O documento descreve a criação e os primeiros anos do programa Fantástico na TV Globo, incluindo sua estreia em 1973 com uma variedade de matérias jornalísticas e de entretenimento. O programa se tornou um sucesso e contribuiu para o desenvolvimento de novos formatos na televisão brasileira, apresentando também quadros de humor e musicais.
Trabalhos realizados pelos alunos da turma do 9.º G (2021-2022), em Cidadania e Desenvolvimento, em articulação com a biblioteca escolar, no âmbito do projeto Ser+ Cidadão.
Apresentação em power point do projeto do espetáculo teatral CASAMENTO ABERTO, QUASE ESCANCARADO de DARIO FO e FRANCA RAME com direção de RÉGIUS BRANDÃO com ANTONELLA BATISTA e RÉGIUS BRANDÃO
Trabalhos realizados pelos alunos da turma do 9.º G (2021-2022), em Cidadania e Desenvolvimento, em articulação com a biblioteca escolar, no âmbito do projeto Ser+ Cidadão.
Apresentação em power point do projeto do espetáculo teatral CASAMENTO ABERTO, QUASE ESCANCARADO de DARIO FO e FRANCA RAME com direção de RÉGIUS BRANDÃO com ANTONELLA BATISTA e RÉGIUS BRANDÃO
O Cinema de Animação Nacional: O trânsito entre experiências cinematográficas...Daniela Israel
Artigo apresentado no Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação realizado na cidade do Rio de Janeiro/RJ no ano de 2015.
Seminário sobre a historia da música brasileiraJaiza Nobre
O trabalho com a música popular brasileira permitirá à turma reconhecer que a produção cultural tem relação com o contexto histórico de um grupo. Para isso, a turma fará pesquisas com diferentes focos dentro do tema Música Popular Brasileira. A busca de informações, as discussões e a socialização das pesquisas serão momentos importantes para a reflexão sobre o contexto sócio-cultural em que estamos inseridos.
O Cinema de Animação Nacional: O trânsito entre experiências cinematográficas...Daniela Israel
Artigo apresentado no Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação e XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação realizado na cidade do Rio de Janeiro/RJ no ano de 2015.
Seminário sobre a historia da música brasileiraJaiza Nobre
O trabalho com a música popular brasileira permitirá à turma reconhecer que a produção cultural tem relação com o contexto histórico de um grupo. Para isso, a turma fará pesquisas com diferentes focos dentro do tema Música Popular Brasileira. A busca de informações, as discussões e a socialização das pesquisas serão momentos importantes para a reflexão sobre o contexto sócio-cultural em que estamos inseridos.
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FANTÁSTICO
Período de exibição: 05/08/1973 – NO AR
Horário: 20h
Periodicidade: aos domingos
- Em 1973, estreava na TV Globo um
programa completamente diferente de tudo o
que existia na televisão brasileira na época:
uma revista eletrônica de variedades, com
duas horas de duração, que reunia jornalismo
e entretenimento para levar até o
telespectador o que de mais espetacular
estivesse acontecendo no Brasil e no mundo.
O programa tinha um nome à altura de suas
pretensões: Fantástico, o Show da Vida.
- Ao longo dos anos, graças às contribuições
de centenas de profissionais de diversas áreas,
esse conceito original se desenvolveu
notavelmente. O Fantástico se tornou um
painel dinâmico e multifacetado de quase
tudo o que é produzido numa emissora de
televisão – jornalismo, prestação de serviços,
humor, dramaturgia, documentários
exclusivos, música, reportagens
investigativas, denúncia, ciência –, além de
um espaço para a experimentação de novas
idéias e formatos.
- O Fantástico foi criado pelo então diretor de
Operações da Rede Globo, José Bonifácio de
Oliveira Sobrinho, o Boni, para substituir o
programa jornalístico Só o Amor Constrói
(1973). Boni queria uma revista visualmente
sofisticada que trabalhasse com a realidade e
a ficção, representadas pelo jornalismo, pela
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dramaturgia e pela linha de shows. Um
projeto especial, que contou com o
envolvimento de toda a TV Globo.
Participavam das reuniões de criação, além de
Boni, Mauro Borja Lopes, o Borjalo (diretor
da Central Globo de Produção); Armando
Nogueira e Alice-Maria (responsáveis pela
direção da Central Globo de Jornalismo);
Paulo Gil Soares (diretor da Divisão de
Reportagens Especiais); José Itamar de
Freitas, Luiz Lobo e Luís Edgar de Andrade
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(jornalistas), Manoel Carlos, Augusto César
Vannucci, João Lorêdo, Nilton Travesso,
Maurício Sherman (diretores de TV); Walter
George Durst (autor de novela); Luís Carlos
Miéle e Ronaldo Boscôli (produtores
musicais da emissora).
- Foi durante um desses encontros que
Ronaldo Bôscoli – pensando na diversidade
de assuntos que fariam parte da nova atração
– sugeriu o nome Fantástico. Boni preferia O
Show da Vida. Depois de uma breve
discussão, decidiu-se juntar as duas idéias, e o
programa foi batizado. De acordo com Boni,
o Fantástico foi o primeiro magazine na TV,
e, mais tarde, serviu de espelho para
programas similares em países como Espanha
e Itália. A emissora italiana RAI, inclusive,
chegou a colocar no ar, em 1979, um
programa com o mesmo tipo e formato, logo
denunciado pela revista Eva Express
como plágio da atração da TV Globo.
A primeira edição
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- Fantástico, o Show da Vida foi ao ar pela
primeira vez no dia 5 de agosto de 1973, com
apresentação de Sérgio Chapelin e direção de
João Loredo. A equipe do programa era
formada pelos jornalistas André Motta Lima,
Carlos Mendes, por Maria Raja Gabaglia,
Ronaldo Bôscoli, Lafaiete Galvão, Chico
Anysio, Arnaud Rodrigues e Haroldo Barbosa
(redatores); Alice-Maria, José Itamar de
Freitas, Jotair Assad, Paulo Gil Soares e Luiz
Lobo (chefes de jornalismo); Miéle, Maurício
Sherman e Walter Avancini (diretores da
linha de shows e dramaturgia); Wilma Fraga,
Ronaldo Curi, Ivan Rocha e Ito Medeiros
(coordenação); Jerson Alvim (coordenador
geral) e Augusto César Vannucci (supervisão
geral).
- Na abertura, dirigida por Augusto César
Vannucci, duas crianças corriam para o centro
de um cenário totalmente branco e
descobriam véus que ocultavam dançarinos
vestidos com fantasias parecidas com as
usadas no carnaval de Veneza. Os trajes
foram criados pelo figurinista Sörensen e,
segundo João Lorêdo – um dos diretores do
programa –, foram inspirados em um
espetáculo chamado Pippin, um musical
estrelado pela atriz Marília Pêra, na época em
cartaz no Teatro Manchete. Boni havia
assistido à peça, se encantado com os
figurinos e decidido que algo semelhante
seria perfeito para a abertura do Fantástico.
- Os bailarinos, coreografados por Juan
Carlos Berardi, dançavam ao som de um tema
composto e arranjado pelo diretor musical
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Guto Graça Mello. A letra foi escrita pelo
próprio Boni e podia ser interpretada como
uma espécie de carta de intenções do novo
programa: "Olhe bem, preste atenção:/ nada
na mão resta também./ Nós temos mágicas
para fazer,/ assim é a vida, olhe para ver./
Milhares de sonhos para sonhar,/ miragens
que não se podem contar./ Numa fração de
um segundo/ qualquer emoção agita o
mundo./ Riso! Criado por quem é mestre./
Sexo! Sem ele o mundo não cresce./ Guerra!
Para matar e morrer./ Amor! Que ensina a
viver./ Um foguete no espaço, num mundo
infinito,/ provando que tudo não passa de um
mito./ É Fantástico!/ Da idade da pedra ao
homem de plástico,/ o show da vida!/ É
Fantástico!".
- Nessa primeira edição do Fantástico, os
telespectadores se depararam com um
cardápio de assuntos variados. A atriz Sandra
Bréa cantou e dançou em um número musical
em homenagem à Marilyn Monroe, 11 anos
depois da morte da estrela de Hollywood –
durante alguns anos, Sandra Bréa se
consagrou como a apresentadora dos números
de show no Fantástico. Uma matéria
exclusiva registrou o momento em que
Tostão, craque da seleção brasileira de futebol
tricampeã em 1970, recebeu o laudo médico
que o impediria de continuar jogando. O
programa mostrou ainda uma entrevista com
o cirurgião plástico Ivo Pitanguy e um
número de circo do programa americano
Disney on Parade, em que um homem fazia
acrobacias em um trapézio preso a um avião.
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Em Nova York, a repórter Cidinha Campos
entrevistou Sérgio Mendes, um dos músicos
brasileiros mais bem-sucedidos no exterior, e
apresentou uma matéria sobre o
congelamento de doentes terminais com o
objetivo de preservá-los até que fossem
descobertas as curas para as suas doenças. Ao
longo do programa, o apresentador Sérgio
Chapelin informava sobre o noticiário da
semana. O humorista Chico Anysio, por sua
vez, apresentava um monólogo cômico em
quatro partes.
- A edição foi encerrada com um texto
especial, escrito por José Itamar de Freitas e
lido por Cid Moreira, que falava sobre “o
fantástico show da vida”. Era o que a redação
apelidou de “boa-noite” e que seria o fecho do
Fantástico por vários anos. No início, o texto
era lido apenas por Cid Moreira. Depois,
Sérgio Chapelin, Berto Filho, Celso Freitas e
atores do elenco da TV Globo se revezavam
na tarefa.
- Entre 1973 e 1977, sob a supervisão geral de
Augusto César Vanucci, João Lorêdo, Manoel
Carlos e Maurício Sherman dirigiram o
Fantástico. Manoel Carlos define o programa
daquele período como sendo fruto do trabalho
em equipe e do espírito de aperfeiçoamento e
competitividade entre os profissionais.
Segundo ele, a rotina de produção era a
seguinte: às segundas-feiras, todos se reuniam
com Boni para fazer uma avaliação do que
havia ido ao ar na semana anterior e traçar os
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planos para o próximo programa.
- Durante a semana, Manoel Carlos percorria
os departamentos de jornalismo, dramaturgia
e da linha de shows para supervisionar as
pautas e os projetos. O programa era editado
na noite de sábado – Paulo Ubiratan e
Roberto Talma estavam entre os editores na
época –, e no domingo o próprio Manoel
Carlos escrevia o roteiro e o texto que
costurava todas as atrações. Na época, esse
texto era narrado em off pelo ator José
Wilker.
O humor nos primeiros anos do Fantástico
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- O humorista Chico Anysio esteve no ar
todos os domingos durante os primeiros 16
anos do Fantástico. Nos dois primeiros anos,
inclusive, apresentou um monólogo dividido
em quatro partes – ele interrompia a história
para chamar uma reportagem ou outros
quadros do programa –, no qual contava as
aventuras de um personagem criado
especialmente para o Fantástico e que se
tornaria uma das suas criações mais
populares: o malandro Azambuja.
- Carioca da gema, bom de papo e sempre
disposto a passar a perna nos incautos,
Azambuja fez tanto sucesso que, em 1975,
ganhou seu próprio programa, Azambuja &
Cia., que ia ao ar uma vez por mês, às
segundas-feiras, com todos os personagens
que habitavam o universo dos casos contados
por Chico Anysio no Fantástico.
- Chico Anysio continuou apresentando um
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monólogo no programa, agora em uma só
parte, falando de assuntos variados. O gesto
peculiar com o qual costumava encerrar sua
participação – um movimento com a mão
estendida em direção à câmera como se ele a
puxasse para si – acabou se tornando a marca
registrada do quadro. O humorista nunca
repetiu o gesto em nenhum outro programa do
qual participou.
- Chico Anysio ainda voltaria ao Fantástico
em mais duas ocasiões: no quadro Secretária
Eletrônica (1992), comentava recados
enviados pelos telespectadores que ligavam
para um número de telefone de São Paulo; em
Cartão de Visitas (2003), reviveu 149 dos
mais de 200 personagens que criou ao longo
de sua carreira, contracenando com atores
como Francisco Cuoco, Alexandre Borges e
Marcos Palmeira.
