A presente apresentação foi proferida em 01/10/2015 como parte da mesa temática de "Epistemologia e Metodologias da Pesquisa em Turismo" da Divisão Científica de Formação e Pesquisa em Turismo do XII Seminário da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo - ANPTUR 2015, sob coordenação da Profa. Dra. Mirian Rejowski (Universidade Anhembi Morumbi - UAM) e Profa. Dra. Marutscka Möesch (Universidade de Brasília - UnB).
Trata das conclusões obtidas com a tese de doutorado do Prof. Dr. Leonardo Nogueira de Moraes (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP) sobre a aplicação da teoria de Sistemas Adaptativos Complexos no estudo dos Sistemas Sócio-Ecológicos afetados pelos processos de desenvolvimento turístico.
2. SUSTENTABILIDADE NO CONTEXTO
DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO
CONCEITOS E MODELOS A PARTIR DE UMA ABORDAGEM SISTÊMICA
LEONARDO NOGUEIRA DE MORAES
XII SEMINÁRIO ANPTUR - 30/09/2015
4. Sistemas
Ambientais
Recursos
Ambientais
Recursos Humanos
Sistemas Humanos
Seres Humanos
Necessidades Humanas
Reformatação
Conseqüência
Deslocamento
Não Reformatado
Reformatado com
Propósitos Não-Turísticos
Reformatado com
Propósitos Turísticos
Atributos Endógenos ou
Grau de Autenticidade
Atributos Exógenos ou
Grau de Turistificação
+
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5. Definição de Turismo Resultante
u Turismo é conjunto de deslocamentos humanos temporários e
esporádicos a espaços não cotidianos, motivados pela busca de
alternativas à impossibilidade de satisfação de determinadas
necessidades humanas nas regiões de residência, capazes de
impactar transversalmente os sistemas e recursos humanos e
ambientais de todas as regiões delimitadas a partir de sua
realização (regiões de origem, de trânsito, de destinação, e demais
regiões do globo) assim como do globo como um todo,
interferindo, desta maneira, com a capacidade humana de
sobrevivência (dimensões global e local de sustentabilidade do
desenvolvimento turístico) e com a própria capacidade de
atração de fluxos turísticos por parte das destinações (dimensão
setorial).
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6. CONSTRUÇÃO DE UM MODELO
REPRESENTATIVO DE SISTEMAS
ADAPTATIVOS COMPLEXOS SÓCIO-
ECOLÓGICOS
APLICAÇÃO NO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO E DO
MOVIMENTO DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
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11. ESTRUTURA'SOCIAL'
REDE DE
OPERAÇÕES
REDE DE SIGNIFICADOS
CONCEITOS
REDE
REGULATÓRIA
REGRAS
REDE DE VALORES
PRIORIDADES
AÇÕES
ESTRUTURAINSTITUCIONAL
ESTRUTURARELACIONAL
REDE DE
COMUNICAÇÃO
ENTENDIMENTOS
REDE ORGANIZACIONAL
AGENTS
ESTRUTURAS
INCORPORADAS
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12. ESTRUTURA'SOCIAL'
SIMPLIFICADA'E'CONTEXTUALIZADA'
ESTRUTURAS INSTITUCIONAL E RELACIONAL
ESTRUTURAS INCORPORADAS
AMBIENTE
AGENTES DESEMPENHANDO DIFERENTES PAPÉIS
DIF. RELAÇÕES DE COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO
LIMITES DA COMUNIDADE
REDE ORGANIZACIONAL
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13. SISTEMA'
ADAPTATIVO'
COMPLEXO'
SÓCIO0
ECOLÓGICO'
(SACSE)'
ESTRUTURAS INSTITUCIONAL E RELACIONAIS
ESTRUTURAS INCORPORADAS
AMBIENTE DO SISTEMA
AGENTES DESEMPENHANDO DIFERENTES PAPÉIS
DIF. RELAÇÕES DE COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO
LIMITES DO SISTEMA
SISTEMA ADAPTATIVO COMPLEXO SÓCIO-ECOLÓGICO
EMERGÊNCIA
PROPRIEDADES ADAPTATIVAS COMPLEXAS
REDE ORGANIZACIONAL
(PROCESSOS DE AUTO-ORGANIZAÇÃO)
RETRO-ALIMENTAÇÃO MODERADORA OU DE REFORÇO
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14. SACSE%GLOBAL%
LOCAL%
ESTRUTURAS INSTITUCIONAIS E RELACIONAIS
ESTRUTURAS INCORPORADAS
AMBIENTE LOCAL
AMBIENTE GLOBAL
AGENTES DESEMPENHANDO DIFERENTES PAPÉIS
DIF. RELAÇÕES DE COMPETIÇÃO E DE COOPERAÇÃO
LIMITES DO SISTEMA
RETRO-ALIMENTAÇÃO MODERADORA OU DE REFORÇO
ENTRADAS/SAÍDAS: MATÉRIA, ENERGIA, AGENTES, INFO.
