computacional de
modelagem tridimensional no desenvolvimento de projetos de engenharia. A fase de
projeto constitui uma das primeiras etapas do processo de produção e contém um
grande potencial para contribuir com sucesso do empreendimento, além disso, todas as
decisões tomadas durante a fase inicial do projeto potencializam as chances de reduzir
custos, neste âmbito o desenho tridimensional pode auxiliar o projetista no
desenvolvimento dos projetos, tornando possível uma visualização além do mundo da
pagina. A modelagem computacional tridimensional permite uma visualização mais
próxima do que seria o projeto quando executado através de uma “maquete eletrônica”,
o que possibilita ao projetista demonstrar o empreendimento sobre uma mudança do
ângulo de visão em relação ao objeto, facilitando a compreensão e entendimento sem
precisar de um elevado conhecimento técnico e específico. A pesquisa objetiva o uso
da ferramenta 3D no auxilio do desenvolvimento de representação 2D e 3D, através de
um estudo de caso realizado na UEFS. O delineamento da pesquisa consiste na
elaboração do projeto de arquitetura na fase de concepção com uso da computação
gráfica em três dimensões, analisando através do modelo as principais vantagens, o
que destaca as possíveis falhas detectadas na representação em 2D como simbolismo,
fragmentação, ambiguidade, que podem induzir projetistas de diferentes especialidades
a gerar soluções incompatíveis. Nesta pesquisa foi possível observar algumas
vantagens da modelagem tridimensional. A utilização do sistema fornece ao projetista
uma antecipação construtiva, uma facilidade na leitura de projetos e interação com o
objeto representado.
Palavras-chave: Projeto, Representação Tridimensional, Auxilio ao projetista.
ix
ABSTRACT
NASCIMENTO, T. M. Use of computer graphics as tool for development
projects: a case study of a buildingin UEFS. Feira de Santana, 2012. Completion of
course work (graduate in Civil Engineering) - State University of Feira de Santana.
The present work aims to evaluate the use of three-dimensional modeling
software tool in the development of engineering projects. The design phase is one of the
first steps of the production process and contains a great potential to contribute to
business success, moreover, all decisions made during the initial phase of the project
enhance the chances of reducing costs, in this context the three-dimensional design is
able to help the designer the projects’ development, enabling a view of the world beyond
the page. The three-dimensional computer modeling allows a closer view of what could
be the project when run through a "computer model", which enables the designer to
demonstrate the development from other point of view of the object, facilitating
comprehension and understanding without need a high technical knowledge. The
research aims to use the 3D tool as an aid in the development of 2D and 3D
representation, through a case study conducted in UEFS. The research is the
development of architectural design at the design stage using computer graphics in
three dimensions by analyzing the main advantages of the model, which highlights the
possible faults detected in the 2D representation and symbolism, fragmentation,
ambiguity, that may induce designers from different disciplines to generate incompatible
solutions. This research was possible to observe the advantages of three-dimensional
modeling. The use of the system provides the designer a constructive advance, make it
easier reading projects and interaction with the object represented.
Keywords: Design, Three Dimensional Representation, Help the designer.
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Ciclo da qualidade na Construção Civil e a relação entre projeto e os demais
participantes do ciclo (MELHADO 1993).........................................................................9
Figura 02 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício
ao longo de suas fases (CII, 1987 apud MELHADO, 1994)...........................................10
Figura 03 - Gráfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um empreendimento
e o custo mensal das atividades, com a ideia de um maior "investimento" na fase de
projeto (BARROS & MELHADO, 1993 apud MELHADO, 1994)....................................11
Figura 04 - Fluxograma da estrutura do processo de produção (CALEGARE, 2007). ...18
Figura 05 - Planta baixa, corte, fachada e vista 3D de uma edificação a ser construída
(ESPINHEIRA, 2004) ....................................................................................................21
Figura 06 - Esquema geral das atividades do processo de projeto em 2D (FERREIRA,
2007).............................................................................................................................24
Figura 07 - Ciclo genérico de atividades de projeto usando CAD 3D (FERREIRA, 2007).
......................................................................................................................................26
Figura 08 - Modelo 3D projeto estrutural e de instalações (MILKALDO JR. E SCHEER
2007).............................................................................................................................30
Figura 9 - Modelo 3D integração de projetos (MILKALDO JR. E SCHEER 2007). ........31
Figura 18 - Planta baixa do térreo detalhe do banheiro (Adaptado de GEPRO, 2012)..41
Figura 19 - Corte do banheiro modelo 3D .....................................................................41
Figura 20 - Representação da fachada edifício em 2D (Adaptado de GEPRO, 2012)...42
Figura 21 - Representação das plantas baixas do térreo e superior (Adaptado de
GEPRO, 2012)..............................................................................................................43
xi
Figura 22 - Representação do edifício em 3D ...............................................................44
Figura 23 - Planta baixa e fachada destacado as esquadrias (Adaptado de GEPRO,
2012).............................................................................................................................45
Figura 24 - Planta baixa e fachada destacando a esquadria (Adaptado da GEPRO,
2012).............................................................................................................................46
Figura 25 - Representação das esquadrias do laboratório e do banheiro em 3D. .........46
Figura 26 - Fachada mostrando o detalhe em vidro (Adaptado da GEPRO, 2012) .......47
Figura 27 - Fachada no modelo 3D...............................................................................48
Figura 28 – Simulação da altura da esquadria no modelo 3D (Adaptado da GEPRO,
2012).............................................................................................................................48
Figura 29 - Detalhe do guarda-corpo na escada (Adaptado da GEPRO, 2012) ............49
Figura 30 - Detalhe do elemento de proteção na escada usando o modelo 3D. ...........50
Figura 31 - Vistas externas da edificação em 3D ..........................................................50
Figura 32 - Indicação dos cortes no modelo tridimensional...........................................51
Figura 33 - Passeio virtual pela edificação ....................................................................52
Figura 34 - Análise da insolação na edificação .............................................................53
Figura 35 - Análise da textura na edificação .................................................................53
Figura 36 - Representação da Biblioteca e do centro de pós- graduação em 3D..........54
xii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Quadro comparativo entre etapas do processo de projeto descritas por
autores nacionais (MIKALDO JÚNIOR, 2006)...............................................................14
Quadro 2 - Prancheta versus CAD (SPECK, 2005).......................................................22
Quadro 3 - Principais vantagens do método de representação no CAD 3D (Adaptado de
SPECK, 2005 & ESPINHEIRA, 2004) ...........................................................................29
xiii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1
1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 3
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 4
1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................... 4
1.2.2 Objetivo Específico ............................................................................. 4
1.3 METODOLOGIA.............................................................................................. 5
2 PROJETOS NA COSTRUÇÃO CIVIL ...............................................................................6
2.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE DE CONSTRUIR................... 6
2.2 O CONCEITO DE PROJETO .......................................................................... 7
2.3 RELEVÂNCIA DO PROJETO NA BUSCA DA QUALIDADE ........................... 8
2.4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO ........................................... 12
2.4.1 Compatibilização De Projetos ........................................................... 14
2.4.2 Importância da Compatibilização ...................................................... 15
3 MODELAGEM GRÁFICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................19
3.1 EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE REPRESENTAÇÃO....................................... 19
3.2 TECNOLOGIA DO CAD ................................................................................ 20
3.2.1 Representação Bidimensional........................................................... 23
3.2.2 Representação Tridimensional.......................................................... 24
3.3 IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL................................. 27
3.4 COMPATIBILIZAÇÃO UTILIZANDO O MODELO TRIDIMENSIONAL........... 30
3.5 SOFTWARE QUE UTILIZAM O SISTEMA CAD............................................ 33
xiv
3.5.1 Auto CAD.......................................................................................... 33
3.5.2 Google SketchUp.............................................................................. 34
4 METÓDO DA PESQUISA ..................................................................................................36
5 ESTUDO DE CASO.............................................................................................................37
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................ 37
5.1.1 Gerência de Projetos da UEFS......................................................... 38
5.1.2 Localização....................................................................................... 38
5.1.3 Descrição Do Empreendimento ........................................................ 38
6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................40
6.1 ANÁLISE DA MODELAGEM ......................................................................... 40
6.2 VANTAGENS ENCONTRADAS NO MODELO 3D ........................................ 50
6.3 DIFICUDADES ENCONTRADAS DURANTE A MODELAGEM..................... 54
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................56
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................58
1
1 INTRODUÇÃO
A construção civil se enquadra em uma das atividades mais representativas para
a economia de uma nação, além de ser responsável direta por uma parcela significativa
do produto interno bruto (PIB). Sendo assim, como reflexo deste peso econômico, nos
últimos anos, notou-se um aumento da conscientização da importância dos projetistas
no cenário da construção civil no Brasil junto com o incentivo a padronização dos
processos projectuais.
Na opinião de Adesse e Melhado (2003) tentando se adequar as exigências do
mercado imobiliário, o setor da construção civil busca cada vez mais atender as
necessidades dos seus consumidores. Procurando oferecer melhores produtos,
algumas empresas apostam nas inovações tecnológicas, na capacitação dos
profissionais e no desenvolvimento dos processos empresariais, com o intuito de
ampliar a produtividade, reduzir os custos e, sobretudo, melhorar o atendimento aos
clientes e a qualidade dos produtos.
A fase de projeto contém um grande potencial para contribuir com o sucesso e
desempenho de todo o empreendimento, em contrapartida a falta de relação entre os
projetos apresentam uma falha que pode implicar diretamente na qualidade final do
produto, onde cuidados na fase inicial do projeto potencializam as chances de reduzir
os custos por falhas.
Conforme Moreira (2008) o constante aumento da complexidade das
construções aliado a competitividade do mercado, têm ocasionado uma pressão sobre
os projetistas, diminuindo os prazos de execução dos empreendimentos. Isso acarreta
numa sobreposição entre as etapas de projeto, tornado o processo menos eficiente.
“Entretanto para que se possa dar suporte ao crescimento descontrolado dos centros
urbanos e as transformações que ocorrem nos empreendimentos estão, sendo criadas
ferramentas que auxiliem no planejamento e acompanhamento, fazendo com que se
2
revele uma forte tendência em realizar estudos de viabilidade” (MILITÃO E CARVALHO,
2000).
Nas ultimas décadas tornou-se notória a contribuição dos computadores para o
desenvolvimento de projetos, principalmente no que diz respeito a parte grafica, devido
a precisão e a facilidade no desenho e redesenho. Dentre os recursos oferecidos o
sistema CAD (Computed-Aided Design) é o que mais se destaca, devido a fácil
manipulação e visualização, além de fornecer representações no espaço tridimensional.
A modelagem em três dimensões permite ao projetista abstrair-se de um modelo
em duas dimensões, para um modelo prático, onde a interação entre o observador e o
objeto se faz através de várias faces e diferentes perspectivas, proporcionando um
melhor entendimento e análise das possiveis incompatibilidades de projetos. Quando se
faz a modelagem e agrupam-se os projetos complementares, podem-se antever
possíveis problemas que iriam ocorrer na execução, podendo assim, diminuir
retrabalhos e desperdícios que são originados devido às interferências físicas causadas
na concepção dos projetos. Um dos principais fatores do aparecimento de inferências
físicas entre os projetos se deve ao fato, de que na maioria das vezes estes projetos
são feitos de forma segregada e só são confrontados durante a execução.
As novas técnicas de representação gráfica, através do uso do computador
geram possibilidades de igualdade no critério de representação, pois antes, o domínio
das técnicas de desenhar era privilégio de profissionais com reconhecida habilidade.
“Portanto, entendendo o potencial e a representatividade das ferramentas CAD 2D e
3D, faz-se pensar como algumas empresa de engenharia não adotaram tal ferramenta,
tendo em vista as possibilidades de obter maior eficácia, competitividade e portanto,
melhores condições de se manterem no mercado nas mais diversas etapas de projeto”
(SPECK, 2005).
3
1.1 JUSTIFICATIVA
O setor de construção de edifícios no Brasil tem apresentado, historicamente,
uma lenta evolução tecnológica, comparativamente a outros setores industriais. As
características da produção, no canteiro de obras, acarretam baixa produtividade e
elevados índices de desperdícios de material e de mão-de-obra (FONTENELLE 2002).
Na análise de Fabrício (2002) quando não se oferece uma atenção adequada à
fase de projeto, alguns problemas podem passar despercebidos, proporcionando
soluções incompletas. Nesta perspectiva, grande parte dos problemas pode ser
resolvida durante a execução da obra, pela própria equipe de execução, no entanto
estas decisões podem acarretar em desperdícios e retrabalhos futuros. Com o tempo
cada vez mais reduzido para elaboração de projetos, nota-se o estreitamento ou a
supressão de algumas etapas. “Portanto uma das etapas prejudicadas é a
compatibilização que a falta da mesma acarreta em atrasos no cronograma, produtos
de má qualidade e acréscimos do custo da obra” (CALEGARE E BARTH 2007).
Segundo Fontenelle (2002) dos setores industriais existentes, o da construção
civil é o que se encontra mais atrasado, muitos são os fatores que consolidam esta
afirmação, entre eles estão, a baixa produtividade, o elevado índice de desperdício de
materiais, má qualificação da mão de obra e um baixo nível de industrialização, todos
estes fatores contribuem para um produto de baixa qualidade.
A construção de edifícios representa grande parte do produto da construção civil,
e apresenta uma das maiores atividades econômicas do país, e devido a estes motivos,
tais eventos englobam uma série de instituições como: incorporadores, projetistas,
construtores e outros, que se empenha no propósito de realizar tais construções,
baseado nestas informações se fazem necessário à evolução deste trabalho para que
se possa aprimorar o processo de desenvolvimento do produto.
4
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
 Analisar as possibilidades do uso da modelagem tridimensional nas etapas de
concepção de projetos de arquitetura.
1.2.2 Objetivo Específico
 Comparar os dois métodos de representação, verificando os parâmetros como,
facilidade de leitura de projeto e interação com o observador;
 Avaliar as possíveis diferenças na elaboração de projetos entre os modelos de
representação;
 Identificas as principais dificuldades para a elaboração do modelo tridimensional.
5
1.3 METODOLOGIA
O presente trabalho teve como metodologia adotada, a pesquisa bibliográfica
associada ao estudo de caso. Na opinião de Gil (2008) “a revisão bibliográfica têm em
seu escopo, uma abrangência muito maior em torno do assunto abordado, em
comparação a pesquisa direta”. O mesmo autor ainda define a pesquisa como o
“processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico”. Utilizaram-se
também, procedimentos metodológicos tais como: revisão bibliográfica, que esteve
estruturada em uma listagem e fichamentos de livros que serviram como base teórica
da pesquisa.
 Realização de uma revisão bibliográfica em livros, artigos científicos, revistas,
periódicos e internet;
 Obtenção do projeto de arquitetura em fase de concepção (anteprojeto);
 Modelagem tridimensional do empreendimento;
 Estudo comparativo das representações em 2D e 3D;
 Análise e discussão dos dados;
 Resultados e sugestões.
6
2 PROJETOS NA COSTRUÇÃO CIVIL
2.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE DE CONSTRUIR
A construção civil pode ser considerada uma das atividades mais antigas da
civilização, e em particular, a construção de edificios acompanhou as variações para
realizar os desígnios humanos, como abrigo, proteção, diversão entre outros. As
primeiras técnicas construtivas surgiram a partir da observação da natureza, isto
devido às grandes limitações da época (FABRÍCIO, 2002).
Segundo Niemeyer (1986) nos velhos tempos, projetar e construir eram
considerados como uma única atividade, porém com o avanço tecnológico e o
aumento da complexidade das construções, estas atividades sofreram uma
separação, nascendo à figura do arquiteto com função de projetar, e o engenheiro
com o papel de executar os projetos.
Na opinião de Fabrício (2002) projetar pode ser considerado como uma das
atividades mais intelectuais do mundo, pois a caracterização desta etapa se
consolida através das aplicações criativas do conhecimento técnico, para atender a
sociedade no âmbito cultural e econômico, através de soluções arrojadas e
inovadoras.
Dentro da linha de pensamento, Melhado (1994) afirma que com “a
construção seguindo de forma separada da projetação, surgiu um novo termo
construtibilidade, que consiste no ato de realizar planejamentos, contratações e
desempenhar atividades no canteiro, com o intuito de atingir objetivos globais dentro
de um empreendimento”.
No âmbito geral, a atividade de construção tornou-se uma atividade difícil
devido à complexidade dos empreendimentos, mas para tornar as construções
factiveis foi necessário segregar algumas áreas com o intuito de re-dividir o trabalho
proporcionando um melhor aproveitamento dos profissionais envolvidos na tarefa.
7
2.2 CONCEITOS DE PROJETO
Etimologicamente projetar vem do latim “projectu”, e significa lançar para
diante. Do ponto de vista das ideias expressa uma formalização ou concretização de
algo visando executar ou realizar no futuro (HEIDEGGER, SARTRE apud MOREIRA
2008).
Conforme a NBR 5670, a palavra projeto significa:
“definição qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos econômicos
e financeiros de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura, com
base em dados, elementos, informações, estudo, discriminações
técnicas, cálculos, desenhos, normas, projeções e disposições
espaciais” (ABNT, 1977, p.07)
De acordo com o dicionário Aurélio temos as seguintes definições para
projeto: “o que se tem a intenção de fazer”, (...) “plano de realizar qualquer coisa”,
(...) ou mais especificamente no setor de construção, “estudo, com desenho e
descrição, de uma construção que se pretende realizar”
Na vertente filosófica, o projeto representa uma antecipação das
possibilidades, isto é, uma previsão dos planos ou uma prospecção do que será
executado. (MOREIRA, 2008)
Na análise de Ferreira (2007), onde ele afirma que: projeto é uma ideia que se
forma de algo que se deseja realizar no futuro.
Diante do exposto, Melhado (1994) comenta que: projeto pode ser encarado
como o conjunto de indicações e detalhes construtivos, sendo útil no planejamento e
na programação das atividades de execução, permitindo um melhor gerenciamento
dos recursos.
Alguns autores definem a palavra projeto como uma coisa dinâmica, que está
sempre sofrendo mudanças, é por isso, que se intitula o conceito dinâmico de
projeto usando a palavra projetação.
Segundo Oliveira (1993), projetação refere-se ao projeto em ação, ou seja, o
projeto sendo desenvolvida, logo a palavra projeto demonstrará uma situação
estática, e projetação denota uma situação dinâmica. Nas colocações de Moreira,
8
(2008), afirmando que a projetação de edificações é uma das atividades mais
importantes da construção civil, e desta forma é de suma importância identificar as
principais relações entre o processo de projeto da construção civil.
É com base na descrição de Melhado (1994), que se pode verificar a
diferença do termo projetar:
i. O conceito "estático", que se refere ao, "projeto como um produto, constituído
de elementos gráficos e descritivos, ordenados e elaborados segundo uma
linguagem apropriada, visando atender às necessidades da fase de
execução";
ii. O conceito "dinâmico" de projeto, que lhe confere "um sentido de processo
por meio do qual são produzidas soluções, referentes ao processo de
desenvolvimento dos projetos".
2.3 RELEVÂNCIA DO PROJETO NA BUSCA DA QUALIDADE
A busca pela qualidade dos produtos está presente no meio industrial há
varias décadas. Uma das características principal está atrelada à necessidade de
desenvolver mecanismos que garantam o controle, minimizem as incertezas e
potencialize a redução de produtos defeituosos. (MELHADO, 1994)
As empresas têm tratado a elaboração de projetos como uma atividade
secundária, contratando os projetistas de forma independente e analisando como
critério principal o preço do serviço, desta forma, a elaboração dos projetos não
acontece de maneira conjunta e a participação dos projetistas mediante a junção
dos projetos só ocorrem durante a execução (FABRICIO, 2002).
Ainda, conforme Fontenelle (2002), a fase de projeto contém um grande
potencial para contribuir com o sucesso e desempenho de todo o empreendimento,
e cabe nesta fase identificar e atender toda a demanda e necessidade do produto
para que se evite o máximo de imprevistos.
9
Atualmente a etapa de projeto tem sido um desafio para que as empresas
possam criar um sistema que garanta o princípio básico de qualidade, a falta de
relação entre os projetos apresenta uma falha que implica diretamente na qualidade
final do empreendimento. Com isto, para que se possa aumentar o patamar de
qualidade é necessário programar o sistema de planejamento, e todos os elementos
envolvidos no ciclo de qualidade que apresente um melhor rendimento (MELHADO,
1994). A relação entre os elementos do ciclo de qualidade podem ser observados
melhor de acordo com a Figura 01.
Figura 01 - Ciclo da qualidade na Construção Civil e a relação entre projeto e os demais
participantes do ciclo (MELHADO 1993).
Na opinião de Fabrício (2002) a figura revela que a implantação da
engenharia simultânea é uma importante ferramenta para integrar os agentes e os
sistemas de gestão presentes na construção de um empreendimento. As principais
vantagens deste método são a ampliação da qualidade dos produtos e a satisfação
dos clientes.
Segundo Melhado (1994), o ciclo de qualidade demonstra a influência entre o
projeto e as demais áreas afins como execução de obras, distribuidores de
materiais, planejamento e fabricantes. A falta de interação entre estas áreas implica
10
desfavoravelmente na relação com o usuário, na fase de operação e principalmente
na manutenção.
