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RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE RIACHÃO
Dezembro/2011
PROJETO CADASTRO DE
FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA
ESTADO DO MARANHÃO
PROGRAMA DE
ACELERAÇÃO DO
CRESCIMENTO
PAC
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO
Município de Riachão
Ministério de Minas e Energia
Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral
Programa de Aceleração do Crescimento - PAC /CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial
Departamento de Hidrologia
Divisão de Hidrogeologia e Exploração
Residência de Teresina
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR
ÁGUA SUBTERRÂNEA
ESTADO DO MARANHÃO
RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE RIACHÃO
ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
Geólogo: Francisco Lages Correia Filho/CPRM – Especialista em Recursos
Hídricos e Meio Ambiente
CONSULTORIA EXTERNA – SERVIÇOS TERCEIRIZADOS
Geólogo: Érico Rodrigues Gomes – M. Sc.
Geólogo: Ossian Otávio Nunes – Especialista em Recursos Hídricos
Geólogo: José Barbosa Lopes Filho – Especialista em Recursos Hídricos e Meio Ambiente
Teresina/Piauí
Dezembro/2011
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO
Município de Riachão
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
Edison Lobão
Ministro de Estado
SECRETARIA EXECUTIVA
Márcio Pereira Zimmermann
Secretário Executivo
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO,
ORÇAMENTO E GESTÃO
Maurício Muniz Barreto de Carvalho
Secretário do Programa de Aceleração do
Crescimento
SECRETARIA DE GEOLOGIA,
MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
MINERAL
Claudio Scliar
Secretário
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Manoel Barretto da Rocha Neto
Diretor-Presidente
Thales de Queiroz Sampaio
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial - DHT
Roberto Ventura Santos
Diretor de Geologia e Recursos Minerais - DGM
Eduardo Santa Helena
Diretor de Administração e Finanças - DAF
Antônio Carlos Bacelar Nunes
Diretor de Relações Institucionais e
Desenvolvimento - DRI
Frederico Cláudio Peixinho
Chefe do Departamento de Hidrologia - DEHID
Ana Beatriz da Cunha Barreto
Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração - DIHEXP
Antônio Reinaldo Soares Filho
Chefe da Residência de Teresina - RETE
Maria Antonieta A. Mourão
Coordenadora Executiva do DEHID
Frederico José de Souza Campelo
Coordenador Executivo da RETE
Francisco Lages Correia Filho
Assistente de Produção DHT/RETE
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO
Município de Riachão
COORDENAÇÃO GERAL
Frederico Cláudio Peixinho – Chefe do
DEHID
COORDENAÇÃO TÉCNICA
Francisco Lages Correia Filho –
CPRM/RETE
Carlos Antônio da Luz - CPRM/RETE
RESPONSÁVEIS PELO PROJETO
Carlos Antônio da Luz – Período
2008/2009
Francisco Lages Correia Filho – Período
2009/2011
COORDENAÇÃO DE ÁREA
Ângelo Trévia Vieira
Liano Silva Veríssimo
Felicíssimo Melo
Epifânio Gomes da Costa
Breno Augusto Beltrão
Ney Gonzaga de Sousa
Francisco Alves Pessoa
Jardo Caetano dos Santos (in memorian)
Pedro de Alcântara Braz Filho
EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO
REFO
Ângelo Trévia Vieira
Epifânio Gomes da Costa
Felicíssimo Melo
Francisco Alves Pessoa
Liano Silva Veríssimo
RETE
Francisco Lages Correia Filho
Carlos Antônio da Luz
Cipriano Gomes Oliveira
Ney Gonzaga de Souza
Francisco Pereira da Silva
José Carlos Lopes
SUREG/RE
Breno Augusto Beltrão
SUREG/SA
Jardo Caetano dos Santos (in memorian)
Pedro de Alcântara Braz Filho
SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE
GEOLOGIA/HIDROGEOLOGIA
DOS RELATÓRIOS MUNICIPAIS
Érico Rodrigues Gomes – Geólogo, M.
Sc.
Ossian Otávio Nunes – Geólogo,
Especialista em Recursos Hídricos
José Barbosa Lopes Filho – Geólogo,
Especialista em Recursos Hídricos e
Meio Ambiente
RECENSEADORES
Adauto Bezerra Filho
Antônio Edílson Pereira de Souza
Antonio José de Lima Neto
Antonio Marques Honorato
Átila Rocha Santos
Celso Viana Maciel
Cipriano Gomes de Oliveira -
CPRM/RETE
Claudionor de Figueiredo
Daniel Braga Torres
Daniel Guimarães Sobrinho
Ellano de Almeida Leão
Emanuelle Vieira de Oliveria
Felipe Rodrigues de Lima Simões
Francisco Edson Alves Rodrigues
Francisco Fábio Firmino Mota
Francisco Ivanir Medeiros da Silva
Francisco Pereira da Silva -
CPRM/RETE
Gecildo Alves da Silva Junior
Glauber Demontier Queiroz Ponte
Haroldo Brito de Sá
Henrique Cristiano C. Alencar
Jardel Viana Marciel
Joaquim Rodrigues Lima Junior
José Bruno Rodrigues Frota
José Carlos Lopes - CPRM/RETE
Juliete Vaz Ferreira
Julio César Torres Brito
Nicácia Débora da Cunha
Pedro Hermano Barreto Magalhães
Raimundo Jeová Rodrigues Alves
Raimundo Viana da Silva
Ramiro Francisco Bezerra Santos
Ramon Leal Martins de Albuquerque
Rodrigo Araújo de Mesquita
Robson Ferreira da Silva
Robson Luiz Rocha Barbosa
Romero Amaral Medeiros Lima
Ronner Ferreira de Menezes
Roseane Silva Braga
Valdecy da Silva Mendonça
Veruska Maria Damasceno de Moraes
APOIO TÉCNICO-
ADMINISTRATIVO
Thiago Moraes Sousa - ASSFI/RETE
Marise Matias Ribeiro – Técnica em
Geociências
DIAGNÓSTICO DOS POÇOS
CADASTRADOS
ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
DO TEXTO
Francisco Lages Correia Filho -
CPRM/RETE - Geólogo
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOS
RELATÓRIOS DIAGNÓSTICOS
MUNICIPAIS
Mônica Cordulina da Silva
Bibliotecária - CPRM/RETE
ILUSTRAÇÕES
Francisco Lages Correia Filho -
CPRM/RETE
Ney Gonzaga de Sousa - CPRM/RETE
Maria Tereza Barradas - Terceirizada
Veruska Maria Damasceno de Moraes -
Terceirizada
BANCO DE DADOS DO SIAGAS
Coordenação
Josias Lima – Coordenador Nacional do
SIAGAS – SUREG/RE
Operador na RETE
Carlos Antônio da Luz – Responsável
pelo SIAGAS/RETE
Consistência das Fichas
Evanilda do Nascimento Pereira -
Terceirizada
Iris Celeste Nascimento Bandeira -
CPRM/RETE
José Sidiney Barros - CPRM/RETE
Ney Gonzaga de Sousa - CPRM/RETE
Maria Tereza Barradas - Terceirizada
Mickaelon Belchior Vasconcelos -
CPRM/RETE
Paulo Guilherme de O. Sousa -
Terceirizado
Renato Teixiera Feitosa - Terceirizado
Veruska Maria Damasceno de Moraes -
Terceirizada
ELABORAÇÃO DOS MAPAS
MUNICIPAIS DE PONTOS D’ÁGUA
Coordenação
Francisca de Paula da Silva Braga -
CPRM/RETE - ASPDRI
Execução
Francisca de Paula da Silva Braga -
CPRM/RETE - ASPDRI
Gabriel Araújo dos Santos -
CPRM/RETE
Maria Tereza Barradas - Terceirizada
Paulo Guilherme de O. Sousa –
Terceirizado
Veruska Maria Damasceno de Moraes -
Terceirizada
ELABORAÇÃO DOS RECORTES
GEOLÓGICOS MUNICIPAIS
Francisca de Paula da Silva Braga -
CPRM/RETE - ASSPDRI
Gabriel A. dos Santos – CPRM/RETE
Iris Celeste Bandeira Nascimento -
CPRM/RETE
Maria Tereza Barradas - Terceirizada
Paulo Guilherme de O. Sousa -
Terceirizado.
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
7
Município de Riachão
ILUSTRAÇÕES DA CAPA E DO CD ROM:
1. Fotografia dos Lençóis Maranhenses – extraída de www.brasilturismo.blog.br;
2. Fotografia de Pedra Caída, Carolina/MA – extraída de
www.passagembarata.com.br;
3. Fotografia Cachoeiras do Itapecuru, Carolina/Ma – Otávio Nogueira, 18/07/2009.
http://www.flickr.com/photos/55953988@N00/3871169364;
4. Fotografia do Centro Histórico de São Luís –
http://www.pousadaveneza.altervista.org/passeios.new.html;
5. Fotografias de Poços Tubulares – CPRM/RETE/2009.
Correia Filho, Francisco Lages
Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea,
estado do Maranhão: relatório diagnóstico do município de Riachão /
Francisco Lages Correia Filho, Érico Rodrigues Gomes, Ossian Otávio
Nunes, José Barbosa Lopes Filho. - Teresina: CPRM - Serviço Geológico
do Brasil, 2011.
31 p.: il.
1. Hidrogeologia – Maranhão - Cadastro. 2. Água subterrânea –
Maranhão - Cadastro. I. GOMES, Érico Rodrigues. II. Nunes, Ossian
Otávio. III. Lopes Filho, José Barbosa. IV. Título.
CDD 551.49098121
C824p
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
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Município de Riachão
APRESENTAÇÃO
A CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cuja missão é gerar e difundir conhecimento
geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável do Brasil executa no nordeste
brasileiro, para o Ministério de Minas e Energia, projetos visando o aumento da oferta hídrica,
inseridos no Programa Geologia do Brasil, Subprograma Recursos Hídricos, Ação Levantamento
Hidrogeológico, em sintonia com as políticas públicas do governo federal.
São ações ligadas diretamente à Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM –
Serviço Geológico do Brasil, em parceria com o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento do
Governo Federal, orientadas dentro de uma filosofia de trabalho participativa e interdisciplinar com o
intuito de fomentar atividades direcionadas para a inclusão social, reduzindo as desigualdades e
estimulando a integração com outras instituições, visando assegurar a ampliação da oferta e
disponibilidade dos recursos naturais, em particular dos recursos hídricos subterrâneos do Estado do
Maranhão, de forma sustentável e compatível com as demandas da população maranhense.
Neste contexto o Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no
Estado do Maranhão, cujos trabalhos de campo foram executados em 2008/2009 foi o último a ser
realizado no nordeste brasileiro, abrangendo 213 municípios do território maranhense, excluindo-se,
por questões metodológicas, apenas, a capital São Luis e os municípios periféricos de Raposa, Paço do
Lumiar e São José de Ribamar.
Dessa forma, essa contribuição técnica de significado alcance social credita à CPRM – Serviço
Geológico do Brasil e ao Ministério de Minas e Energia, em parceria com o PAC – Plano de
Aceleração do Crescimento, o cumprimento da missão institucional nas políticas públicas de governo
que lhes é delegada pela União, de assegurar uma abordagem e tratamento adequados aos recursos
hídricos subterrâneos, estimulando o seu aproveitamento de forma racional e sustentável,
considerando-os como um bem natural, ecológico, social e econômico, vital para o desenvolvimento
do país e para o bem estar e a saúde da população, particularmente no nordeste, face ao forte apelo
social que representa no combate aos efeitos da seca e, como mecanismo com informações
consistentes e atualizadas, na oferta de água de boa qualidade para as populações carentes,
estimulando as políticas de saúde pública na eliminação de doenças de veiculação hídrica.
Thales de Queiroz Sampaio
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
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Município de Riachão
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 9
2 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA .......................................................................................................... 11
3 - OBJETIVO ...................................................................................................................................... 11
4 – METODOLOGIA ........................................................................................................................... 12
5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ........................................................................................ 13
5.1 – Localização e Acesso ............................................................................................................... 13
5.2 - Aspectos Socioeconômicos....................................................................................................... 15
5.3 - Aspectos Fisiográficos.............................................................................................................. 16
5.4 – Geologia................................................................................................................................... 22
6 - RECURSOS HÍDRICOS................................................................................................................. 26
6.1 - Águas Superficiais .................................................................................................................... 26
6.2 – Águas Subterrâneas.................................................................................................................. 27
6.2.1 - Domínios Hidrogeológicos .................................................................................................... 28
6.2.2 – Diagnóstico dos Poços Cadastrados...................................................................................... 30
6.2.3 – Aspectos Qualitativos das Águas Subterrâneas..................................................................... 34
7 – CONCLUSÕES............................................................................................................................... 36
8 – RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................... 39
9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................ 40
APÊNDICE
1.Planilha de Dados das Fontes de Abastecimento
ANEXOS
1.Mapa de Pontos D’Água
2.Esboço Geológico Municipal
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
10
Município de Riachão
1 - INTRODUÇÃO
O Polígono das Secas, que abrange quase toda a região Nordeste e o norte de Minas
Gerais e do Espírito Santo, apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema
irregularidade de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cenário, a escassez de água constitui
um forte entrave ao desenvolvimento socioeconômico e, até mesmo, à subsistência da
população. A ocorrência cíclica das secas e seus efeitos catastróficos são por demais
conhecidos e remontam aos primórdios da história do Brasil.
Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regiões, através de
uma gestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Entretanto, a carência
de estudos de abrangência regional, fundamentais para a avaliação da ocorrência e da
potencialidade desses recursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo,
inviabilizando um gerenciamento eficiente. Além disso, as decisões sobre a implementação de
ações de convivência com a seca exigem o conhecimento básico sobre a localização, a
caracterização e a disponibilidade dessas fontes hídricas.
Para esse efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contexto
emergencial, como é o caso das secas, merece atenção a utilização das fontes de
abastecimento de água subterrânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no
suprimento hídrico da população e dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o
desconhecimento generalizado, em todos os setores, tanto do número quanto da situação das
captações existentes. Esse fato é agravado quando se observa a grande quantidade dessas
captações de água subterrânea no semiárido, principalmente em rochas cristalinas, desativadas
e/ou abandonadas por problemas de pequena monta, em muitos casos passíveis de ser
solucionados com ações corretivas de baixo custo.
Para suprir as necessidades das instituições e demais segmentos da sociedade, atuantes
no atendimento à população da região Nordeste quanto à garantia de oferta e disponibilidade
hídricas, principalmente nos momentos críticos de estiagem, a CPRM executou o Projeto
Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Maranhão, em
consonância com as diretrizes do Governo Federal e com os propósitos apresentados pelo
Ministério de Minas e Energia.
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
11
Município de Riachão
2 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA
Os trabalhos de cadastramento estenderam-se por todo o estado do Maranhão, que foi
dividido, metodologicamente, para efeito de planejamento, em oito áreas de atuação,
compreendendo 213 municípios e cobrindo uma superfície aproximada de 330.511 km2
(Figura 1).
Figura 1 - Área do projeto, em destaque, abrangendo todo o estado do Maranhão, e o cadastramento das regiões
nordeste e norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, realizado pela CPRM.
3 - OBJETIVO
Cadastrar todos os poços tubulares, poços amazonas representativos e fontes naturais,
em todo o estado do Maranhão, abrangendo 213 municípios. Excetua-se, por questões
metodológicas, a região metropolitana da Ilha de São Luis, onde estão incluídos a capital e os
municípios de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar.
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
12
Município de Riachão
4 – METODOLOGIA
O planejamento operacional para a realização deste projeto teve como base a
experiência da CPRM em cadastramento de poços dos estados do Ceará, feito em 1998, de
Sergipe, em 2001, além do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Alagoas, da
Bahia, do Piauí e do norte de Minas Gerais e do Espírito Santos, em 2002/2003, realizados
com sucesso.
Do ponto de vista metodológico, no estado do Maranhão, os trabalhos de campo foram
executados a partir da divisão do estado em oito áreas de planejamento, nominadas de I a
VIII, com superfícies variando de 35.431 a 50.525 km2
. Cada área foi levantada por uma
equipe sob a coordenação de um técnico da CPRM e composta, em média, de quatro
recenseadores, na maioria estudantes de nível superior dos cursos de Geologia e Geografia,
selecionados e treinados pela CPRM. A área II, situada na porção nordeste do estado, abrange
33 municípios, cadastrados em 2008, sob a coordenação do geólogo Carlos Antônio da Luz.
As áreas restantes, I, III, IV, V, VI, VII e VIII, com 180 municípios, foram cadastrados em
2009, sob a responsabilidade do geólogo Francisco Lages Correia Filho.
O trabalho contemplou o cadastro das fontes de abastecimento por água subterrânea
(poços tubulares, poços amazonas e fontes naturais), com determinação das coordenadas
geográficas, por meio do uso do Global Position System (GPS), e obtenção de todas as
informações passíveis de ser coletadas, através de uma visita técnica (caracterização do poço,
instalações, situação da captação, dados operacionais, qualidade e uso da água, aspectos
ambientais, geológicos e hidrológicos).
Os dados coligidos foram repassados sistematicamente ao Núcleo de
Geoprocessamento de Dados da CPRM – Residência de Teresina, para, após rigorosa análise,
alimentarem um banco de dados que, devidamente consistido e tratado, possibilitou a
elaboração de um mapa de pontos d’água e um esboço geológico de cada um dos municípios
inseridos na área de atuação do projeto. As informações desse banco estão contidas neste
relatório diagnóstico de fácil manuseio e compreensão, acessível a diferentes usuários. Os
esboços geológicos municipais foram extraídos a partir de recortes do Mapa Geológico do
Brasil ao Milionésimo – GIS Brasil (CPRM, 2004), com alguns ajustes. Mas, em função da
diferença de escala, podem apresentar distorções ou algum erro.
Na produção desses mapas, foram utilizadas bases cartográficas com dados
disponibilizados pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, como hidrografia,
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
13
Município de Riachão
localidades e estradas e os Mapas Municipais Estatísticos, em formato digital do IBGE
(2007), elaborados a partir das cartas topográficas da SUDENE e do DSG – escala 1:100.000,
sobre os quais foram colocados os dados referentes aos poços e fontes naturais, além da
geologia e hidrogeologia. A base estadual com os limites municipais foi cedida pelo IBGE.
Os trabalhos de montagem e arte final dos mapas foram realizados com o software ArcGIS
10.
Há municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do
mapa municipal. Tais casos acontecem devido a problemas ainda existentes na cartografia
municipal ou a informações incorretas, fornecidas aos recenseadores.
Além desse produto impresso, todas as informações coligidas em cada município estão
disponíveis em meio digital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualização.
5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
5.1 – Localização e Acesso
O município de Riachão teve sua autonomia política em 08/05/1835, está inserido na
Mesorregião Sul Maranhense, dentro da Microrregião Gerais de Balsas (Figura 2), abrange
uma área de 6.372 km², com uma população de aproximadamente 20.209 habitantes e
densidade demográfica de 3.17 habitantes/km² (IBGE, 2010). Limita-se ao Norte com os
municípios de Feira Nova do Maranhão e Nova Colinas; ao Sul com o estado do Pará e o
município de Balsas; a Leste com o município de Balsas e a Oeste com o município de
Carolina (Google Maps, 2011).
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
14
Município de Riachão
Figura 2 - Mapa de localização do município de Riachão.
A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: -07º21’36” de Latitude
Sul e -46º36’36” de Longitude Oeste de Greenwich (IBGE, 2010).
O acesso a partir de São Luis, capital do estado, em um percurso total de 825 km, se
faz da seguinte maneira: 346 km pela BR–135 até a cidade de Presidente Dutra, 90 km pela
BR–226 até a cidade de Barra do Corda, 231 km pelas rodovias MA-012 e Ma-132 até a
cidade de São Raimundo das Mangabeiras e 158 Km pela BR–230 até a cidade de Riachão
(Google Maps, 2011).
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
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Município de Riachão
5.2 - Aspectos Socioeconômicos
Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos, a partir de pesquisa
nos sites do IBGE (www.ibge.gov.br), da Confederação Nacional dos Municípios – CNM
(www.cnm.org.br) e no Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos.
O município foi elevado à condição de cidade com a denominação de Riachão, pela
Lei Estadual nº 13 de 08/05/1835. Segundo o IBGE (2010), cerca de 50,49% da população
reside na zona urbana, sendo que a incidência de pobreza no município é de 57,0% e o
percentual dos que estão abaixo do nível de pobreza é de 46,63%.
Na educação, segundo o IMESC (2010), destacam-se os seguintes níveis escolares em
Riachão: Educação Infantil, pré-escolar (8,59%); Educação de Jovens e Adultos (7,44%);
Ensino Fundamental, 1º ao 9º ano (71,81%); Ensino Médio, 1º ao 3º ano (12,16%). O
analfabetismo atinge mais de 26% da população da faixa etária acima de 07 anos (IBGE,
2010).
No campo da saúde, a cidade conta com 05 estabelecimentos públicos de atendimento.
No censo de 2000, o Estado do Maranhão teve o pior Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH) do Brasil e Riachão obteve baixo desempenho, com IDH de 0,591.
O Programa de Saúde da Família – PSF vem procedendo a organização da prática
assistencial em novas bases e critérios, a partir de seu ambiente físico e social, com
procedimentos que facilitam a compreensão ampliada do processo saúde/doença e da
necessidade de intervenções que vão além de práticas curativas. Em Riachão a relação entre
profissionais da saúde e a população é 1/182 habitante, segundo o IMESC (2010).
A pecuária, a lavoura permanente e a lavoura temporária, as transferências
governamentais, o setor empresarial com 153 unidades atuantes e o trabalho informal são as
principais fontes de recursos para o município.
