Este documento analisa os determinantes da inflação em 17 setores industriais da economia brasileira entre 1996 e 2011. Utilizando uma metodologia econométrica, o estudo busca evidências de influência da demanda agregada e de fatores de custo na dinâmica inflacionária setorial. As teorias do Novo Consenso, Pós-Keynesianas e do Conflito Distributivo são discutidas para entender a relação entre demanda e inflação.
O documento analisa a dinâmica inflacionária no Brasil de 2000 a 2009 usando uma abordagem multissetorial. É dividido em três períodos: de 2001-2003, a taxa de câmbio foi o principal fator; de 2004-2005, os preços das commodities e os salários ganharam importância; e de 2006-2009, o custo unitário do trabalho foi a principal causa da inflação, com o setor de serviços desempenhando um papel maior.
Interest rate, exchange rate and the system of inflation target in Brazil. In the consensus view of the Brazilian system of inflation targeting, the core of inflation is due to demand shocks; the rate of interest is set to control demand; and some varia‐ tion in the exchange rate happens as “collateral damage”. In this note we argue that in reality core inflation comes from cost push; the interest rate affects the exchange rate; changes in the exchange rate affect costs and prices; it is the effect of interest rates on demand that is the “collateral damage” and that the long run anchor of the system is low average real wage rigidity.
No presente artigo buscamos modelar a dinâmica da inflação brasileira desagregada sob a ótica da inflação de custos levando em conta o fato que existe uma interdependência nas cadeias produtivas que se reflete na inflação do Índice Agregado de preços ao consumidor.
Os resultados encontrados ao estimar as formas reduzidas das equações desagregadas de inflação mostram que é difícil associar pressões de demanda com a inflação; (2) que a taxa de câmbio e a inflação importada em US$ em conjunto afetam todos os itens desagregados da inflação (pelos produtos tradables e os custos dos bens non tradables, inclusive serviços; (3) que o custo financeiro foi significativo na explicação da inflação dos industrializados; (4) a relação de exogeneidade entre inflação de alimentos e o indicador de demanda, segundo vendas no varejo, é contrária ao esperado, no sentido de que um aumento (queda) na inflação de alimentos é que explica uma queda (aumento) nas vendas do varejo; (5) que a inércia da inflação de serviços parece ser maior que as demais. Esse último resultado é interpretado pelo fato do setor serviços ser basicamente não-comercializável, com crescimento da produtividade mais baixo e com os salários mais vinculados ao mínimo, que teve um forte componente de reajuste acima da inflação por motivos de política econômica no período recente.
O presente artigo busca discutir a dinâmica da inflação brasileira no período recente e sua relação com a política de valorização do salário mínimo, a partir de um modelo desagregado de inflação de custo. Dessa maneira, discutem-se os possíveis canais de transmissão que levariam a uma relação sistemática ou estrutural entre salário mínimo e inflação à luz dos dados brasileiros.
Concluímos com a proposição de que é difícil encontrar uma relação sistemática entre salário mínimo e inflação, mas que parece existir uma relação mais estrutural entre o salário mínimo e a inflação brasileira. Esta última relação passa pelo efeito que a política de salário mínimo em conjunto com
outras políticas institucionais têm sobre a melhora de poder de barganha dos
trabalhadores e do surgimento de uma inflação salarial mais resistente, a partir de 2006.
Análise da dinâmica inflacionária e preços de commodities uma aplicação do mo...Luis Felipe Camargos
Este documento apresenta uma análise da dinâmica inflacionária no Brasil entre 2003-2013, com foco nos preços dos alimentos. Ele propõe usar um modelo VAR para investigar o impacto dos preços internacionais de commodities e da atividade econômica nos preços dos alimentos no Brasil.
1) A produção industrial do Pará registrou queda de 8,6% no segundo trimestre de 2009 em relação ao mesmo período de 2008, influenciada pela desaceleração do comércio exterior.
2) Os setores mais afetados foram minerais não-metálicos (-38,6%), madeira (-28,9%), alimentos (-16,1%) e indústria extrativa (-16%).
3) A indústria de minerais não-metálicos teve forte queda no mês de junho (-47,7%), contribuindo para o ma
O presente artigo apresenta um esquema analítico com base na Economia Política Clássica e na idéia de crescimento da capacidade produtiva liderado pela demanda efetiva, que permita avaliar os custos de longo prazo em termos de capacidade produtiva e que consiga identificar os canais de transmissão e controle inflacionários levando em conta a idéia de conflito distributivo, pensando na economia americana no período recente (pós meados da década de 80).
O documento apresenta um modelo macroeconômico alternativo ao Novo Consenso que incorpora elementos heterodoxos como inércia parcial na curva de Phillips, histerese do produto e conflito distributivo. O modelo analisa os custos de longo prazo da política econômica nos EUA pós-anos 80, levando em conta esses elementos ausentes no modelo do Novo Consenso.
O documento analisa a dinâmica inflacionária no Brasil de 2000 a 2009 usando uma abordagem multissetorial. É dividido em três períodos: de 2001-2003, a taxa de câmbio foi o principal fator; de 2004-2005, os preços das commodities e os salários ganharam importância; e de 2006-2009, o custo unitário do trabalho foi a principal causa da inflação, com o setor de serviços desempenhando um papel maior.
Interest rate, exchange rate and the system of inflation target in Brazil. In the consensus view of the Brazilian system of inflation targeting, the core of inflation is due to demand shocks; the rate of interest is set to control demand; and some varia‐ tion in the exchange rate happens as “collateral damage”. In this note we argue that in reality core inflation comes from cost push; the interest rate affects the exchange rate; changes in the exchange rate affect costs and prices; it is the effect of interest rates on demand that is the “collateral damage” and that the long run anchor of the system is low average real wage rigidity.
No presente artigo buscamos modelar a dinâmica da inflação brasileira desagregada sob a ótica da inflação de custos levando em conta o fato que existe uma interdependência nas cadeias produtivas que se reflete na inflação do Índice Agregado de preços ao consumidor.
Os resultados encontrados ao estimar as formas reduzidas das equações desagregadas de inflação mostram que é difícil associar pressões de demanda com a inflação; (2) que a taxa de câmbio e a inflação importada em US$ em conjunto afetam todos os itens desagregados da inflação (pelos produtos tradables e os custos dos bens non tradables, inclusive serviços; (3) que o custo financeiro foi significativo na explicação da inflação dos industrializados; (4) a relação de exogeneidade entre inflação de alimentos e o indicador de demanda, segundo vendas no varejo, é contrária ao esperado, no sentido de que um aumento (queda) na inflação de alimentos é que explica uma queda (aumento) nas vendas do varejo; (5) que a inércia da inflação de serviços parece ser maior que as demais. Esse último resultado é interpretado pelo fato do setor serviços ser basicamente não-comercializável, com crescimento da produtividade mais baixo e com os salários mais vinculados ao mínimo, que teve um forte componente de reajuste acima da inflação por motivos de política econômica no período recente.
O presente artigo busca discutir a dinâmica da inflação brasileira no período recente e sua relação com a política de valorização do salário mínimo, a partir de um modelo desagregado de inflação de custo. Dessa maneira, discutem-se os possíveis canais de transmissão que levariam a uma relação sistemática ou estrutural entre salário mínimo e inflação à luz dos dados brasileiros.
Concluímos com a proposição de que é difícil encontrar uma relação sistemática entre salário mínimo e inflação, mas que parece existir uma relação mais estrutural entre o salário mínimo e a inflação brasileira. Esta última relação passa pelo efeito que a política de salário mínimo em conjunto com
outras políticas institucionais têm sobre a melhora de poder de barganha dos
trabalhadores e do surgimento de uma inflação salarial mais resistente, a partir de 2006.
Análise da dinâmica inflacionária e preços de commodities uma aplicação do mo...Luis Felipe Camargos
Este documento apresenta uma análise da dinâmica inflacionária no Brasil entre 2003-2013, com foco nos preços dos alimentos. Ele propõe usar um modelo VAR para investigar o impacto dos preços internacionais de commodities e da atividade econômica nos preços dos alimentos no Brasil.
1) A produção industrial do Pará registrou queda de 8,6% no segundo trimestre de 2009 em relação ao mesmo período de 2008, influenciada pela desaceleração do comércio exterior.
2) Os setores mais afetados foram minerais não-metálicos (-38,6%), madeira (-28,9%), alimentos (-16,1%) e indústria extrativa (-16%).
3) A indústria de minerais não-metálicos teve forte queda no mês de junho (-47,7%), contribuindo para o ma
O presente artigo apresenta um esquema analítico com base na Economia Política Clássica e na idéia de crescimento da capacidade produtiva liderado pela demanda efetiva, que permita avaliar os custos de longo prazo em termos de capacidade produtiva e que consiga identificar os canais de transmissão e controle inflacionários levando em conta a idéia de conflito distributivo, pensando na economia americana no período recente (pós meados da década de 80).
O documento apresenta um modelo macroeconômico alternativo ao Novo Consenso que incorpora elementos heterodoxos como inércia parcial na curva de Phillips, histerese do produto e conflito distributivo. O modelo analisa os custos de longo prazo da política econômica nos EUA pós-anos 80, levando em conta esses elementos ausentes no modelo do Novo Consenso.
Preços de commodities e nível de atividade em uma pequena economia aberta: ev...Matheus Albergaria
(i) O documento analisa os efeitos das variações nos preços de commodities sobre o nível de atividade no estado do Espírito Santo utilizando técnicas econométricas de séries temporais;
(ii) Os resultados mostram que o estado do Espírito Santo é mais impactado por choques nos preços de commodities do que o Brasil devido à sua alta abertura econômica;
(iii) Os preços de commodities antecedem os níveis de atividade tanto no estado quanto no país.
Este artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta o desenvolvimento econômico ao longo prazo ao influenciar as elasticidades de exportações e importações. O artigo revisa modelos anteriores e argumenta que manter a taxa de câmbio real em nível estável e competitivo pode promover o crescimento alterando a estrutura produtiva em favor de bens de alta tecnologia e maior valor agregado.
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, analisando o equilíbrio nos mercados de bens e serviços e monetário. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 discute a dinâmica macroeconômica e o papel das expectativ
1) A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando grandes agregados como produto nacional, emprego, preços e balanço de pagamentos. 2) A macroeconomia se concentra em questões de curto prazo como desemprego e inflação, enquanto o crescimento econômico envolve fatores estruturais de longo prazo. 3) Os objetivos da política macroeconômica incluem alto emprego, estabilidade de preços, distribuição justa de renda e crescimento econômico.
O presente artigo busca avaliar os determinan- tes da inflação brasileira recente, mais especifi- camente a partir de 1999, quando é instituído o Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se as pressões de demanda, medidas pelo hiato do produto e do desemprego, têm impacto claro e sistemático sobre a inflação; (2) se a “inflação importada”, incluindo a inflação dos produtos transacionáveis em dólares e a variação da taxa de câmbio nominal, exerce influência significa- tiva sobre a inflação; e (3) se o canal de custo da taxa de juros se verifica empiricamente no caso brasileiro. Concluímos que os impactos mais re- levantes sobre a inflação brasileira, nesse perí- odo estudado, vêm da inércia inflacionária, da “inflação importada” e da variação da taxa bási- ca nominal de juros.