- Chico Anysio precisou se afastar do
Fantástico durante duas semanas, em
1974, quando foi substituído pelo comediante
português Raul Solnado, que já havia
participado de outros humorísticos da TV
Globo. Seu humor ingênuo com um toque de
absurdo agradou, e o comediante permaneceu
no programa até o final daquele ano. Os
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esquetes de Solnado eram sempre construídos
a partir de uma conversa telefônica
imaginária – pontuadas por forte sotaque e
expressões típicas de Portugal –, na qual ele
relatava casos engraçados, discutia com seu
interlocutor ou tentava convencê-lo de
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alguma idéia extravagante. Em um deles, por
exemplo, o humorista encarnava um soldado
maluco que requisitava ao seu comandante
mais munição para continuar a combater um
inimigo invisível.
- O artista plástico Juarez Machado, pioneiro
do desenho de humor na televisão brasileira,
também teve um quadro de enorme sucesso
nos primeiros anos do Fantástico: vinhetas
animadas nas quais ele atuava como mímico –
ou, na sua própria definição, um “desenhista
do gesto” – ao som de um tema composto
pelo maestro Júlio Medaglia.
- Juarez Machado trabalhava como cenógrafo
da TV Globo quando – inspirado na coluna de
humor Nonsense, que assinava no Jornal do
Brasil – teve a idéia de emprestar o corpo
para dar vida aos seus desenhos. No seu
quadro, exibido até 1978, Juarez interagia
com os próprios desenhos e se apresentava
com o rosto pintado de branco e vestindo uma
fantasia que era uma mistura de boneco e
palhaço. As performances invariavelmente
terminavam com o mímico desenhando uma
linha de trem, uma passarela ou uma trilha de
pegadas, por onde ele caminhava até
desaparecer na tela. A estrada sempre foi um
tema recorrente na obra de Juarez Machado e
aparecia representada de várias formas em
muito dos seus desenhos.
Os musicais
- Nos primeiros anos, o Fantástico pertencia à
área de shows e, desde a estréia, reservava um
espaço privilegiado para números musicais,
funcionando como um laboratório de
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inovações cênicas, cenográficas e
coreográficas. Cerca de duzentas pessoas –
entre músicos, cantores, bailarinos e
produtores – trabalhavam ativamente nesse
setor.
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- Em 1974, um dos primeiros musicais
apresentados no programa foi com o grupo
Seco e Molhados. O Fantástico exibiu
imagens em preto e branco dos bastidores e
do show no Maracanazinho. O cantor Ney
Matogrosso interpretou canções de
sucesso como O Vira e Rosa de Hiroshima.
Nesse mesmo ano, os musicais passaram a
exigir um cuidado ainda maior, com o uso da
imagem colorida. A primeira vinheta em
cores do Fantástico foi gravada no dia 14 de
abril, no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro. A
TV Globo criara um novo sistema de
gravações, e a idéia era utilizar no programa
as câmeras Ferneseh, adquiridas para o uso
em telenovelas. A novidade fazia parte da
política de planejamento e implementação da
imagem colorida recomendada na época pelo
Ministério das Comunicações. Em setembro
de 1975, um desses musicais apresentou
Maysa cantando o tema de abertura da novela
Bravo no concerto do pianista Arnaldo Cohen
e regência de Isaac Karabtchevsky. Ainda
em 1975, outro musical colorido foi com o
compositor Paulinho da Viola na música
Pecado Capital, tema de abertura novela da
TV Globo.
- A partir do dia 28 de maio, o Show da Vida
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já começou a ser exibido em cores – embora,
devido à dificuldades técnicas para se efetuar
esse tipo de transmissão com mais frequência,
durante alguns anos, certos quadros e
reportagens foram ao ar com imagens em
preto e branco. Naquele dia, tudo estava
planejado para que o primeiro musical
colorido da televisão brasileira fosse o da
canção Gita, de Raul Seixas. Contudo, um
atraso na edição – o musical era cheio de
efeitos visuais – obrigou a equipe a mudar os
planos, e a honra coube à Bom Tempo,
chorinho interpretado pela cantora Sônia
Santos.
- A introdução da cor implicou um cuidado
ainda maior com o lado plástico do
Fantástico, que passou a ter cenários com
menos desenhos e espaços mais abertos;
figurinos mais estudados em relação às
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combinações de cores, com tecidos mais leves
e sem excesso de brilho, além de iluminação
mais sofisticada. Também se começou a
explorar a utilização de efeitos visuais como o
chromakey, até então usado quase que
exclusivamente nos telejornais da emissora. O
diretor de arte Ciro Del Nero lançou mão do
recurso para injetar criatividade nos números
de dança ou nas performances musicais
exibidos no programa.
- Desde o início, o diretor da área de shows
Nilton Travesso utilizou todos os meios
técnicos disponíveis para a montagem e
produção de números estrelados por cantores
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e bandas. Travesso também revolucionou
tecnicamente os musicais, realizando
gravações externas, com produção e edição
esmerados, proposta bem inovadora para o
trabalho em televisão na época.
- O Fantástico também já exibia números
musicais produzidos em outros países, e os
correspondentes internacionais nos Estados
Unidos ou em Londres, sempre que possível,
destacavam entrevistas e as últimas novidades
na parada internacional, além da influência de
ritmos e cantores brasileiros no exterior.
- Em 1977, o Fantástico enviou uma equipe
de repórteres e cinegrafistas em viagens do
Rio Grande do Sul ao Amazonas para
registrar as principais manifestações culturais
e musicais do Brasil. Essas reportagens
especiais fizeram parte do quadro Música
Popular Brasileira, cuja proposta era discutir
e defender a história da música e das próprias
raízes culturais do país.
- Música Popular Brasileira contava com a
participação de especialistas como o cantor,
compositor e radialista Almirante –
pseudônimo de Henrique Foréis Domingues –
e os jornalistas Sérgio Cabral, Ana Maria
Bahiana e José Ramos Tinhorão, que
traçavam a trajetória de músicos e intérpretes
de vários gêneros, como samba, bossa nova e
chorinho. Temas atuais serviam como
ganchos para se falar de grandes
compositores do passado. Mas o quadro
também revelava novos talentos, como a
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banda Secos & Molhados, que fez suas
primeiras apresentações no Fantástico para,
em seguida, conquistar sucesso nacional.
- Aloysio Legey, que assumiria a direção da
linha de shows do Fantástico em 1977,
aperfeiçoou tecnicamente os musicais em
termos de câmeras, iluminação e cenário. Um
trabalho que teria continuidade ao longo dos
anos graças a diretores como Paulo Netto, Eid
Walesko, Gilberto Mota, José Mário, Miéli,
Fabio Sabag, Roberto Talma, Herbert Jr.,
Ricardo Nauenberg, Jorge Monclair, Paulo
Trevisan, Ignácio Coqueiro e muitos outros.
- Nos últimos anos, o Fantástico tem sido
palco de várias atrações internacionais, entre
elas o U2, uma das maiores bandas de rock do
mundo, que tocou ao vivo nos estúdios do
Projac para uma platéia de 200 convidados. O
show foi exibido no Fantástico do dia 26 de
novembro de 2000. Quase seis anos depois,
foi a vez de uma das maiores bandas de rock
do Brasil: no dia 19 de dezembro de 2006, um
show dos Mutantes, que há 30 anos não
tocavam no país, foi transmitido pelo
Fantástico.
- No início, os quadros exibidos na área de
shows não tinham uma fórmula rígida, o que
permitia experiências com cores, sons e
efeitos especiais que dificilmente poderiam
ser realizadas em outros programas. Essa
regra não atingia apenas musicais, mas
também a produção dos teleteatros.
Teleteatro
- O primeiro núcleo de teleteatro do
Fantástico foi dirigido por Walter Avancini, e
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os primeiros quadros contaram com
participação da atriz Marília Pêra. No
programa foi exibido um trecho da peça O
Homem de La Mancha, de Miguel de
Cervantes, que trouxe o ator Paulo Autran
para a televisão.
- Ao longo da história do Fantástico foram
apresentados vários quadros destacando cenas
de peças em cartaz nos teatros do país.
- Em 1973, exibiu-se o quadro Ao Pé da
Letra, teleteatro infantil escrito por Lauro
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César Muniz, com Fúlvio Stefanini, Sônia
Braga e Paulo Padilha. Domingos Oliveira
dirigiu duas séries de sucesso: Teatro nas
Ruas e O Pensamento Vivo de..., com textos
de pensadores e líderes universais.
- Na década de 1980, foi ao ar o Incrível,
Fantástico, Extraordinário, série de histórias
sobre fantasmas e outros fenômenos
sobrenaturais, dirigida por Maurício Sherman
e apresentada pelo ator Mário Lago. Os
telespectadores enviavam seus relatos para a
TV Globo, e os escolhidos eram
transformados em episódios, como O Morto
que Riu – com Stênio Garcia e Eloísa Mafalda
–, sobre um fotógrafo que registrou o sorriso
de um cadáver; ou O Parto – com Lisa Vieira
e Iara Sales –, no qual forças sobrenaturais
ajudavam uma grávida a dar à luz.
Jornalismo científico e reportagens
internacionais
- Já nos primeiros anos, o Fantástico
apresentou uma inovação na forma de se fazer
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jornalismo na televisão brasileira, ao passar
em revista os principais assuntos da semana
dando às notícias um tratamento mais
sofisticado em termos de conteúdo e imagem.
José Itamar de Freitas – diretor-geral do
programa a partir de 1977 – definia as
reportagens que eram apresentadas todos os
domingos como “um meio-termo entre o
Globo Repórter e os telejornais diários”.
- No início, a equipe de jornalismo contava
com 40 profissionais e era dividida em três
áreas: a primeira, de reportagens nacionais,
contava com Wanderley Moreira, Diomedes
Ferreira Jr., Marta Ronchi, Reno Mancuso e
José Luiz Tavares, sob o comando de José
Itamar de Freitas. A parte de pesquisa era
elaborada por Paulo Gil Soares e Luiz Lobo e
tinha a importante função de interligar a
notícia e o espetáculo, dando uma base
informativa ou visão histórica aos quadros de
entretenimento. A terceira área era de
atualidades e estava a cargo de Alice-Maria.
- Uma característica marcante do programa
nesses primeiros anos foram as reportagens
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que abordavam assuntos ligados às áreas de
saúde e de inovações científicas – de forma
quase didática, evitando “cientificismos” na
linguagem –, com o objetivo de tornar as
novidades nessas áreas acessíveis ao grande
público.
- As reportagens eram ricas de imagens e
traziam texto com alto apelo emocional. Para
José Itamar de Freitas, era importante usar a
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capacidade de emocionar da televisão para
levar informação ao telespectador,
sem prejuízo do aspecto jornalístico dos
temas. Uma matéria que informasse em
detalhes como funcionava uma operação para
corrigir estrabismo, por exemplo, deveria
também servir para dar esperança aos
telespectadores que sofressem daquele
problema.
- Em 1975, o programa apresentou com
exclusividade o documentário Início da Vida,
apresentado no Congresso Mundial de
Fertilidade, realizado no Japão, mostrando
passo a passo o processo da gestação. A
repercussão foi tão positiva que trechos do
filme – como a imagem de um útero –
passaram a ser utilizados durante algum
tempo como vinhetas de entrada do programa.
- O Fantástico também foi o primeiro
programa da televisão brasileira a mostrar
imagens frontais de um parto. A exibição das
imagens, compradas de uma agência de
notícias internacional, teve reação positiva do
público e, supreendentemente, nenhuma
reação da censura.
- Lançado durante o período da ditadura
militar, o Fantástico não conseguiu escapar à
censura prévia dos meios de comunicação.
Um dos quadros de sucesso do programa
chamava-se O Dia da Caça, importado da TV
inglesa. Mostrava sempre imagens de algum
animal pequeno que conseguia ludibriar seu
predador natural: o coelho que era rápido o
bastante para escapar do tigre ou o pequeno
roedor que fugia das garras da águia. José
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Itamar de Freitas conta que, na terceira
semana de exibição, um general e um coronel
foram à redação exigir a interrupção da série,
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ameaçando tirar o Fantástico do ar.
- Todas as manhãs de domingo, o programa
era submetido à análise minuciosa de um
censor. Várias vezes foi preciso recorrer a
musicais ou números de circo e mágica para
ocupar o lugar de alguma matéria vetada
pelos censores minutos antes do programa
entrar no ar. Devido a esse tipo de pressão da
censura, resolveu-se, em um primeiro
momento, privilegiar as reportagens
internacionais, que acabaram marcando
época.
- A repórter Cidinha Campos foi a primeira
enviada especial do Fantástico, viajando pela
Europa e Estados Unidos. Com imagens do
cinegrafista Ricardo Strauss, suas reportagens
se caracterizavam pelo enfoque curioso da
notícia, sem perder o rigor jornalístico,
como quando mostrou homens bolivianos que
atingiam idades acima dos 100 anos;
ou contando a história da múmia de um faraó
egípcio.