A água consumida na cidade de Riachão é distribuída pelo Serviço Autônomo de
Água e Esgoto – SAAE, autarquia municipal que atende aproximadamente 3.271 domicílios
através de uma central de abastecimento (IBGE, 2010). O município possui um sistema de
escoamento superficial dos efluentes domésticos e pluviais que são lançados em cursos
d’águas permanentes. A disposição final do lixo urbano, não é feita adequadamente em um
aterro sanitário.
De acordo com os dados da IBGE (2010), apenas 36,99% dos domicílios têm seus
lixos coletados, enquanto 46,49% lançam seus dejetos diretamente no solo ou os queimam
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
16
Município de Riachão
16,51% jogam o lixo em lagos ou outros destinos. Dessa forma, a disposição final do lixo
urbano e do esgotamento sanitário não atendem as recomendações técnicas necessárias, pois
não há tratamento do chorume, dos gases produzidos pelos dejetos urbanos, nem dos efluentes
domésticos e pluviais, como forma de reduzir a contaminação dos solos, a poluição dos
recursos naturais e a proliferação de vetores de doenças de veiculação hídrica. A coleta
diferenciada para o lixo dos estabelecimentos de saúde é acondicionada em vazadouros,
juntamente com os demais resíduos urbanos, elevando o risco de poluição dos recursos
hídricos subterrâneos.
O fornecimento de energia é feito pela ELETRONORTE, través da CEMAR (2011)
pelo Sistema Regional de Porto Franco, que abrange a região sul maranhense. O sistema
elétrico desta região é suprido radialmente em 138 KV e 69 KV com potência de 100MVA -
230/138 KV e 33,0MVA - 230/69 KV, composto por dez subestações, sendo uma na tensão
de 138/69 KV, quatro em 69/13,8 KV, uma em 69/34,5 KV e quatro em 34,5/13,8 KV.
Segundo o IMESC (2010) referente aos dados de 2008, existem 4.071 ligações de energia
elétrica no município de Riachão.
5.3 - Aspectos Fisiográficos
O estado do Maranhão, por se encontrar em uma zona de transição dos climas
semiárido, do interior do Nordeste, para o úmido equatorial, da Amazônia, e por ter maior
extensão no sentido norte-sul, apresenta diferenças climáticas e pluviométricas. Na região
oeste, predomina o clima tropical quente e úmido (As), típico da região amazônica. Nas
demais regiões, o estado é marcado por clima tropical quente e semiúmido (Aw).
As temperaturas em todo o Maranhão são elevadas, com médias anuais superiores a
24ºC, sendo que ao norte chega a atingir 26ºC. Esse estado é caracterizado pela ocorrência de
um regime pluviométrico com duas estações bem definidas. O período chuvoso, que se
concentra durante o semestre de dezembro a maio, apresenta registros estaduais da ordem de
290,4 mm e alcança os maiores picos de chuva no mês de março. O período seco, que ocorre
no semestre de junho a novembro, com menor incidência de chuva por volta do mês de
agosto, registra médias estaduais da ordem de 17,1mm. Na região oeste do estado, onde
predomina o clima tropical quente e úmido (As), as chuvas ocorrem em níveis elevados
durante praticamente todo o ano, superando os 2.000 mm. Nas outras regiões, prevalece o
clima tropical quente e semiúmido (Aw), com sucessão de chuvas durante o verão e o inverno
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
17
Município de Riachão
seco, cujas precipitações reduzidas alcançam 1.250 mm. Há registros ainda menores na
região sudeste, podendo chegar a 1.000 mm.
O território maranhense apresenta-se como uma grande plataforma inclinada na
direção sul-norte, com baixo mergulho para o oceano Atlântico. Os grandes traços atuais do
modelado da plataforma sedimentar maranhense revelam feições típicas de litologias
dominantes em bacias sedimentares. Essa plataforma, submetida à atuação de ciclos de erosão
relativamente longos, respondeu de forma diferenciada aos agentes intempéricos, em função
de sua natureza, de estruturação e de composição das rochas, modelando as formas tabulares e
subtabulares da superfície terrestre. Condicionados ao lineamento das estruturas litológicas,
os gradientes topográficos dispõem-se com orientações sul-norte. As maiores altitudes estão
localizadas na porção sul, no topo da Chapada das Mangabeiras, no limite com o estado do
Tocantins. As menores altitudes situam-se na região norte, próximo à linha de costa.
Feitosa (1983) classifica o relevo maranhense em duas grandes unidades: planícies,
que se subdivide em unidades menores (costeira, flúviomarinha e sublitorânea), e planaltos.
As planícies ocupam cerca de 60% da superfície do território e os planaltos 40%. São
consideradas planícies as superfícies com cotas inferiores a 200 metros. Já os planaltos são
superfícies com cotas acima de 200 metros, restritos às áreas do centro-sul do estado.
Jacomine et al. (1986 apud VALLADARES et al., 2005) apresentam de maneira
simplificada as seguintes formas de relevo no estado do Maranhão: chapadas altas e baixas,
superfícies onduladas, grande baixada maranhense, terraços e planícies fluviais, tabuleiros
costeiros, restingas e dunas costeiras, golfão maranhense e baixada litorânea.
O centro-sul do estado abriga as áreas de planalto, com altitudes entre 200 e 800
metros, com as principais vertentes hidrográficas estando localizadas na chapada das
Mangabeiras, na serra do Tiracambu e suas extensões (serras do Gurupi e da Desordem), na
serra da Menina e no sistema formado pelas serras da Crueira, Itapecuru e Alpercatas. Esse
conjunto geomorfológico forma e individualiza as bacias hidrográficas dos rios: Gurupi,
Turiaçu, Maracaçumé-Tromaí, Uru-Pericumã-Aurã, Mearim, Itapecuru, Tocantins, Parnaíba,
Munim e outros rios menores sobre a bacia de Barreirinhas (Costa et al., 1997). Os processos
erosivos, agindo sobre os sedimentos das formações Piauí, Pedra de Fogo e Motuca,
originaram planos irregulares que se estendem do rio Tocantins a oeste, acompanhando o rio
Sereno, até o rio Parnaíba a leste, margeando este e também a drenagem do rio das Balsas. As
Coberturas Detrito-Lateríticas, que recobrem os sedimentos da formação Pedra de Fogo,
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18
Município de Riachão
deram origem às chapadas do Alto Parnaíba, como a serra do Penitente. A erosão fluvial, que
contorna os chapadões da alta bacia do rio Itapecuru e expõe os arenitos da formação
Sambaíba, originou relevos em posição altimétrica, inferior aos chapadões, dando origem a
amplos vales pedimentados. Na região dos Tabuleiros do Parnaíba, na sua margem esquerda,
ocorrem planos irregulares em níveis altimétricos diferenciados entre 200 a 400 metros, mais
na parte sul, com relevo nas vertentes dissecados em colinas e morros. Na região do Patamar
das Cabeceiras do Mearim, têm-se planos rampeados em níveis altimétricos, que variam de
200 a 500 metros. Em alguns trechos, principalmente no baixo curso do rio Alpercatas e seus
afluentes, o relevo é em colinas e morros residuais que se destacam na paisagem. Na região
do Patamar de Porto Franco/Fortaleza dos Nogueiras, as cotas altimétricas variam de 150
metros, nas proximidades do rio Tocantins, a 650 metros, na parte leste. Na área dos Planos
Arenosos de Riachão, drenada pelo rio Tocantins, as altitudes estão em torno de 150 metros e
caracteriza-se pelos planos com areias quartzosas resultantes da decomposição dos arenitos da
formação Sambaíba. A região dos Tabuleiros de Balsas caracteriza-se por relevos planos
localmente limitados por escarpas e por vertentes dissecadas em lombas e colinas, estando em
níveis altimétricos que variam de 150 a 400 metros. Os Vãos do Alto Itapecuru correspondem
aos vales do alto rio Itapecuru, do Alpercatas e do Balseiros que entalham as chapadas
existentes nessa área. Na parte oeste, esses vãos se caracterizam como amplos vales
pedimentados, com cotas altimétricas que variam de 350 a 400 metros, com a drenagem
apresentando-se controlada por alinhamentos estruturais de direção oeste-leste. Na parte leste,
a drenagem está disposta de sul para norte e os vãos acham-se dissecados em lombas e
colinas, com as altitudes nesse trecho variando de 200 a 300 metros. Nos chapadões do Alto
Itapecuru, o relevo é plano, limitado por escarpas dissecadas. O topo dos chapadões é mantido
pelo nível de laterita, que forma coberturas, e as cotas altimétricas variam de 300 metros, na
parte leste, a 500 metros, no oeste. Esses chapadões acham-se recortados pela drenagem que
isolou blocos conhecidos regionalmente como serra das Alpercatas e serra do Itapecuru, além
de denominações locais como serra da Crueira. Na região das Chapadas do Alto Parnaíba, a
exemplo dos chapadões do Alto Itapecuru, as chapadas se encontram recortadas pela
drenagem e se dispõem na direção sul-norte. O bloco principal é conhecido como serra do
Penitente e as cotas altimétricas variam de 150 metros, na margem do Parnaíba, a 600 metros
na citada serra. Na região dos Vãos do Alto Parnaíba, o relevo caracteriza-se por vales amplos
e pedimentados do alto curso dos rios Parnaíba, das Balsas e Miguel Alves Grande, afluente
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do rio Tocantins, onde dominam planos rampeados. Ao longo do rio Manuel Alves Grande,
afluente do rio Tocantins, ocorrem áreas abaciadas sujeitas a inundações no período chuvoso.
Esses vãos foram entalhados em cotas altimétricas, que variam de 350 a 500 metros. Nas
Cabeceiras do Parnaíba, o relevo caracteriza-se por rampas em direção à drenagem principal,
enquanto que na parte oeste destacam-se relevos residuais de topo plano, limitados por
escarpas, configurando-se como restos das chapadas que ocorrem no sul do estado. As cotas
altimétricas nessa região variam de 500 a 650 metros e decaem de sul para norte. A área das
Chapadas das Mangabeiras, que faz o limite sul do estado do Maranhão com o estado do
Tocantins, caracteriza-se por apresentar um relevo de topo plano, com cotas altimétricas em
torno de 800 metros. Esse topo plano está limitado por escarpas dissecadas. As Planícies
Fluviais correspondem às várzeas e terraços fluviais, dispostos ao longo dos rios principais,
compostos pelas aluviões e estão sujeitos a inundações durante as enchentes.
As diferentes condições de clima, de relevo e de solo do território brasileiro permitem
o desenvolvimento de uma grande diversidade de ambientes naturais. A cobertura vegetal do
Maranhão reflete, em particular, a influência das condições de transição climática, entre o
clima amazônico e o semiárido nordestino. Na região do Tabuleiro do Parnaíba, a vegetação é
caracterizada pelo contato da Savana com a Floresta, dominando a Savana Arbórea Aberta,
descaracterizada em alguns trechos, para a implantação da agropecuária e agricultura de
subsistência; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.100 a
1.400 mm. No Patamar das Cabeceiras do Mearim, predomina a cobertura vegetal Savana
Parque e a Savana Arbórea Aberta; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade
anual varia de 1.000 a 1.200 mm. No Patamar de Porto Franco/Fortaleza dos Nogueiras, a
vegetação dominante é da Savana Arbórea Aberta, Savana Densa e a Savana Parque; o clima
regional é subúmido a semiárido na parte sul e subúmido no norte, a pluviosidade anual varia
de 1.300 a 1.600 mm. Na região dos Planos Arenosos de Riachão, a vegetação dominante é a
Savana Arbórea Aberta e a Savana Parque; o clima regional é subúmido, na parte norte, e
subúmido a semiárido, no setor sudeste; a pluviosidade anual varia de 1.300 a 1.700 mm. Nos
Vãos do Alto Parnaíba, a vegetação dominante é a da Savana Arbórea Densa, Savana Aberta e
Savana Parque; o clima é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.100 a 1.300
mm. Na área do Tabuleiro de Balsas, a vegetação dominante é a Savana Arbórea Aberta e a
Savana Densa, descaracterizada pela agropecuária e pela agricultura de subsistência; o clima
regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.000 a 1.200 mm. Na região
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20
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das Chapadas do Alto Itapecuru, a vegetação predominante é a Savana Arbórea Aberta,
descaracterizada para implantação de agricultura comercial de soja, arroz e sementes de
capim; o clima regional é subúmido a semiárido e subúmido e a pluviosidade anual varia de
1.100 a 1.500 mm. Na área dos Vãos do Alto Itapecuru, a vegetação dominante é a Savana
Arbórea Aberta e Savana Densa, descaracterizada pela agropecuária e pela agricultura de
subsistência; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.000 a
1.200 mm. Na região das chapadas do Alto Parnaíba, a vegetação dominante é a Savana
Arbórea Aberta e a Savana Arbórea Densa, devastada na serra do Penitente, pela agricultura
comercial de soja; o clima regional é subúmido a semiárido e subúmido e a pluviosidade
anual varia de 1.100 a 1.500mm. Nas Cabeceiras do Parnaíba, a vegetação é a Savana Parque
e a Savana Arbórea Aberta; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual
varia de 1.200 a 1.300 mm. Na Chapada das Mangabeiras, a vegetação dominante é a Savana
Parque, no topo das serras, e a Savana Arbórea Aberta; o clima regional é subúmido a
semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.200 a 1.300mm. Nas Planícies Fluviais, a
cobertura vegetal dominante são as Formações Pioneiras, com influência fluvial.
Os solos da região estão representados por Latossolo Amarelo, Podzólico Vermelho-
Amarelo, Terra Roxa, Plintossolos, Solos Litólicos e Areias Quartzosas (EMBRAPA, 2006).
Latossolo Amarelo são solos profundos, bem a acentuadamente drenados, com horizontes de
coloração amarelada, de textura média e argilosa, sendo predominantemente distróficos,
ocorrendo também álicos, com elevada saturação de alumínio e teores de nutrientes muito
baixos. São encontradas em áreas de topos de chapadas, ora baixas e dissecadas, ora altas e
com extensões consideráveis, apresentando relevo plano com pequenas e suaves ondulações,
tendo como material de origem mais comum, as coberturas areno-argilosas e argilosas,
derivadas ou sobrepostas às formações sedimentares. Mesmo com baixa fertilidade natural e
em decorrência do relevo plano e suavemente ondulado, esse solo tem ótimo potencial para
agricultura e pecuária. Devido sua baixa fertilidade e acidez elevada, esses solos são exigentes
em corretivos e adubos químicos e orgânicos.
Os Podzólicos Vermelho-Amarelos são solos minerais com textura média e argilosa,
situando-se, principalmente, nas encostas de colinas ou outeiros, ocupando também áreas de
encostas e topo de chapadas, com relevo que varia desde plano até fortemente ondulado. São
originados de materiais de formações geológicas, principalmente sedimentares, de outras
coberturas argilo-arenosas assentadas sobre as formações geológicas. As áreas onde ocorrem
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Município de Riachão
essa classe de solo são utilizadas com cultura de subsistência, destacando-se as culturas de
milho, feijão, arroz e fruticultura (manga, caju e banana), além do extrativismo do coco
babaçu. As áreas, onde o relevo é plano a suavemente ondulado podem ser aproveitadas para
a agricultura, de forma racional, com controle da erosão e aplicação de corretivos e adubos
para atenuar os fatores limitantes à sua utilização.
Terra Roxa são solos minerais, não-hidromórficos, apresentando cor vermelho-escura
tendendo à arroxeada, derivados do intemperismo de rochas básicas e ultrabásicas, ricas em
minerais ferromagnesianos, sendo comum sua ocorrência nas partes média e inferior de
encostas onduladas a fortemente onduladas. Na sua maioria, são eutróficos, com ocorrência
menos freqüentes de distróficos e raramente álicos. A textura varia de argilosa a muito
argilosa, bastante porosos, com teores de ferro elevados, tendo como característica peculiar,
apresentar materiais que são atraídos pelo imã. Os solos eutróficos são de grande importância
agrícola, com elevado potencial produtivo, e os distróficos e álicos respondem bem à
aplicação de fertilizantes e corretivos. Pelas suas características, esses solos têm aptidão boa
para lavouras e demais usos agropastoris, exceto pelo seu posicionamento no relevo.
Plintossolos são solos de textura média e argilosa que tem restrição à percolação
d’água, sujeitos ao efeito temporário do excesso de umidade e se caracterizam por apresentar
horizonte plíntico, podendo ser álicos, distróficos e eutróficos. Ocupam áreas de relevo
predominantemente plano ou suavemente ondulado e se originam a partir das formações
sedimentares. Os Plintossolos eutróficos são os que propiciam maior produtividade com as
diversas culturas. Os Plintossolos álicos e distróficos, principalmente os arenosos, são solos
de baixa fertilidade natural e acidez elevada. Além do extrativismo do coco babaçu, nas áreas
desse solo, tem-se o uso agrícola com a cultura de mandioca, arroz, feijão, milho, fruticultura
e a pecuária extensiva, principalmente bovinos. Em áreas com relevo plano e suavemente
ondulado, esses solos favorecem o uso de máquinas agrícolas, porém devem ser observados
os cuidados para evitar os efeitos da erosão.
Solos Litólicos são solos minerais não hidromórficos, pouco desenvolvidos, muito
rasos ou rasos, com horizonte A sobre a rocha ou sobre horizonte C. São de textura variável,
freqüentemente arenosa ou média e preferencialmente ocupam locais com forte declividade,
geralmente encostas de morros, serras e sopés de chapadas. As principais limitações quanto ao
uso agrícola são a pequena espessura do solo, a freqüente ocorrência de cascalhos e
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fragmentos de rocha no seu perfil, a grande susceptibilidade à erosão, mormente nas áreas de
relevo acidentado que são as mais freqüentes de sua ocorrência.
Areias Quartzosas são solos arenosos, essencialmente quartzosos, que apresentem
teores em argila inferiores a 15%, muito profundos, excessivamente drenados, forte a
fortemente ácidos e com baixa a muito baixa fertilidade natural. Apresenta baixa saturação de
bases e alta a média saturação de alumínio trocável. Não dispõem praticamente de nenhuma
reserva de nutrientes para as plantas. A seqüência dos horizontes é do perfil do tipo A/C, onde
A apresenta profundidade variável, com baixos teores de matéria orgânica.
O município de Riachão está localizado na Mesorregião Sul Maranhense, na
Microrregião Gerais de Balsas. A altitude da sede do município é de 383 metros acima do
nível do mar e a variação térmica durante o ano é pequena, com a temperatura oscilando entre
21,2°C e 31,9°C. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é tropical (AW’)
subúmido com dois períodos bem definidos: um chuvoso, que vai de novembro, a abril com
médias mensais superiores a 186 mm e outro seco, correspondente aos meses de maio a
outubro. Dentro do período de estiagem, a precipitação pluviométrica variou de 3,7 a 93,1
mm e no período chuvoso, de 137,6 a 249,6 mm, com média anual em torno de 1.311 mm.
Esses dados são referentes ao período de 1961 a 1990 (JORNAL DO TEMPO, 2011).
O relevo da região é de planalto com formas mais elevadas no centro sul, com
altitudes entre 200 e 800 metros. O município encontra-se nas mediações da depressão de
Balsas, onde se encontra um conjunto de morfoesculturas rebaixadas, modeladas no sentido
leste-oeste. É dominada por chapadas com formas amplas e baixas (FEITOSA, 2006). Os
cursos d’água da região fazem parte da bacia hidrográfica do Tocantins e a vegetação da
região é composta pelo Cerrado que se caracteriza por possuir arvores com troncos e galhos
retorcidos e suberizados IMESC (2008).
5.4 – Geologia
O município de Riachão está inserido nos domínios da Bacia Sedimentar do
Parnaíba, que, segundo Brito Neves (1998), foi implantada sobre os riftes cambro-
ordovicianos de Jaibaras, Jaguarapi, Cococi/Rio Jucá, São Julião e São Raimundo Nonato.
Compreende as supersequências Silurianas (Grupo Serra Grande), Devoniana (Grupo
Canindé) e Carbonífero-Triássica (Grupo Balsas) de Góes e Feijó (1994).
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
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Na área do município, o Grupo Balsas está representado pelas formações Piauí (C2pi)
Carbonífero, Pedra de Fogo (P12pf), Motuca (P3m) Permiano e Sambaíba (T12s), Triássico;
o Grupo Mearim, através das formações Mosquito (J1βm) e Corda (J2c) Jurássico; o
Terciário-Quaternário, pelos Depósitos Colúvio-Eluviais (NQc).
Small (1913 apud SANTOS et al., 1984) usou o termo “série Piauí” para designar toda
sequência paleozóica da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Posteriormente, Duarte (1936 apud
SANTOS et al., 1984) e Oliveira & Leonardos (1943) restringiram o termo “série” para o de
formação, representando apenas as camadas carboníferas do Pensilvaniano. Os limites
estratigráficos atuais para a sequência pensilvaniana, compreendidos entre os arenitos e
siltitos da formação Poti e o sílex basal da formação Pedra de Fogo é o conceito adotado por
Lima & Leite (1978). Litologicamente a formação Piauí consiste de uma sequência
essencialmente arenosa, com níveis de siltitos e folhelhos, além de intercalações de calcário.
No topo desenvolvem-se, localmente, níveis de sílex. Os sedimentos arenosos da seção
inferior são representados por arenitos avermelhados, róseos e amarelados, finos a grosseiros,
argilosos, localmente feldspáticos. A seção superior é constituída de arenitos avermelhados,
amarelo-esbranquiçados, finos a médios, pintalgados de caulim, regularmente selecionados e
grãos subarredondados. Estratificação cruzada tipo plano-tabular e acanalada de grande porte
são as estruturas dominante na seção. Aflora no extremo sul do município de Riachão.
