1. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Mamãe, quero Arch! (parte 1)
Autor: Xerxes Lins <xerxeslins at gmail.com>
Data: 23/09/2009
O que esperar deste artigo?
Este artigo oferece instruções para que você, usuário iniciante, mas não leigo,
consiga configurar o Arch Linux para que ele atenda as necessidades de um
usuário doméstico.
O artigo possui instruções que o ajudarão na instalação, personalização e
configuração do Arch Linux com o uso do ambiente Gnome. Ao final das
instruções ele deverá se parecer com isto:
Além dessas instruções, você encontrará um pouco de informação geral sobre o
Arch Linux para ter um conhecimento básico sobre sua história e seu
funcionamento.
Vamos lá! Não custa nada testar uma distro nova. A experiência pode ser
divertida! =D
Puxando o saco
Arch Linux é uma excelente distribuição Linux. Particularmente, adoro o fato
dela ter sempre as versões mais atualizadas dos aplicativos. Os pacotes estáveis
do Arch costumam ser até mais atualizados que os pacotes instáveis do Debian.
Isso significa que ele é muito mais atualizado que qualquer distribuição
baseada em Debian, seja ela Ubuntu ou sidux. Arch Linux costuma estar entre
as distros mais "evoluídas".
2. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Evolução das distros (imagem de 22/09/2009)
O fato do Arch ser super atualizado não significa que ele seja instável, pois os
pacotes são testados (provavelmente não tanto quanto os pacotes Debian, mas o
suficiente) e apenas quando são considerados estáveis, eles são adicionados aos
repositórios. Opcionalmente você pode usar também os pacotes que estão em
fase de teste - nesse caso sim, o Arch se tornará instável.
Outro diferencial do Arch Linux em relação à grande maioria das distribuições
é que ele é "rolling release". E que diabos é isso? Bem, se você tem o Ubuntu
ou outra distribuição comum, basicamente precisará baixar outro CD e
reinstalar o sistema após um período de tempo, por exemplo, a cada seis meses,
quando uma nova versão é lançada.
Sinceramente, não gosto disso. Sim, dá para tentar fazer upgrade, mas isso é
algo pouco prático e pode não funcionar perfeitamente. Todas as distribuições
que funcionam dessa maneira recomendam reinstalar o sistema do zero ou
então seguir algum tipo de manual ou tutorial para fazer o upgrade da nova
versão (sem garantias de que funcione), sem falar que de qualquer maneira é
preciso fazer o backup dos seus arquivos pessoais para não correr riscos. Então
sempre é trabalhoso.
Já o Arch Linux você só instala uma vez. Atualiza o sistema e segue atualizando
indefinidamente, sem precisar baixar outro CD e reinstalar o sistema. Muito
mais prático. Isso é uma distribuição "rolling release", pois tem "lançamento
constante".
Algumas distribuições são "rolling release" apenas em determinadas versões.
Por exemplo, a versão Unstable (instável) do Debian e a versão Current
(corrente, atual) do Slackware. Mais detalhes podem ser vistos nessa imagem:
3. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Rolling Release - en.wikipedia.org
Arch Linux tem algo de comum com o Gentoo (mas calma, não desista do Arch
ainda!), pois ambas são completamente "rolling release" e permitem grande
personalização do sistema. Só que o Gentoo é mais complicado, muito mais.
A instalação do Gentoo é mais demorada, menos prática, exige mais parâmetros
de configuração e quase sempre é necessário que o usuário pesquise
informações na internet até para fazer coisas banais como instalar um driver de
vídeo (pois se o driver que você precisar estiver mascarado, e se você não sabe
o que isso significa, é certo que você terá que dar uma googlada) ou seja,
Gentoo não é uma distribuição intuitiva.
No Gentoo, dependendo do que você instalou e como instalou, se der um
comando para atualizar todo o sistema ele pode ficar inutilizável! Claro que
usuários experientes sabem evitar esses problemas, mas o foco aqui é o usuário
iniciante, mas não completamente leigo.
Já no Arch Linux não há risco de "quebrar" o sistema usando o comando para
atualizar. Pode mandar atualizar tudo sem medo. Ele não é melindroso como o
Gentoo.
O Arch Linux também tem algo de Slackware. Ele é simples. Os serviços
seguem o modelo BSD . O diferencial em relação ao Slackware é que o Arch
4. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
possui um gerenciador de pacotes mais poderoso, é muito mais atualizado e
além disso possui uma maior variedade de pacotes.