1) O artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta as elasticidades de longo prazo e a taxa de crescimento.
2) O modelo sugere que manter a taxa de câmbio real num nível estável e competitivo pode alterar a estrutura produtiva em favor dos produtos de alta tecnologia e aumentar a taxa de crescimento.
3) Isso ocorre porque a taxa de câmbio real afeta a composição das exportações e importações ao longo do tempo
Fatos estilizados dos ciclos de negócios no estado do Espírito Santo: uma abo...Matheus Albergaria
Este documento técnico-científico:
1) Estuda as propriedades quantitativas dos ciclos de negócios no Espírito Santo desde a década de 1990 usando análise de volatilidade e correlação com medidas de atividade;
2) Identifica padrões como crescimento sustentado do estado, maior volatilidade das variáveis estaduais versus nacionais, e forte correlação do estado com o índice nacional e outros estados do Sul e Sudeste;
3) Tem como objetivo fornecer informações sobre as
Este documento discute as causas estruturais por trás da mudança na tendência dos preços das commodities nos anos 2000, com forte aumento a partir de 2003. Argumenta-se que fatores como o "nacionalismo dos recursos naturais" em países exportadores, o crescimento dos salários reais e apreciação cambial desses países, a rápida produtividade na indústria de tecnologia e o descompasso entre crescimento dos salários e da produtividade explicam a alta sustentada dos preços.
1) O documento discute os conceitos fundamentais da macroeconomia, incluindo agregados como PIB, inflação e taxa de juros.
2) Apresenta as principais metas de política macroeconômica como emprego, estabilidade de preços e crescimento econômico.
3) Discutem os principais instrumentos de política macroeconômica como política fiscal, monetária e cambial.
1) O documento discute os conceitos fundamentais da macroeconomia, incluindo agregados como PIB, inflação e taxa de juros.
2) Apresenta as principais metas de política macroeconômica como alto emprego, estabilidade de preços e crescimento econômico.
3) Explica a influência de John Maynard Keynes na macroeconomia moderna e sua ênfase na intervenção do Estado para alcançar o pleno emprego.
1) O documento discute os objetivos e instrumentos da política monetária, incluindo a importância da estabilidade de preços e do nível de emprego.
2) Apresenta diferentes estratégias de política monetária, como metas monetárias, metas de inflação e a regra de Taylor para definir a taxa de juros.
3) Discutem conceitos como independência do banco central, metas intermediárias e os desafios na implementação da política monetária devido a defasagens.
Esta seção discute a oferta agregada clássica, abordando os conceitos de função de produção, fatores de produção, oferta e demanda de trabalho e equilíbrio no mercado de trabalho.
Sondagem Da IndúStria De TransformaçãOJamildo Melo
1) O Índice de Confiança da Indústria de Pernambuco subiu 2,7% em agosto, atingindo o maior nível desde setembro de 2008.
2) Os setores de materiais de construção e bens intermediários tiveram a maior recuperação nos últimos meses, enquanto bens de consumo teve menor crescimento.
3) Os segmentos de materiais elétricos, minerais não-metálicos e metalúrgica foram responsáveis por 80% do crescimento do índice nos últimos 5 meses.
Fiscal Multipliers in Brazil (IADB Brasilia 2012)_MO_FINALMauricio Oreng
1) O documento estima o impacto da política fiscal na economia brasileira de 2004 a 2011 usando modelos de vetores auto-regressivos estruturais (SVAR).
2) Foi encontrado um multiplicador fiscal entre 0,7-1,0 no curto prazo caindo para 0,5-0,8 em três anos, indicando uma reduzida eficácia dos estímulos fiscais nesse período.
3) Uma redução no superávit primário estrutural levou a uma elevação nas expectativas de inflação e taxas de juro
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desempregoLAESER IE/UFRJ
l O documento discute a conjuntura econômica brasileira em 2009 e indicadores de rendimento e desemprego nas principais regiões metropolitanas do país em fevereiro de 2010.
l Em 2009, o PIB brasileiro caiu 0,2% em relação a 2008, com queda nos setores agropecuário e industrial e crescimento nos serviços. As desigualdades de renda entre brancos e negros diminuíram no segundo semestre.
l Em fevereiro de 2010, o rendimento médio nas regiões metropolitanas cresceu 0,9%
O documento fornece uma introdução à macroeconomia, definindo o campo de estudo e os principais conceitos. Ele descreve os agentes econômicos e mercados analisados pela macroeconomia, como o mercado de bens e serviços, moeda, títulos, trabalho e câmbio. Também apresenta os principais indicadores econômicos como PIB, inflação e desemprego.
O relatório descreve o desempenho do PIB do agronegócio brasileiro em maio de 2014, com crescimento de 0,56%. Nos primeiros cinco meses do ano, o agronegócio acumulou alta de 1,79%. Todos os segmentos cresceram em maio, com destaque para o segmento primário (0,99%). A agricultura teve expansão de 0,28% no mês e 0,88% no ano, enquanto a pecuária cresceu 1,20% em maio e 3,88% no acumulado.
O documento apresenta um trabalho acadêmico sobre a situação econômica do Brasil em 2016, abordando tópicos de microeconomia, macroeconomia e métodos quantitativos. Foi realizado por um grupo de estudantes de administração como requisito parcial para obtenção de nota em diversas disciplinas. O trabalho contém quatro questões que discutem a crise econômica brasileira em 2016, conceitos de inflação, taxa de juros e câmbio, além de medidas descritivas em métodos quantitativos.
Este artigo discute a teoria da taxa de juros exógena, sugerindo que ela se baseia em dois princípios: (1) governos não quebram em sua própria moeda e (2) bancos só emprestam a clientes solventes. O artigo critica a visão de que a taxa de juros é determinada por oferta e demanda de moeda e defende que a taxa é determinada institucionalmente.
This paper will show the endogenous channel of monetary policy under a Sraffian
context. That is, assuming a distributive variable as exogenous. In this case we say that
the interest rate is determined by constitutional features and is set exogenously by the
central bank to the level that it wants.
In this scheme, banks have a central role. The possibility of extending credit without
the need for prior deposits, makes them a key driver of economic growth. Since the
loan amount is determined by the demand for credit rather than deposits, the concept
of effective demand cannot be dissociated from the analysis.
The implications of monetary and fiscal policy should also not be ignored.
In this paper we analyze the evolution of Brazilian inflation under the inflation targeting
system from a cost-push perspective. We identify the main features of three quite distinct
phases (1999-2003, 2004-2009 and 2010-2014) and explain them in terms of tradable
price trends in local currency, changes in the dynamics of monitored prices and behavior
of wage inflation. We conclude that the trend towards continuous nominal exchange rate
devaluation after mid-2011, together with the strengthening of the bargaining power of
workers and the trend of rising real wages since 2006, means that distributive conflicts in
Brazil are getting much more intense. We also suggest that the apparently very irrational
recent (early 2015) change in the orientation of economic policy towards contractionary
fiscal, incomes and monetary policies in a stagnating economy seems to be ultimately
based on the desire to weaken the bargaining power of workers that was much
strengthened during the brief but intense Brazilian “golden age” of 2004-2010.
1) O documento discute a restrição externa ao crescimento econômico em modelos pós-keynesianos de acordo com a abordagem de Kaldor-Thirlwall.
2) Inicialmente, o documento apresenta modelos que consideram apenas o equilíbrio da balança comercial, nos quais o produto que equilibra as contas externas determina o produto efetivo de longo prazo.
3) O documento argumenta que esta abordagem depende de hipóteses arbitrárias e que é necessário separar a análise
Preços de commodities e nível de atividade em uma pequena economia aberta: ev...Matheus Albergaria
(i) O documento analisa os efeitos das variações nos preços de commodities sobre o nível de atividade no estado do Espírito Santo utilizando técnicas econométricas de séries temporais;
(ii) Os resultados mostram que o estado do Espírito Santo é mais impactado por choques nos preços de commodities do que o Brasil devido à sua alta abertura econômica;
(iii) Os preços de commodities antecedem os níveis de atividade tanto no estado quanto no país.
Este artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta o desenvolvimento econômico ao longo prazo ao influenciar as elasticidades de exportações e importações. O artigo revisa modelos anteriores e argumenta que manter a taxa de câmbio real em nível estável e competitivo pode promover o crescimento alterando a estrutura produtiva em favor de bens de alta tecnologia e maior valor agregado.
Este documento apresenta um resumo de quatro capítulos de um livro sobre macroeconomia. O Capítulo 1 introduz conceitos como ciclo econômico, produto potencial, taxa de crescimento e relação entre inflação e nível de atividade. O Capítulo 2 descreve os modelos IS-LM, analisando o equilíbrio nos mercados de bens e serviços e monetário. O Capítulo 3 aborda diferentes modelos de oferta agregada. E o Capítulo 4 discute a dinâmica macroeconômica e o papel das expectativ
1) A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando grandes agregados como produto nacional, emprego, preços e balanço de pagamentos. 2) A macroeconomia se concentra em questões de curto prazo como desemprego e inflação, enquanto o crescimento econômico envolve fatores estruturais de longo prazo. 3) Os objetivos da política macroeconômica incluem alto emprego, estabilidade de preços, distribuição justa de renda e crescimento econômico.
O presente artigo busca avaliar os determinan- tes da inflação brasileira recente, mais especifi- camente a partir de 1999, quando é instituído o Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se as pressões de demanda, medidas pelo hiato do produto e do desemprego, têm impacto claro e sistemático sobre a inflação; (2) se a “inflação importada”, incluindo a inflação dos produtos transacionáveis em dólares e a variação da taxa de câmbio nominal, exerce influência significa- tiva sobre a inflação; e (3) se o canal de custo da taxa de juros se verifica empiricamente no caso brasileiro. Concluímos que os impactos mais re- levantes sobre a inflação brasileira, nesse perí- odo estudado, vêm da inércia inflacionária, da “inflação importada” e da variação da taxa bási- ca nominal de juros.
1) O artigo propõe um modelo de restrição externa com elasticidades endógenas, onde a taxa de câmbio real afeta as elasticidades de longo prazo e a taxa de crescimento.
2) O modelo sugere que manter a taxa de câmbio real num nível estável e competitivo pode alterar a estrutura produtiva em favor dos produtos de alta tecnologia e aumentar a taxa de crescimento.
3) Isso ocorre porque a taxa de câmbio real afeta a composição das exportações e importações ao longo do tempo
Fatos estilizados dos ciclos de negócios no estado do Espírito Santo: uma abo...Matheus Albergaria
Este documento técnico-científico:
1) Estuda as propriedades quantitativas dos ciclos de negócios no Espírito Santo desde a década de 1990 usando análise de volatilidade e correlação com medidas de atividade;
2) Identifica padrões como crescimento sustentado do estado, maior volatilidade das variáveis estaduais versus nacionais, e forte correlação do estado com o índice nacional e outros estados do Sul e Sudeste;
3) Tem como objetivo fornecer informações sobre as
Este documento discute as causas estruturais por trás da mudança na tendência dos preços das commodities nos anos 2000, com forte aumento a partir de 2003. Argumenta-se que fatores como o "nacionalismo dos recursos naturais" em países exportadores, o crescimento dos salários reais e apreciação cambial desses países, a rápida produtividade na indústria de tecnologia e o descompasso entre crescimento dos salários e da produtividade explicam a alta sustentada dos preços.