Usando ainda as palavras de Melhado (1994), todas as decisões tomadas
durante a fase inicial do projeto potencializam as chances de reduzir os custos por
falhas, estas são considerações feitas pelo grupo do Construction Industry Institute -
CII voltado à importância das fases iniciais do empreendimento. Ilustrado através da
Figura 02.
Figura 02 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao
longo de suas fases (CII, 1987 apud MELHADO, 1994).
Como citado anteriormente, a falta de uma atenção adequada à fase de
projeto, alguns problemas podem passar despercebidos, neste caso, as soluções
escolhidas não são eficientes ou incompletas, e a maior parte destes problemas é
resolvida durante a execução da obra, pela própria equipe de execução, como às
vezes as equipes não conseguem “enxergar” o projeto como um todo, isso pode
acarretar em retrabalho e desperdício no futuro (FABRICIO, 2002).
11
O projeto atua como um transmissor de informações e quando não se confere
grandes responsabilidades durante esta etapa, podem aparecem problemas
inesperados que acarretam em inferências físicas alimentando o custo total da obra
(CALEGARE E BARTH 2007).
Segundo Melhado (1994), o investimento inicial permite um maior
desenvolvimento na fase de projeto, isto ocasionará num deslocamento no custo
inicial do empreendimento, mas em longo prazo este esforço acarretará numa
diminuição do custo final como pode ser ilustrado na Figura 03. No entanto, esta é
uma prática não muito utilizada no Brasil e quase sempre os investimentos com
projetos só são para satisfazer questões legais.
Figura 03 - Gráfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o
custo mensal das atividades, com a ideia de um maior "investimento" na fase de projeto
(BARROS & MELHADO, 1993 apud MELHADO, 1994)
De imediato é constatado um aumento no custo do empreendimento, mas
com o passar do tempo, é no final da obra que este custo é minimizado em função
da diminuição dos imprevistos.
12
2.4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO
Na elaboração de projetos alguns autores usam um sistema sequencial, para
facilitar o desenvolvimento processual do projeto, estas subdivisões apresentam
diferentes nomenclaturas entre os projetistas. (FABRICÍO, 2002)
Segundo a NBR 13531/1995 todas as etapas técnicas de projetos podem ser
divididas como processo de desenvolvimento das atividades, e são listadas abaixo:
i. Levantamento (LV): etapa destinada à coleta de informações de referência
(dados físicos, técnicos, legais e jurídicos, e outros) que representem as
condições já existentes, que são de interesse na elaboração do projeto;
ii. Programa de Necessidade (PN): etapa que determina as exigências de
caráter prescritivo ou de desempenho (necessidades e expectativas dos
usuários), que devem ser satisfeitas pela edificação;
iii. Estudo de Viabilidade (EV): etapa na qual se elabora a análise e as
avaliações para a escolha e recomendação de alternativas para concepção
da edificação e de seus elementos, instalações e componentes;
iv. Estudo Preliminar (EP): etapa em que ocorre a concepção e a representação
do conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas, precisas para a
compreensão da configuração da edificação, podendo existir soluções
alternativas;
v. Anteprojeto (AP) e/ou Pré-executivo (PR): etapa destinada à concepção e à
representação das informações técnicas provisórias de detalhamento da
edificação necessárias ao inter-relacionamento das atividades técnicas de
projetos, e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de custos e
de prazos dos serviços inerentes à obra;
vi. Projeto Legal (PL): etapa da representação das informações técnicas exigidas
para análise e aprovação por parte dos órgãos competentes para obtenção
das licenças e demais documentos indispensáveis para as atividades de
construção;
13
vii. Projeto Básico (PB): etapa opcional que se destina à representação técnica
ainda não completa ou definitiva, mas consideradas compatíveis com os
demais projetos e suficientes à licitação (contratação) dos serviços de obras
correspondentes;
viii. Projeto para Execução (PE): etapa em que ocorre a representação final das
informações técnicas completas, definitivas, necessárias e suficientes à
licitação e à execução;
Silva e Sousa (2003) listam as etapas do processo sob a ótica da gestão de
qualidade, tendo como embasamento teórico o planejamento estratégico de
negócios.
Fase I – Planejamento do empreendimento;
Fase II – Concepção do produto;
Fase III – Desenvolvimento do produto, dividido nas etapas de anteprojeto, projeto
legal, projeto pré-executivo, projeto executivo e detalhamento, projeto de produção;
Fase IV – Entrega final do projeto;
Fase V – Acompanhamento técnico da obra;
Fase VI – Desenvolvimento do projeto “As Built”;
Fase VII - Acompanhamento técnico e elaboração dos documentos para o manual do
usuário;
Fase VIII – Avaliação da satisfação do cliente final.
Alguns autores descrevem a fase de projeto separando em algumas etapas.
Nesta linha de pensamento Milkaldo (2006) relacionou quatro destes autores através
no quadro 01, mostrando as divisões sequenciais do processo, como se podem
observar as principais etapas que sofrem variações são as iniciais e finais estas
variações podem se dar devido aos diferentes tipos de projetos
14
Quadro 1 - Quadro comparativo entre etapas do processo de projeto descritas por autores
nacionais (MIKALDO JÚNIOR, 2006).
De forma geral afirma Fabrício (2002), que os projetistas têm como maior
preocupação, organizar as etapas do processo de projetos na construção civil,
criando assim marcos de entrega parcial do projeto, além de definir os serviços
associados a cada etapa, desta forma, ficam facilitados negociações e pagamentos
nas fases intermediárias.
2.4.1 Compatibilização de Projetos
A compatibilização de projetos é a etapa na qual se integram os projetos
referentes a um empreendimento, tentando ajustar e corrigir as possíveis
interferências entre as diferentes especialidades, visando melhorar o padrão de
qualidade do empreendimento.
A compatibilização é considerada como um dos elementos do projeto, onde
os componentes do projeto interagem, mas não conflitem entre si, formando um
conjunto de informações consistentes e confiáveis (GRAZIANO, 2003).
15
Rodríguez (2005), afirma que a compatibilização de projetos, tem as
seguintes características, análise, averiguação e correção das inconformidades entre
as diferentes soluções adotadas no projeto.
Neste âmbito, Callegari (2007) define compatibilização, como uma atividade
que visa juntar e gerenciar vários projetos de uma mesma obra, tendo como intuito
melhorar a harmonia e minimizar conflitos. Neste contexto oferecendo ao
empreendimento uma simplificação na execução, uma diminuição de desperdícios
através da correção de possíveis falhas, melhorando assim a utilização dos
recursos.
No enfoque de Melhado (1994), a compatibilização consiste na sobreposição
de projetos de diferentes especialidades, com o intuito de verificar as possíveis
interposições. Através desta análise, podem ser identificados os prováveis
problemas para que possam ser solucionados. Dessa forma, ainda que a
compatibilização deva ocorrer quando os projetos já estiverem concebidos,
funcionam como uma “malha fina”, na qual possíveis erros sejam detectados.
2.4.2 Importância da Compatibilização
Na pesquisa realizada pela Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP e
pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade da Construção - ITQC (1998)
apud Mikaldo. (2006) sobre a análise de desperdícios, constatou-se que um dos
maiores causadores dos desperdícios na construção civil é a falta de
compatibilização dos projetos.
Neste sentido, Graziano (2003) comenta que, nos últimos 30 anos, o grande
número de obras, contextualiza a separação entre projeto e execução,
impulsionando o desenvolvimento do setor de compatibilização.
Um dos principais fatores que aumentam a necessidade de se compatibilizar
projetos está vinculado, ao fato de que o desenvolvimento dos projetos ocorre de
forma separada ou segregada, fazendo às vezes até parecer que os projetos são
totalmente independentes.
16
Outro aspecto segundo Mikaldo (2006) é que antes dos anos 60 a equipe de
projeto era a mesma da execução, isso facilitava a prática construtiva, pois eles
sabiam das necessidades do empreendimento. Com o passar do tempo, os
projetistas se afastaram da execução quebrando este elo, tornando cada vez mais
intenso a necessidade da compatibilização.
Ao desenvolver projetos sem uma análise das possíveis inferências físicas ou
da compatibilização, pode-se gerar consequências desfavoráveis, tais como:
aumento de retrabalho, atraso no cronograma de execução, e produtos de má
qualidade, que frequentemente conduzem á acréscimo dos custos das obras.
Utilizando a compatibilização como ferramenta para promover a integração
entre os projetos, pode se resolver de forma eficiente o principal problema de
interferência físicas da associação dos projetos.
Ainda segundo o autor, existe uma preocupação em contratar todos os
projetistas, ou ao menos consultá-los, na etapa de concepção inicial do
empreendimento, a fim de evitar problemas futuros de incompatibilidade entre
projetos (MELHADO, 2005).
A coordenação de projetos e o planejamento gerencial revelam um dos
principais fatores para a garantia da qualidade dos serviços no setor, isso porque ele
realça o elo entre os projetistas, empreendedor, a obra, fornecedor e clientes,
transformando-se em um disseminador de informações (ADESSE; MELHADO,
2003).
No início dos anos 80, as empresas e construtoras sentiram a necessidade de
um compatibilizador de projetos, esta função mais tarde passou a ser executada
pelo coordenador. Esta necessidade originou-se devido aos seguintes fatores:
segregação entre o projeto e execução, especialização cada vez maior entre as
diferentes áreas de projetos, equipes de projetos localizadas em diferentes lugares,
e aumento da tecnologia nos empreendimentos (MILKALDO, 2006).
Para Ferreira (2001) o compatibilizador tem como função levar a informação
dimensional para a discussão, dando assim uma ênfase adicional a este processo
de produção, além de sobrepor desenhos tradicionalmente.
17
Na fase do processo o projeto propõe-se como melhoria a conscientização da
participação dos projetistas envolvidos, bem como a existência do coordenador que
integra os processos e verifica possíveis incompatibilidades físicas e funcionais dos
projetos desenvolvidos. Neste caso ele atua como mediador e transmissor das
informações, além de ser gerente das propostas e das soluções a serem aplicadas.
A ausência de um profissional qualificado ou com capacidade de gerenciar
não gera só perdas financeiras para a empresa, como também prejuízo as demais
empresas envolvidas, além de apresentar retrabalho e correção pós entrega
(ADESSE; MELHADO, 2003).
Ainda segundo Melhado (1994) a coordenação de projeto é um dos principais
integrantes da compatibilização, pois é ele que promoverá a comunicação adequada
entre os projetistas, verificando as viabilidades e as principais alternativas,
potencializando as mesmas. Essa interação pode ser demonstrada de acordo com a
Figura 04.
FRANCO & AGOPYAN (1994) apud TAVARES (2001), descrevem diversos
objetivos para a atividade de coordenação de projetos.
 Garantir a perfeita comunicação entre participantes do projeto;
 Garantir a comunicação e a integração entre as diversas etapas do
empreendimento;
 Coordenar o processo de forma a solucionar as interferências entre as partes
do projeto elaborado pelos distintos projetistas;
 Garantir a coerência entre o produto projetado e o modo de produção, com
especial atenção para a tecnologia do processo construtivo utilizado e para a
“cultura construtiva” da empresa;
 Conduzir as decisões a serem tomadas no desenvolvimento do projeto;
 Controlar a qualidade das etapas de desenvolvimento do projeto.
18
Figura 04 - Fluxograma da estrutura do processo de produção (CALEGARE, 2007).
Conforme a figura 05 e segundo Adesse e Melhado (2003) a coordenação de
projetos inclui um vasto conjunto de ações envolvidas no planejamento,
organização, direção e controle do processo de projeto. Na realidade, essa
coordenação deveria ser realizada por um profissional específico, um Coordenador
de Projetos, responsável por desenvolver as ações de coordenação, domínio e troca
de informações entre projetistas, para que os projetos sejam elaborados de forma
organizada, no tempo determinado e com cumprimento dos objetivos definidos.
19
3 MODELAGEM GRÁFICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
3.1 EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE REPRESENTAÇÃO
A representação através de desenhos é considerada como uma das primeiras
formas de comunicação da humanidade. Os primeiros registros de desenhos foram
deixados pelos homens pré-históricos, que tentavam representar animais, nas
paredes e tetos das cavernas (REGO apud SPECK 2005).
Segundo Rego apud Moreira (2008) o desenho foi uma forma de
representação muito utilizada no renascimento, porém quando a ideia de pensar se
configurou através dos desenhos, ouve uma segregação entre os que pensavam
(projetistas), e os que executavam (construtores). Desta forma os arquitetos
passariam a projetar, elaborando desenhos com linguagens comuns para o
entendimento dos construtores (MOREIRA, 2008).
O movimento humanista e científico da época catapultou o desenvolvimento
da representação, facilitando a sua sistematização e regularização, isso porque
nesta época os desenhos não ofereciam formas técnicas precisas (CATTANI, 2001).
Conforme Moreira (2008), a segunda sistematização foi caracterizada no
século XVIII, pelo desenvolvimento da geometria descritiva, criada por Gaspar
Monge, que representava objetos tridimensionais em espaços bidimensionais do
papel, este método contempla a análise topológica, geométrica e dimensional do
objeto, a partir de um conjunto de artifícios gráficos.
Com a revolução industrial, as máquinas forneceram diversas transformações
no mundo, e também na forma de representar. A partir do século XIX, notou-se a
necessidade de projetos cada vez mais rigorosos, isso forçou os projetistas a
desenvolveram uma linguagem representativa mais comum. Visando atender esta
necessidade foram desenvolvidas as primeiras normas técnicas de representação
grafica de projetos (SPECK, 2005).
20
Com o avanço tecnológico e advento do computador, a representação gráfica
enfrenta na opinião de Moreira (2008) a terceira sistematização. Do conjunto de
tecnologias aquela que melhor contribuiu no processo de projetação foi o CAD –
Computed Aided Design ou Desenho Assistido por Computador, este processo se
diferencia dos anteriores pela diferente forma de interação entre o instrumento e o
indivíduo.
Nas ultimas décadas os processos representativos dos desenhos técnicos
sofreram enormes variações, passando pela utilização de métodos como, a régua T
e esquadros para o desenho assistido, primeiro usando o método bidimensional e
depois o tridimensional o qual revelou uma forte tendência para a modelagem
geométrica (SPECK, 2005). Com o passar do tempo as novas técnicas
representativas foram surgindo, com o intuito de possibilitar uma maior interação,
tornado as representações mais claras e fiéis, atendendo as viabilidades
construtivas do projeto (MOREIRA, 2008).
3.2 TECNOLOGIA DO CAD
A ferramenta CAD (Computed-Aided Design ou Desenho Assistido por
Computador) é um software que promove uma automatização global do processo de
projeto, baseando-se na representação computacional do modelo (SPECK, 2005).
Conforme Moreira (2008), com a origem desta tecnologia nos anos 80, os
resultados alcançados com a utilização do modelo, promoveu aumento tanto em
velocidade quanto em qualidade de projeto. Porém, no começo esta ferramenta não
passava de uma prancheta eletrônica, isso porque na época o sistema tinha muito
pouco a oferecer.
Segundo a Amaral e Pina (2010), nos últimos anos a técnica de CAD, vem
sendo bastante aplicada na área de engenharia, revelando assim um aumento na
eficiência e rapidez na realização dos projetos, isso porque a ferramenta utiliza
programas computacionais, tornando assim o método muito mais versátil e cada vez
mais detalhados, conforme ilustrado na Figura 05.
21
Figura 05 - Planta baixa, corte, fachada e vista 3D de uma edificação a ser construída
(ESPINHEIRA, 2004)
Ferreira (2007) relata que o desenho assistido por computador pode
proporcionar aos projetistas representações em planta, corte, elevações e até
perspectiva, sejam em formas bidimensionais ou tridimensionais. Diferente dos
métodos clássicos como a utilização da prancheta, o CAD fornece aos projetistas
funções automáticas que auxiliam na tomada de decisões, como, cálculo de área,
perímetro, volume, e até soluções mais avançadas como sistemas integrados de
informação. Na opinião de Speck (2005), a utilização deste sistema permite ao
projetista uma redução do tempo designado no ciclo de exploração, devido ao uso
do princípio gráfico interativo, permitindo realizar alterações com o modelo, e
analisar mudanças refletidas em seguida.
Ainda, segundo este autor nas ultimas décadas, a ferramenta CAD, aumentou
a precisão, rapidez e comunicação, reduzindo a demanda, tornando as ferramentas
tradicionais obsoletas. O processo de projeto sofreu enormes impactos devido às
fortes ações tecnológicas, isso confrontou diretamente os métodos tradicionais,
evidenciando a eficácia do sistema CAD em relação aos desenhos realizados na
prancheta. Isto pode ser verificado segundo o quadro 02.
22
Quadro 2 - Prancheta versus CAD (SPECK, 2005)
PRANCHETA CAD
Custo menor do projeto e desenho feito
à mão livre ou com instrumentos;
Maior custo inicial do projeto e
atualização do desenho feito em
CAD;
Custo menor dos instrumentos e
materiais de desenho;
Maior custo inicial para atualização do
hardware e software;
Baixa produtividade devido à produção
de desenhos estarem diretamente
ligada à habilidade do desenhista;
Aumento da produtividade do
projetista, com a experiência;
Maior espaço ocupado para a
armazenagem dos desenhos e projetos
(armários, mapotecas, etc.);
Menor espaço na Armazenagem,
pendrive, CDs etc.;
Maior tempo gasto para o envio dos
desenhos para outras empresas
através dos correios etc.;
Diminuição do tempo gasto para o
envio dos desenhos e projetos pela
internet;
Desenhos e projetos em 2D e 2 1/2D
com suas respectivas projeções
ortográficas;
Desenho em 3D e posterior obtenção
automática de desenho de conjuntos
e detalhes;
Repetição dos desenhos e projetos nas
mais diversas áreas das engenharias
(plantas, des. Hidráulicos, des. Elétrico,
des. Mecânico em papel vegetal é um
trabalho muito grande;
O CAD propicia o trabalho com
biblioteca de objetos e simbologias
elétrica, hidráulica, civil, mecânica,
layout etc. Criação de uma base de
dados para manufatura;
Modelos estáticos 2 1/2D em papel; Modelos dinâmicos com simulações e
movimentos;
Protótipos físicos (maquetes); Protótipos digitais (maquetes
eletrônicas);
Erros de representação geométrica e
erros de cotas que seriam detectados
durante a montagem dos
equipamentos.
Melhora da qualidade do projeto
23
3.2.1 Representação Bidimensional
A ferramenta CAD 2D está vinculada a representação grafica através de
plantas, elevações cortes, no qual o projetista utiliza os recursos de computação
para expressar de forma bidimensional os objetos desejados, esta tecnologia vem
substituir os métodos tradicionais, como as pranchetas (FERREIRA, 2007).
Conforme Speck (2005), o CAD bidimensional permite que os desenhos
sejam criados, manipulados e apresentados graficamente na tela do computador.
Além de permitir numeras vantagens que são listadas:
 Facilidade de criação e alteração do desenho;
 Melhoria na qualidade gráfica;
 Maior facilidade no arquivamento, recuperação e transporte dos desenhos;
 Possibilidade de reaproveitamento de informações já existentes, seja em
projetos realizados anteriormente, seja em detalhes-padrão de bibliotecas;
 Possibilidade de organização das informações em diversas camadas (layers),
o que facilita a criação de novas pranchas, combinando-se as informações
dessas camadas;
 Maior consistência entre os desenhos gerados por diversos projetistas, pois
estes passam a trabalhar sobre uma base de dados comum constantemente
atualizada.
Porém mesmo com tantos benefícios a mecanização da tarefa do desenho
não propiciou a total integração do processo de projeto, pois a representação
geométrica do desenho continua com a natureza bidimensional (SPECK, 2005).
Uma das etapas de projeto que não sofreu grande influência com o sistema
de CAD foi à compatibilização, pois para que ela seja efetuada, os envolvidos terão
que realizar interferência entre os projetos, promovendo de forma convencional a
sobreposição entre as diferentes especialidades de projetos (FERREIRA, 2007).
24
Ainda conforme o autor, o método bidimensional para o desenvolvimento do projeto,
segue as seguintes etapas: interpretação do modelo, análise, codificação da solução
em forma gráfica, interpretação das atividades, conferência e correção com uma
retroalimentação, conforme ilustrado pela figura 06.
Figura 06 - Esquema geral das atividades do processo de projeto em 2D (FERREIRA,
2007).
O processo de projeto bidimensional admite um grande número de
interpretações e codificações do desenho, desta forma o projetista deverá estar
muito mais atento do que em situações convencionais, diante disto, o aparecimento
de possíveis erros, pode ocorrer, mesmo em profissionais experientes.
3.2.2 Representação Tridimensional
A representação tridimensional surgiu no início dos anos 70, e era chamado
de geométrico tridimensional. A principal vantagem deste sistema é que o projetista
deixa de trabalhar somente com as projeções e passa a interagir diretamente com o
modelo (SPECK, 2005).
