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CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB
                       Profa. Fernanda Santos


     APRESENTAÇÃO



     Olá alunos e alunas!! Bem-vindos à aula demonstrativa de Língua
Portuguesa para Concursos.
     Para quem ainda não me conhece, muito prazer! Sou a
professora Fernanda Santos. Atualmente, ministro aulas presenciais
e a distância nos principais cursos de concursos públicos do Rio de
Janeiro.
    Para começar o nosso trabalho, acho pertinente, primeiramente,
falar um pouco sobre o meu papel como professora de Língua
Portuguesa. Meu intuito é ajudá-lo em sua árdua jornada para que
assim possa alcançar o tão sonhado objetivo: a vaga no concurso
público. Estarei sempre à disposição para qualquer esclarecimento.
Não tenha inibição em expor suas dúvidas. Isso mostra que está
estudando de verdade. Não é mesmo? É evidente que o seu
desempenho depende de sua dedicação, acompanhando as aulas,
resolvendo os exercícios, tirando dúvidas. Só assim conseguirá obter
um ótimo desempenho na prova de português.
     Agora, partiremos para o nosso curso de português em PDF.
Vamos lá! O atual curso será direcionado para a banca CESPE/UnB e
será composto sempre de uma introdução teórica com a resolução
posterior de diversos exercícios de provas anteriores aplicadas pela
citada banca.
      Neste curso de teoria com exercícios também trataremos das
novas regras ortográficas, visto que o Novo Acordo Ortográfico já
está em vigor. Então, a banca poderá exigir algum conhecimento do
candidato sobre o assunto. Também não podemos esquecer que as
bancas já adaptaram suas provas à nova grafia e que o que mudou
foi a escrita, e não a pronúncia. Até 2012 valem as duas (nova e
antiga). Nesse sentido, devemos estar preparados e atualizados.
      Hoje em dia, recebo muitas dúvidas e questionamentos sobre
como se preparar para um concurso público. Então, deixo aqui
minhas dicas para vocês queridos “concurseiros”. Para que possamos
nos preparar para uma prova, além do conhecimento, devemos ter
paciência, persistência, foco e, principalmente, dedicação e
humildade.
      Habitualmente, quem chega a um cursinho dizendo que já sabe
tal conteúdo e que não precisa dele, certamente terá dificuldades
nessa matéria. Por isso, digo que a paciência é necessária. Cada um


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tem seu ritmo de estudo e de aprendizagem. Então, não atropele o
seu ritmo. Tenha paciência.
     Outro ponto fundamental é a persistência. Vocês já devem ter
percebido que, na maioria das vezes, os cursos se iniciam com um
número X de alunos, mas lá no final há uma redução brusca no
número de pessoas que frequentam às aulas. Então, o candidato,
muitas vezes, não tem persistência. Desiste. Você é um
“concurseiro”. Persista sempre!
     Muitos alunos também não conseguem estabelecer o FOCO.
Quem estuda para concursos, deve saber qual é o seu objetivo e o
que deve fazer para alcançá-lo. FOCO é a palavra-chave. O que
ocorre é que as pessoas ora querem fazer o concurso X, ora querem
fazer o concurso Y. É o famoso “pular de galho em galho”.
     Considero dois fatores fundamentais para a sua aprovação: A
DEDICAÇÃO e a HUMILDADE. Ora, se realmente deseja alcançar o
seu objetivo, deverá dedicar-se. Primeiro, é fundamental saber o
conteúdo. Para isso, é preciso estudar os conceitos da matéria.
Depois dos conceitos, deverá realizar exercícios de fixação. Aí, partirá
para os exercícios de concursos. Só realizando e praticando muito, é
que conseguirá “massificar” os conceitos. Por fim, o melhor trabalho a
ser feito é estudar as provas anteriores da banca. É claro que
devemos pensar também na humildade. Por mais que você já saiba
determinado conteúdo, é importante revisá-lo e pensar que sempre
poderá aprender mais e mais.
      Atualmente, as bancas querem avaliar se o candidato sabe fazer
a prova. Para tal, digo a vocês que “concurseiro” bem preparado é
aquele que conhece a banca que realizará a prova. Essa preparação
se divide em três partes: a) apresentação dos conceitos relativos à
matéria, em que o aluno aprende e recolhe o material de estudo; b)
fixação do conhecimento, quando o aluno deve fazer exercícios de
fixação e exercícios de concursos públicos; c) identificação das
próprias necessidades, em que o aluno deve reconhecer quais são os
seus pontos fracos na matéria e aqueles que necessitam de maior
atenção.
     Todas essas etapas envolvem envolvimento e muita dedicação. É
claro que os obstáculos surgirão. São muitos obstáculos. Temos o
trabalho, a família, o cansaço... Mas não podemos nos abater. O
telefone vai tocar muitas vezes, você receberá muitos convites para
festas, cairá na tentação da internet... Mas lembre-se de que só você
pode fazer a diferença, estudando em casa, fixando, revisando. A
tarefa é árdua. Mas não podemos parar.


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    Receba cada conteúdo de peito aberto e prepare-se para a guerra.
Livre-se dos traumas. Conte comigo! Estamos juntos nessa guerra!
    Para o nosso curso, reservei 12 (doze) aulas (esta e mais 11),
com a periodicidade de uma aula semanal, assim divididas:


 AULA 0
            Emprego do sinal indicativo de crase
 (DEMO)

 AULA 1     Ortografia oficial / Acentuação gráfica

 AULA 2     Emprego das classes de palavras

 AULA 3     Valor semântico das preposições e conjunções

 AULA 4     Sintaxe da oração – período simples / Vozes verbais

            Sintaxe da oração – período composto (orações
 AULA 5
            coordenadas e orações subordinadas adverbiais)

            Sintaxe da oração – período composto (orações
 AULA 6     subordinadas substantivas e orações adjetivas) /
            Funções das palavras QUE e SE

 AULA 7     Concordância nominal / Concordância verbal

 AULA 8     Regência nominal / Regência verbal

 AULA 9     Significação das palavras

            Compreensão e interpretação de textos / Tipologia
 AULA 10
            textual

 AULA 11    Redação de correspondências oficiais



     Após as devidas apresentações, vamos nos preparar!!!




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SUMÁRIO DA AULA


1. Introdução
2. Como analisar o fenômeno da crase?
3. Casos de crase
4. Casos facultativos
5. Crase e as locuções
6. Casos analisáveis
7. Apresentação das questões comentadas
8. Lista de questões apresentadas




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1. INTRODUÇÃO


Olá alunos!!

     Hoje falaremos sobre CRASE. Vocês já devem ter ouvido, em
muitas aulas, “vamos crasear o a”. Apesar de ser aceita por
professores e gramáticos renomados e registrada nos melhores
dicionários, rejeitamos a forma “crasear”. Preferimos usar expressões
como “colocar o acento grave, indicativo de crase” ou “ocorre crase
(fusão)”. Então, dizemos que CRASE NÃO É O ACENTO, CRASE É O
FENÔMENO!
     A origem da palavra crase é mistura = KRÁSIS. É a contração de
dois fonemas iguais representados pelo A + A em um só A. A
indicação da crase se dá pelo acento grave À.
    Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os
encontros da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo
definido feminino (a, as), um pronome demonstrativo (a, as, aquele,
aqueles, aquela, aquelas, aquilo) ou um pronome relativo (a qual, as
quais).
    Para ficar mais fácil e simples, você deve se guiar pelo seguinte
raciocínio:existem 2 regras para o uso da crase. A primeira é a regra
do fenômeno fonético e a segunda é a regra das locuções femininas.
Então, o nosso estudo será pautado nessas duas regras. É claro que
dentro dessas duas regras, vamos estudar cada caso. Você verá que
o raciocínio será mais facilitado.
    Bem-vindos à aula de crase!


2. COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DA CRASE?

    Para analisar a ocorrência da crase, devemos perceber que
existem dois termos importantes: o TERMO REGENTE e o TERMO
REGIDO. O TERMO REGENTE é aquele que comanda, que rege, ou
seja, é aquele que pode ou não exigir uma preposição (e, nesta
aula, só nos interessa a preposição a). Já o TERMO REGIGO é aquele
que obedece. Este termo pode aceitar ou não um artigo definido
feminino (a, as), além de poder existir também um pronome
demonstrativo (a, as, aquele, aqueles, aquela,aquelas, aquilo) ou um
pronome relativo (a qual, as quais).

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    Entendida as noções de TERMO REGENTE e TERMO REGIGO,
vamos raciocinar: se houver o encontro da preposição a com o outro
a, ocorre a CRASE. Os dois viram um só “a” e recebem o acento
grave (`) para indicar essa fusão: à.
    Vamos ver agora o quadro explicativo que ilustra essa fusão:



        PREPOSIÇÃO A + artigo feminino
                            a (s) = à (s)

        PREPOSIÇÃO A + pronome demonstrativo
                             a (s) = à (s)

        PREPOSIÇÃO A + pronomes demonstrativos
                             aquele (s) = àquele (s)
                             aquela (s) = àquela (s)
                             aquilo = àquilo

        PREPOSIÇÃO A + pronome relativo
                             a qual = à qual
                             as quais =às quais



    Em resumo: só haverá o fenômeno da CRASE se houver dois
“as”, isto é, SIMULTANEAMENTE o termo regente exigir a preposição
a e o termo regido:
- admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a/ as;
- for o pronome demonstrativo: a /as ,aquele / aqueles, aquela /
aquelas, aquilo;
- for o pronome relativo: a qual / as quais.

          DICA !!!

         Para saber se a palavra admite o artigo, basta produzir uma
frase em que a palavra seja sujeito e verificar a possibilidade de
colocar o artigo antes dela.




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    Vejamos esse raciocínio através de exemplos:


1- Eu me refiro ____ jovem.
2- Eu me refiro ____ esta jovem.
3- Eu me refiro ____ você.


   Em todos os exemplos, o termo regente é o verbo REFERIR-SE.
Esse verbo cobra o uso da preposição a (quem se refere, se refere a
alguém). Então, percebemos que nas três ocorrências, existe a
preposição a. Mas sabemos que para ocorrer a crase, é necessário
outro a. Vamos analisar cada caso.
    No exemplo 1, perceba que a palavra jovem pode ser precedida
de artigo feminino. Vejamos uma frase produzida: A jovem acordou
tarde. Então, como o termo regente pede a preposição a e termo
regido admite o artigo definido feminino a, ocorre crase.

1- Eu me refiro à jovem.
    No exemplo 2, o termo regido vem precedido de um pronome
demonstrativo esta jovem. Se produzirmos uma frase, percebemos
que a expressão não admite o artigo definido feminino (A esta jovem
acordou tarde.). Então, nesse caso, não ocorrerá a crase, já que não
há dois sons iguais.

2- Eu me refiro a esta jovem.
    No exemplo 3, temos a palavra você. Não utilizamos o artigo
feminino definido antes do pronome de tratamento. Veja uma frase:
A você acordou tarde? Não produzimos uma frase assim. Então, se
não há o artigo, não ocorrerá, portanto, a crase.

3- Eu me refiro a você.


3. CASOS DE CRASE


    Vamos estudar agora a primeira regra de utilização do acento
grave indicativo de crase: fenômeno fonético. Já vimos que a
preposição a pode se unir ao artigo definido feminino, pronome


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demonstrativo e pronome relativo. Nesses casos, temos o fenômeno
fonético da crase.
     Vejamos os casos a seguir:


1- Preposição A + ARTIGO DEFINIDO


Exemplos:


a) Os alunos foram à festa do curso.

b) Fizemos referência à palestra do médico.

c) O cigarro é prejudicial à saúde.

d) Fumar faz mal à saúde.


    Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES
(foram – quem vai, vai a algum lugar; referência (quem faz
referência, faz referência a; prejudicial – o que é prejudicial, é
prejudicial a e mal – faz mal a) pedem o uso da preposição a. Além
disso, os substantivos festa, palestra e saúde aceitam o artigo.
Vamos produzir frases:
A festa foi legal.
A palestra do médico é interessante.
A saúde é fundamental para todos.
Percebemos que, nesses casos, temos a cobrança da preposição a +
o uso do artigo definido a. Logo, usaremos o acento grave indicativo
de crase.

   Outros exemplos:

e) Vou à Bahia.

f) Vou à Itália.

g) Vou a Portugal.

h) Vou à Portugal dos Imperadores.



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    Nesses exemplos, temos os Topônimos, ou seja, nomes de
lugares.


          DICA !!!

         Com nomes de lugares, basta você utilizar a música: “se
volto da crase há; se volto de crase pra que.”

Você volta de Bahia ou da Bahia? Volto da Bahia. Então, crase há.
Você volta de Itália ou da Itália? Volto da Itália. Então, crase há.
Você volta de Portugal ou da Portugal? Volto de Portugal. Se volto de
crase pra que.


ATENÇÃO!!!
Quando o nome de lugar vier determinado de alguma outra forma
(adjetivo ou locução adjetiva), usa-se artigo. Logo, usa-se também a
crase.
Você volta de Portugal dos Imperadores ou da Portugal dos
Imperadores? Volto da Portugal dos Imperadores. Então, crase há.


2- PREPOSIÇÃO A + PRONOME DEMONSTRATIVO A(S)


a) Dirijo-me à que está sentada.

b) Sou útil às que você procurava.

c) As taxas de crédito são inferiores às dos financiamentos.
   Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES
(dirijo-me – quem se dirige, se dirige a; útil (quem é útil, é útil a;
inferiores – o que é inferior, é inferior a) pedem o uso da preposição
a. Além disso, temos o uso dos pronomes demonstrativos a /as =
aquela ; aquelas. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase.

a) Dirijo-me à que está sentada. = Dirijo-me àquela que está
sentada.

b) Sou útil às que você procurava. = Sou útil àquelas que você
procurava.



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c) As taxas de crédito são inferiores às dos financiamentos. = As
taxas de crédito são inferiores àquelas dos financiamentos.



          DICA !!!

          Para saber se o a ou as é pronome demonstrativo, basta
substituir pelos pronomes demonstrativos aquele, aqueles, aquela,
aquelas, aquilo.


          DICA !!!

        Toda vez que você encontrar que ou de e houver antes a
ou as, fique alerta! É bem provável que a ou as seja pronome
demonstrativo.




3- PREPOSIÇÃO A + PRONOMES DEMONSTRATIVOS (AQUELE
(S), AQUELA (S), AQUILO)


a) Refiro-me àquele carro.

b) Aludimos àqueles que passaram.

c) Obedeço àquela regra.

     Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES
(refiro-me – quem se refere, se refere a; aludimos (quem alude,
alude a; obedeço – quem obedece, quem obedece a) pedem o uso da
preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes demonstrativos
aquele, aqueles e aquela que se iniciam pela letra a. Logo, usaremos
o acento grave indicativo de crase.


4- PREPOSIÇÃO A + PRONOME RELATIVO (A QUAL, AS QUAIS)

a) Procuramos a mulher à qual obedeço.

b) Estas são as jovens às quais fiz referência.

c) Estas são as paixões às quais fui nocivo.

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     Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES
(obedeço – quem obedece, quem obedece a; referência (quem faz
referência, faz referência a; nocivo – quem é nocivo, é nocivo a)
pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes
relativos a qual, as quais se iniciam pela letra a. Logo, usaremos o
acento grave indicativo de crase.

    A partir do entendimento desses conceitos, verificamos que o uso
do acento grave indicativo de crase é puro raciocínio. Assim,
evitamos aquelas listas de exceções imensas, como:

- antes de palavra masculina – se o artigo usado antes da palavra
masculina é o O, e não o A é evidente que não há crase;

Exemplo: Não redija a lápis o texto.


ATENÇÃO!!!
Diante de palavras masculinas se estiver subtendida a expressão
“à moda de” ou “a maneira de”, usaremos o acento grave indicativo
de crase.
Exemplos:

Fiz um gol à Romário. (Fiz um gol à moda de / à maneira de
Romário)

Fez um vestido à Clodovil. (Fez um vestido à moda de / à maneira de
Clodovil)


- antes de verbo - não usamos artigo antes de verbos. Logo, não
haverá a crase. Mesmo quando o verbo vier substantivado, receberá
o artigo masculino, e não feminino – “o andar”, “o lutar”;

Exemplo: Todos saíram a comentar aquele fato.


- antes de pronomes em geral – os pronomes, de regra geral, não
admitem artigo definido feminino. Com exceção dos pronomes
possessivos (que veremos adiante) e de alguns poucos pronomes
indefinidos (mesmas, outras);


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Exemplos:

Dedico-me a você. (Pronome de Tratamento)

Dei o presente a ela. (Pronome Pessoal)

Tenho uma caneta igual a essa / a esta. (Pronome Demonstrativo)

O menino fazia referência a certa jovem. (Pronome Indefinido)

O pai a cuja filha se referiu ontem é valente. (Pronome Relativo)

A pessoa a quem me refiro não trabalha mais aqui. (Pronome
Relativo)

O teatro a que nos dirigimos fica na Avenida Presidente Vargas.
(Pronome Relativo)


ATENÇÃO!!!

Os pronomes de tratamento SENHORA, SENHORITA e MADAME
admitem o uso do artigo. Logo, aceita-se a crase.

Refiro-me à senhora / à senhorita / à madame.


- antes de artigos indefinidos – o artigo indefinido parte da noção
de indeterminação. Logo, como podemos misturar o artigo definido
com o artigo indefinido? Por esse motivo, não se utiliza crase diante
de artigo indefinido.

Exemplo: Fiz referência a uma mulher.


- antes de substantivos em sentido vago, genérico – os
substantivos quando apresentam ideia vaga, genérica, não admitem
artigo definido feminino;

Exemplo: Todo trabalhador tem direito a licença.


- em expressões de palavras repetidas (frente a frente, dia a
dia, gota a gota, face a face, cara a cara) – Só existe uma
preposição ligando dois substantivos genéricos que formam uma
expressão. O que se percebe é o paralelismo sintático. Se não há o
artigo antes do primeiro elemento, também faltará antes do segundo.