- Em suas viagens internacionais, Cidinha
Campos contava com os serviços de um
produtor e intérprete: Hélio Costa, na época
locutor do programa A Voz da América. A
partir de 1974, o jornalista começou a fazer
suas próprias matérias, trabalhando ao lado do
cinegrafista Henrique Olivier, na sucursal da
TV Globo em Nova York. Ele seria o
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responsável por inúmeras reportagens para o
Fantástico sobre os mais variados temas,
como ciência (infecção hospitalar,
estimulação eletrônica do cérebro), política (a
trajetória de Martin Luther King, as
atividades da Klu Klux Klan) e assuntos de
interesse geral (pigmeus na África, a vida dos
astronautas, o movimento hippie).
- Um dos momentos marcantes no trabalho de
Hélio Costa como correspondente foi a
reprodução do filme de um cinegrafista
amador com o registro do assassinato de John
Kennedy. As imagens eram inéditas no Brasil.
- Também entraram para a história as séries
exibidas em 1978 sobre David Vetter, o
“menino da bolha”, condenado por uma
doença rara a viver dentro de um ambiente
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estéril, semelhante a uma bolha de plástico,
em um hospital em Houston, Massachusets.
Mais tarde, cientistas desenvolveram uma
vestimenta que permitiu ao garoto sair da
bolha. Hélio Costa acompanhou o drama de
David até sua morte, aos dez anos, em 1984.
- Hélio Costa foi ainda responsável por
entrevistas com celebridades internacionais,
como Paul Newman, Groucho Marx, Liza
Minelli, Frank Sinatra, Henry Fonda e Shirley
Temple. Em 1973, entrevistou também
Johnny Weissmuller, o mais famoso
intérprete de Tarzan nos cinemas. O ator
estava com 70 anos de idade e trabalhava
como relações públicas de um hotel em Las
Vegas.
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- Em 13 de março de 1977, José Itamar de
Freitas assumiu a direção geral do Fantástico.
A chefia do jornalismo no programa ficou a
cargo de Alice-Maria e Mauro Costa, com
Macedo Miranda Filho como chefe de
redação. Os temas nacionais ganharam um
novo enfoque no jornalismo, e a discussão de
questões pertinentes ao Brasil começou a
fazer parte da pauta do programa. Matérias
sobre os problemas dos menores
abandonados, a falta de amparo das pessoas
idosas, as dificuldades para obter
reconhecimento enfrentadas pelos músicos
brasileiros e o tratamento de doentes mentais
estimularam as discussões em todo o país, o
que permitiu, inclusive, a criação de
comissões especiais federais para rever a
legislação sobre tais temas. Com mais de 70%
das reportagens abordando assuntos de
âmbito nacional, outros jornalistas – como
Márcia Mendes, Marília Gabriela e Odilon
Coutinho – começaram a fazer reportagens
para atender à necessidade cada vez maior de
matérias nacionais no Rio de Janeiro e em
São Paulo, e nas praças em todo o país.
A Zebrinha e os Gols do Fantástico
- Duas atrações dos primeiros anos viraram
marca registrada do Fantástico. Os resultados
da Loteria Esportiva eram apresentados pela
Zebrinha, um boneco criado por Borjalo que
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mexia a boca, enquanto a dubladora Maralisi
lia os resultados dos jogos do fim-de-semana.
Borjalo conta que a idéia do personagem
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surgiu a partir de uma história do folclórico
técnico de futebol Gentil Cardoso. Quando
um time pequeno ganhava de maneira
inesperada, ele dizia: “Deu zebra” (uma
referência ao Jogo do Bicho, que não inclui a
zebra). O quadro da Zebrinha também
chamava a atenção para as previsões feitas
por Oswald de Souza. De 1974 até 1992, o
matemático projetou o número de ganhadores
da Loteria Federal. E, em todos esses anos,
sua média de acerto foi de 90%.
- Outro marco foi o quadro Gols do
Fantástico, que apresentava os gols marcados
nas partidas de futebol realizadas no fim-desemana.
Ia ao ar no fechamento do programa
apresentado por Léo Batista.
- Entre 1974 e 1979, Gols do Fantástico era
editado pelo jornalista Edson Ribeiro. Ele
conta que fazia a edição sozinho enquanto o
programa ainda estava no ar. Como os jogos
terminavam por volta das cinco da tarde, e o
quadro entrava no ar às dez, ele ia editando à
medida em que as imagens eram geradas
pelas praças. Em uma noite normal, o
jornalista chegava a editar 30 gols, mas houve
domingos em que até 50 foram exibidos.
Edson Ribeiro também acredita ter sido o
pioneiro na exibição em slow motion de um
lance. Em 1975, o juiz de uma partida anulou
um gol dizendo que a bola não havia entrado.
O jornalista preparou uma edição que repetia
o lance várias vezes, mostrando que havia
sido gol, e o juiz estava errado. A partir da
década de 1980, os Gols do Fantástico
passaram a ser editados pela Divisão de
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Esportes da TV Globo.
- Em maio de 2007, Léo Batista deixou a
apresentação do Fantástico. Em seu lugar
entrou Tadeu Schmidt, que passou a
apresentar um quadro sobre futebol com os
gols da rodada e matérias sobre os principais
jogos.
A primeira abertura de Hans Donner
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- A partir da década da década de 1980, as
aberturas do Fantástico se tornaram
superproduções, com cenários futuristas e
figurinos arrojados, unindo as possibilidades
da computação gráfica às habilidades
humanas, representadas pela dança.
- Foi o início de um período de dez anos de
grande avanço tecnológico e artístico da TV
Globo. A emissora começara a desenvolver,
junto com a empresa Pacific Data Image
(PDI), dos Estados Unidos, um sistema de
computação gráfica tridimensional que
permitia a criação de imagens geradas por
computador através de descrição procedural.
Essas novas técnicas de computação gráfica
deram à identidade da emissora uma
plasticidade visual sem paralelo com
nenhuma outra no mundo.
- Boa parte dessas inovações estéticas eram
obra de uma dupla de designers: o brasileiro
Nilton Nunes, um dos responsáveis pelas
aberturas e vinhetas da TV Globo nos
seus primeiros anos, e o austríaco Hans
Donner. Em 1984, a dupla realizou uma
abertura para o Fantástico que ficaria na
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história da televisão brasileira.
- Hans Donner se inspirou nos filmes de
ficção científica, na geometria e nos desenhos
tridimensionais do artista holandês M.C.
Escher para criar uma vinheta na qual a
computação gráfica interferia em formas
geométricas. Para realizá-la, o austríaco
requisitou a ajuda de Richard Chuang, Glenn
Entis e Carl Rosenthal, três jovens designers
americanos especialistas em alterar textura,
luz, coloração e volume de desenhos e
imagens inseridos em computador.
- Na abertura, feixes de luz com as cores do
arco-íris trespassavam várias vezes uma
imensa pirâmide dourada, formando cinco
plataformas que flutuavam no espaço. Sobre
elas, bailarinos usando fantasias estilizadas,
repletas de referências geométricas,
executavam uma coreografia ao som do tema
do programa, com um arranjo instrumental
composto por Guto Graça Mello. O mesmo
processo se repetia nas cenas seguintes com
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uma pirâmide invertida e um cone.
- O grupo de 24 bailarinos era formado por 16
mulheres e oito homens, egressos do corpo de
baile da TV Globo e do grupo de dança
Vacilou, Dançou – da coreógrafa Carlota
Portela, que criou a coreografia executada na
abertura. Os trajes dos bailarinos, feitos de
couro e com decotes ousados, foram criados
por Silvia Trenker, idealizadora de todos os
figurinos das aberturas do Fantástico a partir
de então.
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- Uma pirâmide de quase oito metros de
altura, feita de madeira e ferro, que reproduzia
o cenário de animação computadorizada da
abertura, chegou a ser construída no Estádio
do Maracanãzinho para que fossem gravadas
as imagens do balé. Um erro no ajuste da
altura das câmeras, entretanto, inutilizou o
plano, e a coreografia teve de ser realizada no
chão, com os bailarinos divididos em vários
grupos no mesmo nível, enquanto as câmeras
eram posicionadas de forma a dar a impressão
de que eles estavam dançando em
plataformas de alturas diferentes. A abertura
do Fantástico ganhou repercussão mundial e
chegou a ser capa da conceituada revista
Eletronics Theater, da Siggraph.
As Garotas do Fantástico
- De 1984 a 1989, foi ao ar um dos quadros
que ficou marcado durante anos na lembrança
dos telespectadores: A Garota do Fantástico.
Todo domingo, duas jovens desfilavam em
paisagens paradisíacas com trajes de passeio e
de banho, enquanto a locução dava
informações sobre o seu perfil. Os
telespectadores votavam na sua favorita, que
se classificava para a próxima etapa. No final,
a eleita ganhava o título.
- Várias entre as participantes – todas
desconhecidas na época – se tornariam
famosas do grande público anos depois. Entre
elas, as atrizes Cláudia Lyra, Paula
Burlamaqui, Luciana Vendramini e
Adriana Garambone, a apresentadora de TV
Cleó Brandão e as modelos Gisele Fraga,
Marcela Prado, Luciana Vendramini e Rosana
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Campos.
- A Garota do Fantástico voltou a ser exibido
entre 1994 e 2000, desta vez com a
participação das atrizes e modelos Viviane
Araújo, Mari Alexandre e Adriana Ferrari,
entre outras. Viviane Araújo foi a vencedora
dessa segunda edição.
O jornal de domingo
- Na condição de principal programa
jornalístico da TV Globo aos domingos,
coube ao Fantástico a missão de noticiar, ao
longo dos anos, grandes acontecimentos da
história do Brasil. Como no dia 21 de abril de
1985, quando uma matéria foi interrompida
bruscamente para a entrada ao vivo do
repórter Carlos Tramontina, da sala de
imprensa do Instituto do Coração, em São
Paulo. O porta-voz da Presidência Antônio
Britto comunicava naquele instante que o
presidente Tancredo Neves havia morrido,
vítima de infecção generalizada, às 22h30.
Era o fim de um martírio de 39 dias, durante
os quais o Brasil acompanhou a agonia do
homem que poderia ser o primeiro presidente
civil a ocupar o Palácio do Planalto, após 20
anos de regime militar.
- No dia 1º de maio de 1994, o piloto Ayrton
Senna da Silva, tricampeão mundial de
Fórmula 1, morreu em um acidente no Grande
Prêmio de Imola. O Fantástico, que
normalmente é produzido durante a semana,
teve de ser refeito em poucas horas e
apresentou a cobertura completa da morte do
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ídolo. Ainda na década de 1990, o programa
também dedicaria edições especiais a duas
outras tragédias: a dos jovens integrantes da
banda Mamonas Assassinas, mortos em um
desastre aéreo no dia 3 de março de 1996; e
da Princesa de Gales, lady Diana Spencer,
vítima de um acidente de automóvel na
França, em 31 de agosto de 1997.
- Também foi no Fantástico que milhões de
brasileiros assistiram extasiados à cobertura
completa das conquistas do tetracampeonato
de futebol pela seleção brasileira na Copa do
Mundo dos Estados Unidos, em 1994; e do
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pentacampeonato, na Copa do Mundo do
Japão e da Coréia em 2002.
- Ainda em 2002, no dia 27 de outubro, o
programa teve uma edição de mais de três
horas para registrar a chegada do exmetalúrgico
Luiz Inácio Lula da Silva à
presidência da República.
Nova abertura
- Em 1987, Hans Donner criou uma nova
abertura para o Fantástico. As imagens
computadorizadas deram lugar a cenários que
representavam os elementos básicos da
natureza – ar, terra, água e fogo – e os
primeiros habitantes da Terra, interpretados
pelos integrantes do Ballet do Terceiro
Mundo, um grupo de dança comandado pelo
coreógrafo e bailarino Ciro Barcelos, e por
modelos contratadas pela TV Globo.
- Na primeira cena da nova abertura, a modelo
Isadora Ribeiro e Ciro Barcelos emergiam
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lentamente das águas do lago Mono Lake, na
Califórnia. Nas cenas seguintes, os bailarinos
– entre eles Andréa Mognon e Kátia
Bronstein – eram mostrados dançando em
cima das montanhas da Escócia, em geleiras
no Alasca, numa caverna na Turquia, nas
dunas do deserto do Saara e sobre os rochedos
do Grand Canyon, nos Estados Unidos. Na
cena final, a câmera sobrevoava a Floresta
Amazônica, subia aos céus e chegava ao
espaço, de onde focalizava a imagem do
planeta Terra sendo envolto pelo logo do
Fantástico.