1) O documento discute os conceitos fundamentais da macroeconomia, incluindo agregados como PIB, inflação e taxa de juros.
2) Apresenta as principais metas de política macroeconômica como emprego, estabilidade de preços e crescimento econômico.
3) Discutem os principais instrumentos de política macroeconômica como política fiscal, monetária e cambial.
1) O documento discute os conceitos fundamentais da macroeconomia, incluindo agregados como PIB, inflação e taxa de juros.
2) Apresenta as principais metas de política macroeconômica como alto emprego, estabilidade de preços e crescimento econômico.
3) Explica a influência de John Maynard Keynes na macroeconomia moderna e sua ênfase na intervenção do Estado para alcançar o pleno emprego.
1) O documento discute os objetivos e instrumentos da política monetária, incluindo a importância da estabilidade de preços e do nível de emprego.
2) Apresenta diferentes estratégias de política monetária, como metas monetárias, metas de inflação e a regra de Taylor para definir a taxa de juros.
3) Discutem conceitos como independência do banco central, metas intermediárias e os desafios na implementação da política monetária devido a defasagens.
Esta seção discute a oferta agregada clássica, abordando os conceitos de função de produção, fatores de produção, oferta e demanda de trabalho e equilíbrio no mercado de trabalho.
Sondagem Da IndúStria De TransformaçãOJamildo Melo
1) O Índice de Confiança da Indústria de Pernambuco subiu 2,7% em agosto, atingindo o maior nível desde setembro de 2008.
2) Os setores de materiais de construção e bens intermediários tiveram a maior recuperação nos últimos meses, enquanto bens de consumo teve menor crescimento.
3) Os segmentos de materiais elétricos, minerais não-metálicos e metalúrgica foram responsáveis por 80% do crescimento do índice nos últimos 5 meses.
Fiscal Multipliers in Brazil (IADB Brasilia 2012)_MO_FINALMauricio Oreng
1) O documento estima o impacto da política fiscal na economia brasileira de 2004 a 2011 usando modelos de vetores auto-regressivos estruturais (SVAR).
2) Foi encontrado um multiplicador fiscal entre 0,7-1,0 no curto prazo caindo para 0,5-0,8 em três anos, indicando uma reduzida eficácia dos estímulos fiscais nesse período.
3) Uma redução no superávit primário estrutural levou a uma elevação nas expectativas de inflação e taxas de juro
TEC 2010 04 - Indicadores de rendimento e desempregoLAESER IE/UFRJ
l O documento discute a conjuntura econômica brasileira em 2009 e indicadores de rendimento e desemprego nas principais regiões metropolitanas do país em fevereiro de 2010.
l Em 2009, o PIB brasileiro caiu 0,2% em relação a 2008, com queda nos setores agropecuário e industrial e crescimento nos serviços. As desigualdades de renda entre brancos e negros diminuíram no segundo semestre.
l Em fevereiro de 2010, o rendimento médio nas regiões metropolitanas cresceu 0,9%
O documento fornece uma introdução à macroeconomia, definindo o campo de estudo e os principais conceitos. Ele descreve os agentes econômicos e mercados analisados pela macroeconomia, como o mercado de bens e serviços, moeda, títulos, trabalho e câmbio. Também apresenta os principais indicadores econômicos como PIB, inflação e desemprego.
O relatório descreve o desempenho do PIB do agronegócio brasileiro em maio de 2014, com crescimento de 0,56%. Nos primeiros cinco meses do ano, o agronegócio acumulou alta de 1,79%. Todos os segmentos cresceram em maio, com destaque para o segmento primário (0,99%). A agricultura teve expansão de 0,28% no mês e 0,88% no ano, enquanto a pecuária cresceu 1,20% em maio e 3,88% no acumulado.
O documento apresenta um trabalho acadêmico sobre a situação econômica do Brasil em 2016, abordando tópicos de microeconomia, macroeconomia e métodos quantitativos. Foi realizado por um grupo de estudantes de administração como requisito parcial para obtenção de nota em diversas disciplinas. O trabalho contém quatro questões que discutem a crise econômica brasileira em 2016, conceitos de inflação, taxa de juros e câmbio, além de medidas descritivas em métodos quantitativos.
Este artigo discute a teoria da taxa de juros exógena, sugerindo que ela se baseia em dois princípios: (1) governos não quebram em sua própria moeda e (2) bancos só emprestam a clientes solventes. O artigo critica a visão de que a taxa de juros é determinada por oferta e demanda de moeda e defende que a taxa é determinada institucionalmente.
This paper will show the endogenous channel of monetary policy under a Sraffian
context. That is, assuming a distributive variable as exogenous. In this case we say that
the interest rate is determined by constitutional features and is set exogenously by the
central bank to the level that it wants.
In this scheme, banks have a central role. The possibility of extending credit without
the need for prior deposits, makes them a key driver of economic growth. Since the
loan amount is determined by the demand for credit rather than deposits, the concept
of effective demand cannot be dissociated from the analysis.
The implications of monetary and fiscal policy should also not be ignored.
In this paper we analyze the evolution of Brazilian inflation under the inflation targeting
system from a cost-push perspective. We identify the main features of three quite distinct
phases (1999-2003, 2004-2009 and 2010-2014) and explain them in terms of tradable
price trends in local currency, changes in the dynamics of monitored prices and behavior
of wage inflation. We conclude that the trend towards continuous nominal exchange rate
devaluation after mid-2011, together with the strengthening of the bargaining power of
workers and the trend of rising real wages since 2006, means that distributive conflicts in
Brazil are getting much more intense. We also suggest that the apparently very irrational
recent (early 2015) change in the orientation of economic policy towards contractionary
fiscal, incomes and monetary policies in a stagnating economy seems to be ultimately
based on the desire to weaken the bargaining power of workers that was much
strengthened during the brief but intense Brazilian “golden age” of 2004-2010.
1) O documento discute a restrição externa ao crescimento econômico em modelos pós-keynesianos de acordo com a abordagem de Kaldor-Thirlwall.
2) Inicialmente, o documento apresenta modelos que consideram apenas o equilíbrio da balança comercial, nos quais o produto que equilibra as contas externas determina o produto efetivo de longo prazo.
3) O documento argumenta que esta abordagem depende de hipóteses arbitrárias e que é necessário separar a análise
No presente trabalho será avaliado o comportamento dos salários no Brasil nos anos 2000 a partir da abordagem da Economia Política Clássica. Dessa maneira, avaliaremos algumas características políticas, institucionais e a situação do mercado de trabalho da economia brasileira e sua relação com os resultados das negociações salariais reais e da posição de barganha dos trabalhadores.
Conclui-se a partir da avaliação dos dados da economia brasileira que houve um processo de mudança no poder de barganha dos trabalhadores e do crescimento do salário real (agregado e setorial) que se inicia em 2006 e perdura até os dias de hoje.
This paper looks in detail at the sharp slowdown in the Brazilian economy for the years 2011-2014,in which economic growth averaged only 2.1 percent annually,as compared with 4.4 percent in the 2004-2010 period. The latter level of growth was also more than double Brazil’s average annual growth rate over the prior 23 years (although it was much lower than the pre-1980 period). It is important to understand why the higher rate of growth experienced from 2004 to 2010 was not
sustained over the past few years.
The authors argue that the slowdown is overwhelmingly the result of a sharp decline in domestic
demand, rather than a fall in exports and even less any change in external financial conditions. The sharp fall in domestic demand, in turn, is shown to be a result of deliberate policy decisions made by the government. This decision to slow the economy was not necessary, i.e., it was not made in response to some external constraint such as a balance-of-payments problem.
1) O documento discute a economia da Rússia desde sua criação em 1991, dividindo-a em duas fases: de 1992-1998 foi marcada por uma prolongada recessão após reformas de choque; de 1999-2008 houve uma recuperação nacionalista com taxas altas de crescimento após mudança na política econômica. 2) A recessão entre 1992-1998 ocorreu devido às falhas das reformas de choque em lidar com as imperfeições de mercado e a redução drástica do gasto público; 3) A recup
A Teoria do Desenvolvimento apresenta um conjunto de elementos analíticos que são
centrais e comuns a grande parte dos seus autores. Entretanto, apesar de características
que conformam este campo do conhecimento econômico há pontos sobre os quais um
menor consenso se observa; este é o pano de fundo da releitura crítica do debate
Nurkse-Furtado da década de 1950. Destaca-se, como ponto de convergência, a
importância para ambos do tradeoff entre consumo de luxo e investimento. Por outro
lado, Furtado diverge de Nurkse ao enfatizar a existência de uma restrição externa ao
crescimento/desenvolvimento, cuja superação exigiria a internalização de indústrias
com maior elasticidade renda através de medidas protecionistas. Busca-se também
rever tal debate incorporando o Princípio da Demanda Efetiva, com ênfase no
“problema do consumo de luxo” e no esclarecimento sobre as divergências acerca dos
modelos de substituição de importações e promoção de exportações.
1. O documento apresenta um modelo teórico das relações entre preços, taxa de câmbio, termos de troca, salários e lucros em economias abertas.
2. Analisa diferentes hipóteses de "fechamento" do modelo, como a determinação dos termos de troca que equilibra a balança comercial.
3. A segunda seção faz uma revisão crítica da abordagem "Novo Desenvolvimentista" sobre o papel da taxa de câmbio no comércio exterior brasileiro.
Nesse artigo mostramos como um esquema de análise baseado na abordagem clássica do excedente pode ser usado para explicar o desenvolvimento econômico das nações e, em particular, da economia brasileira nas últimas décadas. Nossa discussão começa pelas limitações da tradicional economia do desenvolvimento, por um lado e, por outro, à incapacidade da abordagem neoclássica de explicar alguns dos fatos estilizados mais importantes do processo de desenvolvimento. Discutimos como o esquema proposto pode explicar esses fatos e, dentro dessa perspectiva, as restrições internas e externas ao desenvolvimento econômico. Finalmente ilustramos o uso deste esquema através de um breve resumo de nossas pesquisas sobre o desenvolvimento recente da economia brasileira.
1) O documento analisa a guinada neoliberal recente na política econômica brasileira, que levou o país à recessão e aumento do desemprego.
2) A política econômica implementada a partir de 2011 desacelerou o crescimento por meio de cortes no investimento público, em contraste com a estratégia anterior de estímulo à demanda.
3) Apesar da crise ter sido gerada internamente, o governo tentou culpar fatores externos, ignorando que o Brasil mantinha posição econômica sól
O artigo analisa a rápida desaceleração da economia brasileira para os anos de 2011-2014, no qual esta cresceu apenas 2,1% em média anual, em comparação a média de crescimento de 4,4% do
período 2004-2010. O crescimento do período 2004-2010 foi mais do que o dobro da média anual
dos 23 anos anteriores. Dessa forma, é importante entender por que essa maior taxa de crescimento – embora bastante menor que a do período anterior a década de 80 – não se sustentou nos últimos 4 anos.
1) O artigo discute a evolução do projeto sraffiano iniciado por Garegnani em 1962 de desenvolver uma teoria da demanda efetiva de longo prazo compatível com a abordagem clássica do excedente.
2) Garegnani argumenta que a lei de Say não é necessária para a teoria clássica e que o princípio da demanda efetiva pode ser incorporado sem problemas.