Exemplo: Deve ser feito face a face.

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4. CASOS FACULTATIVOS

1-Nomes próprios femininos- O uso do artigo antes de
nomes próprios depende de diversos fatores. Por exemplo,
regionalismo (em alguns lugares, não se usa artigo antes de nomes
das pessoas – Fui à casa de Maíra); intimidade que se tem com a
pessoa. Por esse motivo, o uso do acento grave é facultativo.
Exemplos:

Refiro-me a Ana Maria.

Refiro-me à Ana Maria.

ATENÇÃO!!!
Em referência a pessoas ilustres, não se utiliza o artigo definido.
Logo, por não se usar artigo definido, não se emprega o acento grave
indicativo de crase.
Exemplos:

Aludi a Joana D’arc.

As referências foram feitas a Virgem Maria.

2-Pronome    possessivo     feminino      singular   seguido     de
substantivo singular- O uso do artigo é facultativo diante do
pronome possessivo. Por exemplo, ao produzir uma frase,
poderíamos empregar o artigo ou não: “Minha mãe é legal” ou “A
minha mãe é legal”. Se não colocar o artigo antes do possessivo,
haverá somente a preposição e, por isso, não haverá a ocorrência de
crase.
Exemplos:

Refiro-me a minha irmã.

Refiro-me à minha irmã.

ATENÇÃO!!!

a) Refiro-me às minhas irmãs.

b) Obedeço às minhas amizades e não às suas.

c) Fiz referência a (crase facultativa) minha mãe e não à (crase
obrigatória) sua. = Fiz referência a minha mãe e não à sua mãe.

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    Nos exemplos a e b, o uso do acento grave indicativo de crase é
obrigatório, já que os termos regentes refiro-me e obedeço pedem o
uso da preposição a e temos pronomes possessivos femininos no
plural. Já na letra c, no primeiro a, a crase é facultativa, pois estamos
diante de um pronome possessivo feminino singular + substantivo
feminino singular. Porém, no segundo a, houve a omissão do
substantivo que acompanha o pronome possessivo. Logo, a crase é
obrigatória.


3- Locução prepositiva ATÉ A- A locução prepositiva ATÉ A é a
junção das duas preposições: até + a. Se houver um termo regido
que admita o artigo definido, haverá crase. Essa locução prepositiva
equivale à preposição “até”, que, quando usada na forma simples,
não leva à fusão de dois ‘as’, pois só existe um – o artigo. O que é
facultativo é o uso da locução prepositiva “até a” ou da preposição
simples “até” – com a primeira, haverá crase (até à); com segunda,
não (até a).
Exemplos:

Fui até a vila.

Fui até à vila.



5. CRASE E AS LOCUÇÕES


   Vamos falar agora sobre a segunda regra de crase: o acento
grave nas locuções femininas. Existem alguns casos em que o “a”
recebe o acento grave (à) mesmo não havendo esse encontro de dois
“as”. Há acento grave:
a) LOCUÇÕES ADVERBIAIS: à noite, às pressas, às vezes, à toa, à
beça, às duas horas, à vontade, etc.
b) LOCUÇÕES PREPOSITIVAS: à beira de, à procura de, à moda
de, à espera de, etc.
c) LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: à medida que, à proporção que.




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OBSERVAÇÃO: Em relação ao acento grave nas locuções, alguns
gramáticos consagrados só admitem o acento grave quando houver
algum risco de ambiguidade (Recebeu a bala ≠ Recebeu à bala;
Comprar a vista ≠ Comprar à vista). Outros desaconselham em
locuções adverbiais de instrumento (escrever a máquina). Entretanto,
em provas de concursos, já encontramos questões que exigiram
acento grave em locuções adverbiais femininas. Por isso,na hora
da prova, utilize o bom senso. Veja todas as opções antes de indicar
“certo ou errado”.



6. CASOS ANALISÁVEIS


   Com as palavras TERRA, CASA e DISTÂNCIA devemos prestar
atenção na noção de especificação, mas também no sentido.


1- TERRA

a) Os marinheiros voltaram a terra.

b) As meninas voltaram à terra natal.

c) Os astronautas voltaram à Terra.
     No exemplo a, a palavra terra é o contrário da palavra bordo.
Nesse caso, não haverá crase. Já na letra b, a palavra terra veio
determinada(é a terra natal). Sendo assim, usaremos a crase. Por
último, a palavra terra significa planeta Terra. Então, usaremos a
crase.



2- CASA

a) Voltarei a casa cedo.

b) Voltarei à casa de meu pai.
   No exemplo a, a palavra casa não veio determinada. Portanto,
não usamos a crase. Já na letra b, houve a noção de
especificação(casa de meu pai). Por isso, usamos a crase.




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3- DISTÂNCIA

a) Atiramos a bola a distância.

b) Atiramos a bola à distância de 200m.


     No exemplo a, a palavra distância não veio determinada. Logo,
não haverá a crase. Na letra b, houve a noção de especificação
(distância de 200m). Por isso, usamos a crase.




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       7. APRESENTAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS


1- (CESPE/UNB–Auditor Fiscal do Tesouro Municipal–2007) A
Câmara Municipal de Vitória (CMV) esteve representada na
XVIII Descida Ecológica do Rio Jucu. Segundo o presidente da
CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória,
que é uma das instituições que apóiam o Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Jucu, é fundamental para unir esforços
junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e
recuperar o rio.
     “A cidade de Vitória é o município que tem o maior
consumo entre todos os abastecidos pela bacia hidrográfica do
rio Jucu. É a água do rio Jucu que abastece toda a área
continental do nosso município. Atualmente nós consumimos
diariamente 82.651 metros cúbicos, o que equivale a um
consumo de 82.651 caixas de água de mil litros por dia”,
ressaltou.
     Passos também evidenciou que a preservação do rio Jucu
é importante em todos os sentidos. “O rio Jucu, devido a sua
potencialidade como fonte de geração de energia hidrelétrica,
é estratégico para todas as atividades econômicas”. Passos
lembrou que as cidades atendidas por essa bacia desenvolvem
atividades agropecuárias, turísticas e industriais, entre outras.
                      Internet: <www.cmv.es.gov.br> (com adaptações).

O trecho ‘devido a sua potencialidade’ ficaria incorreto se
fosse colocado sinal indicativo de crase em ‘a’.


ERRADA. Nesse trecho, temos um termo regente que pede o uso da
preposição devido a alguma coisa. Além disso, temos um pronome
possessivo feminino + um substantivo feminino. Temos aí um caso de
facultatividade do uso do artigo. Logo, a crase também é facultativa.
A questão diz que é incorreto o sinal indicativo de crase, mas não é. É
correto.


2- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) O ano de 2001
caracterizou-se por grandes desafios para a economia
brasileira, que levaram a mudanças substanciais na formação


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de expectativas quanto        ao   desempenho      das   principais
variáveis econômicas.
Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva.
O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” é
facultativo, porque “mudanças” está no plural.


ERRADA. Nesse trecho, o termo regente é o verbo levar que cobra o
uso da preposição. O substantivo mudanças está tomado no sentido
genérico, por isso não se utilizou o artigo. Além disso, se houvesse
artigo antes do substantivo, estaria no plural para concordar com o
substantivo (as mudanças). Então, não existe a possibilidade de
haver a crase.


3- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos
de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à
acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.
Os dias estão mais quentes. Nesta década, foram registradas
altíssimas temperaturas. A previsão é de que, até o ano de
2100, as temperaturas estarão destinadas a aumentarem até
seis graus, o que poderia trazer conseqüências devastadoras.


CERTA. Nessa questão, a banca deixou para o candidato encontrar o
acerto ou o erro. No trecho: “... destinadas a aumentarem...” está
correta a ausência da crase, já que diante de verbo (aumentarem)
não se admite o artigo. Logo, não poderá haver a crase. Temos só a
preposição a, destinadas a alguma coisa.


4- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos
de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à
acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.
Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”, que tem a
função de proteger a Terra dos raios solares. Com a destruição
dessa camada, a Terra fica mais exposta ao Sol e,
conseqüentemente, a temperatura aumenta.




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ERRADA. Nessa questão, a banca deixou para o candidato encontrar
o acerto ou o erro. No trecho: “... Camada de Osônio”, percebe-se
um erro de grafia. Ozônio seria a forma correta. Além disso, temos
também um erro de crase. No trecho: “Eles destroem, com isso, à
“Camada de Osônio”..., o verbo destruir não pede o uso da
preposição. Quem destrói, não destrói a alguma coisa. Perceba que
não há motivo para se colocar a crase, já que não existe a
preposição. Então, deve-se retirar o acento grave do a, já que é
apenas artigo que antecede o termo substantivo.


5- (CESPE/UNB-TST–2008) O cenário econômico otimista
levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização
do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As
contratações com 4 carteira assinada cresceram 19,5% entre
2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo
mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo
divulgado 7 pelo IBGE.
                  In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações).

No primeiro período do    texto, a partícula “a” ocorre tanto
como preposição quanto    como artigo: a primeira ocorrência é
uma preposição exigida     pelo emprego do verbo “levou”; a
segunda    ocorrência     é    um   artigo   que    determina
“formalização”.


CERTA. O verbo levar, nesse caso, exigiu 2 complementos (levou
alguém a alguma coisa). De fato, o 1° a é a preposição exigida por
ele. O 2° a é um artigo que antecede o substantivo formalização.
Quem aumenta, aumenta alguma coisa. O verbo não exige a
preposição. Portanto, a assertiva está correta.


6- (CESPE/UNB-ABIN–2008) Assistimos à dissolução dos
discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da
cultura. Não existe narração ou gênero do discurso capaz de
dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade.
Há histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente
complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo
que não possamos olhar de um curso único para a história, os
projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite

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abrir o presente para a construção de futuros possíveis.
Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos
sociais compartilhados, nos quais emergem significados,
sentidos, coordenações e conflitos.
    A   complexidade  dos  problemas desarticula-se e,
precisamente por essa razão, torna-se necessária uma
reordenação intelectual que nos habilite a pensar a
complexidade.
    Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In:
Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p.
                                                    17 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução”
deve-se à dupla possibilidade de relações sintático-
semânticas para o verbo assistir.


CERTA. O verbo assistir, nesse caso, tem o sentido de ver,
presenciar. E, com esse sentido, pede o uso da preposição a. Então,
temos a preposição a + um nome feminino dissolução que admite o
artigo (Vamos produzir uma frase: A dissolução é importante) . Por
isso, utiliza-se a crase.


7- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) A Venezuela, como a
Argentina, ainda que de maneira distinta, recebe as duras
lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre a
valorização do interno e a incorporação dos valores externos.
A presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a
fratura a que, estruturalmente, está submetida a América
Latina, inclusive o Brasil. A tensão entre a administração para
os de dentro, especialmente aqueles menos favorecidos pelo
modelo de inserção aberta e liberal, e o agrado aos centros
internacionais    de   poder,    especialmente   àqueles    que
hegemonizam as relações internacionais do presente, levou ao
descompasso social e político a que chegou a Venezuela.
Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o
item seguinte.
 O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí
uma preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”,
segundo as regras de regência da norma culta.


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CERTA. O substantivo agrado pede o uso da preposição a (agrado a)
+ o pronome demonstrativo aquele. A preposição a + AQUELE =
haverá a crase.


8- (CESPE/UNB-CEF-2002) As carteiras Hipotecária e de
Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934, durante o governo
Vargas, quando tiveram início as operações de crédito
comercial e consignação. As loterias federais começaram a ser
gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando um
importante passo na execução dos programas sociais do
governo, já que parte da arrecadação é destinada à
seguridade social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa
de Crédito Educativo e a entidades de prática esportiva.
Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.
Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática
esportiva" como à entidades de prática desportiva, o período
permaneceria de acordo com a norma culta da língua
portuguesa.


ERRADA. O nome entidades está no plural. O artigo que o antecede
é o as. Está incorreta a construção “à entidades de prática
desportiva”. Não há a presença do artigo, logo, não poderá haver a
crase.


9- (CESPE/UNB-Agente de Polícia Federal–2009) A inserção
do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a
nossas relações sociais” (R.3-4) preservaria a correção
gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o
termo “relações”.


ERRADA. A inserção da crase não preservaria a correção do período,
já que nossas relações está no plural. O artigo que deveria ser
empregado é AS. Logo, não há como utilizar o acento grave de crase.


10- (CESPE/UNB-Abin–2008) Na atualidade, em qualquer
parte do mundo, podem desenvolver-se atividades de apoio

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logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua
própria lógica de disseminação transnacional, que busca
continuamente novas áreas de atuação e, também, às
vantagens específicas que cada país pode oferecer a membros
de organizações extremistas, como facilidades de obtenção de
documentos falsos ou de acesso a seu território, além de
movimentação, refúgio e acesso a bens de natureza material e
tecnológica. (...)
Em “às vantagens”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela
regência de “deve” e pela presença de artigo definido
feminino plural.


CERTA. O verbo dever cobra o uso da preposição a (deve a alguma
coisa). Vantagens é um nome feminino que admite o artigo (Vamos
produzir uma frase: As vantagens são importantes). Logo, houve a
junção da preposição a + o artigo as = crase.


11- (CESPE/UNB-Abin–2008) Sem o contínuo esforço
supranacional para integrar e coordenar ações conjuntas de
repressão, o terrorismo internacional continuará, por tempo
indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da
comunidade internacional e à segurança dos povos. (...)
Em “à segurança”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela
regência de “ameaça” e pela presença de artigo definido
feminino singular.


CERTA. O termo ameaça pede o uso da preposição a (ameaça a
alguma coisa). E a palavra segurança aceita o artigo (Vamos produzir
uma frase: A segurança é fundamental). Logo, houve a junção da
preposição a + o artigo a = crase.


12- (CESPE/UNB-TST–2008) Eu acho que poderá corresponder
àquilo que sempre foi...
O sinal indicativo de crase em “àquilo” é resultado da
presença da preposição a, regendo o complemento do verbo
“corresponder” e do pronome demonstrativo aquilo.



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CERTA. O verbo corresponder cobra o uso da preposição a (quem
corresponde, corresponde a) + o pronome demonstrativo aquilo que
se inicia pela letra a. Preposição a + pronome demonstrativo aquilo=
crase.


13- (CESPE/UNB–SEMPLAD–SEMED–2008) São incalculáveis
as possibilidades de desenvolvimento de produtos que a TV
digital passa a oferecer à indústria e à criatividade brasileira.
Em “à indústria e à criatividade”, o sinal indicativo de crase
justifica-se pela regência do verbo “oferecer”, que exige
preposição, e pela presença de artigo definido feminino.


CERTA. O verbo oferecer cobra o uso da preposição a (quem oferece,
oferece a ) + o artigo definido a (vamos produzir frases: A indústria é
avassaladora. / A criatividade é importante). Preposição a + artigo
definido a= crase.


14- (CESPE/UNB–Banco do Brasil-2003) Ser cidadão é ter
direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante
a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no
destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos.
Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem
os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do
indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao
trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila.
Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e
sociais.
               Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003).

Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o
item seguinte.
Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o
primeiro período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a
vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em
resumo, ter direitos civis.


CERTA. O termo regente é direito (Alguém tem direito a alguma
coisa). Assim, o substantivo exige a preposição a. O autor do texto

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determinou cada termo regido com o uso do artigo: a vida, a
liberdade, a propriedade, a igualdade perante a lei. Se você retirar
todos os determinantes, estará correta a assertiva. Aí, o a é apenas
preposição, sem crase.


15- (CESPE/UNB –DEFENSOR -2004) Não temos dado muita
atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais.
Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as
línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país. Qual é a
situação atual e importância? Há proteção legal para eles? É o
que tentaremos analisar.
A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte
item.
Na linha 2, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal
indicativo de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de
“atenção” menos genérico e mais especificamente direcionado
para “riquezas nacionais” .


ERRADA. O termo regente dar (verbo que faz parte da locução
temos dado) apresenta complemento direto (atenção) e indireto
(regido pela preposição a). Não é possível o emprego do acento
grave por não ser possível o emprego de um artigo definido feminino
antes daquela expressão. Logo, não haverá crase.


16- (CESPE/UNB–MPE/AM–2008) Ao conectar-se, o internauta
passa a ter acesso a informações diversas, relacionadas a
cultura, turismo, 25 educação, lazer, viagem, televisão,
cinema, arte, informática, política, religião, enfim, um mundo
paralelo ao nosso, onde a informação é compartilhada de
diferentes maneiras.
Não foi empregado o acento grave em “relacionadas a cultura”
porque o termo “cultura” está empregado em sentido geral,
sem anteposição de artigo definido, tal como as demais
palavras da enumeração — “turismo, educação, lazer, viagem,
televisão, cinema, arte, informática, política, religião”.




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CERTA. Quando queremos colocar um termo no sentido genérico,
não utilizamos o artigo definido para especificá-lo. Assim, o autor
utilizou a preposição cobrada pelo termo relacionadas (relacionadas a
alguma coisa), mas preferiu deixar o substantivo de modo genérico,
ou seja, é qualquer cultura. As palavras que pertencem à
enumeração também se encontram no sentido genérico turismo,
educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática,
política, religião. Logo, a assertiva está correta.


17- (CESPE/UNB–SESA–2008)            Até   hoje   respondíamos       à
questão quando começa a vida?
A presença do sinal indicativo de crase em “à questão” indica
que o verbo responder, como está empregado no texto, exige
o uso de ao, se, mantida a coerência textual, o vocábulo
“questão” for substituído por questionamento.


CERTA. O verbo responder, nesse caso, apresenta a seguinte
regência: quem responde, responde a alguma coisa.Temos o uso da
preposição a + o artigo definido a = crase. Se trocarmos o verbo pelo
substantivo questionamento, também se mantém a regência: Até
hoje responderíamos ao questionamento.


