O documento argumenta que as manifestações contra o PT são resultado do fracasso de sua estratégia de colaboração de classes. A burguesia apoiou o PT enquanto lucrava, mas agora pressiona por um líder que mantenha o capitalismo durante a crise. O PT está fraco diante da burguesia e dos trabalhadores insatisfeitos, e deve partir para o confronto em defesa dos interesses da classe trabalhadora.

1. PT E A FALÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE COLABORAÇÃO DE CLASSES
Essas manifestações nas ruas brasileiras, intituladas "Pró-impeachment", "Fora Dilma" e
"Fora PT", são resultados da falência do modelo de administração de colaboração de
classes adotado pelo partido. Nenhuma agremiação partidária fará as mudanças
necessárias se buscar governar para todos: burguesia e proletariado estão em lados
opostos e suas reivindicações se contrapõem. Como afirmou Luís Emílio Recabarren,
“governando em companhia desses grandes capitalistas, terão de servir
preferencialmente os interesses deles, abandonando assim os interesses da classe
trabalhadora, pois no governo de um país NUNCA é possível servir aos dois
interesses ao mesmo tempo. Esta é a VERDADE”.
Enquanto a burguesia conseguiu lucrar com a tal política de colaboração, "suportou o
PT". É isso, suportou, porque nunca foram nem serão simpatizantes do partido.
Agora o país está em crise, e eles (os burgueses) querem um novo líder que
mantenha o país nos rumos da globalização, ou seja, nos rumos do capitalismo.
Triste é ver que o partido não consegue partir para o confronto, e não consegue por
que está fraco diante da burguesia, com a qual mantém grande aliança, e porque nem
mesmo os trabalhadores estão confiando na política do partido. Além disso, os
trabalhadores se sentem prejudicados pelo ajusto fiscal da presidente Dilma
Rousseff e seu ministro Joaquim Levy (adestrado no FMI e, portanto, grande
conhecedor do mercado financeiro capitalista). Até mesmo a esquerda marxista, uma
das tendências do PT, pretende deixar o partido, e seus membros já estão entregando
seus cargos nas direções estaduais e municipais.
Agora a burguesia aproveita-se da crise e, com ajuda da mídia, busca derrubar o partido
com a ideia de combate à corrupção e fortalecimento da democracia, não sabem os
militantes dessas manifestações burguesas, que “A DEMOCRACIA é uma espécie de
brinquedo com que o explorador capitalista ilude e entretém o povo para aclamar
seus furores e desviar sua atenção” (RECABARREN, 2006). Ao PT, só resta partir
para o confronto entendendo que “a saída é pela esquerda!”.