3) Isso abriu o caminho para retomar a abordagem clássica do excedente e incorporar o papel ativo da
O trabalho tem como objetivo discutir o papel ocupado pela história na construção teórico-metodológica de autores clássicos da Economia Política. Pretende-se mostrar como algumas abordagens importantes da história do pensamento econômico, tais como a marxista e a histórico-estruturalista latino-americana, mantiveram-se fiéis a uma análise totalizante da realidade, ao incorporar em suas teorizações a dimensão histórica na análise dos fenômenos econômicos e sociais. O artigo procura discutir a importância da dimensão histórica em Marx e também no enfoque estruturalista latino-americano. Além disso, pretende-se discutir como estas proposições teóricas vem influenciando leituras recentes dentro da Economia Política latino-americana.
Este artigo avalia criticamente as estimativas da curva de Phillips para a economia brasileira no período recente. Analisa se as hipóteses do modelo aceleracionista se verificam, como inércia completa, relação entre hiato do produto e inflação, e choques de oferta com média zero. Conclui que as estimativas mostram inércia inflacionária parcial, não confirmando a hipótese de inércia completa do modelo.
O presente artigo busca avaliar criticamente as estimativas da curva de Phillips para a economia brasileira no período recente, com respeito a proposição teórica da curva de Phillips aceleracionista que é um dos fundamentos do modelo do Novo Consenso em Política Econômica. Foram avaliadas as três principais hipóteses do modelo aceleracionista identificadas em Serrano (2007) – inércia completa; relação entre hiato do produto e inflação; e choques de oferta com média zero – a partir das estimações dos trabalhos empíricos para o Brasil.
Um exame dos resultados desses trabalhos no faz concluir que as hipóteses da curva aceleracionista não se verificam e que, portanto, as conclusões sobre as causas da inflação, da dinâmica inflacionária e dos canais de transmissão da política econômica são diferentes daquelas estabelecidas pelo modelo do Novo Consenso.
Este documento discute o crescimento econômico e a distribuição de renda no Brasil na década de 2000. A autora argumenta que a melhoria dos indicadores macroeconômicos resultou da interação entre mudanças externas favoráveis desde 2003 e pequenas mudanças na política econômica doméstica desde 2005. A autora também avalia os limites deste modelo de crescimento e propõe alternativas de política econômica.
Desde a crise externa no final da década de 1990, a economia brasileira adota um conjunto de
políticas econômicas. Dentre essas medidas estava a meta de superávit primário como o
principal objetivo da política fiscal, que é utilizado até hoje, mesmo com a entrada do Partido
dos Trabalhadores (PT), oposição e crítico destas medidas. Este artigo tem por objetivo
cotejar as finanças públicas e analisar política fiscal durante dez anos do governo do PT (2003
a 2012), contestando o instrumental meta de superávit primário. Para tanto, foram utilizados
os dados oficiais do governo e o impacto fiscal (IF) a partir do princípio da demanda efetiva.
Diante do estudo, chegou-se a conclusão de este instrumental tornou-se mais um dogma do
que um instrumento racional de política econômica e de que o instrumental do IF é condizente
com políticas econômicas que tem como meta o desemprego reduzido.
Este artigo analisa as finanças públicas brasileiras de 1991 a 2008, contestando a visão de que o período 1995-1998 teve política fiscal frouxa. Mostra que os gastos públicos se mantiveram estáveis nesse período, ao contrário de 1999-2002, quando os gastos cresceram mais significativamente que a arrecadação. Também contesta a visão de que a política fiscal foi contracionista de 1994 a 2003, mostrando variações no impacto fiscal nesse período.
Este documento analisa as finanças públicas brasileiras entre 1991 e 2008, dividindo o período em fases. A política fiscal pré-Plano Real teve aumento moderado de receitas. Já entre 1995-1998, os gastos públicos se mantiveram estáveis, ao contrário do que se pensava. Por fim, entre 1999-2002 houve crescimento de gastos e receitas, embora estas tenham crescido mais.
O presente artigo busca avaliar os determinantes da inflação brasileira recente, mais especificamente a partir de 1999 quando é instituído o Sistema de Metas de Inflação (SMI). Utilizando um modelo de Redes Neurais, avaliamos: (1) se a dinâmica inflacionária é explicada por um modelo aceleracionista ou pela curva de Phillips tradicional; (2) se as pressões de demanda, medidas pelo hiato do produto e do desemprego têm impacto claro e sistemático sobre a inflação; (3) se a inflação importada, incluindo a inflação dos produtos transacionáveis em dólares e a variação da taxa de câmbio nominal, exerce influencia significativa sobre a inflação; e (4) se o canal de custo da taxa de juros se verifica empiricamente no caso brasileiro.
Exemplo de um artigo cientifico ( modelo paper)Cleidilene Lima
O documento apresenta uma introdução à macroeconomia, discutindo seus objetivos, instrumentos e estrutura de análise. Aborda tópicos como as metas da política macroeconômica (alto emprego, estabilidade de preços, distribuição de renda, crescimento), seus instrumentos (políticas fiscal, monetária, cambial e de rendas) e a estrutura de análise macroeconômica, que inclui os mercados de bens e serviços, trabalho, monetário, títulos e divisas. Conclui que as políticas
O documento discute os desafios fiscais, dívida e altas taxas de juros para a macroeconomia brasileira. Ele analisa as tentativas de flexibilização da ortodoxia do "tripé macroeconômico" no Brasil e os impactos da austeridade fiscal na Europa, argumentando que os ajustes fiscais tendem a piorar a desigualdade sem necessariamente promover o crescimento. O autor defende uma política fiscal contracíclica e objetivos monetários mais amplos.
Este documento introduz os principais conceitos da macroeconomia, incluindo seus objetivos, instrumentos de política e estrutura de análise. A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando agregados como produto, emprego e preços. As políticas econômicas buscam altos níveis de emprego, estabilidade de preços e crescimento, porém requerem intervenção do governo para regular a atividade e alcançar a pleno emprego.
Modelos Macro com Metas de Inflação para graduaçãoRoseli Silva
O documento discute modelos macroeconômicos, incluindo a Regra de Taylor e os modelos de Taylor e Walsh. Apresenta conceitos como curva de Phillips, expectativas racionais e políticas monetária e fiscal. Explica como esses elementos se relacionam para determinar o produto real, inflação e flutuações econômicas de curto e médio prazo.
Semelhante a Análise desagregada da inflação por setores industriais da economia brasileira entre 1996 e 2011 (11)
Atualmente, diversos economistas das mais variadas origens e tendências argumentam que o Banco Central deve imprimir dinheiro para financiar o déficit público e zerar a taxa básica de juros para fazer políticas monetárias não convencionais, chamadas lá fora de Quantitative Easing (QE) e que consistem na compra de ativos privados e talvez até divida pública de prazos mais longos.
1) O artigo discute a evolução do conceito de Lei de Say no pensamento econômico, desde a versão original de Jean Baptiste Say até as interpretações clássicas, neoclássicas e da escola de Cambridge.
2) A versão original de Say tratava da identidade entre produção e consumo, onde toda produção gera demanda equivalente através dos salários pagos e do poder de compra gerado. Isso pressupunha a neutralidade da moeda e ausência de entesouramento.
3) Posteriormente, interpretações cl
The purpose of this paper is to contribute to an interpretation of Ricardo’s theory of foreign trade following the lead of Sraffa ́s own 1930 critique of Ricardo ́s alleged error and recently developed by other Sraffians. We argue that Ricardo assumed that trade happened at natural prices in each country. And once we take the process of gravitation towards those prices into account it follows that : (i) Ricardo’s theory is not incomplete, but fully determined so there is no need for price elastic demand functions, contrary to what John Stuart Mill argued; and (ii) in the simple cases of the examples of chapter 7 of Ricardo ́s Principles, the terms of trade are determined by the ratio of the given actually traded levels of reciprocal effectual demands.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This document analyzes Brazilian National Treasury primary auctions from the 2000s using a Modern Monetary Theory interpretation. It finds that:
1) The Brazilian government was always able to sell its treasury bonds and was not pressured into higher interest rates by bond markets or rating downgrades.
2) Downgrades by international rating agencies did not cause persistent pressure on auction rates or changes in bond sales volumes.
3) The Central Bank ensured liquidity for treasury bonds through repo operations, maintaining interest rate targets and guaranteeing demand for government bonds.
Taking into account the pull-push debate on the weight that external or internal factors have on the behavior of capital flows and country-risk premium of developing economies, the aim of this article is to assess empirically the extent by which the push factors, linked to global liquidity and interest rates, (compared to country-specific factors) play on the changes in the risk premium of a set of countries of the periphery, in the period 1999-2019. This done using the methodology of Principal Component Analysis, which can relate the information from different countries to its common sources. We also test for a structural change in the premium risk series in 2003, by means of structural break tests. We find that push factors do play the predominant role in explaining country risk changes of our selected peripherical countries and that there was indeed a substantial general reduction in country risk premia after 2003, confirming that the external constraints of the periphery were significantly loosened by more favorable conditions in the international economy in the more recent period. The results are in line both with the view that cycles in peripherical economies are broadly subordinated to global financial cycles, in but also that such external conditions substantially improved compared to the 1990s.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo's results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
This paper extends the analysis of Haavelmo (1945), which derived the multiplier effect of a balanced budget expansion of public spending on aggregate demand and output. We first generalize Haavelmo´s results showing that a fiscal expansion can have positive effects of demand and output even in the case of a relatively small primary surplus and establishing the general principle that what matters for fiscal policy to be expansionary is that the propensity to spend of those taxed should be lower that of the government and the recipients of government transfers. We also show that endogenizing business investment as a propensity to invest makes the traditional balanced budget multiplier to become greater than one. Moreover, if this propensity to invest changes over time and adjusts capacity to demand as in the sraffian supermultiplier demand led growth model, the net tax rate that balances the budget will tend to be lower the higher is the rate of growth of government spending, even in the presence of other private autonomous expenditures.
Thirlwall’s law, given by the ratio of the rate of growth of exports to the income elasticity of imports is a key result of Balance of Payments (BOP) constrained long run growth models with balanced trade. Some authors have extended the analysis to incorporate long run net capital flows. We provide a critical evaluation on these efforts and propose an alternative approach to deal with long run external debt sustainability, based on two key features. First, we treat the external debt to exports ratio as the relevant indicator for the analysis of external debt sustainability. Second, we include an external credit constraint in the form of a maximum acceptable level of this ratio. The main results that emerge are that sustainable long run capital flows can positively affect the long run level of output, but not the rate of growth compatible with the BOP constraint, as exports must ultimately tend to grow at the same rate as imports. Therefore, Thirlwall’s law still holds.
(1) O documento discute a análise de Lara Resende sobre as ideias da Teoria Monetária Moderna (MMT) e propõe um arcabouço teórico alternativo baseado na abordagem do excedente.
(2) A análise de Lara Resende aceita o modelo do Novo Consenso, mas reconhece que não há restrições monetárias ou fiscais. No entanto, suas implicações de política econômica não decorrem desse modelo.
(3) O arcabouço teórico alternativo propõe
1. O documento apresenta um modelo matemático para analisar sistemas econômicos representados por matrizes que indicam insumos e horas de trabalho necessárias para a produção.