18- (CESPE/UNB–TRT-2008) O instituto é uma garantia de
Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as
injunções políticas que certamente decorrem das mudanças de
governo.
O sinal indicativo de crase em “à carreira” justifica-se pela
regência da palavra “garantia” e pela presença de artigo
definido feminino singular.


CERTA. O termo garantia exige a preposição a (garantia a alguma
coisa. Além disso, a palavra carreira admite o artigo (vamos produzir
uma frase: a carreira é importante para todos). Logo, preposição a +
artigo definido a = crase.


19- (CESPE/UNB–TRT-2009) A capital dá exemplo, também,
às empresas privadas controladoras de pequenas centrais

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elétricas e de projetos de biomassa, que poderiam se
enquadrar nesse sistema, fortalecendo a presença do Brasil no
mercado de créditos de carbono.
O emprego do sinal indicativo de crase em “às empresas”
justifica-se pela regência de “capital” e pela presença de
artigo definido feminino singular.


ERRADA. Nesse caso, não foi o termo capital que exigiu o uso da
preposição, mas sim o verbo dar que cobrou (dá alguma coisa a
alguém). O termo as empresas admite sim o uso do artigo, mas,
nesse caso, não foi a palavra capital que cobrou a preposição. Por
isso, a assertiva está incorreta.


20-     (CESPE/UNB–ANTAQ–Técnico         Administrativo–2009)
Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se
inserir um sinal indicativo de crase em “a grandes distâncias”,
escrevendo-se: à grandes distâncias.


ERRADA. Nesse caso, a palavra distância não veio determinada. Eu
não sei qual é a distância. Logo, se tal palavra não vier especificada,
não se admite a crase.


21- (CESPE/UNB–TRT–ANALISTA JUDICIÁRIO–2009) 13 DE
JUNHO... Vesti as crianças e eles foram para a escola. Eu fui
catar papel. No Frigorífico vi uma mocinha comendo salsichas
do lixo. (...) Os preços aumentam igual as ondas do mar. Cada
qual mais forte. Quem luta com as ondas? Só os tubarões. Mas
o tubarão mais feroz é o racional. É o terrestre. É o atacadista.
A lentilha está a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou
me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei
dos juízes que é Deus. Foi em janeiro quando as águas
invadiram os armazéns e estragou os alimentos. Bem feito. Em
vez de vender barato, guarda esperando alta de preços: Vi os
homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo,
doces. Fiquei com inveja dos peixes que não trabalham e
passam bem.




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  Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São
                              Paulo: Ática, 2004, p. 54 (com adaptações)

Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto
acima, julgue os itens seguintes.
O emprego do sinal indicativo de crase em “as ondas” é
facultativo, uma vez que a palavra “igual”, que equivale a
como, dispensa a preposição.


ERRADA. Nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase não é
facultativo, já que o adjetivo igual pede o uso da preposição a. Além
disso, a palavra as ondas veio com o artigo definido as. Então, temos
preposição a + artigo as = crase.


22- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) O Brasil e o Paraguai vão
discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível
renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica
com o Tesouro Nacional. A decisão foi tomada durante um
encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o
paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América
Latina e Caribe.
O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” justifica-se pela
regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela
presença de artigo definido feminino singular.


CERTA. O termo paralelamente pede o uso da preposição a
(paralelamente a alguma coisa). E o termo cúpula aceita o artigo,
Logo, preposição a + artigo a = crase.


23- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) A Alemanha vai enfrentar
a pior recessão desde a 2.ª Guerra Mundial e já planeja, para
2009, um novo pacote de estímulo à economia. As medidas
serão anunciadas assim que o novo presidente norte-
americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro.
Há menos de um mês, o governo alemão anunciou um pacote
de medidas de US$ 63 bilhões para fortalecer a economia.
Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no
pacote.


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O sinal indicativo de crase em “à economia” justifica-se pela
regência de “planeja” e pela presença de artigo definido
feminino.


ERRADA. Nesse caso, o verbo planeja não pede o uso da preposição
a. Quem planeja, planeja algo. O uso da preposição se dá pela
palavra estímulo (estímulo a alguma coisa. Logo, não há a preposição
cobrada pelo verbo. A assertiva está errada.


24- (CESPE/UNB–MRE-IRbr–2009) José Genoíno disse que o
isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um
fundamentalismo.
Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve-
se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase
porque antecede artigo indefinido masculino.


CERTA. De fato, o verbo levar cobra o uso da preposição (levar a
alguma coisa), mas o artigo indefinido não admite o uso do artigo
definido. Logo, não haverá a crase.


25- (CESPE/UNB–IBRAM–2009) As políticas públicas urbanas,
até a década de 70, eram reações, por parte do governo
federal, ao êxodo rural que o país vinha sofrendo. Essas
políticas eram, em sua maioria, voltadas para a infraestrutura
urbana, a saber: habitação e saneamento. Na década de 70,
foram elaboradas políticas de ordenamento urbano, por parte
do governo federal, a fim de se definir e fomentar o
ordenamento das regiões metropolitanas.
Em “voltadas para a infraestrutura urbana”, a preposição
“para” poderia ser excluída, o que exigiria o uso do acento
grave indicativo de crase, para que fosse mantida a correção
gramatical do texto.


CERTA. De fato, se não usássemos a preposição para, deveríamos
usar a crase. O termo voltadas pede o uso da preposição (voltadas
para ou voltadas a). Então, voltadas à infraestrutura estaria correto
sim.

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26- (CESPE/UNB–SEGER–2009) Em uma outra frente,
surgiram funções relativas a assuntos ambientais, como a do
consumidor de sustentabilidade, profissional...
Caso a expressão destacada no trecho “surgiram funções
relativas a assuntos ambientais” fosse substituída por questão
ambiental, deveria ser empregado o acento grave, indicativo
de crase – à questão ambiental.


CERTA. Se realizássemos a troca, teríamos o uso de uma expressão
feminina que admite o uso do artigo a (a questão ambiental). Como
já existe a preposição a cobrada pelo termo relativas , teríamos a
junção da preposição a + artigo definido a = crase.


27- (CESPE/UNB–INPE–2009) Creio que há evidência
contundente em favor do argumento de que os investimentos
públicos em pesquisa científica têm tido um retorno bastante
compensador em termos da utilização para o bem-estar social
dos progressos científicos obtidos. Por outro lado, creio
também que se pode questionar, não somente quanto à
aplicação de conhecimentos científicos com finalidades
destrutivas ou nocivas à humanidade e à natureza, mas
também quanto à distribuição desses benefícios entre
diferentes setores da sociedade.
As ocorrências de crase em “à aplicação” e “à humanidade e à
natureza” justificam-se pelo uso obrigatório da preposição a
nos complementos de “questionar”.


ERRADA. Nesse caso, NÃO é o verbo questionar que pede o uso da
preposição, pois quem questiona, questiona alguma coisa. Temos o
uso da preposição que é cobrado pelos termos “quanto” e “nocivas”,
que exigem a preposição a. Logo, a explicação da assertiva está
errada.


28- (CESPE/UNB–POLÍCIA CIVIL–2009)




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Considerando o quadrinho acima, julgue o próximo item.
De acordo com a norma culta da língua portuguesa, emprega-
se o acento indicativo de crase em “bife à cavalo” para indicar
que o personagem que utiliza essa expressão não
compreendeu seu sentido.


ERRADA. Nesse caso, temos um nome masculino cavalo e não
podemos substituir o a por à moda de, já que cavalo não cria moda
nenhuma. Por esse motivo, a assertiva está incorreta. Se
pensássemos em bife à milanesa, aí sim levaria crase =à moda de
Parma.


29- (CESPE/UNB–TCE–RN–2009) Em todos os povos ou
períodos da história, a sensação de pertencimento a uma
comunidade sempre foi construída com base nas diferenças
em relação aos que estão de fora, “os outros”. Muitas tribos
indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de
“homens”     ou “gente”     e   denominam    pejorativamente
integrantes de outros grupamentos — esses são “seres
inferiores” ou “narizes chatos”. O filósofo Aristóteles
considerava a “raça helênica” superior aos outros povos. Mas
até o Iluminismo, no século XVIII, a humanidade não recorreu
a teses raciais para justificar a escravidão — tratava-se de
uma decorrência natural das conquistas militares.
A ausência do sinal indicativo de crase em “a teses” indica que
o substantivo está sendo usado em sentido generalizado, sem
a determinação marcada pelo artigo.




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CERTA. A ausência do artigo definido mostra que o substantivo teses
está tomado no sentido geral. Por esse motivo, não há a fusão de
sons iguais. Logo, não há a crase.


30-   (CESPE/UNB–TRE–PR–2009)       A    eleição   brasileira,
considerada a maior votação eletrônica do mundo, atrai a
atenção de observadores internacionais e passou por longo
processo de evolução até chegar à atual etapa de
informatização. Por estranho que pareça, a previsão de uma
máquina de votar já constava no primeiro Código Eleitoral, em
1932.
Na linha 4, o emprego do acento grave em “à atual” é exigido
pela regência de “chegar” e pela presença de artigo definido
feminino.


CERTA. O verbo chegar cobra o uso da preposição a (quem chega,
chega a). A palavra atual admite o uso do artigo definido a. Então,
temos o uso da preposição a + o artigo definido a= crase.


31-(CESPE/UNB–TRE–MA–2009) Julgue os itens a seguir
quanto ao emprego do acento grave nas frases neles
apresentadas.
I - Acostumado à vida parlamentar, o senador resistiu à
reação     desproporcional pretendida  pela    bancada
oposicionista.
II- A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua
parceira de novelas.
III- Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à
paz.
IV- A globalização financeira, associada à melhores
instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para
elevar a taxa de investimento do Brasil.
Estão certos apenas os itens:
A) I e II.
B) I e III.
C) I e IV.

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D) II e IV.
E) III e IV.
Letra A.

I) Percebe-se que a palavra acostumado pede o uso da preposição
(quem está acostumado, está acostumado a). Nesse caso, o
substantivo vida pode vir com o artigo, basta produzir uma frase (A
vida é bonita). Então, temos a presença da preposição a + o artigo
definido a = crase.

II) A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua
parceira de novelas.
Nessa frase, temos o termo regente aderira (aderira a alguma coisa)
pede o uso da preposição a + o pronome relativo a qual. Então,
preposição a + pronome relativo a qual = crase. Em seguida, temos
o termo regente igual (igual a alguma coisa) + o pronome
demonstrativo aquela (... era igual aquela de sua parceria de
novelas). Então, preposição a + pronome demonstrativo aquela =
crase.

III) Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz.

Nessa frase, temos o verbo partir. Não se admite artigo antes de
verbo. Logo, se não temos o artigo, não temos a fusão de sons
iguais. Por esse motivo, não haverá a crase.

IV- A globalização financeira, associada à melhores instituições e à
estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de
investimento do Brasil.

Nessa frase, temos o termo regente associada que pede o uso da
preposição (associada a alguma coisa). Porém, o termo melhores
está no plural e o artigo que o acompanha é o AS , e não A. Então,
não haverá a crase justamente por não ter o artigo. O A é apenas a
preposição. Além disso, percebe-se o paralelismo sintático
...associada    a   melhores     instituições e    à   estabilidade
macroeconômica... Se não há artigo antes da palavra melhores,
também não haverá antes da palavra estabilidade. Sendo assim, o
que acontecer com um elemento deve acontecer também com todos
os demais que exercem a mesma função sintática = paralelismo
sintático.


32-(CESPE/UNB–MPU-2010) As diferenças de classes vão ser
estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e


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classe não privilegiada.Nessa dicotomia, um leitor crítico vai
perceber que se trata de um corte epistemológico, na medida
em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a
complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de
indicar os picos. Em cada um dos polos, outras diferenças se
fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que
tanto    habita   o   mundo    das    estatísticas  quanto,  e
principalmente, o mundo do imaginário social. Estudos a
respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela
forma quantitativa da ordem do ganho econômico, ora pelo
grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma de
apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não
tem mais nada a perder e assim por diante. O imaginário, em
sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir
imagens simbólicas e estereótipos, maneja representações
que possibilitam pôr ordem no caos. O imaginário, acionado
pela imaginação individual, é pluriespacial e, na interação
social, constrói a memória, a história museológica. Mesmo que
possamos pensar que estereótipos são resultado de matrizes,
a cultura é dinâmica, porquanto símbolos e estereótipos são
olhados e ressignificados em determinado instante social.
                       Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São
                     Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

A ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a
classes” indica que foi empregada apenas preposição a,
exigida pelo verbo dar, sem haver emprego do artigo
feminino.



CERTA. Nesse caso, temos o verbo dar que é verbo transitivo direto
e indireto (quem dá, dá alguma coisa a alguém). Logo, exigem-se
dois complementos: o objeto direto é quitação e o objeto indireto é a
classes. Como não existe a flexão de plural porque o substantivo
classes está no plural (as classes), trata-se apenas do uso da
preposição a. Logo, não haverá a crase.




33-(CESPE/UNB–MPU-Técnico Administrativo-2010) Para a
maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes
que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são

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o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais
criminosos causam são minúsculos quando comparados com
os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho
branco e trabalham para as organizações mais poderosas.
Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis
antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais
crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as
perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de
uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por
esse crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação,
pela    indústria   do   asbesto   (amianto),   dos    perigos
representados por seus produtos provavelmente custou tantas
vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos
ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década
inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também
provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.
James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005,
                                                    p. 1 (com adaptações).

No segmento “quanto as destruídas” (R.14-15), o emprego do
acento grave é facultativo, visto que o termo “quanto” rege
complemento com ou sem a preposição a.


ERRADA. Nesse caso, não se trata da utilização do termo “quanto a”,
mas sim a utilização do pronome demonstrativo AS = AQUELAS.
Vejamos: ...quanto aquelas destruídas. Como não existe a preposição
no texto, não haverá a fusão de sons iguais. Portanto, não há crase.


34-(CESPE/UNB-Anatel–2009) O real não é constituído por
coisas. Nossa experiência direta e imediata da realidade leva-
nos a imaginar que o real é feito de coisas (sejam elas
naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos,
culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências.
Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha é
real porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que
uma coisa possua um nome e de que a chamemos montanha
indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto é, que
possui um sentido em nossa experiência.



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      Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e
significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que
com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo
significativo.
            Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

O sinal de crase em “oferecidos à nossa percepção e às
nossas vivências” indica que “oferecidos” tem complemento
regido pela preposição “a”.


CERTA. Nesse caso, temos o termo regente oferecidos que pede o
uso da preposição (oferecidos a alguma coisa). Além disso, temos o
uso do pronome possessivo feminino singular nossa que faculta o uso
do artigo + substantivo feminino singular percepção. Para manter o
paralelismo sintático, temos às nossas vivências – pronome
possessivo feminino plural + substantivo feminino plural. Aqui a crase
é obrigatória, pois existe o artigo as. Logo, a assertiva está correta.


35-(CESPE/UNB–Administrador       Hospitalar–2009)    Sendo
concretas, não haveria necessidade de metáforas para
pensar, descobrir ou comunicar essas coisas. O que talvez
não esteja claro para aqueles que possuem tal visão inocente
ou leiga da ciência é que, antes das descobertas e das
invenções, há intenso trabalho de pesquisa e que esse
trabalho tem uma base metafórica considerável.
A preposição para, que rege a complementação de “não esteja
claro”,   estabelece,   no    texto, relações   semânticas
correspondentes à preposição a; por isso, esta poderia ser
usada em lugar daquela, desde que se registrasse a crase,
escrevendo-se àqueles.


CERTA. Nesse caso, temos o termo regente claro. Podemos usar a
preposição para ou a preposição a. Se usarmos a preposição a,
teríamos o seu uso + o pronome demonstrativo aqueles. Ocorre a
fusão de sons iguais. Logo, haverá a crase.



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36- (CESPE/UNB–Delegado–2009) No passado, o calcanhar-
de-aquiles do Brasil se situou naquela terceira esfera, a dos
direitos humanos.
Preservam-se a coerência do texto e o atendimento às regras
gramaticais da língua portuguesa ao se inserir sinal indicativo
de crase em “a dos direitos”: à dos direitos.


ERRADA. Nesse caso, não temos o uso da preposição exigida por
nenhum termo. Logo, se não existe a preposição, não podemos ter o
uso da crase. O trecho ...a dos direitos humanos corresponde ao uso
do pronome demonstrativo = aquela dos direitos humanos. Assertiva
errada.


37- (CESPE/UNB–TRE–2009) De acordo com essa concepção,
a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à
realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos
sentidos.
Tanto o uso da crase em “à realidade” como da contração em
“ao pensamento” justificam-se pelas relações de regência de
“idêntica”.


ERRADA. Nesse caso, temos dois termos regentes. O primeiro é
idêntica que solicita o uso da preposição (idêntica a algo).O segundo
é acessível (acessível a). O comando da questão disse que existia
apenas um termo regente, o que não ocorre. Então, a assertiva é
incorreta.


38- (CESPE/UNB–PROFESSOR–2009) Pode-se empregar o
acento grave indicativo de crase para marcar a fusão da
preposição a com os pronomes demonstrativos aquele, aquela,
aquilo. Assinale a opção em que a frase apresentada não
obedece a essa regra.
A) Entreguei o bilhete àquele homem.
B) Deram emprego àquela senhora.
C) Não pertenço àquele grupo.


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D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa.
E) Assistiram àquilo calados.