PROCESSAMENTO: MATÉRIA, ENERGIA, AGENTES, INFO.
ESTOQUE LOCAL
ESTOQUE LOCAL
ESTOQUE GLOBAL
ESTOQUE GLOBAL
LOCAL SACSE*GLOBAL SACSE*
EMERGÊNCIAEMERGÊNCIA
PROPRIEDADES ADAPTATIVAS COMPLEXAS
REDE ORGANIZACIONAL
(PROCESSOS AUTO-ORGANIZACIONAIS)
* SISTEMA ADAPTATIVO COMPLEXO SÓCIO-ECOLÓGICO
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15. SACSE%GLOBAL*
LOCAL%
CONTEXTUALIZADO%
ESTOQUE LOCAL
ESTOQUE LOCAL
ESTOQUE GLOBAL
ESTOQUE GLOBAL
SACSE LOCAL*SACSE GLOBAL*
EMERGÊNCIAEMERGÊNCIA
TURISMO
LOCAL
TURISMO
GLOBAL
MOVIMENTO DE
CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA GLOBAL
MOVIMENTO DE
CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA LOCAL
PROPRIEDADES ADAPTATIVAS COMPLEXAS
REDE ORGANIZACIONAL
(PROCESSOS AUTO-ORGANIZACIONAIS)
ESTRUTURAS INSTITUCIONAIS E RELACIONAIS
ESTRUTURAS INCORPORADAS
AMBIENTE LOCAL
AMBIENTE GLOBAL
AGENTES DESEMPENHANDO DIFERENTES PAPÉIS
DIF. RELAÇÕES DE COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO
LIMITES DO SISTEMA
RETRO-ALIMENTAÇÃO MODERADORA OU DE REFORÇO
ENTRADAS/SAÍDAS: MATÉRIA, ENERGIA, AGENTES, INFO.
PROCESSAMENTO: MATÉRIA, ENERGIA, AGENTES, INFO.
