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Introdução


                   O evangelho de
                 Cristo segundo João

    Estudaremos, neste trimestre, o Evan-        tre eles, destacamos a ressurreição de Cris-
gelho de João, também chamado de Quar-           to, a família, a missão da igreja no mundo
to Evangelho, em virtude da posição que          e a volta de Cristo.
ocupa no Novo Testamento.
                                                     Lembramos a todos que, neste trimes-
    O Evangelho de João contém uma for-          tre, a denominação batista comemora o
te chamada ao arrependimento e à fé em           Dia da Escola Bíblia Dominical, no quarto
Jesus Cristo. É um Evangelho abrangente          domingo de abril.
na mensagem que apresenta e, mais que
necessário, é imperativo que as pessoas co-          Que Deus abençoe a todos, no estudo
nheçam a amplitude dos ensinos de Jesus          da Palavra de Deus, neste trimestre.
apresentados por João e passem a adotar
um estilo de vida em harmonia com ele.                         Pr. Clemir Fernandes Silva
                                                          Redator da revista Compromisso
    O Evangelho de João traz ensinos diri-
gidos a todos os povos, em todos os tempos           Quem escreveu: os estudos para EBD
da história. Logo, traz mensagens para nós,      são de três autores:
hoje. Discernir a vontade de Deus no trans-
                                                     1) Estudos 1 a 4 e 9: Valtair Miranda,
curso dos acontecimentos cotidianos não é
                                                 pastor da Igreja Batista em Neves, São Gon-
fácil; afinal, não existe uma receita para tal
                                                 çalo, RJ;
exercício. Esta tarefa é resultado de intimi-
dade com Deus, de estudo perseverante e              2) Estudos 5 a 8: Davi Freitas de Car-
aprofundado da Bíblia e da sabedoria pes-        valho, pastor batista, RJ;
soal. O estudo do Evangelho de João nos              3) Estudos 10 a 13: Solange Cardoso
ajuda a entender a vontade de Deus para          A. d’Almeida, Coordenadora Editorial da
nossa vida e nossa relação com o próximo.        JUERP. Quanto aos estudos da DCC, cada
                                                 um deles leva o nome de seu autor.
    Em relação às uniões de adultos, os
assuntos para estudo, em sua diversidade,            Os estudos são condensações e adapta-
também abordam realidades que visam ao           ções de estudos anteriores, publicados na
crescimento e edificação dos adultos. Den-       revista “Compromisso”.


1 • PALAVRA E VIDA
Sumário
      Introdução........................................................................................ 1

      Sumário e expediente...................................................................... 2

      Leituras diárias................................................................................. 3

      Apresentação dos estudos da EBD................................................ 4

      Estudos 1 a 13 da EBD................................................................... 6

      Informação denominacional.......................................................... 32

      Divisão de Crescimento Cristão.................................................... 35

      Estudos 1 a 13 da DCC................................................................. 36


 Expediente
                                                           Conselho Editorial
                                                           Carrie Lemos Gonçalves, Celso Aloísio Santos
                                                           Barbosa, Ebenézer Soares Ferreira, Gilton
Palavra e Vida                                             M.Vieira, Ivone Boechat de Oliveira, João
                                                           Reinaldo Purim, José A. S. Bittencourt, Lael
                                                           d’Almeida, Margarida Lemos Gonçalves, Pedro
                                                           Moura, Roberto Alves de Souza e Silvino
                 ISSN 1984-8714                            Carlos Figueira Netto
                                                           Coordenação Editorial
                                                           Solange Cardoso de Abreu d’Almeida (RP/16897)
Ano X – N° 46 – 2T/2012                                    Redação
Esta é uma revista especial da JUERP, editada              Coordenação Editorial da JUERP
em convênio com as Convenções Estaduais,
voltada para o ensino da EBD e da DCC                      Conselho Geral da CBB
para adultos e jovens, nas igrejas de menor                Sócrates Oliveira de Souza
número de membros arrolados                                Produção Editorial
                                                           Studio Anunciar
Publicação trimestral da JUERP
Junta de Educação Religiosa e Publicações                  Produção Gráfica
da Convenção Batista Brasileira                            Willy Assis Produção Gráfica
CGC(MF): 33.531.732/0001-67
CX Postal 320 – 20001-970 – Rio de Janeiro, RJ             Distribuição
Tel.: (21) 2298-0960 e 2298-0966                           EBD-1 Marketing e Consultoria Ltda.
Telegráfico – BATISTAS                                     Tels. (21) 2104-0044
Eletrônico – editora@juerp.org.br                          Fax: 0800 216768
Site – www.juerp.org.br                                    Caixa Postal: 28506 – CEP: 21832-970
                                                           Outras localidades, ligue grátis: 0800 216768
Direção Geral                                              E-mail: distribuidora@ebd-1.com.br
Almir dos Santos Gonçalves Júnior                                   pedidos@ebd-1.com.br

          Nossa missão: “Viabilizar a co­ pe­ ação entre as igrejas batistas no cumprimento
                                        o r
          de sua missão como comunidade local”

2 • PALAVRA E VIDA
Leituras diárias – 2o trimestre de 2012
                  MARÇO           6	    Domingo 	   João 9.28-41
                                  7	    Segunda 	   João 10.1-7
                                  8	    Terça 	     João 10.8-15	
26	   Segunda 	   João 1.1-7      9	    Quarta 	    João 10.16-21
27	   Terça 	     João 1.8-14	    10	   Quinta 	    João 10.22-30
28	   Quarta 	    João 1.15-18	   11	   Sexta 	     João 10.31-33
29	   Quinta	     João 1.19-27	   12	   Sábado	     João 10.34-38	
30	   Sexta 	     João 1.28-34	   13	   Domingo	    João 10.39-42
31	   Sábado 	    João 1.35-42	   14	   Segunda 	   João 11.1-16
                                  15	   Terça 	     João 11.17-44	
                                  16	   Quarta	     João 11.45-57	
                   ABRIL          17	   Quinta 	    João 12.1-11	
                                  18	   Sexta 	     João 12.12-19	
                                  19	   Sábado	     João 12.20-43	
1	    Domingo 	   João 1.43-51    20	   Domingo 	   João 12.44-50
2	    Segunda 	   João 2.1-4      21	   Segunda 	   João 13.1-11
3	    Terça 	     João 2.5-8      22	   Terça 	     João 13.12-17	
4	    Quarta 	    João 2.9-12     23	   Quarta	     João 13.18 –20	
5	    Quinta 	    João 2.13-15    24	   Quinta 	    João 13.21 –26	
6	    Sexta 	     João 2.16-19    25	   Sexta 	     João 13.27-30
7	    Sábado 	    João 2.20-22    26	   Sábado 	    João 13.31-34	
8	    Domingo 	   João 2.23-25    27	   Domingo 	   João 13.35-38
9	    Segunda 	   João 3.1-5      28	   Segunda 	   João 14.1-6
10	   Terça 	     João 3.6 –10    29	   Terça	      João 14.7-14
11	   Quarta 	    João 3.11-15    30	   Quarta 	    João 14.15-24
12	   Quinta 	    João 3.16-21    31	   Quinta 	    João 14.25-31
13	   Sexta 	     João 3.22-26	
14	   Sábado 	    João 3.27-30	
15	   Domingo 	   João 3.31-36                       JUNHO
16	   Segunda 	   João 4.1-15	
17	   Terça 	     João 4.16-30	
18	   Quarta 	    João 4.31-42    1	    Sexta 	     João 15.1-9
19	   Quinta 	    João 4.43-54	   2	    Sábado	     João 15.10-19
20	   Sexta 	     João 5.1-18	    3	    Domingo 	   João 15.20-27
21	   Sábado 	    João 5.19-30	   4	    Segunda 	   João 16.1-11
22	   Domingo 	   João 5.31-47    5	    Terça 	     João 16.12-16
23	   Segunda 	   João 6.1-15	    6	    Quarta 	    João 16.17-24
24	   Terça 	     João 6.16-21	   7	    Quinta 	    João 16.25-33
25	   Quarta 	    João 6.22.59	   8	    Sexta 	     João 17.1-10
26	   Quinta 	    João 6.60-71	   9	    Sábado 	    João 17.11-21
27	   Sexta 	     João 7.1-9	     10	   Domingo 	   João 17.22-26
28	   Sábado 	    João 7.10-24	   11	   Segunda	    João 18.1-12
29	   Domingo 	   João 7.25-52    12	   Terça	      João 18.13-27
30	   Segunda 	   João 8.1-11     13	   Quarta 	    João 18.28-40
                                  14	   Quinta 	    João 19.1-16
                                  15	   Sexta 	     João 19.17-27
                    MAIO          16	   Sábado 	    João 19.28-37
                                  17	   Domingo 	   João 19.38-42
                                  18	   Segunda 	   João 20.1-10
	                                 19	   Terça 	     João 20.11-18
1	    Terça 	     João 8.12-24	   20	   Quarta	     João 20.19-23
2	    Quarta 	    João 8.25-40	   21	   Quinta	     João 20.24-31
3	    Quinta 	    João 8.41-59	   22	   Sexta	      João 21.1-8
4	    Sexta 	     João 9.1-14	    23	   Sábado	     João 21.9-19
5	    Sábado 	    João 9.15-27	   24	   Domingo	    João 21.20-2525
                                                        ABR.MAI.JUN DE 2012 • 3
Apresentação dos estudos da EBD