- A abertura levou um ano para ser concebida
e três meses para ser executada. Hans Donner
resolveu recriar todos os cenários em galpões
da TV Globo e nos estúdios da Herbert
Richers. A cena do lago Mono Lake foi
realizada usando um tanque de
aproximadamente cinco metros de diâmetro.
As dunas do Saara, o Grand Canyon e as
montanhas escocesas foram reproduzidas em
maquetes. O céu e o mar exibidos nas cenas
foram filmados na Região dos Lagos, no Rio
de Janeiro.
- Na época, a equipe de Hans Donner contava
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com Gustavo Garnier, designer; a figurinista
Sylvia Trenker e o sul-africano Shawn
Pritchard, responsável pela criação das
maquetes. Hans conta que Shawn entrou no
projeto por puro acaso. Shawn viajava pelo
mundo a bordo de um veleiro quando decidiu
vir ao Rio de Janeiro. Ancorou na Marina da
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Glória e viu uma das vinhetas de Hans
Donner em uma televisão no barco ao lado.
Procurou o designer se dizendo
impressionado com o trabalho e lhe mostrou
seu portifólio. O trabalho do sul-africano com
maquetes era exatamente o que Hans Donner
estava procurando, e ele foi contratado na
hora.
- Mais tarde, quando as maquetes já estavam
prontas, parecia ser impossível conseguir que
as imagens dos bailarinos fossem
posicionadas sobre elas de forma verossímil
apenas com o uso do zoom das câmeras.
Segundo Hans Donner, novamente a solução
surgiu de forma inesperada: um jovem
escandinavo estudante de design – admirador
do seu trabalho desde que vira um especial
sobre ele na televisão européia – estava no
Brasil e, ao saber do dilema do ídolo, ligou
para uma empresa na Inglaterra que tinha a
tecnologia necessária para resolver o
problema. Hans Donner viajou três dias
depois para Londres e editou todo o material,
com o auxílio de Richard Chrompton.
Crônica política
- No dia 22 de maio de 1988, o jornalista
Alexandre Garcia estreou um quadro no
Fantástico em que fazia uma crônica bemhumorada
dos políticos em Brasília, a partir
de imagens captadas pelos cinegrafistas da
TV Globo durante a semana. Depois de
escolher as imagens e editá-las de uma
maneira peculiar, o jornalista as comentava
com frases curtas e elegantes, ironizando as
gafes, os atos falhos, as distrações e as
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indesculpáveis bobagens ditas no plenário
pelos representantes do povo.
- A crônica foi exibida até julho de 1994.
Segundo o próprio Alexandre Garcia, o
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quadro atingia seus melhores momentos
quando alcançava a perfeita sincronia entre a
imagem, o comentário e a atualidade do
noticiário político. Quando o assunto do
momento era o rombo da Previdência Social,
por exemplo, a imagem do então ministro
Rafael de Almeida sentado de pernas
cruzadas, revelando um furo na meia, durante
uma reunião ministerial, foi ao ar
acompanhada do seguinte comentário do
jornalista: “O rombo da previdência é o
calcanhar de Aquiles do ministro Rafael de
Almeida Magalhães”. O ministro teria ganho
uma dúzia de meias de presente depois da
exibição do programa. Uma reação comum:
os políticos não se sentiam ofendidos com as
brincadeiras do quadro e, ao contrário, até se
divertiam com elas.
Reportagens pelo país
- Paula Saldanha foi repórter do Fantástico
entre 1987 e 1992. Nesse período, viajou por
várias regiões do país, mostrando lugares
pouco conhecidos da maioria da população.
Em uma delas, passou um mês no
Pantanal, no Mato Grosso e no Mato Grosso
do Sul, para mostrar o trabalho dos
garimpeiros que poluíam a região. Durante a
matéria, Paula Saldanha foi confundida com
uma repórter local que estava jurada de morte
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por uma equipe de garimpeiros. Ameaçada
por um bando, a equipe da TV Globo teve que
buscar abrigo no Fórum da cidade, de onde só
conseguiu sair escoltada por batedores da
Polícia Militar.
Mudanças no programa
- A partir de setembro de 1988, o Fantástico
passou a ser apresentado ao vivo por Sérgio
Chapelin, Valéria Monteiro e William
Bonner. O crescimento das equipes de
reportagem nos escritórios da TV Globo nos
Estados Unidos e na Europa influenciou o
jornalismo do programa, que investiu numa
linha editorial mais comprometida com a
atualidade.
- José Itamar de Freitas deixou a direção-geral
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do Fantástico, em junho de 1991, para ser o
diretor de reportagens da Central Globo de
Jornalismo. No seu lugar, assumiu o jornalista
Carlos Amorim, aprofundando ainda mais o
jornalismo factual e a valorização do repórter
como condutor do programa.
- Em 1992, o Fantástico ganhou o prêmio
Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Na
matéria premiada, o repórter Domingos
Meireles localizou o túmulo de Francisco
Tenório Júnior, músico que trabalhara com o
maestro Tom Jobim e que havia desaparecido
na Argentina durante o regime militar.
- Nessa época, o programa era apresentado
por Celso Freitas, Dóris Giesse e Carolina
Ferraz.
- Em 1993, Luiz Nascimento – ex-diretor do
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Esporte Espetacular – assumiu a direção do
Fantástico. Sem perder a preocupação com a
prática de um jornalismo conseqüente, a
equipe se esforçou para imprimir mais humor
e criatividade ao programa, usando todos os
recursos disponíveis. A apresentação – que
nessa época, ficava a cargo de Fátima
Bernardes, Celso Freitas e Sandra Annenberg,
com participações esporádicas do elenco da
TV Globo – ficou mais coloquial e solta, e as
matérias ganharam mais humor, com o uso da
computação gráfica em várias situações. No
decorrer de uma reportagem de Leilane
Neubarth sobre os cuidados que se deve
tomar ao ir à praia no verão, por exemplo, a
repórter se transformava em um camarão e
um pimentão animados.
- Recuperando sua vocação para revista
eletrônica, o programa passou a buscar cada
vez mais a interatividade com o telespectador,
meta que seria alcançada nos anos seguintes,
principalmente através do uso da tecnologia.
O Fantástico foi o primeiro programa da TV
brasileira a ter e-mail, foi também pioneiro na
transmissão em Internet por tempo real, na
transmissão digital – durante a Copa do
Mundo da França (1998) – e na transmissão
de reportagens pela Internet e pelo videofone
(sistema de telefonia que permite transmissão
simultânea de imagens e sons entre os
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usuários).
- Em 1994, o Fantástico passou por mudanças
estéticas radicais. A começar por uma nova
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abertura, totalmente realizada com
computador, sem o elemento humano que até
então caracterizava os trabalhos de Hans
Donner. Na nova vinheta – que o designer
austríaco define como um dos maiores
desafios de sua carreira –, os bailarinos e as
paisagens naturais deram lugar a criaturas
submarinas, mulheres com asas de borboleta e
homens de metal empunhando tochas que
provocavam grandes clarões de fogo.
Na Geral
- Abril de 1994 marcou a primeira
participação de Regina Casé no Fantástico,
com o quadro Na Geral, escrito por Hermano
Vianna e dirigido por Belisário França. O
quadro foi uma espécie de embrião do Brasil
Legal, programa que estreou no final daquele
ano, abordando com um humor peculiar
aspectos interessantes da cultura e da
sociedade brasileira.
- Em Na Geral, Regina Casé ia às ruas para
tratar de assuntos aparentemente díspares, e
muitas vezes complexos, com uma linguagem
leve e divertida. Na primeira edição do
quadro, por exemplo, a atriz apresentou ao
grande público os pernambucanos Chico
Science e Nação Zumbi. A banda era um dos
expoentes de um movimento apelidado pela
imprensa de mangue beat, formado por
músicos que misturavam gêneros musicais
tradicionais do Recife, como o maracatu e o
coco, com música pop moderna. Regina Casé
acompanhou Chico Science em uma visita às
rodas de maracatu em Olinda e conversou
com o músico sobre as teorias do Caos e dos
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Fractais. Em outra edição, a atriz visitou o
Piscinão de Ramos para conversar com os
freqüentadores da praia artificial – um lago de
dois mil metros quadrados situado ao lado da
Baía de Guanabara –, na zona norte do Rio de
Janeiro. O espaço idealizado pelo governo do
estado era a sensação do verão de 2002.
- Regina Casé também comandou o Brasil
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Total (2003), no qual apresentava reportagens
desenvolvidas em várias regiões do país
destacando talentos, idéias e culturas locais a
partir do seu próprio olhar. O quadro foi
criado por Guel Arraes, Hermano Vianna e
pela própria atriz.
- A partir de 2006, Regina Casé passou a
apresentar o quadro Minha
Periferia, acompanhando a cada domingo o
cotidiano um convidado ilustre, vindo de
comunidades nas periferias de várias cidades
dentro e fora do Brasil, como o jovem ator
Thiago Martins, do Morro do Vidigal, no Rio
de Janeiro; ou o cantor Luiz Melodia, criado
na favela do Morro de São Carlos. A idéia é
mostrar de que forma as pessoas usam a
cultura como forma de construir uma vida
melhor. Regina Casé já visitou também as
populações que vivem nas periferia das
cidades de Moçambique. O quadro é uma
espécie de versão compacta do Central da
Periferia, programa de uma hora de duração,
com a mesma proposta, que a atriz
apresentava nos primeiros sábados de cada
mês.
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Controle de Qualidade
- Desde 1995, o Fantástico, em parceria com
o Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – exibe
o quadro Atenção, Consumidor!. Produtos
vendidos em todo o Brasil são testados de
acordo com as normas técnicas estabelecidas
pelo Inmetro. Os aprovados e reprovados são
anunciados no ar, e os fabricantes são
procurados pelos repórteres para darem os
devidos esclarecimentos.
- O quadro já conferiu se o peso e a
quantidade de alimentos não-perecíveis
correspondiam ao que era indicado nos
rótulos das embalagens; averiguou o
funcionamento de ventiladores de teto;
atestou a qualidade das sacolas de plástico
usadas nos supermercados. Alguns produtos
inadequados para consumo chegaram a ser
retirados do mercado depois de expostos pelo
quadro.
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- A seriedade dos testes deram credibilidade
ao Atenção, Consumidor!. Entre outras coisas,
o quadro ajudou a esclarecer consumidor e
fabricantes sobre a importância de ser
observar os critérios de controle de qualidade.
Ajudou também a provar que os padrões
usados na fabricação de vários produtos
nacionais muitas vezes supera os aplicados a
produtos estrangeiros.
- Em 1997, o quadro mereceu o Prêmio da
Associação de Marketing e Negócios.
- Entre 4 de março e 1º de abril de 2007, o
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Fantástico exibiu uma série de cinco
reportagens em que o Inmetro testava os
Serviços de Atendimento ao Consumidor de
bancos e cartões de crédito, planos de saúde,
setores de eletrodomésticos, alimentos e
bebidas, telefonia e TV por assinatura.
Jornalismo mentira, humorismo verdade
- Em 1995, os humoristas do Casseta &
Planeta – que já haviam colaborado com o
Fantástico como redatores nos tempos em
que ainda se dividiam entre a revista Casseta
Popular e o jornal Planeta Diário – fizeram
sua estréia, juntos e na frente das câmeras,
com o Plantão Casseta, quadro dirigido por
José Lavigne.
- Colocando em prática o slogan “jornalismo
mentira, humorismo verdade”, Hubert,
Reinaldo, Bussunda, Beto Silva, Cláudio
Manoel, Hélio de La Peña e Marcelo
Madureira anarquizavam o noticiário da
semana em esquetes curtos, exibidos ao longo
do programa, no qual parodiavam sem
piedade políticos, jogadores de futebol, atores
de televisão e figuras públicas em geral. Nem
os repórteres e apresentadores do próprio
Fantástico escaparam às ironias, ao serem
transformados em personagens como
Chicória Maria, Ótima Bernardes, Pedro
Miau, Celso Fritas, Leilane Beckenbauer,
Maurício Kibrusco, Jeca Camargo, Corisco
José, Cassandra Iceberg, Galo Barcelos e
Bonitón Moraes Neto.
A voz do Fantástico
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- Em 1996, os apresentadores do Fantástico
passaram a ser Pedro Bial, Fátima Bernardes
e Zeca Camargo. Cid Moreira – que se
revezara na apresentação do programa com
Sérgio Chapelin durante muitos anos – passou
a fazer exclusivamente a locução em off de
reportagens especiais. Depois, passou a
gravar os áudios de todas as chamadas e
matérias do programas, tornando-se a atual
“voz” do Fantástico, com seu timbre
inconfundível. Os editores enviam os
arquivos com os textos para a casa do locutor,
e ele grava seus áudios em um estúdio
particular. Algumas matérias passaram a
contar também com a locução de Berto Filho.