SISTEMA ADAPTATIVO COMPLEXO DE CONS. DA NAT. (SACCN)
SISTEMA ADAPTATIVO COMPLEXO DE TURISMO (SACT)
* SISTEMA ADAPTATIVO COMPLEXO SÓCIO-ECOLÓGICO
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17. CONTEXTO E
CONDIÇÕES
INTERVENIENTES
ESTRATÉGIAS DE
(INTER)AÇÃO
CONDIÇÕES
CAUSAIS
FENÔMENO CONSEQÜÊNCIAS
1
2
4
5
6
3
ESTOQUE LOCAL
ESTOQUE LOCAL
ESTOQUE GLOBAL
ESTOQUE GLOBAL
SACSE LOCALSACSE GLOBAL
EMERGÊNCIAEMERGÊNCIA
TURISMO
LOCAL
TURISMO
GLOBAL
MOVIMENTO DE
CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA GLOBAL
MOVIMENTO DE
CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA LOCAL
PROPRIEDADES ADAPTATIVAS COMPLEXAS
REDE ORGANIZACIONAL
(PROCESSOS AUTO-ORGANIZACIONAIS)
3 6a 6b
1
2
4
55
PARADIGMA DE
CODIFICAÇÃO À
LUZ DE SACSEs
2 RELACIONAMENTOS DE COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO
OR FENÔMENO
5 MODELO DE DESENVOLVIMENTO, ESTRATÉGIA EMERGENTE
OU ESTRATÉGIAS DE (INTER)AÇÃO
4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS E DEMOGRÁFICAS LOCAIS
OU CONDIÇÕES INTERVENIENTES
3
SACSE GLOBAL SECAS E AMBIENTE GLOBAL
OU CONTEXTO
1 EVENTOS, INCIDENTES, AÇÕES LEVANDO À AGÊNCIA
OU CONDIÇÕES CAUSAIS
INCERTEZA/MUDANÇA
OU CONSEQÜÊNCIAS6a
6b
CAPACIDADE ADAPTATIVA/RESILIÊNCIA
OU CONSEQÜÊNCIAS
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18. Pesquisa Qualitativa por
meio de Teoria
Fundamentada e NVivo 10
MÉTODO UTILIZADO PARA A APLICAÇÃO DO MODELO REFERENCIAL
DESENVOLVIDO
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19. Classificações de Pesquisa
u Pesquisa Quantitativa
u Pesquisa Qualitativa
u Pesquisa de Métodos Mistos
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20. Pesquisa Qualitativa
(Denzin et al, 2006, p. 17)
u “Qualquer definição de pesquisa qualitativa deve atuar dentro [de
um] complexo campo histórico. [...] No entanto, pode-se oferecer
uma definição genérica, inicial: a pesquisa qualitativa é uma
atividade situada que localiza o observador no mundo. Consiste
em um conjunto de práticas materiais e interpretativas que dão
visibilidade ao mundo. Essas práticas transformam o mundo em
uma série de representações, incluindo as notas de campo, as
entrevistas, as conversas, as fotografias, as gravações e os
lembretes. Nesse nível, a pesquisa qualitativa envolve uma
abordagem naturalista, interpretativa para o mundo, o que
significa que seus pesquisadores estudam as coisas em seus
cenários naturais, tentando entender, ou interpretar, os fenômenos
em termos dos significados que as pessoas a eles conferem.”
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21. Tipos de Métodos (Dresch et al,
2015, p. 62-3).
u Indutivo: “Afirma a partir do que é”
u Dedutivo: “Afirma o que deve ser”
u Abdutivo: “Sugere o que pode ser”
u “O método abdutivo consiste em estudar fatos e propor uma teoria
para explicá-lo. Logo, a abdução é um processo de criar hipóteses
explicativas para determinado fenômeno/situação. Posteriormente,
no momento de colocar as hipóteses à prova, outros métodos
científicos podem ser utilizados”.
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22. “Movendo-se entre a indução e
dedução” (Strauss 2008, p. 135)
u “Embora declarações de relação ou de hipóteses surjam a partir
dos dados, sempre que conceitualizamos dados ou desenvolvemos
hipóteses, estamos interpretando até certo ponto. Para nós,
interpretação é uma forma de dedução. Deduzimos o que está
acontecendo com base nos dados, mas também com base na
leitura dos dados junto com nossas suposições sobre a natureza da
vida, a literatura que temos em nossa mente e as discussões que
temos com colegas[...] Na verdade, há uma interação entre
indução e dedução. [...] Essa é a razão pela qual acreditamos ser
importante para o analista validar a sua interpretação por meio de
comparação constante de uma parte dos dados com outra.”
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23. A Construção da Teoria
Fundamentada (Charmaz, 2009)
u A construção da Teoria Fundamentada se constitui em um método
de pesquisa indutivo-dedutivo por meio do qual teorias são
construídas a partir da interpretação de dados coletados de forma
incremental. Nesse sentido, o planejamento da pesquisa, a coleta
de dados e a sua análise acontece de forma integrada e cíclica.
u O desenho da pesquisa é construído conforme os dados coletados
são interpretados.
u As teorias emergentes são consideradas fundamentadas, pois
estão lastreadas nos dados coletados e são testadas conforme são
construídas.