Plummer (1946 apud SANTOS et al., 1984) propôs o termo formação Pedra de Fogo
para designar as camadas ricas em chert e fósseis vegetais Psaronius, que afloram no vale do
rio Pedra de Fogo, entre Pastos Bons e Nova Iorque. Esse conceito foi adotado por Lima &
Leite (1978). A formação caracteriza-se, essencialmente, por uma sequência de siltitos,
folhelhos e calcários, com arenitos predominando na seção média. Em todo o pacote
desenvolvem-se leitos de até 0,50m de espessura, lentes ou até nódulos achatados de silexito,
uma característica marcante da unidade. Troncos de madeira silicificada, descritos como
Psaronius, com até 50 cm de diâmetro, são encontrados na base e próximo do topo da
formação. É comum, nos níveis de arenitos, estratificação cruzada, enquanto nos níveis de
folhelhos e siltitos ocorrem fragmentos de conchas e impressões de restos vegetais. São
freqüentes estruturas de escorregamento (slumping) em “pequenos dobramentos”, causados
por acomodação de estratos de diferentes competências. É a que tem maior expressão
geográfica e aflora, na porção sul e na parte central do município de Riachão.
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
24
Município de Riachão
Formação Motuca (P3m). Plummer (1948 apud SANTOS et al., 1984) propôs a
denominação formação Motuca para designar os folhelhos vermelho-tijolo com intercalações
de calcário e anidrita, sobrejacente aos estratos Pedra de Fogo que afloram nos arredores da
fazenda Motuca, entre São Domingos e Benedito Leite, no estado do Maranhão. Aguiar
(1971) dividiu essa formação em três membros e ratificou a sua concordância com as
formações Pedra de Fogo e Sambaíba, considerando-a de idade permo-triássica. A espessura
máxima dessa formação na Bacia Sedimentar do Parnaíba, atravessada em sondagem, é de
296 m (PETRI e FÚLVARO, 1983). Reúne, na sua seção inferior, arenitos finos a médios,
róseos a esbranquiçados, além de folhelhos e siltitos arenosos, vermelho-tijolo. Na seção
média predominam siltitos e folhelhos esverdeados, bem laminados, com fraturas preenchidas
por aragonita. A seção superior constitui-se de arenitos avermelhados, finos a médios,
argilosos. Ocorrem, também, leitos de sílex contorcidos, indicando pequenos dobramentos
convolutos. Assenta-se sobre a formação Pedra de Fogo e é recoberta pela formação
Sambaíba, com as quais mantém, respectivamente, relações de contato gradacional na base e
no topo, às vezes bruscos e com discordância erosiva. Ocupa uma área situada a sul
estendendo-se para sudoeste e nordeste do município de Riachão.
Plummer (1948 apud SANTOS et al., 1984) usou originalmente o termo Sambaíba para
designar os arenitos que afloram, em forma de mesetas, próximo à cidade de Sambaíba, no
estado do Maranhão. Litologicamente, esta formação consiste de arenitos avermelhados,
róseos, escuros e esbranquiçados, predominantemente finos a médios. Em geral, são
pintalgados de caulim, com grãos subangulares à subarredondados e foscos. É comum, na
seção mais superior, níveis de sílex. Ainda, no topo da unidade, onde ocorrem intercalações
de níveis de basalto, esses arenitos apresentam-se bastante silicificados. Estratificação cruzada
de grande porte do tipo torrencial é a estrutura sedimentar, predominante. Northfleet & Neves
(1967 apud SANTOS et al., 1984) citam espessuras variáveis de 60 a 110 metros para a
formação Sambaíba. Lima e & Leite (1978) referem-se a 40 metros de espessura na região de
Lizarda-Gurupá, no Estado do Tocantins. 200 metros, próximo a cidade de Sambaíba-MA. Na
região centro-sul, da bacia, nota-se maior expressividade, em termos de espessura dessa
unidade, enquanto na borda oeste da bacia suas espessuras são decrescentes no sentido E-W.
O contato inferior da formação Sambaíba, com unidades Paleozóicas (formações Piauí e
Pedra de Fogo) é discordante e, concordante com a formação Motuca (Lima & Leite, 1978).
Seu contato superior com a formação Urucuia é discordante e, em geral, marcado por uma
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superfície aplainada, com cobertura arenosa sendo, também discordante com a formação
Corda. No contato dos arenitos Sambaíba com os basaltos observa-se o truncamento dos
primeiros pelos basaltos. Ocupa vasta área na porção norte, estendendo-se para sudoeste do
município de Riachão.
Segundo a definição de Aguiar (1971), a formação Mosquito é litologicamente
constituída por derrames basálticos com uma intercalação sedimentar, descontínua e restrita,
onde foi observada, em sua porção inferior, exclusivamente nas proximidades da cidade de
Fortaleza dos Nogueira, estado do Maranhão, por (Lima & Leite, 1978). Os basaltos são, em
geral, de cores escuras, raramente em tons verde, afaníticos, com amígdalas preenchidas por
calcedônea, zeólitos e material criptocristalino, esverdeado. Os arenitos são róseos e
esbranquiçados, finos a médios, pintalgados de caulim, parcialmente silicificados, com
estratificação plano-paralela ou cruzada. O contato superior da unidade com a formação
Corda é discordante, marcado por uma superfície de erosão acentuada. O contato inferior do
basalto com os sedimentos da formação Sambaíba mostra esses arenitos completamente
truncados pelos basaltos. Aflora a norte, nordeste e noroeste do município de Riachão.
Lisboa (1914 apud SANTOS et al., 1984) usou pela primeira vez a denominação Corda
para designar os arenitos vermelhos que ocorrem intercalados em basaltos no vale do rio
Mearim, no estado do Maranhão. Aguiar (1969) considera como formação Corda a seção de
sedimentos, com espessura em torno de 80 metros, com intercalações de sílex, de idade
jurássica, assentados sobre os basaltos da formação Mosquito e, recoberta, discordantemente,
pelos basaltos da formação Sardinha. Quando a formação Corda ocorre em contato com os
basaltos da formação Mosquito a seqüência litológica dessa formação inicia-se por arenitos
grosseiros a conglomeráticos, marrons-avermelhados e arroxeados. Quando a unidade repousa
diretamente sobre outras formações, estando ausente o basalto Mosquito, a seqüência
litológica consiste, essencialmente de arenitos argilosos, marrons-avermelhados, com
estratificação cruzada de grande porte. Localmente, esses arenitos são muitos calcíferos, como
observados em Imperatriz e Grajaú no Maranhão e Tocantinópolis no Tocantins. Em sua
seção média pode ocorrer intercalações nos arenitos de níveis de argilitos, siltitos argilosos e
folhelhos, com estratificação cruzada. O topo da unidade reúne arenitos arroxeados e
marrons-avermelhados, médios a grosseiros, grãos arredondados e foscos, com seixos de
quartzo e estratificação plano-paralela de grande porte. Sua espessura varia de 30 metros na
região de Imperatriz, 84 metros na região de Pastos Bons, segundo Lima & Leite (1978).
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
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Município de Riachão
Northfleet & Mello (1967 apud SANTOS et al., 1984) atribuem para a unidade Corda a
espessura de 80 metros na região do município de Fortaleza dos Nogueiras. Aflora em uma
área no extremo nordeste do município de Riachão.
Depósitos Colúvio-Eluviais (NQc). A primeira tentativa de separação dessas
coberturas interioranas, determinando-as de Cobertura Colúvio-Eluviais Indiferenciadas,
coube a Campos et al. (1976). Porém, com base em estudos de campo Oliveira et al. (1974
apud AGUIAR, 1999), esses capeamentos foram definidos como produtos de alteração de
rochas cristalinas transformados em sedimentos areno-siltico-argilosos, inconsolidados, de
idade Terciário-Quaternário. Braga et al. (1977) caracterizam litologicamente esses
sedimentos como um material areno-argiloso, caulinítico, com cimento argiloso e/ou
ferruginoso. Eles são constituídos de grãos de quartzo imaturos e pouco desgastados,
ocasionais pontuações de opacos, palhetas de mica e grãos de feldspatos, em vias de alteração.
A falta de estratificação, o caráter arcoseano, a presença de minerais micáceos e feldspáticos
caracterizam esses sedimentos como imaturos e, por outro lado, sugerem, em seu processo de
formação, condições climáticas semiáridas a que foram submetidos, desde a degradação até os
tempos atuais. Ocupa uma vasta área a leste e aflora em áreas menores situadas a norte e a
sudoeste do município de Riachão (Ver mapa, Anexo 2).
6 - RECURSOS HÍDRICOS
6.1 - Águas Superficiais
O Maranhão é o único estado do Nordeste que menos se identifica com as características
hidrológicas da região, pois não há estiagem e nem escassez de recursos hídricos, tanto
superficiais como subterrâneos, em seu território.
É detentor de uma invejável rede de drenagem com, pelo menos, dez bacias hidrográficas
perenes. Podem ser assim individualizadas: Bacia do rio Mearim, Bacia do rio Gurupi, Bacia
do rio Itapecuru, Bacia do rio Grajaú, Bacia do rio Turiaçu, Bacia do rio Munim, Bacia do rio
Maracaçumé-Tromaí, Bacia do rio Uru-Pericumã-Aurá, Bacia do rio Parnaíba-Balsas, Bacia
do rio Tocantins, além de outras pequenas bacias. Suas principais vertentes hidrográficas são:
a Chapada das Mangabeiras, a Chapada do Azeitão, a Serra das Crueiras, a Serra do Gurupi e
a Serra do Tiracambu.
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
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27
Município de Riachão
As bacias hidrográficas são subdivididas em sub-bacias e microbacias. Elas constituem
divisões das águas, feitas pela natureza, sendo o relevo responsável pela divisão territorial de
cada bacia, que é formada por um rio principal e seus afluentes.
O município de Riachão pertence à bacia hidrográfica do rio Tocantins, pois o rio
Manuel Alves Grande, que drena a área desse município, é seu afluente. O rio Tocantins
nasce no planalto goiano, aproximadamente a 1.000 m de altitude, sendo formado pelos rios
das Almas e Maranhão, cujo curso mede cerca de 1.960 km até a sua foz no oceano Atlântico
(MMA, 2006b). Seu trecho inferior tem início próximo à cidade de Marabá-PA, logo após o
rio estabelecer os limites entre os estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Sua bacia forma
uma área de drenagem de 767.000 km², distribuindo-se pelos estados do Tocantins e Goiás
(58%), Mato Grosso (24%), Pará (13%) e Maranhão (4%), além do Distrito Federal com
(1%). Entre as cidades de Imperatriz e Marabá, apresenta direção E-W, sofrendo brusca
inflexão para norte, à jusante de Marabá, até sua foz. No Maranhão, recebe alguns afluentes
de porte, como os rios Manuel Alves Grande, Farinha, Gameleira, Água Boa, Lajeado, da
Posse e Bananal. Além do rio Manuel Alves Grande. Drenam a área do município os rios
Lajes, Sereno, Gameleira, Picos, Brejão, Maravilha, do Coqueiro, Cocal e os riachos: Alegria,
dos Macacos, da Ponte, Grande, Santa Cruz, Tanque, Exu, da Foice, da Aldeia, do Mato
Bonito, Bacaba, da Arara, Ararinha, Baixa d’Água, Morro do Fogo, Cajueiro, Canela de Ema,
Prazeres, Riachão Velho, Frutuoso, Angical, Pajeú, Pau d’Arco, São Luiz, Capinzal, Marajá,
Bebedouro, do Retiro, Buritirana, Novo Sítio, Tabuleiro Alegre, Vargem Grande, Seco, do
Meio, Muquém, Água Branca, Grotão, da Extrema, dentre outros.
6.2 – Águas Subterrâneas
O estado do Maranhão está quase totalmente inserido na Bacia Sedimentar do
Parnaíba, considerada uma das mais importantes províncias hidrogeológicas do país. Trata-se
de bacia do tipo intracratônica, com arcabouço geométrico influenciado por feições estruturais
de seu embasamento, o que lhe impõe uma estrutura tectônica em geral simples, com atitude
monoclinal das camadas que mergulham suavemente das bordas para o seu interior.
Segundo Góes et al. (1993), a espessura máxima de todo o pacote sedimentar dessa
bacia está estimada em 3.500 metros, da qual cerca de 85% são de idade paleozóica e o
restante, mesozóica. Dessa forma, o estado do Maranhão, por estar assentado plenamente
sobre terrenos de rochas sedimentares, diferentemente dos outros estados nordestinos,
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apresenta possibilidades promissoras de armazenamento e explotação de águas subterrâneas,
com excelentes exutórios e sem períodos de estiagem.
6.2.1 - Domínios Hidrogeológicos
É considerada água subterrânea apenas aquela que ocorre abaixo da superfície, na zona
de saturação, onde todos os poros estão preenchidos por água. A formação geológica que tem
capacidade de armazenar e transmitir água é denominada aquífero.
Em relação à geologia, existem três domínios principais de águas subterrâneas: rochas
ígneas e metamórficas, que armazenam água através da porosidade secundária resultante de
fraturas, caracterizando, segundo Costa (2000), “aquífero fissural”; rochas cabornáticas,
calcário e dolomito, que armazenam água com o desenvolvimento da porosidade secundária,
através da dissolução e lixiviação de minerais carbonáticos pela água de percolação ao longo
das descontinuidades geológicas, caracterizando o que é denominado de “aquífero cárstico”;
sedimentos consolidados, arenitos, e inconsolidados, as aluviões e dunas, que caracterizam o
aquífero poroso ou intergranular.
O município de Riachão apresenta dois domínios hidrogeológicos: o aquífero fissural,
relacionado aos basaltos e/ou diabásios da formação Mosquito (J1βm); e o aquífero poroso ou
intergranular, relacionado aos sedimentos consolidados das formações Piauí (C2pi), Pedra de
Fogo (P12pf), Motuca (P3m), Sambaíba (T12s) e Corda (J2c); e dos sedimentos
inconsolidados dos Depósitos Colúvio-Eluviais (NQc). Durante os trabalhos de campo foram
cadastrados 44 pontos d’água sendo todos poços tubulares (100,0%).
O aquífero Piauí ocorre como aquífero livre, próximo à calha do rio Parnaíba,
enquanto que mais para o centro da bacia ele está confinado pelos sedimentos argilosos e
siltosos sobrepostos das demais formações. Apresenta uma constituição litológica, reunindo
arenitos róseos, maciços, com raras intercalações de folhelhos na parte inferior, podendo ser
considerado um bom aquífero, enquanto na seção superior, com predominância de siltitos e
folhelhos apresenta uma permeabilidade fraca, constituindo uma zona pouco promissora para
a captação de água subterrânea. Apresenta um potencial hidrogeológico que varia de fraco a
médio, em sua seção superior, e de médio a elevado na seção inferior, mais arenosa. É
alimentado pela infiltração direta das precipitações pluviométricas nas áreas de recarga,
infiltração vertical, ascendente e descendente, através das formações inferior e superior e pela
contribuição da rede de drenagem superficial. Os principais exutórios são: a rede de drenagem
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superficial, quando os rios recebem por restituição as águas armazenadas no aquífero,
principalmente durante as cheias; evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil
geológico, diminui a infiltração, favorecendo um substancial aumento do processo nas áreas
de recarga; infiltração vertical, descendente, na base do aquífero; algumas fontes de contato e
descarga artificial, resultante do bombeamento de poços manuais e tubulares, existentes.
As formações Pedra de Fogo e Motuca, representadas predominantemente por siltitos,
folhelhos, arenitos muito finos, argilosos e lentes de silexitos, portanto litologias
essencialmente pelíticas, representa um manancial de fraco potencial hidrogeológico. Esses
aquitardos podem ser explotados no município, principalmente, através de poços tubulares
rasos e poços escavados, tipo “amazonas”.
O aquífero Sambaíba, que ocorre tanto como aquífero livre como confinado na área do
município, apresenta constituição litológica predominantemente arenosa (arenitos finos a
médios, bem selecionados), com boa permeabilidade, caracterizando-se com de potencial
hidrogeológico médio a elevado. É alimentado pela infiltração direta das precipitações
pluviométricas nas áreas de recarga, sendo bastante favorecido pelo relevo aplanado, onde se
desenvolvem extensos areais; infiltração vertical, descendente, através das formações
superiores e pela contribuição da rede de drenagem superficial, principalmente na época de
cheias. Seus principais exutórios são: a rede de drenagem superficial, quando os rios recebem
por restituição as águas armazenadas no aquífero principalmente durante as cheias;
evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil geológico diminui a infiltração,
favorecendo aumento desse processo nas áreas de recarga; infiltração vertical, descendente, na
base do aquífero; algumas fontes de contato e descarga artificial, resultante do bombeamento
de poços manuais e tubulares, existentes.
A formação Mosquito, constituída por basaltos e/ou diabásios, apresenta uma
porosidade primária quase nula, condicionando a ocorrência de água subterrânea a uma
porosidade secundária, representada por fraturas e fendas com circulação restrita às fraturas
abertas, dando origem a reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão,
comumente denominado “Aquífero Fissural”, segundo Costa (2000). Nesse contexto
hidrogeológico, em geral, seu potencial é praticamente nulo, fazendo com que sua explotação
por poços tubulares, provoque a diminuição de suas reservas. Pelas suas características
dimensionais e hidráulicas, bastante fracas e, considerando ainda, que existe uma expectativa
de diminuição dessa oferta, ao longo do tempo, em função de épocas de estiagens mais
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prolongadas e das dificuldades de recarga impostas pelas próprias condições naturais do
sistema, esse aquífero é pouco explotado na região.
A unidade Corda ocorre como aquífero livre e constitui-se, litologicamente, de
arenitos finos a médios, quartzosos, com níveis argilosos e com eventuais leitos de siltitos e
folhelhos. Em função de suas litologias, apresenta uma permeabilidade regular,
caracterizando-se como de potencial hidrogeológico médio. Os poços que explotam esse
aquífero apresentam profundidades médias da ordem de 150 metros, podendo atingir
profundidades até 700 metros, como registrado nos perfis litológicos dos poços perfurados
pela CPRM no estado do Maranhão. Sua espessura média, segundo dados levantados pelo
Projeto SIG Hidrogeológico do Brasil – Folha Teresina, escala 1:1.000.000 (CPRM, inédito),
alcança cerca de 160 metros. Alimenta-se pela infiltração direta das precipitações
pluviométricas nas áreas de recarga; pela infiltração vertical, ascendente, através das
formações inferiores e da rede de drenagem superficial, principalmente nas épocas de cheias.
Os exutórios são representados pela rede de drenagem superficial, quando os rios recebem por
restituição as águas armazenadas no aquífero, principalmente nas épocas de estiagem;
evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil geológico diminui a infiltração,
favorecendo o aumento do processo nas áreas de recarga; infiltração vertical, descendente, na
base do aquífero; algumas fontes de contato e descarga artificial resultantes do bombeamento
de poços manuais e tubulares existentes.
As Coberturas Colúvio-Eluviais podem armazenar água subterrânea no período
chuvoso, dependendo de suas espessuras e, eventualmente, podem ser aproveitadas para
captação em condições pontuais. Elas têm uma maior importância na alimentação das
formações subjacentes e são explotadas através de poços de grande diâmetro, do tipo
amazonas.
6.2.2 – Diagnóstico dos Poços Cadastrados
O inventário hidrogeológico, realizado no município de Riachão, registrou a presença
de 44 pontos d’água, sendo todos poços tubulares, representativo (Figura 3).
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Figura 3 - Tipos de pontos de água cadastrados.
Como os poços tubulares representam 100,0% dos pontos cadastrados, as discussões
sobre o estudo, a seguir apresentados, serão específicas a essa categoria. Todos os locais dos
poços tubulares levantados estão classificados em duas naturezas: públicos (15 poços),
quando estão em terrenos de servidão pública e particulares (29 poços), quando estão situados
em propriedades privadas como ilustra, em termos percentuais, o gráfico da figura 4.
Figura 4 - Natureza dos poços cadastrados no município de Riachão.
Foram identificadas nos trabalhos de campo quatro situações distintas, durante o
cadastramento: poços em operação, paralisados, não instalados e abandonados. Os poços em
operação são aqueles que estão em pleno funcionamento. Os paralisados estão sem funcionar,
em função de problemas relacionados à manutenção ou quebra do equipamento. Os não
instalados representam aqueles poços que foram perfurados, tiveram um resultado positivo,
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mas não foram equipados com sistema de bombeamento e de distribuição. E por fim, os
abandonados que incluem poços secos e/ou obstruídos, representados por aqueles que não
apresentam possibilidade de captação de água.
A situação dessas obras, levando-se em conta seu caráter público ou particular, é
apresentada em números absolutos no quadro 1 e, em termos percentuais, na figura 4.
Quadro 1 – Natureza e situação dos poços cadastrados.
NATUREZA E SITUAÇÃO DOS POÇOS CADASTRADOS
Em operação Paralisados Não instalados Abandonados
Público 7 0 2 6
Particular 19 1 2 7
Total 26 1 4 13
Figura 5 - Situação dos poços cadastrados
Em relação ao uso da água 07 poços são utilizados para o abastecimento urbano, 05
para uso doméstico, 11 para uso doméstico e animal, 03 para doméstico e irrigação, 04 para a
indústria e em 14 não foram obtidas informações sobre o uso da água. Nenhum poço é
utilizado para a pecuária e para uso múltiplo (uso doméstico, animal, industrial e na
agricultura). A figura 6 exibe em termos percentuais as diferentes destinações da água
subterrânea no município. Quanto à natureza geológica da localização dos poços tubulares,
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em relação aos domínios hidrogeológicos de superfície, 100% estão locados sobre terrenos
sedimentares.
Figura 6 – Destinação do uso da água dos poços públicos e particulares.