Mas o Arch só tem coisa boa? Não! Claro que não. Toda distribuição tem suas
vantagens e desvantagens. Para começar, Arch Linux não possui ferramentas
gráficas de configuração! (não desista do Arch, por favor!), só que seguindo
este artigo você não precisará se preocupar com isso, pois toda informação
necessária para configurar o Arch em desktops será servida a você de forma
prática e rápida.
Não há grande quantidade de pacotes para Arch, assim como existe para
Debian e Fedora, porém a quantidade é suficiente para a maioria dos usuários.
Opcionalmente é possível estender a lista de pacotes usando pacotes
comunitários.
Outro detalhe, Arch não funciona em computadores antigos. O computador
precisa ser no mínimo Pentium II (i686), ou equivalente. Para obter essa
informação basta olhar aqui:
i686 Processadores
Intel
Pentium Pro Pentium Pro
Pentium II Pentium II
Pentium III Pentium III
Celeron Celeron
Pentium M Pentium M
Xeon Xeon
Pentium D Pentium D
Core Essência
AMD
Athlon XP Athlon XP
Duron Duron
Sempron Sempron
Turion Turion
Fonte: I686 - pt.wikipedia.org
5. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Certo, Pentium II já está meio ultrapassado, mas estou dizendo isso porque tem
gente que gosta de aproveitar PCs realmente velhos colocando Linux neles. Se
for esse seu caso, talvez seja bom escolher outra distribuição para esse fim
específico.
Por fim, como foi dito antes, o Arch vem "pelado", do mesmo modo que o
Gentoo. Como assim? No Ubuntu, por exemplo, após a instalação você tem o
sistema completo e pronto para uso; já no caso do Arch não, você terá que
"montar" o sistema instalando os programas que você quer (mas não desista do
Arch! Aguente mais um pouco!). Mas o fato do sistema vir "pelado" não é tããão
desvantajoso, pois ele sempre será montado com os pacotes mais atualizados
logo de primeira.
Uma comparação mais detalhada entre o Arch e outras distros pode ser vista de
forma imparcial aqui (em inglês):
Arch compared to other distros - wiki.archlinux.org
P.S.: Caro leitor, a comparação do Arch Linux com outras distribuições nesta
página não foi feita com intenção de dizer que o Arch Linux é a melhor
distribuição, nem foi com a intenção de dizer que as outras distribuições não
prestam. Eu admiro o Gentoo, o Slackware, Debian, Ubuntu e outras... Apenas
relatei os MEUS motivos pessoais para preferir o Arch. Mais importante que
discutir qual é a melhor distribuição é divulgar informações, opiniões e
conteúdo sobre o Linux.
Era uma vez...
Era uma vez um desenvolvedor de software canadense metido a guitarrista. Seu
nome era Judd Vinet. Judd Vinet gostava da simplicidade
6. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
da distribuição Slackware Linux e do minimalismo do CRUX Linux. Inspirado
um pouco em cada uma, ele criou a distribuição Arch Linux do zero, "from
scratch".
Judd era adepto do princípio KISS, mas sentia falta de um gerenciador de
pacotes poderoso para seu uso, por isso criou o Pacman (Package manager -
gerenciador de pacotes).
O resultado foi o surgimento de uma distribuição simples e elegante, de fácil
configuração, atualização e manutenção. Arch Linux foi oficialmente lançado
em 11 de março de 2002.
Rapidamente o Arch Linux despertou o interesse de usuários de todos os níveis,
mas principalmente o interesse de profissionais e estudantes. Grande parte do
que o Arch é hoje se deve à ajuda dos membros da comunidade que passaram a
contribuir de forma competente com o crescimento do projeto.
Em 2007 Judd Vinet deixou o sua criação sob responsabilidade de Aaron Griffin
e assim segue até hoje.
Judd anunciou sua saída da liderança do projeto com as seguintes palavras
(resumo):
"Olá a todos,
Eu pretendo renunciar à liderança do Arch Linux e passar a tocha. A razão
para isso é que eu não tenho tempo para me dedicar ao papel de líder em um
projeto do porte do Arch Linux.
Ele exige um certo trabalho, ele precisa de alguma unificação, ele precisa de
alguém no comando que tenha tempo para se dedicar.
Este foi um projeto muito bem sucedido e eu gostaria de permanecer nele de
alguma forma, mas não como o líder. Eu gostaria de passar a liderança para
Aaron Griffin, também conhecido como Phrakture no IRC e nos fóruns.