Letra D.
Vamos verificar cada opção:
A) Entreguei o bilhete àquele homem.
Nesse caso, o verbo entregar exige dois complementos (entreguei
algo a alguém). Então, temos o uso da preposição a + pronome
demonstrativo aquele = crase.
B) Deram emprego àquela senhora.
Nesse caso, o verbo dar exige dois complementos (deram algo a
alguém). Então, temos o uso da preposição a + pronome
demonstrativo aquela = crase.
C) Não pertenço àquele grupo.
Nesse caso, o verbo pertencer exige um complemento com a
preposição a (quem pertence, pertence a). Então, temos o uso da
preposição a + pronome demonstrativo aquele = crase.
D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa.
Nesse caso, não temos o uso da preposição a. Nós não dizemos está
sobre a alguma coisa. Nesse item temos apenas o uso do pronome
demonstrativo aquela. Como não há a preposição, não podemos usar
o acento grave indicativo de crase.
E) Assistiram àquilo calados.
Nesse caso, o verbo assistir no sentido de ver, presenciar, pede o uso
da preposição a. Então, temos o uso da preposição a + pronome
demonstrativo aquilo = crase.


39- (CESPE/UNB–DELEGADO SUBSTITUTO–2009) Schelling
denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de
deliberadamente levar uma situação...
No trecho “denominou brinkmanship (de brink, extremo) a
estratégia", o “a” deveria levar a marca gráfica de crase.


ERRADA. Nesse caso, temos o uso do verbo denominar que não
exige um complemento com a preposição a (quem denomina, não

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denomina a alguma coisa). Então, não temos a presença da
preposição. Logo, não podemos usar o acento grave indicativo de
crase. O a é apenas artigo que antecede o elemento substantivo
estratégia.


40- (CESPE/UNB–DETRAN–2009) A exposição das gestantes à
poluição, em especial nos três primeiros meses de gestação,
leva à diminuição do peso dos bebês ao nascer, um dos
principais determinantes da saúde infantil.
O emprego do sinal indicativo de crase em “à poluição” deve-
se à regência da palavra “exposição”, que exige preposição, e
à presença de artigo definido feminino singular.


CERTA. Nesse caso, temos o termo regente exposição que pede o
uso da preposição (exposição a alguma coisa). O termo poluição
admite o artigo. Veja uma frase: A poluição é danosa. Então, temos a
preposição a + artigo definido a = crase.


41- (CESPE/UNB–ADRAGRI–2009) “O líquido, obtido após a
maceração das folhas e o descanso em uma solução com
álcool, é indicado para muitas aflições”.
A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho
“após a maceração”, fosse empregado acento indicativo de
crase, dado que a expressão nominal está antecedida da
palavra “após”, a qual faculta o uso desse acento.


ERRADA. Nesse caso, não temos um caso de facultatividade de
crase. São três os casos de facultatividade de crase: diante de nomes
próprios femininos, pronome possessivo feminino singular +
substantivo feminino singular e a preposição até. Logo, podemos ver
que a crase não é facultativa. Além disso, o termo após não exige a
preposição (após a algo NÃO!).


42- (CESPE/UNB–FUB–2009) Isto leva-o à sua imperfeição. O
sinal indicativo de crase em “à sua” mostra que o artigo
definido feminino, facultativo antes de pronomes possessivos,
foi usado.

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CERTA. Nesse caso, temos o termo regente levar que exige dois
complementos (quem leva, leva alguma coisa a). Além disso, diante
de pronome possessivo feminino singular, o uso do artigo é
facultativo. Por isso, a crase é facultativa. Como temos o acento
grave indicativo de crase em “à sua imperfeição”, mostra que temos
a presença do artigo a + o uso da preposição a = crase.


43- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O agente ético
é pensado como sujeito ético, isto é,como um ser racional e
consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe
o que faz e como um ser responsável que responde pelo que
faz. A ação ética é balizada pelas idéias de bem e de mal, justo
e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se
consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em
conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa
se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de
uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão
externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um
conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a
decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia
dos valoresmorais de sua sociedade (os valores são dados
externos aosujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o
agente reconhecer os valores de sua sociedade como se
tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o
autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso,
ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo
sua própria lei de ação.
                              Marilena Chaui. Uma ideologia perversa.
                        In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).

É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber”, que se
justifica o emprego da preposição “a” nesse trecho, de tal
modo que, se for empregado o substantivo correspondente a
“perceber”, percepção, a preposição continuará presente e
será correto o emprego da crase: à percepção.


CERTA. Nesse caso, temos o termo regente levar que pede o uso da
preposição a. Se substituirmos o verbo perceber pelo substantivo
percepção, podemos usar o artigo definido. Veja uma frase: A



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percepção é infalível. Então, temos a preposição a + artigo definido
a= crase.


44- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O consumo
das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um
dos principais responsáveis pelo crescimento do produto
interno bruto, previsto em 5%. A nova estimativa do consumo
das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas
para a economia brasileira em 2008 traçadas pela
Confederação Nacional da Indústria em relação às previsões
apresentadas em dezembro do ano passado, quando o
aumento do consumo foi estimado em 6,2%. O aumento do
emprego e os programas de transferência de renda continuam
a beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo
consumo tende a aumentar proporcionalmente mais do que o
das famílias de renda mais alta. A oferta de crédito,
igualmente, atinge mais diretamente essa faixa.
                      O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “às previsões”
justifica-se pela presença de preposição, exigida pela locução
“em relação”, e pelo emprego de artigo definido feminino
plural antes de “previsões”.


CERTA. Nesse caso, temos a locução “em relação a” que se contrai
com o artigo as (as previsões) e, por esse motivo, temos a fusão de
sons iguais. Logo, haverá a crase.


45- (CESPE/UNB–SERPRO-Analista-2006) Quando o leitor se
depara com o assomo de grandeza do romance de Guimarães
Rosa, Grande Sertão: Veredas, é assaltado por enorme
espanto e fascínio — intacto, há décadas — desde logo pelo
idioma próprio em que foi escrito, língua quase autárquica,
alterada por construções sintáticas singulares e palavras
novas. “Muita coisa importante falta nome”, ensina o narrador
do romance. Narrado em primeira pessoa, o personagem conta
sua história a um ouvinte silencioso, informando do seu saber
e do não saber, na difícil tarefa de dar forma narrada às coisas
vividas.


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Ana Maria Roland. Encruzilhada de linguagens. In: Política
Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação Astrogildo
Pereira, mar./2006, p. 150 (com adaptações).
O sinal indicativo de crase em “às coisas” justifica-se pela
regência de “forma” e pela presença de artigo feminino plural.


ERRADA. Nesse caso, temos o termo regente dar que exige dois
complementos (dar algo a). Então, o objeto direto é “forma narrada”
e o objeto indireto é “a coisas vividas”. O acento grave deve-se à
fusão da preposição a + artigo definido as, mas não ao termo
regente é forma, como disse a questão.


46-    (CESPE/UNB–Técnico     Bancário-2006)     Gastar  um
pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no
vermelho. Isso que parecia apenas um problema de adultos ou
pais de famílias está também atingindo os mais jovens.
Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários
educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a
saber lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos
gastos. Uma criança que cresça sem essa formação será um
adulto menos consciente e terá grandes chances de se tornar
um jovem endividado.
Para o jovem que está começando sua vida financeira e
profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de
controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para
isso, é recomendável:
a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente,
analisando o resultado de acordo com o que costuma receber;
b) comprar, preferencialmente, à vista;
c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10%
do valor líquido do salário em uma conta de poupança, todo
mês.
   Graziela Salomão. Economista explica como o jovem pode controlar seu
           orçamento e evitar gastar demais. In: Época, 31/10/2005 (com
                                                            adaptações).

É obrigatório o sinal indicativo de crase em “à vista”, à
semelhança do que ocorre com a expressão à prestações.


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ERRADA. Em relação à expressão “à vista”, temos um adjunto
adverbial de modo e a crase é obrigatória. Já o acento grave da
expressão “à prestações” não foi bem empregado, já que temos o
termo prestações no plural. Sabemos que o artigo que antecede o
substantivo plural é as. Então, não haverá crase.


47-(CESPE/UNB–Gestor de políticas públicas-Acre-2006)
Assinale a opção em que o emprego do sinal indicativo de
crase está correto.
A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto
Médico-Legal.
B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à
indiferença alheia.
C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito
o fato.
D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo
providências.


Letra B.
A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto
Médico-Legal.
Não se utiliza artigo antes de verbos. Logo, não haverá crase. O A é
apenas preposição.
B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à
indiferença alheia.
Nesse caso, temos o termo regente preferir que cobra o uso de dois
complementos (a misericórdia = objeto direto; à indiferença alheia =
objeto indireto). Então, temos a preposição a + o artigo definido a
que antecede o substantivo indiferença = crase.
C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito
do fato.
O substantivo a autoridades está no plural. A inexistência do plural
mostra que tal vocábulo não tem artigo definido. Não houve a
concordância. Logo, percebe-se que o A é preposição. Sem crase.
D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo
providências.


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Lembre-se de que não usamos artigo antes de pronomes de
tratamento. Então, percebe-se que o A é apenas preposição. Logo,
não usaremos a crase.


48-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2006) O que importa
para os proponentes do desarmamento da população é o
sentimento de estar “fazendo algo” para acabar com a
violência, mesmo que o tal “algo” seja absolutamente inócuo.
Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais
imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência,
já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém
terá como reagir. O resultado mais remoto — mas nem por
isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a
aventuras políticas. Quem duvida, procure a seção de História
da biblioteca mais próxima.
                     Paulo Leite. Desarmamento e liberdade. In: Internet:
               <http://www.diegocasagrande.com.br> (com adaptações).

Por ser opcional o emprego do sinal indicativo de crase no
termo regido por “frente”, sua inserção preservaria a correção
gramatical do texto.


ERRADA. Nesse caso, temos o termo regido por “frente” é
“aventuras políticas” que exige o uso da preposição a (não é
opcional). Porém, percebe-se que o termo “aventuras políticas” está
no plural. Logo, o artigo que antecede esse termo é as. Como não
existe o artigo, o a é apenas a preposição.


49- (CESPE/UNB–PF- ESCRIVÃO-2004) Definimos guerra a
partir da definição de nação e de Estado e conceituamos
guerra civil por meio de critérios políticos, entre os quais
devem ser incluídos os étnicos, raciais, lingüísticos e
religiosos. Mas, se redefinirmos guerra com base no número
de mortes violentas, poderemos considerar que o país
enfrenta, há muito tempo, um dos conflitos mais sangrentos
da história. O Brasil, em geral, e o estado do Rio de Janeiro e
sua capital, em particular, vivem uma catástrofe humana
equivalente à soma das perdas militares em muitas guerras.
Gláucio Ary Dillon Soares. Somos mesmo violentos? In: Correio Braziliense,
                                   Pensar, 24/7/2004 (com adaptações).

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O emprego do sinal indicativo de crase em “à soma” justifica-
se pela regência da forma verbal “vivem”.


ERRADA. Nesse caso, a justificativa para o acento grave indicativo
de crase é o termo regente equivalente, e não o termo vivem. Então,
temos a preposição (equivalente a) + o artigo definido a = crase.


50-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2004) A análise que a
sociedade costuma fazer da violência urbana é fundamentada
em fatores emocionais, quase sempre gerados por um crime
chocante, pela falta de segurança nas ruas do bairro, por
preconceito social ou por discriminação. As conclusões dos
estudos científicos não são levadas em conta na definição de
políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento
da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao
contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do
câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo
desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a
influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e
sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana:
pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico,
intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração,
corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.
     Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com
                                                            adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “às raízes”
justifica-se pela regência de “associados” e pela presença de
artigo; o sinal deveria ser eliminado caso a preposição viesse
sem o artigo.


CERTA. Nesse caso, temos o termo regente associados que exige a
preposição a + o artigo definido as = crase. Caso não houvesse o
artigo, deveríamos sim eliminar a crase, já eu não haveria a fusão de
sons iguais.




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            8. LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS


1- (CESPE/UNB–Auditor Fiscal do Tesouro Municipal–2007) A
Câmara Municipal de Vitória (CMV) esteve representada na
XVIII Descida Ecológica do Rio Jucu. Segundo o presidente da
CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória,
que é uma das instituições que apóiam o Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Jucu, é fundamental para unir esforços
junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e
recuperar o rio.
     “A cidade de Vitória é o município que tem o maior
consumo entre todos os abastecidos pela bacia hidrográfica do
rio Jucu. É a água do rio Jucu que abastece toda a área
continental do nosso município. Atualmente nós consumimos
diariamente 82.651 metros cúbicos, o que equivale a um
consumo de 82.651 caixas de água de mil litros por dia”,
ressaltou.
     Passos também evidenciou que a preservação do rio Jucu
é importante em todos os sentidos. “O rio Jucu, devido a sua
potencialidade como fonte de geração de energia hidrelétrica,
é estratégico para todas as atividades econômicas”. Passos
lembrou que as cidades atendidas por essa bacia desenvolvem
atividades agropecuárias, turísticas e industriais, entre outras.
                    Internet: <www.cmv.es.gov.br> (com adaptações).

O trecho ‘devido a sua potencialidade’ ficaria incorreto se
fosse colocado sinal indicativo de crase em ‘a’.


2- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) O ano de 2001
caracterizou-se por grandes desafios para a economia
brasileira, que levaram a mudanças substanciais na formação
de expectativas quanto ao desempenho das principais
variáveis econômicas.
Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva.
O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” é
facultativo, porque “mudanças” está no plural.




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3- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos
de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à
acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.
Os dias estão mais quentes. Nesta década, foram registradas
altíssimas temperaturas. A previsão é de que, até o ano de
2100, as temperaturas estarão destinadas a aumentarem até
seis graus, o que poderia trazer conseqüências devastadoras.


4- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos
de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à
acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.
Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”, que tem a
função de proteger a Terra dos raios solares. Com a destruição
dessa camada, a Terra fica mais exposta ao Sol e,
conseqüentemente, a temperatura aumenta.


5- (CESPE/UNB-TST–2008) O cenário econômico otimista
levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização
do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As
contratações com 4 carteira assinada cresceram 19,5% entre
2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo
mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo
divulgado 7 pelo IBGE.
                  In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações).

No primeiro período do    texto, a partícula “a” ocorre tanto
como preposição quanto    como artigo: a primeira ocorrência é
uma preposição exigida     pelo emprego do verbo “levou”; a
segunda    ocorrência     é    um   artigo   que    determina
“formalização”.


6- (CESPE/UNB-ABIN–2008) Assistimos à dissolução dos
discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da
cultura. Não existe narração ou gênero do discurso capaz de
dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade.
Há histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente
complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo
que não possamos olhar de um curso único para a história, os

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projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite
abrir o presente para a construção de futuros possíveis.
Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos
sociais compartilhados, nos quais emergem significados,
sentidos, coordenações e conflitos.
    A   complexidade  dos  problemas desarticula-se e,
precisamente por essa razão, torna-se necessária uma
reordenação intelectual que nos habilite a pensar a
complexidade.
    Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In:
Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p.
                                                    17 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução”
deve-se à dupla possibilidade de relações sintático-
semânticas para o verbo assistir.


7- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) A Venezuela, como a
Argentina, ainda que de maneira distinta, recebe as duras
lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre a
valorização do interno e a incorporação dos valores externos.
A presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a
fratura a que, estruturalmente, está submetida a América
Latina, inclusive o Brasil. A tensão entre a administração para
os de dentro, especialmente aqueles menos favorecidos pelo
modelo de inserção aberta e liberal, e o agrado aos centros
internacionais    de   poder,    especialmente   àqueles    que
hegemonizam as relações internacionais do presente, levou ao
descompasso social e político a que chegou a Venezuela.
Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o
item seguinte.
 O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí
uma preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”,
segundo as regras de regência da norma culta.


8- (CESPE/UNB-CEF-2002) As carteiras Hipotecária e de
Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934, durante o governo
Vargas, quando tiveram início as operações de crédito
comercial e consignação. As loterias federais começaram a ser
gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando um

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importante passo na execução dos programas sociais do
governo, já que parte da arrecadação é destinada à
seguridade social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa
de Crédito Educativo e a entidades de prática esportiva.
Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.
Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática
esportiva" como à entidades de prática desportiva, o período
permaneceria de acordo com a norma culta da língua
portuguesa.


9- (CESPE/UNB-Agente de Polícia Federal–2009) A inserção
do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a
nossas relações sociais” (R.3-4) preservaria a correção
gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o
termo “relações”.


10- (CESPE/UNB-Abin–2008) Na atualidade, em qualquer
parte do mundo, podem desenvolver-se atividades de apoio
logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua
própria lógica de disseminação transnacional, que busca
continuamente novas áreas de atuação e, também, às
vantagens específicas que cada país pode oferecer a membros
de organizações extremistas, como facilidades de obtenção de
documentos falsos ou de acesso a seu território, além de
movimentação, refúgio e acesso a bens de natureza material e
tecnológica. (...)
Em “às vantagens”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela
regência de “deve” e pela presença de artigo definido
feminino plural.


11- (CESPE/UNB-Abin–2008) Sem o contínuo esforço
supranacional para integrar e coordenar ações conjuntas de
repressão, o terrorismo internacional continuará, por tempo
indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da
comunidade internacional e à segurança dos povos. (...)
Em “à segurança”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela
regência de “ameaça” e pela presença de artigo definido
feminino singular.

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12- (CESPE/UNB-TST–2008) Eu acho que poderá corresponder
àquilo que sempre foi...
O sinal indicativo de crase em “àquilo” é resultado da
presença da preposição a, regendo o complemento do verbo
“corresponder” e do pronome demonstrativo aquilo.


13- (CESPE/UNB–SEMPLAD–SEMED–2008) São incalculáveis
as possibilidades de desenvolvimento de produtos que a TV
digital passa a oferecer à indústria e à criatividade brasileira.
Em “à indústria e à criatividade”, o sinal indicativo de crase
justifica-se pela regência do verbo “oferecer”, que exige
preposição, e pela presença de artigo definido feminino.


14- (CESPE/UNB–Banco do Brasil-2003) Ser cidadão é ter
direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante
a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no
destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos.
Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem
os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do
indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao
trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila.
Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e
sociais.
              Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003).

Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o
item seguinte.
Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o
primeiro período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a
vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em
resumo, ter direitos civis.


15- (CESPE/UNB –DEFENSOR -2004) Não temos dado muita
atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais.
Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as
línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país. Qual é a



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situação atual e importância? Há proteção legal para eles? É o
que tentaremos analisar.
A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte
item.
Na linha 2, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal
indicativo de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de
“atenção” menos genérico e mais especificamente direcionado
para “riquezas nacionais” .


16- (CESPE/UNB–MPE/AM–2008) Ao conectar-se, o internauta
passa a ter acesso a informações diversas, relacionadas a
cultura, turismo, 25 educação, lazer, viagem, televisão,
cinema, arte, informática, política, religião, enfim, um mundo
paralelo ao nosso, onde a informação é compartilhada de
diferentes maneiras.
Não foi empregado o acento grave em “relacionadas a cultura”
porque o termo “cultura” está empregado em sentido geral,
sem anteposição de artigo definido, tal como as demais
palavras da enumeração — “turismo, educação, lazer, viagem,
televisão, cinema, arte, informática, política, religião”.


17- (CESPE/UNB–SESA–2008)         Até   hoje   respondíamos    à
questão quando começa a vida?
A presença do sinal indicativo de crase em “à questão” indica
que o verbo responder, como está empregado no texto, exige
o uso de ao, se, mantida a coerência textual, o vocábulo
“questão” for substituído por questionamento.


18- (CESPE/UNB–TRT-2008) O instituto é uma garantia de
Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as
injunções políticas que certamente decorrem das mudanças de
governo.
O sinal indicativo de crase em “à carreira” justifica-se pela
regência da palavra “garantia” e pela presença de artigo
definido feminino singular.




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19- (CESPE/UNB–TRT-2009) A capital dá exemplo, também,
às empresas privadas controladoras de pequenas centrais
elétricas e de projetos de biomassa, que poderiam se
enquadrar nesse sistema, fortalecendo a presença do Brasil no
mercado de créditos de carbono.
O emprego do sinal indicativo de crase em “às empresas”
justifica-se pela regência de “capital” e pela presença de
artigo definido feminino singular.


20-     (CESPE/UNB–ANTAQ–Técnico         Administrativo–2009)
Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se
inserir um sinal indicativo de crase em “a grandes distâncias”,
escrevendo-se: à grandes distâncias.


21- (CESPE/UNB–TRT–ANALISTA JUDICIÁRIO–2009) 13 DE
JUNHO... Vesti as crianças e eles foram para a escola. Eu fui
catar papel. No Frigorífico vi uma mocinha comendo salsichas
do lixo. (...) Os preços aumentam igual as ondas do mar. Cada
qual mais forte. Quem luta com as ondas? Só os tubarões. Mas
o tubarão mais feroz é o racional. É o terrestre. É o atacadista.
A lentilha está a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou
me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei
dos juízes que é Deus. Foi em janeiro quando as águas
invadiram os armazéns e estragou os alimentos. Bem feito. Em
vez de vender barato, guarda esperando alta de preços: Vi os
homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo,
doces. Fiquei com inveja dos peixes que não trabalham e
passam bem.
  Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São
                              Paulo: Ática, 2004, p. 54 (com adaptações)

Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto
acima, julgue os itens seguintes.
O emprego do sinal indicativo de crase em “as ondas” é
facultativo, uma vez que a palavra “igual”, que equivale a
como, dispensa a preposição.


22- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) O Brasil e o Paraguai vão
discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível

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renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica
com o Tesouro Nacional. A decisão foi tomada durante um
encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o
paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América
Latina e Caribe.
O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” justifica-se pela
regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela
presença de artigo definido feminino singular.


23- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) A Alemanha vai enfrentar
a pior recessão desde a 2.ª Guerra Mundial e já planeja, para
2009, um novo pacote de estímulo à economia. As medidas
serão anunciadas assim que o novo presidente norte-
americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro.
Há menos de um mês, o governo alemão anunciou um pacote
de medidas de US$ 63 bilhões para fortalecer a economia.
Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no
pacote.
O sinal indicativo de crase em “à economia” justifica-se pela
regência de “planeja” e pela presença de artigo definido
feminino.


24- (CESPE/UNB–MRE-IRbr–2009) José Genoíno disse que o
isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um
fundamentalismo.
Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve-
se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase
porque antecede artigo indefinido masculino.


25- (CESPE/UNB–IBRAM–2009) As políticas públicas urbanas,
até a década de 70, eram reações, por parte do governo
federal, ao êxodo rural que o país vinha sofrendo. Essas
políticas eram, em sua maioria, voltadas para a infraestrutura
urbana, a saber: habitação e saneamento. Na década de 70,
foram elaboradas políticas de ordenamento urbano, por parte
do governo federal, a fim de se definir e fomentar o
ordenamento das regiões metropolitanas.