A figura 7 mostra a relação entre os poços em operação e os poços desativados
(paralisados e não instalados), mas passíveis de entrar em funcionamento. Verifica-se que 02
poços públicos estão desativados, enquanto os particulares somam 03. Os públicos, a
depender da administração municipal, podem entrar em operação com acréscimo de
disponibilidade hídrica aos 07 já existentes, em pleno uso.
7
19
2 2
0
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
EM OPERAÇÃO NÃO INSTALADO PARALISADO
PÚBLICO PARTICULAR
Figura 7 - Poços públicos e particulares em operação e outros passíveis de funcionamento.
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6.2.3 – Aspectos Qualitativos das Águas Subterrâneas
Com relação à qualidade das águas dos poços cadastrados foram realizadas, “in loco”,
medidas de condutividade elétrica, em amostras de águas de 02 poços, que é a capacidade de
uma substância conduzir a corrente elétrica, diretamente relacionada com o teor de sais
dissolvidos.
Na maioria das águas subterrâneas naturais, a condutividade elétrica da água
multiplicada por um fator, que varia entre 0,55 e 0,75, gera um valor estimativo dos Sólidos
Totais Dissolvidos (STD). Neste diagnóstico utilizou-se o fator médio 0,65 para se obter o
teor de sólidos totais dissolvidos, a partir do valor da condutividade elétrica, medida por
condutivímetro nas águas dos poços cadastrados e amostrados.
A água com demasiado teor de sais dissolvidos não é recomendável para determinados
usos. De acordo com a classificação de Mcneely et al. (1979), quadro 2, considera-se que
águas com teores de STD menores do que 1.000 mg/L de sólidos totais dissolvidos são, em
geral, satisfatórias para o uso doméstico, sendo consideras de tipologia doce. Ressalta-se que
para fins industriais podem ser utilizadas, respeitando-se os processos envolvidos, de acordo
com critérios específicos de cada indústria.
Quadro 2 – Classificação das águas subterrâneas, quanto ao STD, segundo Mcneely et al. (1979).
Tipos de Água Intervalo (mg/L)
Doce < 1.000
Ligeiramente Salobra 1.000 – 3.000
Moderamente Salobra 3.000 – 10.000
Com relação aos Sólidos Totais Dissolvidos – STD apresenta uma média por poço de
36,01 mg/L, com valor mínimo de 26,13 mg/L, encontrado na localidade Bacuri (poço JJ 693)
e valor máximo de 45,89 mg/L detectado a localidade Bacuri (poço JJ 692). De acordo com a
classificação de Mcneely et al. (1979), quadro 2, 100,0% das águas se enquadram no tipo
doce, figura 8.
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Figura 8 – Classificação química das águas, segundo Mcneely et al. (1979).
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7 – CONCLUSÕES
Os estudos hidrogeológicos e a análise e processamento dos dados coletados no
cadastramento de poços no município de Riachão permitiram estabelecer as seguintes
conclusões:
7.1 - Geologicamente a área do município está representada pelos sedimentos das
formações Piauí (C2pi), do Carbonífero; Pedra de Fogo (P12pf) e Motuca (P3m), do
Permiano; Sambaíba (T12s), do Triássico; Mosquito (J1-beta-m) e Corda (J2c), do Jurássico;
e pelos Depósitos Aluvionares (Q2a), do Quaternário;
7.2 - O inventário hidrogeológico, realizado no município de Riachão, registrou a
presença de 44 pontos d’água, sendo todos poços tubulares;
7.3 - Todos os locais dos poços tubulares levantados estão classificados em duas
naturezas: públicos (15 poços), quando estão em terrenos de servidão pública e particulares
(29 poços), quando estão situados em propriedades privadas;
7.4 - Em relação ao uso da água 07 poços são utilizados para o abastecimento urbano,
05 para uso doméstico, 11 para uso doméstico e animal, 03 para doméstico e irrigação, 04
para a indústria e em 14 não foram obtidas informações sobre o uso da água;
7.5 - Quanto à natureza geológica da localização dos poços tubulares, em relação aos
domínios hidrogeológicos de superfície, 100% estão locados sobre terrenos sedimentares;
7.6 - Verifica-se que 02 poços públicos estão desativados, enquanto os particulares
somam 03;
7.7 - O município de Riachão apresenta dois domínios hidrogeológicos: o aquífero
fissural, relacionados aos basaltos e/ou diabásios da formação Mosquito (JBm); e o aquífero
poroso ou intergranular, relacionados aos sedimentos consolidados das formações Piauí
(C2pi); Pedra de Fogo (P12pf); Motuca (P3m); Sambaíba (T12s); Corda (J2c); e dos
sedimentos inconsolidados dos Depósitos Aluvionares (Q2a);
7.8 - O aquífero Piauí ocorre como aquífero livre próximo à calha do rio Parnaíba,
enquanto que mais para o centro da bacia ele ocorre confinado pelos sedimentos sobrepostos
das demais formações. Apresenta uma constituição litológica reunindo arenitos maciços com
raras intercalações de folhelhos na parte inferior, podendo ser considerado um bom aquífero;
enquanto que na seção superior, com uma litologia constituída por siltitos e folhelhos,
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apresenta uma permeabilidade fraca, constituindo uma zona pouco promissora para captação
de água subterrânea;
7.9 - As formações Pedra de Fogo e Motuca, reunindo siltitos, folhelhos, arenitos
muito finos, argilosos e lentes de silexitos, litologias essencialmente pelíticas, tornam-se
unidades com fraco potencial hidrogeológico, caracterizando-se como aquitardos;
7.10 - O aquífero Sambaíba, que ocorre como aquífero livre e confinado na área do
município, por apresentar uma constituição litológica predominantemente arenosa (arenitos
finos a médios, bem selecionados) apresenta uma boa permeabilidade, caracterizando-se com
um potencial hidrogeológico de médio a elevado;
7.11 - A formação Mosquito, constituída por basaltos e/ou diabásio, apresenta uma
porosidade primária quase nula, condicionando a ocorrência de água subterrânea a uma
porosidade secundária, representada por fraturas e fendas com circulação restrita às fraturas
abertas, dando origem a reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão,
comumente denominado “aquífero fissural”. Neste contexto hidrogeológico, em geral, o
potencial é praticamente nulo;
7.12 - O aquífero Corda, que ocorre como aquífero livre e, semiconfinado constitui-se
litologicamente de arenitos finos a médios, quartzosos, com níveis argilosos e com eventuais
níveis de siltitos e folhelhos. Em função desta constituição litológica apresenta uma
permeabilidade regular, caracterizando-se com potencial hidrogeológico de fraco a médio;
7.13 - As aluviões não possuem litologia bem definida, variando desde frações
grosseiras, como cascalhos, areias grossas, até frações argilosas. Constituem importantes
aquíferos do tipo livre, no primeiro caso podendo formar razoáveis aquíferos;
7.14 - Com relação à qualidade das águas dos poços cadastrados foram realizadas, “in
loco”, medidas de condutividade elétrica, em amostras de águas de 02 poços;
7.15 - A Condutividade Elétrica, obtida nas amostras analisadas dos poços
cadastrados, apresenta em 100,0%, baixos valores de Sólidos Totais Dissolvidos (STD),
caracterizando a água como doce, ou seja, de boa potabilidade para o consumo humano, como
determina a Portaria do MS nº 518/2004;
7.16 – Em termos de Sólidos Totais Dissolvidos – STD apresenta uma média por poço
de 36,01 mg/L, com valor mínimo de 26,13 mg/L, encontrado na localidade Bacuri (poço JJ
693) e valor máximo de 45,89 mg/L detectado a localidade Bacuri (poço JJ 692). De acordo
com a classificação de Mcneely et al. (1979), 100,0% das águas se enquadram no tipo doce;
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7.17 - Por não ser objetivo do projeto não foram realizados testes de bombeamento nos
poços cadastrados;
7.18 - Em função da carência de dados dos poços existentes, do conhecimento de
valores referenciais de vazões dos aquíferos da região e da imprecisão das informações
coletadas, junto aos usuários e moradores não foram abordados aspectos quantitativos das
descargas de água subterrânea.
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8 – RECOMENDAÇÕES
8.1 – A administração municipal deve conscientizar os líderes comunitários de que o
sistema de abastecimento, onde o poço é a peça mais importante, pertence à comunidade e,
dessa forma, devem protegê-lo e conservar em perfeito funcionamento, pois é uma obra de
grande importância e benefício para todos da comunidade;
8.2 – Como é comum no município locais de ocorrência aflorante do nível freático dos
aquíferos é importante conscientizar as comunidades sobre os riscos de contaminação desses
mananciais, por lixos e fossas situados em locais inadequados, pois podem provocar sérias
doenças de veiculação hídrica;
8.3 – A prefeitura municipal deve fazer anualmente análise físico-química completa
nos poços públicos do município (tubular e amazonas), visando um acompanhamento
sistemático da qualidade dessas águas para o seu uso adequado;
8.4 – Para um melhor aproveitamento dos recursos hídricos subterrâneos disponíveis
no município é importante que se faça uma campanha de recuperação e instalação dos poços
desativados e não instalados, com a finalidade de aumentar consideravelmente a
disponibilidade de água;
8.5 – Deve ser assegurado, por parte do município, medidas de proteção sanitária na
construção dos poços tubulares e amazonas, a fim de garantir boa qualidade de água para a
população, do ponto de vista bacteriológico;
8.6 – Pela importância histórica e regional que representa o rio Itapecuru seu
progressivo nível de poluição exige o desenvolvimento de um programa que vise o
diagnóstico e o mapeamento das fontes poluidoras desse manancial.
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9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
43
Município de Riachão
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POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
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Município de Riachão
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POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
45
Município de Riachão
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PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
46
Município de Riachão
APÊNDICE
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
CÓDIGO
POÇO
LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE NATUREZA DO
PONTO
SITUAÇÃO DO
TERRENO
FINALIDADE DO USO PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
SITUAÇÃO DO
POÇO
EQUIPAMENTO DE
BOMBEAMENTO
COND.
ELÉTRICA
(µS/cm)
STD (mg/L)
JJ-467 Fazenda Reunidas -7,40789124 -46,29197189 Tubular Particular 40 9,6 Abandonado
JJ-468 Fazenda Reunidas -7,40793415 -46,29215428 Tubular Particular Doméstico Irrigação 170 9,1 Em Operação Submersa
JJ-692 Bacuri -7,11979517 -46,52221807 Tubular Público Abastecimento urbano 240 Em Operação Submersa 70,6 45,89
JJ-693 Bacuri -7,11800882 -46,5201635 Tubular Público Abastecimento urbano 60 Em Operação Compressor 40,2 26,13
JJ-697 Morro Grande -7,17497894 -46,43719205 Tubular Público Abastecimento urbano 80 Em Operação Submersa
JJ-699 Faz. Baixão Preto -8,19120356 -46,46278569 Tubular Particular Doméstico Animal 70 30 Em Operação Submersa
JJ-700 Faz. Bacuri -8,37205418 -46,42488607 Tubular Particular Doméstico Animal 195 155 Em Operação Submersa
JJ-701 Faz. Bacuri -8,37216684 -46,42470368 Tubular Particular Obstruido
JJ-702 Coqueiro -7,65626916 -46,43779286 Tubular Particular Doméstico Em Operação Submersa
JJ-703 Faz. Marambuco -7,66846248 -46,50317439 Tubular Particular Doméstico Animal Em Operação Compressor
JJ-704 Campinas -7,71616825 -46,60917529 Tubular Particular 80 11,5 Não Instalado
JJ-802 Lagoinha -7,4446375 -46,6645039 Tubular Público Abastecimento urbano 80 Em Operação Compressor
JJ-803 Faz. Retiro - Mineração Vale do Araguaia -7,51864493 -46,67038866 Tubular Particular Mineração 75 Em Operação Compressor
JJ-804 Aroeira -7,5340248 -46,67661139 Tubular Público Abastecimento urbano 80 Em Operação Compressor
JJ-805 Faz. Mansinha -7,58441814 -46,70969912 Tubular Particular Doméstico Animal 180 Em Operação Submersa
JJ-806 Faz. Mansinha -7,57963845 -46,71525666 Tubular Particular 80 Abandonado
JJ-807 Sitio do Meio -7,72050806 -46,74789914 Tubular Público Doméstico 102 Em Operação Submersa
JJ-808 Faz. Campo Grande -7,6703132 -46,67832264 Tubular Particular Doméstico Animal 110 30 Em Operação Submersa
JJ-809 Faz. Parelhas -7,47410961 -46,63128742 Tubular Particular Doméstico Animal 115 50 Em Operação Compressor
JJ-810 Posto Fiscal -7,4110777 -47,08474168 Tubular Público Doméstico 180 4,28 Abandonado
JJ-811 Alto Bomito -7,4080629 -46,92190477 Tubular Público 8,6 Abandonado
JJ-812 Alto Bomito -7,40762838 -46,91880413 Tubular Público Abastecimento urbano 150 18 Em Operação Submersa
JJ-813 Alto Bonito - Escola N. S. de Nazaré -7,40814337 -46,92153999 Tubular Público Abastecimento urbano 100 18 Abandonado
JJ-814 CEI -7,36640819 -46,6143144 Tubular Particular Horticultura 205 120 Abandonado Submersa
JJ-815 Fazenda Muquem -7,41041788 -46,59276553 Tubular Particular Doméstico Animal 120 Em Operação Compressor
JJ-816 Muquem -7,41695702 -46,5819455 Tubular Público 8,3 Abandonado
JJ-817 Mina de Calcario Refresco - Muquem -7,44348952 -46,57377549 Tubular Particular 24,85 8,1 Abandonado
JJ-818 Mina de Calcario Refresco - Muquem -7,44372019 -46,5740008 Tubular Particular 41,12 8,92 Não Instalado
JJ-819 Faz. Alto - Muquem -7,41502591 -46,58175775 Tubular Particular Doméstico Animal 85 Em Operação Compressor
JJ-820 Setor Aeroporto -7,34969267 -46,6230745 Tubular Particular Doméstico 80 Em Operação Submersa
JJ-821 Praça do Chafariz -7,36438572 -46,62471601 Tubular Público 0,4 Abandonado
JJ-822 Posto Nato -7,36911722 -46,62447461 Tubular Particular Doméstico 55 20 Paralisado Compressor
JJ-823 B. Centenario - Pç Sargento Osvaldo -7,35918769 -46,60616585 Tubular Público Abandonado
JJ-824 Av. Fcº Coelho s/n -7,35173115 -46,60770007 Tubular Público 80 Não Instalado
JJ-825 Coagril -7,34556207 -46,60629996 Tubular Particular 18,5 Abandonado
JJ-826 Estiva -7,35705801 -46,62753769 Tubular Público 0,83 Não Instalado
JJ-827 Pov. Rio Côco - Posto Maravilha -7,43729361 -46,33557924 Tubular Particular Em Operação Submersa
JJ-828 Bung - Rio do Côco -7,44015285 -46,33473166 Tubular Particular Industrial 65 6 Em Operação Submersa
JJ-829 Faz. 6 Irmãos -7,43983635 -46,33578845 Tubular Particular Doméstico Irrigação 45 16 Em Operação Submersa
24
Município de Riachão
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
CÓDIGO
POÇO
LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE NATUREZA DO
PONTO
SITUAÇÃO DO
TERRENO
FINALIDADE DO USO PROF
(m)
NE
(m)
ND
(m)
SITUAÇÃO DO
POÇO
EQUIPAMENTO DE
BOMBEAMENTO
COND.
ELÉTRICA
(µS/cm)
STD (mg/L)
JJ-831 Rio Côco -7,43888685 -46,33676478 Tubular Particular Industrial 55 Em Operação Submersa
JJ-832 Cerâmica Atalaia -7,35665568 -46,53970608 Tubular Particular Industrial 65 15 Abandonado Compressor
JJ-833 Faz. Matusalém -7,30894991 -46,44370981 Tubular Particular Doméstico Animal 85 25 Em Operação Compressor
JJ-834 Faz. São Francisco -7,41253682 -46,66784593 Tubular Particular Doméstico Animal 84 26 Em Operação Compressor
JJ-835 Faz. Bella Vista - Muquem -7,39759156 -46,59325906 Tubular Particular Doméstico Animal 115 Em Operação Compressor
25
Município de Riachão
PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO
POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO
47
Município de Riachão
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  • 1. RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE RIACHÃO Dezembro/2011 PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA ESTADO DO MARANHÃO PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO PAC
  • 2. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO Município de Riachão Ministério de Minas e Energia Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral Programa de Aceleração do Crescimento - PAC /CPRM - Serviço Geológico do Brasil Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial Departamento de Hidrologia Divisão de Hidrogeologia e Exploração Residência de Teresina PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA ESTADO DO MARANHÃO RELATÓRIO DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO DE RIACHÃO ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO Geólogo: Francisco Lages Correia Filho/CPRM – Especialista em Recursos Hídricos e Meio Ambiente CONSULTORIA EXTERNA – SERVIÇOS TERCEIRIZADOS Geólogo: Érico Rodrigues Gomes – M. Sc. Geólogo: Ossian Otávio Nunes – Especialista em Recursos Hídricos Geólogo: José Barbosa Lopes Filho – Especialista em Recursos Hídricos e Meio Ambiente Teresina/Piauí Dezembro/2011
  • 3. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO Município de Riachão MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA Edison Lobão Ministro de Estado SECRETARIA EXECUTIVA Márcio Pereira Zimmermann Secretário Executivo MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO Maurício Muniz Barreto de Carvalho Secretário do Programa de Aceleração do Crescimento SECRETARIA DE GEOLOGIA, MINERAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO MINERAL Claudio Scliar Secretário CPRM – Serviço Geológico do Brasil Manoel Barretto da Rocha Neto Diretor-Presidente Thales de Queiroz Sampaio Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial - DHT Roberto Ventura Santos Diretor de Geologia e Recursos Minerais - DGM Eduardo Santa Helena Diretor de Administração e Finanças - DAF Antônio Carlos Bacelar Nunes Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento - DRI Frederico Cláudio Peixinho Chefe do Departamento de Hidrologia - DEHID Ana Beatriz da Cunha Barreto Chefe da Divisão de Hidrogeologia e Exploração - DIHEXP Antônio Reinaldo Soares Filho Chefe da Residência de Teresina - RETE Maria Antonieta A. Mourão Coordenadora Executiva do DEHID Frederico José de Souza Campelo Coordenador Executivo da RETE Francisco Lages Correia Filho Assistente de Produção DHT/RETE
  • 4. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DO MARANHÃO Município de Riachão COORDENAÇÃO GERAL Frederico Cláudio Peixinho – Chefe do DEHID COORDENAÇÃO TÉCNICA Francisco Lages Correia Filho – CPRM/RETE Carlos Antônio da Luz - CPRM/RETE RESPONSÁVEIS PELO PROJETO Carlos Antônio da Luz – Período 2008/2009 Francisco Lages Correia Filho – Período 2009/2011 COORDENAÇÃO DE ÁREA Ângelo Trévia Vieira Liano Silva Veríssimo Felicíssimo Melo Epifânio Gomes da Costa Breno Augusto Beltrão Ney Gonzaga de Sousa Francisco Alves Pessoa Jardo Caetano dos Santos (in memorian) Pedro de Alcântara Braz Filho EQUIPE TÉCNICA DE CAMPO REFO Ângelo Trévia Vieira Epifânio Gomes da Costa Felicíssimo Melo Francisco Alves Pessoa Liano Silva Veríssimo RETE Francisco Lages Correia Filho Carlos Antônio da Luz Cipriano Gomes Oliveira Ney Gonzaga de Souza Francisco Pereira da Silva José Carlos Lopes SUREG/RE Breno Augusto Beltrão SUREG/SA Jardo Caetano dos Santos (in memorian) Pedro de Alcântara Braz Filho SERVIÇOS TERCEIRIZADOS DE GEOLOGIA/HIDROGEOLOGIA DOS RELATÓRIOS MUNICIPAIS Érico Rodrigues Gomes – Geólogo, M. Sc. Ossian Otávio Nunes – Geólogo, Especialista em Recursos Hídricos José Barbosa Lopes Filho – Geólogo, Especialista em Recursos Hídricos e Meio Ambiente RECENSEADORES Adauto Bezerra Filho Antônio Edílson Pereira de Souza Antonio José de Lima Neto Antonio Marques Honorato Átila Rocha Santos Celso Viana Maciel Cipriano Gomes de Oliveira - CPRM/RETE Claudionor de Figueiredo Daniel Braga Torres Daniel Guimarães Sobrinho Ellano de Almeida Leão Emanuelle Vieira de Oliveria Felipe Rodrigues de Lima Simões Francisco Edson Alves Rodrigues Francisco Fábio Firmino Mota Francisco Ivanir Medeiros da Silva Francisco Pereira da Silva - CPRM/RETE Gecildo Alves da Silva Junior Glauber Demontier Queiroz Ponte Haroldo Brito de Sá Henrique Cristiano C. Alencar Jardel Viana Marciel Joaquim Rodrigues Lima Junior José Bruno Rodrigues Frota José Carlos Lopes - CPRM/RETE Juliete Vaz Ferreira Julio César Torres Brito Nicácia Débora da Cunha Pedro Hermano Barreto Magalhães Raimundo Jeová Rodrigues Alves Raimundo Viana da Silva Ramiro Francisco Bezerra Santos Ramon Leal Martins de Albuquerque Rodrigo Araújo de Mesquita Robson Ferreira da Silva Robson Luiz Rocha Barbosa Romero Amaral Medeiros Lima Ronner Ferreira de Menezes Roseane Silva Braga Valdecy da Silva Mendonça Veruska Maria Damasceno de Moraes APOIO TÉCNICO- ADMINISTRATIVO Thiago Moraes Sousa - ASSFI/RETE Marise Matias Ribeiro – Técnica em Geociências DIAGNÓSTICO DOS POÇOS CADASTRADOS ELABORAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TEXTO Francisco Lages Correia Filho - CPRM/RETE - Geólogo REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DOS RELATÓRIOS DIAGNÓSTICOS MUNICIPAIS Mônica Cordulina da Silva Bibliotecária - CPRM/RETE ILUSTRAÇÕES Francisco Lages Correia Filho - CPRM/RETE Ney Gonzaga de Sousa - CPRM/RETE Maria Tereza Barradas - Terceirizada Veruska Maria Damasceno de Moraes - Terceirizada BANCO DE DADOS DO SIAGAS Coordenação Josias Lima – Coordenador Nacional do SIAGAS – SUREG/RE Operador na RETE Carlos Antônio da Luz – Responsável pelo SIAGAS/RETE Consistência das Fichas Evanilda do Nascimento Pereira - Terceirizada Iris Celeste Nascimento Bandeira - CPRM/RETE José Sidiney Barros - CPRM/RETE Ney Gonzaga de Sousa - CPRM/RETE Maria Tereza Barradas - Terceirizada Mickaelon Belchior Vasconcelos - CPRM/RETE Paulo Guilherme de O. Sousa - Terceirizado Renato Teixiera Feitosa - Terceirizado Veruska Maria Damasceno de Moraes - Terceirizada ELABORAÇÃO DOS MAPAS MUNICIPAIS DE PONTOS D’ÁGUA Coordenação Francisca de Paula da Silva Braga - CPRM/RETE - ASPDRI Execução Francisca de Paula da Silva Braga - CPRM/RETE - ASPDRI Gabriel Araújo dos Santos - CPRM/RETE Maria Tereza Barradas - Terceirizada Paulo Guilherme de O. Sousa – Terceirizado Veruska Maria Damasceno de Moraes - Terceirizada ELABORAÇÃO DOS RECORTES GEOLÓGICOS MUNICIPAIS Francisca de Paula da Silva Braga - CPRM/RETE - ASSPDRI Gabriel A. dos Santos – CPRM/RETE Iris Celeste Bandeira Nascimento - CPRM/RETE Maria Tereza Barradas - Terceirizada Paulo Guilherme de O. Sousa - Terceirizado.