   O EVANGELHO DE JOÃO
                        A teologia de Jesus Cristo


    O Evangelho de João é chamado, tam-                JOÃO E OS SINÓTICOS
bém, de “Quarto Evangelho”, em virtude
de sua colocação na ordem dos Evangelhos            O Evangelho de João distingue-se dos
no Novo Testamento. Seu autor é o após-        demais: Mateus, Marcos e Lucas, que são
tolo João. Esta é a opinião universalmente     chamados Sinóticos, em virtude de segui-
aceita, embora seu nome não seja mencio-       rem uma linha de paralelismo na narrativa
nado no texto e, embora, haja conjecturas      dos episódios da vida de Jesus Cristo, com as
divergentes de alguns autores. É que este é    mesmas características literárias, enquanto
o testemunho da tradição que vem desde         João prefere seguir um plano diferente, dei-
os primeiros dias do período apostólico da     xando a impressão de ter sido escrito com a
história do cristianismo. Quanto à data em     intenção de complementar os demais.
que foi escrito, situa-se entre os anos 95 e        O Evangelho de Marcos é o mais anti-
100 d.C., pouco antes da morte de João.        go, enquanto o de João é o mais teológico,
                                               o mais interpretativo da pessoa, da obra e
 “Enquanto Lucas e Mateus                      dos ensinos de Jesus Cristo.
                                                    Enquanto Lucas e Mateus iniciam seus
   iniciam seus Evangelhos                     Evangelhos narrando o nascimento de Je-
    narrando o nascimento                      sus, e Marcos inicia focalizando o início do
                                               ministério terreno de Jesus, João inicia seu
  de Jesus, e Marcos inicia                    Evangelho com a eternidade dele, como o
    focalizando o início do                    Verbo de Deus, sendo o próprio Deus que
 ministério terreno de Jesus,                  se fez carne. Selecionou sete fatos milagrosos
                                               realizados por Jesus e alguns de seus sermões.
  João inicia seu Evangelho
com a eternidade dele, como                             A FINALIDADE DO
                                                       EVANGELHO DE JOÃO
    o Verbo de Deus, sendo
      o próprio Deus que                           Quanto à finalidade de seu Evangelho,
                                               ele diz, no capítulo 20, versículo 31, refe-
         se fez carne”                         rindo-se aos milagres que registrou, que eles

4 • PALAVRA E VIDA
“No Evangelho de João,
      a teologia foi colocada
        com tanta clareza e
     simplicidade que todos,
        inclusive crianças,
      entendem claramente
      a grandeza do amor de
      Deus manifestado em
     Jesus Cristo, seu Filho”

“foram escritos para que creiais que Jesus
Cristo é o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome”. É um Evangelho
dirigido a toda a humanidade, com o fim de
produzir fé em Jesus Cristo como o Filho de
Deus, para conduzir almas à salvação eter-
na. Confirma esta finalidade no versículo
conhecido como “o coração da Bíblia”, em                           Essa preocupação do autor do quarto
que ele registrou as seguintes palavras de                    Evangelho se encontra registrada, também,
Jesus: “Porque Deus amou o mundo de tal                       em sua primeira carta, quando ele diz: “Todo
maneira, que deu seu Filho Unigênito, para                    espírito que confessa que Jesus Cristo veio
que todo aquele que nele crê não pereça, mas                  em carne é de Deus; e todo espírito que não
tenha a vida eterna” (Jo 3.16).                               confessa a Jesus não é de Deus; mas este é o es-
                                                              pírito do anticristo, do qual já ouvistes que há
           UMA PREOCUPAÇÃO                                    de vir, e eis que está já no mundo” (1Jo 4.2,3).
             APOLOGÉTICA
                                                                         A TEOLOGIA DE JOÃO
    Grassava, no final do período apostó-
lico, uma heresia conhecida como gnosti-                          No Evangelho de João, a teologia foi colo-
cismo, que afirmava que Jesus era apenas                      cada com tanta clareza e simplicidade que to-
uma emanação espiritual de Deus, uma                          dos, inclusive crianças, entendem claramente
aparência, não real. João quis combater                       a grandeza do amor de Deus manifestado em
esse desvio da fé; quis mostrar que Jesus                     Jesus Cristo, seu Filho. Isto explica por que
era, historicamente, real, que ele era o pró-                 tantos, em todo o mundo, o preferem como
prio Deus feito carne, Deus feito homem.                      material destinado à evangelização.
ReferênciaS
FERREIRA, Ilson. Pastorais do Verbo de Deus – O Evangelho de João. Rio de Janeiro: JUERP, 2004.
GONÇALVES JÚNIOR, Almir dos Santos. Em conversa com o Mestre – A teologia de Jesus no Evangelho de João. Rio de
Janeiro: JUERP, 2004.


                                                                                            ABR.MAI.JUN DE 2012 • 5
EBD        • Domingo, 1 de abril de 2012 •                      ESTUDO 1
                                                                     Texto bíblico:


          A revelação
                                                                      João 1.1-54

                                                                     Texto áureo:


            de Deus
                                                                       João 1.14




     Jesus Cristo é apresentado no Evange-          Em vez de começar com o nascimento
lho de João como o ser eterno que é Deus       de uma criança, João inicia com a criação
tornado homem e que é o autor da criação       do próprio mundo. No momento em que
de todas as coisas, a revelação perfeita de    ele foi criado, o Verbo que veio ao mundo
Deus e o autor da redenção como o Cor-         em forma humana já partilhava da exis-
deiro de Deus enviado para ser oferecido       tência, e foi, ele próprio, o agente criador
em sacrifício para a salvação dos pecado-      de todas as coisas. A respeito dessa pessoa
res. Ele é, também, a luz do mundo, que os     que João apontou como o Verbo de Deus
homens rejeitaram, e que conferiu, aos que     que se fez carne, o apóstolo Paulo disse:
creram nele, o poder de se tornarem filhos     “Este é a imagem do Deus invisível, o
de Deus. No início do Evangelho, ele já        primogênito de toda a criação; pois nele
define tudo isto a respeito de Jesus Cristo.   foram criadas todas as coisas; nos céus e
                                               sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, se-
    1. No princípio era o Verbo – O Evan-      jam tronos, sejam soberanias, quer prin-
gelho de João se inicia de uma forma com-      cipados, quer potestades. Tudo foi criado
pletamente diferente da forma dos demais       por meio dele e para ele. Ele é antes de
Evangelhos. Mateus e Lucas dedicam seus        todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl
primeiros capítulos a narrativas do nasci-     1.15-17).
mento e infância de Jesus; Marcos entra
diretamente no início de seu ministério            2. João Batista, o precursor – João
terreno; João inicia olhando para a eterni-    Batista foi o homem mandado por Deus
dade, para um momento que ele denomi-          para ser o precursor de Jesus; para ser
na de “princípio”, e o define como sendo o     quem anunciaria sua chegada ao mundo.
Verbo eterno de Deus e que era o próprio       Sua vinda estava profetizada no Antigo
Deus. Aquele homem que fora rejeitado          Testamento. Setecentos anos antes do nas-
pelo povo, no meio do qual surgiu e atuou,     cimento de Jesus, Isaías profetizou: “Voz
era o mesmo ser que existia no princípio de    do que clama no deserto: Preparai o cami-
todas as coisas. O Verbo de Deus é o Lo-       nho do Senhor; endireitai no ermo vereda
gos eterno, a expressão objetiva de Deus,      a nosso Deus” (Is 40.3); e Malaquias, 400
sua palavra, razão, expressão. Com estas       anos antes de Jesus, termina o Antigo Tes-
palavras, João definia Jesus Cristo como o     tamento dizendo: “Eis que envio o meu
Deus que se fez carne e habitou entre nós.     anjo, que preparará o caminho diante de
6 • PALAVRA E VIDA
mim; e de repente virá ao seu templo o         o Messias”. Dos que resolveram confiar
Senhor a quem vós buscais, o anjo do con-      nesse testemunho, destacaram-se André,
certo, a quem vós desejais; eis que vem, diz   Pedro, Filipe e Natanael. Eram pessoas
o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.1). Depois       simples, pescadores, geralmente iletrados,
de 400 anos de silêncio, durante os quais      que até para ouvir a palavra precisavam
Deus preparou o mundo para a chamada           da ajuda dos escribas, que eram os poucos
“plenitude dos tempos” (Gl 4.4), ouviu-se      que dominavam a língua hebraica das si-
a voz de João Batista pregando no lugar        nagogas. Foram estes homens os primei-
ermo a chegada do Messias, e batizando         ros discípulos de Jesus.
todos os que se arrependiam de seus pe-
cados. Ele testemunhou a respeito de Je-           APLICAÇÕES PARA A VIDA
sus Cristo como sendo o Filho de Deus, o
Cordeiro que veio para tirar o pecado do           1. Jesus é anunciado por João como
mundo.                                         o próprio Deus. Essa mensagem ainda é
     João Batista era um homem singular.       escândalo para muitas pessoas. Tem gente
Vivia no deserto, comia gafanhotos e mel       que não consegue aceitar que Deus possa
silvestre, e se vestia com peles de animais.   ter encarnado na forma de uma pessoa e
Mas, a sua mensagem causava muito mais         vivido no meio dos homens. Mas, escânda-
impacto do que sua aparência. Inúmeras         lo ou não, essa é a principal mensagem da
pessoas vinham até o Jordão para serem         igreja de Cristo. Você já reconheceu Jesus
batizadas por ele. O murmúrio que cor-         como o Salvador de sua vida? Está propa-
ria por toda parte era que ele poderia ser     gando essa verdade?
o Messias que eles aguardavam. Mas João
Batista disse claramente não ser o Messias         2. Deus se fez homem para revelar o
e, sim, a voz do que clama no deserto, isto    caminho de volta para ele. Ele se revelou
é, o cumprimento da profecia de Isaías,        de uma forma que poderíamos entender e
anunciando que era maior do que ele. Ele       compreender. Jesus é a revelação máxima
falou que Jesus era o Cordeiro de Deus que     de Deus e de sua vontade. Você já reco-
viera para tirar o pecado do mundo. Pode-      nheceu Jesus como o caminho, a verdade
mos entender que sua voz não encontrou         e a vida? Está testemunhando a respeito
acolhida num grande número de pessoas.         disto?
Mas houve os que acreditaram, e a estes
Deus lhes deu o poder de se tornarem fi-           3. Deus resolveu escolher as coisas
lhos de Deus.                                  loucas do mundo para envergonhar as sá-
                                               bias. Em vez de um príncipe, colocou João
    3. Os primeiros discípulos – Depois        Batista para ser o porta-voz de seu Filho.
do batismo de Jesus, e depois de João tes-     Em vez de letrados e sábios, escolheu pes-
temunhar a respeito dele como o Cordei-        soas simples e rudes para serem discípulos
ro de Deus, Jesus foi seguido por alguns       e discípulas. Pode ser estranho, mas este é
dos discípulos de João, conversaram com        o jeito de Deus agir. Você já reconheceu
ele e se convenceram de que Jesus era o        a forma sobrenatural e poderosa de Deus
Messias. Então, começaram a testemu-           agir em sua vida? Tem sido agradecido?
nhar a respeito dele, dizendo: “Achamos        Tem passado adiante esta mensagem?	