Embora eu ainda participe de discussões e de mais alguma coisa que puder
fazer com meu escasso tempo, sinto que este é o momento de dizer adeus, ao
menos como líder.
Desenvolvedores e Comunidade: muito obrigado. Vocês ajudaram a construir
algo que mudou minha vida de muitas formas. Temos muito do que se orgulhar.
7. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Obrigado a todos pelos últimos seis anos e aplausos para um futuro brilhante
juntos.
- Judd"
Confira o post original e completo.
Adquirindo o Arch e conhecendo os arquivos principais
Para baixar a imagem do sistema (ISO ou img), acesse:
download - archlinux.org
As diferenças das "versões" são as seguintes:
FTP (ou netinstall) - é a imagem que vem praticamente sem nada. Ideal
para uma instalação completa pela internet.
Core - é a imagem que vem com o mínimo dos pacotes básicos, permitindo
que o sistema base seja instalado sem internet. Mas o fato de vir com
alguns pacotes básicos não significa que vem pronto para uso, longe disso.
Recomendo a versão FTP, a menos que tenha algum motivo especial para usar o
Core. As duas versões exigem que se faça uso da internet para deixar o sistema
pronto para desktop, mas a versão FTP garante os pacotes mais atualizados logo
de início.
Se seu sistema for 64 bits, é aconselhável baixar uma imagem x86_64.
Para ter acesso aos servidores FTP do Brasil, acesse:
ftp://ftp.las.ic.unicamp.br/pub/archlinux/iso/latest/
Baixe a imagem de sua preferência (via torrent ou não) e grave-a em um
CDROM.
Arquivos principais de configuração
Antes de começar a instalação, alguma noção sobre a configuração do Arch
8. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Linux.
Como é filosofia do Arch, não existe ferramentas de configuração do sistema.
Você terá que editar alguns arquivos de texto. Mas é muito fácil! Ofereço uma
visão rápida e geral sobre alguns dos principais arquivos:
rc.conf - possui informações de configuração da hora, do teclado da rede,
do idioma dos aplicativos e outros.
fstab - arquivo de configuração dos pontos de montagem, ou seja, das
partições, dos dispositivos (como DVD e CD) e etc.
modprobe.conf - arquivo de armazenamento dos módulos do kernel que
você quer que sejam carregados automaticamente.
resolv.conf - arquivo de configuração do DNS.
locale.gen - arquivo para escolha da codificação de caracteres.
Para editar um desses arquivos basta usar um editor de textos qualquer, como
por exemplo o Nano, que funciona no terminal. Ele é tão simples de usar como
um Notepad do Windows. A única "dificuldade" é consultar os atalhos no
rodapé.
Observando os atalhos no rodapé você pode notar, por exemplo, que o comando
para salvar o texto é "Ctrl+o" e para sair do editor é "Ctrl+x". Sacou?
Existem outros arquivos de configuração. Esses são apenas os mais utilizados.
Com o tempo, pela necessidade, você conhecerá os outros.
Instalação e configurações iniciais
AVISO: todo o processo de instalação e configuração do Arch Linux,
9. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
dependendo da sua conexão, poderá levar várias horas (mas todo o trabalho
será compensando ao final). Por isso, não espere fazer tudo de uma vez, reserve
um dia em que estiver mais folgado para começar.
A instalação é simples. Basta realizar cinco passos:
1. Dar boot pelo CDROM e quando iniciar, teclar Enter.
2. Logar como root digitando "root" (sem aspas) e teclando Enter.
3. Configurar o teclado com o comando "km" e escolhendo a opção
"i386/qwerty/br-abnt2.map.gz".
4. Iniciar o instalador com o comando "/arch/setup".
5. Seguir os passos do instalador.
Pronto! A única "dificuldade" é seguir os passos do instalador linha a linha, de
cima para baixo (a mudança de linha é automática).
Creio que qualquer usuário mediano consiga prosseguir desse ponto. Por isso
não entraremos e detalhes. Até porque existem ótimas fontes de informação que
ensinam como se instala o Arch Linux (veja mais a baixo). Darei apenas
algumas dicas.
Obs.: Mas se você se sentir perdido, veja mais a frente como acessar o manual
completo, em português, detalhado e ilustrado de instalação do Arch Linux.
Algumas dicas
Se você pretende usar todo o HD para o Arch Linux, sugiro escolher a opção de
auto particionamento. Você só precisará escolher o sistema de arquivos para o
diretório raiz e para o home.