A Vida Como Ela É...
- O universo do dramaturgo Nelson
Rodrigues foi levado ao Fantástico entre
março e dezembro de 1996 com a série A
Vida Como Ela É..., dirigida por Daniel Filho
e Denise Saraceni. Baseada na famosa coluna,
publicada no jornal carioca Última Hora entre
1951 e 1956, a série apresentava contos
tragicômicos de adultério, morte, desejos
reprimidos, ciúmes e amores passionais, que
se passavam no subúrbio e Zona Sul do Rio
de Janeiro. Histórias como O Anjo, em que
um homem casado com uma esposa ciumenta
é seduzido pela cunhada adolescente; ou
Delicado, em que um rapaz criado a vida
inteira por mulheres, e que é forçado a se
casar para corresponder às expectativas de um
tio austero, termina se suicidando vestido de
noiva.
- A Vida Como Ela É... teve 40 episódios, de
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oito minutos cada, filmados em película,
acentuando um tratamento cinematográfico
que se refletia ainda no enquadramento e no
posicionamento das câmeras. Os roteiros
foram assinados por Euclydes Marinho e
contavam com um elenco que reunia Tony
Ramos, Malu Mader, Maitê Proença, Cássio
Gabus Mendes, Antônio Calloni, Laura
Cardoso, Nelson Xavier, Mauro Mendonça,
Caio Junqueira, José Mayer, Gabriela Duarte,
Luís Carlos Góes, Marcos Palmeira, entre
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outros. A narração das histórias ficou a cargo
de Hugo Carvana (no primeiro episódio) e
José Wilker.
O Brasil e o mundo no Fantástico
- Em 1997, Glória Maria substituiu Fátima
Bernardes na apresentação do Fantástico.
Repórter do programa há 12 anos, ela já havia
marcado época com reportagens cheias de
aventura em que viajava pelo Brasil e pelo
mundo visitando os lugares mais
diversos, entre os quais: o Círculo Polar
Ártico, onde encarou uma jornada de 27 horas
de barco para conseguir ver o sol da meianoite;
a África, onde mostrou a vida da tribo
Koma, nas montanhas do Adamawa; e a
China, onde subiu o Himalaia.
- Depois de assumir o posto de apresentadora,
Glória Maria continuou fazendo reportagens e
séries em que viaja pelo mundo. Em fevereiro
de 2000, o Fantástico apresentou uma série
de três reportagens sobre vulcões existentes
em lugares como Havaí, México, Caribe,
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Colômbia, Guatemala e Islândia. No Havaí,
local com a maior concentração de vulcões
ativos, Glória Maria escalou o Monaloa, o
maior em termos de volume, e sobrevoou de
helicóptero o Kilauea, o maior em atividade
no mundo.
- Na série Passaporte Fantástico, exibida
entre 30 de maio e 1º de agosto de 2004,
Glória Maria visitou outros lugares
inusitados. Entre suas aventuras, a repórter
conheceu os animais de um zoológico em
Lisboa, Portugal; levou o menino Tyson, um
pequeno ritmista da escola de samba
Mangueira, para conhecer as Cataratas do
Niágara; e esteve no território gelado de
Iqaluit, no extremo norte do Canadá, onde
acompanhou um dia na vida de um
especialista em caça e pesca.
- Em janeiro de 2005, Glória Maria inaugurou
o quadro Destino Fantástico, no qual
repórteres viajam pelo Brasil para apresentar
ao telespectador lugares de difícil acesso, que
valem a pena se conhecer nas férias. Ela
esteve no Parque Estadual Cristalino, norte de
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Mato Grosso, região de maior biodiversidade
da Amazônia, visitado mais por turistas
estrangeiros do que por brasileiros.
- Glória Maria mostrou a beleza natural do
lugar e praticou uma atividade chamada pelos
guias do parque de “rapel na árvore”,
escalando sozinha um Amarelinho, árvore da
Floresta Amazônica com quase 40 metros de
altura. Durante o mês de janeiro, a repórter
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visitou ainda o litoral do Ceará e a Cachoeira
do Tabuleiro, em Minas Gerais. A partir de
julho, Destino Fantástico passou a ser
apresentado por Isabel Ferrari.
- Entre 5 de junho e 3 de julho de 2005, o
Fantástico apresentou a série Índia: uma
Viagem Espiritual. Glória Maria viajou até o
país para mostrar suas tradições religiosas; os
rituais milenares em seus templos sagrados; a
medicina mais antiga do mundo, que usa
massagens, óleos, ervas e exercícios para
equilibrar corpo e mente; e curiosidades
e costumes do povo indiano.
- Em 2006, Glória Maria acompanhou o
escritor Paulo Coelho, fenômeno de
popularidade também na Federação Russa,
numa viagem de dez mil quilômetros pela
Transiberiana, a maior ferrovia do planeta. As
reportagens fizeram parte da série Sibéria, a
Missão de um Mago, exibida entre 15 de
outubro e 10 de dezembro.
Novas mudanças na apresentação
- Em 1998, Renata Ceribelli passou a integrar
o time de apresentadores do Fantástico.
- Em 2003, o programa ganhou uma
apresentadora virtual, Eva Byte, criada pelo
Departamento de Arte da Rede Globo, sob o
comando de Alexandre Arrabal. Seu rosto era
uma mistura de vários traços característicos
da mulher brasileira, e o seu nome foi
escolhido pelos telespectadores do programa.
No início, só a cabeça da personagem
aparecia no vídeo. Com o tempo, Eva passou
a se mover pelo cenário e a contracenar com
os outros apresentadores.
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Vida ao Vivo
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- Em março de 1997, o ator Pedro Cardoso
dividiu com Luís Fernando Guimarães a
bancada do Vida ao Vivo, um telejornal que
dava a qualquer assunto banal um tratamento
extraordinário. Nos esquetes cômicos,
assinados por Alexandre Machado e Luís
Fernando Verissimo, os dois atores viviam
personagens variados. O quadro foi um
sucesso e, no ano seguinte, deu origem ao
programa Vida ao Vivo Show, que era exibido
todas às terças-feiras, às 22h30.
- Pedro Cardoso já fazia aparições
esporádicas no Fantástico desde o final dos
anos 1980. Em fevereiro de 1988, ele foi
Vilmo Falópio, um locutor que lia as notícias
mais absurdas com um ar impassível. O texto
era dos humoristas Reinaldo e Hubert, do
Planeta Diário. Durante a Copa do Mundo da
França (1998), Pedro Cardoso viveu um
repórter alucinado que interagia com
torcedores na rua, num quadro escrito por
Guel Arraes, Alexandre Machado, Jorge
Furtado e Luís Fernando Verissimo.
- Ao lado de Bianca Byington, o ator
apresentou ainda o Vide Bula (2001). Os dois
interpretavam vários personagens com o
objetivo de ajudar o telespectador a “aprender
a viver a sua vida” e “como usar você mesmo
evitando os efeitos colaterais”.
- Por conta do enorme sucesso de Agostinho
Carrara, seu personagem na Grande Família,
Pedro Cardoso chegou ainda a estrelar o
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quadro Táxi do Agostinho (2003), no qual
conversava com passageiros de verdade.
Maníaco do parque
- No dia 26 de junho de 1998, o Fantástico
levou ao ar, no final do programa, uma
reportagem de Marcelo Rezende sobre o
motoboy Francisco de Assis Pereira, serial
killer responsável pelo assassinato de mais de
dez mulheres no Parque do Estado, em São
Paulo. O Maníaco do Parque, como ficou
conhecido pela imprensa, foi entrevistado
durante três dias numa peninteciária de
segurança máxima em Taubaté.
- A matéria mostrou ainda reconstituições dos
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crimes cometidos por Francisco Pereira e os
depoimentos de parapsicólogos, videntes e
psicanalistas, que falaram sobre as
motivações do assassino. De grande
audiência, a reportagem gerou também
enorme polêmica e foi acusada de
sensacionalismo, recebendo muitas críticas,
inclusive dentro da TV Globo.
Repórter por 1 Dia
- No dia 25 de outubro de 1998, estreou o
Repórter por 1 Dia, em que personalidades
das mais variadas áreas contribuem com
matérias curtas para o Fantástico.
Inaugurando o quadro, a cantora Ivete
Sangalo visitou uma escolinha de futebol no
Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Entre
os diversos participantes do Repórter por 1
Dia, ao longo dos anos, o rapper Gabriel O
Pensador mostrou a rotina de trabalho dos
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taxistas; o sambista Martinho da Vila
entrevistou membros da Academia Brasileira
de Letras; o escritor Paulo Coelho investigou
detalhes da cultura dos iranianos em Teerã; a
atriz Andréa Beltrão falou com casais que se
conheceram em bailes de dança de salão; e o
ator Wagner Moura denunciou a violência em
escolas públicas.
O príncipe negro dos sortilégios
- Um dos grandes sucessos do Fantástico em
1999 foi o enigmático Mister M, um mágico
americano que se apresentava com o rosto
encoberto por uma máscara e revelava os
segredos por trás dos mais sofisticados
truques de ilusionismo, explicando em
detalhes como eles eram elaborados e
executados.
- A idéia não agradou nem um pouco os
profissionais do ramo. Assim que as primeiras
chamadas do novo quadro foram ao ar, em
fevereiro de 1999, mágicos profissionais de
todo o Brasil se mobilizaram para impedir
que seus truques fossem desvendados. A TV
Globo recebeu milhares de cartas de protesto
e uma corrente de e-mails pela Internet,
ameaçando processar a emissora por perdas e
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danos. Tudo em vão. Luiz Nascimento
respondeu aos apelos explicando que Mister
M desvendava um número limitado de
mágicas e que não havia registros de perda de
interesse popular por espetáculos de mágica
nos países em que o quadro fora apresentado.
- Quanto ao público, Mister M se tornou um
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sucesso absoluto. Em boa parte devido à
locução de Cid Moreira – num registro que
lembrava o de um radialista, completamente
diferente do que ele adotava habitualmente no
programa – e o texto elegante e levemente
irônico escrito pelo jornalista Luiz Petry. As
alcunhas que Petry criou para o mágico – “O
príncipe negro dos sortilégios”, “Senhor de
todos os segredos” – também caíram nas
graças do telespectador. No ano seguinte,
Mister M esteve no Brasil e foi entrevistado
no Fantástico pelo próprio Cid Moreira.
Retrato Falado
– Em maio de 2000, a atriz e comediante
Denise Fraga estreou Retrato Falado, um
quadro de humor baseado na vida real,
tornando-se rapidamente um dos maiores
sucessos do Fantástico. Dirigida por Luís
Villaça, a atriz encena histórias verdadeiras,
enviadas pelos telespectadores por carta ou email.
Os casos selecionados são
transformados em roteiro pelos autores José
Roberto Torero, Maurício Arruda, Mariana
Veríssimo, Lícia Manzo e Marcus Aurelius
Pimenta. Depois, os telespectadores gravam
seus depoimentos em frente às câmeras, e
seus relatos servem de fio condutor da
narrativa, entremeando as passagens
encenadas pelos atores. Há mais de sete anos
no ar, o quadro já apresentou histórias
românticas, cômicas, tragicômicas, dos mais
variados tipos, nas quais Denise Fraga
encarnou um catálogo vastíssimo de
personagens reais. A atriz contracena com um
elenco que mistura atores famosos – como
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Evandro Mesquita e Selton Mello – e outros
ainda pouco conhecidos. Alguns se
destacaram tanto no quadro que acabaram
participando de outras produções da TV
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Globo, como Eduardo Estrela – que ganhou
um papel na novela Mulheres Apaixonadas –,
Graziella Moretto – que atuou em episódios
dos humorísticos Os Normais e Minha Nada
Mole Vida – e Maurício Marques – que
trabalhou no último episódio da segunda
temporada de Carga Pesada.
- Retrato Falado ficou no ar até 2001, quando
ganhou o prêmio da Associação Paulista dos
Críticos de Arte na categoria Humor. No ano
seguinte, o quadro deu lugar a Dias de Glória,
no qual Denise Fraga vivia a protagonista de
histórias que misturavam ficção e fatos
marcantes do noticiário político do país.
Retrato Falado voltou a ser exibido em 2003,
atendendo aos pedidos dos telespectadores,
que, mesmo com o programa fora do ar,
continuaram a enviar cartas e e-mails
contando histórias para serem encenadas.