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  • 1. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos APRESENTAÇÃO Olá alunos e alunas!! Bem-vindos à aula demonstrativa de Língua Portuguesa para Concursos. Para quem ainda não me conhece, muito prazer! Sou a professora Fernanda Santos. Atualmente, ministro aulas presenciais e a distância nos principais cursos de concursos públicos do Rio de Janeiro. Para começar o nosso trabalho, acho pertinente, primeiramente, falar um pouco sobre o meu papel como professora de Língua Portuguesa. Meu intuito é ajudá-lo em sua árdua jornada para que assim possa alcançar o tão sonhado objetivo: a vaga no concurso público. Estarei sempre à disposição para qualquer esclarecimento. Não tenha inibição em expor suas dúvidas. Isso mostra que está estudando de verdade. Não é mesmo? É evidente que o seu desempenho depende de sua dedicação, acompanhando as aulas, resolvendo os exercícios, tirando dúvidas. Só assim conseguirá obter um ótimo desempenho na prova de português. Agora, partiremos para o nosso curso de português em PDF. Vamos lá! O atual curso será direcionado para a banca CESPE/UnB e será composto sempre de uma introdução teórica com a resolução posterior de diversos exercícios de provas anteriores aplicadas pela citada banca. Neste curso de teoria com exercícios também trataremos das novas regras ortográficas, visto que o Novo Acordo Ortográfico já está em vigor. Então, a banca poderá exigir algum conhecimento do candidato sobre o assunto. Também não podemos esquecer que as bancas já adaptaram suas provas à nova grafia e que o que mudou foi a escrita, e não a pronúncia. Até 2012 valem as duas (nova e antiga). Nesse sentido, devemos estar preparados e atualizados. Hoje em dia, recebo muitas dúvidas e questionamentos sobre como se preparar para um concurso público. Então, deixo aqui minhas dicas para vocês queridos “concurseiros”. Para que possamos nos preparar para uma prova, além do conhecimento, devemos ter paciência, persistência, foco e, principalmente, dedicação e humildade. Habitualmente, quem chega a um cursinho dizendo que já sabe tal conteúdo e que não precisa dele, certamente terá dificuldades nessa matéria. Por isso, digo que a paciência é necessária. Cada um www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1
  • 2. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos tem seu ritmo de estudo e de aprendizagem. Então, não atropele o seu ritmo. Tenha paciência. Outro ponto fundamental é a persistência. Vocês já devem ter percebido que, na maioria das vezes, os cursos se iniciam com um número X de alunos, mas lá no final há uma redução brusca no número de pessoas que frequentam às aulas. Então, o candidato, muitas vezes, não tem persistência. Desiste. Você é um “concurseiro”. Persista sempre! Muitos alunos também não conseguem estabelecer o FOCO. Quem estuda para concursos, deve saber qual é o seu objetivo e o que deve fazer para alcançá-lo. FOCO é a palavra-chave. O que ocorre é que as pessoas ora querem fazer o concurso X, ora querem fazer o concurso Y. É o famoso “pular de galho em galho”. Considero dois fatores fundamentais para a sua aprovação: A DEDICAÇÃO e a HUMILDADE. Ora, se realmente deseja alcançar o seu objetivo, deverá dedicar-se. Primeiro, é fundamental saber o conteúdo. Para isso, é preciso estudar os conceitos da matéria. Depois dos conceitos, deverá realizar exercícios de fixação. Aí, partirá para os exercícios de concursos. Só realizando e praticando muito, é que conseguirá “massificar” os conceitos. Por fim, o melhor trabalho a ser feito é estudar as provas anteriores da banca. É claro que devemos pensar também na humildade. Por mais que você já saiba determinado conteúdo, é importante revisá-lo e pensar que sempre poderá aprender mais e mais. Atualmente, as bancas querem avaliar se o candidato sabe fazer a prova. Para tal, digo a vocês que “concurseiro” bem preparado é aquele que conhece a banca que realizará a prova. Essa preparação se divide em três partes: a) apresentação dos conceitos relativos à matéria, em que o aluno aprende e recolhe o material de estudo; b) fixação do conhecimento, quando o aluno deve fazer exercícios de fixação e exercícios de concursos públicos; c) identificação das próprias necessidades, em que o aluno deve reconhecer quais são os seus pontos fracos na matéria e aqueles que necessitam de maior atenção. Todas essas etapas envolvem envolvimento e muita dedicação. É claro que os obstáculos surgirão. São muitos obstáculos. Temos o trabalho, a família, o cansaço... Mas não podemos nos abater. O telefone vai tocar muitas vezes, você receberá muitos convites para festas, cairá na tentação da internet... Mas lembre-se de que só você pode fazer a diferença, estudando em casa, fixando, revisando. A tarefa é árdua. Mas não podemos parar. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 2
  • 3. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Receba cada conteúdo de peito aberto e prepare-se para a guerra. Livre-se dos traumas. Conte comigo! Estamos juntos nessa guerra! Para o nosso curso, reservei 12 (doze) aulas (esta e mais 11), com a periodicidade de uma aula semanal, assim divididas: AULA 0 Emprego do sinal indicativo de crase (DEMO) AULA 1 Ortografia oficial / Acentuação gráfica AULA 2 Emprego das classes de palavras AULA 3 Valor semântico das preposições e conjunções AULA 4 Sintaxe da oração – período simples / Vozes verbais Sintaxe da oração – período composto (orações AULA 5 coordenadas e orações subordinadas adverbiais) Sintaxe da oração – período composto (orações AULA 6 subordinadas substantivas e orações adjetivas) / Funções das palavras QUE e SE AULA 7 Concordância nominal / Concordância verbal AULA 8 Regência nominal / Regência verbal AULA 9 Significação das palavras Compreensão e interpretação de textos / Tipologia AULA 10 textual AULA 11 Redação de correspondências oficiais Após as devidas apresentações, vamos nos preparar!!! www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 3
  • 4. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos SUMÁRIO DA AULA 1. Introdução 2. Como analisar o fenômeno da crase? 3. Casos de crase 4. Casos facultativos 5. Crase e as locuções 6. Casos analisáveis 7. Apresentação das questões comentadas 8. Lista de questões apresentadas www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 4
  • 5. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 1. INTRODUÇÃO Olá alunos!! Hoje falaremos sobre CRASE. Vocês já devem ter ouvido, em muitas aulas, “vamos crasear o a”. Apesar de ser aceita por professores e gramáticos renomados e registrada nos melhores dicionários, rejeitamos a forma “crasear”. Preferimos usar expressões como “colocar o acento grave, indicativo de crase” ou “ocorre crase (fusão)”. Então, dizemos que CRASE NÃO É O ACENTO, CRASE É O FENÔMENO! A origem da palavra crase é mistura = KRÁSIS. É a contração de dois fonemas iguais representados pelo A + A em um só A. A indicação da crase se dá pelo acento grave À. Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os encontros da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido feminino (a, as), um pronome demonstrativo (a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo) ou um pronome relativo (a qual, as quais). Para ficar mais fácil e simples, você deve se guiar pelo seguinte raciocínio:existem 2 regras para o uso da crase. A primeira é a regra do fenômeno fonético e a segunda é a regra das locuções femininas. Então, o nosso estudo será pautado nessas duas regras. É claro que dentro dessas duas regras, vamos estudar cada caso. Você verá que o raciocínio será mais facilitado. Bem-vindos à aula de crase! 2. COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DA CRASE? Para analisar a ocorrência da crase, devemos perceber que existem dois termos importantes: o TERMO REGENTE e o TERMO REGIDO. O TERMO REGENTE é aquele que comanda, que rege, ou seja, é aquele que pode ou não exigir uma preposição (e, nesta aula, só nos interessa a preposição a). Já o TERMO REGIGO é aquele que obedece. Este termo pode aceitar ou não um artigo definido feminino (a, as), além de poder existir também um pronome demonstrativo (a, as, aquele, aqueles, aquela,aquelas, aquilo) ou um pronome relativo (a qual, as quais). www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 5
  • 6. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Entendida as noções de TERMO REGENTE e TERMO REGIGO, vamos raciocinar: se houver o encontro da preposição a com o outro a, ocorre a CRASE. Os dois viram um só “a” e recebem o acento grave (`) para indicar essa fusão: à. Vamos ver agora o quadro explicativo que ilustra essa fusão: PREPOSIÇÃO A + artigo feminino a (s) = à (s) PREPOSIÇÃO A + pronome demonstrativo a (s) = à (s) PREPOSIÇÃO A + pronomes demonstrativos aquele (s) = àquele (s) aquela (s) = àquela (s) aquilo = àquilo PREPOSIÇÃO A + pronome relativo a qual = à qual as quais =às quais Em resumo: só haverá o fenômeno da CRASE se houver dois “as”, isto é, SIMULTANEAMENTE o termo regente exigir a preposição a e o termo regido: - admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a/ as; - for o pronome demonstrativo: a /as ,aquele / aqueles, aquela / aquelas, aquilo; - for o pronome relativo: a qual / as quais. DICA !!! Para saber se a palavra admite o artigo, basta produzir uma frase em que a palavra seja sujeito e verificar a possibilidade de colocar o artigo antes dela. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 6
  • 7. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Vejamos esse raciocínio através de exemplos: 1- Eu me refiro ____ jovem. 2- Eu me refiro ____ esta jovem. 3- Eu me refiro ____ você. Em todos os exemplos, o termo regente é o verbo REFERIR-SE. Esse verbo cobra o uso da preposição a (quem se refere, se refere a alguém). Então, percebemos que nas três ocorrências, existe a preposição a. Mas sabemos que para ocorrer a crase, é necessário outro a. Vamos analisar cada caso. No exemplo 1, perceba que a palavra jovem pode ser precedida de artigo feminino. Vejamos uma frase produzida: A jovem acordou tarde. Então, como o termo regente pede a preposição a e termo regido admite o artigo definido feminino a, ocorre crase. 1- Eu me refiro à jovem. No exemplo 2, o termo regido vem precedido de um pronome demonstrativo esta jovem. Se produzirmos uma frase, percebemos que a expressão não admite o artigo definido feminino (A esta jovem acordou tarde.). Então, nesse caso, não ocorrerá a crase, já que não há dois sons iguais. 2- Eu me refiro a esta jovem. No exemplo 3, temos a palavra você. Não utilizamos o artigo feminino definido antes do pronome de tratamento. Veja uma frase: A você acordou tarde? Não produzimos uma frase assim. Então, se não há o artigo, não ocorrerá, portanto, a crase. 3- Eu me refiro a você. 3. CASOS DE CRASE Vamos estudar agora a primeira regra de utilização do acento grave indicativo de crase: fenômeno fonético. Já vimos que a preposição a pode se unir ao artigo definido feminino, pronome www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 7
  • 8. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos demonstrativo e pronome relativo. Nesses casos, temos o fenômeno fonético da crase. Vejamos os casos a seguir: 1- Preposição A + ARTIGO DEFINIDO Exemplos: a) Os alunos foram à festa do curso. b) Fizemos referência à palestra do médico. c) O cigarro é prejudicial à saúde. d) Fumar faz mal à saúde. Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (foram – quem vai, vai a algum lugar; referência (quem faz referência, faz referência a; prejudicial – o que é prejudicial, é prejudicial a e mal – faz mal a) pedem o uso da preposição a. Além disso, os substantivos festa, palestra e saúde aceitam o artigo. Vamos produzir frases: A festa foi legal. A palestra do médico é interessante. A saúde é fundamental para todos. Percebemos que, nesses casos, temos a cobrança da preposição a + o uso do artigo definido a. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase. Outros exemplos: e) Vou à Bahia. f) Vou à Itália. g) Vou a Portugal. h) Vou à Portugal dos Imperadores. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 8
  • 9. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Nesses exemplos, temos os Topônimos, ou seja, nomes de lugares. DICA !!! Com nomes de lugares, basta você utilizar a música: “se volto da crase há; se volto de crase pra que.” Você volta de Bahia ou da Bahia? Volto da Bahia. Então, crase há. Você volta de Itália ou da Itália? Volto da Itália. Então, crase há. Você volta de Portugal ou da Portugal? Volto de Portugal. Se volto de crase pra que. ATENÇÃO!!! Quando o nome de lugar vier determinado de alguma outra forma (adjetivo ou locução adjetiva), usa-se artigo. Logo, usa-se também a crase. Você volta de Portugal dos Imperadores ou da Portugal dos Imperadores? Volto da Portugal dos Imperadores. Então, crase há. 2- PREPOSIÇÃO A + PRONOME DEMONSTRATIVO A(S) a) Dirijo-me à que está sentada. b) Sou útil às que você procurava. c) As taxas de crédito são inferiores às dos financiamentos. Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (dirijo-me – quem se dirige, se dirige a; útil (quem é útil, é útil a; inferiores – o que é inferior, é inferior a) pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes demonstrativos a /as = aquela ; aquelas. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase. a) Dirijo-me à que está sentada. = Dirijo-me àquela que está sentada. b) Sou útil às que você procurava. = Sou útil àquelas que você procurava. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 9
  • 10. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos c) As taxas de crédito são inferiores às dos financiamentos. = As taxas de crédito são inferiores àquelas dos financiamentos. DICA !!! Para saber se o a ou as é pronome demonstrativo, basta substituir pelos pronomes demonstrativos aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo. DICA !!! Toda vez que você encontrar que ou de e houver antes a ou as, fique alerta! É bem provável que a ou as seja pronome demonstrativo. 3- PREPOSIÇÃO A + PRONOMES DEMONSTRATIVOS (AQUELE (S), AQUELA (S), AQUILO) a) Refiro-me àquele carro. b) Aludimos àqueles que passaram. c) Obedeço àquela regra. Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (refiro-me – quem se refere, se refere a; aludimos (quem alude, alude a; obedeço – quem obedece, quem obedece a) pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes demonstrativos aquele, aqueles e aquela que se iniciam pela letra a. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase. 4- PREPOSIÇÃO A + PRONOME RELATIVO (A QUAL, AS QUAIS) a) Procuramos a mulher à qual obedeço. b) Estas são as jovens às quais fiz referência. c) Estas são as paixões às quais fui nocivo. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 10
  • 11. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (obedeço – quem obedece, quem obedece a; referência (quem faz referência, faz referência a; nocivo – quem é nocivo, é nocivo a) pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes relativos a qual, as quais se iniciam pela letra a. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase. A partir do entendimento desses conceitos, verificamos que o uso do acento grave indicativo de crase é puro raciocínio. Assim, evitamos aquelas listas de exceções imensas, como: - antes de palavra masculina – se o artigo usado antes da palavra masculina é o O, e não o A é evidente que não há crase; Exemplo: Não redija a lápis o texto. ATENÇÃO!!! Diante de palavras masculinas se estiver subtendida a expressão “à moda de” ou “a maneira de”, usaremos o acento grave indicativo de crase. Exemplos: Fiz um gol à Romário. (Fiz um gol à moda de / à maneira de Romário) Fez um vestido à Clodovil. (Fez um vestido à moda de / à maneira de Clodovil) - antes de verbo - não usamos artigo antes de verbos. Logo, não haverá a crase. Mesmo quando o verbo vier substantivado, receberá o artigo masculino, e não feminino – “o andar”, “o lutar”; Exemplo: Todos saíram a comentar aquele fato. - antes de pronomes em geral – os pronomes, de regra geral, não admitem artigo definido feminino. Com exceção dos pronomes possessivos (que veremos adiante) e de alguns poucos pronomes indefinidos (mesmas, outras); www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 11
  • 12. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Exemplos: Dedico-me a você. (Pronome de Tratamento) Dei o presente a ela. (Pronome Pessoal) Tenho uma caneta igual a essa / a esta. (Pronome Demonstrativo) O menino fazia referência a certa jovem. (Pronome Indefinido) O pai a cuja filha se referiu ontem é valente. (Pronome Relativo) A pessoa a quem me refiro não trabalha mais aqui. (Pronome Relativo) O teatro a que nos dirigimos fica na Avenida Presidente Vargas. (Pronome Relativo) ATENÇÃO!!! Os pronomes de tratamento SENHORA, SENHORITA e MADAME admitem o uso do artigo. Logo, aceita-se a crase. Refiro-me à senhora / à senhorita / à madame. - antes de artigos indefinidos – o artigo indefinido parte da noção de indeterminação. Logo, como podemos misturar o artigo definido com o artigo indefinido? Por esse motivo, não se utiliza crase diante de artigo indefinido. Exemplo: Fiz referência a uma mulher. - antes de substantivos em sentido vago, genérico – os substantivos quando apresentam ideia vaga, genérica, não admitem artigo definido feminino; Exemplo: Todo trabalhador tem direito a licença. - em expressões de palavras repetidas (frente a frente, dia a dia, gota a gota, face a face, cara a cara) – Só existe uma preposição ligando dois substantivos genéricos que formam uma expressão. O que se percebe é o paralelismo sintático. Se não há o artigo antes do primeiro elemento, também faltará antes do segundo. Exemplo: Deve ser feito face a face. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 12
  • 13. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 4. CASOS FACULTATIVOS 1-Nomes próprios femininos- O uso do artigo antes de nomes próprios depende de diversos fatores. Por exemplo, regionalismo (em alguns lugares, não se usa artigo antes de nomes das pessoas – Fui à casa de Maíra); intimidade que se tem com a pessoa. Por esse motivo, o uso do acento grave é facultativo. Exemplos: Refiro-me a Ana Maria. Refiro-me à Ana Maria. ATENÇÃO!!! Em referência a pessoas ilustres, não se utiliza o artigo definido. Logo, por não se usar artigo definido, não se emprega o acento grave indicativo de crase. Exemplos: Aludi a Joana D’arc. As referências foram feitas a Virgem Maria. 2-Pronome possessivo feminino singular seguido de substantivo singular- O uso do artigo é facultativo diante do pronome possessivo. Por exemplo, ao produzir uma frase, poderíamos empregar o artigo ou não: “Minha mãe é legal” ou “A minha mãe é legal”. Se não colocar o artigo antes do possessivo, haverá somente a preposição e, por isso, não haverá a ocorrência de crase. Exemplos: Refiro-me a minha irmã. Refiro-me à minha irmã. ATENÇÃO!!! a) Refiro-me às minhas irmãs. b) Obedeço às minhas amizades e não às suas. c) Fiz referência a (crase facultativa) minha mãe e não à (crase obrigatória) sua. = Fiz referência a minha mãe e não à sua mãe. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 13
  • 14. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Nos exemplos a e b, o uso do acento grave indicativo de crase é obrigatório, já que os termos regentes refiro-me e obedeço pedem o uso da preposição a e temos pronomes possessivos femininos no plural. Já na letra c, no primeiro a, a crase é facultativa, pois estamos diante de um pronome possessivo feminino singular + substantivo feminino singular. Porém, no segundo a, houve a omissão do substantivo que acompanha o pronome possessivo. Logo, a crase é obrigatória. 3- Locução prepositiva ATÉ A- A locução prepositiva ATÉ A é a junção das duas preposições: até + a. Se houver um termo regido que admita o artigo definido, haverá crase. Essa locução prepositiva equivale à preposição “até”, que, quando usada na forma simples, não leva à fusão de dois ‘as’, pois só existe um – o artigo. O que é facultativo é o uso da locução prepositiva “até a” ou da preposição simples “até” – com a primeira, haverá crase (até à); com segunda, não (até a). Exemplos: Fui até a vila. Fui até à vila. 5. CRASE E AS LOCUÇÕES Vamos falar agora sobre a segunda regra de crase: o acento grave nas locuções femininas. Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo não havendo esse encontro de dois “as”. Há acento grave: a) LOCUÇÕES ADVERBIAIS: à noite, às pressas, às vezes, à toa, à beça, às duas horas, à vontade, etc. b) LOCUÇÕES PREPOSITIVAS: à beira de, à procura de, à moda de, à espera de, etc. c) LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: à medida que, à proporção que. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 14
  • 15. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos OBSERVAÇÃO: Em relação ao acento grave nas locuções, alguns gramáticos consagrados só admitem o acento grave quando houver algum risco de ambiguidade (Recebeu a bala ≠ Recebeu à bala; Comprar a vista ≠ Comprar à vista). Outros desaconselham em locuções adverbiais de instrumento (escrever a máquina). Entretanto, em provas de concursos, já encontramos questões que exigiram acento grave em locuções adverbiais femininas. Por isso,na hora da prova, utilize o bom senso. Veja todas as opções antes de indicar “certo ou errado”. 6. CASOS ANALISÁVEIS Com as palavras TERRA, CASA e DISTÂNCIA devemos prestar atenção na noção de especificação, mas também no sentido. 1- TERRA a) Os marinheiros voltaram a terra. b) As meninas voltaram à terra natal. c) Os astronautas voltaram à Terra. No exemplo a, a palavra terra é o contrário da palavra bordo. Nesse caso, não haverá crase. Já na letra b, a palavra terra veio determinada(é a terra natal). Sendo assim, usaremos a crase. Por último, a palavra terra significa planeta Terra. Então, usaremos a crase. 2- CASA a) Voltarei a casa cedo. b) Voltarei à casa de meu pai. No exemplo a, a palavra casa não veio determinada. Portanto, não usamos a crase. Já na letra b, houve a noção de especificação(casa de meu pai). Por isso, usamos a crase. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 15
  • 16. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 3- DISTÂNCIA a) Atiramos a bola a distância. b) Atiramos a bola à distância de 200m. No exemplo a, a palavra distância não veio determinada. Logo, não haverá a crase. Na letra b, houve a noção de especificação (distância de 200m). Por isso, usamos a crase. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 16
  • 17. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 7. APRESENTAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS 1- (CESPE/UNB–Auditor Fiscal do Tesouro Municipal–2007) A Câmara Municipal de Vitória (CMV) esteve representada na XVIII Descida Ecológica do Rio Jucu. Segundo o presidente da CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória, que é uma das instituições que apóiam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu, é fundamental para unir esforços junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e recuperar o rio. “A cidade de Vitória é o município que tem o maior consumo entre todos os abastecidos pela bacia hidrográfica do rio Jucu. É a água do rio Jucu que abastece toda a área continental do nosso município. Atualmente nós consumimos diariamente 82.651 metros cúbicos, o que equivale a um consumo de 82.651 caixas de água de mil litros por dia”, ressaltou. Passos também evidenciou que a preservação do rio Jucu é importante em todos os sentidos. “O rio Jucu, devido a sua potencialidade como fonte de geração de energia hidrelétrica, é estratégico para todas as atividades econômicas”. Passos lembrou que as cidades atendidas por essa bacia desenvolvem atividades agropecuárias, turísticas e industriais, entre outras. Internet: <www.cmv.es.gov.br> (com adaptações). O trecho ‘devido a sua potencialidade’ ficaria incorreto se fosse colocado sinal indicativo de crase em ‘a’. ERRADA. Nesse trecho, temos um termo regente que pede o uso da preposição devido a alguma coisa. Além disso, temos um pronome possessivo feminino + um substantivo feminino. Temos aí um caso de facultatividade do uso do artigo. Logo, a crase também é facultativa. A questão diz que é incorreto o sinal indicativo de crase, mas não é. É correto. 2- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios para a economia brasileira, que levaram a mudanças substanciais na formação www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 17
  • 18. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos de expectativas quanto ao desempenho das principais variáveis econômicas. Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva. O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” é facultativo, porque “mudanças” está no plural. ERRADA. Nesse trecho, o termo regente é o verbo levar que cobra o uso da preposição. O substantivo mudanças está tomado no sentido genérico, por isso não se utilizou o artigo. Além disso, se houvesse artigo antes do substantivo, estaria no plural para concordar com o substantivo (as mudanças). Então, não existe a possibilidade de haver a crase. 3- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase. Os dias estão mais quentes. Nesta década, foram registradas altíssimas temperaturas. A previsão é de que, até o ano de 2100, as temperaturas estarão destinadas a aumentarem até seis graus, o que poderia trazer conseqüências devastadoras. CERTA. Nessa questão, a banca deixou para o candidato encontrar o acerto ou o erro. No trecho: “... destinadas a aumentarem...” está correta a ausência da crase, já que diante de verbo (aumentarem) não se admite o artigo. Logo, não poderá haver a crase. Temos só a preposição a, destinadas a alguma coisa. 4- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase. Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”, que tem a função de proteger a Terra dos raios solares. Com a destruição dessa camada, a Terra fica mais exposta ao Sol e, conseqüentemente, a temperatura aumenta. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 18