                                                                    ABR.MAI.JUN DE 2012 • 7
EBD         • Domingo, 8 de abril de 2012•                       ESTUDO 2

       Jesus inicia os                                                Texto bíblico:
                                                                         João 2


        sinais de seu                                                 Texto áureo:
                                                                        João 2.11

          ministério
    Costuma-se dizer que Jesus iniciou seu      gre aconteceu três dias depois de ter ma-
ministério com a realização de duas ações       nifestado desejo de viajar para a Galileia,
em público, que foram a transformação de        após ter evangelizado Filipe (1.43).
água em vinho em Caná da Galileia (2.1-              Os casamentos eram, como hoje, im-
12) e, a seguir, a purificação do templo, em    portantes expressões de alegria da sociedade.
Jerusalém (2.13-25). Em verdade, porém,         Maria, mãe de Jesus, ele e seus irmãos compa-
ele iniciou seu ministério preparando os        receram. Em dado momento, tendo ela per-
primeiros discípulos. Uma vez batizado,         cebido o constrangimento de ter acabado o
foi para o deserto onde foi tentado durante     vinho recorreu a Jesus. O fato de ela ter pedi-
40 dias (Mt 3.13 a 4.11). Ao voltar, passou     do ajuda a Jesus indica que tinha consciência
pelo lugar onde João Batista continuava         de seu poder e, também, que provavelmente
batizando, e foi apontado por ele a alguns      o casamento ocorria em família de sua paren-
de seus discípulos como sendo o Cordeiro        tela ou de amigos. A resposta que Jesus deu
de Deus. Estes o seguiram até a casa onde       não pode ser tomada como desrespeitosa
residia, ouviram seus ensinamentos até o        para com sua mãe. Era apenas um recado de
entardecer, e creram nele como sendo o          filho para mãe. Jesus tinha o momento certo
Messias que havia de vir. No dia seguinte,      em seu plano de ministério para iniciar suas
Jesus encontrou-se com Filipe, o evange-        atividades que mostrassem sua glória; além
lizou, e manifestou necessidade de viajar       disso, o termo “mulher” era usado com sen-
para a Galileia, provavelmente, para parti-     tido de honra e foi honrando que Jesus assim
cipar de uma festa de casamento com sua         se dirigiu à sua mãe.
família ( Jo 1.43). Três dias depois, estando        Jesus agiu discretamente. Não fez ne-
presente na festa de casamento, realizou o      nhum gesto espalhafatoso. Não houve
primeiro sinal de seu ministério na presen-     relâmpagos nem trovões. Ele apenas orde-
ça de seus primeiros discípulos.                nou aos servidores que enchessem de água
                                                as talhas que havia na casa, e depois man-
    1. O primeiro milagre (Jo 2.1-12) –         dou que as levassem ao chefe do cerimo-
João coloca o início do ministério público      nial, e este constatou que, em vez de água,
de Jesus numa festa de casamento: “Assim        havia ali vinho de boa qualidade. Esse mi-
deu Jesus início aos seus sinais em Caná da     lagre manifestou a natureza divina de Jesus
Galileia e manifestou a sua glória; e os seus   e, por isso, os seus discípulos confirmaram
discípulos creram nele” (2.11). Esse mila-      sua fé nele como sendo o Messias.

8 • PALAVRA E VIDA
A Bíblia condena abertamente o uso          geiras pela nacional, porque os sacrifícios
de bebida forte, o que hoje chamamos de         só podiam ser comprados com dinheiro
bebida alcoólica (leia Levítico 10.9; Nú-       israelita; lá estavam, também, os vende-
meros 6.3; Provérbios 20.1; 23.32; Isaías       dores de animais para sacrifícios. O ato
5.22; Efésios 5.18). Como explicar, então,      de Jesus foi um ato de indignação e de
que Jesus tenha suprido a festa de vinho?       efeitos pedagógicos. A casa de Deus devia
Não se tratava de bebida alcoólica. Trata-      ser usada como casa de oração, mas a es-
va-se do fruto da vide, como chamavam o         tavam transformando em “casa de venda”
que nós hoje chamamos de suco de uva.           (v. 16). Seu ato ensina que Deus não tolera
Não era vinho como hoje conhecemos. Era         os que fazem mercado da relação com ele.
o vinho novo, não fermentado. A transfor-       A piedade do povo não pode virar fonte
mação da água em vinho não pode, por-           de lucro. Questionado pelos judeus sobre
tanto, ser tomada como uma licença para         a autoridade para fazer aquilo, e tendo eles
o uso de bebidas alcoólicas por crentes. A      exigido um sinal, referiu-se à ressurreição
Bíblia nunca se contradiz. Essa transfor-       de seu corpo, como templo, como o sinal
mação ilustra o poder de Jesus Cristo de        de sua divindade que haveriam de ver. E fi-
transformar a natureza de quem crê.             cou ainda alguns dias em Jerusalém fazen-
                                                do sinais; e muitos, vendo-os, creram nele.
    2. A purificação do templo (Jo 2.13-        Uma das pessoas que se impressionaram
25) – Depois da festa em Caná, Jesus, sua       com seus sinais foi Nicodemos, que estu-
mãe e seus irmãos viajaram para a cidade de     daremos na próxima lição.
Cafarnaum, onde permaneceram poucos
dias, e depois subiram para Jerusalém, por           APLICAÇÕES PARA A VIDA
causa da festa da páscoa (2.12,13). Jerusa-
lém era, para os judeus, a cidade de Deus.          1. Jesus fortalece a instituição familiar
Nela ficava o templo, o centro da vida re-      ao iniciar seu ministério numa festa de ca-
ligiosa dos judeus e símbolo da presença        samento. A sociedade de hoje desvaloriza
de Deus; era o lugar onde aconteciam os         o casamento. Tenhamos cuidado.
sacrifícios, a adoração e as festas nacionais       2. Assim como Jesus, por ser o Deus
como a festa da Páscoa, das primícias e das     encarnado, pôde transformar água em vi-
tendas. A da Páscoa lembrava a libertação       nho, ele pode transformar o coração do
do povo do Egito, quando apenas os pri-         pecador para que se torne nova criatura e
mogênitos dos egípcios foram mortos pela        tenha vida eterna.
última praga enquanto os israelitas esta-           3. Multiplicam-se, em nossos dias, os
vam protegidos pelo sangue do cordeiro.         modismos religiosos em que gananciosos
Foi para esta grande festa que Jesus e sua      fraudadores da Palavra de Deus fazem do
família se dirigiram.                           evangelho meio de enriquecimento, cum-
    O templo tinha deixado de ser uma           prindo o que o apóstolo Pedro profetizou:
instituição religiosa para se tornar uma        “E por avareza farão de vós negócio com
instituição de interesses comerciais. Seus      palavras fingidas; sobre os quais já de largo
cofres estavam abarrotados de ouro e ob-        tempo não será tardia a sentença, e a sua
jetos preciosos. E os cambistas lá estavam      perdição não dormita” (2Pe 2.3). Evitemos
com suas mesas, trocando moedas estran-         os tais.