  • 5. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 7 Município de Riachão ILUSTRAÇÕES DA CAPA E DO CD ROM: 1. Fotografia dos Lençóis Maranhenses – extraída de www.brasilturismo.blog.br; 2. Fotografia de Pedra Caída, Carolina/MA – extraída de www.passagembarata.com.br; 3. Fotografia Cachoeiras do Itapecuru, Carolina/Ma – Otávio Nogueira, 18/07/2009. http://www.flickr.com/photos/55953988@N00/3871169364; 4. Fotografia do Centro Histórico de São Luís – http://www.pousadaveneza.altervista.org/passeios.new.html; 5. Fotografias de Poços Tubulares – CPRM/RETE/2009. Correia Filho, Francisco Lages Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea, estado do Maranhão: relatório diagnóstico do município de Riachão / Francisco Lages Correia Filho, Érico Rodrigues Gomes, Ossian Otávio Nunes, José Barbosa Lopes Filho. - Teresina: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2011. 31 p.: il. 1. Hidrogeologia – Maranhão - Cadastro. 2. Água subterrânea – Maranhão - Cadastro. I. GOMES, Érico Rodrigues. II. Nunes, Ossian Otávio. III. Lopes Filho, José Barbosa. IV. Título. CDD 551.49098121 C824p
  • 6. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 8 Município de Riachão APRESENTAÇÃO A CPRM – Serviço Geológico do Brasil, cuja missão é gerar e difundir conhecimento geológico e hidrológico básico para o desenvolvimento sustentável do Brasil executa no nordeste brasileiro, para o Ministério de Minas e Energia, projetos visando o aumento da oferta hídrica, inseridos no Programa Geologia do Brasil, Subprograma Recursos Hídricos, Ação Levantamento Hidrogeológico, em sintonia com as políticas públicas do governo federal. São ações ligadas diretamente à Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, em parceria com o PAC – Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, orientadas dentro de uma filosofia de trabalho participativa e interdisciplinar com o intuito de fomentar atividades direcionadas para a inclusão social, reduzindo as desigualdades e estimulando a integração com outras instituições, visando assegurar a ampliação da oferta e disponibilidade dos recursos naturais, em particular dos recursos hídricos subterrâneos do Estado do Maranhão, de forma sustentável e compatível com as demandas da população maranhense. Neste contexto o Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Maranhão, cujos trabalhos de campo foram executados em 2008/2009 foi o último a ser realizado no nordeste brasileiro, abrangendo 213 municípios do território maranhense, excluindo-se, por questões metodológicas, apenas, a capital São Luis e os municípios periféricos de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Dessa forma, essa contribuição técnica de significado alcance social credita à CPRM – Serviço Geológico do Brasil e ao Ministério de Minas e Energia, em parceria com o PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, o cumprimento da missão institucional nas políticas públicas de governo que lhes é delegada pela União, de assegurar uma abordagem e tratamento adequados aos recursos hídricos subterrâneos, estimulando o seu aproveitamento de forma racional e sustentável, considerando-os como um bem natural, ecológico, social e econômico, vital para o desenvolvimento do país e para o bem estar e a saúde da população, particularmente no nordeste, face ao forte apelo social que representa no combate aos efeitos da seca e, como mecanismo com informações consistentes e atualizadas, na oferta de água de boa qualidade para as populações carentes, estimulando as políticas de saúde pública na eliminação de doenças de veiculação hídrica. Thales de Queiroz Sampaio Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial CPRM – Serviço Geológico do Brasil
  • 7. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 9 Município de Riachão SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 9 2 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA .......................................................................................................... 11 3 - OBJETIVO ...................................................................................................................................... 11 4 – METODOLOGIA ........................................................................................................................... 12 5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ........................................................................................ 13 5.1 – Localização e Acesso ............................................................................................................... 13 5.2 - Aspectos Socioeconômicos....................................................................................................... 15 5.3 - Aspectos Fisiográficos.............................................................................................................. 16 5.4 – Geologia................................................................................................................................... 22 6 - RECURSOS HÍDRICOS................................................................................................................. 26 6.1 - Águas Superficiais .................................................................................................................... 26 6.2 – Águas Subterrâneas.................................................................................................................. 27 6.2.1 - Domínios Hidrogeológicos .................................................................................................... 28 6.2.2 – Diagnóstico dos Poços Cadastrados...................................................................................... 30 6.2.3 – Aspectos Qualitativos das Águas Subterrâneas..................................................................... 34 7 – CONCLUSÕES............................................................................................................................... 36 8 – RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................... 39 9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................ 40 APÊNDICE 1.Planilha de Dados das Fontes de Abastecimento ANEXOS 1.Mapa de Pontos D’Água 2.Esboço Geológico Municipal
  • 8. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 10 Município de Riachão 1 - INTRODUÇÃO O Polígono das Secas, que abrange quase toda a região Nordeste e o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, apresenta um regime pluviométrico marcado por extrema irregularidade de chuvas, no tempo e no espaço. Nesse cenário, a escassez de água constitui um forte entrave ao desenvolvimento socioeconômico e, até mesmo, à subsistência da população. A ocorrência cíclica das secas e seus efeitos catastróficos são por demais conhecidos e remontam aos primórdios da história do Brasil. Esse quadro de escassez poderia ser modificado em determinadas regiões, através de uma gestão integrada dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Entretanto, a carência de estudos de abrangência regional, fundamentais para a avaliação da ocorrência e da potencialidade desses recursos, reduz substancialmente as possibilidades de seu manejo, inviabilizando um gerenciamento eficiente. Além disso, as decisões sobre a implementação de ações de convivência com a seca exigem o conhecimento básico sobre a localização, a caracterização e a disponibilidade dessas fontes hídricas. Para esse efetivo gerenciamento dos recursos hídricos, principalmente num contexto emergencial, como é o caso das secas, merece atenção a utilização das fontes de abastecimento de água subterrânea, pois esse recurso pode tornar-se significativo no suprimento hídrico da população e dos rebanhos. Neste sentido, um fato preocupante é o desconhecimento generalizado, em todos os setores, tanto do número quanto da situação das captações existentes. Esse fato é agravado quando se observa a grande quantidade dessas captações de água subterrânea no semiárido, principalmente em rochas cristalinas, desativadas e/ou abandonadas por problemas de pequena monta, em muitos casos passíveis de ser solucionados com ações corretivas de baixo custo. Para suprir as necessidades das instituições e demais segmentos da sociedade, atuantes no atendimento à população da região Nordeste quanto à garantia de oferta e disponibilidade hídricas, principalmente nos momentos críticos de estiagem, a CPRM executou o Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea no Estado do Maranhão, em consonância com as diretrizes do Governo Federal e com os propósitos apresentados pelo Ministério de Minas e Energia.
  • 9. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 11 Município de Riachão 2 - ÁREA DE ABRANGÊNCIA Os trabalhos de cadastramento estenderam-se por todo o estado do Maranhão, que foi dividido, metodologicamente, para efeito de planejamento, em oito áreas de atuação, compreendendo 213 municípios e cobrindo uma superfície aproximada de 330.511 km2 (Figura 1). Figura 1 - Área do projeto, em destaque, abrangendo todo o estado do Maranhão, e o cadastramento das regiões nordeste e norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, realizado pela CPRM. 3 - OBJETIVO Cadastrar todos os poços tubulares, poços amazonas representativos e fontes naturais, em todo o estado do Maranhão, abrangendo 213 municípios. Excetua-se, por questões metodológicas, a região metropolitana da Ilha de São Luis, onde estão incluídos a capital e os municípios de Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar.
  • 10. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 12 Município de Riachão 4 – METODOLOGIA O planejamento operacional para a realização deste projeto teve como base a experiência da CPRM em cadastramento de poços dos estados do Ceará, feito em 1998, de Sergipe, em 2001, além do Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, de Alagoas, da Bahia, do Piauí e do norte de Minas Gerais e do Espírito Santos, em 2002/2003, realizados com sucesso. Do ponto de vista metodológico, no estado do Maranhão, os trabalhos de campo foram executados a partir da divisão do estado em oito áreas de planejamento, nominadas de I a VIII, com superfícies variando de 35.431 a 50.525 km2 . Cada área foi levantada por uma equipe sob a coordenação de um técnico da CPRM e composta, em média, de quatro recenseadores, na maioria estudantes de nível superior dos cursos de Geologia e Geografia, selecionados e treinados pela CPRM. A área II, situada na porção nordeste do estado, abrange 33 municípios, cadastrados em 2008, sob a coordenação do geólogo Carlos Antônio da Luz. As áreas restantes, I, III, IV, V, VI, VII e VIII, com 180 municípios, foram cadastrados em 2009, sob a responsabilidade do geólogo Francisco Lages Correia Filho. O trabalho contemplou o cadastro das fontes de abastecimento por água subterrânea (poços tubulares, poços amazonas e fontes naturais), com determinação das coordenadas geográficas, por meio do uso do Global Position System (GPS), e obtenção de todas as informações passíveis de ser coletadas, através de uma visita técnica (caracterização do poço, instalações, situação da captação, dados operacionais, qualidade e uso da água, aspectos ambientais, geológicos e hidrológicos). Os dados coligidos foram repassados sistematicamente ao Núcleo de Geoprocessamento de Dados da CPRM – Residência de Teresina, para, após rigorosa análise, alimentarem um banco de dados que, devidamente consistido e tratado, possibilitou a elaboração de um mapa de pontos d’água e um esboço geológico de cada um dos municípios inseridos na área de atuação do projeto. As informações desse banco estão contidas neste relatório diagnóstico de fácil manuseio e compreensão, acessível a diferentes usuários. Os esboços geológicos municipais foram extraídos a partir de recortes do Mapa Geológico do Brasil ao Milionésimo – GIS Brasil (CPRM, 2004), com alguns ajustes. Mas, em função da diferença de escala, podem apresentar distorções ou algum erro. Na produção desses mapas, foram utilizadas bases cartográficas com dados disponibilizados pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, como hidrografia,
  • 11. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 13 Município de Riachão localidades e estradas e os Mapas Municipais Estatísticos, em formato digital do IBGE (2007), elaborados a partir das cartas topográficas da SUDENE e do DSG – escala 1:100.000, sobre os quais foram colocados os dados referentes aos poços e fontes naturais, além da geologia e hidrogeologia. A base estadual com os limites municipais foi cedida pelo IBGE. Os trabalhos de montagem e arte final dos mapas foram realizados com o software ArcGIS 10. Há municípios em que ocorrem alguns casos de poços plotados fora dos limites do mapa municipal. Tais casos acontecem devido a problemas ainda existentes na cartografia municipal ou a informações incorretas, fornecidas aos recenseadores. Além desse produto impresso, todas as informações coligidas em cada município estão disponíveis em meio digital, através de um CD ROM, permitindo a sua contínua atualização. 5 - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO 5.1 – Localização e Acesso O município de Riachão teve sua autonomia política em 08/05/1835, está inserido na Mesorregião Sul Maranhense, dentro da Microrregião Gerais de Balsas (Figura 2), abrange uma área de 6.372 km², com uma população de aproximadamente 20.209 habitantes e densidade demográfica de 3.17 habitantes/km² (IBGE, 2010). Limita-se ao Norte com os municípios de Feira Nova do Maranhão e Nova Colinas; ao Sul com o estado do Pará e o município de Balsas; a Leste com o município de Balsas e a Oeste com o município de Carolina (Google Maps, 2011).
  • 12. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 14 Município de Riachão Figura 2 - Mapa de localização do município de Riachão. A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: -07º21’36” de Latitude Sul e -46º36’36” de Longitude Oeste de Greenwich (IBGE, 2010). O acesso a partir de São Luis, capital do estado, em um percurso total de 825 km, se faz da seguinte maneira: 346 km pela BR–135 até a cidade de Presidente Dutra, 90 km pela BR–226 até a cidade de Barra do Corda, 231 km pelas rodovias MA-012 e Ma-132 até a cidade de São Raimundo das Mangabeiras e 158 Km pela BR–230 até a cidade de Riachão (Google Maps, 2011).
  • 13. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 15 Município de Riachão 5.2 - Aspectos Socioeconômicos Os dados socioeconômicos relativos ao município foram obtidos, a partir de pesquisa nos sites do IBGE (www.ibge.gov.br), da Confederação Nacional dos Municípios – CNM (www.cnm.org.br) e no Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos. O município foi elevado à condição de cidade com a denominação de Riachão, pela Lei Estadual nº 13 de 08/05/1835. Segundo o IBGE (2010), cerca de 50,49% da população reside na zona urbana, sendo que a incidência de pobreza no município é de 57,0% e o percentual dos que estão abaixo do nível de pobreza é de 46,63%. Na educação, segundo o IMESC (2010), destacam-se os seguintes níveis escolares em Riachão: Educação Infantil, pré-escolar (8,59%); Educação de Jovens e Adultos (7,44%); Ensino Fundamental, 1º ao 9º ano (71,81%); Ensino Médio, 1º ao 3º ano (12,16%). O analfabetismo atinge mais de 26% da população da faixa etária acima de 07 anos (IBGE, 2010). No campo da saúde, a cidade conta com 05 estabelecimentos públicos de atendimento. No censo de 2000, o Estado do Maranhão teve o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil e Riachão obteve baixo desempenho, com IDH de 0,591. O Programa de Saúde da Família – PSF vem procedendo a organização da prática assistencial em novas bases e critérios, a partir de seu ambiente físico e social, com procedimentos que facilitam a compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções que vão além de práticas curativas. Em Riachão a relação entre profissionais da saúde e a população é 1/182 habitante, segundo o IMESC (2010). A pecuária, a lavoura permanente e a lavoura temporária, as transferências governamentais, o setor empresarial com 153 unidades atuantes e o trabalho informal são as principais fontes de recursos para o município. A água consumida na cidade de Riachão é distribuída pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, autarquia municipal que atende aproximadamente 3.271 domicílios através de uma central de abastecimento (IBGE, 2010). O município possui um sistema de escoamento superficial dos efluentes domésticos e pluviais que são lançados em cursos d’águas permanentes. A disposição final do lixo urbano, não é feita adequadamente em um aterro sanitário. De acordo com os dados da IBGE (2010), apenas 36,99% dos domicílios têm seus lixos coletados, enquanto 46,49% lançam seus dejetos diretamente no solo ou os queimam
  • 14. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 16 Município de Riachão 16,51% jogam o lixo em lagos ou outros destinos. Dessa forma, a disposição final do lixo urbano e do esgotamento sanitário não atendem as recomendações técnicas necessárias, pois não há tratamento do chorume, dos gases produzidos pelos dejetos urbanos, nem dos efluentes domésticos e pluviais, como forma de reduzir a contaminação dos solos, a poluição dos recursos naturais e a proliferação de vetores de doenças de veiculação hídrica. A coleta diferenciada para o lixo dos estabelecimentos de saúde é acondicionada em vazadouros, juntamente com os demais resíduos urbanos, elevando o risco de poluição dos recursos hídricos subterrâneos. O fornecimento de energia é feito pela ELETRONORTE, través da CEMAR (2011) pelo Sistema Regional de Porto Franco, que abrange a região sul maranhense. O sistema elétrico desta região é suprido radialmente em 138 KV e 69 KV com potência de 100MVA - 230/138 KV e 33,0MVA - 230/69 KV, composto por dez subestações, sendo uma na tensão de 138/69 KV, quatro em 69/13,8 KV, uma em 69/34,5 KV e quatro em 34,5/13,8 KV. Segundo o IMESC (2010) referente aos dados de 2008, existem 4.071 ligações de energia elétrica no município de Riachão. 5.3 - Aspectos Fisiográficos O estado do Maranhão, por se encontrar em uma zona de transição dos climas semiárido, do interior do Nordeste, para o úmido equatorial, da Amazônia, e por ter maior extensão no sentido norte-sul, apresenta diferenças climáticas e pluviométricas. Na região oeste, predomina o clima tropical quente e úmido (As), típico da região amazônica. Nas demais regiões, o estado é marcado por clima tropical quente e semiúmido (Aw). As temperaturas em todo o Maranhão são elevadas, com médias anuais superiores a 24ºC, sendo que ao norte chega a atingir 26ºC. Esse estado é caracterizado pela ocorrência de um regime pluviométrico com duas estações bem definidas. O período chuvoso, que se concentra durante o semestre de dezembro a maio, apresenta registros estaduais da ordem de 290,4 mm e alcança os maiores picos de chuva no mês de março. O período seco, que ocorre no semestre de junho a novembro, com menor incidência de chuva por volta do mês de agosto, registra médias estaduais da ordem de 17,1mm. Na região oeste do estado, onde predomina o clima tropical quente e úmido (As), as chuvas ocorrem em níveis elevados durante praticamente todo o ano, superando os 2.000 mm. Nas outras regiões, prevalece o clima tropical quente e semiúmido (Aw), com sucessão de chuvas durante o verão e o inverno
  • 15. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 17 Município de Riachão seco, cujas precipitações reduzidas alcançam 1.250 mm. Há registros ainda menores na região sudeste, podendo chegar a 1.000 mm. O território maranhense apresenta-se como uma grande plataforma inclinada na direção sul-norte, com baixo mergulho para o oceano Atlântico. Os grandes traços atuais do modelado da plataforma sedimentar maranhense revelam feições típicas de litologias dominantes em bacias sedimentares. Essa plataforma, submetida à atuação de ciclos de erosão relativamente longos, respondeu de forma diferenciada aos agentes intempéricos, em função de sua natureza, de estruturação e de composição das rochas, modelando as formas tabulares e subtabulares da superfície terrestre. Condicionados ao lineamento das estruturas litológicas, os gradientes topográficos dispõem-se com orientações sul-norte. As maiores altitudes estão localizadas na porção sul, no topo da Chapada das Mangabeiras, no limite com o estado do Tocantins. As menores altitudes situam-se na região norte, próximo à linha de costa. Feitosa (1983) classifica o relevo maranhense em duas grandes unidades: planícies, que se subdivide em unidades menores (costeira, flúviomarinha e sublitorânea), e planaltos. As planícies ocupam cerca de 60% da superfície do território e os planaltos 40%. São consideradas planícies as superfícies com cotas inferiores a 200 metros. Já os planaltos são superfícies com cotas acima de 200 metros, restritos às áreas do centro-sul do estado. Jacomine et al. (1986 apud VALLADARES et al., 2005) apresentam de maneira simplificada as seguintes formas de relevo no estado do Maranhão: chapadas altas e baixas, superfícies onduladas, grande baixada maranhense, terraços e planícies fluviais, tabuleiros costeiros, restingas e dunas costeiras, golfão maranhense e baixada litorânea. O centro-sul do estado abriga as áreas de planalto, com altitudes entre 200 e 800 metros, com as principais vertentes hidrográficas estando localizadas na chapada das Mangabeiras, na serra do Tiracambu e suas extensões (serras do Gurupi e da Desordem), na serra da Menina e no sistema formado pelas serras da Crueira, Itapecuru e Alpercatas. Esse conjunto geomorfológico forma e individualiza as bacias hidrográficas dos rios: Gurupi, Turiaçu, Maracaçumé-Tromaí, Uru-Pericumã-Aurã, Mearim, Itapecuru, Tocantins, Parnaíba, Munim e outros rios menores sobre a bacia de Barreirinhas (Costa et al., 1997). Os processos erosivos, agindo sobre os sedimentos das formações Piauí, Pedra de Fogo e Motuca, originaram planos irregulares que se estendem do rio Tocantins a oeste, acompanhando o rio Sereno, até o rio Parnaíba a leste, margeando este e também a drenagem do rio das Balsas. As Coberturas Detrito-Lateríticas, que recobrem os sedimentos da formação Pedra de Fogo,