  • 19. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos ERRADA. Nessa questão, a banca deixou para o candidato encontrar o acerto ou o erro. No trecho: “... Camada de Osônio”, percebe-se um erro de grafia. Ozônio seria a forma correta. Além disso, temos também um erro de crase. No trecho: “Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”..., o verbo destruir não pede o uso da preposição. Quem destrói, não destrói a alguma coisa. Perceba que não há motivo para se colocar a crase, já que não existe a preposição. Então, deve-se retirar o acento grave do a, já que é apenas artigo que antecede o termo substantivo. 5- (CESPE/UNB-TST–2008) O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As contratações com 4 carteira assinada cresceram 19,5% entre 2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo divulgado 7 pelo IBGE. In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações). No primeiro período do texto, a partícula “a” ocorre tanto como preposição quanto como artigo: a primeira ocorrência é uma preposição exigida pelo emprego do verbo “levou”; a segunda ocorrência é um artigo que determina “formalização”. CERTA. O verbo levar, nesse caso, exigiu 2 complementos (levou alguém a alguma coisa). De fato, o 1° a é a preposição exigida por ele. O 2° a é um artigo que antecede o substantivo formalização. Quem aumenta, aumenta alguma coisa. O verbo não exige a preposição. Portanto, a assertiva está correta. 6- (CESPE/UNB-ABIN–2008) Assistimos à dissolução dos discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário da experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de um curso único para a história, os projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 19
  • 20. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos abrir o presente para a construção de futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais compartilhados, nos quais emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos. A complexidade dos problemas desarticula-se e, precisamente por essa razão, torna-se necessária uma reordenação intelectual que nos habilite a pensar a complexidade. Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações). O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução” deve-se à dupla possibilidade de relações sintático- semânticas para o verbo assistir. CERTA. O verbo assistir, nesse caso, tem o sentido de ver, presenciar. E, com esse sentido, pede o uso da preposição a. Então, temos a preposição a + um nome feminino dissolução que admite o artigo (Vamos produzir uma frase: A dissolução é importante) . Por isso, utiliza-se a crase. 7- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) A Venezuela, como a Argentina, ainda que de maneira distinta, recebe as duras lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre a valorização do interno e a incorporação dos valores externos. A presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a fratura a que, estruturalmente, está submetida a América Latina, inclusive o Brasil. A tensão entre a administração para os de dentro, especialmente aqueles menos favorecidos pelo modelo de inserção aberta e liberal, e o agrado aos centros internacionais de poder, especialmente àqueles que hegemonizam as relações internacionais do presente, levou ao descompasso social e político a que chegou a Venezuela. Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o item seguinte. O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí uma preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”, segundo as regras de regência da norma culta. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 20
  • 21. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos CERTA. O substantivo agrado pede o uso da preposição a (agrado a) + o pronome demonstrativo aquele. A preposição a + AQUELE = haverá a crase. 8- (CESPE/UNB-CEF-2002) As carteiras Hipotecária e de Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934, durante o governo Vargas, quando tiveram início as operações de crédito comercial e consignação. As loterias federais começaram a ser gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando um importante passo na execução dos programas sociais do governo, já que parte da arrecadação é destinada à seguridade social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa de Crédito Educativo e a entidades de prática esportiva. Considerando o texto acima, julgue o item que se segue. Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática esportiva" como à entidades de prática desportiva, o período permaneceria de acordo com a norma culta da língua portuguesa. ERRADA. O nome entidades está no plural. O artigo que o antecede é o as. Está incorreta a construção “à entidades de prática desportiva”. Não há a presença do artigo, logo, não poderá haver a crase. 9- (CESPE/UNB-Agente de Polícia Federal–2009) A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a nossas relações sociais” (R.3-4) preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. ERRADA. A inserção da crase não preservaria a correção do período, já que nossas relações está no plural. O artigo que deveria ser empregado é AS. Logo, não há como utilizar o acento grave de crase. 10- (CESPE/UNB-Abin–2008) Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem desenvolver-se atividades de apoio www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 21
  • 22. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica de disseminação transnacional, que busca continuamente novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas que cada país pode oferecer a membros de organizações extremistas, como facilidades de obtenção de documentos falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação, refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica. (...) Em “às vantagens”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” e pela presença de artigo definido feminino plural. CERTA. O verbo dever cobra o uso da preposição a (deve a alguma coisa). Vantagens é um nome feminino que admite o artigo (Vamos produzir uma frase: As vantagens são importantes). Logo, houve a junção da preposição a + o artigo as = crase. 11- (CESPE/UNB-Abin–2008) Sem o contínuo esforço supranacional para integrar e coordenar ações conjuntas de repressão, o terrorismo internacional continuará, por tempo indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da comunidade internacional e à segurança dos povos. (...) Em “à segurança”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “ameaça” e pela presença de artigo definido feminino singular. CERTA. O termo ameaça pede o uso da preposição a (ameaça a alguma coisa). E a palavra segurança aceita o artigo (Vamos produzir uma frase: A segurança é fundamental). Logo, houve a junção da preposição a + o artigo a = crase. 12- (CESPE/UNB-TST–2008) Eu acho que poderá corresponder àquilo que sempre foi... O sinal indicativo de crase em “àquilo” é resultado da presença da preposição a, regendo o complemento do verbo “corresponder” e do pronome demonstrativo aquilo. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 22
  • 23. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos CERTA. O verbo corresponder cobra o uso da preposição a (quem corresponde, corresponde a) + o pronome demonstrativo aquilo que se inicia pela letra a. Preposição a + pronome demonstrativo aquilo= crase. 13- (CESPE/UNB–SEMPLAD–SEMED–2008) São incalculáveis as possibilidades de desenvolvimento de produtos que a TV digital passa a oferecer à indústria e à criatividade brasileira. Em “à indústria e à criatividade”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência do verbo “oferecer”, que exige preposição, e pela presença de artigo definido feminino. CERTA. O verbo oferecer cobra o uso da preposição a (quem oferece, oferece a ) + o artigo definido a (vamos produzir frases: A indústria é avassaladora. / A criatividade é importante). Preposição a + artigo definido a= crase. 14- (CESPE/UNB–Banco do Brasil-2003) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003). Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o item seguinte. Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o primeiro período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. CERTA. O termo regente é direito (Alguém tem direito a alguma coisa). Assim, o substantivo exige a preposição a. O autor do texto www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 23
  • 24. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos determinou cada termo regido com o uso do artigo: a vida, a liberdade, a propriedade, a igualdade perante a lei. Se você retirar todos os determinantes, estará correta a assertiva. Aí, o a é apenas preposição, sem crase. 15- (CESPE/UNB –DEFENSOR -2004) Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais. Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país. Qual é a situação atual e importância? Há proteção legal para eles? É o que tentaremos analisar. A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte item. Na linha 2, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal indicativo de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de “atenção” menos genérico e mais especificamente direcionado para “riquezas nacionais” . ERRADA. O termo regente dar (verbo que faz parte da locução temos dado) apresenta complemento direto (atenção) e indireto (regido pela preposição a). Não é possível o emprego do acento grave por não ser possível o emprego de um artigo definido feminino antes daquela expressão. Logo, não haverá crase. 16- (CESPE/UNB–MPE/AM–2008) Ao conectar-se, o internauta passa a ter acesso a informações diversas, relacionadas a cultura, turismo, 25 educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião, enfim, um mundo paralelo ao nosso, onde a informação é compartilhada de diferentes maneiras. Não foi empregado o acento grave em “relacionadas a cultura” porque o termo “cultura” está empregado em sentido geral, sem anteposição de artigo definido, tal como as demais palavras da enumeração — “turismo, educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião”. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 24
  • 25. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos CERTA. Quando queremos colocar um termo no sentido genérico, não utilizamos o artigo definido para especificá-lo. Assim, o autor utilizou a preposição cobrada pelo termo relacionadas (relacionadas a alguma coisa), mas preferiu deixar o substantivo de modo genérico, ou seja, é qualquer cultura. As palavras que pertencem à enumeração também se encontram no sentido genérico turismo, educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião. Logo, a assertiva está correta. 17- (CESPE/UNB–SESA–2008) Até hoje respondíamos à questão quando começa a vida? A presença do sinal indicativo de crase em “à questão” indica que o verbo responder, como está empregado no texto, exige o uso de ao, se, mantida a coerência textual, o vocábulo “questão” for substituído por questionamento. CERTA. O verbo responder, nesse caso, apresenta a seguinte regência: quem responde, responde a alguma coisa.Temos o uso da preposição a + o artigo definido a = crase. Se trocarmos o verbo pelo substantivo questionamento, também se mantém a regência: Até hoje responderíamos ao questionamento. 18- (CESPE/UNB–TRT-2008) O instituto é uma garantia de Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as injunções políticas que certamente decorrem das mudanças de governo. O sinal indicativo de crase em “à carreira” justifica-se pela regência da palavra “garantia” e pela presença de artigo definido feminino singular. CERTA. O termo garantia exige a preposição a (garantia a alguma coisa. Além disso, a palavra carreira admite o artigo (vamos produzir uma frase: a carreira é importante para todos). Logo, preposição a + artigo definido a = crase. 19- (CESPE/UNB–TRT-2009) A capital dá exemplo, também, às empresas privadas controladoras de pequenas centrais www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 25
  • 26. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos elétricas e de projetos de biomassa, que poderiam se enquadrar nesse sistema, fortalecendo a presença do Brasil no mercado de créditos de carbono. O emprego do sinal indicativo de crase em “às empresas” justifica-se pela regência de “capital” e pela presença de artigo definido feminino singular. ERRADA. Nesse caso, não foi o termo capital que exigiu o uso da preposição, mas sim o verbo dar que cobrou (dá alguma coisa a alguém). O termo as empresas admite sim o uso do artigo, mas, nesse caso, não foi a palavra capital que cobrou a preposição. Por isso, a assertiva está incorreta. 20- (CESPE/UNB–ANTAQ–Técnico Administrativo–2009) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se inserir um sinal indicativo de crase em “a grandes distâncias”, escrevendo-se: à grandes distâncias. ERRADA. Nesse caso, a palavra distância não veio determinada. Eu não sei qual é a distância. Logo, se tal palavra não vier especificada, não se admite a crase. 21- (CESPE/UNB–TRT–ANALISTA JUDICIÁRIO–2009) 13 DE JUNHO... Vesti as crianças e eles foram para a escola. Eu fui catar papel. No Frigorífico vi uma mocinha comendo salsichas do lixo. (...) Os preços aumentam igual as ondas do mar. Cada qual mais forte. Quem luta com as ondas? Só os tubarões. Mas o tubarão mais feroz é o racional. É o terrestre. É o atacadista. A lentilha está a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei dos juízes que é Deus. Foi em janeiro quando as águas invadiram os armazéns e estragou os alimentos. Bem feito. Em vez de vender barato, guarda esperando alta de preços: Vi os homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo, doces. Fiquei com inveja dos peixes que não trabalham e passam bem. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 26
  • 27. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2004, p. 54 (com adaptações) Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens seguintes. O emprego do sinal indicativo de crase em “as ondas” é facultativo, uma vez que a palavra “igual”, que equivale a como, dispensa a preposição. ERRADA. Nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase não é facultativo, já que o adjetivo igual pede o uso da preposição a. Além disso, a palavra as ondas veio com o artigo definido as. Então, temos preposição a + artigo as = crase. 22- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. A decisão foi tomada durante um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe. O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular. CERTA. O termo paralelamente pede o uso da preposição a (paralelamente a alguma coisa). E o termo cúpula aceita o artigo, Logo, preposição a + artigo a = crase. 23- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a 2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote de estímulo à economia. As medidas serão anunciadas assim que o novo presidente norte- americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro. Há menos de um mês, o governo alemão anunciou um pacote de medidas de US$ 63 bilhões para fortalecer a economia. Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 27
  • 28. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos O sinal indicativo de crase em “à economia” justifica-se pela regência de “planeja” e pela presença de artigo definido feminino. ERRADA. Nesse caso, o verbo planeja não pede o uso da preposição a. Quem planeja, planeja algo. O uso da preposição se dá pela palavra estímulo (estímulo a alguma coisa. Logo, não há a preposição cobrada pelo verbo. A assertiva está errada. 24- (CESPE/UNB–MRE-IRbr–2009) José Genoíno disse que o isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um fundamentalismo. Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve- se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase porque antecede artigo indefinido masculino. CERTA. De fato, o verbo levar cobra o uso da preposição (levar a alguma coisa), mas o artigo indefinido não admite o uso do artigo definido. Logo, não haverá a crase. 25- (CESPE/UNB–IBRAM–2009) As políticas públicas urbanas, até a década de 70, eram reações, por parte do governo federal, ao êxodo rural que o país vinha sofrendo. Essas políticas eram, em sua maioria, voltadas para a infraestrutura urbana, a saber: habitação e saneamento. Na década de 70, foram elaboradas políticas de ordenamento urbano, por parte do governo federal, a fim de se definir e fomentar o ordenamento das regiões metropolitanas. Em “voltadas para a infraestrutura urbana”, a preposição “para” poderia ser excluída, o que exigiria o uso do acento grave indicativo de crase, para que fosse mantida a correção gramatical do texto. CERTA. De fato, se não usássemos a preposição para, deveríamos usar a crase. O termo voltadas pede o uso da preposição (voltadas para ou voltadas a). Então, voltadas à infraestrutura estaria correto sim. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 28
  • 29. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 26- (CESPE/UNB–SEGER–2009) Em uma outra frente, surgiram funções relativas a assuntos ambientais, como a do consumidor de sustentabilidade, profissional... Caso a expressão destacada no trecho “surgiram funções relativas a assuntos ambientais” fosse substituída por questão ambiental, deveria ser empregado o acento grave, indicativo de crase – à questão ambiental. CERTA. Se realizássemos a troca, teríamos o uso de uma expressão feminina que admite o uso do artigo a (a questão ambiental). Como já existe a preposição a cobrada pelo termo relativas , teríamos a junção da preposição a + artigo definido a = crase. 27- (CESPE/UNB–INPE–2009) Creio que há evidência contundente em favor do argumento de que os investimentos públicos em pesquisa científica têm tido um retorno bastante compensador em termos da utilização para o bem-estar social dos progressos científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se pode questionar, não somente quanto à aplicação de conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade. As ocorrências de crase em “à aplicação” e “à humanidade e à natureza” justificam-se pelo uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”. ERRADA. Nesse caso, NÃO é o verbo questionar que pede o uso da preposição, pois quem questiona, questiona alguma coisa. Temos o uso da preposição que é cobrado pelos termos “quanto” e “nocivas”, que exigem a preposição a. Logo, a explicação da assertiva está errada. 28- (CESPE/UNB–POLÍCIA CIVIL–2009) www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 29
  • 30. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Considerando o quadrinho acima, julgue o próximo item. De acordo com a norma culta da língua portuguesa, emprega- se o acento indicativo de crase em “bife à cavalo” para indicar que o personagem que utiliza essa expressão não compreendeu seu sentido. ERRADA. Nesse caso, temos um nome masculino cavalo e não podemos substituir o a por à moda de, já que cavalo não cria moda nenhuma. Por esse motivo, a assertiva está incorreta. Se pensássemos em bife à milanesa, aí sim levaria crase =à moda de Parma. 29- (CESPE/UNB–TCE–RN–2009) Em todos os povos ou períodos da história, a sensação de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas diferenças em relação aos que estão de fora, “os outros”. Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de “homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. O filósofo Aristóteles considerava a “raça helênica” superior aos outros povos. Mas até o Iluminismo, no século XVIII, a humanidade não recorreu a teses raciais para justificar a escravidão — tratava-se de uma decorrência natural das conquistas militares. A ausência do sinal indicativo de crase em “a teses” indica que o substantivo está sendo usado em sentido generalizado, sem a determinação marcada pelo artigo. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 30
  • 31. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos CERTA. A ausência do artigo definido mostra que o substantivo teses está tomado no sentido geral. Por esse motivo, não há a fusão de sons iguais. Logo, não há a crase. 30- (CESPE/UNB–TRE–PR–2009) A eleição brasileira, considerada a maior votação eletrônica do mundo, atrai a atenção de observadores internacionais e passou por longo processo de evolução até chegar à atual etapa de informatização. Por estranho que pareça, a previsão de uma máquina de votar já constava no primeiro Código Eleitoral, em 1932. Na linha 4, o emprego do acento grave em “à atual” é exigido pela regência de “chegar” e pela presença de artigo definido feminino. CERTA. O verbo chegar cobra o uso da preposição a (quem chega, chega a). A palavra atual admite o uso do artigo definido a. Então, temos o uso da preposição a + o artigo definido a= crase. 31-(CESPE/UNB–TRE–MA–2009) Julgue os itens a seguir quanto ao emprego do acento grave nas frases neles apresentadas. I - Acostumado à vida parlamentar, o senador resistiu à reação desproporcional pretendida pela bancada oposicionista. II- A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua parceira de novelas. III- Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz. IV- A globalização financeira, associada à melhores instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil. Estão certos apenas os itens: A) I e II. B) I e III. C) I e IV. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 31
  • 32. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos D) II e IV. E) III e IV. Letra A. I) Percebe-se que a palavra acostumado pede o uso da preposição (quem está acostumado, está acostumado a). Nesse caso, o substantivo vida pode vir com o artigo, basta produzir uma frase (A vida é bonita). Então, temos a presença da preposição a + o artigo definido a = crase. II) A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua parceira de novelas. Nessa frase, temos o termo regente aderira (aderira a alguma coisa) pede o uso da preposição a + o pronome relativo a qual. Então, preposição a + pronome relativo a qual = crase. Em seguida, temos o termo regente igual (igual a alguma coisa) + o pronome demonstrativo aquela (... era igual aquela de sua parceria de novelas). Então, preposição a + pronome demonstrativo aquela = crase. III) Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz. Nessa frase, temos o verbo partir. Não se admite artigo antes de verbo. Logo, se não temos o artigo, não temos a fusão de sons iguais. Por esse motivo, não haverá a crase. IV- A globalização financeira, associada à melhores instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil. Nessa frase, temos o termo regente associada que pede o uso da preposição (associada a alguma coisa). Porém, o termo melhores está no plural e o artigo que o acompanha é o AS , e não A. Então, não haverá a crase justamente por não ter o artigo. O A é apenas a preposição. Além disso, percebe-se o paralelismo sintático ...associada a melhores instituições e à estabilidade macroeconômica... Se não há artigo antes da palavra melhores, também não haverá antes da palavra estabilidade. Sendo assim, o que acontecer com um elemento deve acontecer também com todos os demais que exercem a mesma função sintática = paralelismo sintático. 32-(CESPE/UNB–MPU-2010) As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 32
  • 33. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos classe não privilegiada.Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos, maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. O imaginário, acionado pela imaginação individual, é pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a história museológica. Mesmo que possamos pensar que estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica, porquanto símbolos e estereótipos são olhados e ressignificados em determinado instante social. Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações). A ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” indica que foi empregada apenas preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver emprego do artigo feminino. CERTA. Nesse caso, temos o verbo dar que é verbo transitivo direto e indireto (quem dá, dá alguma coisa a alguém). Logo, exigem-se dois complementos: o objeto direto é quitação e o objeto indireto é a classes. Como não existe a flexão de plural porque o substantivo classes está no plural (as classes), trata-se apenas do uso da preposição a. Logo, não haverá a crase. 33-(CESPE/UNB–MPU-Técnico Administrativo-2010) Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 33
  • 34. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas. James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações). No segmento “quanto as destruídas” (R.14-15), o emprego do acento grave é facultativo, visto que o termo “quanto” rege complemento com ou sem a preposição a. ERRADA. Nesse caso, não se trata da utilização do termo “quanto a”, mas sim a utilização do pronome demonstrativo AS = AQUELAS. Vejamos: ...quanto aquelas destruídas. Como não existe a preposição no texto, não haverá a fusão de sons iguais. Portanto, não há crase. 34-(CESPE/UNB-Anatel–2009) O real não é constituído por coisas. Nossa experiência direta e imediata da realidade leva- nos a imaginar que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em nossa experiência. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 34
  • 35. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa física ou material e, de outro, a coisa como ideia e significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo significativo. Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações). O sinal de crase em “oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências” indica que “oferecidos” tem complemento regido pela preposição “a”. CERTA. Nesse caso, temos o termo regente oferecidos que pede o uso da preposição (oferecidos a alguma coisa). Além disso, temos o uso do pronome possessivo feminino singular nossa que faculta o uso do artigo + substantivo feminino singular percepção. Para manter o paralelismo sintático, temos às nossas vivências – pronome possessivo feminino plural + substantivo feminino plural. Aqui a crase é obrigatória, pois existe o artigo as. Logo, a assertiva está correta. 35-(CESPE/UNB–Administrador Hospitalar–2009) Sendo concretas, não haveria necessidade de metáforas para pensar, descobrir ou comunicar essas coisas. O que talvez não esteja claro para aqueles que possuem tal visão inocente ou leiga da ciência é que, antes das descobertas e das invenções, há intenso trabalho de pesquisa e que esse trabalho tem uma base metafórica considerável. A preposição para, que rege a complementação de “não esteja claro”, estabelece, no texto, relações semânticas correspondentes à preposição a; por isso, esta poderia ser usada em lugar daquela, desde que se registrasse a crase, escrevendo-se àqueles. CERTA. Nesse caso, temos o termo regente claro. Podemos usar a preposição para ou a preposição a. Se usarmos a preposição a, teríamos o seu uso + o pronome demonstrativo aqueles. Ocorre a fusão de sons iguais. Logo, haverá a crase. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 35