- Durante o mês de junho de 2004 foi ao ar a
série Álbum de Casamento, baseada no livro
de contos Pequenos Amores, de José Roberto
Torero. Denise Fraga interpretava uma
fotógrafa de cerimônias religiosas que
contava a história romântica dos casais
retratados observando particularidades de
suas fotografias. A série foi exibida ao longo
do mês de junho, com duas histórias de dois
minutos em cada edição do Fantástico.
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- Denise Fraga também estrelou, durante as
Copas do Mundo do Japão e da Coréia, em
2002, e da Alemanha, em 2006, a série Copas
de Mel. A atriz era a Mel do título, uma
jornalista desastrada que, durante a cobertura
esportiva das competições, acabava
interferindo nos resultados dos jogos. O
quadro, também dirigido por Luís Villaça,
com roteiro de José Roberto Torero e
Maurício Arruda, contava com recursos de
computação que permitiam que Denise Fraga
parecesse estar interagindo de verdade com as
imagens captadas pela equipe da TV Globo.
Na primeira edição de Copas de Mel, Denise
Fraga contracenou com Selton Mello. Na
segunda, a atriz interpretou a neta da
personagem, e Fábio Assunção foi seu par
romântico.
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Viagens fantásticas
- Em janeiro do ano 2000, estreou o quadro
Me Leva, Brasil, no qual o repórter Maurício
Kubrusly percorre o país para encontrar, nos
estados mais longínquos, os mais curiosos
personagens. Gente como Paulino, um padre
católico que se tornou uma espécie de
consultor sexual dos casais de Sena
Madureira, cidade próxima à Rio Branco, no
Acre, sendo apelidado de Padre
Ginecologista. Ou como o mineiro Galinha
Tonta, um morador de São Francisco, que,
apesar de analfabeto, aprendeu sozinho
quando era criança a falar inglês, alemão e
japonês. Por trás dessas histórias inusitadas,
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surge um Brasil até então desconhecido para
os habitantes das grandes metrópoles.
- Entre 16 de maio e 19 de setembro de 2004,
o Fantástico misturou viagem, aventura e
interatividade no quadro A Fantástica Volta
ao Mundo. Zeca Camargo iniciou uma
jornada ao redor do planeta, com um roteiro
que era determinado a cada semana pelos
telespectadores do Fantástico. Via telefone e
Internet, eles podiam escolher entre dois
destinos de escalas para o repórter. Toda
semana, eram exibidas matérias que Zeca
Camargo realizava nos países escolhidos e, ao
final de cada edição do Fantástico, um novo
destino era anunciado. Durante 18 semanas,
o jornalista percorreu 103.792 quilômetros,
em 54 vôos.
E Agora, Doutor?
- O ano 2000 também marcou a estréia no
Fantástico do renomado oncologista
brasileiro Dráuzio Varella, que apresentou a
série Viagem ao Corpo Humano. Sucesso
absoluto, o médico continuou emprestando
seus conhecimentos e carisma ao programa
nos anos seguintes, apresentando as seguintes
séries: E Agora, Doutor?, na qual esclarecia
dúvidas frequentes em relação à saúde;
Fôlego, que acompanhava a vida de seis
pessoas que decidiram deixar de fumar
durante dois meses; Grávidas, no qual
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acompanhava um grupo de grávidas;
Cérebro, Super-Máquina, uma viagem pela
"máquina" responsável por todas as nossas
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ações e pensamentos; Questão de Peso, sobre
pessoas que têm compulsão por comer; e
Filhos Deste Solo, que discutiu o
planejamento familiar no Brasil.
- Entre novembro de 2006 e janeiro de
2007, Draúzio Varella apresentou a série – de
12 episódios – Tempo, Dono da Vida, que
discutiu o tema do envelhecimento. A idéia
surgiu a partir de um dado estatístico: a faixa
de população que mais cresce no Brasil é a de
pessoas com mais de 60 anos de idade. Nesse
sentido, a série procurou investigar – através
de personagens como uma senhora de 76 anos
que trabalha como caminhoneira – o que
significa envelhecer hoje em dia, quais
medidas os maiores de 60 anos devem tomar
para se manterem saudáveis e o que os mais
jovens podem fazer para chegarem bem aos
80 anos. Encerrando cada episódio, era
apresentado o depoimento de personalidades
famosas, como o cirurgião plástico Ivo
Pitanguy, os cantores Caetano Veloso e Elza
Soares, o artista plástico Roberto Magalhães,
o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa
e os atores Paulo Goulart, Nicette Bruno e
Marília Pêra.
- Em maio de 2006, o Fantástico apresentou
uma nova série, em que Dráuzio Varela
visitou os pacientes em casa, como faziam os
antigos médicos de família, para identificar,
tratar e prevenir doenças mais comuns do
país.
- Dráuzio Varella contou com a produção de
Karina Dorigo e Eugênia Moreyra, editoraexecutiva
do Fantástico e responsável pela
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supervisão das séries do programa. As séries
Cérebro, Super-Máquina e Grávidas foram
editadas por Jennifer Skipp. Grávidas ganhou
o prêmio Ayrton Senna de jornalismo em
2004.
O repórter sem rosto
- Eduardo Faustini é um dos mais premiados
repórteres investigativos do Brasil,
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responsável por matérias sobre corrupção,
tráfico de drogas e venda ilegal de armas,
entre outras denúncias. Uma de suas
reportagens, exibida em 2002, marcou a
história do Fantástico. O jornalista gravou
flagrantes de corrupção explícita por partes de
fornecedores da Prefeitura de São Gonçalo,
município do Rio de Janeiro, num exemplo do
bom uso de câmeras ocultas e microfones
especiais a serviço do jornalismo de denúncia.
O material colhido foi entregue ao Ministério
Público. A reportagem ganhou os prêmios
Esso, Líbero Badaró e menção honrosa da
Embratel.
- Em 12 de dezembro de 2004, Faustini
denunciou a queima de documentos sigilosos
da época da ditadura na Base Aérea de
Salvador. A reportagem ganhou o Prêmio
Qualidade Brasil e o XXII Prêmio Direitos
Humanos de Jornalismo.
- Em maio de 2005, o Fantástico mostrou
cenas de corrupção em Rondônia em uma
matéria de Eduardo Faustini. A reportagem
mostrava imagens, gravadas pelo governador
do estado Ivo Cassol, de tentativas de suborno
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por parte de deputados. Por ordem judicial, a
reportagem não foi exibida em Rondônia.
- Entre 18 de setembro e 2 de outubro de
2005, o Fantástico apresentou a reportagem
especial em três partes Diário de uma Guerra
Suja, um panorama detalhado da guerra entre
a polícia do Rio de Janeiro e os traficantes de
drogas entrincheirados nas favelas, que ainda
enfrentavam grupos rivais para defender as
bocas-de-fumo. Durante dez dias, Eduardo
Faustini entrevistou autoridades como o então
Secretário de Segurança da cidade, Marcelo
Itagiba, e a inspetora de polícia Marina
Magessi; ouviu a opinião de sociólogos sobre
o trabalho da polícia e o depoimento dos
moradores de áreas próximas às favelas, as
principais vítimas da guerra; e registrou o
trabalho de educadores que tentam ajudar a
diminuir o envolvimento cada vez maior de
menores com o tráfico.
- Diário de uma Guerra Suja mostrou
também o impacto do conflito para os cofres
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públicos. Para fazer frente ao arsenal cada vez
mais sofisticado dos bandidos, naquele ano, o
estado do Rio de Janeiro havia investido 1, 5
bilhão de reais no aparelhamento da polícia.
Parte da verba foi aplicada na compra de
carros blindados, apelidados pelos moradores
das favelas de “Caveirões”. Eduardo Faustini
acompanhou a ação de policiais durante uma
incursão a uma favela para invadir uma área
dominada pelo tráfico. O Fantástico exibiu
imagens feitas de dentro de um dos
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“caveirões” e o flagrante de patrulhas do
tráfico vigiando as favelas à noite.
- A reportagem contou com imagens dos
cinegrafistas Fernando Calixto, Acyr Fillus,
Guilherme Azevedo e Fabiano Moreira; som
de Mário Amorim e edição de Rogério
Marques e Roberto Cavalcanti.
Papo Irado
- Entre julho de 2002 e dezembro de 2003, o
quadro Papo Irado, dirigido por Mauro
Mendonça Filho, com redação final de Bruno
Mazzeo, contou as aventuras de Tati, a
“aborrescente” geniosa e descolada
interpretada por Heloísa Perissé. A
personagem surgiu na Escolinha do Professor
Raimundo com enorme sucesso e logo
transformou gírias adolescentes como “Tipo
assim”, “Fala sério!” e “Ninguém merece!”
em bordões repetidos em todo o Brasil. No
Fantástico, Tati ganhou a companhia de duas
amigas inseparáveis, vividas por Carol
Machado e Mary Scheila, e da mãe,
personagem de Louise Cardoso.
- As histórias reproduziam o cotidiano dos
adolescentes de classe média e giravam em
torno de seus anseios e dúvidas típicos. O
cenário multicolorido e os efeitos especiais
conseguidos a partir de computação gráfica
davam um tom de desenho animado às
aventuras de Tati. Se ela decidia explicar as
gírias que usava, por exemplo, a ação parava e
uma arte imitando o verbete de um dicionário
aparecia na tela. Os telespectadores
adolescentes do Fantástico participavam do
quadro conversando com Tati, sempre que ela
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decidia compartilhar seus problemas com os
amigos pela internet.
Vinheta de abertura
- O Fantástico passou a ser precedido por
uma nova vinheta a partir de 2003: uma
grande espiral formada pelo nome do
programa provoca uma ventania de folhas
secas ou borbulhas de água e, em seguida, se
expande para o teto do cenário, todo feito por
computação gráfica com a utilização do
chromakey. Também houve mudanças no
cenário: a bancada foi abolida, e os
apresentadores passaram a caminhar entre
placas e módulos com o logotipo do
programa.
- Em 7 de setembro de 2003, o Fantástico
exibiu imagens de presos no Instituto Penal
Vicente Piragibe, parte do sistema
penitenciário de Bangu, preparando cigarros
de maconha. Na reportagem, outros presos
apareciam comprando fumo dentro da cadeia.
Um take aéreo do pavilhão onde funciona a
boca-de-fumo mostrou um preso falando ao
celular.
- Em outubro de 2004, outro destaque do
Fantástico: uma matéria denunciou falhas na
distribuição das verbas do Bolsa Família,
programa do governo. A reportagem levou
membros da força-tarefa da Controladoria da
União a investigar as denúncias.
Filosofia
- Em 17 de julho de 2005 estreou Ser ou Não
Ser, quadro que procura popularizar a
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filosofia traduzindo conceitos complexos da
disciplina por meio de metáforas simples. O
quadro é apresentado pela psicóloga e doutora
em filosofia Viviane Mosé.
- Em programetes de oito a dez minutos, ela
aparece como uma repórter, levando ao
telespectador personagens e situações
diversas que servem para ilustrar as idéias
discutidas a cada semana. Para explicar o
conceito aristotélico de que o pensamento
nasce da perplexidade – que, por sua vez,
levaria o homem ao questionamento –,
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Viviane Mosé contou a trajetória de um
imigrante da Paraíba que chegava a São Paulo
pela primeira vez e se assustava com a
imponência da metrópole. Já para abordar a
idéia do dramaturgo Sófocles de que o
homem é impotente diante do destino,
Viviane Mosé identificou características da
tragédia grega nos dias atuais, como a de um
homem que cumprira vinte anos de cadeia
sem nunca ter sabido o motivo.
Segredos dos presidentes
- Em agosto de 2005, foi ao ar Dossiê
Brasília, os Segredos dos Presidentes, série
com trechos de entrevistas realizadas pelo
jornalista Geneton Moraes Neto, na época
editor-chefe do programa, com quatro expresidentes
da República – José Sarney,
Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e
Fernando Henrique Cardoso –, que foram
desafiados a revelar os segredos que
precisaram guardar enquanto ainda estavam
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no poder. As entrevistas foram realizadas em
Brasília, Maceió, Juiz de Fora e São Paulo.
- Entre outras revelações da série, José Sarney
contou que o Brasil já teve planos de realizar
experiências nucleares, e Fernando Collor de
Mello confessou que chegou a pensar em
suicídio depois de ter sido afastado da
presidência.