                                                                      ABR.MAI.JUN DE 2012 • 9
EBD         • Domingo, 15 de abril de 2012•                    ESTUDO 3

O novo nascimento e                                                 Texto bíblico:
                                                                       João 3

o testemunho de João                                                 Texto áureo:
                                                                       João 3.16
 Batista sobre Jesus
    Há dois importantíssimos aconteci-         Deus. O legalismo é um desvio religioso
mentos narrados no capítulo 3: o ensino        da essência e finalidade da lei para o apego
de Jesus a respeito do novo nascimento,        exagerado à forma. Assim, por exemplo,
ministrado ao importante homem chama-          o sábado, que deveria ser uma expressão
do Nicodemos (3.1-21), e o testemunho          de adoração a Deus pela criação, se trans-
de João Batista a respeito de Jesus Cristo     formou numa das mais pesadas regras re-
(3.22-36).                                     ligiosas dos judeus, tornando-se um peso
                                               insuportável. Os legalistas formaram uma
     1. A situação religiosa de Nicodemos      religiosidade com a qual pensavam que
– O capítulo três de João narra a visita de    agradariam a Deus e alcançariam o seu
Nicodemos a Jesus. Nicodemos era um            favor se conhecessem e praticassem a lei
dos líderes religiosos dos judeus. Ao ler      e os preceitos que foram se avolumando
este relato, os leitores do Evangelho de       em cima dela. Essa era a situação religiosa
João tomam conhecimento que pastores           de Nicodemos. Por isso, por ser fariseu e
de Israel se encontraram com Jesus e al-       príncipe, escolheu ir conversar com Jesus
guns reconheceram sua origem celestial,        às ocultas, à noite.
como Nicodemos, ao dizer “bem sabemos
que és vindo de Deus” (v. 2), mas o precon-         2. Jesus instrui Nicodemos a respeito
ceito e as tradições, fortemente arraigados,   do novo nascimento – O que Jesus ensinou
os afastaram do Mestre a tal ponto que se      com grande clareza a Nicodemos é que todo
tornaram seus inimigos e perseguidores.        o conhecimento que ele tinha das ordenan-
     O que leva um sistema religioso a afas-   ças não era suficiente para salvá-lo. Somente
tar seus adeptos daquele que deveriam          a prática completa dos mandamentos pode-
adorar? Os fariseus, como guardadores          ria satisfazer a justiça divina. Infelizmente,
da lei de Deus, zelosos seguidores da lei,     essa via é impossível de ser trilhada. Nin-
deveriam honrar e adorar Jesus enquanto        guém pode cumprir totalmente todos os
ele realizava seu ministério na Palestina.     mandamentos. Não há uma só pessoa que
O próprio apóstolo João diz que “ele veio      consiga cumprir a lei de Deus do fundo do
para o que era seu e os seus não o recebe-     coração. Os judeus achavam que eram mui-
ram” (1.11). Examinando a história, fica-      to melhores que as pessoas mundanas (na
-se sabendo que o legalismo foi o principal    linguagem deles, gentias) e impuras pela sua
responsável por esse desvio do povo de         herança religiosa e suas tradições. Mas Jesus

10 • PALAVRA E VIDA
esclareceu a Nicodemos que a salvação não            João Batista não via Jesus como um
pode vir das obras. Ela vem pela fé no Filho     concorrente, mas como o motivo de sua
Unigênito de Deus: “Porque Deus amou o           pregação. Era para isso que ele tinha sido le-
mundo de tal maneira que deu o seu Filho         vantado por Deus: para apontar para Jesus, o
unigênito para que todo aquele que nele          Cordeiro que veio tirar o pecado do mundo.
crer não pereça, mas tenha a vida eterna”
(3.16).                                               APLICAÇÕES PARA A VIDA
     Nicodemos pensou que Jesus falava de
nascimento físico, e não entendeu. Então,            1. A vida eterna só é alcançada pela fé
o Senhor explicou que se tratava do nas-         em Cristo. Mesmo que alguém consiga se
cimento do Espírito, pela fé no Filho de         esforçar ao máximo para cumprir todos
Deus. Com este ensino, Jesus tirou toda a        os itens das ordenanças divinas, o estará
possibilidade de os espíritas encontrarem        fazendo por medo de punição ou para ser
base bíblica para a reencarnação. Jesus expli-   recompensado, e não por livre disposição
cou claramente que o que é nascido da car-       para obedecer.
ne continua sendo carne, e o que é nascido           2. Temos de ter cuidado para não nos
do Espírito é espírito. O novo nascimento        tornarmos legalistas, e estabelecer regras de
é a regeneração mediante arrependimento e        comportamento para que as pessoas cum-
fé em Jesus como o Filho de Deus. Ele seria      pram para depois, então, se aproximarem
levantado (crucificado) como fora levanta-       de Jesus. O ensino de Jesus é que o pecador
da a serpente de metal no deserto, e os que      precisa nascer de novo: arrepender-se dos pe-
cressem nele não morreriam, mas teriam a         cados e crer em Jesus como o Filho de Deus e
vida eterna (Jo 3.14,15).                        seu Salvador. Então, pela graça de Deus, me-
                                                 diante sua fé, o pecador é perdoado e regene-
    3. O testemunho de João Batista a            rado. Nasce de novo para alcançar a salvação.
respeito de Jesus (3.22-36) – Depois des-        Esta precisa ser a nossa mensagem. Este foi o
se episódio, Jesus e seus discípulos foram       ensino de Jesus a Nicodemos.
para a Judeia, e batizavam (v. 22). João
Batista, por sua vez, continuava batizando.          3. Ninguém consegue mudar de vida
A atuação de Jesus despertou ciúmes em           sem a atuação de Jesus Cristo em seu cora-
alguns discípulos de João, os quais foram        ção. Somente ele pode operar o novo nasci-
ter com ele e lhe deram a notícia de que         mento. E, a partir daí, da regeneração, é que
Jesus estava batizando (se bem que ele           muda o comportamento, porque a pessoa
mesmo não batizava, mas seus discípulos é        passa a ser uma nova criatura em Cristo.
que o faziam – 4.1,2). João Batista, então,          4. Os líderes e membros das igrejas
testemunhou a respeito de Jesus e o exal-        precisam aprender com o exemplo de João
tou como o Filho de Deus, que precisava          Batista, que soube testemunhar de Jesus,
crescer, enquanto ele, João, devia diminuir.     apontando-o como o Filho de Deus com
Ele se mostrou um autêntico pregador do          humildade, objetividade e clareza. Além
evangelho, ao dizer: “Aquele que crê no Fi-      disso, não sentiu ciúmes. Tinha consciên-
lho tem a vida eterna; mas aquele que não        cia da superioridade de Jesus. Entendamos
crê no filho não verá a vida; mas a ira de       que somos companheiros uns dos outros
Deus sobre ele permanece” (v. 36).               na obra da pregação, e não concorrentes.

                                                                      ABR.MAI.JUN DE 2012 • 11
EBD         • Domingo, 22 de abril de 2012•                    ESTUDO 4

              A missão
                                                                    Texto bíblico:
                                                                      João 4 e 5



              de Cristo                                             Texto áureo:
                                                                    João 4.13,14