Processo de Projeto Bidimensional
25
A representação gráfica em 3D vem se destacando cada vez mais na área de
projetos devido a sua vasta aplicabilidade e ao seu desempenho perante a
utilização, além do que, permite uma melhor inferência perante as
incompatibilidades.
De acordo com Speck (2005) a modelagem 3D proporciona ao observador
uma excelente percepção, pois o mesmo irá possuir diferentes pontos de vista
proporcionando uma melhor integração entre o projetista e o objeto. O sistema ainda
oferece uma comodidade para a edição do modelo onde se pode adicionar ou
eliminar elementos através de diferentes vistas. Ainda conforme o autor, a
representação tridimensional oferece como principal vantagem em relação ao
método bidimensional a interação com a forma real do objeto.
Moreira (2008) comenta sobre algumas vantagens do sistema de modelagem
de sólidos
 A representação exata de formas tridimensionais;
 Derivação automática de algumas dimensões da forma incluindo volume e
área de superfície;
 Corte das secções, incluindo derivações da propriedade destas secções;
 Geração automática de peças ou conjunto, com dimensionamento
automático.
As maquetes eletrônicas criadas no CAD 3D permitem o desenvolvimento da
realidade virtual, possibilitando ao cliente uma “caminhada” sobre o futuro projeto,
concedendo uma visualização, e um melhor entendimento mesmo para aqueles que
são “leigos” no assunto (SPECK, 2005).
Assim, como no método de CAD 2D, Ferreira (2007) estabeleceu uma
organização da sequência de desenvolvimento de projetos no CAD 3D. Diferente do
anterior neste método, a interpretação é seguida por um processo simultâneo no
qual o individuo, modela, visualiza, corrige e analisa, submetendo o desenho a uma
26
nova modelagem, se necessário, até satisfazer todas as condições, segundo a figura
07.
Figura 07 - Ciclo genérico de atividades de projeto usando CAD 3D (FERREIRA, 2007).
A utilização deste método diminui a maioria dos erros geométricos, devido à
fácil visualização e interação com o modelo. Verifica-se também que haverá uma
redução das analises mentais, diminuindo assim a grande carga cognitiva. Como as
diferentes especialidades de projetos podem se relacionar num mesmo modelo,
haverá uma diminuição das inferências ocasionando uma menor necessidade da
presença do coordenador de projetos, para possíveis compatibilizações.
Existem basicamente três tipos de sistemas de representação tridimensional,
que são: arestas, superfícies e sólidos.
 Arestas
Dos sistemas de representação o modelo de arestas ou wireframe era até
então o mais empregado entre os principais modeladores CAD, que consiste
basicamente na união entre linhas e pontos no espaço permitindo assim, a produção
de modelos tridimensionais e garantindo a visibilidade das vistas 2D (SPECK, 2005).
O modelo de armação em arame é um dos métodos que aproveita a capacidade de
Processo de Projeto Tridimensional
27
processamento bem menos acentuada do que os outros modelos, isso porque não
existe superfície neste modelo, e as suas principais formas são constituídas de
vértices, curvas, linhas e retas, e o seu funcionamento está baseado na união de
pontos e linhas formando assim um modelo espacial.
 Superfícies
O sistema de modelagem de superfície é identificado por utilizar malhas nos
seus planos, onde os planos são representados por superfícies, no qual a definição
do objeto ficará ainda mais precisa em relação ao modelo anterior, e nos planos
curvos são utilizadas elementos de pequenas dimensões para melhorar a sua
definição e suavizar o contorno do objeto (FERREIRA, 2007).
 Sólidos
Neste tipo de modelagem verificamos que das três, ela será aquela que mais
utilizará a capacidade de processamento. Este modelo é basicamente representado
pela utilização de todo volume sólido, isto proporciona a esta tecnologia uma melhor
capacidade de definições do objeto, além do que permite uma construção de objetos
ainda mais complexos. Devido ao fato de que os objetos formados são de
características solidas, torna mais fácil a edição destes sólidos, através de
combinações como (intersecção, subtração, união), além de poder efetuar
operações como (efetuar chanfro, criar arredondamentos, estipula cortes).
(FERREIRA, 2007)
3.3 IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL
Com a inserção dos modeladores de sólidos, o ciclo de projeto foi bastante
reduzido. Os modeladores CAD 3D atuais, detalham os projetos de forma
automática, tornando desnecessária a utilização de muitas horas para a execução
desta tarefa, como era realizada nos métodos tradicionais. Com isso a mão de obra
28
que era utilizada para a revisão e alteração do desenho pode ser remanejada para
atender outras necessidades, tornando o processo mais eficiente (SPECK, 2005).
O avanço tecnológico impulsionou o desenvolvimento das ferramentas da
Computação Gráfica, tornado o processo de projeto mais versátil e flexível,
possibilitando aos projetistas um maior reconhecimento e simulação do objeto
modelado, admitindo melhores resultados no produto final. A interação
proporcionada pelo modelo aumenta a visualização e interpretação, isso devido a
construção de uma “maquete eletrônica”, complementa os procedimentos clássicos,
permitindo o observador manter uma melhor relação com o projeto (ESPINHEIRA,
2004).
Esta técnica do desenho 3D permite uma visualização mais próxima do que
seria o projeto quando executado. Alguns profissionais recorrem à terceira dimensão
para facilitar a compreensão e, sobretudo para evitar problemas de má interpretação
dos clientes (MOREIRA, 2008).
Entretanto, Espinheira (2004) afirma que no nosso entorto praticamente todos
os objetos são tridimensionais, infelizmente esta visualização se ocorre na de cada
observador, isto porque a representação acontece basicamente em duas
dimensões.
Com o desenvolvimento de projetos cada vez mais complexos aplicados nas
indústrias automobilística, naval, e aeronáutica, a modelagem deu um grande salto,
pois, os desenhos bidimensionais não eram suficientes para conceber a
representação necessária (SPECK, 2005). Ainda conforme o autor as técnicas de
modelagem geométrica computacional mudaram totalmente a forma com que o
projeto era elaborado, tornando muito mais produtivo. Exemplificando melhor, o
modelamento de sólidos é composto de sólidos primitivos com o qual se aplica
operações booleanas (união, diferença e intersecção), tornando este artifício
completamente diferente das formas tradicionais. Fazendo uma pequena
comparação, o projetista se assemelha a um escultor modelando a forma dos
objetos retirando ou acrescentando volumes.
29
Na análise de Espinheira (2004) o desenho 3D consiste em ampliar as
limitação óbvias da representação gráfica em 2D, permitindo uma visualização além
do mundo da pagina. Algumas das principais vantagens do método de
representação tridimensional no CAD 3D foram descritas pelos seguintes autores
Speck (2005) e Espinheira (2004), e são listadas na forma de quadro 03.
Quadro 3 - Principais vantagens do método de representação no CAD 3D (Adaptado de
SPECK, 2005 & ESPINHEIRA, 2004)
SPECK (2005) ESPINHEIRA (2004)
Permitem que os usuários não-
técnicos, que não sejam da
engenharia, tenham acesso às
informações do projeto através de
uma interface simples e intuitiva;
Comportam deslocamentos do
usuário em torno do modelo, através
de recursos como walk around (andar
ao redor) e fly-bys (sobrevôos), e
ainda, a circulação no interior do
modelo – walkthrough
Acessam modelos 3D e desenhos 2D
gerados em diferentes sistemas CAD;
Admite simulações do processo
construtivo, dos materiais de
construção e de acabamento.
Trabalham com arquivos que sejam
ao mesmo tempo leves e informativos;
Cria visualizações do modelo em
várias escalas e níveis de
detalhamento
Reduzem ou eliminam o uso de papel
(paperless) e a geração de desenhos
(drawingless).
Permite a visualização futura da obra
em várias fases da construção
É notório que o desenho 3D permite ampliar o horizonte da representação
gráfica, possibilitando ao espectador mudar o ângulo de visão do objeto, facilitando a
compreensão. A utilização da técnica 3D permite que indivíduos que não são ligados
a área de projetos, interpretem as plantas, tornado assim o projeto muito mais claro.
30
3.4 COMPATIBILIZAÇÃO UTILIZANDO O MODELO TRIDIMENSIONAL
A compatibilização tridimensional complementa o método tradicional de
sobreposição de projetos, com a utilização das novas ferramentas empregadas na
tecnologia da informação. A ferramenta torna o processo de compatibilização muito
mais flexível, minimizando o retrabalho, desperdício de materiais, tempo de
execução de projetos e consequentemente aumentando a qualidade do mesmo
(MIKALDO JR. e SCHEER 2007).
Para demonstrar os benefícios da compatibilização tridimensional, Milkaldo Jr.
e Scheer (2007) utilizou o pacote de software da AltoQi compostos por, Eberick,
referente a projetos estruturais de concreto armado, Hydros referente a projetos de
instalações hidráulicas e Lumine usado para concepção de projetos de instalações
elétricas. O projeto estrutural usou componentes como pilares, vigas e lajes, já o de
instalações hidráulicas considerou conexões, tubos horizontais e verticais, e por fim,
o de instalações elétricas usou como elementos, dutos elétricos, tomadas e
interruptores. Todos estes softwares utilizados disponibilizam representação em 3D,
segundo a figura 08.
Figura 08 - Modelo 3D projeto estrutural e de instalações (MILKALDO JR. E SCHEER 2007)
31
O modelo 3D permite uma integração entre as diferentes especialidades de
projetos, melhorando a visualização e compreensão das possíveis interferências.
Segundo Mikaldo Jr. (2006), o mercado brasileiro detém poucos software
que funcionem como compatibilizadores para suprir as necessidades deste
mercado, o AltoQi desenvolveu um programa para integrar os software, Eberick,
Hydros e Lumine, com o intuito de detectar de forma automática as possíveis
interferência físicas entre os projetos. Este programa é denominado como SAI
(Software de Analisa de Inferência), e lista as inferências repassando as
informações de forma gráfica e escrita para que o projetista tome as melhores
decisões. A figura 09 ressalva a integração dos projetos de diferentes
especialidades.
Figura 9 - Modelo 3D integração de projetos (MILKALDO JR. E SCHEER 2007).
De forma geral sugere-se que os modelos 3D sejam executados como parte
do procedimento para o dimensionamento dos projetos, utilizando softwares que
32
admitam este artifício. Dessa forma, facilita-se bastante a etapa de compatibilização,
tornando possível cumprir esta fase em pouco tempo.
No estudo de Mikaldo Jr. e Scheer (2007), foram listados como vantagens e
desvantagens do método:
Vantagens
 Facilidade de compreensão e visualização das interferências;
 Verificação de um número maior de interferências na etapa de projetos;
 Redução do número de reuniões de compatibilização;
 Precisão nas alterações de projetos, como furos em vigas, evitando
patologias;
 Redução do número de modificações, por facilidade de visualização;
 Maior compreensão de logística e execução, em função dos modelos 3D;
 Agilidade na integração dos modelos 3D;
 Redução de retrabalhos e desperdício de materiais.
Desvantagens
 Falta de interoperabilidade com os softwares de projetos complementares e o
arquitetônico;
 Limitações de modelagem do software;
 Dificuldade de modificação dos modelos em 3D;
 Poucos profissionais habilitados para atuar no desenvolvimento de projetos
em 3D;
 Falta de filtros no software, gerando listas de irregularidades muito
carregadas;
33
 Algumas limitações na modelagem e nos filtros dos softwares.
A partir da análise Mikaldo Jr. e Scheer (2007) afirmam que as vantagens
superam as desvantagens. E mencionan que as empresas de softwares devem
investir em sistemas que desenvolvam projetos integrados, utilizando os recursos da
internet.
3.5 SOFTWARES QUE UTILIZAM O SISTEMA CAD
O CAD foi lançado tendo como principal finalidade aumentar a produtividade
na elaboração de desenhos técnicos. Bastante difundido, logo se popularizou,
devido à expansão tecnológica dos microcomputadores. Conhecido como
“prancheta eletrônica”, abrange tanto representações bidimensionais quanto
tridimensionais, além de oferecer uma boa visualização da obra em fase de
construção. (SPECK, 2005).
Conforme o autor, na atualidade, a maioria dos softwares que usam o sistema
CAD existentes no mercado, partem de objetos tridimensionais, através dos mesmos
obtém projeções, cortes e secções, além de conseguir de forma automática algumas
dimensões incluindo volumétrias, áreas de superfícies e cálculos de elementos
finitos. Em paralelo estes softwares possuem um banco de dados que fornecem as
propriedades dos materiais, tolerância especifica que auxilia no desenvolvimento do
projeto.
3.5.1 Auto CAD
O AutoCAD é um software desenvolvido desde 1982 pela Autodesck, para
representação de desenho assistido por computador ou CAD. O programa detém as
tecnologias de representação bidimensional e tridimensional, permitindo ao usuário
simular o desempenho das suas idéias sob condições realistas mais cedo no
processo de projeto (AUTODESK, 2012).
34
Entre os vários programas de CAD, o AutoCAD é o mais usado em todo
mundo. O sistema dispensa os métodos de representação tradicional, e funciona
basicamente como uma prancheta eletrônica sendo usado para desenhar
componentes e sistemas mecânicos, elétricos, eletromecânicos e eletrônicos, assim
como edifícios, automóveis, aviões, navios, circuitos integrados, redes telefônicas e
de computadores (PET, 2010)
O software AutoCad é uma plataforma de trabalho em que os usuários
desenham os projetos usando as ferramentas disponíveis no programa. Outros
software aproveitam a plataforma do AutoCad para acoplar outros programas e
oferecer funcionalidade para diversos fins. Os plug-ins aparecem em função da
instalação dos softwares sobre a plataforma do AutoCad, e disponibilizam
ferramentas para específicos projetos, que não são encontrados nos softwares
originais (JUSTI, 2008)
3.5.2 Google SketchUp
O software Google SketchUp foi inicialmente desenvolvido por uma empresa
norte americana (At Last Software) e depois vendido a Google no ano de 2006. O
software já se encontra na oitava versão, e conta com a versão gratuita, composta
de algumas restrições e a versão paga, que disponibiliza todas as ferramentas da
gratuita e mais alguns recursos específicos (GOOGLE, 2010).
O Google SketchUp é uma ferramenta na qual você pode criar modelos 3D,
admitindo a importação, de outros desenhos de CAD, fotos, imagens aéreas e
outras informações. O programa comporta a atribuição de componentes dinâmicos,
além de permitir exportações em diversos formatos para possíveis redireções
(GOOGLE, 2010)
Um plug-in usado no SketchUp permite uma conexão com o Google Earth,
comportando o modelo tridimensional no ambiente do Google Earth. Outra vantagem
do programa é o fornecimento de uma série de elementos pré-definidos, tais como
35
árvores, carros e uma diversidade de modelos compartilhados através do Armazém
3D da Google Sketchup (VINICIOS E ZANATA, 2010).
O programa Sketchup é caracterizado por ser uma ferramenta simples e de
natureza intuitiva, mas bastante eficaz permitindo ao usuário desenvolver
rapidamente processos gráficos e detalhamentos de arquitetura. O aumento na
popularidade do programa não se dá única, e exclusivamente pelo fato de se tratar
de uma versão gratuita, mas por ser bastante versátil, de fácil aplicação.
36
4 MÉTODO DA PESQUISA
O presente trabalho buscou identificar as possibilidades do emprego da
computação gráfica nos projetos de construção civil, fundamentado no levantamento
bibliográfico que foi baseado em livros, artigos científicos, revistas, periódicos e
internet.
Inicialmente, por se tratar de uma revisão bibliográfica, fez-se um
levantamento do referencial teórico para a área de estudo. Pesquisou-se sobre o
Projeto de Arquitetura e sua relação com a construção civil, abordando alguns de
seus conceitos, processo de concepção e representação.
Como foco principal da pesquisa, foram abordados as possíveis aplicações da
modelagem tridimensional, verificando a sua aplicação na concepção de projetos de
arquitetura, utilizando a tecnologia CAD, e a representação de modelos 3D e 2D.
Após o embasamento necessário adquirido com a revisão bibliográfica, deu-
se inicio ao estudo de caso. Como parte importante executou-se a coleta e estudo
do anteprojeto, fase atual da concepção do projeto arquitetônico de ampliação da
biblioteca da UEFS.
O Projeto de Ampliação da Biblioteca, ainda em fase de concepção, está
sendo elaborado pela equipe da GEPRO em papel e plataforma CAD, e que nesta
fase já apresenta estudos da planta de situação, planta de localização, planta baixa,
planta de cobertura, cortes, fachadas, além de memoriais descritivos.
Por se tratar de uma ampliação de prédio existente, foram realizadas algumas
visitas “in loco” para compreender melhor as possíveis interferências entre o projeto
de ampliação e o prédio existente.
Após análise das peças gráficas bidimensionais fornecidas realizou-se uma
modelagem tridimensional, utilizando o software sketchup, supervisionadas pelo
professor orientador e com anuência do representante da equipe responsável pelo
projeto.
37
Durante o tempo de desenvolvimento do modelo tridimensional foi sendo feito
o registro das diferenças entre os modelos 2D e 3D, as dificuldades para concepção
do modelo e registradas as possíveis contribuições à concepção do projeto
proporcionadas pelo modelo tridimensional no estudo, simulação e representação do
projeto.
5 ESTUDO DE CASO
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O empreendimento adotado no estudo de caso em questão contempla uma
obra civil de construção do Centro de Conhecimento da Pós-graduação da
Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS (GEPRO, 2012).
O projeto foi escolhido por estar em fase de concepção (fase de anteprojeto),
permitindo experimentar e verificar as possíveis contribuições ao projeto.
Dentre os principais motivos da construção do empreendimento, pode-se
destacar a necessidade de fornecer um espaço, no qual haja materiais didáticos
destinados a pesquisas. De certa forma, este espaço pode ser caracterizado como
uma ampliação da biblioteca da UEFS.
O financiamento para a realização da construção da ampliação da biblioteca é
derivado de um convênio firmado com a Financiadora de Estudos e Projetos –
FINEP. Esta é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, que tem por finalidade apoiar estudos, projetos e programas de
interesse para o desenvolvimento econômico, social, científico e tecnológico do País
(GEPRO, 2012).
38
5.1.1 Gerência de Projetos da UEFS
O anteprojeto foi fornecido pela Gerência de Projetos e Obras (GEPRO) uma
repartição ligada a Unidade de Infra-estrutura e Serviços da UEFS, UNINFRA.
A GEPRO é o setor técnico-administrativo responsável pela expansão física
do campus universitário, atuando na concepção e realização de projetos.
O setor para cumprir estas atividades conta com um quadro de funcionários,
formando uma equipe de multiprofissionais, divididos entre arquitetos, engenheiros
civis, técnicos de edificações e estagiários de engenharia.
A GEPRO contribuiu de forma significativa para a realização deste trabalho,
disponibilizando o acesso ao anteprojeto da ampliação da biblioteca, memoriais
descritivos preliminares, além de fornecer informações pertinentes sobre a
edificação, que colaboraram para a caracterização da obra.
5.1.2 Localização
A obra adotada para o estudo de caso em questão localiza-se no Campus da
Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, na Avenida Transnordestina,
Km 03, s/n, Bairro Novo Horizonte, no município de Feira de Santana – Bahia.
O Centro de Conhecimento da Pós-graduação será construído entre a
biblioteca e o CPD. De acordo com Anexo 01.
5.1.3 Descrição Do Empreendimento
A planta de situação descreve a posição do empreendimento entre os prédios
existentes, biblioteca e CPD (ANEXO 02).
39
A solução arquitetônica apresentada no anteprojeto consiste na construção de
uma área de 1.945,18 m², e divide-se em dois pavimentos, com um acesso elevado
a biblioteca antiga. O pavimento térreo é dividido em área de exposição, multimeios,
laboratório didático de informática, salas de apoio, guarda volumes e banheiros.
Conforme Anexo 03.
No pavimento superior a solução adotada contempla a construção de quatro
auditórios, duas salas de videoconferência e banheiros. (ANEXO 04)
A planta baixa da casa de máquina demonstra os acessos as condensadoras
de ar, conforme Anexo 05.
A planta de cobertura ilustra o direcionamento das telhas e as partes que
possuem laje dispensando cobertura, segundo Anexo 06.
Os cortes evidenciam elementos, como pé direito e detalhamento de escadas,
conforme Anexo 07.
As fachadas descrevem os revestimentos que serão utilizados na construção,
entre eles estão o revestimento rústico cerâmico tipo tijolinho, pintura na cor de
concreto, além de acabamentos com vidros temperados, segundo Anexo 08.
40
6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6.1 ANÁLISE DA MODELAGEM
Através da leitura do anteprojeto fornecido identificou-se que já estão
definidos a tipologia do prédio, seu programa arquitetônico com a caracterização e
dimensão dos espaços e definido, a distribuição espacial dos mesmos, seus fluxos e
acessos.
Apesar do projeto estar subordinado a uma equipe técnica especializada, a
concepção dos mesmos desde suas fases iniciais, muitas vezes precisa ser
submetido à aprovação em outros grupos não necessariamente relacionados ao
campo de projetos de construção, como gestores, professores e futuros usuários.
Estes outros grupos precisam de certa forma de linguagens visuais mais simples na
representação do projeto em suas diversas fases (estudo, anteprojeto, projeto
básico e executivo) para facilitar o entendimento dos mesmos e assim orientar as
discussões e decisões entre o grupo de técnicos e os outros agentes.