Meninos do tráfico
- No dia 19 de março de 2006, o Fantástico
exibiu Falcão, Meninos do Tráfico, um
documentário produzido e dirigido pelo
rapper MV Bill e por Celso Athayde, da Cufa
– Central Única das Favelas –, que revelou
como a miséria e a violência transformam
menores de idade em mão-de-obra do tráfico
de drogas nas periferias das cidades
brasileiras.
- Ao longo de seis anos, os produtores
gravaram mais de 90 horas de depoimentos e
imagens dos jovens de favelas de norte a sul
do país, captados pelos cinegrafistas Miguel
Vassy e Rodrigo Veras, do núcleo audiovisual
da Cufa. A edição especial exibida no
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Fantástico tinha 58 minutos e foi dividida em
três blocos. Foi a primeira vez que o
programa dedicou um espaço tão grande para
tratar de um tema.
- “Falcão”, na gíria dos morros, é o nome
dado ao menor encarregado de vigiar a favela
para avisar aos traficantes da chegada da
polícia. Dos 17 meninos entrevistados, apenas
um continuava vivo quando o documentário
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foi ao ar.
- Falcão, Meninos do Tráfico recebeu o
prêmio Vladmir Herzog de melhor
documentário de TV em 2006. Em 12 de abril
de 2007, MV Bill e o jornalista Frederico
Neves, do Fantástico, receberam em Madrid
o Prêmio Rei da Espanha, um dos mais
importantes do jornalismo internacional, na
categoria televisão.
Profissão Repórter
- Em abril de 2006, o quadro Profissão
Repórter – que havia estreado no mesmo mês
em um especial do Globo Repórter – passou a
ser apresentado todos os domingos no
Fantástico. O quadro, apresentado pelo
repórter Caco Barcellos e dirigido por Marcel
Souto Maior, revela bastidores da produção
de uma reportagem de televisão,
acompanhando a rotina de oito jovens
jornalistas durante todo o processo de
produção de uma reportagem, da reunião de
pauta à edição, passando pela apuração,
entrevista e gravação.
- Toda semana, a equipe do Profissão
Repórter – formada por Ana Paula dos
Santos, Caio Cavechini, Felipe Gutierrez,
Júlia Bandeira, Mariane Salerno e Nathália
Fernandes – leva ao ar uma reportagem com
cerca de 12 minutos, em que duas duplas de
repórteres e cinegrafistas mostram, ao mesmo
tempo, ângulos diferentes de um fato.
- Entre outros assuntos, o programa já falou
sobre os perigos da Internet, mostrou como é
o dia de visita em um presídio, acompanhou o
julgamento da estudante Suzane Von
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Richthofen, acusada do assassinato dos pais
em junho de 2006, e cobriu a visita ao Brasil
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do então presidente dos Estados Unidos,
George W. Bush, em março de 2007.
- Com dois meses no ar, o Profissão Repórter
ganhou o V Prêmio Jovem Brasileiro como
melhor quadro de conteúdo jornalístico
produzido e apresentado por jovens. Uma das
matérias que mostrava cortadores de cana que
morriam de exaustão no trabalho mereceu um
voto de aplauso da Assembléia Legislativa do
Maranhão.
- Em junho de 2008, o Profissão Repórter
estreou como um programa independente,
sendo exibido toda terça-feira, às 23h30.
Entrevista com Suzane Von Richthofen
- Em 9 de abril de 2006, o Fantástico exibiu
uma entrevista exclusiva da repórter Fabiana
Godoy com Suzane Von Richthofen,
condenada pelo assassinato dos pais em São
Paulo. A jovem estava em regime de
liberdade condicional. O programa, que
mostrou como o advogado de Suzane a
orientou a chorar durante a entrevista, teve
grande repercussão. Descoberta a farsa, a
acusada voltou para a cadeia.
Bola de cristal
- O Fantástico exibiu, no mês de maio de
2006, a série Operação Bola de Cristal,
quadro idealizado por Luiz Petry, na qual o
ator Osvaldo Mil revelava os truques usados
por falsos videntes para enganar clientes.
Treinado pelo psicólogo e parapsicólogo
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Jayme Roitman e pelo mágico Thiago Neves,
conhecido como Khronnus, Osvaldo Mil se
preparou durante meses, mergulhando em
literatura especializada e aprendendo a
dominar o método da leitura fria, uma técnica
para conduzir uma conversa com um
desconhecido de forma a convencê-lo por
meio de sugestões a acreditar na
paranormalidade do falso vidente. O ator pôs
o método em prática em consultas individuais
e em grupo, durante as quais se apresentava
como o vidente Ângelo. No final da sessão,
todos os participantes do quadro eram
informados de que o vidente, na verdade, era
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um ator.
Poeira das Estrelas
- Em agosto de 2006, estreou Poeira das
Estrelas, série de 12 episódios sobre
cosmologia, em que o físico e astrônomo
Marcelo Gleiser falava sobre a concepção
moderna da origem do universo e o caminho
percorrido pela ciência para responder a
dúvidas ancestrais da humanidade. Os
episódios foram gravados em vários países.
Na primeira parte da série, que tratou de
temas como a interferência da religião na
ciência e a teoria do Big Bang, Marcelo
Gleiser visitou diversos lugares, entre os
quais: a Inglaterra, onde entrevistou o
astrônomo real inglês no Trinity College, em
Cambridge; a Itália, onde simulou um
experimento realizado por Galileo Galilei na
Torre de Pisa; a República Tcheca, onde falou
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da relação entre o matemático Kepler e o
astrônomo Tycho Brahe; e os Estados Unidos,
onde mostrou o telescópio de Mount Wilson,
na Califórnia, no qual o astrônomo Edwin
Hubble descobriu que o universo está em
expansão.
- A segunda parte da série abordou a origem
da Terra, a origem da vida e a possibilidade
de vida extraterrestre. Para o episódio que
explica a evolução geológica do planeta,
Marcelo Gleiser e a equipe do Fantástico
visitaram o Grand Canyon e sobrevoaram de
balão a cratera Barringer, no Arizona,
conhecida por ser a maior cratera da Terra,
provocada pela queda de um meteorito há 50
mil anos. A série também foi ao Havaí para
mostrar o Kilauea, vulcão há mais tempo em
atividade contínua no mundo.
- Poeira das Estrelas foi produzida e editada
por Frederico Neves, que também assinou os
textos junto com Marcelo Gleiser. A edição
ficou a cargo de Rafael Norton, e as imagens,
por conta de Lúcio Rodrigues, Paulo Pimentel
e Maurízio Della Constanza; arte de Fabrício
Baessa, Flávio Fernandes e Chico Chagas, e
produção musical de Rodrigo Boecker.
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O show da vida em 2007
- Entre 7 de janeiro e 15 de abril de 2007, o
Fantástico exibiu a série Brasil É o Bicho!,
apresentada pelo ambientalista Denner
Giovanini, fundador e coordenador da
organização ambiental Renctas, Rede
Nacional de Combate ao Tráfico de Animais
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Silvestres. A série falou, de forma leve e
criativa, sobre questões relativas à
biodiversidade e à fauna brasileira. Entre
outros assuntos, Denner Giovanini explicou a
ligação entre as cobras surucucus e a
fabricação de chocolates, falou sobre lendas e
histórias que associam certos animais ao mau
agouro e mostrou as inúmeras espécies de
macacos nas selvas do Brasil.
- A equipe do Fantástico viajou por três
meses para gravar o quadro em lugares como
Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Pará,
Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Também
foram gravadas imagens na Mata Atlântica,
na Amazônia, no Cerrado e na Caatinga. As
imagens são do repórter cinematográfico
Guilherme Azevedo, e a edição, de Rui Mota.
- No dia 11 de março, estreou a série Novos
Olhares, em que cientistas e pensadores do
Brasil e do mundo apresentaram pontos de
vista inesperados para assuntos do cotidiano.
A série em 12 episódios abordou temas como
vida digital, mente e imaginação, educação
dos filhos, arquitetura, religião e
multiculturalidade.
- No primeiro episódio, o engenheiro de
computação Sílvio Meira e o escritor
americano Steven Johnson – autor do livro
Tudo o que Você Achava que Era Bom para
Você, sobre cultura popular – discutiram o
impacto do mundo virtual na vida moderna.
- O apresentador Zeca Camargo viajou pelo
Brasil, Estados Unidos e Inglaterra para
entrevistar os participantes. Entre eles, estão o
psicólogo americano Daniel Gilbert, o
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filósofo suiço Alain de Botton, o historiador
americano Darrin McMahon, o físico inglês
Philip Ball, o filósofo ganense Kwame
Anthony Appiah, o escritor indiano Pankaj
Mishra e o professor de direito Kenji
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Yoshino. Entre os acadêmicos brasileiros que
participaram da série estão o psicanalista
Roberto Gambini, o sociólogo Flávio
Pierucci, o engenheiro Luiz Pinguelli, o físico
Luiz Alberto Oliveira, o neurologista
Fernando Cendes e o antropólogo Robeto
DaMatta.
- No dia 15 de abril, estrearam quatro novos
quadros no Fantástico. Em Emprego de A a Z,
o economista e administrador Max Gheringer
– que foi executivo por mais de 30 anos em
algumas das maiores empresas do país – trata
de questões relacionadas ao trabalho:
aumento, concorrência, promoção; no Galpão
Fantástico, os artistas brasileiros apresentam
seus trabalhos e conversam com Zeca
Camargo; a consultora de moda Glorinha
Kalil, que já havia feito algumas participações
no Fantástico, passa a apresentar o quadro
fixo Etiqueta Urbana, no qual esclarece
dúvidas sobre moda, comportamento e
etiqueta. A partir de reportagens de Renata
Ceribelli, a consultora comenta
acontecimentos da semana e dá dicas de como
se comportar em situações cotidianas, como a
maneira correta de usar o telefone celular;
sobre educação no trânsito; e a melhor
maneira de tratar os vizinhos. Na série Daqui
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pra Frente, a atriz Fernanda Lima discute
com um grupo de jovens convidados os
dilemas de quem está começando a vida
adulta, como sair ou não da casa dos pais e o
primeiro emprego.
– O Fantástico 2007 também marcou a volta
do Super Sincero, quadro em que Luís
Fernando Guimarães vive Salgado, um
homem que não consegue controlar sua
compulsão em só dizer verdades, doa a quem
doer. Ele invariavelmente ofende a todos que
encontra durante o dia. O quadro, escrito por
Alexandre Machado e Fernanda Young e
dirigido por José Alvarenga, estreou em
2006.
- Em 15 de julho, o Fantástico passou a exibir
Te Quiero, América, série que mistura
aventura romântica e documentário, estrelado
por Denise Fraga e João Miguel, com direção
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de Luís Villaça e roteiro de Maurício Arruda
e Carolina Kotscho.
- Denise Fraga vive Maria, uma jovem
vendedora de seguros que ganha uma viagem
pela América do Sul como prêmio pelo seu
desempenho no trabalho. Na Argentina,
Maria conhece e se apaixona pelo mochileiro
Francisco (João Miguel). Os dois vivem uma
história de amor cheias de altos e baixos.
Durante suas viagens por países como
Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile, eles
conversam com os habitantes das cidades que
visitam e conhecem um pouco de sua cultura
e costumes.
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- No dia 12 agosto, estreou a série O Valor do
Amanhã, dirigida pela socióloga Isa Ferraz,
com apresentação do economista e filósofo
Eduardo Gianetti e a participação especial do
ator Matheus Nachtergaele. A série tem dez
episódios, com cerca de dez minutos cada, e
aborda o dilema entre viver intensamente o
presente ou investir no futuro.
- A cada episódio, Matheus Nachtergaele
dramatiza histórias que vão de Romeu e
Julieta e Ulisses e as Sereias até a fábula da
cigarra e a formiga. Eduardo Gianetti ancora a
narrativa dessas histórias e discute as escolhas
feitas pelos personagens, refletindo sobre a
necessidade que todos temos de negociar com
o tempo. No decorrer da série, são discutidos
dilemas comuns vividos pelas pessoas ao
tomarem decisões a respeito da saúde,
finanças, profissão e relações amorosas.
- Entre os convidados da série, estão Edward
Wilson, biólogo americano, especialista em
biodiversidade; Fernando Reinach, um dos
coordenadores do primeiro projeto genoma
brasileiro; Manuela Carneiro da Cunha,
antropóloga; Mário Sérgio Portela, filósofo e
teólogo; e Joel Birman, psiquiatra, entre
outros. O quadro tem uma trilha sonora
original assinada pelo músico Cacá Machado,
mas cada episódio apresenta músicas
especiais de compositores como Caetano
Veloso, Tom Zé e Turíbio Santos.