     Ao evangelizar a mulher samaritana,       dessa forma, levou-a a confrontar-se com
Jesus afirmou para seus discípulos que os      sua situação de pecado. E a mulher o reco-
campos já estavam prontos para a ceifa e,      nheceu como profeta. Ela muda de assun-
assim, fazia ver a aproximação dos seden-      to, perguntando sobre o verdadeiro lugar
tos samaritanos que vinham em resposta         de adoração e Jesus ensina que o culto a
ao testemunho da mulher. Jesus começou         Deus deve ser prestado em espírito e em
a colheita na terra dos samaritanos ali na     verdade, em qualquer lugar (v. 21-24).
beira daquele poço, enquanto tomava            Com essas palavras, Jesus suscitou na mu-
água. Que exemplo, para nós, de sabedo-        lher a grande esperança de judeus e sama-
ria e senso de oportunidade na obra de         ritanos, a saber, a vinda do Messias. É nesse
evangelização! Depois da evangelização         momento que Jesus revela sua natureza e
da mulher samaritana, seguem-se, no texto      sua missão ao dizer: “Eu sou o Messias, o
para esta lição, a cura do filho de um ré-     que fala contigo” (v. 26).
gulo (ainda no capítulo 4), a cura de um           Esta mensagem transformou aquela
aleijado em Jerusalém e o testemunho que       mulher. Ela largou o que tinha ido fazer,
Jesus deu de si mesmo: é o Filho de Deus       deixou o cântaro e foi depressa anunciar
que veio para dar a vida eterna aos que cre-   aos seus conterrâneos o que havia ouvido.
rem ( Jo 5.24).                                O Messias tinha chegado. Como resultado
                                               de seu testemunho, vários homens foram
    1. Os campos brancos para a ceifa –        até Jesus, ouviram-no, e o convidaram para
Enquanto os discípulos se afastaram em         ficar na cidade alguns dias. O resultado
busca de alimento, Jesus pediu à mulher        foi a conversão deles. Os discípulos viram
que lhe desse água. A resposta que ela deu     que, realmente, o campo estava pronto
ilustra o comportamento usual dos que          para a ceifa.
cultivam em seus corações os preconceitos          Nesse episódio, vemos como Jesus
e os ressentimentos a ponto de se despre-      viveu grande parte de seu ministério no
zarem. Na sua resposta, ela denunciou a        meio dos excluídos e dos mais miseráveis
inimizade entre judeus e samaritanos (v.       da sociedade. As pessoas mais religiosas da
9). Jesus não se ofendeu. Em vez de rece-      época, os mais piedosos, os que achavam
ber a água que pedira, ofereceu água viva      que estavam fazendo exatamente a vonta-
para ela (v. 13,14). Como a mulher não         de de Deus rejeitaram Jesus peremptoria-
entendeu o sentido da água que ele lhe         mente, enquanto samaritanos, que eram
oferecia, Jesus denunciou sua situação es-     um povo excluído pelos judeus, o aceita-
piritual, perguntando pelo seu marido e,       ram.
12 • PALAVRA E VIDA
2. A cura do filho do régulo; e do paralí-      isso não os impressionou. Deram atenção
tico no tanque de Betesda (4.43 a 5.15) –            antes ao fato de ele carregar sua cama no sá-
Jesus ficou com os samaritanos dois dias e de-       bado, o que era uma quebra da lei. Essa ati-
pois partiu para seu destino, que era a Galileia;    tude era própria dos legalistas. Então, por
novamente se dirigiu à cidade de Caná, onde          causa disso, quiseram matar Jesus.
fizera seu primeiro milagre. Aí encontrou um
régulo (oficial do rei) que lhe pediu que des-            3. O testemunho de Jesus sobre sua na-
cesse a Cafarnaum, onde estava à morte seu fi-       tureza e sua missão (5.16-47) – Diante da
lho. Jesus não foi, mas disse que ele estava cura-   contestação dos judeus porque Jesus curara
do. O homem creu. Estava longe de casa, mas          o homem num sábado, o Senhor respondeu
acreditou que a palavra de Jesus era suficiente      dando testemunho a respeito de sua nature-
para que o milagre acontecesse. O versículo          za e de sua missão. Declarou-se o Filho de
48 – “Se não virdes sinais miraculosos e prodí-      Deus, repreendeu os fariseus porque não
gios de modo nenhum crereis” – era um teste          davam crédito às Escrituras, que falavam a
para ele. Mas ele não precisou de nada disso         seu respeito, e proferiu as palavras que são a
para crer. Os judeus pediam exatamente sinais        essência do evangelho: “Na verdade, na ver-
a Jesus para crerem. Mas o régulo creu sem ver       dade vos digo que quem ouve a minha pala-
sinais. A fé não é produzida com sinais. Vemos       vra e crê naquele que me enviou tem a vida
isto na ressurreição de Lázaro. Todos viram          eterna, e não entrará em condenação, mas
que ele estava morto e o viram sair do sepulcro      passou da morte para a vida” (5.24). Esta é
e andar mas, depois disso, os líderes religiosos     a missão de Jesus. Dar a vida eterna ao que
decidiram matar Jesus em vez de crer nele (Jo        crê. Mas os judeus o rejeitaram.
11.53).
     Outro exemplo de fé está no episódio                 APLICAÇÕES PARA A VIDA
da cura do paralítico curado perto do poço
de Betesda, em Jerusalém (5.1-15). Não se                1. O ditado popular citado por Jesus
sabe quanto tempo depois do milagre da               – “Dizeis que ainda faltam quatro meses
cura do filho do régulo aconteceu isso. O            para a ceifa” – significava protelação e aco-
texto diz apenas “depois disto”. Jesus voltou        modação. Seu sentido era: “Calma, nada
a Jerusalém, por causa de uma festa dos ju-          de pressa, vá devagar, porque há tempo”.
deus, que o texto não esclarece qual. O ho-          Não havia, não. E não há. É urgente a ceifa.
mem era paralítico há 38 anos e esperava o           Por isso, Jesus parou ali em Sicar, e salvou
milagre do movimento das águas do poço               pessoas rejeitadas pelos judeus. Apresse-
para ser curado, mas sempre alguém chega-            mo-nos na divulgação do evangelho.
va antes dele. Nada indicava que ele pudes-              2. O régulo não pediu provas para crer.
se ser curado naquele dia. Mas, ao ouvir as          As provas não são sinais de fé, mas da falta
palavras de Jesus, para que ele se levantasse        dela. Precisamos crer ainda que as circuns-
e carregasse sua cama, imediatamente obe-            tâncias não favoreçam, ainda que os olhos
deceu, e pôde experimentar em sua vida o             não vejam, ou ainda que tudo aponte o
que era impossível do ponto de vista huma-           contrário. Os milagres que Jesus praticou
no. Os fariseus criticaram o homem porque            e estão registrados nas Escrituras são sufi-
carregou sua cama sendo sábado. Em vez de            cientes. Buscar, hoje, sinais e prodígios é
glorificarem a Deus pela cura do homem,              sinal de incredulidade, e não de fé.

                                                                          ABR.MAI.JUN DE 2012 • 13
EBD         • Domingo, 29 de abril de 2012•                      ESTUDO 5
                                                                      Texto bíblico:

 O ministério de                                                        João 6 e 7



 Jesus se amplia
                                                                       Texto áureo:
                                                                       João 6.67,68



    Os milagres realizados por Jesus em        nheiro para comprar pão para aquela mul-
seu ministério tinham a finalidade de mos-     tidão, mesmo que houvesse onde comprar.
trar que ele é o Messias prometido, o Filho    O que faltou aos discípulos foi perceber
de Deus. João mesmo diz isto em 20.31:         que o Senhor de todas as coisas estava lá.
“Estes foram escritos para que creiais que     Era preciso crer, não questionar. A reação
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para      do povo foi crer que Jesus, sendo o Mes-
que, crendo, tenhais vida em seu nome”.        sias, devia ser aclamado rei. Por isso, Jesus
Ao todo, João narrou oito sinais. No ca-       Cristo se afastou da multidão, porque seu
pítulo 6 são narrados dois desses sinais e é   reino não é deste mundo.
registrado o discurso de Jesus às multidões
e aos discípulos, em que ele ensina que é           2. Milagre de Jesus sobre a natureza
o pão da vida, que sua carne é, verdadei-      (6.16-21) – No final do dia, os discípulos
ramente, comida e o seu sangue bebida, o       tinham retornado para Cafarnaum e estavam
que escandalizou a multidão. Esta se afas-     atravessando o Mar de Genezaré, quando Je-
tou dele e os discípulos se inquietaram, o     sus foi ao encontro deles a uma distância de 5
que deu oportunidade para a confissão de       a 6 quilômetros mar adentro, andando sobre
Pedro. No capítulo 7, o foco muda para o       as águas. Foi o quinto sinal feito na Galileia, e
templo, em Jerusalém, para onde Jesus se       demonstrou seu poder sobre a natureza, que
deslocara, por ocasião da festa dos taber-     ele mesmo criara.
náculos, quando proferiu ensinos que re-
voltaram os fariseus que tentaram prendê-          3. Cristo é o pão da vida (6.22-59) –
-lo para matá-lo.                              No dia seguinte, a multidão, percebendo
                                               que Jesus havia regressado a Cafarnaum,
    1. Milagre sobre a matéria (6.1-15) – A    partiu para lá. Queriam fazê-lo rei. Exigi-
passagem narra a multiplicação dos pães.       ram de Jesus um sinal, mas Jesus se negou a
Foi um sinal de tal eficácia, que foi regis-   lhes dar mais pão e, então, proferiu seu dis-
trado em todos os outros Evangelhos. Foi       curso sobre si mesmo como sendo o verda-
um fenômeno extraordinário, uma ope-           deiro pão do céu. A multidão apelara para
ração miraculosa de Jesus, não realizada       a experiência do maná no deserto, e Jesus
apenas na mente ou coração, mas objetiva,      afirmou que o verdadeiro pão do céu é ele;
do poder e autoridade de Jesus, o Filho de     que em sua presença e atuação, Deus está a
Deus, sobre a matéria. Os discípulos co-       prover o alimento espiritual que o homem
mentaram com Jesus a impossibilidade de        necessita para viver. Além disso, Jesus en-
alimentarem a multidão: não tinham di-         sinou que ele é o poder doador da vida:
14 • PALAVRA E VIDA
quem de mim se alimenta por mim viverá           ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não
(v. 57). Ensinou, também, que o ato sim-         era chegada a sua hora” (7.30,44).
bólico de comer o pão é representado no               Os fariseus discutiram a respeito de Je-
ato de crer nele (v. 29). Jesus ensinou que      sus, ainda planejando prendê-lo, mas Nico-
se deve atentar para a vontade de Deus, em       demos, o que visitara Jesus à noite (cap. 3),
obediência da fé, cuja prova é o reconheci-      argumentou com eles sobre a ilegalidade
mento e a submissão a Jesus, ou seja, crer       do que pretendiam fazer, pelo que desde-
nele como enviado de Deus para salvar            nharam dele, mas suspenderam sua ação, e
o homem que passa a viver para servi-lo.         todos foram para suas casas.
Esta adesão contínua é apresentada nas ex-
pressões “comer o pão”, “comer sua carne”            5. Quem é Jesus? – Ainda, hoje, o prin-
e “beber seu sangue”, ação de fé que resulta     cipal questionamento que muitos fazem em
na perfeita comunhão com ele.                    relação à pessoa de Jesus é a afirmação de que
                                                 ele era apenas um homem (6.42; 7.26,27).
     4. Jesus enfrenta a oposição (6.60 a        Mas, ele mesmo afirmou que dentre os seus
7.1-53) – O discurso de Jesus causou mui-        seguidores havia muitos descrentes (6.64),
to rebuliço no meio dos judeus. Isto se deu      que muitos o abandonariam (6.66) e que
por causa da figura de Moisés. A multidão        um dos apóstolos era diabo (6.70). A estes
engrandeceu Moisés, como tendo dado o            Jesus afirmou que veio de Deus, e que dá a
pão do céu ao povo, no deserto. Jesus os         vida eterna porque é o pão vivo, que suas
contradisse, porque ele, Jesus, é o verdadei-    palavras são espírito e são vida, que “aquele
ro pão vivo do céu (6.32). Jesus enfrentou,      que o enviou é verdadeiro... venho da parte
corajosamente, a oposição, demonstrando          dele e fui por ele enviado” (7.28,29). Jesus
que eles haviam se esquecido do conteúdo         é o Filho de Deus, enviado para dar a vida
central da mensagem da Lei e dos Profetas:       eterna a quem nele crer, e os sinais que ele
que é apontar para o Messias, para a espe-       realizou demonstram isto. Este é o resumo
rança de uma nova aliança, que é do Espí-        da mensagem do Evangelho de João.
rito. Desde esta ocasião, muitos desistiram
de seguir Jesus, pelo que ele perguntou aos            APLICAÇÃO PARA A VIDA
apóstolos se queriam também abandoná-
-lo; e Pedro fez esta confissão: “Senhor, para       Não nos deixemos iludir com os mo-
onde iremos nós? Só tu tens as palavras da       dismos religiosos de nossos dias. Eles
vida eterna” (v. 68).                            transformam Jesus e o evangelho em meios
     No capítulo 7, quando ensinava no           de produzir prosperidade material para os
templo, para onde Jesus foi depois de al-        que praticarem “atos de fé” que ensinam,
gum tempo de estada na Galileia por causa        que nada têm a ver com a Palavra de Deus,
da festa dos tabernáculos, esta oposição se      que são sortilégios, superstições e magias
tornou mais acirrada, pois Jesus denun-          de misticismo com o fim de obrigar Deus
ciou o intuito dos judeus que era matá-lo,       a satisfazer suas pretensões gananciosas.
numa clara afronta ao mandamento do De-          Jesus Cristo é o Filho de Deus enviado
cálogo “não matarás”. Deus estava no con-        pelo Pai, para dar a vida eterna ao que dele
trole de todos estes eventos, porque João        se alimenta pela fé. Esta é a mensagem que
declarou que “procuravam prendê-lo, mas          precisamos espalhar por toda a terra.