  • 16. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 18 Município de Riachão deram origem às chapadas do Alto Parnaíba, como a serra do Penitente. A erosão fluvial, que contorna os chapadões da alta bacia do rio Itapecuru e expõe os arenitos da formação Sambaíba, originou relevos em posição altimétrica, inferior aos chapadões, dando origem a amplos vales pedimentados. Na região dos Tabuleiros do Parnaíba, na sua margem esquerda, ocorrem planos irregulares em níveis altimétricos diferenciados entre 200 a 400 metros, mais na parte sul, com relevo nas vertentes dissecados em colinas e morros. Na região do Patamar das Cabeceiras do Mearim, têm-se planos rampeados em níveis altimétricos, que variam de 200 a 500 metros. Em alguns trechos, principalmente no baixo curso do rio Alpercatas e seus afluentes, o relevo é em colinas e morros residuais que se destacam na paisagem. Na região do Patamar de Porto Franco/Fortaleza dos Nogueiras, as cotas altimétricas variam de 150 metros, nas proximidades do rio Tocantins, a 650 metros, na parte leste. Na área dos Planos Arenosos de Riachão, drenada pelo rio Tocantins, as altitudes estão em torno de 150 metros e caracteriza-se pelos planos com areias quartzosas resultantes da decomposição dos arenitos da formação Sambaíba. A região dos Tabuleiros de Balsas caracteriza-se por relevos planos localmente limitados por escarpas e por vertentes dissecadas em lombas e colinas, estando em níveis altimétricos que variam de 150 a 400 metros. Os Vãos do Alto Itapecuru correspondem aos vales do alto rio Itapecuru, do Alpercatas e do Balseiros que entalham as chapadas existentes nessa área. Na parte oeste, esses vãos se caracterizam como amplos vales pedimentados, com cotas altimétricas que variam de 350 a 400 metros, com a drenagem apresentando-se controlada por alinhamentos estruturais de direção oeste-leste. Na parte leste, a drenagem está disposta de sul para norte e os vãos acham-se dissecados em lombas e colinas, com as altitudes nesse trecho variando de 200 a 300 metros. Nos chapadões do Alto Itapecuru, o relevo é plano, limitado por escarpas dissecadas. O topo dos chapadões é mantido pelo nível de laterita, que forma coberturas, e as cotas altimétricas variam de 300 metros, na parte leste, a 500 metros, no oeste. Esses chapadões acham-se recortados pela drenagem que isolou blocos conhecidos regionalmente como serra das Alpercatas e serra do Itapecuru, além de denominações locais como serra da Crueira. Na região das Chapadas do Alto Parnaíba, a exemplo dos chapadões do Alto Itapecuru, as chapadas se encontram recortadas pela drenagem e se dispõem na direção sul-norte. O bloco principal é conhecido como serra do Penitente e as cotas altimétricas variam de 150 metros, na margem do Parnaíba, a 600 metros na citada serra. Na região dos Vãos do Alto Parnaíba, o relevo caracteriza-se por vales amplos e pedimentados do alto curso dos rios Parnaíba, das Balsas e Miguel Alves Grande, afluente
  • 17. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 19 Município de Riachão do rio Tocantins, onde dominam planos rampeados. Ao longo do rio Manuel Alves Grande, afluente do rio Tocantins, ocorrem áreas abaciadas sujeitas a inundações no período chuvoso. Esses vãos foram entalhados em cotas altimétricas, que variam de 350 a 500 metros. Nas Cabeceiras do Parnaíba, o relevo caracteriza-se por rampas em direção à drenagem principal, enquanto que na parte oeste destacam-se relevos residuais de topo plano, limitados por escarpas, configurando-se como restos das chapadas que ocorrem no sul do estado. As cotas altimétricas nessa região variam de 500 a 650 metros e decaem de sul para norte. A área das Chapadas das Mangabeiras, que faz o limite sul do estado do Maranhão com o estado do Tocantins, caracteriza-se por apresentar um relevo de topo plano, com cotas altimétricas em torno de 800 metros. Esse topo plano está limitado por escarpas dissecadas. As Planícies Fluviais correspondem às várzeas e terraços fluviais, dispostos ao longo dos rios principais, compostos pelas aluviões e estão sujeitos a inundações durante as enchentes. As diferentes condições de clima, de relevo e de solo do território brasileiro permitem o desenvolvimento de uma grande diversidade de ambientes naturais. A cobertura vegetal do Maranhão reflete, em particular, a influência das condições de transição climática, entre o clima amazônico e o semiárido nordestino. Na região do Tabuleiro do Parnaíba, a vegetação é caracterizada pelo contato da Savana com a Floresta, dominando a Savana Arbórea Aberta, descaracterizada em alguns trechos, para a implantação da agropecuária e agricultura de subsistência; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.100 a 1.400 mm. No Patamar das Cabeceiras do Mearim, predomina a cobertura vegetal Savana Parque e a Savana Arbórea Aberta; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.000 a 1.200 mm. No Patamar de Porto Franco/Fortaleza dos Nogueiras, a vegetação dominante é da Savana Arbórea Aberta, Savana Densa e a Savana Parque; o clima regional é subúmido a semiárido na parte sul e subúmido no norte, a pluviosidade anual varia de 1.300 a 1.600 mm. Na região dos Planos Arenosos de Riachão, a vegetação dominante é a Savana Arbórea Aberta e a Savana Parque; o clima regional é subúmido, na parte norte, e subúmido a semiárido, no setor sudeste; a pluviosidade anual varia de 1.300 a 1.700 mm. Nos Vãos do Alto Parnaíba, a vegetação dominante é a da Savana Arbórea Densa, Savana Aberta e Savana Parque; o clima é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.100 a 1.300 mm. Na área do Tabuleiro de Balsas, a vegetação dominante é a Savana Arbórea Aberta e a Savana Densa, descaracterizada pela agropecuária e pela agricultura de subsistência; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.000 a 1.200 mm. Na região
  • 18. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 20 Município de Riachão das Chapadas do Alto Itapecuru, a vegetação predominante é a Savana Arbórea Aberta, descaracterizada para implantação de agricultura comercial de soja, arroz e sementes de capim; o clima regional é subúmido a semiárido e subúmido e a pluviosidade anual varia de 1.100 a 1.500 mm. Na área dos Vãos do Alto Itapecuru, a vegetação dominante é a Savana Arbórea Aberta e Savana Densa, descaracterizada pela agropecuária e pela agricultura de subsistência; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.000 a 1.200 mm. Na região das chapadas do Alto Parnaíba, a vegetação dominante é a Savana Arbórea Aberta e a Savana Arbórea Densa, devastada na serra do Penitente, pela agricultura comercial de soja; o clima regional é subúmido a semiárido e subúmido e a pluviosidade anual varia de 1.100 a 1.500mm. Nas Cabeceiras do Parnaíba, a vegetação é a Savana Parque e a Savana Arbórea Aberta; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.200 a 1.300 mm. Na Chapada das Mangabeiras, a vegetação dominante é a Savana Parque, no topo das serras, e a Savana Arbórea Aberta; o clima regional é subúmido a semiárido e a pluviosidade anual varia de 1.200 a 1.300mm. Nas Planícies Fluviais, a cobertura vegetal dominante são as Formações Pioneiras, com influência fluvial. Os solos da região estão representados por Latossolo Amarelo, Podzólico Vermelho- Amarelo, Terra Roxa, Plintossolos, Solos Litólicos e Areias Quartzosas (EMBRAPA, 2006). Latossolo Amarelo são solos profundos, bem a acentuadamente drenados, com horizontes de coloração amarelada, de textura média e argilosa, sendo predominantemente distróficos, ocorrendo também álicos, com elevada saturação de alumínio e teores de nutrientes muito baixos. São encontradas em áreas de topos de chapadas, ora baixas e dissecadas, ora altas e com extensões consideráveis, apresentando relevo plano com pequenas e suaves ondulações, tendo como material de origem mais comum, as coberturas areno-argilosas e argilosas, derivadas ou sobrepostas às formações sedimentares. Mesmo com baixa fertilidade natural e em decorrência do relevo plano e suavemente ondulado, esse solo tem ótimo potencial para agricultura e pecuária. Devido sua baixa fertilidade e acidez elevada, esses solos são exigentes em corretivos e adubos químicos e orgânicos. Os Podzólicos Vermelho-Amarelos são solos minerais com textura média e argilosa, situando-se, principalmente, nas encostas de colinas ou outeiros, ocupando também áreas de encostas e topo de chapadas, com relevo que varia desde plano até fortemente ondulado. São originados de materiais de formações geológicas, principalmente sedimentares, de outras coberturas argilo-arenosas assentadas sobre as formações geológicas. As áreas onde ocorrem
  • 19. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 21 Município de Riachão essa classe de solo são utilizadas com cultura de subsistência, destacando-se as culturas de milho, feijão, arroz e fruticultura (manga, caju e banana), além do extrativismo do coco babaçu. As áreas, onde o relevo é plano a suavemente ondulado podem ser aproveitadas para a agricultura, de forma racional, com controle da erosão e aplicação de corretivos e adubos para atenuar os fatores limitantes à sua utilização. Terra Roxa são solos minerais, não-hidromórficos, apresentando cor vermelho-escura tendendo à arroxeada, derivados do intemperismo de rochas básicas e ultrabásicas, ricas em minerais ferromagnesianos, sendo comum sua ocorrência nas partes média e inferior de encostas onduladas a fortemente onduladas. Na sua maioria, são eutróficos, com ocorrência menos freqüentes de distróficos e raramente álicos. A textura varia de argilosa a muito argilosa, bastante porosos, com teores de ferro elevados, tendo como característica peculiar, apresentar materiais que são atraídos pelo imã. Os solos eutróficos são de grande importância agrícola, com elevado potencial produtivo, e os distróficos e álicos respondem bem à aplicação de fertilizantes e corretivos. Pelas suas características, esses solos têm aptidão boa para lavouras e demais usos agropastoris, exceto pelo seu posicionamento no relevo. Plintossolos são solos de textura média e argilosa que tem restrição à percolação d’água, sujeitos ao efeito temporário do excesso de umidade e se caracterizam por apresentar horizonte plíntico, podendo ser álicos, distróficos e eutróficos. Ocupam áreas de relevo predominantemente plano ou suavemente ondulado e se originam a partir das formações sedimentares. Os Plintossolos eutróficos são os que propiciam maior produtividade com as diversas culturas. Os Plintossolos álicos e distróficos, principalmente os arenosos, são solos de baixa fertilidade natural e acidez elevada. Além do extrativismo do coco babaçu, nas áreas desse solo, tem-se o uso agrícola com a cultura de mandioca, arroz, feijão, milho, fruticultura e a pecuária extensiva, principalmente bovinos. Em áreas com relevo plano e suavemente ondulado, esses solos favorecem o uso de máquinas agrícolas, porém devem ser observados os cuidados para evitar os efeitos da erosão. Solos Litólicos são solos minerais não hidromórficos, pouco desenvolvidos, muito rasos ou rasos, com horizonte A sobre a rocha ou sobre horizonte C. São de textura variável, freqüentemente arenosa ou média e preferencialmente ocupam locais com forte declividade, geralmente encostas de morros, serras e sopés de chapadas. As principais limitações quanto ao uso agrícola são a pequena espessura do solo, a freqüente ocorrência de cascalhos e
  • 20. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 22 Município de Riachão fragmentos de rocha no seu perfil, a grande susceptibilidade à erosão, mormente nas áreas de relevo acidentado que são as mais freqüentes de sua ocorrência. Areias Quartzosas são solos arenosos, essencialmente quartzosos, que apresentem teores em argila inferiores a 15%, muito profundos, excessivamente drenados, forte a fortemente ácidos e com baixa a muito baixa fertilidade natural. Apresenta baixa saturação de bases e alta a média saturação de alumínio trocável. Não dispõem praticamente de nenhuma reserva de nutrientes para as plantas. A seqüência dos horizontes é do perfil do tipo A/C, onde A apresenta profundidade variável, com baixos teores de matéria orgânica. O município de Riachão está localizado na Mesorregião Sul Maranhense, na Microrregião Gerais de Balsas. A altitude da sede do município é de 383 metros acima do nível do mar e a variação térmica durante o ano é pequena, com a temperatura oscilando entre 21,2°C e 31,9°C. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é tropical (AW’) subúmido com dois períodos bem definidos: um chuvoso, que vai de novembro, a abril com médias mensais superiores a 186 mm e outro seco, correspondente aos meses de maio a outubro. Dentro do período de estiagem, a precipitação pluviométrica variou de 3,7 a 93,1 mm e no período chuvoso, de 137,6 a 249,6 mm, com média anual em torno de 1.311 mm. Esses dados são referentes ao período de 1961 a 1990 (JORNAL DO TEMPO, 2011). O relevo da região é de planalto com formas mais elevadas no centro sul, com altitudes entre 200 e 800 metros. O município encontra-se nas mediações da depressão de Balsas, onde se encontra um conjunto de morfoesculturas rebaixadas, modeladas no sentido leste-oeste. É dominada por chapadas com formas amplas e baixas (FEITOSA, 2006). Os cursos d’água da região fazem parte da bacia hidrográfica do Tocantins e a vegetação da região é composta pelo Cerrado que se caracteriza por possuir arvores com troncos e galhos retorcidos e suberizados IMESC (2008). 5.4 – Geologia O município de Riachão está inserido nos domínios da Bacia Sedimentar do Parnaíba, que, segundo Brito Neves (1998), foi implantada sobre os riftes cambro- ordovicianos de Jaibaras, Jaguarapi, Cococi/Rio Jucá, São Julião e São Raimundo Nonato. Compreende as supersequências Silurianas (Grupo Serra Grande), Devoniana (Grupo Canindé) e Carbonífero-Triássica (Grupo Balsas) de Góes e Feijó (1994).
  • 21. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 23 Município de Riachão Na área do município, o Grupo Balsas está representado pelas formações Piauí (C2pi) Carbonífero, Pedra de Fogo (P12pf), Motuca (P3m) Permiano e Sambaíba (T12s), Triássico; o Grupo Mearim, através das formações Mosquito (J1βm) e Corda (J2c) Jurássico; o Terciário-Quaternário, pelos Depósitos Colúvio-Eluviais (NQc). Small (1913 apud SANTOS et al., 1984) usou o termo “série Piauí” para designar toda sequência paleozóica da Bacia Sedimentar do Parnaíba. Posteriormente, Duarte (1936 apud SANTOS et al., 1984) e Oliveira & Leonardos (1943) restringiram o termo “série” para o de formação, representando apenas as camadas carboníferas do Pensilvaniano. Os limites estratigráficos atuais para a sequência pensilvaniana, compreendidos entre os arenitos e siltitos da formação Poti e o sílex basal da formação Pedra de Fogo é o conceito adotado por Lima & Leite (1978). Litologicamente a formação Piauí consiste de uma sequência essencialmente arenosa, com níveis de siltitos e folhelhos, além de intercalações de calcário. No topo desenvolvem-se, localmente, níveis de sílex. Os sedimentos arenosos da seção inferior são representados por arenitos avermelhados, róseos e amarelados, finos a grosseiros, argilosos, localmente feldspáticos. A seção superior é constituída de arenitos avermelhados, amarelo-esbranquiçados, finos a médios, pintalgados de caulim, regularmente selecionados e grãos subarredondados. Estratificação cruzada tipo plano-tabular e acanalada de grande porte são as estruturas dominante na seção. Aflora no extremo sul do município de Riachão. Plummer (1946 apud SANTOS et al., 1984) propôs o termo formação Pedra de Fogo para designar as camadas ricas em chert e fósseis vegetais Psaronius, que afloram no vale do rio Pedra de Fogo, entre Pastos Bons e Nova Iorque. Esse conceito foi adotado por Lima & Leite (1978). A formação caracteriza-se, essencialmente, por uma sequência de siltitos, folhelhos e calcários, com arenitos predominando na seção média. Em todo o pacote desenvolvem-se leitos de até 0,50m de espessura, lentes ou até nódulos achatados de silexito, uma característica marcante da unidade. Troncos de madeira silicificada, descritos como Psaronius, com até 50 cm de diâmetro, são encontrados na base e próximo do topo da formação. É comum, nos níveis de arenitos, estratificação cruzada, enquanto nos níveis de folhelhos e siltitos ocorrem fragmentos de conchas e impressões de restos vegetais. São freqüentes estruturas de escorregamento (slumping) em “pequenos dobramentos”, causados por acomodação de estratos de diferentes competências. É a que tem maior expressão geográfica e aflora, na porção sul e na parte central do município de Riachão.
  • 22. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 24 Município de Riachão Formação Motuca (P3m). Plummer (1948 apud SANTOS et al., 1984) propôs a denominação formação Motuca para designar os folhelhos vermelho-tijolo com intercalações de calcário e anidrita, sobrejacente aos estratos Pedra de Fogo que afloram nos arredores da fazenda Motuca, entre São Domingos e Benedito Leite, no estado do Maranhão. Aguiar (1971) dividiu essa formação em três membros e ratificou a sua concordância com as formações Pedra de Fogo e Sambaíba, considerando-a de idade permo-triássica. A espessura máxima dessa formação na Bacia Sedimentar do Parnaíba, atravessada em sondagem, é de 296 m (PETRI e FÚLVARO, 1983). Reúne, na sua seção inferior, arenitos finos a médios, róseos a esbranquiçados, além de folhelhos e siltitos arenosos, vermelho-tijolo. Na seção média predominam siltitos e folhelhos esverdeados, bem laminados, com fraturas preenchidas por aragonita. A seção superior constitui-se de arenitos avermelhados, finos a médios, argilosos. Ocorrem, também, leitos de sílex contorcidos, indicando pequenos dobramentos convolutos. Assenta-se sobre a formação Pedra de Fogo e é recoberta pela formação Sambaíba, com as quais mantém, respectivamente, relações de contato gradacional na base e no topo, às vezes bruscos e com discordância erosiva. Ocupa uma área situada a sul estendendo-se para sudoeste e nordeste do município de Riachão. Plummer (1948 apud SANTOS et al., 1984) usou originalmente o termo Sambaíba para designar os arenitos que afloram, em forma de mesetas, próximo à cidade de Sambaíba, no estado do Maranhão. Litologicamente, esta formação consiste de arenitos avermelhados, róseos, escuros e esbranquiçados, predominantemente finos a médios. Em geral, são pintalgados de caulim, com grãos subangulares à subarredondados e foscos. É comum, na seção mais superior, níveis de sílex. Ainda, no topo da unidade, onde ocorrem intercalações de níveis de basalto, esses arenitos apresentam-se bastante silicificados. Estratificação cruzada de grande porte do tipo torrencial é a estrutura sedimentar, predominante. Northfleet & Neves (1967 apud SANTOS et al., 1984) citam espessuras variáveis de 60 a 110 metros para a formação Sambaíba. Lima e & Leite (1978) referem-se a 40 metros de espessura na região de Lizarda-Gurupá, no Estado do Tocantins. 200 metros, próximo a cidade de Sambaíba-MA. Na região centro-sul, da bacia, nota-se maior expressividade, em termos de espessura dessa unidade, enquanto na borda oeste da bacia suas espessuras são decrescentes no sentido E-W. O contato inferior da formação Sambaíba, com unidades Paleozóicas (formações Piauí e Pedra de Fogo) é discordante e, concordante com a formação Motuca (Lima & Leite, 1978). Seu contato superior com a formação Urucuia é discordante e, em geral, marcado por uma
  • 23. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 25 Município de Riachão superfície aplainada, com cobertura arenosa sendo, também discordante com a formação Corda. No contato dos arenitos Sambaíba com os basaltos observa-se o truncamento dos primeiros pelos basaltos. Ocupa vasta área na porção norte, estendendo-se para sudoeste do município de Riachão. Segundo a definição de Aguiar (1971), a formação Mosquito é litologicamente constituída por derrames basálticos com uma intercalação sedimentar, descontínua e restrita, onde foi observada, em sua porção inferior, exclusivamente nas proximidades da cidade de Fortaleza dos Nogueira, estado do Maranhão, por (Lima & Leite, 1978). Os basaltos são, em geral, de cores escuras, raramente em tons verde, afaníticos, com amígdalas preenchidas por calcedônea, zeólitos e material criptocristalino, esverdeado. Os arenitos são róseos e esbranquiçados, finos a médios, pintalgados de caulim, parcialmente silicificados, com estratificação plano-paralela ou cruzada. O contato superior da unidade com a formação Corda é discordante, marcado por uma superfície de erosão acentuada. O contato inferior do basalto com os sedimentos da formação Sambaíba mostra esses arenitos completamente truncados pelos basaltos. Aflora a norte, nordeste e noroeste do município de Riachão. Lisboa (1914 apud SANTOS et al., 1984) usou pela primeira vez a denominação Corda para designar os arenitos vermelhos que ocorrem intercalados em basaltos no vale do rio Mearim, no estado do Maranhão. Aguiar (1969) considera como formação Corda a seção de sedimentos, com espessura em torno de 80 metros, com intercalações de sílex, de idade jurássica, assentados sobre os basaltos da formação Mosquito e, recoberta, discordantemente, pelos basaltos da formação Sardinha. Quando a formação Corda ocorre em contato com os basaltos da formação Mosquito a seqüência litológica dessa formação inicia-se por arenitos grosseiros a conglomeráticos, marrons-avermelhados e arroxeados. Quando a unidade repousa diretamente sobre outras formações, estando ausente o basalto Mosquito, a seqüência litológica consiste, essencialmente de arenitos argilosos, marrons-avermelhados, com estratificação cruzada de grande porte. Localmente, esses arenitos são muitos calcíferos, como observados em Imperatriz e Grajaú no Maranhão e Tocantinópolis no Tocantins. Em sua seção média pode ocorrer intercalações nos arenitos de níveis de argilitos, siltitos argilosos e folhelhos, com estratificação cruzada. O topo da unidade reúne arenitos arroxeados e marrons-avermelhados, médios a grosseiros, grãos arredondados e foscos, com seixos de quartzo e estratificação plano-paralela de grande porte. Sua espessura varia de 30 metros na região de Imperatriz, 84 metros na região de Pastos Bons, segundo Lima & Leite (1978).