2. É definido o conceito de matrizes redutíveis e irredutíveis e apresentados teoremas sobre propriedades de matrizes irredutíveis como tendo um autovalor máximo único.
3. Explica como representar sistemas de preços com e sem excedente usando esse modelo, encontrando soluções relacionadas a autovalores e autovetores das matriz
1) O documento é uma tese de doutorado apresentada à Universidade Federal do Rio de Janeiro que analisa o crescimento liderado pela demanda na economia norte-americana nos anos 2000 a partir da abordagem do supermultiplicador sraffiano com inflação de ativos.
2) No primeiro capítulo, a tese faz uma crítica à abordagem da macroeconomia dos três saldos proposta por W. Godley, argumentando que ela tem inconsistências contábeis.
3) Em seguida, a tese apresenta o arcabouço teórico do
1) O documento discute as contribuições teóricas de Piero Sraffa à teoria do valor e distribuição.
2) Sraffa propôs retomar a abordagem clássica do excedente e criticou a abordagem marginalista neoclássica.
3) Ele mostrou que há uma relação inversa entre salário real e taxa de lucro para qualquer número de bens, confirmando os resultados clássicos.
Este documento é uma dissertação de mestrado que analisa criticamente os modelos neo-kaleckianos sobre como a competitividade internacional influencia a taxa de crescimento de uma economia aberta. O autor argumenta que esses modelos restringem excessivamente a relação entre taxa de câmbio e distribuição de renda e omitem fontes alternativas de desvalorização cambial. Além disso, eles podem permitir déficits comerciais permanentes sem mecanismos de ajuste e sugerem que a desvalorização pode piorar o déficit comercial.
1) O documento discute modelos pós-keynesianos de crescimento e distribuição de renda, comparando-os com a teoria da distribuição de Cambridge.
2) Nos modelos iniciais, o nível de produção e utilização da capacidade dependem negativamente da parcela de lucros, enquanto a taxa de lucro realizada é constante.
3) A teoria de Cambridge argumenta que a parcela de lucros é determinada endogenamente no longo prazo, variando positivamente com o grau de utilização da capacidade.
(1) Keynes criticou a suposição neoclássica de que a taxa de juros é flexível, argumentando que ela é determinada monetariamente e não se ajusta automaticamente para manter o pleno emprego. (2) Sraffa criticou a ideia de que há sempre substituição entre fatores, mostrando que com capital heterogêneo a intensidade do uso de um fator não se correlaciona necessariamente com seu preço. (3) Ambas as críticas questionam se os mecanismos propostos pela teoria neoclássica são suficientes para garant
This paper examines the semiconductor’s industry growing importance
as a strategic technology in the modern industrial system and in contemporary war
-
fare. It also analyzes this industry’s evolution in China and the Chinese semiconduc-
tor industrial policy over the last years. We review the Chinese interpretation of the
‘revolution in military affairs’ and China’s perception of its backwardness as well as
the possibilities of catch-up and evolution in the most sophisticated segments of this
productive chain through domestic firms and indigenous innovation.
1) O documento discute a Hipótese de Estagnação Secular (HES) e suas inconsistências teóricas ao analisá-la a partir de perspectivas neoclássicas e heterodoxas da teoria do crescimento econômico.
2) A HES sugere que economias avançadas enfrentam tendência de estagnação devido a fatores como baixo crescimento populacional, tecnológico e da produtividade que limitam o investimento.
3) O documento mostra que a HES apresenta inconsistências tanto na abordagem neo
A Hipótese de Estagnação Secular nas teorias do crescimento econômico: um lab...
Análise desagregada da inflação por setores industriais da economia brasileira entre 1996 e 2011
1. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 1
Texto para Discussão 018 | 2014
Discussion Paper 018 | 2014
Análise desagregada da inflação por setores industriais da economia brasileira entre 1996 e 2011
Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos
Profº. Dr. Adjunto do Instituto de Economia da UFRJ
Membro do Grupo de Economia Política do IE/UFRJ
Caroline Teixeira Jorge
Mestre em Economia pelo Instituto de Economia/UFRJ
Júlia de Medeiros Braga
Profª. Dra Adjunta da Faculdade de Economia da UFF
This paper can be downloaded without charge from
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2. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 2
Análise desagregada da inflação por setores industriais da economia brasileira entre 1996 e 2011
Outubro, 2014
Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos
Profº. Dr. Adjunto do Instituto de Economia da UFRJ
Membro do grupo de Economia Política do IE/UFRJ
Caroline Teixeira Jorge
Mestre em Economia pelo Instituto de Economia/UFRJ
Júlia de Medeiros Braga
Profª. Dra Adjunta da Faculdade de Economia da UFF
Resumo
O artigo realizou uma investigação empírica sobre a dinâmica inflacionária de 17 setores industriais da economia brasileira entre 1996 e 2011. A partir de uma discussão teórica sobre a relação entre a inflação e a demanda agregada nas abordagens Convencional (Modelo do Novo Consenso), Pós-keynesiana e do Conflito Distributivo, buscou-se evidências de inflação de excesso de demanda e de pressões de custo nesses setores. As séries temporais utilizadas foram o Índice de Preço ao Produtor Amplo por Origem (IPA-OG), o grau de Utilização da Capacidade Instalada (ambos da FGV), o Índice de Commodities Internacionais (IFS/FMI), e a taxa de câmbio nominal efetiva (Banco Central do Brasil-BCB).As equações foram estimadas a partir da Metolodogia ADL (AutoregressiveDistributedLags). Os resultados apontaram para a ausência de uma relação forte e sistemática entre a inflação e a demanda agregada, e para evidência de pressões de custo, sobretudo os preços internacionais das commodities e o câmbio, como determinantes da dinâmica inflacionária dos setores analisados.
Palavras-chave: Abordagens heterodoxas; inflação; política monetária.
Classificação JEL:B50; E31; E52
3. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 3
Abstract
This paper was based on an empirical research on the dynamics of inflation of 17 industrial sectors of the Brazilian economy between 1996 and 2011. From a theoretical discussion of the relationship between inflation and aggregate demand in traditional economic approaches (the New Consensus Model), Post-Keynesian and Distributive Conflict, we sought evidence of excess demand inflation and cost pressures in these sectors. The time series used were the Producer Price Index for Comprehensive Source (IPA-OG), the degree of Installed Capacity Utilization (both from FGV), the International Commodities Index (IFS/IMF), the nominal effective exchange rate (Brazilian Central Bank - BCB), and average nominal wages in the industry (PIMES/IBGE). The methodology was based on ADL Model (Autoregressive Distributed Lags). The results pointed to the absence of a strong and systematic relationship between inflation and aggregate demand, and to evidences of cost pressures, particularly international prices and the exchange of commodities as determinants of inflation dynamics of the sectors analyzed.
Keywords: Heterodox approaches; inflation; monetary policy.
JEL Codes: B50; E31; E52.
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Introdução
A deterioração das condições externas da economia brasileira, que após a moratória do México, em 1982, culminou em uma grave crise de balanço de pagamentos, resultou em crônico problema inflacionário para o país nas décadas de 1980 e 1990.Uma série de planos de estabilização foram postos em prática, mas, frente à persistência desta crise, previsivelmente fracassaram.
A estabilidade de preços só foi alcançada com o retorno do país ao mercado financeiro internacional,que permitiu a implementação, em 1994,doPlano Real, que conjugou uma ampla desindexação com a utilização de uma âncora cambial.Entretanto, outra grave crise de balanço de pagamentos em 1999, implicou no fim de tal arranjo, com a adoção de um regime de câmbio flutuante e um Regime de Metas de Inflação (RMI), que fixa uma meta anual de inflação a ser perseguida pela Autoridade Monetária.
O diagnóstico inflacionário convencional subjacente ao RMI origina-se do modelo do Novo Consenso Macroeconômico, dominante na literatura econômica convencional (Blinder (1997), Romer (2000; 2005), Taylor (2005)). Neste modelo convencional, o produto potencial é determinado pelo lado da oferta, de modo que eventuais excessos de demandaimplicam em elevação dos preços. Além disso, a existência de inércia com relação à inflação passada determina um caráter aceleracionista à inflação. No longo prazo, a trajetória inflacionária reflete o histórico de todos os prévios choques de demanda, isto é, os desvios em relação ao ponto de pleno emprego da economia. Ainda que se admitam choques de custos neste modelo, a economia não sofre persistentemente de inflação de custos, uma vez que choques positivos (elevação de custos) são compensados por choques negativos no longo prazo.Assim, o núcleo da inflação é de demanda e qualquer inflação de custo é apenas temporária.
Embora não associada a uma situação de excesso de demanda, a inflação de demanda também está presente na abordagem pós-keynesiana, em função dos retornos decrescentes e da inflação de markups. Na abordagem no Conflito Distributivo, a relação entre essas duas variáveis passa necessariamente pelos custos de produção.
Há uma vasta literatura que testa empiricamente a validade ou não da relação entre excesso de demanda e inflação (Ferreira e Jayme Jr (2004), Araújo e Modenesi (2009), Portugal (2005) e Squeff (2009), Summa e Braga (2013)). Este artigo tem por objetivo
5. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 5
avançar nessa análise investigando se essa relação se mostra significativa de um ponto de vista setorial, ou seja, se é possível encontrar uma relação direta entre demanda e inflação na indústria brasileira. Adicionalmente, também é possível testar se fatores de custo tem algum papel, ou se são preponderantes, para explicar a inflação também a um nível desagregado.
Além de contribuir para a compreensão do fenômeno inflacionário mais detalhadamente, uma análise desagregada traz a vantagem de possibilitar um desenho mais fino de política anti-inflacionária a partir das especificidades dos setores da indústria. Assim, este artigo se justifica por trazer uma contribuição para o diagnóstico desagregado da inflação brasileira, pouco explorado, bem como por lançar luzes sobre uma política de combate à inflação mais direcionada às necessidades dos setores industriais no Brasil.
O artigo realiza um estudo econométrico, baseado na metodologia ADL, sobre os determinantes da inflação de 17 setores da indústria brasileira, dentre os quais 3 da indústria extrativa (Carvão Mineral, Minerais metálicos e Minerais não-metálicos) e 14 da indústria da transformação (Alimentos e bebidas, Produtos de borracha e plástico, Construção Civil, Produtos de papel e celulose, Materiais elétricos, eletrônicos e de comunicações, Máquinas e equipamentos, Produtos de Madeira, Metalurgia, Artigos do Mobiliário, Produtos químicos, Têxtil, Vestuário, couros e calçados e Veículos automotores). O estudo baseia-se na metodologia ADL (AutoregressiveDistributedLags) e o período de análise compreende os anos de 1996 a 2011.
O artigo contará com três seções, além desta Introdução e da Conclusão. A primeira tratará brevemente da relação entre a demanda agregada e a inflaçãonas abordagens do Novo Consenso, Pós-keynesiana e do Conflito Distributivo. Na segunda seção serão apresentadas as variáveis e o modelo econométricoadotado, baseado numa curva de Phillips alternativa à do Novo Consenso.A seção 3 traz os resultados da estimação e a Conclusão as considerações finais do trabalho.
6. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 6
1 Demanda agregada e inflação
A relação entre variação da demanda agregada e inflação assume distintas relações de causalidade de acordo com a abordagem teórica adotada para estudar este fenômeno. Na abordagem convencional ortodoxa, supondo que a economia se encontre em equilíbrio no mercado de fatores, a inflação está relacionada com a existência de um excesso de demanda, ou seja, uma demanda que desloca a posição de utilização dos fatores, especificamente do trabalho, acima de seu valor de equilíbrio de pleno emprego. Desse diagnóstico decorre que o papel da autoridade monetária é fundamentalmente controlar a demanda agregada, direcionando-a para o nível em que a taxa de desemprego corresponda à NAIRU (Non-AcceleratingInflation Rate ofUnemployment), através da manipulação da taxa de juros, seu principal instrumento. A variação na taxa de câmbio é entendida apenas como um efeito colateral das mudanças na taxa de juros e da inflação1. Esta é a base teórica sobre a qual se sustenta a visão consensual de operação do RMI no Brasil.
Na abordagem pós-keynesiana, o processo inflacionário também se relaciona, em alguma medida, com momentos de demanda aquecida, embora não apenas em situações de excesso de demanda sobre o pleno emprego. A associação entre demanda e inflação está assentada no fato de que a expansão econômica esbarra no fenômeno dos retornos decrescentes, e, com isso, estimula empresários a aumentarem margem de lucro, Por outro lado, ela fortalece, também, o poder de barganha dos trabalhadores, cujas demandas salariais os empresários estão mais dispostos a ceder num contexto de melhores negócios, diante da possibilidade de repasse para os preços sem perdas nas vendas. Ainda na tradição pós-keynesiana é possível identificar uma abordagem com características particulares (Eichner, 1973), na qual, em termos gerais, pode haver elevação de markupnum contexto de economia aquecida com vistas a aumentar os fundos internos de investimento. Caso os trabalhadores reajam a essa elevação para defender seus salários reais em diversos setores da economia, é possível que, em última instância, seja deflagrada uma espiral preços-salários.
1ATeoria da Paridade do Poder de Compra estabelece que “a taxa nominal de câmbio deve variar de acordo com a relação entre o preço doméstico e o internacional, para manter a taxa real constante, de tal maneira que a taxa nominal de câmbio tem que se adequar para equalizar a inflação doméstica e externa e manter a taxa de câmbio estável.” Summa (2010, p. 16)
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Numa abordagem de inflação por conflito distributivo, essa conexão é menos direta:um movimento de aquecimento da demanda agregada, ao elevar o poder de barganha dos trabalhadores, também pode levar a um crescimento salarial acima do crescimento da produtividade, mas tal possibilidade depende de fatores sócio-políticos e institucionais. Critica-se o pressuposto de que os capitalistas sejam capazes deestabelecer unilateralmente suas margens de lucro, ou seja, a ideia domark-up real constante ou dado. Alternativamente, o repasse da elevação dos salários para os preços depende da reação do Banco Central, já que de forma exógena e unilateral determina a remuneração básica do capital. Dada uma estrutura de remunerações específicas de cada setor, ou valores adicionais médios sobre a taxa básica de juros (riskandtrouble setoriais,ver Pivetti (1991)), a redução dos juros teria um efeito de conter a elevação do markup nominal pelos capitalistas, implicando, assim, numa redução do markup real2. O mecanismo tem como fundamento a concorrência intercapitalista, que forçaria a redução da remuneração real e resultaria em ganho, pelo capitalista que assim o fizesse, de uma parcela do mercado setorial. A ideia é que, sendo os preços determinados pela aplicação do markup nominal sobre os custos históricos e tendo em vista que o markup nominal deve garantir uma taxa de lucro que seja no mínimo igual à taxa nominal de juros - seja porque o custo do capital emprestado deve cobrir pelo menos a taxa de juros (custo financeiro), seja porque as empresas sempre têm a opção de fazer aplicações financeiras em vez de produzir (custo de oportunidade) – o Banco Central tem papel fundamental na capacidade dos capitalistas de repasse dos aumentos de custos aos preços. Mudanças persistentes na taxa nominal de juros determinada pelo Banco Central provocam uma mudança dos preços na mesma direção,uma vez que agentes econômicos visam manter a rentabilidade real relativa do capital. Já as mudanças persistentes nos custos, que pressionam o markup real para baixo no setor produtivo, só poderão ser repassadas aos preços caso o Banco Central ajuste as taxas nominais de juros, visando recompor a rentabilidade real do capital.
Do ponto de vista dos elementos explicativos mais relevantes, entretanto, em termos de América Latina deve-se destacar o comportamento da taxa de câmbio que tem relação direta com a questão central do desequilíbrio externo e eventual pressão para desvalorização cambial. Esse elemento, que é fundante da abordagem heterodoxa
2Ver Bastos (2002)
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Cepalina Latino Americana, tem seu impacto potencializado pela reação dos salários à sua redução via desvalorização cambial e, novamente, pela reação do Banco Central, através da garantia ou não da manutençãoda rentabilidade real do capital na economia.
Em relação ao câmbio, a conexão com o comportamento da demanda é ainda mais distante que no caso dos salários. As oscilações cambiais estão associadas preponderantemente a choques exógenos, sejam eles deterioração dos termos de troca ou descontinuidade no financiamento externo, e menos ao crescimento de déficit comercial pela elevação das importações, já que estepoderia ser financiado, coeterisparibus,por um maior financiamento externono curto prazo. Assim, choques cambiais exógenos seriam os principais responsáveis por choques de câmbio com forte impacto inflacionário.3
Esta breve análise teórica identifica a existência de distintas relações entre o fenômeno inflacionário e a demanda numa economia nas diferentes abordagens. A partir disso, realizou-se um estudo econométrico para testar essa relação em 17 setores industriais da economia. A próxima seção dedica-se a apresentar as variáveis e o estudo econométrico adotados.
3Deve ficar claro que há aqui dois componentes, um estrutural e outro conjuntural, que se combinam, interagem, mas têm temporalidades distintas. Como mencionado no texto, a reposição sistemática da restrição externa para os países da periferia, introduz um elemento de persistente pressão cambial, o que,no longo prazo, implica em dois efeitos: por um lado, pressão pela redução dos salários via desvalorização cambial e, dadas as limitações do efeito das elasticidades preço sobre o comércio exterior,uma restrição ao próprio crescimento econômico (ver Shaik 1999). Entretanto, esse viés inflacionário torna-se pressão aguda quando, no curto prazo algum choque, seja de termos de troca ou financeiro, leva à brusca desvalorização cambial e muito provavelmente alguma espécie de reação dos salários nominais, gerando uma espiral inflacionária câmbio-salários.
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2 Dados e estimação
Foram estimadas Curvas de Phillips setoriais, baseadas em equação que inclui, além da inflação associada ao estado do hiato de produto, elementos de custo4, conforme o Modelo alternativo ao Novo Consenso proposto por Summa (2010):
π = a π-1+ b (Y – Y*) + cΔi + θ (Δe + πw) (1)
Onde π é a taxa de inflação, π-1 a taxa de inflação defasada, Y-Y* o hiato de produto, Δi a taxa de juros, Δe a variação da taxa de câmbio nominal; πw a inflação dos produtos transacionados com o exterior (medidos em moeda estrangeira); θ um parâmetro que reflete o peso dos bens tradables no índice de preços; a, b, c coeficientes a serem estimados.
Para os dados de inflação foi utilizada a série de Índice de Preços ao Produtor Amplo por Origem (IPA-OG) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para a taxa de inflação do setor de Construção Civil, não contemplado pelo IPA, foi utilizado o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI), indicador econômico que mede a evolução de custos de construções habitacionais. Com relação à medida do ciclo econômico, em função do objetivo de desagregação setorial e das dificuldades em torno da definição de um produto potencial deste ponto de vista, optou-se por utilizar a capacidade instalada da indústria também medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Utilizou-se a diferença do nível de utilização do período corrente com relação à média, visando representar a ideia de desvios da atividade econômica com relação a seu nível normal ou potencial.
Para a taxa de juros foi utilizada a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) do BCB, anualizada com base nos dias úteis de cada mês. Para a inflação importada utilizou-se, por fim, a taxa de câmbio efetiva mensal, divulgada também pelo
4Essa especificação permitirá avaliar também elementos da abordagem da inflação de custos, que, conforme mostrado, tem como força motriz o conflito distributivo. Enfatiza-se, nessa abordagem, a possibilidade de pressão sobre as variáveis distributivas mesmo abaixo da plena capacidade, através da elevação do custo de oportunidade do capital, aumento do poder de barganha, ou mesmo o salário dos trabalhadores por mudanças político-institucionais, e, como pode ser testado, a pressão sobre o câmbio em razão da deterioração das condições de financiamento externas da economia.
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BCB, multiplicada pelo índice de Commodities (All Commodities Index) do IFS/FMI (2010).
A estimação do modelo teórico representado pela equação (1) foi efetuada de acordo com a metodologia ADL (AutoregressiveDistributedLags), que insere defasagens tanto da variável endógena quanto dos regressores. As variáveis defasadas têm sido cada vez mais empregadas em trabalhos econométricos recentes visando formular certas relações mais realisticamente. Entretanto, a inclusão de regressores defasados geralmente esbarra na estreita intercorrelação entre eles. A partir de reorganizações adequadas dos parâmetros, o modelo resolve este problema e permite representar uma variedade de outros modelos como casos particulares, diminuindo, por conseguinte, o risco de escolha da forma funcional equivocada. Além disso, a possibilidade de especificar o modelo a partir do rearranjo dos parâmetros permite lidar com a questão da presença de séries não estacionárias ou cointegradas, pois o modelo pode ser transformado de forma a utilizar as primeiras diferenças dos dados.
Especificação da equação de inflação setorial (1996 a 2011) 푉푎푟푖á푣푒푖푠 endógenas=퐼푃퐴푠푒푡표푟(−푡), 푆퐸퐿퐼퐶, 퐶푂푀푀, 푈퐶퐼ℎ푖푎푡표
Com base na equação (1), esta especificação controlou o canal de custo da política monetária através do coeficiente da taxa de juros (seja via custo do crédito ou do custo de oportunidade do capital); a inflação importada através do coeficiente dos insumos importados “COMM”; e a inflação de demanda através do coeficiente do hiato da utilização da capacidade instalada “UCI”. Esta última variável representa as situações de excesso de demanda: quando positivo, a capacidade instalada acima da média histórica e representa aquecimento na atividade econômica; quando negativo, a capacidade instalada está abaixo da média histórica e representa desaquecimento da atividade econômica.
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3 Resultados
A redução das defasagens, conforme metodologia ADL, baseou-se nos resultados dos Testes Wald, e seus respectivos R2 ajustados e critérios de informação de Akaike e Schwartz.A tabela 1, abaixo, apresenta as relações de longo prazo obtidas, a partir da redução das defasagens.
Tabela 1
Os testes Bera-Jarque de normalidade dos resíduos, Breusch-Godfrey de correlação serial, White e Breusch-Godfrey-Pagan de heterocedasticidade, RAMSEY de robustez das especificações e ARCH dos resíduos se mostraram favoráveis e também estão apresentados no Anexo. Os setores de Alimentos e bebidas, Materiais elétricos, eletrônicos e de comunicações e o setor Têxtil apresentaram problemas de heterocedasticidade. Seus modelos foram novamente avaliados de acordo com os novos erros padrões através dos procedimentos de White e Newey-West.