                                                                      ABR.MAI.JUN DE 2012 • 15
EBD         • Domingo, 6 de maio de 2012•                    ESTUDO 6
                                                                   Texto bíblico:
                                                                     João 8 e 9

    Perdão e Cura                                                   Texto áureo:
                                                                    João 8.31,32


    Nos capítulos 8 e 9, o Evangelho de        toridade que poderia aplicar a lei capital;
João registra três ocorrências no ministé-     e Jesus seria denunciado; se mandasse não
rio de Jesus durante sua presença em Jeru-     apedrejar, descumpriria a lei, e cairia em
salém na Festa dos Tabernáculos. Após a        descrédito diante do povo. Jesus desfez
tentativa frustrada de prender Jesus para o    esta armadilha com sua atitude e resposta.
matar (estudo anterior), seus opositores se        O que Jesus demonstrou, ao perdoar
dispersaram e foram para suas casas. Jesus,    e livrar a mulher, é que nós não estamos
entretanto, foi para o Monte das Oliveiras     equipados para julgar (dar o veredito) a
(8.1) e, na manhã seguinte, voltou ao tem-     ninguém, porque nós somos pecadores. Je-
plo e, do lado de fora, a multidão se apro-    sus era o único que poderia fazer mas, mes-
ximou dele e ele começou a ensinar. Foi        mo assim, preferiu a misericórdia e com seu
quando lhe trouxeram a mulher apanhada         perdão apelou à mulher para abandonar o
em adultério. Depois desse episódio, ele       pecado, para não pecar mais, porque estava
voltou a ensinar à multidão e proferiu o       perdoada. Sigamos o exemplo de Jesus.
sermão em que se declarou como a luz do
mundo; finalmente, ainda em Jerusalém,             2. A luz do mundo (8.12-59) – A mu-
ocorreu o episódio da cura do cego de nas-     lher se retirou, perdoada, após seus acu-
cença, que aguçou ainda mais a oposição        sadores também terem se retirado, e Jesus
dos escribas e fariseus contra Jesus. Nessas   prosseguiu, diante da multidão, ensinando,
três ocorrências se afirmam e se aprofun-      e iniciou dizendo: “Eu sou a luz do mun-
dam as evidências de que Jesus Cristo é o      do; quem me segue não andará em trevas,
Messias que havia de vir, o Filho de Deus,     mas terá a luz da vida” (v. 12). O contexto
como João queria demonstrar em seu             desta passagem, a Festa dos Tabernáculos,
Evangelho.                                     ofereceu a Jesus a oportunidade que neces-
                                               sitava para apresentar sua missão. Durante
    1. O perdão (8.1-11) – A lei estabele-     a festa, enormes candelabros eram acesos
cia que ambos os adúlteros apanhados em        no templo. Por causa da posição elevada do
pecado deviam morrer: homem e mulher           templo, sua iluminação podia ser percebida
(Dt 22.22), mas os escribas e fariseus que-    em toda a cidade de Jerusalém. Aquela luz
riam apedrejar apenas a mulher. O que          simbolizava a revelação e a verdade da fé
eles queriam era apanhar Jesus num dile-       judaica. Na Festa dos Tabernáculos, Jesus
ma, numa armadilha: se Jesus mandasse          se declarou a luz do mundo, a verdadeira
condenar a mulher, estaria em falta peran-     revelação de Deus. Segui-lo representaria
te Pilatos, governador romano, única au-       abrir-se para a verdade e para a vida.
16 • PALAVRA E VIDA
“Quem és tu?” Perguntaram os fari-        na. Esta falsa ideia de Deus é “a mentira”
seus (v. 25). A indagação em si já implica a   (v. 44). Os homens assumem esta mentira
descrença, o não reconhecimento de Jesus       ao darem crédito às vãs filosofias do mun-
como o Filho de Deus, enviado do Pai. Os       do que exaltam o homem e suas estruturas.
inquiridores procuravam saber a linhagem       A mensagem para nós é que não pode ha-
de Jesus, sua descendência. Quanto a si        ver relação filial com Deus sem amar Jesus
próprios, apelaram para a descendência         que é o Filho (v. 42); os que o rejeitam, es-
de Abraão (v. 33), para se justificarem e      colhem como pai o inimigo, o princípio da
engrandecerem; mas Jesus os contradiz,         morte e da mentira (v. 44).
porque eles não viviam como Abraão; o
modo de agirem era diferente (v. 34-37)             3. O cego de nascença (9.1-41) – O
e até queriam matá-lo. Então, os acusou        homem nascera cego, mas nem ele nem seus
de ter como pai o próprio diabo. Se Deus       pais tinham culpa disto.
fosse o pai deles, eles amariam Jesus, por-         Havia, entre os hebreus, a crença de
que veio enviado pelo Pai. Mas ao querer       que todo mal físico era sempre consequên-
matá-lo, demonstravam que queriam fazer        cia do pecado da própria pessoa ou de seus
a vontade do diabo (v. 40-44).                 pais. Pensar que a cegueira do homem fos-
     Deus enviou Jesus para possibilitar aos   se resultado do pecado de seu pai até pode-
homens conhecê-lo, e crer nele como Sal-       ria ser entendido mas, como perguntar se o
vador. Conhecer Jesus (crer nele) é, ao mes-   homem nascera cego por pecado dele pró-
mo tempo, conhecer Deus (crer nele). Ten-      prio? Como pecar antes de nascer? O des-
tar conhecer Deus de qualquer outra forma      conhecimento da verdade leva os homens
é um exercício inócuo. Quando Jesus fosse      a conviverem com concepções absurdas.
levantado, então o conheceriam. Jesus se       Mas Jesus não discute. Ele responde que
aproxima do pecador na cruz do Calvário.       naquela vida abria-se a oportunidade de
Lá se efetivará o plano de redenção de Deus    transformação pelo encontro com ele. E,
(Jo 3.14-21). Os judeus estavam julgando       tendo dito “eu sou a luz do mundo”, deu
Jesus pelas suas leis e normas, mas estavam    visão ao cego pelo processo que vem nos
ausentes da verdade espiritual que lhes pos-   versículos 5 a 7. Na controvérsia levantada
sibilitava se tornarem verdadeiros discípu-    pelos fariseus com o homem que fora cego,
los de Jesus. Só pode ser libertado do peca-   este declarou: “Se ele é pecador ou não eu
do quem permanece nos ensinos dele sobre       não sei. Só sei que era cego e agora vejo”.
seu ministério libertador: “Conhecereis a           Depois, quando o ex-cego se encon-
verdade e a verdade vos libertará” (v. 32).    trou com Jesus no templo, o Senhor se re-
     Os fariseus sofriam de cegueira, uma      velou a ele como o Messias, e o homem o
cegueira diferente. Mais adiante, no episó-    aceitou pela fé como seu Salvador. O ado-
dio do cego de nascença que Jesus curou,       rou, isto é, caiu prostrado a seus pés. Jesus
ele vai dizer aos fariseus: “Agora como di-    viu na cegueira daquele homem a oportu-
zeis: Nós vemos, permanece o vosso peca-       nidade para demonstrar a compaixão no
do” (9.41). Os fariseus tinham uma falsa       tempo presente (dia), a partir da fé nele. O
concepção de Deus. Ocultavam sua quali-        convite é feito aos discípulos, como a nós
dade de Pai, o seu amor para com os ho-        também: que façamos as obras daquele
mens e o seu desígnio de lhes dar vida ple-    que o enviou ao mundo.