  • 24. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 26 Município de Riachão Northfleet & Mello (1967 apud SANTOS et al., 1984) atribuem para a unidade Corda a espessura de 80 metros na região do município de Fortaleza dos Nogueiras. Aflora em uma área no extremo nordeste do município de Riachão. Depósitos Colúvio-Eluviais (NQc). A primeira tentativa de separação dessas coberturas interioranas, determinando-as de Cobertura Colúvio-Eluviais Indiferenciadas, coube a Campos et al. (1976). Porém, com base em estudos de campo Oliveira et al. (1974 apud AGUIAR, 1999), esses capeamentos foram definidos como produtos de alteração de rochas cristalinas transformados em sedimentos areno-siltico-argilosos, inconsolidados, de idade Terciário-Quaternário. Braga et al. (1977) caracterizam litologicamente esses sedimentos como um material areno-argiloso, caulinítico, com cimento argiloso e/ou ferruginoso. Eles são constituídos de grãos de quartzo imaturos e pouco desgastados, ocasionais pontuações de opacos, palhetas de mica e grãos de feldspatos, em vias de alteração. A falta de estratificação, o caráter arcoseano, a presença de minerais micáceos e feldspáticos caracterizam esses sedimentos como imaturos e, por outro lado, sugerem, em seu processo de formação, condições climáticas semiáridas a que foram submetidos, desde a degradação até os tempos atuais. Ocupa uma vasta área a leste e aflora em áreas menores situadas a norte e a sudoeste do município de Riachão (Ver mapa, Anexo 2). 6 - RECURSOS HÍDRICOS 6.1 - Águas Superficiais O Maranhão é o único estado do Nordeste que menos se identifica com as características hidrológicas da região, pois não há estiagem e nem escassez de recursos hídricos, tanto superficiais como subterrâneos, em seu território. É detentor de uma invejável rede de drenagem com, pelo menos, dez bacias hidrográficas perenes. Podem ser assim individualizadas: Bacia do rio Mearim, Bacia do rio Gurupi, Bacia do rio Itapecuru, Bacia do rio Grajaú, Bacia do rio Turiaçu, Bacia do rio Munim, Bacia do rio Maracaçumé-Tromaí, Bacia do rio Uru-Pericumã-Aurá, Bacia do rio Parnaíba-Balsas, Bacia do rio Tocantins, além de outras pequenas bacias. Suas principais vertentes hidrográficas são: a Chapada das Mangabeiras, a Chapada do Azeitão, a Serra das Crueiras, a Serra do Gurupi e a Serra do Tiracambu.
  • 25. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 27 Município de Riachão As bacias hidrográficas são subdivididas em sub-bacias e microbacias. Elas constituem divisões das águas, feitas pela natureza, sendo o relevo responsável pela divisão territorial de cada bacia, que é formada por um rio principal e seus afluentes. O município de Riachão pertence à bacia hidrográfica do rio Tocantins, pois o rio Manuel Alves Grande, que drena a área desse município, é seu afluente. O rio Tocantins nasce no planalto goiano, aproximadamente a 1.000 m de altitude, sendo formado pelos rios das Almas e Maranhão, cujo curso mede cerca de 1.960 km até a sua foz no oceano Atlântico (MMA, 2006b). Seu trecho inferior tem início próximo à cidade de Marabá-PA, logo após o rio estabelecer os limites entre os estados do Maranhão, Pará e Tocantins. Sua bacia forma uma área de drenagem de 767.000 km², distribuindo-se pelos estados do Tocantins e Goiás (58%), Mato Grosso (24%), Pará (13%) e Maranhão (4%), além do Distrito Federal com (1%). Entre as cidades de Imperatriz e Marabá, apresenta direção E-W, sofrendo brusca inflexão para norte, à jusante de Marabá, até sua foz. No Maranhão, recebe alguns afluentes de porte, como os rios Manuel Alves Grande, Farinha, Gameleira, Água Boa, Lajeado, da Posse e Bananal. Além do rio Manuel Alves Grande. Drenam a área do município os rios Lajes, Sereno, Gameleira, Picos, Brejão, Maravilha, do Coqueiro, Cocal e os riachos: Alegria, dos Macacos, da Ponte, Grande, Santa Cruz, Tanque, Exu, da Foice, da Aldeia, do Mato Bonito, Bacaba, da Arara, Ararinha, Baixa d’Água, Morro do Fogo, Cajueiro, Canela de Ema, Prazeres, Riachão Velho, Frutuoso, Angical, Pajeú, Pau d’Arco, São Luiz, Capinzal, Marajá, Bebedouro, do Retiro, Buritirana, Novo Sítio, Tabuleiro Alegre, Vargem Grande, Seco, do Meio, Muquém, Água Branca, Grotão, da Extrema, dentre outros. 6.2 – Águas Subterrâneas O estado do Maranhão está quase totalmente inserido na Bacia Sedimentar do Parnaíba, considerada uma das mais importantes províncias hidrogeológicas do país. Trata-se de bacia do tipo intracratônica, com arcabouço geométrico influenciado por feições estruturais de seu embasamento, o que lhe impõe uma estrutura tectônica em geral simples, com atitude monoclinal das camadas que mergulham suavemente das bordas para o seu interior. Segundo Góes et al. (1993), a espessura máxima de todo o pacote sedimentar dessa bacia está estimada em 3.500 metros, da qual cerca de 85% são de idade paleozóica e o restante, mesozóica. Dessa forma, o estado do Maranhão, por estar assentado plenamente sobre terrenos de rochas sedimentares, diferentemente dos outros estados nordestinos,
  • 26. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 28 Município de Riachão apresenta possibilidades promissoras de armazenamento e explotação de águas subterrâneas, com excelentes exutórios e sem períodos de estiagem. 6.2.1 - Domínios Hidrogeológicos É considerada água subterrânea apenas aquela que ocorre abaixo da superfície, na zona de saturação, onde todos os poros estão preenchidos por água. A formação geológica que tem capacidade de armazenar e transmitir água é denominada aquífero. Em relação à geologia, existem três domínios principais de águas subterrâneas: rochas ígneas e metamórficas, que armazenam água através da porosidade secundária resultante de fraturas, caracterizando, segundo Costa (2000), “aquífero fissural”; rochas cabornáticas, calcário e dolomito, que armazenam água com o desenvolvimento da porosidade secundária, através da dissolução e lixiviação de minerais carbonáticos pela água de percolação ao longo das descontinuidades geológicas, caracterizando o que é denominado de “aquífero cárstico”; sedimentos consolidados, arenitos, e inconsolidados, as aluviões e dunas, que caracterizam o aquífero poroso ou intergranular. O município de Riachão apresenta dois domínios hidrogeológicos: o aquífero fissural, relacionado aos basaltos e/ou diabásios da formação Mosquito (J1βm); e o aquífero poroso ou intergranular, relacionado aos sedimentos consolidados das formações Piauí (C2pi), Pedra de Fogo (P12pf), Motuca (P3m), Sambaíba (T12s) e Corda (J2c); e dos sedimentos inconsolidados dos Depósitos Colúvio-Eluviais (NQc). Durante os trabalhos de campo foram cadastrados 44 pontos d’água sendo todos poços tubulares (100,0%). O aquífero Piauí ocorre como aquífero livre, próximo à calha do rio Parnaíba, enquanto que mais para o centro da bacia ele está confinado pelos sedimentos argilosos e siltosos sobrepostos das demais formações. Apresenta uma constituição litológica, reunindo arenitos róseos, maciços, com raras intercalações de folhelhos na parte inferior, podendo ser considerado um bom aquífero, enquanto na seção superior, com predominância de siltitos e folhelhos apresenta uma permeabilidade fraca, constituindo uma zona pouco promissora para a captação de água subterrânea. Apresenta um potencial hidrogeológico que varia de fraco a médio, em sua seção superior, e de médio a elevado na seção inferior, mais arenosa. É alimentado pela infiltração direta das precipitações pluviométricas nas áreas de recarga, infiltração vertical, ascendente e descendente, através das formações inferior e superior e pela contribuição da rede de drenagem superficial. Os principais exutórios são: a rede de drenagem
  • 27. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 29 Município de Riachão superficial, quando os rios recebem por restituição as águas armazenadas no aquífero, principalmente durante as cheias; evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil geológico, diminui a infiltração, favorecendo um substancial aumento do processo nas áreas de recarga; infiltração vertical, descendente, na base do aquífero; algumas fontes de contato e descarga artificial, resultante do bombeamento de poços manuais e tubulares, existentes. As formações Pedra de Fogo e Motuca, representadas predominantemente por siltitos, folhelhos, arenitos muito finos, argilosos e lentes de silexitos, portanto litologias essencialmente pelíticas, representa um manancial de fraco potencial hidrogeológico. Esses aquitardos podem ser explotados no município, principalmente, através de poços tubulares rasos e poços escavados, tipo “amazonas”. O aquífero Sambaíba, que ocorre tanto como aquífero livre como confinado na área do município, apresenta constituição litológica predominantemente arenosa (arenitos finos a médios, bem selecionados), com boa permeabilidade, caracterizando-se com de potencial hidrogeológico médio a elevado. É alimentado pela infiltração direta das precipitações pluviométricas nas áreas de recarga, sendo bastante favorecido pelo relevo aplanado, onde se desenvolvem extensos areais; infiltração vertical, descendente, através das formações superiores e pela contribuição da rede de drenagem superficial, principalmente na época de cheias. Seus principais exutórios são: a rede de drenagem superficial, quando os rios recebem por restituição as águas armazenadas no aquífero principalmente durante as cheias; evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil geológico diminui a infiltração, favorecendo aumento desse processo nas áreas de recarga; infiltração vertical, descendente, na base do aquífero; algumas fontes de contato e descarga artificial, resultante do bombeamento de poços manuais e tubulares, existentes. A formação Mosquito, constituída por basaltos e/ou diabásios, apresenta uma porosidade primária quase nula, condicionando a ocorrência de água subterrânea a uma porosidade secundária, representada por fraturas e fendas com circulação restrita às fraturas abertas, dando origem a reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão, comumente denominado “Aquífero Fissural”, segundo Costa (2000). Nesse contexto hidrogeológico, em geral, seu potencial é praticamente nulo, fazendo com que sua explotação por poços tubulares, provoque a diminuição de suas reservas. Pelas suas características dimensionais e hidráulicas, bastante fracas e, considerando ainda, que existe uma expectativa de diminuição dessa oferta, ao longo do tempo, em função de épocas de estiagens mais
  • 28. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 30 Município de Riachão prolongadas e das dificuldades de recarga impostas pelas próprias condições naturais do sistema, esse aquífero é pouco explotado na região. A unidade Corda ocorre como aquífero livre e constitui-se, litologicamente, de arenitos finos a médios, quartzosos, com níveis argilosos e com eventuais leitos de siltitos e folhelhos. Em função de suas litologias, apresenta uma permeabilidade regular, caracterizando-se como de potencial hidrogeológico médio. Os poços que explotam esse aquífero apresentam profundidades médias da ordem de 150 metros, podendo atingir profundidades até 700 metros, como registrado nos perfis litológicos dos poços perfurados pela CPRM no estado do Maranhão. Sua espessura média, segundo dados levantados pelo Projeto SIG Hidrogeológico do Brasil – Folha Teresina, escala 1:1.000.000 (CPRM, inédito), alcança cerca de 160 metros. Alimenta-se pela infiltração direta das precipitações pluviométricas nas áreas de recarga; pela infiltração vertical, ascendente, através das formações inferiores e da rede de drenagem superficial, principalmente nas épocas de cheias. Os exutórios são representados pela rede de drenagem superficial, quando os rios recebem por restituição as águas armazenadas no aquífero, principalmente nas épocas de estiagem; evapotranspiração, quando o caráter argiloso do perfil geológico diminui a infiltração, favorecendo o aumento do processo nas áreas de recarga; infiltração vertical, descendente, na base do aquífero; algumas fontes de contato e descarga artificial resultantes do bombeamento de poços manuais e tubulares existentes. As Coberturas Colúvio-Eluviais podem armazenar água subterrânea no período chuvoso, dependendo de suas espessuras e, eventualmente, podem ser aproveitadas para captação em condições pontuais. Elas têm uma maior importância na alimentação das formações subjacentes e são explotadas através de poços de grande diâmetro, do tipo amazonas. 6.2.2 – Diagnóstico dos Poços Cadastrados O inventário hidrogeológico, realizado no município de Riachão, registrou a presença de 44 pontos d’água, sendo todos poços tubulares, representativo (Figura 3).
  • 29. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 31 Município de Riachão Figura 3 - Tipos de pontos de água cadastrados. Como os poços tubulares representam 100,0% dos pontos cadastrados, as discussões sobre o estudo, a seguir apresentados, serão específicas a essa categoria. Todos os locais dos poços tubulares levantados estão classificados em duas naturezas: públicos (15 poços), quando estão em terrenos de servidão pública e particulares (29 poços), quando estão situados em propriedades privadas como ilustra, em termos percentuais, o gráfico da figura 4. Figura 4 - Natureza dos poços cadastrados no município de Riachão. Foram identificadas nos trabalhos de campo quatro situações distintas, durante o cadastramento: poços em operação, paralisados, não instalados e abandonados. Os poços em operação são aqueles que estão em pleno funcionamento. Os paralisados estão sem funcionar, em função de problemas relacionados à manutenção ou quebra do equipamento. Os não instalados representam aqueles poços que foram perfurados, tiveram um resultado positivo,
  • 30. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 32 Município de Riachão mas não foram equipados com sistema de bombeamento e de distribuição. E por fim, os abandonados que incluem poços secos e/ou obstruídos, representados por aqueles que não apresentam possibilidade de captação de água. A situação dessas obras, levando-se em conta seu caráter público ou particular, é apresentada em números absolutos no quadro 1 e, em termos percentuais, na figura 4. Quadro 1 – Natureza e situação dos poços cadastrados. NATUREZA E SITUAÇÃO DOS POÇOS CADASTRADOS Em operação Paralisados Não instalados Abandonados Público 7 0 2 6 Particular 19 1 2 7 Total 26 1 4 13 Figura 5 - Situação dos poços cadastrados Em relação ao uso da água 07 poços são utilizados para o abastecimento urbano, 05 para uso doméstico, 11 para uso doméstico e animal, 03 para doméstico e irrigação, 04 para a indústria e em 14 não foram obtidas informações sobre o uso da água. Nenhum poço é utilizado para a pecuária e para uso múltiplo (uso doméstico, animal, industrial e na agricultura). A figura 6 exibe em termos percentuais as diferentes destinações da água subterrânea no município. Quanto à natureza geológica da localização dos poços tubulares,
  • 31. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 33 Município de Riachão em relação aos domínios hidrogeológicos de superfície, 100% estão locados sobre terrenos sedimentares. Figura 6 – Destinação do uso da água dos poços públicos e particulares. A figura 7 mostra a relação entre os poços em operação e os poços desativados (paralisados e não instalados), mas passíveis de entrar em funcionamento. Verifica-se que 02 poços públicos estão desativados, enquanto os particulares somam 03. Os públicos, a depender da administração municipal, podem entrar em operação com acréscimo de disponibilidade hídrica aos 07 já existentes, em pleno uso. 7 19 2 2 0 1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 EM OPERAÇÃO NÃO INSTALADO PARALISADO PÚBLICO PARTICULAR Figura 7 - Poços públicos e particulares em operação e outros passíveis de funcionamento.
  • 32. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 34 Município de Riachão 6.2.3 – Aspectos Qualitativos das Águas Subterrâneas Com relação à qualidade das águas dos poços cadastrados foram realizadas, “in loco”, medidas de condutividade elétrica, em amostras de águas de 02 poços, que é a capacidade de uma substância conduzir a corrente elétrica, diretamente relacionada com o teor de sais dissolvidos. Na maioria das águas subterrâneas naturais, a condutividade elétrica da água multiplicada por um fator, que varia entre 0,55 e 0,75, gera um valor estimativo dos Sólidos Totais Dissolvidos (STD). Neste diagnóstico utilizou-se o fator médio 0,65 para se obter o teor de sólidos totais dissolvidos, a partir do valor da condutividade elétrica, medida por condutivímetro nas águas dos poços cadastrados e amostrados. A água com demasiado teor de sais dissolvidos não é recomendável para determinados usos. De acordo com a classificação de Mcneely et al. (1979), quadro 2, considera-se que águas com teores de STD menores do que 1.000 mg/L de sólidos totais dissolvidos são, em geral, satisfatórias para o uso doméstico, sendo consideras de tipologia doce. Ressalta-se que para fins industriais podem ser utilizadas, respeitando-se os processos envolvidos, de acordo com critérios específicos de cada indústria. Quadro 2 – Classificação das águas subterrâneas, quanto ao STD, segundo Mcneely et al. (1979). Tipos de Água Intervalo (mg/L) Doce < 1.000 Ligeiramente Salobra 1.000 – 3.000 Moderamente Salobra 3.000 – 10.000 Com relação aos Sólidos Totais Dissolvidos – STD apresenta uma média por poço de 36,01 mg/L, com valor mínimo de 26,13 mg/L, encontrado na localidade Bacuri (poço JJ 693) e valor máximo de 45,89 mg/L detectado a localidade Bacuri (poço JJ 692). De acordo com a classificação de Mcneely et al. (1979), quadro 2, 100,0% das águas se enquadram no tipo doce, figura 8.
  • 33. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 35 Município de Riachão Figura 8 – Classificação química das águas, segundo Mcneely et al. (1979).
  • 34. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 36 Município de Riachão 7 – CONCLUSÕES Os estudos hidrogeológicos e a análise e processamento dos dados coletados no cadastramento de poços no município de Riachão permitiram estabelecer as seguintes conclusões: 7.1 - Geologicamente a área do município está representada pelos sedimentos das formações Piauí (C2pi), do Carbonífero; Pedra de Fogo (P12pf) e Motuca (P3m), do Permiano; Sambaíba (T12s), do Triássico; Mosquito (J1-beta-m) e Corda (J2c), do Jurássico; e pelos Depósitos Aluvionares (Q2a), do Quaternário; 7.2 - O inventário hidrogeológico, realizado no município de Riachão, registrou a presença de 44 pontos d’água, sendo todos poços tubulares; 7.3 - Todos os locais dos poços tubulares levantados estão classificados em duas naturezas: públicos (15 poços), quando estão em terrenos de servidão pública e particulares (29 poços), quando estão situados em propriedades privadas; 7.4 - Em relação ao uso da água 07 poços são utilizados para o abastecimento urbano, 05 para uso doméstico, 11 para uso doméstico e animal, 03 para doméstico e irrigação, 04 para a indústria e em 14 não foram obtidas informações sobre o uso da água; 7.5 - Quanto à natureza geológica da localização dos poços tubulares, em relação aos domínios hidrogeológicos de superfície, 100% estão locados sobre terrenos sedimentares; 7.6 - Verifica-se que 02 poços públicos estão desativados, enquanto os particulares somam 03; 7.7 - O município de Riachão apresenta dois domínios hidrogeológicos: o aquífero fissural, relacionados aos basaltos e/ou diabásios da formação Mosquito (JBm); e o aquífero poroso ou intergranular, relacionados aos sedimentos consolidados das formações Piauí (C2pi); Pedra de Fogo (P12pf); Motuca (P3m); Sambaíba (T12s); Corda (J2c); e dos sedimentos inconsolidados dos Depósitos Aluvionares (Q2a); 7.8 - O aquífero Piauí ocorre como aquífero livre próximo à calha do rio Parnaíba, enquanto que mais para o centro da bacia ele ocorre confinado pelos sedimentos sobrepostos das demais formações. Apresenta uma constituição litológica reunindo arenitos maciços com raras intercalações de folhelhos na parte inferior, podendo ser considerado um bom aquífero; enquanto que na seção superior, com uma litologia constituída por siltitos e folhelhos,
  • 35. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 37 Município de Riachão apresenta uma permeabilidade fraca, constituindo uma zona pouco promissora para captação de água subterrânea; 7.9 - As formações Pedra de Fogo e Motuca, reunindo siltitos, folhelhos, arenitos muito finos, argilosos e lentes de silexitos, litologias essencialmente pelíticas, tornam-se unidades com fraco potencial hidrogeológico, caracterizando-se como aquitardos; 7.10 - O aquífero Sambaíba, que ocorre como aquífero livre e confinado na área do município, por apresentar uma constituição litológica predominantemente arenosa (arenitos finos a médios, bem selecionados) apresenta uma boa permeabilidade, caracterizando-se com um potencial hidrogeológico de médio a elevado; 7.11 - A formação Mosquito, constituída por basaltos e/ou diabásio, apresenta uma porosidade primária quase nula, condicionando a ocorrência de água subterrânea a uma porosidade secundária, representada por fraturas e fendas com circulação restrita às fraturas abertas, dando origem a reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão, comumente denominado “aquífero fissural”. Neste contexto hidrogeológico, em geral, o potencial é praticamente nulo; 7.12 - O aquífero Corda, que ocorre como aquífero livre e, semiconfinado constitui-se litologicamente de arenitos finos a médios, quartzosos, com níveis argilosos e com eventuais níveis de siltitos e folhelhos. Em função desta constituição litológica apresenta uma permeabilidade regular, caracterizando-se com potencial hidrogeológico de fraco a médio; 7.13 - As aluviões não possuem litologia bem definida, variando desde frações grosseiras, como cascalhos, areias grossas, até frações argilosas. Constituem importantes aquíferos do tipo livre, no primeiro caso podendo formar razoáveis aquíferos; 7.14 - Com relação à qualidade das águas dos poços cadastrados foram realizadas, “in loco”, medidas de condutividade elétrica, em amostras de águas de 02 poços; 7.15 - A Condutividade Elétrica, obtida nas amostras analisadas dos poços cadastrados, apresenta em 100,0%, baixos valores de Sólidos Totais Dissolvidos (STD), caracterizando a água como doce, ou seja, de boa potabilidade para o consumo humano, como determina a Portaria do MS nº 518/2004; 7.16 – Em termos de Sólidos Totais Dissolvidos – STD apresenta uma média por poço de 36,01 mg/L, com valor mínimo de 26,13 mg/L, encontrado na localidade Bacuri (poço JJ 693) e valor máximo de 45,89 mg/L detectado a localidade Bacuri (poço JJ 692). De acordo com a classificação de Mcneely et al. (1979), 100,0% das águas se enquadram no tipo doce;
  • 36. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 38 Município de Riachão 7.17 - Por não ser objetivo do projeto não foram realizados testes de bombeamento nos poços cadastrados; 7.18 - Em função da carência de dados dos poços existentes, do conhecimento de valores referenciais de vazões dos aquíferos da região e da imprecisão das informações coletadas, junto aos usuários e moradores não foram abordados aspectos quantitativos das descargas de água subterrânea.