Muitas vezes também, são necessárias informações complementares entre os
agentes da equipe de projeto. Um exemplo são as informações para facilitar a
comunicação entre a equipe técnica (arquitetos e engenheiros) e a equipe de apoio
formada pelos desenhistas.
A representação tridimensional pode ajudar a expandir a capacidade desta
comunicação, técnico x desenhista. Como exemplo, podemos citar a representação
bidimensional da região dos banheiros. A planta baixa conforme a figura 18 da
região pode ajudar o desenvolvimento futuro da planta de detalhes internos, que
compreenderá as vistas e cortes. Apesar de provavelmente já estarem estabelecido
entre o projetista e o desenhista, as condições que orientaram o desenvolvimentos,
destes detalhes, o modelo tridimensional permite que o projetista explique o que
pretende ou então que o desenhista evidencie que entendeu corretamente a solução
proposta.
41
4 3 1
4 3 1
4 3 1
Figura 10 - Planta baixa do térreo detalhe do banheiro (Adaptado de GEPRO, 2012)
Se, por exemplo, o repasse da informação fosse limitado a fornecer ao
desenhista apenas a planta baixa e que o mesmo desenvolvesse a planta de
detalhes problemas de interpretação poderiam surgir. Na figura 19 podemos simular
a situação. Como os cortes não interceptam esta região, seria mais difícil de
identificar a existência de forros ou até mesmo os padrões dos revestimentos nas
paredes, assim, como, identificar as suas alturas.
Figura 11 - Corte do banheiro modelo 3D
42
Dúvidas como estas podem interferir na elaboração do orçamento, pois o
levantamento dos materiais exige interpretação do projeto, e este tipo de situação
pode gerar margens de erro. Entretanto, o risco poderia ser minimizado com um
esboço tridimensional que além de permitir estudar melhor a situação e a ocorrência
de possíveis conflitos, auxiliaria o desenhista na representação da planta de
detalhamento, com suas vistas e cortes na região dos banheiros. O esboço
tridimensional poderia ajudar a reduzir tempo e evitaria retrabalhos.
Nesta fase, a interpretação e o entendimento do projeto dependem muito da
capacidade e do conhecimento técnico dos agentes envolvidos, onde algumas
informações só são adquiridas quando se faz o cruzamento entre informações de
duas ou mais plantas, exigindo da equipe de técnicos e pessoal de apoio maior
capacidade de compreensão e abstração do projeto. O modelo tridimensional com
as informações unificadas complementa a representação bidimensional, que
algumas vezes mostra-se fragmentada.
Outro exemplo, diz respeito à relação entre as plantas baixas e as fachadas,
em que o entendimento de uma depende muitas vezes da informação contida na
outra e o entendimento, mesmo dominado pelo projetista que concebeu o projeto
muitas vezes não fica claro para outros agentes envolvidos. Para tentar ilustra esta
afirmação destacamos a planta preliminar da fachada na figura 20, que dividimos em
6 quadrantes.
Figura 12 - Representação da fachada edifício em 2D (Adaptado de GEPRO, 2012)
Além dos projetistas e o desenhista se outro agente precisar fazer uma leitura
do projeto apenas na forma bidimensional, poderá ter a sensação de que as faces
A
E
B
C
D F
43
da fachada estão todas num ainda plano, e mesmo assim pode ter dificuldades de
compreensão, mesmo visualizando a planta baixa do térreo e do pavimento superior.
Diante da análise, notamos que os quadrantes A, C e E se localizam num
mesmo plano, entretanto o quadrante D e F estão num plano à frente 5 metros, em
relação a A, C, E, e o quadrante B esta compreendido num plano 20 metros a frente
dos planos A, D e F. conforme a figura 21.
2.00
1 2 2
3 3 2
4 3 1
4 3 1
4 3 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
2 3 1
2 3 1
4 3 1
4 3 1
4 3 1
2 2 1
1 1 2
3 2 1 3 2 1
3 2 1
.15 .15
3 2 13 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 1
3 2 2
4 3 1
2 3 1
4 3 1
4 3 1
4 3 1
2 3 1
Figura 13 - Representação das plantas baixas do térreo e superior (Adaptado de GEPRO,
2012)
Podemos notar que através do método tradicional onde as projeções são
dispostas segundo suas projeções ortogonais (vistas orográficas) em duas
dimensões, nem sempre é fácil extrair informações observando uma única planta, e
que a visualização do conjunto necessita de conhecimento técnico e abstração. O
modelo 3D permite facilitar este entendimento, pois ele possibilita a unificação do
modelo apresentado, concomitante vária vista do desenho, tornado mais claro a
compreensão do projeto, conforme a figura 22.
C
F
E
D
A
C
A
B
44
Figura 14 - Representação do edifício em 3D
Vale salientar que em algumas fases durante o desenvolvimento do projeto, o
mesmo é submetido à aprovação de gestores e outros profissionais não
necessariamente da área de construção civil, como arquitetos e engenheiros, mas
que necessitam consultar e entender os diversos projetos. Nestes momentos de
análise e discussão ampliada ou quando submetidos à aprovação em outras áreas,
é necessário fornecer representação dos projetos, além das consagradas plantas
(baixas, cortes e fachadas) em linguagens cuja interpretação seja fácil, como as
permitidas pelas perspectivas e modelagens.
Com o aumento da complexidade do projeto e com o desenvolvimento das
próximas etapas, a dificuldade de leitura e interpretação também aumenta, porém a
ferramenta de representação em 3D complementa a representação tradicional,
permitindo que mesmo indivíduos “leigos” na leitura de projetos, possam mais
facilmente compreender o prédio representado, participando melhor do seu
desenvolvimento.
Na fase de anteprojeto alguns elementos ainda não estão totalmente
definidos, dessa forma é necessário realizar revisões para que se possa tornar o
projeto cada vez mais completo. A modelagem tridimensional pode auxiliar o
projetista na realização das revisões, pois para construção do modelo 3D, é
necessário que se busque as informações na representação bidimensional. Na
consulta dos dados para a construção da maquete eletrônica é possível verificar as
45
informações representadas nas plantas graficas 2D, identificando se existem
elementos que precisam ser submetidos a uma nova revisão.
A figura 23 que destaca a representação das esquadrias do laboratório, ainda
na fase de anteprojeto, na planta baixa e também as respectivas esquadrias na
fachada.
3.00x.50 h=2.00
1.50
1.50
Figura 15 - Planta baixa e fachada destacado as esquadrias (Adaptado de GEPRO, 2012).
Nota-se que a compatibilização nesta fase ainda será feita avaliando
conjuntamente as plantas baixas e fachadas.
O modelo 3D pode auxiliar este processo de compatibilização, pois permite à
equipe coordenada pelos projetistas, com a construção de um modelo virtual
simulando a construção, identificando os elementos e suas características nos seus
diversos planos. Neste caso, em particular, permitirá unificar as dimensões das
esquadrias tanto na sua representação em planta baixa quanto na sua
representação da fachada do prédio.
46
431
231
431
431
431
231
3.00x.50 h=2.00
1.002.50
7.00
1.002.50
7.00
Figura 16 - Planta baixa e fachada destacando a esquadria (Adaptado da GEPRO, 2012)
No modelo 3D a equipe pode reunir as informações em um único elemento,
diminuindo a fragmentação na sua representação. Segundo a figura 25.
Figura 17 - Representação das esquadrias do laboratório e do banheiro em 3D.
47
Por ter as informações contidas em um único elemento, o modelo 3D pode
ajudar o projetista a identificar plantas que necessitam de compatibilização, de
projetos que, ainda encontra-se na fase de concepção, e ainda será submetida a
alterações e revisões. Como exemplo foi simulada a representação da fachada
como base a representação bidimensional do anteprojeto, conforme a figura 26.
Figura 18 - Fachada mostrando o detalhe em vidro (Adaptado da GEPRO, 2012)
Com o apoio da simulação em 3D e sob a orientação da equipe de
arquitetura, foi facilitada a identificação de que a fachada com o detalhe em vidro só
aconteceria em uma das faces do prédio. A figura 27 apresenta o modelo que
evidencia que nesta fachada não existirá vidro, existindo vidro apenas na fachada
oposta.
48
Figura 19 - Fachada no modelo 3D.
Por se tratar de um projeto preliminar algumas informações ainda serão
especificadas pelos projetistas, como por exemplo as esquadrias internas do
laboratório didático de informática, que ainda não foram totalmente definidas. No
entanto, o modelo 3D pode ser usado como uma ferramenta auxiliar, tornando
possível ao projetista testar as possiveis altura verificando entre as alternativas, a
que melhor se enquadra nesta situação. A figura 28 descreve a planta baixa do
laboratório e uma simulação no modelo 3D com uma das possíveis opções de altura.
Figura 20 – Simulação da altura da esquadria no modelo 3D (Adaptado da GEPRO, 2012)
49
Podemos notar que no desenho da escada ainda se encontra na fase de
detalhamento, conforme a figura 29, retirada da planta baixa e corte. Para auxiliar o
detalhamento, que pode ser feito pela equipe de desenhistas, o projetista pode
utilizar o modelo 3D para descrever as informações e tornar a comunicação entre o
projetista e desenhista ainda mais facilitada.
Figura 21 - Detalhe do guarda-corpo na escada (Adaptado da GEPRO, 2012)
O projetista pode usar a modelagem 3D para realizar simulações de
elementos. Conforme a figura 30 extraída do modelo 3D, o projetista pode simular o
detalhamento da escada tanto com os elementos de proteção com o acabamento e
as texturas, possibilitando uma melhor comunicação entre o projetista e o
desenhista.
50
Figura 22 - Detalhe do elemento de proteção na escada usando o modelo 3D.
6.2 VANTAGENS ENCONTRADAS NO MODELO 3D
A modelagem 3D permite ao projetista escolher o ângulo de observação
auxiliando no desenvolvimento do projeto. Como exemplo, a Figura 31 demonstra a
edificação sobre várias perspectivas, evidenciando uma das vantagens deste
sistema tridimensional que é a apresentação da edificação para os gestores e
futuros usuários de forma mais facilitada.
Figura 23 - Vistas externas da edificação em 3D
51
Na modelagem tridimensional é possível também realizar cortes em diversos
planos, tornando mais fácil a visualização do interior da edificação, cujos cortes
extraídos do modelo 3D podem ser gerados de forma automática. Dessa forma se
houver a necessidade de novos cortes além daqueles que já existem no modelo 2D,
o projetista pode desenvolver com o auxilio daqueles gerados no modelo 3D e ao
mesmo tempo orientar e acompanhar o detalhamento dos projetos.
A figura 32, retirada do modelo 3D, evidencia as possibilidades do sistema
seccionar qualquer plano, permitindo uma melhor análise e o esclarecimento de
possíveis dúvidas.
Figura 24 - Indicação dos cortes no modelo tridimensional
Além destes recursos, alguns programas computacionais que usam as
técnicas de representação em 3D detêm os recursos de criação de cenas e
animações, que permitem ao observador realizar passeios virtuais percorrendo tanto
a parte interna quanto externa, melhorando o entendimento e a interação do
observador. Uma grande vantagem das animações se deve à apresentação do
projeto aos clientes e outros agentes, pois não é preciso um conhecimento técnico
mais especifico, o que torna o entendimento mais fácil.
52
A figura 33 descreve o passeio virtual através de cenas pré-determinadas no
modelo elaborado no sketchup.
Figura 25 - Passeio virtual pela edificação
Outro recurso da ferramenta gráfica é a simulação da insolação na edificação,
tornando possível realizar estudos nas diversas etapas da elaboração do projeto,
verificando a influência da insolação no empreendimento, com o intuito de fornecer
informações sobre a insolação compatível ao conforto térmico esperado, além de
promover o melhor uso da iluminação natural. A figura 34 o estudo da insolação em
meses e horários diferente do ano.
1 2
3 4
53
Figura 26 - Análise da insolação na edificação
Ainda é possível a simulação e análise de diferentes texturas, permitindo ao
projetista realizar combinações de cores e materiais, aumentando a eficiência do
processo de projeto, isso pode ser mais bem ilustrado conforme a figura 35 abaixo.
Figura 27 - Análise da textura na edificação
Fev 08:00h Fev 16:00h
Nov 08:00h Nov 16:00h
54
Na realização da modelagem, além de desenhar o Centro de Conhecimento
da Pós-Graduação, foi possível desenhar a volumetria da biblioteca existente, e o
elemento de acesso entre eles. Mesmo não aplicando técnicas de compatibilização,
foi possível perceber que a ferramenta de modelagem 3D, permite ao projetista e
sua equipe analisar as possíveis interferências físicas, através do modelo e sua
volumetria.
Outra abordagem é possibilidade realização de estudos de compatibilização
entre o projeto arquitetônico e o projeto topográfico, podendo antecipar algumas
decisões. A figura 36 demonstra as edificações e o elemento de acesso entre eles,
em um mesmo plano, entretanto se tivéssemos modelado a topografia a equipe
também poderia usar esta informação para auxiliar o estudo da implantação do
prédio, seus acessos e as circulações (rampas e outros).
Figura 28 - Representação da Biblioteca e do centro de pós- graduação em 3D
Dentre as vantagens, pode-se observar que a ferramenta 3D pode auxiliar o
projetista em algumas decisões, fornecendo ao projetista um complemento para
tomada de decisões. O modelo 3D não substitui a representação bidimensional, ele
a completa e juntos podem permitir ao projetista explorar as diversas soluções na
busca de um projeto melhor.
55
6.3 DIFICUDADES ENCONTRADAS DURANTE A MODELAGEM
Uma das dificuldades foi o equipamento disponível para a realização do
modelo, pois para realizar modelagens em 3D, os softwares necessitam de
computadores com maior capacidade processamento de dados. À medida que se
adiciona mais elementos e informações ao projeto, mais exigimos da capacidade do
computador.
O desenvolvimento do modelo apresentou dificuldade, pois foi realizado em
uma máquina com pouca capacidade de processamento, e com a elaboração do
desenho e o incremento de novas informações, as operações se tornaram cada vez
mais difíceis. Pelo mesmo motivo não foi possível representar todos os elementos.
56
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa apresentou um resultado estimulante para a utilização dos
programas de modelagem tridimensional no apoio a elaboração de projetos
arquitetônicos.
A representação tridimensional pode ajudar a expandir a capacidade da
comunicação entre os técnicos e desenhistas, permitindo que o projetista explique o
que pretende, ou então que o desenhista evidencie que entendeu corretamente a
solução proposta.
Este auxílio na comunicação e representação do projeto também acontece no
desenvolvimento dos projetos, no qual é necessário que grupos não relacionados
diretamente com o campo de projetos da construção civil, como gestores,
professores e futuros usuários, acompanhem e aprovem os determinados projetos.
Estes grupos necessitam de uma linguagem mais simples, para que os mesmos
possam entender e participar das discussões. Dessa forma o modelo 3D pode
auxiliar o projetista facilitando o entendimento destes agentes.
Por se tratar de um projeto preliminar algumas informações ainda serão
especificadas pelo projetista, dessa forma o modelo 3D pode auxiliar o projetista na
tomada de decisões, pois o modelo permite criar simulações de elementos, e de
texturas, além da criação de cenas e animações, que permitem outras vistas e
realizar sobrevôos, facilitando o entendimento.
Como a construção do modelo 3D se forma a partir da extração das
informações obtidos no sistema 2D, através da consulta dos dados para a
construção da maquete eletrônica, é possível verificar as informações representadas
nas plantas gráficas 2D, identificando se existem elementos que precisam ser
submetidos a uma nova revisão. Dessa forma, o modelo 3D pode também auxiliar o
projetista na identificação dos elementos que necessitam de ajustes.
57
Mesmo não aplicando o processo de compatibilização, foi possível observar
as possibilidades que o modelo pode ser utilizado, permitindo ao projetista uma
análise de possíveis interferências físicas.
O objetivo da pesquisa não é reduzir a importância da representação 2D,
pois este sistema é extremamente necessário para elaboração de projetos. O
principal foco da pesquisa é usar o sistema 3D como ferramenta de
complementação.
Assim, acreditamos que a pesquisa conseguiu atingir seus objetivos ao
apresentarmos as possibilidades do uso da modelagem tridimensional, desenho 3D,
como técnica de apoio ao processo de concepção do projeto de arquitetura,
complementando-o, sem o intui substituir as técnicas tradicionais de representação
bidimensional.
58
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OLIVEIRA, R. R. Melhoria dos métodos construtivos através das operações e
de seu seqüenciamento em obras. ENEGEP 93 - Encontro Nacional de
Engenharia de Produção, Anais. vol. II. Florianópolis,1993.
PET – Programa Educacional Tutorial. CESEC - Centro de Estudos de Engenharia
Civil. UFPR. Curitiba, 2010.
60
RODRÍGUEZ, M. A. A. Coordenação Técnica de Projetos: Caracterização e
Subsídios para sua Aplicação na Gestão do Processo de Projeto de Edificações.
Tese de Doutorado. Florianópolis. UFSC, 2005.
SILVA, M. A. C,: SOUSA, R. Gestão do processso de projeto de edificações. São
Paulo 2003.
SPECK, H. J. Proposta de método para facilitar a mudança de técnicas de
projetos: da prancheta à modelagem sólida (CAD) para empresas de
engenharia de pequeno e médio porte. 2005. 185 f. Tese (Doutorado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,
2005.
SOLANO, R. S. Compatibilização de projetos na construção civil de
edificações: Método das dimensões possíveis e fundamentais. In: V
WORKSHOP DE GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS, Anais. Florianópolis, 2005.
TAVARES, J. W. Desenvolvimento de um modelo para compatibilização das
interfaces entre especialidades do projeto de edificações em empresas
construtoras de pequeno porte. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de
Santa Catarina. Santa Catarina, 2001.
VINICIOS, A. S.; ZANATTA. A. L. Desenvolvimento de um Ambiente Virtual
Georreferenciado para o APL de Lapidação, Gemas e Joias. Universidade de
Passo Fundo. Passo Fundo, 2010.
61
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  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA COLEGIADO DE ENGENHARIA CIVIL TIAGO MELO DO NASCIMENTO USO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EDIFICAÇÃO NA UEFS FEIRA DE SANTANA – BA 2012
  • 2. ii TIAGO MELO DO NASCIMENTO USO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EDIFICAÇÃO NA UEFS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao departamento de tecnologia da universidade estadual de Feira de Santana como requisito para obtenção de título de bacharel em engenharia civil. ORIENTADOR: PROF. MSC. Luis Cláudio Alves Borja. FEIRA DE SANTANA – BA 2012
  • 3. iii TIAGO MELO DO NASCIMENTO USO DA COMPUTAÇÃO GRÁFICA COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS: ESTUDO DE CASO DE UMA EDIFICAÇÃO NA UEFS Projeto de pesquisa apresentado à banca Examinadora de qualificação da disciplina TEC 174 – Projeto Final II, do curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de Santana, ministrada pelo professor Engº Gerinaldo Costa. FEIRA DE SANTANA, 23 DE MARÇO DE 2012 ________________________________________________________ Professor orientador: Msc. Luis Claudio Alves Borja Universidade Estadual de Feira de Santana ________________________________________________________ Professor: MSc. Nilo Márcio de Andrade Teixeira Universidade Estadual de Feira de Santana ________________________________________________________ Arquiteta: Mariana Sousa da Silva Universidade Estadual de Feira de Santana
  • 4. iv Dedico este trabalho, À minha mãe e meu pai, os quais amo muito
  • 5. v Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar... Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre... Bob Marley
  • 6. vi AGRADECIMENTO Acima de tudo a Deus, por ter me dado sabedoria, saúde e disposição para a realização deste trabalho. Aos meus pais, Antonio e Rosa, que me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor incondicional que me fortalece todos os dias. Em especial à minha mãe pela inteira dedicação e por muitas vezes ter deixado de lado seus sonhos para acreditar nos meus. Obrigado novamente pais, está conquista também é de vocês. Agradeço também aos meus irmãos, os quais não faço distinções, Carolina, Daiana, Daise, Mariza, Vanderlei e Uelson, pelo entusiasmo, carinho e descontração vividos a cada dia, me ajudam a superar todas as adversidades. A minha namorada Patrícia. Obrigado meu amor, por tudo, você transformou a minha vida. Obrigado pelo seu carinho, sua atenção, sua vibração com as minhas conquistas e seu ombro em cada momento difícil que você me ajudou a atravessar. Sem você, essa conquista não teria o mesmo gosto. Agradeço também a toda a sua família, especial ao meu sogro Bomfim e a minha sogra Jédida e os meus cunhados, Edson e Anna Paula, que acompanharam essa fase da minha vida. A toda minha família, avós, tios, madrinhas e primos, por ter me acompanhado durante toda trajetória, me dando atenção e apoio em todos os momentos. Aos meus amigos de Cruz das Almas, por terem me ajudado a recarregar as minhas energias para completar a minha tarefa. Em especial a Rodrigo pelo apoio e pelo companheirismo, e sem sombra de duvida a sua mãe Vera, que me acolheu como um filho, e a toda família Lagos, meu muito obrigado. Aos meus novos irmãos, Mailson e Tainã, minha eterna gratidão pela amizade verdadeira, estiveram comigo durante os piores e melhores momentos da universidade. “Obrigado amigos, pelos erros que me emprestastes, pois com eles pude corrigir os meus”. Gostaria também de agradecer pelo companheirismo e por muitas vezes me
  • 7. vii enxergar melhor do que eu sou. Com vocês ao meu lado os momentos difíceis se tornaram extremamente prazerosos. Agradeço também a turma 2006.2, que tornaram a convivência acadêmica muito mais agradável, em especial aqueles que sempre estiveram ao meu lado, Marcos Jr. e Rafael Petró, os dois caras mais brilhantes que já conheci, admiro vocês. Ao professor orientador Luis Borja, pela paciência, dinamismo, confiança e por ter acreditado em nosso potencial. A toda equipe da GEPRO pela cooperação, esta colaboração foi fundamental para a concretização deste trabalho, em especial a Nilo Teixeira e Mariana Sousa, que contribuíram no desenvolvimento do estudo de caso, fornecendo informações pertinentes para o delineamento da pesquisa. Enfim a todas as pessoas que me ajudaram, não poderia deixar de expressar à minha imensa gratidão. Muito obrigado!
