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identificando Estereótipos
O mito da superioridade masculina
Segundo esse estereótipo, o homem deve demonstrar 
autossuficiência, independência provar sua superioridade em 
relação aos outros, obtendo sucesso e poder. Homem que é 
homem deve exibir coragem, audácia, agressividade, mostrar-se 
mais forte que os outros, ainda que para isso faça uso da 
violência.
A imagem mítica de sucesso, potência, controle e força acabam fazendo 
com que os homens tenham a sensação de que são incompletos, insuficientes. Tal 
sentimento é 
fonte de angústia e leva muitos homens a lutar, continuamente, para provar a própria 
superioridade, agredindo outros homens e, sobretudo, agredindo e humilhando a 
mulheres. Provar virilidade exige que o homem, com frequência, manifeste 
brutalidade, explore as mulheres, tenha reações rápidas e agressivas.
O medo do fracasso e a necessidade de provar a masculinidade empurram 
os homens para comportamentos compensatórios potencialmente perigosos e 
destruidores: os homens tendem a assumir mais riscos que as mulheres (bebem 
mais, andam em motos e automóveis em alta velocidade, envolvem-se, com mais 
frequência, em brigas e disputas violentas etc.). Também a obsessão de 
desempenho, a competição e o estresse que acompanham a vida profissional, 
aumentam a fragilidade dos homens. Embora traga opressão e sofrimento aos 
homens, o mito da onipotência masculina proporciona-lhes também satisfações 
fantasiosas. Assim, o mito persiste, graças à cumplicidade dos próprios homens (e 
das mulheres) que são por ele oprimidos.
AA luta das 
mulheres por 
seus 
Direitos
Coube aos movimentos feministas trazer para o espaço 
público a discussão das diferenças de poder entre os gêneros, 
questionar os seculares privilégios masculinos e reivindicar para as 
mulheres o direito de serem donas de si mesmas 
.
A rebelião contra o papel do objeto sexual dos homens, o 
direito de decidir sobre a própria fertilidade e de ter acesso ao prazer 
sexual fazem parte da agenda desses movimentos. A partir deles, 
cresce a consciência de que a falta de equidade entre os gêneros, 
profundamente arraigada na sociedade, gera comportamentos 
considerados “naturais”, que são obstáculos à concretização dos 
direitos sexuais e reprodutivos da mulher..
Quanto ao prazer, sabemos que não raro as mulheres são 
obrigadas a manter relações sexuais que não desejam e que 
muitas têm dificuldades de experimentar o orgasmo. Os distúrbios 
do prazer e do desejo costumam estar relacionados à repressão, a 
sentimentos de culpa ou de baixa autoestima. Muitas vezes, esses 
problemas são agravados pelas dificuldades de comunicação do 
casal e pela indiferença do homem ao que a mulher sente durante 
o ato sexual.
O modelo cultural de imposição do poder masculino não 
favorece a autonomia e o respeito das mulheres por si mesmas. 
Entretanto, não podemos conceber o homem como o vilão da 
história. Trata-se de uma realidade cultural que atinge a homens e 
mulheres e que as próprias mulheres contribuem para manter.

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  • 2. O mito da superioridade masculina
  • 3. Segundo esse estereótipo, o homem deve demonstrar autossuficiência, independência provar sua superioridade em relação aos outros, obtendo sucesso e poder. Homem que é homem deve exibir coragem, audácia, agressividade, mostrar-se mais forte que os outros, ainda que para isso faça uso da violência.
  • 4. A imagem mítica de sucesso, potência, controle e força acabam fazendo com que os homens tenham a sensação de que são incompletos, insuficientes. Tal sentimento é fonte de angústia e leva muitos homens a lutar, continuamente, para provar a própria superioridade, agredindo outros homens e, sobretudo, agredindo e humilhando a mulheres. Provar virilidade exige que o homem, com frequência, manifeste brutalidade, explore as mulheres, tenha reações rápidas e agressivas.
  • 5. O medo do fracasso e a necessidade de provar a masculinidade empurram os homens para comportamentos compensatórios potencialmente perigosos e destruidores: os homens tendem a assumir mais riscos que as mulheres (bebem mais, andam em motos e automóveis em alta velocidade, envolvem-se, com mais frequência, em brigas e disputas violentas etc.). Também a obsessão de desempenho, a competição e o estresse que acompanham a vida profissional, aumentam a fragilidade dos homens. Embora traga opressão e sofrimento aos homens, o mito da onipotência masculina proporciona-lhes também satisfações fantasiosas. Assim, o mito persiste, graças à cumplicidade dos próprios homens (e das mulheres) que são por ele oprimidos.
  • 6. AA luta das mulheres por seus Direitos
  • 7. Coube aos movimentos feministas trazer para o espaço público a discussão das diferenças de poder entre os gêneros, questionar os seculares privilégios masculinos e reivindicar para as mulheres o direito de serem donas de si mesmas .
  • 8. A rebelião contra o papel do objeto sexual dos homens, o direito de decidir sobre a própria fertilidade e de ter acesso ao prazer sexual fazem parte da agenda desses movimentos. A partir deles, cresce a consciência de que a falta de equidade entre os gêneros, profundamente arraigada na sociedade, gera comportamentos considerados “naturais”, que são obstáculos à concretização dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher..
  • 9. Quanto ao prazer, sabemos que não raro as mulheres são obrigadas a manter relações sexuais que não desejam e que muitas têm dificuldades de experimentar o orgasmo. Os distúrbios do prazer e do desejo costumam estar relacionados à repressão, a sentimentos de culpa ou de baixa autoestima. Muitas vezes, esses problemas são agravados pelas dificuldades de comunicação do casal e pela indiferença do homem ao que a mulher sente durante o ato sexual.
  • 10. O modelo cultural de imposição do poder masculino não favorece a autonomia e o respeito das mulheres por si mesmas. Entretanto, não podemos conceber o homem como o vilão da história. Trata-se de uma realidade cultural que atinge a homens e mulheres e que as próprias mulheres contribuem para manter.

Notas do Editor

  1. ]