                                                                    ABR.MAI.JUN DE 2012 • 17
EBD          • Domingo, 13 de maio de 2012•                    ESTUDO 7
                                                                    Texto bíblico:

         Jesus,                                                        João 10



      o Bom Pastor
                                                                     Texto áureo:
                                                                      João 10.14


    Não deve haver imagem mais marcan-         porta, ou seja, segue o plano estabelecido
te do que a que Jesus empregou para seu        por Deus. Os falsos líderes religiosos não
ministério de salvação do que a de um          atuavam segundo a vontade de Deus, pois,
pastor de ovelhas. Ele não somente a usou      se desejassem fazê-lo, teriam que reconhe-
para designar sua missão e sua maneira de      cer Jesus como o Messias, que veio para
atuar mas, também, se identificou como         guiar o povo para a vida eterna.
singular, como o único que pode receber
a qualificação de “bom”. As expressões:            2) Jesus assume o papel de modelo e
pastor e pastorear já eram conhecidas no       de guia. Ele vai adiante de suas ovelhas.
Antigo Testamento, aplicadas à natureza        Ele oferece um verdadeiro relacionamento
e à missão dos chefes em relação ao povo       com base na verdade que ele representa: as
ao qual lhes competia dirigir. Além de se      ovelhas ouvem a sua voz e ele chama pelo
intitular “pastor”, Jesus se distinguiu como   nome as suas ovelhas (v. 3). O relaciona-
único, dizendo “Eu sou o bom pastor”.          mento é mantido pela fé.

    1. Jesus como o Bom Pastor (Jo 10.1-           3) Ele dá a vida pelas suas ovelhas
7) – Este capítulo está na sequência da        (10.11-21). Ele é o Messias de direito e de
discussão de Jesus com as autoridades ju-      fato. Neste papel, ele se entrega pelas ove-
daicas, como consequência de ter curado        lhas e lhes abre a porta para a salvação: “Eu
o cego de nascença num sábado. Ele os          sou a porta das ovelhas” (v. 17). Com es-
declarou como cegos que pensavam ver,          tas palavras João apresenta o aspecto subs-
por isso permaneciam no seu pecado e os        titutivo da missão de Jesus, no objetivo de
qualificou, juntamente com todos os che-       libertar o homem da opressão do pecado,
fes religiosos, como falsos pastores, como     em sua morte de cruz. Ele, como pastor,
ladrões e salteadores, porque eram pessoas     é também a porta do aprisco e os que en-
que desprezavam a porta de entrada para        tram por ele encontram alimento. Crer
o reino de Deus, e queriam dirigir o povo      nele é figurado por entrar por ele, que é a
com falsos conceitos e falsa autoridade.       porta. Portanto, para viver é preciso crer
    Em que Jesus diferenciava de todos os      naquele que dá a vida pelas suas ovelhas.
outros “pastores”, ou seja, o que o definia        Ninguém tomaria a vida de Jesus. Sua
como o Bom Pastor?                             morte não seria acidental na história. Ele
                                               não entraria na história como um mártir
     1) Primeiro, Jesus estava em consonân-    assassinado. Ele é o próprio autor da vida.
cia com os propósitos do Pai: ele entra pela   Por isso, ele explicou: “ninguém a tira de
18 • PALAVRA E VIDA
mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho           provocar a fé e, consequentemente, trazer
poder para dá-la e para tornar a tomá-la”       vida e liberdade ante a morte, o pecado e o
(v. 18). Assim, referiu-se à sua ressurreição   mal. As obras realizadas em nome do Pai
sob seu próprio poder.                          comunicam a unidade moral de vontade
                                                entre Deus e Jesus.
    2. A abrangência do rebanho do Bom              Jesus reafirmou que é o Filho de Deus,
Pastor (v. 16) – O que Jesus quis dizer         e que deviam crer nele por causa de suas
com “outras ovelhas que não são deste           obras. Por afirmar que o Pai estava nele, e
aprisco”? Literalmente, deveríamos enten-       ele no Pai, os fariseus quiseram novamente
der a citação como prenúncio da missão          prendê-lo, mas Jesus saiu do meio deles,
aos gentios. O propósito da expressão é         e se retirou para além do Jordão, onde
apontar para a necessidade do mundo que         muitos creram nele, porque viam que, por
jaz no Maligno (1Jo 5.19) em conhecer Je-       suas obras, era verdadeiro o testemunho
sus como Salvador e Senhor sem distinção        de João Batista sobre ele, e ali ficou algum
alguma. Por outro lado, a expressão nos         tempo, até que as irmãs de Lázaro o man-
coloca frente com a tarefa de evangeliza-       daram chamar por causa da sua enfermida-
ção e missões, responsabilidades da igreja      de (10.39-42).
como sacerdócio real a serviço do Messias.
O rebanho do Bom Pastor não abrangeria
                                                     APLICAÇÕES PARA A VIDA
apenas o povo hebreu, mas se estenderia a
todo o mundo.
                                                    1. É importante saber que temos Jesus
    3. As provas de que Jesus, o Bom Pastor,    a nos comunicar a vida eterna. Não pode
é o Messias (10.22-42) – Alguns, repor-         haver dúvida da autoridade de Cristo para
tando-se aos sinais que Jesus tinha feito,      cumprir sua promessa. As figuras do pas-
principalmente a cura do cego de nascen-        tor e da porta abrem um caminho para a
ça, demonstravam-se impressionados por          comunhão com ele.
seu ensino (v. 21), mas outros insistiam na         2. Ter Jesus como Pastor é: (1) superar
acusação de possessão demoníaca. As con-        as barreiras instituídas pelo pecado, res-
trovérsias prosseguem. Do versículo 21 ao       ponsáveis pela existência humana afastada
22 há um intervalo de tempo. Agora, o           de Deus e de suas promessas; (2) reconhe-
ambiente já é o de outra festa em Jerusa-       cer estar vivendo pela fé em Cristo, e não
lém, a festa da Dedicação, que ocorria no       pelos próprios méritos, como julgavam os
inverno, três meses depois da festa dos Ta-     debatedores de Jesus, que se apegavam à le-
bernáculos. “Se tu és o Cristo, dize-no-lo      tra da lei; (3) saber que a ressurreição não
abertamente” (v. 24). Em sua resposta, Je-      é o começo da vida eterna, mas a certeza
sus ressaltou que já o vinha afirmando, há      dela, porque Jesus, no seu estado de exal-
tempos, mas sem obter a devida aceitação.       tação, já a fez realidade, pela comunicação
Então, aponta, como principal argumen-          do Espírito da vida em nós.
to para provar sua natureza e sua missão            3. Nosso dever é passar adiante estas
messiânica, para as obras realizadas por ele    realidades, para que muitos outros possam
em nome do Pai. O objetivo das manifes-         crer em Jesus, e passem a fazer parte de seu
tações e milagres realizados por Jesus era      rebanho.