  • 8. viii RESUMO NASCIMENTO, T. M. Uso da computação grafica como ferramenta para o desenvolvimento de projetos: estudo de caso de uma edificação na UEFS. Feira de Santana, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Feira de Santana. O presente trabalho pretende avaliar a utilização da ferramenta computacional de modelagem tridimensional no desenvolvimento de projetos de engenharia. A fase de projeto constitui uma das primeiras etapas do processo de produção e contém um grande potencial para contribuir com sucesso do empreendimento, além disso, todas as decisões tomadas durante a fase inicial do projeto potencializam as chances de reduzir custos, neste âmbito o desenho tridimensional pode auxiliar o projetista no desenvolvimento dos projetos, tornando possível uma visualização além do mundo da pagina. A modelagem computacional tridimensional permite uma visualização mais próxima do que seria o projeto quando executado através de uma “maquete eletrônica”, o que possibilita ao projetista demonstrar o empreendimento sobre uma mudança do ângulo de visão em relação ao objeto, facilitando a compreensão e entendimento sem precisar de um elevado conhecimento técnico e específico. A pesquisa objetiva o uso da ferramenta 3D no auxilio do desenvolvimento de representação 2D e 3D, através de um estudo de caso realizado na UEFS. O delineamento da pesquisa consiste na elaboração do projeto de arquitetura na fase de concepção com uso da computação gráfica em três dimensões, analisando através do modelo as principais vantagens, o que destaca as possíveis falhas detectadas na representação em 2D como simbolismo, fragmentação, ambiguidade, que podem induzir projetistas de diferentes especialidades a gerar soluções incompatíveis. Nesta pesquisa foi possível observar algumas vantagens da modelagem tridimensional. A utilização do sistema fornece ao projetista uma antecipação construtiva, uma facilidade na leitura de projetos e interação com o objeto representado. Palavras-chave: Projeto, Representação Tridimensional, Auxilio ao projetista.
  • 9. ix ABSTRACT NASCIMENTO, T. M. Use of computer graphics as tool for development projects: a case study of a buildingin UEFS. Feira de Santana, 2012. Completion of course work (graduate in Civil Engineering) - State University of Feira de Santana. The present work aims to evaluate the use of three-dimensional modeling software tool in the development of engineering projects. The design phase is one of the first steps of the production process and contains a great potential to contribute to business success, moreover, all decisions made during the initial phase of the project enhance the chances of reducing costs, in this context the three-dimensional design is able to help the designer the projects’ development, enabling a view of the world beyond the page. The three-dimensional computer modeling allows a closer view of what could be the project when run through a "computer model", which enables the designer to demonstrate the development from other point of view of the object, facilitating comprehension and understanding without need a high technical knowledge. The research aims to use the 3D tool as an aid in the development of 2D and 3D representation, through a case study conducted in UEFS. The research is the development of architectural design at the design stage using computer graphics in three dimensions by analyzing the main advantages of the model, which highlights the possible faults detected in the 2D representation and symbolism, fragmentation, ambiguity, that may induce designers from different disciplines to generate incompatible solutions. This research was possible to observe the advantages of three-dimensional modeling. The use of the system provides the designer a constructive advance, make it easier reading projects and interaction with the object represented. Keywords: Design, Three Dimensional Representation, Help the designer.
  • 10. x LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Ciclo da qualidade na Construção Civil e a relação entre projeto e os demais participantes do ciclo (MELHADO 1993).........................................................................9 Figura 02 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao longo de suas fases (CII, 1987 apud MELHADO, 1994)...........................................10 Figura 03 - Gráfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o custo mensal das atividades, com a ideia de um maior "investimento" na fase de projeto (BARROS & MELHADO, 1993 apud MELHADO, 1994)....................................11 Figura 04 - Fluxograma da estrutura do processo de produção (CALEGARE, 2007). ...18 Figura 05 - Planta baixa, corte, fachada e vista 3D de uma edificação a ser construída (ESPINHEIRA, 2004) ....................................................................................................21 Figura 06 - Esquema geral das atividades do processo de projeto em 2D (FERREIRA, 2007).............................................................................................................................24 Figura 07 - Ciclo genérico de atividades de projeto usando CAD 3D (FERREIRA, 2007). ......................................................................................................................................26 Figura 08 - Modelo 3D projeto estrutural e de instalações (MILKALDO JR. E SCHEER 2007).............................................................................................................................30 Figura 9 - Modelo 3D integração de projetos (MILKALDO JR. E SCHEER 2007). ........31 Figura 18 - Planta baixa do térreo detalhe do banheiro (Adaptado de GEPRO, 2012)..41 Figura 19 - Corte do banheiro modelo 3D .....................................................................41 Figura 20 - Representação da fachada edifício em 2D (Adaptado de GEPRO, 2012)...42 Figura 21 - Representação das plantas baixas do térreo e superior (Adaptado de GEPRO, 2012)..............................................................................................................43
  • 11. xi Figura 22 - Representação do edifício em 3D ...............................................................44 Figura 23 - Planta baixa e fachada destacado as esquadrias (Adaptado de GEPRO, 2012).............................................................................................................................45 Figura 24 - Planta baixa e fachada destacando a esquadria (Adaptado da GEPRO, 2012).............................................................................................................................46 Figura 25 - Representação das esquadrias do laboratório e do banheiro em 3D. .........46 Figura 26 - Fachada mostrando o detalhe em vidro (Adaptado da GEPRO, 2012) .......47 Figura 27 - Fachada no modelo 3D...............................................................................48 Figura 28 – Simulação da altura da esquadria no modelo 3D (Adaptado da GEPRO, 2012).............................................................................................................................48 Figura 29 - Detalhe do guarda-corpo na escada (Adaptado da GEPRO, 2012) ............49 Figura 30 - Detalhe do elemento de proteção na escada usando o modelo 3D. ...........50 Figura 31 - Vistas externas da edificação em 3D ..........................................................50 Figura 32 - Indicação dos cortes no modelo tridimensional...........................................51 Figura 33 - Passeio virtual pela edificação ....................................................................52 Figura 34 - Análise da insolação na edificação .............................................................53 Figura 35 - Análise da textura na edificação .................................................................53 Figura 36 - Representação da Biblioteca e do centro de pós- graduação em 3D..........54
  • 12. xii LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Quadro comparativo entre etapas do processo de projeto descritas por autores nacionais (MIKALDO JÚNIOR, 2006)...............................................................14 Quadro 2 - Prancheta versus CAD (SPECK, 2005).......................................................22 Quadro 3 - Principais vantagens do método de representação no CAD 3D (Adaptado de SPECK, 2005 & ESPINHEIRA, 2004) ...........................................................................29
  • 13. xiii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................1 1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 3 1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 4 1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................... 4 1.2.2 Objetivo Específico ............................................................................. 4 1.3 METODOLOGIA.............................................................................................. 5 2 PROJETOS NA COSTRUÇÃO CIVIL ...............................................................................6 2.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE DE CONSTRUIR................... 6 2.2 O CONCEITO DE PROJETO .......................................................................... 7 2.3 RELEVÂNCIA DO PROJETO NA BUSCA DA QUALIDADE ........................... 8 2.4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO ........................................... 12 2.4.1 Compatibilização De Projetos ........................................................... 14 2.4.2 Importância da Compatibilização ...................................................... 15 3 MODELAGEM GRÁFICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................19 3.1 EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE REPRESENTAÇÃO....................................... 19 3.2 TECNOLOGIA DO CAD ................................................................................ 20 3.2.1 Representação Bidimensional........................................................... 23 3.2.2 Representação Tridimensional.......................................................... 24 3.3 IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL................................. 27 3.4 COMPATIBILIZAÇÃO UTILIZANDO O MODELO TRIDIMENSIONAL........... 30 3.5 SOFTWARE QUE UTILIZAM O SISTEMA CAD............................................ 33
  • 14. xiv 3.5.1 Auto CAD.......................................................................................... 33 3.5.2 Google SketchUp.............................................................................. 34 4 METÓDO DA PESQUISA ..................................................................................................36 5 ESTUDO DE CASO.............................................................................................................37 5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ............................................ 37 5.1.1 Gerência de Projetos da UEFS......................................................... 38 5.1.2 Localização....................................................................................... 38 5.1.3 Descrição Do Empreendimento ........................................................ 38 6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS......................40 6.1 ANÁLISE DA MODELAGEM ......................................................................... 40 6.2 VANTAGENS ENCONTRADAS NO MODELO 3D ........................................ 50 6.3 DIFICUDADES ENCONTRADAS DURANTE A MODELAGEM..................... 54 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................56 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................................58
  • 15. 1 1 INTRODUÇÃO A construção civil se enquadra em uma das atividades mais representativas para a economia de uma nação, além de ser responsável direta por uma parcela significativa do produto interno bruto (PIB). Sendo assim, como reflexo deste peso econômico, nos últimos anos, notou-se um aumento da conscientização da importância dos projetistas no cenário da construção civil no Brasil junto com o incentivo a padronização dos processos projectuais. Na opinião de Adesse e Melhado (2003) tentando se adequar as exigências do mercado imobiliário, o setor da construção civil busca cada vez mais atender as necessidades dos seus consumidores. Procurando oferecer melhores produtos, algumas empresas apostam nas inovações tecnológicas, na capacitação dos profissionais e no desenvolvimento dos processos empresariais, com o intuito de ampliar a produtividade, reduzir os custos e, sobretudo, melhorar o atendimento aos clientes e a qualidade dos produtos. A fase de projeto contém um grande potencial para contribuir com o sucesso e desempenho de todo o empreendimento, em contrapartida a falta de relação entre os projetos apresentam uma falha que pode implicar diretamente na qualidade final do produto, onde cuidados na fase inicial do projeto potencializam as chances de reduzir os custos por falhas. Conforme Moreira (2008) o constante aumento da complexidade das construções aliado a competitividade do mercado, têm ocasionado uma pressão sobre os projetistas, diminuindo os prazos de execução dos empreendimentos. Isso acarreta numa sobreposição entre as etapas de projeto, tornado o processo menos eficiente. “Entretanto para que se possa dar suporte ao crescimento descontrolado dos centros urbanos e as transformações que ocorrem nos empreendimentos estão, sendo criadas ferramentas que auxiliem no planejamento e acompanhamento, fazendo com que se
  • 16. 2 revele uma forte tendência em realizar estudos de viabilidade” (MILITÃO E CARVALHO, 2000). Nas ultimas décadas tornou-se notória a contribuição dos computadores para o desenvolvimento de projetos, principalmente no que diz respeito a parte grafica, devido a precisão e a facilidade no desenho e redesenho. Dentre os recursos oferecidos o sistema CAD (Computed-Aided Design) é o que mais se destaca, devido a fácil manipulação e visualização, além de fornecer representações no espaço tridimensional. A modelagem em três dimensões permite ao projetista abstrair-se de um modelo em duas dimensões, para um modelo prático, onde a interação entre o observador e o objeto se faz através de várias faces e diferentes perspectivas, proporcionando um melhor entendimento e análise das possiveis incompatibilidades de projetos. Quando se faz a modelagem e agrupam-se os projetos complementares, podem-se antever possíveis problemas que iriam ocorrer na execução, podendo assim, diminuir retrabalhos e desperdícios que são originados devido às interferências físicas causadas na concepção dos projetos. Um dos principais fatores do aparecimento de inferências físicas entre os projetos se deve ao fato, de que na maioria das vezes estes projetos são feitos de forma segregada e só são confrontados durante a execução. As novas técnicas de representação gráfica, através do uso do computador geram possibilidades de igualdade no critério de representação, pois antes, o domínio das técnicas de desenhar era privilégio de profissionais com reconhecida habilidade. “Portanto, entendendo o potencial e a representatividade das ferramentas CAD 2D e 3D, faz-se pensar como algumas empresa de engenharia não adotaram tal ferramenta, tendo em vista as possibilidades de obter maior eficácia, competitividade e portanto, melhores condições de se manterem no mercado nas mais diversas etapas de projeto” (SPECK, 2005).
  • 17. 3 1.1 JUSTIFICATIVA O setor de construção de edifícios no Brasil tem apresentado, historicamente, uma lenta evolução tecnológica, comparativamente a outros setores industriais. As características da produção, no canteiro de obras, acarretam baixa produtividade e elevados índices de desperdícios de material e de mão-de-obra (FONTENELLE 2002). Na análise de Fabrício (2002) quando não se oferece uma atenção adequada à fase de projeto, alguns problemas podem passar despercebidos, proporcionando soluções incompletas. Nesta perspectiva, grande parte dos problemas pode ser resolvida durante a execução da obra, pela própria equipe de execução, no entanto estas decisões podem acarretar em desperdícios e retrabalhos futuros. Com o tempo cada vez mais reduzido para elaboração de projetos, nota-se o estreitamento ou a supressão de algumas etapas. “Portanto uma das etapas prejudicadas é a compatibilização que a falta da mesma acarreta em atrasos no cronograma, produtos de má qualidade e acréscimos do custo da obra” (CALEGARE E BARTH 2007). Segundo Fontenelle (2002) dos setores industriais existentes, o da construção civil é o que se encontra mais atrasado, muitos são os fatores que consolidam esta afirmação, entre eles estão, a baixa produtividade, o elevado índice de desperdício de materiais, má qualificação da mão de obra e um baixo nível de industrialização, todos estes fatores contribuem para um produto de baixa qualidade. A construção de edifícios representa grande parte do produto da construção civil, e apresenta uma das maiores atividades econômicas do país, e devido a estes motivos, tais eventos englobam uma série de instituições como: incorporadores, projetistas, construtores e outros, que se empenha no propósito de realizar tais construções, baseado nestas informações se fazem necessário à evolução deste trabalho para que se possa aprimorar o processo de desenvolvimento do produto.
  • 18. 4 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral  Analisar as possibilidades do uso da modelagem tridimensional nas etapas de concepção de projetos de arquitetura. 1.2.2 Objetivo Específico  Comparar os dois métodos de representação, verificando os parâmetros como, facilidade de leitura de projeto e interação com o observador;  Avaliar as possíveis diferenças na elaboração de projetos entre os modelos de representação;  Identificas as principais dificuldades para a elaboração do modelo tridimensional.
  • 19. 5 1.3 METODOLOGIA O presente trabalho teve como metodologia adotada, a pesquisa bibliográfica associada ao estudo de caso. Na opinião de Gil (2008) “a revisão bibliográfica têm em seu escopo, uma abrangência muito maior em torno do assunto abordado, em comparação a pesquisa direta”. O mesmo autor ainda define a pesquisa como o “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico”. Utilizaram-se também, procedimentos metodológicos tais como: revisão bibliográfica, que esteve estruturada em uma listagem e fichamentos de livros que serviram como base teórica da pesquisa.  Realização de uma revisão bibliográfica em livros, artigos científicos, revistas, periódicos e internet;  Obtenção do projeto de arquitetura em fase de concepção (anteprojeto);  Modelagem tridimensional do empreendimento;  Estudo comparativo das representações em 2D e 3D;  Análise e discussão dos dados;  Resultados e sugestões.
  • 20. 6 2 PROJETOS NA COSTRUÇÃO CIVIL 2.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE DE CONSTRUIR A construção civil pode ser considerada uma das atividades mais antigas da civilização, e em particular, a construção de edificios acompanhou as variações para realizar os desígnios humanos, como abrigo, proteção, diversão entre outros. As primeiras técnicas construtivas surgiram a partir da observação da natureza, isto devido às grandes limitações da época (FABRÍCIO, 2002). Segundo Niemeyer (1986) nos velhos tempos, projetar e construir eram considerados como uma única atividade, porém com o avanço tecnológico e o aumento da complexidade das construções, estas atividades sofreram uma separação, nascendo à figura do arquiteto com função de projetar, e o engenheiro com o papel de executar os projetos. Na opinião de Fabrício (2002) projetar pode ser considerado como uma das atividades mais intelectuais do mundo, pois a caracterização desta etapa se consolida através das aplicações criativas do conhecimento técnico, para atender a sociedade no âmbito cultural e econômico, através de soluções arrojadas e inovadoras. Dentro da linha de pensamento, Melhado (1994) afirma que com “a construção seguindo de forma separada da projetação, surgiu um novo termo construtibilidade, que consiste no ato de realizar planejamentos, contratações e desempenhar atividades no canteiro, com o intuito de atingir objetivos globais dentro de um empreendimento”. No âmbito geral, a atividade de construção tornou-se uma atividade difícil devido à complexidade dos empreendimentos, mas para tornar as construções factiveis foi necessário segregar algumas áreas com o intuito de re-dividir o trabalho proporcionando um melhor aproveitamento dos profissionais envolvidos na tarefa.
  • 21. 7 2.2 CONCEITOS DE PROJETO Etimologicamente projetar vem do latim “projectu”, e significa lançar para diante. Do ponto de vista das ideias expressa uma formalização ou concretização de algo visando executar ou realizar no futuro (HEIDEGGER, SARTRE apud MOREIRA 2008). Conforme a NBR 5670, a palavra projeto significa: “definição qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos econômicos e financeiros de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura, com base em dados, elementos, informações, estudo, discriminações técnicas, cálculos, desenhos, normas, projeções e disposições espaciais” (ABNT, 1977, p.07) De acordo com o dicionário Aurélio temos as seguintes definições para projeto: “o que se tem a intenção de fazer”, (...) “plano de realizar qualquer coisa”, (...) ou mais especificamente no setor de construção, “estudo, com desenho e descrição, de uma construção que se pretende realizar” Na vertente filosófica, o projeto representa uma antecipação das possibilidades, isto é, uma previsão dos planos ou uma prospecção do que será executado. (MOREIRA, 2008) Na análise de Ferreira (2007), onde ele afirma que: projeto é uma ideia que se forma de algo que se deseja realizar no futuro. Diante do exposto, Melhado (1994) comenta que: projeto pode ser encarado como o conjunto de indicações e detalhes construtivos, sendo útil no planejamento e na programação das atividades de execução, permitindo um melhor gerenciamento dos recursos. Alguns autores definem a palavra projeto como uma coisa dinâmica, que está sempre sofrendo mudanças, é por isso, que se intitula o conceito dinâmico de projeto usando a palavra projetação. Segundo Oliveira (1993), projetação refere-se ao projeto em ação, ou seja, o projeto sendo desenvolvida, logo a palavra projeto demonstrará uma situação estática, e projetação denota uma situação dinâmica. Nas colocações de Moreira,
  • 22. 8 (2008), afirmando que a projetação de edificações é uma das atividades mais importantes da construção civil, e desta forma é de suma importância identificar as principais relações entre o processo de projeto da construção civil. É com base na descrição de Melhado (1994), que se pode verificar a diferença do termo projetar: i. O conceito "estático", que se refere ao, "projeto como um produto, constituído de elementos gráficos e descritivos, ordenados e elaborados segundo uma linguagem apropriada, visando atender às necessidades da fase de execução"; ii. O conceito "dinâmico" de projeto, que lhe confere "um sentido de processo por meio do qual são produzidas soluções, referentes ao processo de desenvolvimento dos projetos". 2.3 RELEVÂNCIA DO PROJETO NA BUSCA DA QUALIDADE A busca pela qualidade dos produtos está presente no meio industrial há varias décadas. Uma das características principal está atrelada à necessidade de desenvolver mecanismos que garantam o controle, minimizem as incertezas e potencialize a redução de produtos defeituosos. (MELHADO, 1994) As empresas têm tratado a elaboração de projetos como uma atividade secundária, contratando os projetistas de forma independente e analisando como critério principal o preço do serviço, desta forma, a elaboração dos projetos não acontece de maneira conjunta e a participação dos projetistas mediante a junção dos projetos só ocorrem durante a execução (FABRICIO, 2002). Ainda, conforme Fontenelle (2002), a fase de projeto contém um grande potencial para contribuir com o sucesso e desempenho de todo o empreendimento, e cabe nesta fase identificar e atender toda a demanda e necessidade do produto para que se evite o máximo de imprevistos.