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24. Saturação dos Dados como
Técnica de Amostragem
u Nesse tipo de pesquisa, não se sabe ao certo o número mínimo de
observações que devem ser realizadas, previamente à análise dos
dados
u A saturação envolve o alcance de uma condição em que as
respostas trazidas com os dados coletados começa a não trazer
nada de novo ou dissidente
u Um exemplo é a indicação de referências bibliográficas em
publicações
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25. Triangulação como Instrumento de
Validação
u Triangulação de Dados
u Triangulação de Fontes
u Triangulação de Análises
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26. Codificação como método de
análise
u Codificação Substantiva ou Descritiva: visa resumir os dados
u Codificação Axial: visa identificar relações entre códigos ou temas
u Codificação Seletiva: visa selecionar códigos e relações relevantes
u Codificação Teórica ou Abstração: visa possibilitar a construção de
teorias que expliquem a realidade
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27. NVivo como ferramenta de construção
da Teoria Fundamentada
u O grande volume e diversidade de dados envolvidos com
pesquisas qualitativa requerem a utilização de ferramentas
capazes de facilitar a organização, o acesso, a codificação, o
resumo e a interpretação desses dados.
u O software NVivo 10 é capaz de trabalhar com fotos, vídeos,
gravações de áudio, documentos textuais, tabelas, dados de
mídias sociais, referências bibliográficas, dentre outros.
u Ele possibilita a criação de diagramas, gráficos, nuvens de
palavras, a partir de codificação manual ou automática.
u Pode ser utilizados para análise de conteúdo, etnografia, teoria
fundamentada, dentre outros métodos de pesquisa.
u Seu desenvolvimento tem caminhado para se tornar um software
de suporte para pesquisa de métodos mistos.
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29. Referências
Charmaz, K. (2009). A construção da teoria fundamentada. Porto Alegre:
Artmed.
Böhn, A. (2004). Theoretical Coding: Text Analysis in Grounded Theory. In U.
Flick, E. von Kardoff, & I. Steinke (Eds.), A Companion to Qualitative Research
(pp. 270–275). London: Sage.
Denzin, N. Lincoln, Y. S. (2006) O planejamento da pesquisa qualitativa:
teorias e abordagens (2. ed). Porto Alegre: Artmed.
Dresch, A. Pacheco Lacerda, D. Valle Antunes Júnior, J. A. (2015). Design
Science Research. Porto Alegre: Bookman.
Nogueira de Moraes, L. (2014). Inheriting sustainability: world heritage listing,
the design of tourism development and the resilience of social-ecological
complex adaptive systems in small oceanic islands: a comparative case study
of Lord Howe Island (Australia) and Fernando de Noronha (Brazil) (tese de
doutorado). The University of Melbourne. Disponível em http://hdl.handle.net/
11343/48400
Strauss, A., & Corbin, J. (2008). Pesquisa Qualitativa: Técnicas e
Procedimentos para o Desenvolvimento de Teoria Fundamentada (2nd ed.).
Porto Alegre: Penso.
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30. Contatos
Prof. Dr. Leonardo Nogueira de Moraes
BTour (Hons, USP), MMktM (Tour & Hosp, USP), PhD (Arch & Plan, Melb)
Diretor do Departamento de Informática e Turismo - DDIT
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - IFSP
Câmpus São Paulo
Rua Pedro Vicente, 625, sala 305 – Canindé – 01109-010
São Paulo – SP – BRAZIL
+55 (11) 2763-7580
LNDMORAES@IFSP.EDU.BR
http://www.ifsp.edu.br
http://spo.ifsp.edu.br/
http://lattes.cnpq.br/2003670262145194
https://minerva-access.unimelb.edu.au/handle/11343/48400
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