Ao escolher os grupos de pacotes para instalação, recomendo selecionar os
dois: base e devel, para ganhar tempo.
Após a instalação dos pacotes, será perguntado com que editor você deseja
editar os arquivos de configuração. Nano é o mas fácil.
Ao editar o rc.conf, toda configuração de rede e timezone já devem estar
corretas (automaticamente). Você só precisará mudar a seguinte linha:
LOCALE="en_US.UTF-8
10. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Para:
LOCALE="pt_BR.UTF-8
No mesmo arquivo, mais em baixo, em "LOCALHOST", escolha o nome da sua
máquina ao invés de deixar "myhost". Eu costumo colocar "archlinux".
Não esqueça também de descomentar algum servidor espelho do arquivo
mirrorlist, para habilitar um ou mais servidores. Eles serão usados pelo
Pacman.
No arquivo locale.gen, descomente as seguintes linhas:
pt_BR.UTF-8 UTF-8
pt_BR ISO-8859-1
pt_PT.UTF-8 UTF-8
pt_PT ISO-8859-1
E como último lembrete, não esqueça de definir uma senha segura para o root
(no final do menu) antes de voltar ao menu principal.
Opcional: O o arquivo de configuração do GRUB, o menu.lst, já vem todo
configurado, basta teclar Ctrl+x para fechar. Porém, se você fez uma instalação
"dual boot", precisará descomentar a parte do menu do Windows.
Opcionalmente você também pode adicionar o parâmetro "vga=773" (sem
aspas) à linha correspondente ao kernel, para obter melhor resolução. Exemplo:
# (0) Arch Linux
title Arch Linux
root (hd0,0)
kernel /vmlinuz26 root=/dev/disk/by-uuid/b952d97b-
abad-41b8-8fc8-709311608096 ro vga=773
initrd /kernel26.img
# (1) Arch Linux
title Arch Linux Fallback
root (hd0,0)
kernel /vmlinuz26 root=/dev/disk/by-uuid/b952d97b-
abad-41b8-8fc8-709311608096 ro
initrd /kernel26-fallback.img
# (2) Windows
11. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
#title Windows
#rootnoverify (hd0,0)
#makeactive
#chainloader +1
Material de ajuda para instalar o
Arch Linux
Para facilitar sua vida, caso se sinta perdido, ofereço alguns links úteis que
descrevem o processo de instalação.
Manual de instalação do Arch Linux, completo, ilustrado e em português:
Guia de instalação - wiki.archlinux-br.org
Vídeos de instalação do Arch Linux (em espanhol):
12. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Creio que essa ajuda seja mais que suficiente para que você instale o Arch
Linux.
Come-come e hora da diversão!
13. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Vamos falar um pouco sobre o Pacman... Não, não o jogo, o
gerenciador de pacotes. =P
O nome Pacman vem de "Package manager", gerenciador de pacotes.
Infelizmente não existe interface gráfica oficial para ele, mas isso não chega a
ser um problema de verdade. A comunidade criou duas excelentes ferramentas:
Gtkpacman e Shaman, que funcionam como se fossem o Synaptic do Ubuntu ou
o Yumex do Fedora.
Gtkpacman
Shaman
14. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Com o Pacman você poderá instalar todos os pacotes no sistema e o mantê-lo
atualizado. Antes de começar a usar essa magnífica ferramenta, explicarei
superficialmente o seu uso para que você tenha uma ideia. Sua sintaxe é
simples:
pacman <operações> [alvos...]
Algumas operações para exemplificar:
-h: mostra ajuda
-V: mostra versão
-Qi pacote: mostra informações sobre um pacote instalado
-R pacote: remove o pacote
-Ss palavra: procura por um pacote nos repositórios
-S pacote: instala o pacote
-Syu: sincroniza e atualiza o sistema
Para mais comandos, acesse:
Pacman (Português) - wiki.archlinux.org
Conhecendo e usando o gerenciador de pacotes pacman
Pacman - wiki.archlinux.org
Viu como é simples? Não precisa ter medo da linha de comando. :)
Hora da diversão
Agora vamos à configuração...
Como foi dito, o nosso objetivo é configurar o sistema para uso doméstico
utilizando o ambiente gráfico Gnome.
Após a instalação, inicie o sistema e logue-se como root.