  • 23. 9 Atualmente a etapa de projeto tem sido um desafio para que as empresas possam criar um sistema que garanta o princípio básico de qualidade, a falta de relação entre os projetos apresenta uma falha que implica diretamente na qualidade final do empreendimento. Com isto, para que se possa aumentar o patamar de qualidade é necessário programar o sistema de planejamento, e todos os elementos envolvidos no ciclo de qualidade que apresente um melhor rendimento (MELHADO, 1994). A relação entre os elementos do ciclo de qualidade podem ser observados melhor de acordo com a Figura 01. Figura 01 - Ciclo da qualidade na Construção Civil e a relação entre projeto e os demais participantes do ciclo (MELHADO 1993). Na opinião de Fabrício (2002) a figura revela que a implantação da engenharia simultânea é uma importante ferramenta para integrar os agentes e os sistemas de gestão presentes na construção de um empreendimento. As principais vantagens deste método são a ampliação da qualidade dos produtos e a satisfação dos clientes. Segundo Melhado (1994), o ciclo de qualidade demonstra a influência entre o projeto e as demais áreas afins como execução de obras, distribuidores de materiais, planejamento e fabricantes. A falta de interação entre estas áreas implica
  • 24. 10 desfavoravelmente na relação com o usuário, na fase de operação e principalmente na manutenção. Usando ainda as palavras de Melhado (1994), todas as decisões tomadas durante a fase inicial do projeto potencializam as chances de reduzir os custos por falhas, estas são considerações feitas pelo grupo do Construction Industry Institute - CII voltado à importância das fases iniciais do empreendimento. Ilustrado através da Figura 02. Figura 02 - Capacidade de influenciar o custo final de um empreendimento de edifício ao longo de suas fases (CII, 1987 apud MELHADO, 1994). Como citado anteriormente, a falta de uma atenção adequada à fase de projeto, alguns problemas podem passar despercebidos, neste caso, as soluções escolhidas não são eficientes ou incompletas, e a maior parte destes problemas é resolvida durante a execução da obra, pela própria equipe de execução, como às vezes as equipes não conseguem “enxergar” o projeto como um todo, isso pode acarretar em retrabalho e desperdício no futuro (FABRICIO, 2002).
  • 25. 11 O projeto atua como um transmissor de informações e quando não se confere grandes responsabilidades durante esta etapa, podem aparecem problemas inesperados que acarretam em inferências físicas alimentando o custo total da obra (CALEGARE E BARTH 2007). Segundo Melhado (1994), o investimento inicial permite um maior desenvolvimento na fase de projeto, isto ocasionará num deslocamento no custo inicial do empreendimento, mas em longo prazo este esforço acarretará numa diminuição do custo final como pode ser ilustrado na Figura 03. No entanto, esta é uma prática não muito utilizada no Brasil e quase sempre os investimentos com projetos só são para satisfazer questões legais. Figura 03 - Gráfico que relaciona o tempo de desenvolvimento de um empreendimento e o custo mensal das atividades, com a ideia de um maior "investimento" na fase de projeto (BARROS & MELHADO, 1993 apud MELHADO, 1994) De imediato é constatado um aumento no custo do empreendimento, mas com o passar do tempo, é no final da obra que este custo é minimizado em função da diminuição dos imprevistos.
  • 26. 12 2.4 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DE PROJETO Na elaboração de projetos alguns autores usam um sistema sequencial, para facilitar o desenvolvimento processual do projeto, estas subdivisões apresentam diferentes nomenclaturas entre os projetistas. (FABRICÍO, 2002) Segundo a NBR 13531/1995 todas as etapas técnicas de projetos podem ser divididas como processo de desenvolvimento das atividades, e são listadas abaixo: i. Levantamento (LV): etapa destinada à coleta de informações de referência (dados físicos, técnicos, legais e jurídicos, e outros) que representem as condições já existentes, que são de interesse na elaboração do projeto; ii. Programa de Necessidade (PN): etapa que determina as exigências de caráter prescritivo ou de desempenho (necessidades e expectativas dos usuários), que devem ser satisfeitas pela edificação; iii. Estudo de Viabilidade (EV): etapa na qual se elabora a análise e as avaliações para a escolha e recomendação de alternativas para concepção da edificação e de seus elementos, instalações e componentes; iv. Estudo Preliminar (EP): etapa em que ocorre a concepção e a representação do conjunto de informações técnicas iniciais e aproximadas, precisas para a compreensão da configuração da edificação, podendo existir soluções alternativas; v. Anteprojeto (AP) e/ou Pré-executivo (PR): etapa destinada à concepção e à representação das informações técnicas provisórias de detalhamento da edificação necessárias ao inter-relacionamento das atividades técnicas de projetos, e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de custos e de prazos dos serviços inerentes à obra; vi. Projeto Legal (PL): etapa da representação das informações técnicas exigidas para análise e aprovação por parte dos órgãos competentes para obtenção das licenças e demais documentos indispensáveis para as atividades de construção;
  • 27. 13 vii. Projeto Básico (PB): etapa opcional que se destina à representação técnica ainda não completa ou definitiva, mas consideradas compatíveis com os demais projetos e suficientes à licitação (contratação) dos serviços de obras correspondentes; viii. Projeto para Execução (PE): etapa em que ocorre a representação final das informações técnicas completas, definitivas, necessárias e suficientes à licitação e à execução; Silva e Sousa (2003) listam as etapas do processo sob a ótica da gestão de qualidade, tendo como embasamento teórico o planejamento estratégico de negócios. Fase I – Planejamento do empreendimento; Fase II – Concepção do produto; Fase III – Desenvolvimento do produto, dividido nas etapas de anteprojeto, projeto legal, projeto pré-executivo, projeto executivo e detalhamento, projeto de produção; Fase IV – Entrega final do projeto; Fase V – Acompanhamento técnico da obra; Fase VI – Desenvolvimento do projeto “As Built”; Fase VII - Acompanhamento técnico e elaboração dos documentos para o manual do usuário; Fase VIII – Avaliação da satisfação do cliente final. Alguns autores descrevem a fase de projeto separando em algumas etapas. Nesta linha de pensamento Milkaldo (2006) relacionou quatro destes autores através no quadro 01, mostrando as divisões sequenciais do processo, como se podem observar as principais etapas que sofrem variações são as iniciais e finais estas variações podem se dar devido aos diferentes tipos de projetos
  • 28. 14 Quadro 1 - Quadro comparativo entre etapas do processo de projeto descritas por autores nacionais (MIKALDO JÚNIOR, 2006). De forma geral afirma Fabrício (2002), que os projetistas têm como maior preocupação, organizar as etapas do processo de projetos na construção civil, criando assim marcos de entrega parcial do projeto, além de definir os serviços associados a cada etapa, desta forma, ficam facilitados negociações e pagamentos nas fases intermediárias. 2.4.1 Compatibilização de Projetos A compatibilização de projetos é a etapa na qual se integram os projetos referentes a um empreendimento, tentando ajustar e corrigir as possíveis interferências entre as diferentes especialidades, visando melhorar o padrão de qualidade do empreendimento. A compatibilização é considerada como um dos elementos do projeto, onde os componentes do projeto interagem, mas não conflitem entre si, formando um conjunto de informações consistentes e confiáveis (GRAZIANO, 2003).
  • 29. 15 Rodríguez (2005), afirma que a compatibilização de projetos, tem as seguintes características, análise, averiguação e correção das inconformidades entre as diferentes soluções adotadas no projeto. Neste âmbito, Callegari (2007) define compatibilização, como uma atividade que visa juntar e gerenciar vários projetos de uma mesma obra, tendo como intuito melhorar a harmonia e minimizar conflitos. Neste contexto oferecendo ao empreendimento uma simplificação na execução, uma diminuição de desperdícios através da correção de possíveis falhas, melhorando assim a utilização dos recursos. No enfoque de Melhado (1994), a compatibilização consiste na sobreposição de projetos de diferentes especialidades, com o intuito de verificar as possíveis interposições. Através desta análise, podem ser identificados os prováveis problemas para que possam ser solucionados. Dessa forma, ainda que a compatibilização deva ocorrer quando os projetos já estiverem concebidos, funcionam como uma “malha fina”, na qual possíveis erros sejam detectados. 2.4.2 Importância da Compatibilização Na pesquisa realizada pela Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP e pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade da Construção - ITQC (1998) apud Mikaldo. (2006) sobre a análise de desperdícios, constatou-se que um dos maiores causadores dos desperdícios na construção civil é a falta de compatibilização dos projetos. Neste sentido, Graziano (2003) comenta que, nos últimos 30 anos, o grande número de obras, contextualiza a separação entre projeto e execução, impulsionando o desenvolvimento do setor de compatibilização. Um dos principais fatores que aumentam a necessidade de se compatibilizar projetos está vinculado, ao fato de que o desenvolvimento dos projetos ocorre de forma separada ou segregada, fazendo às vezes até parecer que os projetos são totalmente independentes.
  • 30. 16 Outro aspecto segundo Mikaldo (2006) é que antes dos anos 60 a equipe de projeto era a mesma da execução, isso facilitava a prática construtiva, pois eles sabiam das necessidades do empreendimento. Com o passar do tempo, os projetistas se afastaram da execução quebrando este elo, tornando cada vez mais intenso a necessidade da compatibilização. Ao desenvolver projetos sem uma análise das possíveis inferências físicas ou da compatibilização, pode-se gerar consequências desfavoráveis, tais como: aumento de retrabalho, atraso no cronograma de execução, e produtos de má qualidade, que frequentemente conduzem á acréscimo dos custos das obras. Utilizando a compatibilização como ferramenta para promover a integração entre os projetos, pode se resolver de forma eficiente o principal problema de interferência físicas da associação dos projetos. Ainda segundo o autor, existe uma preocupação em contratar todos os projetistas, ou ao menos consultá-los, na etapa de concepção inicial do empreendimento, a fim de evitar problemas futuros de incompatibilidade entre projetos (MELHADO, 2005). A coordenação de projetos e o planejamento gerencial revelam um dos principais fatores para a garantia da qualidade dos serviços no setor, isso porque ele realça o elo entre os projetistas, empreendedor, a obra, fornecedor e clientes, transformando-se em um disseminador de informações (ADESSE; MELHADO, 2003). No início dos anos 80, as empresas e construtoras sentiram a necessidade de um compatibilizador de projetos, esta função mais tarde passou a ser executada pelo coordenador. Esta necessidade originou-se devido aos seguintes fatores: segregação entre o projeto e execução, especialização cada vez maior entre as diferentes áreas de projetos, equipes de projetos localizadas em diferentes lugares, e aumento da tecnologia nos empreendimentos (MILKALDO, 2006). Para Ferreira (2001) o compatibilizador tem como função levar a informação dimensional para a discussão, dando assim uma ênfase adicional a este processo de produção, além de sobrepor desenhos tradicionalmente.
  • 31. 17 Na fase do processo o projeto propõe-se como melhoria a conscientização da participação dos projetistas envolvidos, bem como a existência do coordenador que integra os processos e verifica possíveis incompatibilidades físicas e funcionais dos projetos desenvolvidos. Neste caso ele atua como mediador e transmissor das informações, além de ser gerente das propostas e das soluções a serem aplicadas. A ausência de um profissional qualificado ou com capacidade de gerenciar não gera só perdas financeiras para a empresa, como também prejuízo as demais empresas envolvidas, além de apresentar retrabalho e correção pós entrega (ADESSE; MELHADO, 2003). Ainda segundo Melhado (1994) a coordenação de projeto é um dos principais integrantes da compatibilização, pois é ele que promoverá a comunicação adequada entre os projetistas, verificando as viabilidades e as principais alternativas, potencializando as mesmas. Essa interação pode ser demonstrada de acordo com a Figura 04. FRANCO & AGOPYAN (1994) apud TAVARES (2001), descrevem diversos objetivos para a atividade de coordenação de projetos.  Garantir a perfeita comunicação entre participantes do projeto;  Garantir a comunicação e a integração entre as diversas etapas do empreendimento;  Coordenar o processo de forma a solucionar as interferências entre as partes do projeto elaborado pelos distintos projetistas;  Garantir a coerência entre o produto projetado e o modo de produção, com especial atenção para a tecnologia do processo construtivo utilizado e para a “cultura construtiva” da empresa;  Conduzir as decisões a serem tomadas no desenvolvimento do projeto;  Controlar a qualidade das etapas de desenvolvimento do projeto.
  • 32. 18 Figura 04 - Fluxograma da estrutura do processo de produção (CALEGARE, 2007). Conforme a figura 05 e segundo Adesse e Melhado (2003) a coordenação de projetos inclui um vasto conjunto de ações envolvidas no planejamento, organização, direção e controle do processo de projeto. Na realidade, essa coordenação deveria ser realizada por um profissional específico, um Coordenador de Projetos, responsável por desenvolver as ações de coordenação, domínio e troca de informações entre projetistas, para que os projetos sejam elaborados de forma organizada, no tempo determinado e com cumprimento dos objetivos definidos.
  • 33. 19 3 MODELAGEM GRÁFICA NA CONSTRUÇÃO CIVIL 3.1 EVOLUÇÃO DOS MEIOS DE REPRESENTAÇÃO A representação através de desenhos é considerada como uma das primeiras formas de comunicação da humanidade. Os primeiros registros de desenhos foram deixados pelos homens pré-históricos, que tentavam representar animais, nas paredes e tetos das cavernas (REGO apud SPECK 2005). Segundo Rego apud Moreira (2008) o desenho foi uma forma de representação muito utilizada no renascimento, porém quando a ideia de pensar se configurou através dos desenhos, ouve uma segregação entre os que pensavam (projetistas), e os que executavam (construtores). Desta forma os arquitetos passariam a projetar, elaborando desenhos com linguagens comuns para o entendimento dos construtores (MOREIRA, 2008). O movimento humanista e científico da época catapultou o desenvolvimento da representação, facilitando a sua sistematização e regularização, isso porque nesta época os desenhos não ofereciam formas técnicas precisas (CATTANI, 2001). Conforme Moreira (2008), a segunda sistematização foi caracterizada no século XVIII, pelo desenvolvimento da geometria descritiva, criada por Gaspar Monge, que representava objetos tridimensionais em espaços bidimensionais do papel, este método contempla a análise topológica, geométrica e dimensional do objeto, a partir de um conjunto de artifícios gráficos. Com a revolução industrial, as máquinas forneceram diversas transformações no mundo, e também na forma de representar. A partir do século XIX, notou-se a necessidade de projetos cada vez mais rigorosos, isso forçou os projetistas a desenvolveram uma linguagem representativa mais comum. Visando atender esta necessidade foram desenvolvidas as primeiras normas técnicas de representação grafica de projetos (SPECK, 2005).
  • 34. 20 Com o avanço tecnológico e advento do computador, a representação gráfica enfrenta na opinião de Moreira (2008) a terceira sistematização. Do conjunto de tecnologias aquela que melhor contribuiu no processo de projetação foi o CAD – Computed Aided Design ou Desenho Assistido por Computador, este processo se diferencia dos anteriores pela diferente forma de interação entre o instrumento e o indivíduo. Nas ultimas décadas os processos representativos dos desenhos técnicos sofreram enormes variações, passando pela utilização de métodos como, a régua T e esquadros para o desenho assistido, primeiro usando o método bidimensional e depois o tridimensional o qual revelou uma forte tendência para a modelagem geométrica (SPECK, 2005). Com o passar do tempo as novas técnicas representativas foram surgindo, com o intuito de possibilitar uma maior interação, tornado as representações mais claras e fiéis, atendendo as viabilidades construtivas do projeto (MOREIRA, 2008). 3.2 TECNOLOGIA DO CAD A ferramenta CAD (Computed-Aided Design ou Desenho Assistido por Computador) é um software que promove uma automatização global do processo de projeto, baseando-se na representação computacional do modelo (SPECK, 2005). Conforme Moreira (2008), com a origem desta tecnologia nos anos 80, os resultados alcançados com a utilização do modelo, promoveu aumento tanto em velocidade quanto em qualidade de projeto. Porém, no começo esta ferramenta não passava de uma prancheta eletrônica, isso porque na época o sistema tinha muito pouco a oferecer. Segundo a Amaral e Pina (2010), nos últimos anos a técnica de CAD, vem sendo bastante aplicada na área de engenharia, revelando assim um aumento na eficiência e rapidez na realização dos projetos, isso porque a ferramenta utiliza programas computacionais, tornando assim o método muito mais versátil e cada vez mais detalhados, conforme ilustrado na Figura 05.
  • 35. 21 Figura 05 - Planta baixa, corte, fachada e vista 3D de uma edificação a ser construída (ESPINHEIRA, 2004) Ferreira (2007) relata que o desenho assistido por computador pode proporcionar aos projetistas representações em planta, corte, elevações e até perspectiva, sejam em formas bidimensionais ou tridimensionais. Diferente dos métodos clássicos como a utilização da prancheta, o CAD fornece aos projetistas funções automáticas que auxiliam na tomada de decisões, como, cálculo de área, perímetro, volume, e até soluções mais avançadas como sistemas integrados de informação. Na opinião de Speck (2005), a utilização deste sistema permite ao projetista uma redução do tempo designado no ciclo de exploração, devido ao uso do princípio gráfico interativo, permitindo realizar alterações com o modelo, e analisar mudanças refletidas em seguida. Ainda, segundo este autor nas ultimas décadas, a ferramenta CAD, aumentou a precisão, rapidez e comunicação, reduzindo a demanda, tornando as ferramentas tradicionais obsoletas. O processo de projeto sofreu enormes impactos devido às fortes ações tecnológicas, isso confrontou diretamente os métodos tradicionais, evidenciando a eficácia do sistema CAD em relação aos desenhos realizados na prancheta. Isto pode ser verificado segundo o quadro 02.
  • 36. 22 Quadro 2 - Prancheta versus CAD (SPECK, 2005) PRANCHETA CAD Custo menor do projeto e desenho feito à mão livre ou com instrumentos; Maior custo inicial do projeto e atualização do desenho feito em CAD; Custo menor dos instrumentos e materiais de desenho; Maior custo inicial para atualização do hardware e software; Baixa produtividade devido à produção de desenhos estarem diretamente ligada à habilidade do desenhista; Aumento da produtividade do projetista, com a experiência; Maior espaço ocupado para a armazenagem dos desenhos e projetos (armários, mapotecas, etc.); Menor espaço na Armazenagem, pendrive, CDs etc.; Maior tempo gasto para o envio dos desenhos para outras empresas através dos correios etc.; Diminuição do tempo gasto para o envio dos desenhos e projetos pela internet; Desenhos e projetos em 2D e 2 1/2D com suas respectivas projeções ortográficas; Desenho em 3D e posterior obtenção automática de desenho de conjuntos e detalhes; Repetição dos desenhos e projetos nas mais diversas áreas das engenharias (plantas, des. Hidráulicos, des. Elétrico, des. Mecânico em papel vegetal é um trabalho muito grande; O CAD propicia o trabalho com biblioteca de objetos e simbologias elétrica, hidráulica, civil, mecânica, layout etc. Criação de uma base de dados para manufatura; Modelos estáticos 2 1/2D em papel; Modelos dinâmicos com simulações e movimentos; Protótipos físicos (maquetes); Protótipos digitais (maquetes eletrônicas); Erros de representação geométrica e erros de cotas que seriam detectados durante a montagem dos equipamentos. Melhora da qualidade do projeto
  • 37. 23 3.2.1 Representação Bidimensional A ferramenta CAD 2D está vinculada a representação grafica através de plantas, elevações cortes, no qual o projetista utiliza os recursos de computação para expressar de forma bidimensional os objetos desejados, esta tecnologia vem substituir os métodos tradicionais, como as pranchetas (FERREIRA, 2007). Conforme Speck (2005), o CAD bidimensional permite que os desenhos sejam criados, manipulados e apresentados graficamente na tela do computador. Além de permitir numeras vantagens que são listadas:  Facilidade de criação e alteração do desenho;  Melhoria na qualidade gráfica;  Maior facilidade no arquivamento, recuperação e transporte dos desenhos;  Possibilidade de reaproveitamento de informações já existentes, seja em projetos realizados anteriormente, seja em detalhes-padrão de bibliotecas;  Possibilidade de organização das informações em diversas camadas (layers), o que facilita a criação de novas pranchas, combinando-se as informações dessas camadas;  Maior consistência entre os desenhos gerados por diversos projetistas, pois estes passam a trabalhar sobre uma base de dados comum constantemente atualizada. Porém mesmo com tantos benefícios a mecanização da tarefa do desenho não propiciou a total integração do processo de projeto, pois a representação geométrica do desenho continua com a natureza bidimensional (SPECK, 2005). Uma das etapas de projeto que não sofreu grande influência com o sistema de CAD foi à compatibilização, pois para que ela seja efetuada, os envolvidos terão que realizar interferência entre os projetos, promovendo de forma convencional a sobreposição entre as diferentes especialidades de projetos (FERREIRA, 2007).