- No dia 9 de setembro de 2007, o Fantástico
estreou seu novo cenário, estruturado a partir
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de uma montagem de texturas e transparência
de acrílico, com elementos que remetem ao
dadaísmo, concretismo e cultura pop.
- Duas novas séries também estrearam nessa
edição. Partindo do princípio de que a história
está sempre se refazendo e de que não existe
uma versão absoluta e definitiva para um fato
histórico, a série É Muita História revisitava,
com um olhar original e bem-humorado, e
com muita informação documentada,
episódios famosos da historiografia oficial.
Foram retratados fatos como a independência
do Brasil, a chegada da família imperial, a
morte de Tiradentes e a saga dos
bandeirantes, entre outros. A série era
apresentada pelos jornalistas Pedro Bial e
Eduardo Bueno.
- Em cada episódio, de cerca de dez minutos,
Eduardo Bueno aparecia trajado como um dos
personagens reais que participava do assunto
em pauta e ia para as ruas conversar com o
público. No episódio de estréia, Um Dia de
Fúria, que tratou do famoso grito de
“Independência ou morte” bradado às
margens do Rio Ipiranga, o escritor se vestiu
como Dom Pedro I e conversou com
caminhoneiros que faziam o mesmo trajeto
percorrido pelo príncipe no 7 de setembro.
- O roteiro de É Muita História era assinado
por Pedro Bial, João Carrascosa e Eduardo
Bueno. Pedro Bial e João Carrascosa
assinavam também a direção da série.
- Também em 9 de setembro de 2007, Regina
Casé voltou ao Fantástico com o Central da
Periferia. Na série de 16 episódios, cada um
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com oito minutos de duração, a atriz visitou
os subúrbios de Paris, as favelas de Luanda e
a periferia superpovoada da Cidade do
México para investigar como as
manifestações sociais e culturais dessas
comunidades ajudam no combate à exclusão
social. Também participam da série
intelectuais que pensam sobre o crescimento
das cidades e suas periferias.
- Central da Periferia teve direção geral de
Estevão Ciavatta, direção de Mônica Almeida
e roteiro de Alberto Reanult, Hermano
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Vianna e Regina Casé.
Reportagens marcantes de 2007
- O Fantástico denunciou em 4 de março de
2007 funerárias e médicos que vendiam
atestados de óbito. A equipe do programa
conseguiu sepultar um boneco dentro de um
caixão e emitir uma certidão de óbito.
- No dia 20 de maio de 2007, o Fantástico
exibiu uma entrevista com o Ministro de
Minas e Energia Silas Rondeau se
defendendo das acusações da Polícia Federal
de que teria recebido propina para a liberação
de verbas para o programa Luz para Todos.
- Em abril de 2007, o Fantástico flagrou o
golpe do falso sequestro por telefone. Um
casal de criminosos ligou para a redação do
programa por engano. Um repórter do
programa se identificou como tio da suposta
vítima e conseguiu enganar os bandidos. A
equipe do Fantástico mostrou toda a
negociação com os criminosos até a entrega
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do “resgate” em uma rua do Jardim Botânico.
A fita com a reportagem foi entregue ao
delegado da Delegacia Anti-Seqüestro.
- O dia 2 de dezembro de 2007, uma
reportagem do Fantástico feita por Glória
Maria e o repórter cinematográfico Lúcio
Rodrigues no Alto Xingu, inaugurou as
transmissões em HDTV na televisão
brasileira. A reportagem mostrou a festa do
pequi, fruta de cor amarela adorada pelos
índios Kamaiurás.
Entrada de Patrícia Poeta
- A reportagem no Alto Xingu foi a última
que a repórter Glória Maria fez para o
Fantástico, antes de anunciar seu afastamento
da televisão por dois anos para se dedicar a
projetos pessoais. Em 6 de janeiro de 2008, a
jornalista Patrícia Poeta estreou em seu lugar
como apresentadora do programa.
Na China
- Em 16 de fevereiro de 2008, o Fantástico
passou a exibir o documentário Na China, de
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Felipe Lacerda. Para conhecer a nação de
mais de um bilhão de habitantes e mostrá-la
com um olhar diferente, o documentarista
viajou sozinho pelo país durante cinco
semanas, sem roteiro nem planejamento
especial e sem falar uma palavra dos idiomas
locais. Foram 24 horas de viagem por
Pequim, Pumi, Ping-Yao, Xian, Xangai,
Kunming, Dali, Liijiang, Hong Kong e
Macau. O documentário foi exibido em
episódios com cerca de 5 minutos, narrados
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pelo próprio Felipe Lacerda. A captação das
imagens foi feita em HD.
Conto ou Não Conto?
- Também no dia 16 de fevereiro, estreou o
quadro Conto ou Não Conto?, com direção de
Maurício Farias e redação final de Cláudio
Paiva. Dividido em três blocos apresentados
ao longo do Fantástico, o quadro apresenta
um dilema para ser resolvido pelo público,
por ligação telefônica ao vivo. No episódio de
estréia, com participação de Heloísa Perissé,
Natália Lage, Guta Stresser, Ricardo Tozzi e
Alex Reis, o telespectador tinha que decidir se
uma mulher contava à melhor amiga que já
tinha visto o noivo dela em uma parada gay.
- Com o objetivo de investir na interação
entre jornalismo e dramaturgia, o Fantástico
criou em 2008 um núcleo de humor,
coordenado por Claúdio Paiva e com direção
artística de Guel Arraes. O novo núcleo
participa da pauta jornalística do programa e
faz a ligação entre as reportagens e os
quadros, integrando humor e dramaturgia ao
noticiário. Em 30 de março, estrearam os três
novos quadros: Sexo Oposto, Corpo em
Movimento e F-15.
- Em Sexo Oposto, as diferenças entre homens
e mulheres é discutida de forma divertida.
Fernanda Torres e Evandro Mesquita
interpretam dezenas de personagens – de
figuras fictícias anônimas ou célebres, como
Romeu e Julieta, até personagens históricos,
como Isaac Newton – para mostrar as
peculiaridades dos dois sexos. A direção é de
Maurício Farias e o texto de Guel Arraes e
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Jorge Furtado.
- No Corpo em Movimento, o coreógrafo
Ivaldo Bertazzo mostra como manter a saúde
e a forma física com movimentos e exercícios
que podem ser desenvolvidos no dia-a-dia.
Atores são convidados a pôr em prática os
ensinamentos, entre eles, Marília Pêra,
Miguel Falabella, Ângela Vieira, Marisa Orth
e Maitê Proença.
- Já em F-15, Patrícia Poeta pede a
personalidades que exercitem seu poder de
síntese e contem tudo sobre sua vida em 15
segundos. Para isso, valem todos os recursos:
palavras, música, mímica, dança. O rapper
Gabriel O Pensador, as atrizes Grazi
Massafera, Juliana Paes e Giovanna
Antonelli, a cantora Cláudia Leitte, o
humorista Hélio de La Peña e o locutor de
corridas de cavalo Ernani Pires Ferreira foram
alguns que aceitaram o desafio.
- Em 20 de abril de 2008, o Fantástico
mostrou uma entrevista exclusiva com o casal
Alexandre Nardoni e Anna Jatobá, pai e
madrasta da menina Isabella, de 5 anos, morta
no dia 29 de março, após ser jogada do
apartamento do pai, no sexto andar de um
prédio na Vila Mazzei, zona norte de São
Paulo. Alexandre e Anna Carolina, suspeitos
da morte de Isabella, foram entrevistados pelo
repórter Valmir Salaro e reafirmaram a versão
que deram no primeiro depoimento à polícia,
de que uma terceira pessoa havia atirado a
menina pela janela.
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- Também no dia 20, o repórter Geneton
Moraes Neto entrevistou o craque de futebol
Romário, que naquela semana anunciara a sua
despedida dos gramados. Na entrevista,
Romário falou sobre seus planos, sua vida
pessoal e confessou já ter feito sexo no avião
da seleção brasileira quando era jogador.
Equipes
- Entre os incontáveis profissionais que
fizeram parte da história do Fantástico
figuram: Macedo Miranda Filho (chefe
nacional de redação), Moacyr Japiassu
(editor-chefe em São Paulo), Odejaime de
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Hollanda (chefe nacional de redação),
Narciso Kalili, Marcos Fonseca, Carlos
Manente (editores-chefes em São Paulo),
Renato Corrêa e Castro (primeiro
coordenador-geral em São Paulo), Fúlvio
Abramo (chefe de reportagem em São Paulo)
, Johnson Gouvêia (diretor de imagens),
André Motta Lima (primeiro repórter-editor
nacional), Ivo Alves (editor de musicais e
especiais), Glória Nogueira, Maurício
Tavares, Otávio Escobar, Edson Resende
Vieira Filho, Fernando Waisberg, Jorge
Sebastião Segundo, Mauro Richter, Rogério
Marques (editores de texto), Giancarlo Di
Lucca, Giorgio Di Lucca, Fernando Bacarin,
Ricardo Miranda, Ruy Cláudio Mota (editores
de imagens), Mário Sebolella (editorcoordenador),
Evandro Elias Verissimo,
Sérgio Barata, Rui Ferreira da Costa (tráfego
e assistência), Paulo Khon, Nélio Horta,
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Sílvia Wolferson (produtores), Sérgio
Polanca (caracteres), Faya, Rogério Vieites,
Dulcídio Galvão (sonoplastas).
- A equipe do Fantástico em 2007 conta com
Glória Maria, Pedro Bial, Renata Ceribelli,
Zeca Camargo (apresentadores), Luiz
Nascimento (diretor), Álvaro Pereira Júnior,
Adriano Silva (chefes de redação), Luiz Petry
(coordenador de atualidades), Eduardo
Salgueiro (coordenador de produção), Léia
Paniz (coordenadora de projetos especiais e
outras mídias), Alberto Villas, Frederico
Neves (coordenadores de redação), Eugênia
Moreyra (coordenadoras de séries e quadros),
Geneton Moraes Neto (repórter especial),
Eduardo Faustini (produtor especial), Anna
Karina Bernardoni, Bruno Bernardes, Dário
Menezes, Eduardo Acquarone, Flávio
Varella, Jennifer Skipp, Márcia Dal Prete,
Rogério Marques, Rui Cláudio Mota
(editores), Adriana Hirsh, Andréa Cavalheiro,
Beatriz Rónai, Celso Lobo, Evelyn Kuriki,
Felipe Wainer, Fernanda Mena, Luciana
Osório, Marcela Amodio, Maria Luísa
Silveira, Nunuca Vieira, Renata Rodrigues
(produtores), Roberta Belluomini
(coordenadora de produção – núcleo São
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Paulo), Rodrigo Boecker (produtor musical),
Fabiana Godoy, Helena de Grammont,
Maurício Kubrusly, Valmir Salaro, Vinícios
Dônola (repórteres), Américo Figueroa,
Bartolomeu Clemente, Edson Soh, Fernando
Calixto, Guilherme Azevedo, José Henrique,
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Luís Cláudio Azevedo, Luís Paulo Mesquitas,
Marco Aurélio, Toninho Marins, Adelaide
Pais, André Alaniz, Dimitri Caldeira,
Giancarlo de Luca, Giovanna Giovanni, Jae
Ho Ahn, Omar Barbieri, Rafael Norton,
Ricardo Pudim, Roberto Cavalcanti
(repórteres cinematográficos), Humberto
Maura, Marcos Martins Pena, Alan Gomes
Garcia (coordenadores), Berto Filho, Cid
Moreira, Tatiana Nascimento (locutores),
Flávio Fernandes, Fabrício Bessa, Francisco
Chagas, Luiz Amaral, Flávio Reis, Ricardo
Moraes (arte).
Prêmios
- 1979 – Prêmio Ana Terra, concedido pelo
governo do Rio Grande do Sul
- 1992 – Prêmio Vladmir Herzog de
Jornalismo pela matéria do repórter
Domingos Meirelles sobre a morte do pianista
brasileiro Francisco Tenório Júnior na
Argentina. Seis anos depois de exibida a
reportagem, o governo argentino decidiu
indenizar a família de brasileiros que foram
vítimas da ditadura militar no país.
- 1997 – Prêmio da Confederação Nacional de
Transportes (CNT) para a matéria Surf
ferroviário; Prêmio da Associação de
Marketing e Negócios para o quadro Inmetro.
- 1998 – Prêmio da Confederação Nacional de
Transportes pela matéria sobre as gangues de
trens urbanos; Prêmio Líbero Badaró de
Jornalismo pela matéria do jornalista Roberto
Cabrini com o comandante César Garcez
sobre o acidente do vôo 254.
- 1999 – Troféu Imprensa de melhor
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