Sincronize com os servidores e atualize:
# pacman -Syu
Começaremos instalando alguns pacotes básicos:
15. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
# pacman -S xorg ttf-dejavu ttf-bitstream-vera ttf-ms-fonts alsa-lib
alsa-utils alsa-oss gstreamer0.10-plugins hal dbus fam samba cups
hplip
Será perguntado se deseja instalar esses pacotes e outros mais (que são
dependências). Responda "sim" pressionando "s" e depois "Enter". Após a
instalação, configure a placa de som:
# alsaconf
Depois teste-a:
# aplay /usr/share/sounds/alsa/Front_Center.wav
Se estiver tudo ok, você pode configurar o volume do ALSA com o comando:
# alsamixer
Obs.: para sair do alsamixer, tecle Ctrl+c.
E salvar a configuração com:
# alsactl store
Nosso trabalho está apenas começando. Iremos agora editar o arquivo rc.conf:
# nano /etc/rc.conf
Obs.: Lembra como se usa o Nano? É parecido com o Notepad do Windows, mas
com os atalhos no rodapé que indicam a letra que deve ser pressionada junto
com Ctrl.
Na sessão DAEMONS, adicione algumas coisas, deixando como no exemplo (a
parte em negrito):
# ---------------------
# DAEMONS
# ---------------------
#
# Daemons to start at boot-up (in this order)
# - prefix a daemon with a ! to disable it
# - prefix a daemon with a @ to start it up in the background
16. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
#
DAEMONS=(syslog-ng network netfs crond hal fam alsa samba cups
stbd)
Salve com Ctrl+o e saia com Ctrl+x.
Esses são os servidores que iniciarão automaticamente com o sistema.
Hora da diversão (parte 2)
Agora instalaremos o ambiente gráfico Gnome e alguns aplicativos úteis:
# pacman -S gnome gnome-extra firefox thunderbird pidgin brasero
smplayer gtkpacman parcellite openoffice-pt-BR gvim aspell-pt_br gimp
gdm gdm-themes archlinux-themes-gdm flashplugin mplayer-plugin
gnome-system-tools numlockx
Será perguntado se deseja instalar todo o conteúdo. Aí fica ao seu critério. Se
você sabe o que escolher, escolha um por um os aplicativos, mas se quiser
instalar logo um ambiente completo, basta responder "sim" pressionando "s" e
depois "Enter" em todas as perguntas e aguardar o processo de download e de
instalação. Se for sua primeira vez no Arch, sugiro instalar tudo.
Agora instalaremos o driver da placa de vídeo. Considerando que você conhece
o modelo da sua placa de vídeo, aí vão os comandos.
Obs.: se você não usa placa de vídeo off-board, ou se não precisa usar driver de
vídeo, pule essas instruções e vá para o subtítulo "Continuando...".
Para os modelos mais antigos:
# pacman -S nvidia-96xx nvidia-96xx-utils
Para os modelos da série FX:
# pacman -S nvidia-173xx nvidia-173xx-utils
Para os modelos mais recentes:
# pacman -S nvidia nvidia-utils
Obs.: se ao instalar o driver de vídeo, você se deparar com uma mensagem de
17. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
conflito, não se preocupe, apenas exclua o outro pacote que está conflitando
com o driver respondendo "sim" (teclando "s" e depois "Enter").
Agora crie o xorg.conf:
# nvidia-xconfig
Agora o bizu, vamos comentar duas linhas do xorg.conf, as que comandam o
mouse e o teclado. Por que isso? Porque quem comanda o mouse e o teclado
agora é o HAL. Sem essa modificação, o mouse e o teclado não funcionarão ao
iniciar o ambiente gráfico.
# nano /etc/X11/xorg.conf
Section "ServerLayout"
Identifier "Layout0"
Screen 0 "Screen0"
#InputDevice "Keyboard0" "CoreKeyboard"
#InputDevice "Mouse0" "CorePointer"
Salve e feche o arquivo.
E se o driver for ATI?
Tente:
# pacman -S catalyst
Para mais informações sobre driver ATI, acesse:
ATI - wiki.archlinux-br.org
Continuando...
Ok! Você instalou os pacotes básicos, o ambiente gráfico, o driver de vídeo,
configurou o xorg.conf. O que falta para começar a usar o sistema? Criar um
usuário para o dia-a-dia, pois nós sabemos que o root não foi feito para isso, ele
só serve para administrar o sistema. Para criar um usuário use o comando:
# useradd -d /home/<usuário> -g users -G
18. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
video,audio,network,optical,storage,dbus,hal,stb-admin -m <usuário>
Assim o usuário será criado já com os grupos mais usados. Depois defina a
senha do seu usuário com:
# passwd <usuário>
Obs.: nos comandos citados, caso não saiba, você deve substituir "<usuário>"
pelo nome do seu usuário. Exemplo: "passwd xerxeslins".