  • 38. 24 Ainda conforme o autor, o método bidimensional para o desenvolvimento do projeto, segue as seguintes etapas: interpretação do modelo, análise, codificação da solução em forma gráfica, interpretação das atividades, conferência e correção com uma retroalimentação, conforme ilustrado pela figura 06. Figura 06 - Esquema geral das atividades do processo de projeto em 2D (FERREIRA, 2007). O processo de projeto bidimensional admite um grande número de interpretações e codificações do desenho, desta forma o projetista deverá estar muito mais atento do que em situações convencionais, diante disto, o aparecimento de possíveis erros, pode ocorrer, mesmo em profissionais experientes. 3.2.2 Representação Tridimensional A representação tridimensional surgiu no início dos anos 70, e era chamado de geométrico tridimensional. A principal vantagem deste sistema é que o projetista deixa de trabalhar somente com as projeções e passa a interagir diretamente com o modelo (SPECK, 2005). Processo de Projeto Bidimensional
  • 39. 25 A representação gráfica em 3D vem se destacando cada vez mais na área de projetos devido a sua vasta aplicabilidade e ao seu desempenho perante a utilização, além do que, permite uma melhor inferência perante as incompatibilidades. De acordo com Speck (2005) a modelagem 3D proporciona ao observador uma excelente percepção, pois o mesmo irá possuir diferentes pontos de vista proporcionando uma melhor integração entre o projetista e o objeto. O sistema ainda oferece uma comodidade para a edição do modelo onde se pode adicionar ou eliminar elementos através de diferentes vistas. Ainda conforme o autor, a representação tridimensional oferece como principal vantagem em relação ao método bidimensional a interação com a forma real do objeto. Moreira (2008) comenta sobre algumas vantagens do sistema de modelagem de sólidos  A representação exata de formas tridimensionais;  Derivação automática de algumas dimensões da forma incluindo volume e área de superfície;  Corte das secções, incluindo derivações da propriedade destas secções;  Geração automática de peças ou conjunto, com dimensionamento automático. As maquetes eletrônicas criadas no CAD 3D permitem o desenvolvimento da realidade virtual, possibilitando ao cliente uma “caminhada” sobre o futuro projeto, concedendo uma visualização, e um melhor entendimento mesmo para aqueles que são “leigos” no assunto (SPECK, 2005). Assim, como no método de CAD 2D, Ferreira (2007) estabeleceu uma organização da sequência de desenvolvimento de projetos no CAD 3D. Diferente do anterior neste método, a interpretação é seguida por um processo simultâneo no qual o individuo, modela, visualiza, corrige e analisa, submetendo o desenho a uma
  • 40. 26 nova modelagem, se necessário, até satisfazer todas as condições, segundo a figura 07. Figura 07 - Ciclo genérico de atividades de projeto usando CAD 3D (FERREIRA, 2007). A utilização deste método diminui a maioria dos erros geométricos, devido à fácil visualização e interação com o modelo. Verifica-se também que haverá uma redução das analises mentais, diminuindo assim a grande carga cognitiva. Como as diferentes especialidades de projetos podem se relacionar num mesmo modelo, haverá uma diminuição das inferências ocasionando uma menor necessidade da presença do coordenador de projetos, para possíveis compatibilizações. Existem basicamente três tipos de sistemas de representação tridimensional, que são: arestas, superfícies e sólidos.  Arestas Dos sistemas de representação o modelo de arestas ou wireframe era até então o mais empregado entre os principais modeladores CAD, que consiste basicamente na união entre linhas e pontos no espaço permitindo assim, a produção de modelos tridimensionais e garantindo a visibilidade das vistas 2D (SPECK, 2005). O modelo de armação em arame é um dos métodos que aproveita a capacidade de Processo de Projeto Tridimensional
  • 41. 27 processamento bem menos acentuada do que os outros modelos, isso porque não existe superfície neste modelo, e as suas principais formas são constituídas de vértices, curvas, linhas e retas, e o seu funcionamento está baseado na união de pontos e linhas formando assim um modelo espacial.  Superfícies O sistema de modelagem de superfície é identificado por utilizar malhas nos seus planos, onde os planos são representados por superfícies, no qual a definição do objeto ficará ainda mais precisa em relação ao modelo anterior, e nos planos curvos são utilizadas elementos de pequenas dimensões para melhorar a sua definição e suavizar o contorno do objeto (FERREIRA, 2007).  Sólidos Neste tipo de modelagem verificamos que das três, ela será aquela que mais utilizará a capacidade de processamento. Este modelo é basicamente representado pela utilização de todo volume sólido, isto proporciona a esta tecnologia uma melhor capacidade de definições do objeto, além do que permite uma construção de objetos ainda mais complexos. Devido ao fato de que os objetos formados são de características solidas, torna mais fácil a edição destes sólidos, através de combinações como (intersecção, subtração, união), além de poder efetuar operações como (efetuar chanfro, criar arredondamentos, estipula cortes). (FERREIRA, 2007) 3.3 IMPORTÂNCIA DA MODELAGEM TRIDIMENSIONAL Com a inserção dos modeladores de sólidos, o ciclo de projeto foi bastante reduzido. Os modeladores CAD 3D atuais, detalham os projetos de forma automática, tornando desnecessária a utilização de muitas horas para a execução desta tarefa, como era realizada nos métodos tradicionais. Com isso a mão de obra
  • 42. 28 que era utilizada para a revisão e alteração do desenho pode ser remanejada para atender outras necessidades, tornando o processo mais eficiente (SPECK, 2005). O avanço tecnológico impulsionou o desenvolvimento das ferramentas da Computação Gráfica, tornado o processo de projeto mais versátil e flexível, possibilitando aos projetistas um maior reconhecimento e simulação do objeto modelado, admitindo melhores resultados no produto final. A interação proporcionada pelo modelo aumenta a visualização e interpretação, isso devido a construção de uma “maquete eletrônica”, complementa os procedimentos clássicos, permitindo o observador manter uma melhor relação com o projeto (ESPINHEIRA, 2004). Esta técnica do desenho 3D permite uma visualização mais próxima do que seria o projeto quando executado. Alguns profissionais recorrem à terceira dimensão para facilitar a compreensão e, sobretudo para evitar problemas de má interpretação dos clientes (MOREIRA, 2008). Entretanto, Espinheira (2004) afirma que no nosso entorto praticamente todos os objetos são tridimensionais, infelizmente esta visualização se ocorre na de cada observador, isto porque a representação acontece basicamente em duas dimensões. Com o desenvolvimento de projetos cada vez mais complexos aplicados nas indústrias automobilística, naval, e aeronáutica, a modelagem deu um grande salto, pois, os desenhos bidimensionais não eram suficientes para conceber a representação necessária (SPECK, 2005). Ainda conforme o autor as técnicas de modelagem geométrica computacional mudaram totalmente a forma com que o projeto era elaborado, tornando muito mais produtivo. Exemplificando melhor, o modelamento de sólidos é composto de sólidos primitivos com o qual se aplica operações booleanas (união, diferença e intersecção), tornando este artifício completamente diferente das formas tradicionais. Fazendo uma pequena comparação, o projetista se assemelha a um escultor modelando a forma dos objetos retirando ou acrescentando volumes.
  • 43. 29 Na análise de Espinheira (2004) o desenho 3D consiste em ampliar as limitação óbvias da representação gráfica em 2D, permitindo uma visualização além do mundo da pagina. Algumas das principais vantagens do método de representação tridimensional no CAD 3D foram descritas pelos seguintes autores Speck (2005) e Espinheira (2004), e são listadas na forma de quadro 03. Quadro 3 - Principais vantagens do método de representação no CAD 3D (Adaptado de SPECK, 2005 & ESPINHEIRA, 2004) SPECK (2005) ESPINHEIRA (2004) Permitem que os usuários não- técnicos, que não sejam da engenharia, tenham acesso às informações do projeto através de uma interface simples e intuitiva; Comportam deslocamentos do usuário em torno do modelo, através de recursos como walk around (andar ao redor) e fly-bys (sobrevôos), e ainda, a circulação no interior do modelo – walkthrough Acessam modelos 3D e desenhos 2D gerados em diferentes sistemas CAD; Admite simulações do processo construtivo, dos materiais de construção e de acabamento. Trabalham com arquivos que sejam ao mesmo tempo leves e informativos; Cria visualizações do modelo em várias escalas e níveis de detalhamento Reduzem ou eliminam o uso de papel (paperless) e a geração de desenhos (drawingless). Permite a visualização futura da obra em várias fases da construção É notório que o desenho 3D permite ampliar o horizonte da representação gráfica, possibilitando ao espectador mudar o ângulo de visão do objeto, facilitando a compreensão. A utilização da técnica 3D permite que indivíduos que não são ligados a área de projetos, interpretem as plantas, tornado assim o projeto muito mais claro.
  • 44. 30 3.4 COMPATIBILIZAÇÃO UTILIZANDO O MODELO TRIDIMENSIONAL A compatibilização tridimensional complementa o método tradicional de sobreposição de projetos, com a utilização das novas ferramentas empregadas na tecnologia da informação. A ferramenta torna o processo de compatibilização muito mais flexível, minimizando o retrabalho, desperdício de materiais, tempo de execução de projetos e consequentemente aumentando a qualidade do mesmo (MIKALDO JR. e SCHEER 2007). Para demonstrar os benefícios da compatibilização tridimensional, Milkaldo Jr. e Scheer (2007) utilizou o pacote de software da AltoQi compostos por, Eberick, referente a projetos estruturais de concreto armado, Hydros referente a projetos de instalações hidráulicas e Lumine usado para concepção de projetos de instalações elétricas. O projeto estrutural usou componentes como pilares, vigas e lajes, já o de instalações hidráulicas considerou conexões, tubos horizontais e verticais, e por fim, o de instalações elétricas usou como elementos, dutos elétricos, tomadas e interruptores. Todos estes softwares utilizados disponibilizam representação em 3D, segundo a figura 08. Figura 08 - Modelo 3D projeto estrutural e de instalações (MILKALDO JR. E SCHEER 2007)
  • 45. 31 O modelo 3D permite uma integração entre as diferentes especialidades de projetos, melhorando a visualização e compreensão das possíveis interferências. Segundo Mikaldo Jr. (2006), o mercado brasileiro detém poucos software que funcionem como compatibilizadores para suprir as necessidades deste mercado, o AltoQi desenvolveu um programa para integrar os software, Eberick, Hydros e Lumine, com o intuito de detectar de forma automática as possíveis interferência físicas entre os projetos. Este programa é denominado como SAI (Software de Analisa de Inferência), e lista as inferências repassando as informações de forma gráfica e escrita para que o projetista tome as melhores decisões. A figura 09 ressalva a integração dos projetos de diferentes especialidades. Figura 9 - Modelo 3D integração de projetos (MILKALDO JR. E SCHEER 2007). De forma geral sugere-se que os modelos 3D sejam executados como parte do procedimento para o dimensionamento dos projetos, utilizando softwares que
  • 46. 32 admitam este artifício. Dessa forma, facilita-se bastante a etapa de compatibilização, tornando possível cumprir esta fase em pouco tempo. No estudo de Mikaldo Jr. e Scheer (2007), foram listados como vantagens e desvantagens do método: Vantagens  Facilidade de compreensão e visualização das interferências;  Verificação de um número maior de interferências na etapa de projetos;  Redução do número de reuniões de compatibilização;  Precisão nas alterações de projetos, como furos em vigas, evitando patologias;  Redução do número de modificações, por facilidade de visualização;  Maior compreensão de logística e execução, em função dos modelos 3D;  Agilidade na integração dos modelos 3D;  Redução de retrabalhos e desperdício de materiais. Desvantagens  Falta de interoperabilidade com os softwares de projetos complementares e o arquitetônico;  Limitações de modelagem do software;  Dificuldade de modificação dos modelos em 3D;  Poucos profissionais habilitados para atuar no desenvolvimento de projetos em 3D;  Falta de filtros no software, gerando listas de irregularidades muito carregadas;
  • 47. 33  Algumas limitações na modelagem e nos filtros dos softwares. A partir da análise Mikaldo Jr. e Scheer (2007) afirmam que as vantagens superam as desvantagens. E mencionan que as empresas de softwares devem investir em sistemas que desenvolvam projetos integrados, utilizando os recursos da internet. 3.5 SOFTWARES QUE UTILIZAM O SISTEMA CAD O CAD foi lançado tendo como principal finalidade aumentar a produtividade na elaboração de desenhos técnicos. Bastante difundido, logo se popularizou, devido à expansão tecnológica dos microcomputadores. Conhecido como “prancheta eletrônica”, abrange tanto representações bidimensionais quanto tridimensionais, além de oferecer uma boa visualização da obra em fase de construção. (SPECK, 2005). Conforme o autor, na atualidade, a maioria dos softwares que usam o sistema CAD existentes no mercado, partem de objetos tridimensionais, através dos mesmos obtém projeções, cortes e secções, além de conseguir de forma automática algumas dimensões incluindo volumétrias, áreas de superfícies e cálculos de elementos finitos. Em paralelo estes softwares possuem um banco de dados que fornecem as propriedades dos materiais, tolerância especifica que auxilia no desenvolvimento do projeto. 3.5.1 Auto CAD O AutoCAD é um software desenvolvido desde 1982 pela Autodesck, para representação de desenho assistido por computador ou CAD. O programa detém as tecnologias de representação bidimensional e tridimensional, permitindo ao usuário simular o desempenho das suas idéias sob condições realistas mais cedo no processo de projeto (AUTODESK, 2012).
  • 48. 34 Entre os vários programas de CAD, o AutoCAD é o mais usado em todo mundo. O sistema dispensa os métodos de representação tradicional, e funciona basicamente como uma prancheta eletrônica sendo usado para desenhar componentes e sistemas mecânicos, elétricos, eletromecânicos e eletrônicos, assim como edifícios, automóveis, aviões, navios, circuitos integrados, redes telefônicas e de computadores (PET, 2010) O software AutoCad é uma plataforma de trabalho em que os usuários desenham os projetos usando as ferramentas disponíveis no programa. Outros software aproveitam a plataforma do AutoCad para acoplar outros programas e oferecer funcionalidade para diversos fins. Os plug-ins aparecem em função da instalação dos softwares sobre a plataforma do AutoCad, e disponibilizam ferramentas para específicos projetos, que não são encontrados nos softwares originais (JUSTI, 2008) 3.5.2 Google SketchUp O software Google SketchUp foi inicialmente desenvolvido por uma empresa norte americana (At Last Software) e depois vendido a Google no ano de 2006. O software já se encontra na oitava versão, e conta com a versão gratuita, composta de algumas restrições e a versão paga, que disponibiliza todas as ferramentas da gratuita e mais alguns recursos específicos (GOOGLE, 2010). O Google SketchUp é uma ferramenta na qual você pode criar modelos 3D, admitindo a importação, de outros desenhos de CAD, fotos, imagens aéreas e outras informações. O programa comporta a atribuição de componentes dinâmicos, além de permitir exportações em diversos formatos para possíveis redireções (GOOGLE, 2010) Um plug-in usado no SketchUp permite uma conexão com o Google Earth, comportando o modelo tridimensional no ambiente do Google Earth. Outra vantagem do programa é o fornecimento de uma série de elementos pré-definidos, tais como
  • 49. 35 árvores, carros e uma diversidade de modelos compartilhados através do Armazém 3D da Google Sketchup (VINICIOS E ZANATA, 2010). O programa Sketchup é caracterizado por ser uma ferramenta simples e de natureza intuitiva, mas bastante eficaz permitindo ao usuário desenvolver rapidamente processos gráficos e detalhamentos de arquitetura. O aumento na popularidade do programa não se dá única, e exclusivamente pelo fato de se tratar de uma versão gratuita, mas por ser bastante versátil, de fácil aplicação.
  • 50. 36 4 MÉTODO DA PESQUISA O presente trabalho buscou identificar as possibilidades do emprego da computação gráfica nos projetos de construção civil, fundamentado no levantamento bibliográfico que foi baseado em livros, artigos científicos, revistas, periódicos e internet. Inicialmente, por se tratar de uma revisão bibliográfica, fez-se um levantamento do referencial teórico para a área de estudo. Pesquisou-se sobre o Projeto de Arquitetura e sua relação com a construção civil, abordando alguns de seus conceitos, processo de concepção e representação. Como foco principal da pesquisa, foram abordados as possíveis aplicações da modelagem tridimensional, verificando a sua aplicação na concepção de projetos de arquitetura, utilizando a tecnologia CAD, e a representação de modelos 3D e 2D. Após o embasamento necessário adquirido com a revisão bibliográfica, deu- se inicio ao estudo de caso. Como parte importante executou-se a coleta e estudo do anteprojeto, fase atual da concepção do projeto arquitetônico de ampliação da biblioteca da UEFS. O Projeto de Ampliação da Biblioteca, ainda em fase de concepção, está sendo elaborado pela equipe da GEPRO em papel e plataforma CAD, e que nesta fase já apresenta estudos da planta de situação, planta de localização, planta baixa, planta de cobertura, cortes, fachadas, além de memoriais descritivos. Por se tratar de uma ampliação de prédio existente, foram realizadas algumas visitas “in loco” para compreender melhor as possíveis interferências entre o projeto de ampliação e o prédio existente. Após análise das peças gráficas bidimensionais fornecidas realizou-se uma modelagem tridimensional, utilizando o software sketchup, supervisionadas pelo professor orientador e com anuência do representante da equipe responsável pelo projeto.
  • 51. 37 Durante o tempo de desenvolvimento do modelo tridimensional foi sendo feito o registro das diferenças entre os modelos 2D e 3D, as dificuldades para concepção do modelo e registradas as possíveis contribuições à concepção do projeto proporcionadas pelo modelo tridimensional no estudo, simulação e representação do projeto. 5 ESTUDO DE CASO 5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO O empreendimento adotado no estudo de caso em questão contempla uma obra civil de construção do Centro de Conhecimento da Pós-graduação da Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS (GEPRO, 2012). O projeto foi escolhido por estar em fase de concepção (fase de anteprojeto), permitindo experimentar e verificar as possíveis contribuições ao projeto. Dentre os principais motivos da construção do empreendimento, pode-se destacar a necessidade de fornecer um espaço, no qual haja materiais didáticos destinados a pesquisas. De certa forma, este espaço pode ser caracterizado como uma ampliação da biblioteca da UEFS. O financiamento para a realização da construção da ampliação da biblioteca é derivado de um convênio firmado com a Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP. Esta é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem por finalidade apoiar estudos, projetos e programas de interesse para o desenvolvimento econômico, social, científico e tecnológico do País (GEPRO, 2012).
  • 52. 38 5.1.1 Gerência de Projetos da UEFS O anteprojeto foi fornecido pela Gerência de Projetos e Obras (GEPRO) uma repartição ligada a Unidade de Infra-estrutura e Serviços da UEFS, UNINFRA. A GEPRO é o setor técnico-administrativo responsável pela expansão física do campus universitário, atuando na concepção e realização de projetos. O setor para cumprir estas atividades conta com um quadro de funcionários, formando uma equipe de multiprofissionais, divididos entre arquitetos, engenheiros civis, técnicos de edificações e estagiários de engenharia. A GEPRO contribuiu de forma significativa para a realização deste trabalho, disponibilizando o acesso ao anteprojeto da ampliação da biblioteca, memoriais descritivos preliminares, além de fornecer informações pertinentes sobre a edificação, que colaboraram para a caracterização da obra. 5.1.2 Localização A obra adotada para o estudo de caso em questão localiza-se no Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, na Avenida Transnordestina, Km 03, s/n, Bairro Novo Horizonte, no município de Feira de Santana – Bahia. O Centro de Conhecimento da Pós-graduação será construído entre a biblioteca e o CPD. De acordo com Anexo 01. 5.1.3 Descrição Do Empreendimento A planta de situação descreve a posição do empreendimento entre os prédios existentes, biblioteca e CPD (ANEXO 02).
  • 53. 39 A solução arquitetônica apresentada no anteprojeto consiste na construção de uma área de 1.945,18 m², e divide-se em dois pavimentos, com um acesso elevado a biblioteca antiga. O pavimento térreo é dividido em área de exposição, multimeios, laboratório didático de informática, salas de apoio, guarda volumes e banheiros. Conforme Anexo 03. No pavimento superior a solução adotada contempla a construção de quatro auditórios, duas salas de videoconferência e banheiros. (ANEXO 04) A planta baixa da casa de máquina demonstra os acessos as condensadoras de ar, conforme Anexo 05. A planta de cobertura ilustra o direcionamento das telhas e as partes que possuem laje dispensando cobertura, segundo Anexo 06. Os cortes evidenciam elementos, como pé direito e detalhamento de escadas, conforme Anexo 07. As fachadas descrevem os revestimentos que serão utilizados na construção, entre eles estão o revestimento rústico cerâmico tipo tijolinho, pintura na cor de concreto, além de acabamentos com vidros temperados, segundo Anexo 08.