Variáveis endógenas: SELIC, COMM, UCI_hiatoSetor IndustrialRelação de Longo PrazoR2 ajustadoSCConstrução CivilINCC = 0,06 SELIC + 0,48 COMMAlimentos e bebidasIPA = 0,25 COMM0,525,60Borracha e plásticoIPA = 0,40 SELIC + 0,20 COMM0,654,79Carvão MineralIPA = 0,28 COMM0,615,24Papel e celuloseIPA = 0,52 COMM0,595,45Materiais elétricos, eletrônicos e de comunicaçõesIPA = 0,22 COMM0,624,56Máquinas e equipamentosIPA = 0,07 SELIC + 0,28 COMM0,563,49MadeiraIPA = 0,13 SELIC + 0,39 COMM0,473,77MetalurgiaIPA = 0,58 COMM0,545,44Minerais metálicosIPA = 0,20 COMM0,518,09Minerais não-metálicosIPA = 0,24 SELIC + 1,02 COMM + 0,66 UCI0,726,80MobiliárioIPA = 0,09 SELIC + 0,19 COMM0,494,05QuímicaIPA = 0,47 COMM0,644,97TêxtilIPA = 0,28 COMM0,474,96Vestuário, couros e calçadosIPA = 0,16 COMM0,403,40VeículosIPA = 0,16 COMM – 0,11 UCI0,663,20Indústria GeralIPA = 0,40 COMM0,684,69ESPECIFICAÇÃO 1Amostra: 1996 a 2011Metodologia: Autoregressive Distributed Lags (ADL)
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Com relação ao canal de juros, existem diferentes formas funcionais para a relação entre juros e inflação e, seguindo Bastos & Braga (2010), a forma escolhida foi aquela em que a variação na taxa de juros entra diretamente na equação da inflação. A variável juros se mostrou significativa em 6 dos 17 setores: Construção Civil, Borracha e plástico, Máquinas e equipamentos, Produtos de madeira, Minerais não metálicos e Mobiliário. Com exceção de Construção Civil, os p-valores foram sempre menores que 0,05, conforme Tabela 2, abaixo. Destaquem-se os setores Borracha e Plástico e Minerais não metálicos cujos coeficientes foram mais altos, denotando, possivelmente, a maior importância do capital emprestado nas decisões de determinação de preços, bem como dos juros nominais na determinação dos markups nominais desses setores produtivos. No setor de Borracha e plástico um aumento de 1 ponto percentual na variação da Selic gera um aumento de 0,40 pontos percentuais na inflação medida pelo IPA, ceterisparibus, e os coeficientes de curto prazo também se mostraram significativos até a quarta defasagem (4 trimestres). No setor de Minerais não metálicos um aumento de 1 ponto percentual da variação da Selic, ceterisparibus, gera de um aumento de 0,24 na inflação. No curto prazo, entretanto, a significância desta variável ocorre apenas na primeira defasagem.
A magnitude e significância dos coeficientes de setores da Indústria Extrativa chama atenção, uma vez que seus preços são formados preponderantemente no mercado internacional. Os coeficientes menores, porém ainda significativos, em Artigos do Mobiliário, Máquinas e equipamentos e Construção Civil são mais esperados e evidenciam a importância do crédito e da taxa de juros como importante indicador da taxa de lucro do setor produtivo.
Vale ressaltar que a não significância da Selic nos demais setores não aponta definitivamente para a ausência do canal de custo dos juros, pois a Selic pode não representar fielmente o custo do crédito ao tomador final em função das intermediações bancárias, e o canal do custo de oportunidade do capital não emprestado é muito difícil de ser mensurado. A importância das taxas nominais de juros como importante indicador da taxa de lucro no setor produtivo é um campo pouco explorado. Assim, a verdadeira importância dos juros na formação dos preços setoriais, dada a complexidade das relações que a envolve, mereceria uma investigação mais fina e aprofundada.
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Tabela 2
Um resultado bastante importante é o coeficiente de longo prazo da inflação importada
ter se mostrado significativo em todos os setores e com alta significância na maioria deles,
conforme Tabela 3. Apresentamos também nesta Tabela informações sobre os
coeficientes de penetração de importações e de exportações, segundo os dados da Funcex.
Tabela 3
Note-se que dentre os setores de maior coeficiente de inflação importada estão aqueles
com inserção externa considerável através da penetração expressiva de importações e
ligados aos mercados internacionais de commodities, cujos preços são exógenos à
economia brasileira.
Setor Industrial
Coeficiente de
longo prazo
p-valor
Construção Civil 0,06 0,071
Borracha e Plástico 0,40 0,002
Máquinas e Equipamentos 0,07 0,048
Produtos de Madeira 0,13 0,010
Minerais não-metálicos 0,24 0,000
Mobiliário 0,09 0,014
Especificação 1 - Canal dos juros
média
(2008-11)
em %
Cresc
médio a.a.
%
Construção Civil 0,48 0,000
Alimentos e bebidas 0,25 0,000 4* 4,5*
Borracha e plástico 0,20 0,009 13,6 8,9
Carvão Mineral 0,28 0,010 79,2 0,7
Papel e celulose 0,52 0,000 7,8 -0,1
Mat. elétricos, eletrônicos e
de comunic.**
0,22 0,000 49,2** 5,3**
Máquinas e equipamentos 0,28 0,000 35,9 3,3
Madeira 0,39 0,000 2,5 1,9
Metalurgia 0,58 0,000 16,5 5,6
Minerais metálicos 0,20 0,095 30,6 0,7
Minerais não-metálicos 1,02 0,000 14,5 2,8
Mobiliário 0,19 0,000 3,8 7,8
Química 0,47 0,000 23,7 4,7
Têxtil 0,28 0,000 18,2 6,8
Vestuário, couros e calçados 0,16 0,000 7,2# 7,9#
Veículos 0,16 0,000 16,6 4,6
Fonte: Fevereiro (2011), com base em dados da FUNCEX.
*Setor de alimentos. Para o setor de bebidas, ver Cap. 2, Tabela 3.
**Setor de eletrônicos e comunic., para os demais, ver Cap. 2, Tabela 3.
#Setor de Vestuário, para os demais, ver Cap. 2, Tabela 3.
Especificação 1 - Inflação importada
Setor Industrial
Coeficiente de
longo prazo
p-valor
Penetração de
Importações
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Com relação à influência dos preços internacionais, os resultados são evidentes. Dentre os que apresentaram os mais altos coeficientes está Metalurgia (0,58), cujos insumos fazem parte do grupo das commodities metálicas (aço, alumínio, chumbo, cobre, estanho, níquel e zinco), e o setor de Produtos Químicos (0,47), também afetado pelas commodities metálicas e pelas de polímeros. Celulose, Madeira e Carvão Mineral também são commodities negociadas internacionalmente, afetando diretamente setores que os utilizam como insumos, o que converge com os altos coeficientes associados à inflação importada de seus setores: 0,52; 0,30 e 0,28, respectivamente.
O setor de Alimentos e bebidas também é fortemente influenciado pelos preços das commodities agrícolas, divididas entre “Softs” (açúcar, algodão, cacau, café, laranja e leite) e “Grãos e sementes de óleo” (arroz, aveia, canola, cevada, feijão, milho, soja e trigo). Em Construção Civil, é possível que os preços internacionais das commodities metálicas de alumínio, ferro e do aço tenham levado ao alto coeficiente associado à inflação importada (0,48). Por fim, o setor Têxtil (coeficiente de 0,28) também é fortemente afetado pelos preços do algodão, importante insumo do setor.
Além da influência dos preços internacionais de commodities, também é possível perceber uma correlação entre altos coeficientes de longo prazo associados à inflação importada e altos valores ou taxas de crescimento médio ao ano dos coeficientes de penetração de importações, segundo dados da Funcex. Nos setores de Máquinas e equipamentos, esse coeficiente é expressivo: 28,8% do consumo aparente doméstico foi importado, em média, no período de 1996 a 2011. Nos setores de materiais elétricos e equipamentos de informática essa cifra foi de 28,3% e 28,8%, respectivamente. No setor de Veículos, apesar de menor o valor também é importante, 12,3%.
Os setores químico e metalúrgico, que também apresentaram altos coeficientes associados à inflação importada no modelo, os coeficientes de penetração também são relevantes: em 2011, mais de um quarto do consumo aparente5 do consumo doméstico do setor industrial químico correspondeu a importações. Para Metalurgia essa cifra foi de 17,6%, com crescimento médio ao ano de 5,6% desde 1996.
5 O consumo aparente doméstico corresponde ao valor da produção doméstica do setor industrial menos o valor das exportações líquidas deste setor.
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Não apenas no longo prazo, mas também no curto os coeficientes associados ao câmbio e aos preços internacionais se mostraram significativos pelo menos na primeira defasagem em todos os setores. Destaque-se o setor de Construção Civil com 2defasagens, o de Carvão Mineral com 3 e o de Papel e Celulose com 4. O Gráfico 1 mostra como a inflação está relacionada com o movimento dos preços internacionais das commodities (em reais), corroborando as evidências encontradas em nosso trabalho.
Assim, nossos resultados confirmam, do ponto de vista setorial, a enorme influência das condições externas, que foram bastante voláteis, na dinâmica inflacionária brasileira. Estes resultados estão em linha com outros trabalhos que também encontraram a inflação importada como forte determinante da dinâmica inflacionária dos setores da indústria brasileira analisados, como Serrano & Ferreira, 2010; Serrano &Summa, 2011, Braga & Bastos 2010, entre outros. A influência forte e sistemática do custo dos insumos importados e do custo de oportunidade de exportar, conforme nossas estimativas, é evidente na indústria brasileira.
Gráfico1
O indicador de excesso de demanda expresso pelo hiato da Utilização de Capacidade Instalada, por fim, mostrou-se muito pouco relevante. O coeficiente de longo prazo mostrou-se significativo apenas no setor de Minerais não metálicos (Pedra e Areia) e em Veículos, mas no primeiro setor com p-valor alto (0,0996) e no segundo com o sinal do coeficiente contrário ao esperado, isto é, quando o hiato é positivo, indicando aquecimento da atividade, há uma variação negativa na inflação, (de 0,11 p.p.) mantidas as demais variáveis exógenas constantes.
-40,00-20,000,0020,0040,0060,0080,00100,00120,00Preços internacionais de commodities (em reais) e IPA -1997 a 2011IPA-OG -GeralCommodities (em reais)Sériesem variação acum. em 12 mesesFonte: IFS/FMI, BCB.
16. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 16
Mesmo nos setores de bens de consumo duráveis, onde se argumenta que a inflação de demanda é mais proeminente, como Têxtil, Vestuário, couros e calçados, o indicador não se mostrou significativo. Tampouco no setor de Materiais elétricos, eletrônicos e de comunicações, onde a maior elasticidade-preço da demanda poderia ensejar aumentos de markup quando a capacidade estivesse pressionada. Em geral, o grau de utilização da capacidade produtiva, na média do período, não é muito elevado, confirmando a implausibilidade de que os choques de demanda tenham sido persistentes e que o investimento, induzido pela demanda final de consumo, responde rapidamente criando capacidade produtiva (Serrano, 2006, 2010).