  • 37. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 39 Município de Riachão 8 – RECOMENDAÇÕES 8.1 – A administração municipal deve conscientizar os líderes comunitários de que o sistema de abastecimento, onde o poço é a peça mais importante, pertence à comunidade e, dessa forma, devem protegê-lo e conservar em perfeito funcionamento, pois é uma obra de grande importância e benefício para todos da comunidade; 8.2 – Como é comum no município locais de ocorrência aflorante do nível freático dos aquíferos é importante conscientizar as comunidades sobre os riscos de contaminação desses mananciais, por lixos e fossas situados em locais inadequados, pois podem provocar sérias doenças de veiculação hídrica; 8.3 – A prefeitura municipal deve fazer anualmente análise físico-química completa nos poços públicos do município (tubular e amazonas), visando um acompanhamento sistemático da qualidade dessas águas para o seu uso adequado; 8.4 – Para um melhor aproveitamento dos recursos hídricos subterrâneos disponíveis no município é importante que se faça uma campanha de recuperação e instalação dos poços desativados e não instalados, com a finalidade de aumentar consideravelmente a disponibilidade de água; 8.5 – Deve ser assegurado, por parte do município, medidas de proteção sanitária na construção dos poços tubulares e amazonas, a fim de garantir boa qualidade de água para a população, do ponto de vista bacteriológico; 8.6 – Pela importância histórica e regional que representa o rio Itapecuru seu progressivo nível de poluição exige o desenvolvimento de um programa que vise o diagnóstico e o mapeamento das fontes poluidoras desse manancial.
  • 38. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 40 Município de Riachão 9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, G. A. de. Revisão geológica da bacia paleozóica do Maranhão. In: Congresso Brasileiro de Geologia, 25., 1971, São Paulo. Anais... São Paulo: SBG, 1971. p. 113-122. ______. Bacia do Maranhão: geologia e possibilidades de petróleo. Belém: PETROBRÁS/RENOR, 1969. Inédito. AGUIAR, R. B. de. Impacto da ocupação urbana na qualidade das águas subterrâneas na faixa costeira do município de Caucaia – Ceará. 1999. Dissertação (Mestrado em Hidrologia)-Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1999. ALCÂNTARA, E. H. de. Caracterização da Bacia Hidrográfica do Rio Itapecuru, Maranhão- Brasil. Caminhos de geografia – revista on line, São Luiz. Disponível em: <www.ig.ufu.br/caminhos_de_geografia.html.> Acesso em: 23 abr. 2011. ANDRADE, M. C. de. Paisagens e problemas do Brasil. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1969. BRAGA, A. et al. Projeto Fortaleza: relatório final. Recife: DNPM;CPRM, 1977. v. 1. BRASIL. Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto Radam. Folha SA. 23 São Luis e parte da folha SA. 24 Fortaleza: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial da terra. Rio de Janeiro: DNPM, 1973. v. 3. (Levantamento de Recursos Naturais, 3). BRITO NEVES, B.B. The Cambro-ordovician of the Borborema Province. Boletim IG - Série Científica, São Paulo, v. 29, p. 175-193, 1998. CABRAL, J. Movimento das águas subterrâneas. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 35-52. CALDAS, A. L. R.; RODRIGUES, M. DO S. Avaliação da percepção ambiental: estudo de caso da comunidade Ribeirinha da microbacia do Rio Magu. Rev. Eletrônica Mestr. Educ. Ambient. , Rio Grande (RS), v.15, jul.-dez. 2005. Disponível em: <http://www.remea.furg.br/edicoes/vol15/art14.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2011.
  • 39. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 41 Município de Riachão CAMPBELL, D.F. Estados do Maranhão e Piauí. In: Conselho Nacional do Petróleo. Relatório de 1947. Rio de Janeiro, 1948. p. 71-78. CAMPOS, M. de et al. Projeto Rio Jaguaribe: relatório final. Recife: DNPM;CPRM, 1976. v. 1. CEMAR. Sistema de Transmissão. 2011. Disponível em: <http://www.mzweb.com.br/cemar/web/conteudo_pti.asp?idioma=0&tipo=5435&conta=45>. Acesso em: 21 jan. 2011. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS MUNICÍPIOS. 2000. Disponível em: < http://www.cnm.org.br/dado_geral/ufmain.asp?iIdUf=100121>. Acesso em: 23 jan. 2011. ______. 2002. Disponível em: < http://www.cnm.org.br/dado_geral/ufmain.asp?iIdUf=100121>. Acesso em: 03 fev. 2011. ______. 2009. Disponível em: < http://www.cnm.org.br/dado_geral/ufmain.asp?iIdUf=100121>. Acesso em: 21 fev. 2011. CORREIA FILHO, F. L. Projeto Cadastro de Fontes de Abastecimento por Água Subterrânea do Estado do Maranhão: proposta técnica. Teresina: CPRM, 2009. 6 f. Inédito. COSTA, W. D.; SILVA, A.B. da. Hidrogeologia dos meios anisotrópicos. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 133-174. COSTA, J. L. et al. Projeto Gurupi: relatório final da etapa. Belém: CPRM, 1977. v.1. COSTA, W. D.; SILVA, A.B. da. Hidrogeologia dos meios anisotrópicos. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 133-174. CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Carta hidrogeológica do Brasil ao milionésimo: Folha SB.23 - Teresina: bloco Nordeste. Inédito.
  • 40. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 42 Município de Riachão ______. Carta geológica do Brasil ao milionésimo: Sistema de Informações Geograficas- SIG: folha SB.23 Teresina. Brasília: CPRM, 2004. 1 CD-ROM. Programa Geologia do Brasil. EMBRAPA. Solos do Nordeste. Recife, 2006. Disponível em: <(www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.html >. Acesso em: 11 jun. 2011. FEITOSA, A. C. O Maranhão primitivo: uma tentativa de constituição. São Luís: Ed. Augusta, 1983. ______. Relevo do Estado do Maranhão: uma nova proposta de classificação topomorfológica. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOMORFOLOGIA; REGIONAL CONFERENCE ON GEOMORPHOLOGY, 6., 2006, Goiania. Anais... Goiânia, 2006. p.1- 11. FEITOSA, A. C.; TROVÃO, J. R. Atlas escolar do Maranhão: espaço geo-histórico- cultural. João Pessoa: Grafset, 2006. GÓES, A. M. A Formação Poti (Carbonífero inferior) na Bacia do Parnaíba. São Paulo: USP, 1995. 170 f. Tese (Doutorado em Geologia Sedimentar)-Universidade de São Paulo, 1995. GÓES, A. M. de O.; TRAVASSOS, W. A. S.; NUNES, K. C. Projeto Parnaíba: reavaliação da bacia e perspectivas exploratórias. Belém: PRETROBRAS, 1993. 3 v. GOÉS, A.M.O.; FEIJÓ, J.F. Bacia do Parnaiba. B. Geoc. Petrobrás, Rio de Janeiro, v. 8, n.1, p. 57-67, 1994. GOOGLE MAPS. Disponível em: <http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl> Acesso em: 01 mar. 2011. IBAMA. Plano de Manejo do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. São Luís, MA. 2003. 499 p. IBGE. Atlas do Estado do Maranhão. Rio de Janeiro, 1984. 104 p., mapas color., il.
  • 41. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 43 Município de Riachão ______. Censo 2010. Disponível em: <www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 20 jan. 2011. ______. Mapas municipais estatísticos. 2007. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursosnaturais/diagnosticos/maranhao.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2011. ______. Zoneamento geoambiental do estado do Maranhão: diretrizes gerais para a ordenação territorial. Salvador, 1997. Disponível em: <ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/recursosnaturais/diagnosticos/maranhao.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2011. INSTITUTO MARANHENSE DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS E CARTOGRÁFICOS. Perfil do Maranhão 2006/2007. São Luís: IMESC, 2008. v.1. ______. Anuário Estatístico do Maranhão. São Luís: IMESC, 2010. 791 p. v. 4. JORNAL DO TEMPO. Previsão. Disponível em: <http://jornaldotempo.uol.com.br>. Acesso em: 11 ago. 2011. KEGEL, W. Contribuição para o estudo do devoniano da Bacia do Parnaíba. Rio de Janeiro: DNPM, 1953. 48 f. (Boletim 141). KLEIN, E. L. et al. Geologia e recursos minerais da folha Cândido Mendes SA.23-V-D-II, estado do Maranhão: escala 1:100.000. Belém: CPRM, 2008. 150 p. il. Programa Geologia do Brasil - PGB. KLEIN, E. L.; MOURA, C. A. V. Síntese geológica e geocronológica do Cráton São Luís e do Cinturão Gurupi na região do Rio Gurupi (NE – Pará / NW – Maranhão). Geol.USP Sér.Cient., São Paulo, v.3, p. 97-112, ago. 2003. LEITE, J. F.; ABOARRAGE, A. M.; DAEMON, R. F. Projeto Carvão da Bacia do Parnaíba: relatório final das etapas II e III. Recife: CPRM, 1975. v.1. LEITES, S. R. (Org.) et al. Presidente Dutra - SB.23-X-C: estado do Maranhão. Brasília: CPRM, 1994. 100 p. il. Escala 1:250.000. 2 mapas. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB.
  • 42. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 44 Município de Riachão LIMA, E. A. M.; LEITE, J. F. Projeto Estudo Global dos Recursos Minerais da Bacia Sedimentar do Parnaíba: integração geológico-metalogenética: relatório final da etapa III. Recife, DNPM/CPRM, 1978. v.1. MARANHÃO. Secretaria de Estado do Maio Ambiente. Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Maranhão – PPCDMA: produto 4: síntese do diagnostico, matriz do plano e contribuição do processo de consulta pública para elaboração. Brasília, 2011. 120 p. McNEELY, R. N.; NEIMANIS, V. P.; DWYER, L. Water quality sourcebook: a guide to water quality parameters. Ottawa, Canadá: [s.n.], 1979. MESNER, J. C; WOOLDRIDGE, L. C. Estratigrafia das bacias paleozoica e cretácea do Maranhão. B. Técn. Petrobrás, Rio de Janeiro: Petrobrás, v.7, n.2, p. 137-164, Mapas. 1964. MANOEL FILHO, J. Ocorrências das águas subterrâneas. In: FEITOSA, A. C.; MANOEL FILHO, J. Hidrogeologia: conceitos e aplicações. 2. ed. Fortaleza: CPRM, 2000. p. 13-33. MUEHE, D. Geomorfologia Costeira. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S.B. (Org.). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand, 1994. p. 253-308. NOGUEIRA, N. M. C. Estrutura da comunidade fitoplântica, em cinco lagos marginais do Rio Turiaçu, (Maranhão, Brasil) e sua relação com o pulso de inundação. 2003. 122 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos aturais)-Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade de São Carlos, São Paulo, 2003. PASTANA, J. M. do (Org.). Turiaçu - folha SA.23-V-D/ Pinheiro - folha SA.23-Y-B: estados do Pará e Maranhão. Brasília: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 1995. 205 p. il, Escala 1:250.000. 4 mapas. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB. PETRI, S.; FÚLVARO, V. J. Geologia do Brasil (Fanerozóico). São Paulo: T. A. Queiroz, USP, 1983. 631p. (Biblioteca de Ciências Naturais, 9). PLUMMER, F. B. Bacia do Parnaíba. Rio de Janeiro: Conselho Nacional de Petróleo, 1948. p. 87-143. Relatório de 1946.
  • 43. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 45 Município de Riachão RAMOS, W. L. B. e. Composição do fitoplancton (zygnemaphyceae) de lagos da planície e inundação do Rio Pericumã, baixada maranhense, Maranhão – Brasil. São Luís: Centro Federal de Educação do Maranhão, 2007. Trabalho de conclusão de curso. RIBEIRO, J. A. P.; MEMO, F.; VERÍSSIMO, L. S. (Org.). Caxias: Folha SB.23-X-B: estados do Piauí e Maranhão. Brasília: CPRM, 1998. 130 p. il. 2 mapas. Escala 1:250.000. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. SANTOS, E. J. dos. et al. A região de dobramentos nordeste e a Bacia do Parnaíba, incluindo o Cráton de São Luís e as bacias marginais. In: SCHOBBENHAUS, C. (Coord.) et al. Geologia do Brasil: texto explicativo do mapa geológico do Brasil e da área oceânica adjacente incluindo depósitos minerais - escala: 1:2.500.000. Brasília: DNPM, 1984. p. 131- 189. SANTOS, J. H. S. dos. Lençóis maranhenses atuais e pretéritos: um tratamento espacial. 2008. 250 f. Tese (Doutorado em Geografia)-Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. SILVA, A. J. P. da. et al. Bacias sedimentares paleozoicas e meso-cenozóicas interiores. In: BIZZI, L. A. (Ed.). Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil: texto, mapas e SIG. Brasília: CPRM, 2003. p. 55-85. SOARES FILHO, A. R. Projeto Estudo Global dos Recursos Minerais da Bacia Sedimentar do Parnaíba: subprojeto hidrogeologia: relatório final – folha 07 – Teresina- NO. Recife: CPRM, 1979. 2 v. SUDENE. Inventário hidrogeológico básico do Nordeste – Folha n. 4 – São Luís-SE. Recife, 1977. 165 p. (BRASIL. SUDENE. Hidrogeologia, 51). VALLADARES, C. C. et al. Aptidão agrícola do Maranhão. Campinas: Embrapa, 2005. VIA RURAL. Serviços: áreas de proteção ambiental. <http://br.viarural.com/>. Acesso em: 08 set. 2011. Acesso em: 08 set. 2011.
  • 44. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 46 Município de Riachão APÊNDICE
  • 45. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO CÓDIGO POÇO LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE NATUREZA DO PONTO SITUAÇÃO DO TERRENO FINALIDADE DO USO PROF (m) NE (m) ND (m) SITUAÇÃO DO POÇO EQUIPAMENTO DE BOMBEAMENTO COND. ELÉTRICA (µS/cm) STD (mg/L) JJ-467 Fazenda Reunidas -7,40789124 -46,29197189 Tubular Particular 40 9,6 Abandonado JJ-468 Fazenda Reunidas -7,40793415 -46,29215428 Tubular Particular Doméstico Irrigação 170 9,1 Em Operação Submersa JJ-692 Bacuri -7,11979517 -46,52221807 Tubular Público Abastecimento urbano 240 Em Operação Submersa 70,6 45,89 JJ-693 Bacuri -7,11800882 -46,5201635 Tubular Público Abastecimento urbano 60 Em Operação Compressor 40,2 26,13 JJ-697 Morro Grande -7,17497894 -46,43719205 Tubular Público Abastecimento urbano 80 Em Operação Submersa JJ-699 Faz. Baixão Preto -8,19120356 -46,46278569 Tubular Particular Doméstico Animal 70 30 Em Operação Submersa JJ-700 Faz. Bacuri -8,37205418 -46,42488607 Tubular Particular Doméstico Animal 195 155 Em Operação Submersa JJ-701 Faz. Bacuri -8,37216684 -46,42470368 Tubular Particular Obstruido JJ-702 Coqueiro -7,65626916 -46,43779286 Tubular Particular Doméstico Em Operação Submersa JJ-703 Faz. Marambuco -7,66846248 -46,50317439 Tubular Particular Doméstico Animal Em Operação Compressor JJ-704 Campinas -7,71616825 -46,60917529 Tubular Particular 80 11,5 Não Instalado JJ-802 Lagoinha -7,4446375 -46,6645039 Tubular Público Abastecimento urbano 80 Em Operação Compressor JJ-803 Faz. Retiro - Mineração Vale do Araguaia -7,51864493 -46,67038866 Tubular Particular Mineração 75 Em Operação Compressor JJ-804 Aroeira -7,5340248 -46,67661139 Tubular Público Abastecimento urbano 80 Em Operação Compressor JJ-805 Faz. Mansinha -7,58441814 -46,70969912 Tubular Particular Doméstico Animal 180 Em Operação Submersa JJ-806 Faz. Mansinha -7,57963845 -46,71525666 Tubular Particular 80 Abandonado JJ-807 Sitio do Meio -7,72050806 -46,74789914 Tubular Público Doméstico 102 Em Operação Submersa JJ-808 Faz. Campo Grande -7,6703132 -46,67832264 Tubular Particular Doméstico Animal 110 30 Em Operação Submersa JJ-809 Faz. Parelhas -7,47410961 -46,63128742 Tubular Particular Doméstico Animal 115 50 Em Operação Compressor JJ-810 Posto Fiscal -7,4110777 -47,08474168 Tubular Público Doméstico 180 4,28 Abandonado JJ-811 Alto Bomito -7,4080629 -46,92190477 Tubular Público 8,6 Abandonado JJ-812 Alto Bomito -7,40762838 -46,91880413 Tubular Público Abastecimento urbano 150 18 Em Operação Submersa JJ-813 Alto Bonito - Escola N. S. de Nazaré -7,40814337 -46,92153999 Tubular Público Abastecimento urbano 100 18 Abandonado JJ-814 CEI -7,36640819 -46,6143144 Tubular Particular Horticultura 205 120 Abandonado Submersa JJ-815 Fazenda Muquem -7,41041788 -46,59276553 Tubular Particular Doméstico Animal 120 Em Operação Compressor JJ-816 Muquem -7,41695702 -46,5819455 Tubular Público 8,3 Abandonado JJ-817 Mina de Calcario Refresco - Muquem -7,44348952 -46,57377549 Tubular Particular 24,85 8,1 Abandonado JJ-818 Mina de Calcario Refresco - Muquem -7,44372019 -46,5740008 Tubular Particular 41,12 8,92 Não Instalado JJ-819 Faz. Alto - Muquem -7,41502591 -46,58175775 Tubular Particular Doméstico Animal 85 Em Operação Compressor JJ-820 Setor Aeroporto -7,34969267 -46,6230745 Tubular Particular Doméstico 80 Em Operação Submersa JJ-821 Praça do Chafariz -7,36438572 -46,62471601 Tubular Público 0,4 Abandonado JJ-822 Posto Nato -7,36911722 -46,62447461 Tubular Particular Doméstico 55 20 Paralisado Compressor JJ-823 B. Centenario - Pç Sargento Osvaldo -7,35918769 -46,60616585 Tubular Público Abandonado JJ-824 Av. Fcº Coelho s/n -7,35173115 -46,60770007 Tubular Público 80 Não Instalado JJ-825 Coagril -7,34556207 -46,60629996 Tubular Particular 18,5 Abandonado JJ-826 Estiva -7,35705801 -46,62753769 Tubular Público 0,83 Não Instalado JJ-827 Pov. Rio Côco - Posto Maravilha -7,43729361 -46,33557924 Tubular Particular Em Operação Submersa JJ-828 Bung - Rio do Côco -7,44015285 -46,33473166 Tubular Particular Industrial 65 6 Em Operação Submersa JJ-829 Faz. 6 Irmãos -7,43983635 -46,33578845 Tubular Particular Doméstico Irrigação 45 16 Em Operação Submersa 24 Município de Riachão
  • 46. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO CÓDIGO POÇO LOCALIDADE LATITUDE LONGITUDE NATUREZA DO PONTO SITUAÇÃO DO TERRENO FINALIDADE DO USO PROF (m) NE (m) ND (m) SITUAÇÃO DO POÇO EQUIPAMENTO DE BOMBEAMENTO COND. ELÉTRICA (µS/cm) STD (mg/L) JJ-831 Rio Côco -7,43888685 -46,33676478 Tubular Particular Industrial 55 Em Operação Submersa JJ-832 Cerâmica Atalaia -7,35665568 -46,53970608 Tubular Particular Industrial 65 15 Abandonado Compressor JJ-833 Faz. Matusalém -7,30894991 -46,44370981 Tubular Particular Doméstico Animal 85 25 Em Operação Compressor JJ-834 Faz. São Francisco -7,41253682 -46,66784593 Tubular Particular Doméstico Animal 84 26 Em Operação Compressor JJ-835 Faz. Bella Vista - Muquem -7,39759156 -46,59325906 Tubular Particular Doméstico Animal 115 Em Operação Compressor 25 Município de Riachão
  • 47. PROJETO CADASTRO DE FONTES DE ABASTECIMENTO POR ÁGUA SUBTERRÂNEA DO ESTADO DO MARANHÃO 47 Município de Riachão ANEXOS