  • 54. 40 6 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 6.1 ANÁLISE DA MODELAGEM Através da leitura do anteprojeto fornecido identificou-se que já estão definidos a tipologia do prédio, seu programa arquitetônico com a caracterização e dimensão dos espaços e definido, a distribuição espacial dos mesmos, seus fluxos e acessos. Apesar do projeto estar subordinado a uma equipe técnica especializada, a concepção dos mesmos desde suas fases iniciais, muitas vezes precisa ser submetido à aprovação em outros grupos não necessariamente relacionados ao campo de projetos de construção, como gestores, professores e futuros usuários. Estes outros grupos precisam de certa forma de linguagens visuais mais simples na representação do projeto em suas diversas fases (estudo, anteprojeto, projeto básico e executivo) para facilitar o entendimento dos mesmos e assim orientar as discussões e decisões entre o grupo de técnicos e os outros agentes. Muitas vezes também, são necessárias informações complementares entre os agentes da equipe de projeto. Um exemplo são as informações para facilitar a comunicação entre a equipe técnica (arquitetos e engenheiros) e a equipe de apoio formada pelos desenhistas. A representação tridimensional pode ajudar a expandir a capacidade desta comunicação, técnico x desenhista. Como exemplo, podemos citar a representação bidimensional da região dos banheiros. A planta baixa conforme a figura 18 da região pode ajudar o desenvolvimento futuro da planta de detalhes internos, que compreenderá as vistas e cortes. Apesar de provavelmente já estarem estabelecido entre o projetista e o desenhista, as condições que orientaram o desenvolvimentos, destes detalhes, o modelo tridimensional permite que o projetista explique o que pretende ou então que o desenhista evidencie que entendeu corretamente a solução proposta.
  • 55. 41 4 3 1 4 3 1 4 3 1 Figura 10 - Planta baixa do térreo detalhe do banheiro (Adaptado de GEPRO, 2012) Se, por exemplo, o repasse da informação fosse limitado a fornecer ao desenhista apenas a planta baixa e que o mesmo desenvolvesse a planta de detalhes problemas de interpretação poderiam surgir. Na figura 19 podemos simular a situação. Como os cortes não interceptam esta região, seria mais difícil de identificar a existência de forros ou até mesmo os padrões dos revestimentos nas paredes, assim, como, identificar as suas alturas. Figura 11 - Corte do banheiro modelo 3D
  • 56. 42 Dúvidas como estas podem interferir na elaboração do orçamento, pois o levantamento dos materiais exige interpretação do projeto, e este tipo de situação pode gerar margens de erro. Entretanto, o risco poderia ser minimizado com um esboço tridimensional que além de permitir estudar melhor a situação e a ocorrência de possíveis conflitos, auxiliaria o desenhista na representação da planta de detalhamento, com suas vistas e cortes na região dos banheiros. O esboço tridimensional poderia ajudar a reduzir tempo e evitaria retrabalhos. Nesta fase, a interpretação e o entendimento do projeto dependem muito da capacidade e do conhecimento técnico dos agentes envolvidos, onde algumas informações só são adquiridas quando se faz o cruzamento entre informações de duas ou mais plantas, exigindo da equipe de técnicos e pessoal de apoio maior capacidade de compreensão e abstração do projeto. O modelo tridimensional com as informações unificadas complementa a representação bidimensional, que algumas vezes mostra-se fragmentada. Outro exemplo, diz respeito à relação entre as plantas baixas e as fachadas, em que o entendimento de uma depende muitas vezes da informação contida na outra e o entendimento, mesmo dominado pelo projetista que concebeu o projeto muitas vezes não fica claro para outros agentes envolvidos. Para tentar ilustra esta afirmação destacamos a planta preliminar da fachada na figura 20, que dividimos em 6 quadrantes. Figura 12 - Representação da fachada edifício em 2D (Adaptado de GEPRO, 2012) Além dos projetistas e o desenhista se outro agente precisar fazer uma leitura do projeto apenas na forma bidimensional, poderá ter a sensação de que as faces A E B C D F
  • 57. 43 da fachada estão todas num ainda plano, e mesmo assim pode ter dificuldades de compreensão, mesmo visualizando a planta baixa do térreo e do pavimento superior. Diante da análise, notamos que os quadrantes A, C e E se localizam num mesmo plano, entretanto o quadrante D e F estão num plano à frente 5 metros, em relação a A, C, E, e o quadrante B esta compreendido num plano 20 metros a frente dos planos A, D e F. conforme a figura 21. 2.00 1 2 2 3 3 2 4 3 1 4 3 1 4 3 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 2 3 1 2 3 1 4 3 1 4 3 1 4 3 1 2 2 1 1 1 2 3 2 1 3 2 1 3 2 1 .15 .15 3 2 13 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 1 3 2 2 4 3 1 2 3 1 4 3 1 4 3 1 4 3 1 2 3 1 Figura 13 - Representação das plantas baixas do térreo e superior (Adaptado de GEPRO, 2012) Podemos notar que através do método tradicional onde as projeções são dispostas segundo suas projeções ortogonais (vistas orográficas) em duas dimensões, nem sempre é fácil extrair informações observando uma única planta, e que a visualização do conjunto necessita de conhecimento técnico e abstração. O modelo 3D permite facilitar este entendimento, pois ele possibilita a unificação do modelo apresentado, concomitante vária vista do desenho, tornado mais claro a compreensão do projeto, conforme a figura 22. C F E D A C A B
  • 58. 44 Figura 14 - Representação do edifício em 3D Vale salientar que em algumas fases durante o desenvolvimento do projeto, o mesmo é submetido à aprovação de gestores e outros profissionais não necessariamente da área de construção civil, como arquitetos e engenheiros, mas que necessitam consultar e entender os diversos projetos. Nestes momentos de análise e discussão ampliada ou quando submetidos à aprovação em outras áreas, é necessário fornecer representação dos projetos, além das consagradas plantas (baixas, cortes e fachadas) em linguagens cuja interpretação seja fácil, como as permitidas pelas perspectivas e modelagens. Com o aumento da complexidade do projeto e com o desenvolvimento das próximas etapas, a dificuldade de leitura e interpretação também aumenta, porém a ferramenta de representação em 3D complementa a representação tradicional, permitindo que mesmo indivíduos “leigos” na leitura de projetos, possam mais facilmente compreender o prédio representado, participando melhor do seu desenvolvimento. Na fase de anteprojeto alguns elementos ainda não estão totalmente definidos, dessa forma é necessário realizar revisões para que se possa tornar o projeto cada vez mais completo. A modelagem tridimensional pode auxiliar o projetista na realização das revisões, pois para construção do modelo 3D, é necessário que se busque as informações na representação bidimensional. Na consulta dos dados para a construção da maquete eletrônica é possível verificar as
  • 59. 45 informações representadas nas plantas graficas 2D, identificando se existem elementos que precisam ser submetidos a uma nova revisão. A figura 23 que destaca a representação das esquadrias do laboratório, ainda na fase de anteprojeto, na planta baixa e também as respectivas esquadrias na fachada. 3.00x.50 h=2.00 1.50 1.50 Figura 15 - Planta baixa e fachada destacado as esquadrias (Adaptado de GEPRO, 2012). Nota-se que a compatibilização nesta fase ainda será feita avaliando conjuntamente as plantas baixas e fachadas. O modelo 3D pode auxiliar este processo de compatibilização, pois permite à equipe coordenada pelos projetistas, com a construção de um modelo virtual simulando a construção, identificando os elementos e suas características nos seus diversos planos. Neste caso, em particular, permitirá unificar as dimensões das esquadrias tanto na sua representação em planta baixa quanto na sua representação da fachada do prédio.
  • 60. 46 431 231 431 431 431 231 3.00x.50 h=2.00 1.002.50 7.00 1.002.50 7.00 Figura 16 - Planta baixa e fachada destacando a esquadria (Adaptado da GEPRO, 2012) No modelo 3D a equipe pode reunir as informações em um único elemento, diminuindo a fragmentação na sua representação. Segundo a figura 25. Figura 17 - Representação das esquadrias do laboratório e do banheiro em 3D.
  • 61. 47 Por ter as informações contidas em um único elemento, o modelo 3D pode ajudar o projetista a identificar plantas que necessitam de compatibilização, de projetos que, ainda encontra-se na fase de concepção, e ainda será submetida a alterações e revisões. Como exemplo foi simulada a representação da fachada como base a representação bidimensional do anteprojeto, conforme a figura 26. Figura 18 - Fachada mostrando o detalhe em vidro (Adaptado da GEPRO, 2012) Com o apoio da simulação em 3D e sob a orientação da equipe de arquitetura, foi facilitada a identificação de que a fachada com o detalhe em vidro só aconteceria em uma das faces do prédio. A figura 27 apresenta o modelo que evidencia que nesta fachada não existirá vidro, existindo vidro apenas na fachada oposta.
  • 62. 48 Figura 19 - Fachada no modelo 3D. Por se tratar de um projeto preliminar algumas informações ainda serão especificadas pelos projetistas, como por exemplo as esquadrias internas do laboratório didático de informática, que ainda não foram totalmente definidas. No entanto, o modelo 3D pode ser usado como uma ferramenta auxiliar, tornando possível ao projetista testar as possiveis altura verificando entre as alternativas, a que melhor se enquadra nesta situação. A figura 28 descreve a planta baixa do laboratório e uma simulação no modelo 3D com uma das possíveis opções de altura. Figura 20 – Simulação da altura da esquadria no modelo 3D (Adaptado da GEPRO, 2012)
  • 63. 49 Podemos notar que no desenho da escada ainda se encontra na fase de detalhamento, conforme a figura 29, retirada da planta baixa e corte. Para auxiliar o detalhamento, que pode ser feito pela equipe de desenhistas, o projetista pode utilizar o modelo 3D para descrever as informações e tornar a comunicação entre o projetista e desenhista ainda mais facilitada. Figura 21 - Detalhe do guarda-corpo na escada (Adaptado da GEPRO, 2012) O projetista pode usar a modelagem 3D para realizar simulações de elementos. Conforme a figura 30 extraída do modelo 3D, o projetista pode simular o detalhamento da escada tanto com os elementos de proteção com o acabamento e as texturas, possibilitando uma melhor comunicação entre o projetista e o desenhista.
  • 64. 50 Figura 22 - Detalhe do elemento de proteção na escada usando o modelo 3D. 6.2 VANTAGENS ENCONTRADAS NO MODELO 3D A modelagem 3D permite ao projetista escolher o ângulo de observação auxiliando no desenvolvimento do projeto. Como exemplo, a Figura 31 demonstra a edificação sobre várias perspectivas, evidenciando uma das vantagens deste sistema tridimensional que é a apresentação da edificação para os gestores e futuros usuários de forma mais facilitada. Figura 23 - Vistas externas da edificação em 3D
  • 65. 51 Na modelagem tridimensional é possível também realizar cortes em diversos planos, tornando mais fácil a visualização do interior da edificação, cujos cortes extraídos do modelo 3D podem ser gerados de forma automática. Dessa forma se houver a necessidade de novos cortes além daqueles que já existem no modelo 2D, o projetista pode desenvolver com o auxilio daqueles gerados no modelo 3D e ao mesmo tempo orientar e acompanhar o detalhamento dos projetos. A figura 32, retirada do modelo 3D, evidencia as possibilidades do sistema seccionar qualquer plano, permitindo uma melhor análise e o esclarecimento de possíveis dúvidas. Figura 24 - Indicação dos cortes no modelo tridimensional Além destes recursos, alguns programas computacionais que usam as técnicas de representação em 3D detêm os recursos de criação de cenas e animações, que permitem ao observador realizar passeios virtuais percorrendo tanto a parte interna quanto externa, melhorando o entendimento e a interação do observador. Uma grande vantagem das animações se deve à apresentação do projeto aos clientes e outros agentes, pois não é preciso um conhecimento técnico mais especifico, o que torna o entendimento mais fácil.
  • 66. 52 A figura 33 descreve o passeio virtual através de cenas pré-determinadas no modelo elaborado no sketchup. Figura 25 - Passeio virtual pela edificação Outro recurso da ferramenta gráfica é a simulação da insolação na edificação, tornando possível realizar estudos nas diversas etapas da elaboração do projeto, verificando a influência da insolação no empreendimento, com o intuito de fornecer informações sobre a insolação compatível ao conforto térmico esperado, além de promover o melhor uso da iluminação natural. A figura 34 o estudo da insolação em meses e horários diferente do ano. 1 2 3 4
  • 67. 53 Figura 26 - Análise da insolação na edificação Ainda é possível a simulação e análise de diferentes texturas, permitindo ao projetista realizar combinações de cores e materiais, aumentando a eficiência do processo de projeto, isso pode ser mais bem ilustrado conforme a figura 35 abaixo. Figura 27 - Análise da textura na edificação Fev 08:00h Fev 16:00h Nov 08:00h Nov 16:00h
  • 68. 54 Na realização da modelagem, além de desenhar o Centro de Conhecimento da Pós-Graduação, foi possível desenhar a volumetria da biblioteca existente, e o elemento de acesso entre eles. Mesmo não aplicando técnicas de compatibilização, foi possível perceber que a ferramenta de modelagem 3D, permite ao projetista e sua equipe analisar as possíveis interferências físicas, através do modelo e sua volumetria. Outra abordagem é possibilidade realização de estudos de compatibilização entre o projeto arquitetônico e o projeto topográfico, podendo antecipar algumas decisões. A figura 36 demonstra as edificações e o elemento de acesso entre eles, em um mesmo plano, entretanto se tivéssemos modelado a topografia a equipe também poderia usar esta informação para auxiliar o estudo da implantação do prédio, seus acessos e as circulações (rampas e outros). Figura 28 - Representação da Biblioteca e do centro de pós- graduação em 3D Dentre as vantagens, pode-se observar que a ferramenta 3D pode auxiliar o projetista em algumas decisões, fornecendo ao projetista um complemento para tomada de decisões. O modelo 3D não substitui a representação bidimensional, ele a completa e juntos podem permitir ao projetista explorar as diversas soluções na busca de um projeto melhor.
  • 69. 55 6.3 DIFICUDADES ENCONTRADAS DURANTE A MODELAGEM Uma das dificuldades foi o equipamento disponível para a realização do modelo, pois para realizar modelagens em 3D, os softwares necessitam de computadores com maior capacidade processamento de dados. À medida que se adiciona mais elementos e informações ao projeto, mais exigimos da capacidade do computador. O desenvolvimento do modelo apresentou dificuldade, pois foi realizado em uma máquina com pouca capacidade de processamento, e com a elaboração do desenho e o incremento de novas informações, as operações se tornaram cada vez mais difíceis. Pelo mesmo motivo não foi possível representar todos os elementos.
  • 70. 56 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta pesquisa apresentou um resultado estimulante para a utilização dos programas de modelagem tridimensional no apoio a elaboração de projetos arquitetônicos. A representação tridimensional pode ajudar a expandir a capacidade da comunicação entre os técnicos e desenhistas, permitindo que o projetista explique o que pretende, ou então que o desenhista evidencie que entendeu corretamente a solução proposta. Este auxílio na comunicação e representação do projeto também acontece no desenvolvimento dos projetos, no qual é necessário que grupos não relacionados diretamente com o campo de projetos da construção civil, como gestores, professores e futuros usuários, acompanhem e aprovem os determinados projetos. Estes grupos necessitam de uma linguagem mais simples, para que os mesmos possam entender e participar das discussões. Dessa forma o modelo 3D pode auxiliar o projetista facilitando o entendimento destes agentes. Por se tratar de um projeto preliminar algumas informações ainda serão especificadas pelo projetista, dessa forma o modelo 3D pode auxiliar o projetista na tomada de decisões, pois o modelo permite criar simulações de elementos, e de texturas, além da criação de cenas e animações, que permitem outras vistas e realizar sobrevôos, facilitando o entendimento. Como a construção do modelo 3D se forma a partir da extração das informações obtidos no sistema 2D, através da consulta dos dados para a construção da maquete eletrônica, é possível verificar as informações representadas nas plantas gráficas 2D, identificando se existem elementos que precisam ser submetidos a uma nova revisão. Dessa forma, o modelo 3D pode também auxiliar o projetista na identificação dos elementos que necessitam de ajustes.
  • 71. 57 Mesmo não aplicando o processo de compatibilização, foi possível observar as possibilidades que o modelo pode ser utilizado, permitindo ao projetista uma análise de possíveis interferências físicas. O objetivo da pesquisa não é reduzir a importância da representação 2D, pois este sistema é extremamente necessário para elaboração de projetos. O principal foco da pesquisa é usar o sistema 3D como ferramenta de complementação. Assim, acreditamos que a pesquisa conseguiu atingir seus objetivos ao apresentarmos as possibilidades do uso da modelagem tridimensional, desenho 3D, como técnica de apoio ao processo de concepção do projeto de arquitetura, complementando-o, sem o intui substituir as técnicas tradicionais de representação bidimensional.
  • 72. 58 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR 5670. Seleção e contratação de serviços e obras de engenharia e arquitetura de natureza privaada. Rio de Janeiro, 1977. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICA. NBR 13531. Elaboração de projetos de Edificações: Atividades Técnicas - Rio de Janeiro, 1995. ADESSE, E.; MELHADO, S. B. Coordenação de Projetos Externa em Empresas Construtoras de Pequeno e Médio Portes. In: Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção. São Carlos, 2003. AMARAL, C. D. R.; PINA. C. A. F. A Evolução do CAD e sua Aplicação em Projetos de Engenharia. Nono Simpósio de Mecânica Computacional. Universidade Federal de São João Del-Rei – MG, 2010. CALLEGARI, S. Analise da Compatibilização de Projeto em Três Edifícios Residenciais Multifamiliares. Dissertação Arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal Santa Catarina. Florianópolis, 2007. CALEGARE S.; BARTH F. Analise Comparativa da Compatibilização de Projetos em Três Estudos de Caso. Programa de Graduação em arquitetura e Urbanismo. Universidade Federal de Santa Catarina, 2007. CATTANI, A. Recursos informáticos e telemáticos como suporte para formação e qualificação de trabalhadores da construção civil. Tese de Doutorado. UFRGS. Porto Alegre, 2001. ESPINHEIRA, R. A. A. N. A Realidade Virtual, Suas Aplicações e Possibilidades. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal Do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2004. FABRICIO, M. M. Projeto Simultâneo na Construção de Edifícios. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo. USP, 2002 FERREIRA, R. C. Uso do CAD 3D na compatibilização espacial em projetos de produção de vedação vertical em edificações. (Dissertação de mestrado) - Escola politécnica da universidade de São Paulo. São Paulo, 2007.
  • 73. 59 FONTENELLE, E. C. Estudo de caso sobre a gestão do projeto em empresas de incorporação. Dissertação Mestrado em Engenharia, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed Sao Paulo: Atlas, 2008. 207 p ISBN 9788522451425 GRAZIANO, F. P. Compatibilização de Projetos. Instituto de Pesquisa Tecnológica – IPT. (Mestrado Profissionalizante), São Paulo, 2003. <http:// WWW.autocad.com.br>. Acessado em 08/02/12 às 23h10min <http:// WWW.sketchup.google.com.br>. Acessado em 14/01/12 às 14h38min JUSTI, A. R. Implantação Da Plataforma Revit Nos Escritórios Brasileiros: Relato De Uma Experiência. UNIBENNET. Rio de Janeiro, 2008. MELHADO, S. B. Qualidade do projeto na construção de edifícios: aplicação ao caso das empresas de incorporação e construção. Tese (Doutorado) – EPUSP. São Paulo, 1994. MELHADO, S. B. Coordenação de projetos de edificações. O Nome da Rosa São Paulo, 2005. MIKALDO, J. Estudo comparativo do processo de compatibilização de projetos em 2D e 3D com uso de TI. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006. MIKALDO, J.; SCHEER, S. Estudo comparativo de compatibilização de projetos 2d e 3d com ênfase na valorização de projetos e projetistas. Curitiba, 2005. MOREIREA, T. P. F. A influencia da parametrização dos softwares cad arquitetura no processo de projetação arquitetônica. Dissertações de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Brasília, 2008. OLIVEIRA, R. R. Melhoria dos métodos construtivos através das operações e de seu seqüenciamento em obras. ENEGEP 93 - Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Anais. vol. II. Florianópolis,1993. PET – Programa Educacional Tutorial. CESEC - Centro de Estudos de Engenharia Civil. UFPR. Curitiba, 2010.
  • 74. 60 RODRÍGUEZ, M. A. A. Coordenação Técnica de Projetos: Caracterização e Subsídios para sua Aplicação na Gestão do Processo de Projeto de Edificações. Tese de Doutorado. Florianópolis. UFSC, 2005. SILVA, M. A. C,: SOUSA, R. Gestão do processso de projeto de edificações. São Paulo 2003. SPECK, H. J. Proposta de método para facilitar a mudança de técnicas de projetos: da prancheta à modelagem sólida (CAD) para empresas de engenharia de pequeno e médio porte. 2005. 185 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2005. SOLANO, R. S. Compatibilização de projetos na construção civil de edificações: Método das dimensões possíveis e fundamentais. In: V WORKSHOP DE GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETO NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS, Anais. Florianópolis, 2005. TAVARES, J. W. Desenvolvimento de um modelo para compatibilização das interfaces entre especialidades do projeto de edificações em empresas construtoras de pequeno porte. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina. Santa Catarina, 2001. VINICIOS, A. S.; ZANATTA. A. L. Desenvolvimento de um Ambiente Virtual Georreferenciado para o APL de Lapidação, Gemas e Joias. Universidade de Passo Fundo. Passo Fundo, 2010.