No setor de Minerais não metálicos, com pouco espaço para inovação tecnológica, essa relação pode ser considerada razoável e indicar alguma inelasticidade da oferta. Este setor corresponde, basicamente, à extração de areia e brita, materiais básicos pouco sofisticados que quase não precisam de preparo para serem colocados no mercado, o que os torna praticamente insubstituíveis. Fatores como proteção ambiental e crescimento urbano impõem restrições ao aproveitamento econômico de áreas rochosas e depósitos sedimentares. Essa conjuntura pode ensejar aos produtores algum aumento de markup diante de picos de demanda.
No setor de veículos, onde o coeficiente de excesso de demanda mostrou-se negativo, o Gráfico 2 a seguir mostra de fato alguma relação inversa entre o hiato do UCI e a variação do IPA. Ainda assim, a dinâmica de preços do setor, sobretudo por ser oligopolizado, pode estar ligada a outros fatores, pois não é razoável que as empresas aumentem preços justamente quando estão com mais capacidade produtiva ociosa. Além disso, a relação estatística encontrada entre as variáveis não é tão forte e sistemática quando observada no gráfico.
Setor IndustrialCoeficiente de longo prazop-valorMinerais não metálicos0,590,100Veículos-0,110,002Modelo 1 - Inflação de demanda
17. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 17
Gráfico2
Com relação ao setor de Minerais não metálicos, por sua vez, a análise do Gráfico 3 a seguir mostra que em período de redução da atividade houve um movimento de redução dos preços, como de 1999 para 2000, final de 2003 e final de 2009, mas em intensidades bastante diferentes. Uma explicação possível é que isso esteja refletindo alguma inelasticidade da produção, que pode não ser capaz de responder a picos de demanda em decorrência do caráter extrativo da atividade (pedras e areia). De acordo com a tipologia pós-keynesiana apresentadas na seção 1, tratar-se-ia de alguma evidência de rendimentos decrescentes ou de escassez de fatores de produção. Mesmo assim, essas conclusões são frágeis, pois o gráfico não aponta para uma relação de fato forte e sistemática entre as duas variáveis e o hiato do UCI é relativamente estável, não apontando para choques de demanda persistentes. Note-se que as elevações de preço (1999, 2003 e 2009) acompanham a desvalorização da taxa de câmbio e alta dos preços internacionais de commodities em reais, conforme gráfico 4 abaixo.
-15,00-10,00-5,000,005,0010,0015,0020,0025,0030,00Setor de veículos IPA -tx var acum 12 mesesUCI -hiatoFonte: FGV e IBGE. Elaboração Própria.
18. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 18
Gráfico 3
Gráfico 4
A significância do UCI em apenas dois setores, tendo-se como pano de fundo as
considerações realizadas, nos levam a concluir que não existe uma relação forte e
sistemática entre a demanda e a inflação medida pelo IPA nos setores industriais
analisados. Esta conclusão está em linha com trabalhos que analisaram a inflação
agregada e também não encontraram associação entre indicadores de excesso de demanda
e os preços, como Portugal (2005), Modenesi& Araújo (2009), Ferreira & Jayme Jr
(2004) e Squeff (2009).
Assim, conclui-se que a dinâmica setorial de preços não se distancia do comportamento
de preços no agregado, ou seja, a inflação de demanda não é importante também do ponto
de vista setorial. Argumenta-se comumente que poderia haver setores em que a inflação
de demanda fosse mais importante, e que este resultado estaria “escondido” na análise
agregada por outros setores em que esse tipo de inflação não fosse relevante. Entretanto,
-40,00
-20,00
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
Setor de minerais não-metálicos
Fonte: FGV e IBGE. Elaboração Própria. IPA - tx var acum em 12 meses UCI - hiato
-40,00
-20,00
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
IPA - Minerais não-metálicos e Preços internacionais de commodities em reais
IPA-OG - Minerais não-metálicos
Preços internacionais de commodities em reais
Fonte: FGV e IFS/FMI. Elaboração própria. Séries em var iação
nacumulada em 12 meses.
19. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 19
os resultados mostraram que, do ponto de vista setorial, a inflação de demanda também não se apresenta como um problema persistente.
No curto prazo, a recorrência de coeficientes significantes é um pouco maior, como nos casos de Borracha e Plástico, Minerais metálicos e Minerais não metálicos, onde os coeficientes de curto prazo até a quarta defasagem se mostraram significativos. Nos setores de Alimentos e bebidas, Veículos e Papel e celulose isso também se verificou, embora até a primeira defasagem apenas. Esses resultados corroboram a ideia de que no curto prazo pode haver inflação de demanda, mas este é um fenômeno temporário, já que o investimento, ao responder às pressões contínuas de demanda, expandindo a capacidade produtiva, elimina esse tipo de pressão inflacionária. Os resultados, portanto, indicam evidência de que o investimento privado é induzido pelo crescimento da demanda.
Os resultados em torno dos setores desagregados são semelhantes aos resultados com dados da indústria geral. Como os dados de IPA e UCI também estão disponíveis para a indústria geral, replicamos o modelo e os resultados foram semelhantes. O coeficiente de longo prazo do canal de juros não se mostrou significativo, apenas no curto prazo, até a quinta defasagem. A inflação importada se mostrou relevante tanto no longo quanto no curto, até a terceira defasagem. O coeficiente de longo prazo associado foi de 0,40. Isso significa que, mantidos constantes os preços internacionais denominados em dólares, um aumento de 40% na taxa de câmbio, coeterisparibus, resulta num aumento de 1p.p. na inflação medida pelo IPA. Já o indicador de excesso de demanda, expresso pelo hiato de capacidade, não se mostrou significativo nem no longo nem no curto prazo. O Gráfico 5 mostra como o UCI se manteve estável e como as duas variáveis comportam-se independentemente na maior parte do período, com exceção de 2009, quando o UCI caiu em função da crise internacional. A queda dos preços, entretanto, foi fortemente influenciada pelo colapso dos preços internacionais de commodities verificados nesse mesmo período.
20. IE-UFRJ DISCUSSION PAPER: BASTOS; JORGE; BRAGA, TD 018 - 2014. 20
Gráfico 5
O presente estudo mostra que, para o período compreendido entre 1996 e 2011, o diagnóstico de inflação de demanda não é adequado para os setores da indústria brasileira, sendo as pressões de custo, expressas pela taxa de câmbio e pelos preços internacionais muito mais relevantes. Este resultado converge para o diagnóstico de inflação de custos no Brasil no período pós-real, conforme Serrano & Summa (2011), Bastos & Braga (2010), e Braga (2011). O canal do câmbio, portanto, apresentou-se como o principal canal de controle da inflação pelo Banco Central do Brasil.
-10,000,0010,0020,0030,0040,0050,00 1996 T21996 T41997 T21997 T41998 T21998 T41999 T21999 T42000 T22000 T42001 T22001 T42002 T22002 T42003 T22003 T42004 T22004 T42005 T22005 T42006 T22006 T42007 T22007 T42008 T22008 T42009 T22009 T42010 T22010 T42011 T22011 T4 Indústria Geral -IPA-OG e UCi (hiato) IPA -tx var acum 12 mesesUCI -hiatoFonte: FGV e IBGE. Elaboração Própria.
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Conclusão
O diagnóstico inflacionário desagregado por setores encontrado neste artigo indica maior espaço para o enquadramento da política anti-inflacionária brasileira num regime macroeconômico com características mais favoráveis ao crescimento. Confirmou-se, mais uma vez, que a inflação brasileira não é resultado de restrição de capacidade produtiva ou de escassez de mão de obra ou recursos naturais e por isso, medidas de contração de demanda não devem ser tomadas sob a justificativa de um suposto controle inflacionário.
Dado que diagnósticos errados geram políticas econômicas inadequadas, as críticas com relação ao diagnóstico de inflação de demanda são também uma crítica ao cerne da estrutura analítica do RMI, com suas graves consequências para a economia brasileira. Em primeiro lugar, o elevado patamar dos juros constitui-se como uma restrição ao avanço do gasto financiado a crédito e, portanto, à geração de emprego e renda. Uma política monetária contracionista, com o objetivo de combater uma suposta inflação de demanda, pode abortar um processo de crescimento econômico de longo prazo, uma vez que o próprio investimento, ao reagir à maior demanda, cria capacidade produtiva mais elevada em períodos seguintes. Finalmente, esta política pode constituir-se como uma política distributiva desfavorável aos salários reais, se a reação do Banco Central for sempre favorável à manutenção da rentabilidade do capital produtivo.
As medidas macroprudenciais tomadas em 2010, somadas ao forte ajuste fiscal confirmam como um diagnóstico equivocado teve influência negativa sobre o desempenho da economia a partir de 2011. Aliás, o resultado confirma o equívoco do diagnóstico: a despeito da redução do crescimento econômico a inflação continuou a subir, impulsionada pelo aumento dos preços internacionais das commodities naquele ano. A redução do crescimento mostra que é o investimento, induzido pela necessidade de ajustar o estoque de capital à tendência de crescimento da demanda - e não a inflação -, que se reduz como resultado das medidas restritivas.
Fica claro, também, que o discurso, persistentemente reproduzido, de temor à inflação se constitui em um entrave à consolidação de uma trajetória mais duradoura de crescimento e desenvolvimento econômico para o país.
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Entretanto, pelo menos no período abrangido pelo modelo, a pressão cambial como principal fator inflacionário faz com que, para se respeitar o sistema de metas de inflação, seja inevitável a utilização das taxas de juros como variável chave para o controle inflacionário via valorização do câmbio.A valorização cambial, por sua vez, pode gerar impactos negativos sobre a competitividade e, consequentemente, sobre a composição das exportações e importações industriais.
A utilização de políticas não monetárias de controle, como argumenta Braga (2011), dentre elas, o uso de políticas tributárias, mudanças do marco regulatório dos preços administrados e aportes de investimento público à infraestrutura são elementos indispensáveis para a definição de uma política anti-inflacionária comprometida com o desenvolvimento econômico do país e a constituição de um regime macroeconômico comprometido com o desenvolvimento e com mudanças estruturais na economia brasileira. Entretanto, mesmo tais políticas, que de resto foram utilizadas com sucesso em 2012 e 2013, têm efeitos do tipo onceand for all, ou seja: pode-se reduzir impostos, controlar preços administrados ou reformar ordenações contratuais de concessões públicas, mas tais medidas não podem ser implementadas seguidamente sob pena de inviabilizar o funcionamento das empresas e mesmo do estado.
Assim, a manutenção de uma inflação rigidamente presa a um sistema de metas implica, inevitavelmente, caso haja algum choque externo, uma valorização cambial com consequências negativas indiretas, via elevação dos juros, sobre a demanda de crédito privado. Esse quadro parece se complicar ainda mais a partir de 2013. Em trabalhos recentes, Braga e Summa (2013), ao analisarem a inflação desagregada no setor serviços parecem identificar uma pressão salarial sobre os preços. Assim, mesmo que não haja choque externo, mantido um sistema de metas rígido, a taxa de câmbio seria o recurso usado para compensar via “deflação importada” a pressão salarial. A outra opção, de contenção salarial direta, ou mesmo de redução do crescimento econômico para limitação do poder de barganha dos trabalhadores, também não parecem compatíveis com um projeto de desenvolvimento includente. Fica clara necessidade de rediscussão da relação política da sociedade e governo em relação ao fenômeno inflacionário.
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