Agora, antes de reiniciar o sistema, habilitaremos a tela de login (GDM). Edite
o arquivo inittab:
# nano /etc/inittab
Mude o valor do "id" de 3 para 5 como mostrado a baixo:
# Boot to console
id:5:initdefault:
# Boot to X11
#id:5:initdefault:
No final do arquivo, comente a linha do XDM e descomente a do GDM,
deixando assim:
#x:5:respawn:/usr/bin/xdm -nodaemon
x:5:respawn:/usr/sbin/gdm -nodaemon
#x:5:respawn:/usr/bin/kdm -nodaemon
#x:5:respawn:/usr/bin/slim > /dev/null
Salve e feche o arquivo.
Reinicie o sistema e faça login com o seu usuário recém-criado. Sua área de
trabalho, nesse momento, deverá se parecer com isto:
20. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Configurando o teclado
Apesar de você ter configurado o teclado anteriormente, aquela configuração
não foi para o ambiente gráfico. Para que o teclado fiquei correto no Gnome,
tecle "Alt+F2" e execute o seguinte comando:
setxkbmap -model abnt2 br
Para automatizar esse processo, configure-o para ser executado
automaticamente em:
Sistema -> Preferências -> Aplicativos de sessão
Recomendo adicionar também:
xset -b - para remover os beeps chatos
numlockx on - para ligar o numlock automaticamente
Aproveite para desmarcar o que você não usa, para não consumir memória em
vão.
Instalando mais pacotes
O sistema está "pronto", mas e se você quiser instalar mais programas? Há dois
caminhos para isso.
Primeiro você pode ir no menu:
Aplicativos -> Sistema -> Gtkpacman
Será pedido a senha do root. Coloque-a e clique em Ok. Use o Gtkpacman para
procurar por algum programa clicando no ícone da lupa. No mais, fuce para
descobrir como ele funciona. Com o Gtkpacman você instala, remove, atualiza
etc.
Outro método, o qual estou mais habituado, é usando o Pacman no Terminal. Vá
em:
21. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Aplicativos -> Acessórios -> Terminal
Digite o comando:
$ su
Coloque a senha do root e tecle enter. Assim você estará logado como root.
Para procurar por um aplicativo use o comando:
pacman -Ss palavra
Exemplo:
# pacman -Ss hard
Ele listará todos os pacotes que contém "hard" no nome.
Para instalar um pacote:
pacman -S nomedopacote
Exemplo:
# pacman -S hardinfo
Para remover um pacote basta usar:
pacman -Rscn nomedopacote
Exemplo:
# pacman -Rscn hardinfo
Explicando os parâmetros:
-R: remover o pacote
-s: remover também as dependências do pacote se elas não estiverem
sendo usadas por outro pacote
-c: limpa o pacote do cache, ou seja, se quiser instalá-lo novamente, terá
que baixá-lo de novo
-n: remove os backups dos arquivos de configuração do pacote
22. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
Se quiser remover um pacote apenas, sem suas dependências, use:
# pacman -Rd nomedopacote
Com o tempo você pegará a "manha" e usará o Pacman com facilidade
combinando parâmetros.
Uma vez por dia, ou pelo menos uma vez por semana, use o comando:
# pacman -Syu
Para manter o sistema atualizado.
Concluindo
Não abordei tudo o que eu gostaria neste artigo, por isso resolvi dividi-lo em
duas partes. Essa foi a primeira parte da série "Mamãe, quero Arch!". Com ela
foi possível instalar o sistema básico e deixá-lo já pronto para uso. Mas a
história não acaba por aqui.
Na próxima parte será mostrado como instalar e usar os repositórios
comunitários (AUR), como habilitar o sudo, sugestões de jogos, instalação e
configuração do Compiz, instalação de impressora entre outros ajustes. Creio,
no entanto, que essa primeira parte ofereceu o mínimo de informação para
torná-lo apto a dar os primeiros passos com o Arch Linux em ambientes
domésticos.
Por favor comente, critique e repare erros.
Abraço e até a próxima!
23. Mamãe, quero Arch! (parte 1) [Artigo]
http://www.vivaolinux.com.br/artigo/Mamae-quero-Arch-(parte-1)
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