  • 36. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 36- (CESPE/UNB–Delegado–2009) No passado, o calcanhar- de-aquiles do Brasil se situou naquela terceira esfera, a dos direitos humanos. Preservam-se a coerência do texto e o atendimento às regras gramaticais da língua portuguesa ao se inserir sinal indicativo de crase em “a dos direitos”: à dos direitos. ERRADA. Nesse caso, não temos o uso da preposição exigida por nenhum termo. Logo, se não existe a preposição, não podemos ter o uso da crase. O trecho ...a dos direitos humanos corresponde ao uso do pronome demonstrativo = aquela dos direitos humanos. Assertiva errada. 37- (CESPE/UNB–TRE–2009) De acordo com essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos sentidos. Tanto o uso da crase em “à realidade” como da contração em “ao pensamento” justificam-se pelas relações de regência de “idêntica”. ERRADA. Nesse caso, temos dois termos regentes. O primeiro é idêntica que solicita o uso da preposição (idêntica a algo).O segundo é acessível (acessível a). O comando da questão disse que existia apenas um termo regente, o que não ocorre. Então, a assertiva é incorreta. 38- (CESPE/UNB–PROFESSOR–2009) Pode-se empregar o acento grave indicativo de crase para marcar a fusão da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo. Assinale a opção em que a frase apresentada não obedece a essa regra. A) Entreguei o bilhete àquele homem. B) Deram emprego àquela senhora. C) Não pertenço àquele grupo. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 36
  • 37. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa. E) Assistiram àquilo calados. Letra D. Vamos verificar cada opção: A) Entreguei o bilhete àquele homem. Nesse caso, o verbo entregar exige dois complementos (entreguei algo a alguém). Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquele = crase. B) Deram emprego àquela senhora. Nesse caso, o verbo dar exige dois complementos (deram algo a alguém). Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquela = crase. C) Não pertenço àquele grupo. Nesse caso, o verbo pertencer exige um complemento com a preposição a (quem pertence, pertence a). Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquele = crase. D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa. Nesse caso, não temos o uso da preposição a. Nós não dizemos está sobre a alguma coisa. Nesse item temos apenas o uso do pronome demonstrativo aquela. Como não há a preposição, não podemos usar o acento grave indicativo de crase. E) Assistiram àquilo calados. Nesse caso, o verbo assistir no sentido de ver, presenciar, pede o uso da preposição a. Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquilo = crase. 39- (CESPE/UNB–DELEGADO SUBSTITUTO–2009) Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de deliberadamente levar uma situação... No trecho “denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia", o “a” deveria levar a marca gráfica de crase. ERRADA. Nesse caso, temos o uso do verbo denominar que não exige um complemento com a preposição a (quem denomina, não www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 37
  • 38. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos denomina a alguma coisa). Então, não temos a presença da preposição. Logo, não podemos usar o acento grave indicativo de crase. O a é apenas artigo que antecede o elemento substantivo estratégia. 40- (CESPE/UNB–DETRAN–2009) A exposição das gestantes à poluição, em especial nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes da saúde infantil. O emprego do sinal indicativo de crase em “à poluição” deve- se à regência da palavra “exposição”, que exige preposição, e à presença de artigo definido feminino singular. CERTA. Nesse caso, temos o termo regente exposição que pede o uso da preposição (exposição a alguma coisa). O termo poluição admite o artigo. Veja uma frase: A poluição é danosa. Então, temos a preposição a + artigo definido a = crase. 41- (CESPE/UNB–ADRAGRI–2009) “O líquido, obtido após a maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indicado para muitas aflições”. A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “após a maceração”, fosse empregado acento indicativo de crase, dado que a expressão nominal está antecedida da palavra “após”, a qual faculta o uso desse acento. ERRADA. Nesse caso, não temos um caso de facultatividade de crase. São três os casos de facultatividade de crase: diante de nomes próprios femininos, pronome possessivo feminino singular + substantivo feminino singular e a preposição até. Logo, podemos ver que a crase não é facultativa. Além disso, o termo após não exige a preposição (após a algo NÃO!). 42- (CESPE/UNB–FUB–2009) Isto leva-o à sua imperfeição. O sinal indicativo de crase em “à sua” mostra que o artigo definido feminino, facultativo antes de pronomes possessivos, foi usado. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 38
  • 39. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos CERTA. Nesse caso, temos o termo regente levar que exige dois complementos (quem leva, leva alguma coisa a). Além disso, diante de pronome possessivo feminino singular, o uso do artigo é facultativo. Por isso, a crase é facultativa. Como temos o acento grave indicativo de crase em “à sua imperfeição”, mostra que temos a presença do artigo a + o uso da preposição a = crase. 43- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas idéias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valoresmorais de sua sociedade (os valores são dados externos aosujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação. Marilena Chaui. Uma ideologia perversa. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações). É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber”, que se justifica o emprego da preposição “a” nesse trecho, de tal modo que, se for empregado o substantivo correspondente a “perceber”, percepção, a preposição continuará presente e será correto o emprego da crase: à percepção. CERTA. Nesse caso, temos o termo regente levar que pede o uso da preposição a. Se substituirmos o verbo perceber pelo substantivo percepção, podemos usar o artigo definido. Veja uma frase: A www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 39
  • 40. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos percepção é infalível. Então, temos a preposição a + artigo definido a= crase. 44- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A nova estimativa do consumo das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%. O aumento do emprego e os programas de transferência de renda continuam a beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente essa faixa. O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações). O emprego do sinal indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo definido feminino plural antes de “previsões”. CERTA. Nesse caso, temos a locução “em relação a” que se contrai com o artigo as (as previsões) e, por esse motivo, temos a fusão de sons iguais. Logo, haverá a crase. 45- (CESPE/UNB–SERPRO-Analista-2006) Quando o leitor se depara com o assomo de grandeza do romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, é assaltado por enorme espanto e fascínio — intacto, há décadas — desde logo pelo idioma próprio em que foi escrito, língua quase autárquica, alterada por construções sintáticas singulares e palavras novas. “Muita coisa importante falta nome”, ensina o narrador do romance. Narrado em primeira pessoa, o personagem conta sua história a um ouvinte silencioso, informando do seu saber e do não saber, na difícil tarefa de dar forma narrada às coisas vividas. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 40
  • 41. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Ana Maria Roland. Encruzilhada de linguagens. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 150 (com adaptações). O sinal indicativo de crase em “às coisas” justifica-se pela regência de “forma” e pela presença de artigo feminino plural. ERRADA. Nesse caso, temos o termo regente dar que exige dois complementos (dar algo a). Então, o objeto direto é “forma narrada” e o objeto indireto é “a coisas vividas”. O acento grave deve-se à fusão da preposição a + artigo definido as, mas não ao termo regente é forma, como disse a questão. 46- (CESPE/UNB–Técnico Bancário-2006) Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os mais jovens. Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos. Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem endividado. Para o jovem que está começando sua vida financeira e profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso, é recomendável: a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente, analisando o resultado de acordo com o que costuma receber; b) comprar, preferencialmente, à vista; c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10% do valor líquido do salário em uma conta de poupança, todo mês. Graziela Salomão. Economista explica como o jovem pode controlar seu orçamento e evitar gastar demais. In: Época, 31/10/2005 (com adaptações). É obrigatório o sinal indicativo de crase em “à vista”, à semelhança do que ocorre com a expressão à prestações. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 41
  • 42. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos ERRADA. Em relação à expressão “à vista”, temos um adjunto adverbial de modo e a crase é obrigatória. Já o acento grave da expressão “à prestações” não foi bem empregado, já que temos o termo prestações no plural. Sabemos que o artigo que antecede o substantivo plural é as. Então, não haverá crase. 47-(CESPE/UNB–Gestor de políticas públicas-Acre-2006) Assinale a opção em que o emprego do sinal indicativo de crase está correto. A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto Médico-Legal. B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à indiferença alheia. C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito o fato. D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo providências. Letra B. A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto Médico-Legal. Não se utiliza artigo antes de verbos. Logo, não haverá crase. O A é apenas preposição. B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à indiferença alheia. Nesse caso, temos o termo regente preferir que cobra o uso de dois complementos (a misericórdia = objeto direto; à indiferença alheia = objeto indireto). Então, temos a preposição a + o artigo definido a que antecede o substantivo indiferença = crase. C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito do fato. O substantivo a autoridades está no plural. A inexistência do plural mostra que tal vocábulo não tem artigo definido. Não houve a concordância. Logo, percebe-se que o A é preposição. Sem crase. D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo providências. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 42
  • 43. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos Lembre-se de que não usamos artigo antes de pronomes de tratamento. Então, percebe-se que o A é apenas preposição. Logo, não usaremos a crase. 48-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2006) O que importa para os proponentes do desarmamento da população é o sentimento de estar “fazendo algo” para acabar com a violência, mesmo que o tal “algo” seja absolutamente inócuo. Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir. O resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a aventuras políticas. Quem duvida, procure a seção de História da biblioteca mais próxima. Paulo Leite. Desarmamento e liberdade. In: Internet: <http://www.diegocasagrande.com.br> (com adaptações). Por ser opcional o emprego do sinal indicativo de crase no termo regido por “frente”, sua inserção preservaria a correção gramatical do texto. ERRADA. Nesse caso, temos o termo regido por “frente” é “aventuras políticas” que exige o uso da preposição a (não é opcional). Porém, percebe-se que o termo “aventuras políticas” está no plural. Logo, o artigo que antecede esse termo é as. Como não existe o artigo, o a é apenas a preposição. 49- (CESPE/UNB–PF- ESCRIVÃO-2004) Definimos guerra a partir da definição de nação e de Estado e conceituamos guerra civil por meio de critérios políticos, entre os quais devem ser incluídos os étnicos, raciais, lingüísticos e religiosos. Mas, se redefinirmos guerra com base no número de mortes violentas, poderemos considerar que o país enfrenta, há muito tempo, um dos conflitos mais sangrentos da história. O Brasil, em geral, e o estado do Rio de Janeiro e sua capital, em particular, vivem uma catástrofe humana equivalente à soma das perdas militares em muitas guerras. Gláucio Ary Dillon Soares. Somos mesmo violentos? In: Correio Braziliense, Pensar, 24/7/2004 (com adaptações). www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 43
  • 44. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos O emprego do sinal indicativo de crase em “à soma” justifica- se pela regência da forma verbal “vivem”. ERRADA. Nesse caso, a justificativa para o acento grave indicativo de crase é o termo regente equivalente, e não o termo vivem. Então, temos a preposição (equivalente a) + o artigo definido a = crase. 50-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2004) A análise que a sociedade costuma fazer da violência urbana é fundamentada em fatores emocionais, quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça. Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações). O emprego do sinal indicativo de crase em “às raízes” justifica-se pela regência de “associados” e pela presença de artigo; o sinal deveria ser eliminado caso a preposição viesse sem o artigo. CERTA. Nesse caso, temos o termo regente associados que exige a preposição a + o artigo definido as = crase. Caso não houvesse o artigo, deveríamos sim eliminar a crase, já eu não haveria a fusão de sons iguais. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 44
  • 45. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 8. LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS 1- (CESPE/UNB–Auditor Fiscal do Tesouro Municipal–2007) A Câmara Municipal de Vitória (CMV) esteve representada na XVIII Descida Ecológica do Rio Jucu. Segundo o presidente da CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória, que é uma das instituições que apóiam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu, é fundamental para unir esforços junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e recuperar o rio. “A cidade de Vitória é o município que tem o maior consumo entre todos os abastecidos pela bacia hidrográfica do rio Jucu. É a água do rio Jucu que abastece toda a área continental do nosso município. Atualmente nós consumimos diariamente 82.651 metros cúbicos, o que equivale a um consumo de 82.651 caixas de água de mil litros por dia”, ressaltou. Passos também evidenciou que a preservação do rio Jucu é importante em todos os sentidos. “O rio Jucu, devido a sua potencialidade como fonte de geração de energia hidrelétrica, é estratégico para todas as atividades econômicas”. Passos lembrou que as cidades atendidas por essa bacia desenvolvem atividades agropecuárias, turísticas e industriais, entre outras. Internet: <www.cmv.es.gov.br> (com adaptações). O trecho ‘devido a sua potencialidade’ ficaria incorreto se fosse colocado sinal indicativo de crase em ‘a’. 2- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios para a economia brasileira, que levaram a mudanças substanciais na formação de expectativas quanto ao desempenho das principais variáveis econômicas. Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva. O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” é facultativo, porque “mudanças” está no plural. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 45
  • 46. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 3- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase. Os dias estão mais quentes. Nesta década, foram registradas altíssimas temperaturas. A previsão é de que, até o ano de 2100, as temperaturas estarão destinadas a aumentarem até seis graus, o que poderia trazer conseqüências devastadoras. 4- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase. Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”, que tem a função de proteger a Terra dos raios solares. Com a destruição dessa camada, a Terra fica mais exposta ao Sol e, conseqüentemente, a temperatura aumenta. 5- (CESPE/UNB-TST–2008) O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As contratações com 4 carteira assinada cresceram 19,5% entre 2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo divulgado 7 pelo IBGE. In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações). No primeiro período do texto, a partícula “a” ocorre tanto como preposição quanto como artigo: a primeira ocorrência é uma preposição exigida pelo emprego do verbo “levou”; a segunda ocorrência é um artigo que determina “formalização”. 6- (CESPE/UNB-ABIN–2008) Assistimos à dissolução dos discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário da experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de um curso único para a história, os www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 46
  • 47. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a construção de futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais compartilhados, nos quais emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos. A complexidade dos problemas desarticula-se e, precisamente por essa razão, torna-se necessária uma reordenação intelectual que nos habilite a pensar a complexidade. Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações). O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução” deve-se à dupla possibilidade de relações sintático- semânticas para o verbo assistir. 7- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) A Venezuela, como a Argentina, ainda que de maneira distinta, recebe as duras lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre a valorização do interno e a incorporação dos valores externos. A presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a fratura a que, estruturalmente, está submetida a América Latina, inclusive o Brasil. A tensão entre a administração para os de dentro, especialmente aqueles menos favorecidos pelo modelo de inserção aberta e liberal, e o agrado aos centros internacionais de poder, especialmente àqueles que hegemonizam as relações internacionais do presente, levou ao descompasso social e político a que chegou a Venezuela. Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o item seguinte. O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí uma preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”, segundo as regras de regência da norma culta. 8- (CESPE/UNB-CEF-2002) As carteiras Hipotecária e de Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934, durante o governo Vargas, quando tiveram início as operações de crédito comercial e consignação. As loterias federais começaram a ser gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando um www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 47
  • 48. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos importante passo na execução dos programas sociais do governo, já que parte da arrecadação é destinada à seguridade social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa de Crédito Educativo e a entidades de prática esportiva. Considerando o texto acima, julgue o item que se segue. Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática esportiva" como à entidades de prática desportiva, o período permaneceria de acordo com a norma culta da língua portuguesa. 9- (CESPE/UNB-Agente de Polícia Federal–2009) A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a nossas relações sociais” (R.3-4) preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”. 10- (CESPE/UNB-Abin–2008) Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica de disseminação transnacional, que busca continuamente novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas que cada país pode oferecer a membros de organizações extremistas, como facilidades de obtenção de documentos falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação, refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica. (...) Em “às vantagens”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” e pela presença de artigo definido feminino plural. 11- (CESPE/UNB-Abin–2008) Sem o contínuo esforço supranacional para integrar e coordenar ações conjuntas de repressão, o terrorismo internacional continuará, por tempo indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da comunidade internacional e à segurança dos povos. (...) Em “à segurança”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “ameaça” e pela presença de artigo definido feminino singular. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 48
  • 49. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 12- (CESPE/UNB-TST–2008) Eu acho que poderá corresponder àquilo que sempre foi... O sinal indicativo de crase em “àquilo” é resultado da presença da preposição a, regendo o complemento do verbo “corresponder” e do pronome demonstrativo aquilo. 13- (CESPE/UNB–SEMPLAD–SEMED–2008) São incalculáveis as possibilidades de desenvolvimento de produtos que a TV digital passa a oferecer à indústria e à criatividade brasileira. Em “à indústria e à criatividade”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência do verbo “oferecer”, que exige preposição, e pela presença de artigo definido feminino. 14- (CESPE/UNB–Banco do Brasil-2003) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003). Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o item seguinte. Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o primeiro período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. 15- (CESPE/UNB –DEFENSOR -2004) Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais. Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país. Qual é a www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 49
  • 50. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos situação atual e importância? Há proteção legal para eles? É o que tentaremos analisar. A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte item. Na linha 2, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal indicativo de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de “atenção” menos genérico e mais especificamente direcionado para “riquezas nacionais” . 16- (CESPE/UNB–MPE/AM–2008) Ao conectar-se, o internauta passa a ter acesso a informações diversas, relacionadas a cultura, turismo, 25 educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião, enfim, um mundo paralelo ao nosso, onde a informação é compartilhada de diferentes maneiras. Não foi empregado o acento grave em “relacionadas a cultura” porque o termo “cultura” está empregado em sentido geral, sem anteposição de artigo definido, tal como as demais palavras da enumeração — “turismo, educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião”. 17- (CESPE/UNB–SESA–2008) Até hoje respondíamos à questão quando começa a vida? A presença do sinal indicativo de crase em “à questão” indica que o verbo responder, como está empregado no texto, exige o uso de ao, se, mantida a coerência textual, o vocábulo “questão” for substituído por questionamento. 18- (CESPE/UNB–TRT-2008) O instituto é uma garantia de Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as injunções políticas que certamente decorrem das mudanças de governo. O sinal indicativo de crase em “à carreira” justifica-se pela regência da palavra “garantia” e pela presença de artigo definido feminino singular. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 50
  • 51. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos 19- (CESPE/UNB–TRT-2009) A capital dá exemplo, também, às empresas privadas controladoras de pequenas centrais elétricas e de projetos de biomassa, que poderiam se enquadrar nesse sistema, fortalecendo a presença do Brasil no mercado de créditos de carbono. O emprego do sinal indicativo de crase em “às empresas” justifica-se pela regência de “capital” e pela presença de artigo definido feminino singular. 20- (CESPE/UNB–ANTAQ–Técnico Administrativo–2009) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se inserir um sinal indicativo de crase em “a grandes distâncias”, escrevendo-se: à grandes distâncias. 21- (CESPE/UNB–TRT–ANALISTA JUDICIÁRIO–2009) 13 DE JUNHO... Vesti as crianças e eles foram para a escola. Eu fui catar papel. No Frigorífico vi uma mocinha comendo salsichas do lixo. (...) Os preços aumentam igual as ondas do mar. Cada qual mais forte. Quem luta com as ondas? Só os tubarões. Mas o tubarão mais feroz é o racional. É o terrestre. É o atacadista. A lentilha está a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei dos juízes que é Deus. Foi em janeiro quando as águas invadiram os armazéns e estragou os alimentos. Bem feito. Em vez de vender barato, guarda esperando alta de preços: Vi os homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo, doces. Fiquei com inveja dos peixes que não trabalham e passam bem. Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2004, p. 54 (com adaptações) Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens seguintes. O emprego do sinal indicativo de crase em “as ondas” é facultativo, uma vez que a palavra “igual”, que equivale a como, dispensa a preposição. 22- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 51
  • 52. CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Profa. Fernanda Santos renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. A decisão foi tomada durante um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe. O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular. 23- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a 2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote de estímulo à economia. As medidas serão anunciadas assim que o novo presidente norte- americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro. Há menos de um mês, o governo alemão anunciou um pacote de medidas de US$ 63 bilhões para fortalecer a economia. Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote. O sinal indicativo de crase em “à economia” justifica-se pela regência de “planeja” e pela presença de artigo definido feminino. 24- (CESPE/UNB–MRE-IRbr–2009) José Genoíno disse que o isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um fundamentalismo. Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve- se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase porque antecede artigo indefinido masculino. 25- (CESPE/UNB–IBRAM–2009) As políticas públicas urbanas, até a década de 70, eram reações, por parte do governo federal, ao êxodo rural que o país vinha sofrendo. Essas políticas eram, em sua maioria, voltadas para a infraestrutura urbana, a saber: habitação e saneamento. Na década de 70, foram elaboradas políticas de ordenamento urbano, por parte do governo federal, a fim de se definir e fomentar o ordenamento das regiões metropolitanas. www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 52