                                                                    ABR.MAI.JUN DE 2012 • 19
EBD          • Domingo, 20 de maio de 2012•                    ESTUDO 8

        A chegada a
                                                                    Texto bíblico:
                                                                     João 11 e 12



         Jerusalém
                                                                     Texto áureo:
                                                                    João 11.25,26



    Tendo se retirado para a Pereia, depois    de poder sobre a morte não se daria com
que o quiseram prender na Judeia, Jesus        a cura da enfermidade de Lázaro, mas com
desenvolve um curto ministério nessa re-       sua ressurreição.
gião, interrompido pela morte de Lázaro.           Os discípulos de Jesus temeram voltar
Ele viaja de volta para Betânia e ressuscita   a Betânia, muito próxima de Jerusalém,
Lázaro. Os judeus confabulam para matá-lo      onde os fariseus já tinham tentado matar
e, por isso, Jesus se retira para Efraim com   Jesus. Mas Tomé, corajosamente, desafia
seus discípulos, seis dias antes da Páscoa;    os outros apóstolos: “Vamos nós também
volta a Betânia para participar de uma ceia    para morrermos com ele” (11.16).
oferecida a ele. Aí tem seus pés ungidos por       Ao chegar, Jesus deparou com a tristeza
Maria. No dia seguinte, entra triunfalmen-     pela morte de Lázaro. E, vendo chorar Maria
te em Jerusalém, que ficava a três quilôme-    e os judeus que estavam com ela, moveu-se
tros apenas de Betânia. Uns gregos querem      em espírito e se perturbou. Então, Jesus cho-
conhecê-lo, e Jesus dá testemunho de sua       rou (v. 32-35). Jesus era homem como nós,
missão como luz do mundo e Salvador, cor-      com sentimentos. Comover-se em espírito,
roborado por uma voz do céu, que a multi-      segundo o verbo grego empregado, é “ge-
dão ouviu como um trovão, e Jesus define,      mer”; e perturbar-se é “agitar-se”, indicando
mais uma vez sua missão: ”Porque eu vim,       uma reação externa, que transparece no ver-
não para julgar o mundo, mas para salvar o     bo “chorou”. Ao mesmo tempo em que era
mundo” (12.47). Aproximava-se o final do       homem com emoções, era Deus, o Logos
ministério terreno de Jesus.                   encarnado, em toda a sua glória e majestade.

    1. A ressurreição de Lázaro (Jo 11.1-          2. O poder de Jesus sobre a morte (11.23-
45) – O milagre da ressurreição de Lázaro      44) – Desde a entrada do pecado no mun-
aponta para a glória de Deus porquanto         do, a morte é o inimigo principal do ho-
demonstra o seu poder de dar vida a partir     mem. Nesta passagem, Jesus demonstra
do presente. A demora de Jesus em ir até       sua autoridade sobre a morte ao ressuscitar
Betânia para socorrer Lázaro, que estava       Lázaro.
enfermo, segundo mensagem que lhe en-              “Teu irmão há de ressuscitar” (v. 23). A
viaram suas irmãs Marta e Maria, está nos      afirmação de Jesus não deixa dúvidas. Ele é
versículos 6 a 10. É que a obra de Deus        o EU SOU, o Senhor da vida. Ao afirmar
tem seu tempo certo para ser realizada. A      “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em
glorificação de Deus pela demonstração         mim, ainda que morra viverá”, Jesus articula

20 • PALAVRA E VIDA
a verdade ulterior desse relato, ao plano de       tato com alguns gregos que vieram ao seu
todo o livro de João: na vida, morte e res-        encontro.
surreição de Jesus é que o homem encontra              “Ramos de palmeiras” (v. 13). Segun-
vida (ainda que esteja morto).                     do Levítico 23.40, os ramos de palmeiras
     “Crês tu isto?” (v. 26). Estaria Jesus tes-   eram usados para celebrar a festa dos ta-
tando a fé de Marta, ou desejava que a respos-     bernáculos. No período interbíblico, os
ta dela servisse de testemunho aos presentes,      macabeus usaram ramos de palmeiras para
de modo a confirmar sua condição de Mes-           celebrar a libertação do templo e da cidade
sias, uma vez realizado o milagre? O certo é       dos conquistadores sírios. Agora, a multi-
que nós, como crentes em Jesus, somos de-          dão usa os ramos de palmeiras para saudar
safiados a expressar nossa fé diante dos mais      Jesus como rei e Messias. Provavelmente,
intricados problemas com que defrontamos.          os ramos eram para sugerir a Jesus que
     O milagre da ressurreição de Lázaro           fizesse a mesma coisa: libertar o povo de
foi realizado para testemunho aos presen-          Israel dos dominadores romanos.
tes do poder de Deus para salvar mediante              Para cumprimento de uma profecia mes-
a fé de seus seguidores (v. 42).                   siânica, que se encontra em Zacarias 9.9, Jesus
     Por causa da ressurreição de Lázaro, os       entrou na cidade montado em um jumento.
judeus passaram a planejar a morte de Je-              Procurado pelos gregos, Jesus mais
sus, por isso, ele se retirou para Efraim com      uma vez testemunhou de sua missão (v.
seus discípulos (v. 54), e voltou a Betânia        44-50). Foi o último sermão público de Je-
seis dias antes da páscoa, para uma ceia na        sus procurando levar os ouvintes a crerem
casa de Lázaro, Marta e Maria. Durante a           nele para alcançarem a vida eterna.
ceia, Maria unge os pés de Jesus, simbolica-
mente preparando-o para a morte. Judas,                 APLICAÇÕES PARA A VIDA
ganancioso e avaro, protestou contra aque-
le gasto, mas Jesus elogiou o procedimento             1. Jesus é a ressurreição e a vida. Ele
de Maria (12.1-11). Muita gente foi ao lo-         prometeu que no último dia ressuscitará
cal, porque queria ver Jesus e também atra-        a todos os que lhe pertencem. Esta con-
ída pelo sobrenatural de ver o homem que           vicção de fé é a nossa grande esperança e
fora morto e estava vivo. E muitos creram          consolo. Perseveremos.
em Jesus. Mas os fariseus decidiram que                2. A mensagem que Jesus pregou em
matariam Jesus, e também Lázaro, porque,           Jerusalém sobre sua missão é a mesma que
vendo-o ressuscitado, muitos estavam se            precisamos continuar anunciando sem
convertendo a Jesus (v. 10,11).                    cessar: que ele é o Filho de Deus e veio a
                                                   este mundo para oferecer a vida eterna a
    3. A entrada triunfal de Jesus em Jerusa-      quem crer nele.
lém (12.12-33) – Nesta passagem, o após-               3. Jesus Cristo, o Messias, o Filho de
tolo João apresenta os eventos finais do           Deus, é a luz do mundo. Insistir em não
ministério público de Jesus, antes de seu          crer nele é andar em trevas. E isto resulta
julgamento, condenação e crucificação.             na morte, que é a condenação eterna. Cada
Dois destes relatos têm bastante impor-            crente precisa testemunhar de Jesus como
tância para o propósito do autor do Evan-          a luz do mundo, para que outras pessoas
gelho: a entrada triunfal de Jesus e seu con-      sejam salvas.

                                                                         ABR.MAI.JUN DE 2012 • 21
EBD          • Domingo, 27 de maio de 2012•                     ESTUDO 9
                                                                     Texto bíblico:


      Um momento                                                        João 13

                                                                      Texto áureo:

         difícil                                                       João 13.21


    Há momentos na vida em que os so-            servos que lavavam os pés dos convidados.
frimentos são insuportáveis. Jesus também        Jesus ocupou esse lugar de serviço.
os enfrentou. O momento de ele passar                Ele sabia que estava para deixar este
desta vida para o Pai estava se aproximan-       mundo, e que a continuação de seu traba-
do. Então, ele se reuniu com os apóstolos        lho estaria com os seus discípulos. Esta-
num cenáculo cedido por pessoas amigas,          riam eles prontos para continuarem? Ele
para comemorar a Páscoa com eles. Essa           sabia que necessitariam de coesão, e que a
ceia aconteceu no dia 15 do mês judaico          coesão depende do relacionamento e que
de Nisan. Era a última ceia de seu minis-        o relacionamento depende do amor. E o
tério terreno. Possivelmente, seus discípu-      amor está diretamente ligado à submissão.
los já sentiam no ar o clima tenso de que        Assim, ao lavar os pés aos discípulos, pro-
algo terrível aconteceria. Antes, em um          clamou uma das maiores mensagens que
discurso, ele já lhes havia dito que ele teria   seus discípulos jamais haviam ouvido e
que ir a Jerusalém, ser maltratado, morto        visto. E ordenou: “Assim como eu fiz com
e ressuscitar ao terceiro dia: “Desde então      vocês, façam o mesmo uns aos outros”.
começou Jesus a mostrar aos seus discípu-             A mensagem é que devemos servir uns
los que convinha ir a Jerusalém, e padecer       aos outros, porque é servindo que se pra-
muito dos anciãos e dos principais dos sa-       tica o amor. Os seguidores de Jesus Cristo
cerdotes, e dos escribas, e ser morto, e res-    haveriam de se tornar conhecidos em vir-
suscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21). Du-        tude de darem a face outra vez, em virtu-
rante essa ceia, Jesus lhes deu uma grande       de de servirem uns aos outros. Por causa
lição de humildade e lhes deu instruções         disso, muitas vezes, nos consideram fracos
sobre a necessidade de se amarem uns aos         e medrosos, mas Deus demonstra, insis-
outros. Ao final dessa ceia, tendo Judas         tentemente, que é na fraqueza que ele faz
saído para o trair (v. 30), Jesus instituiu      a força. Seu poder se aperfeiçoa na nossa
sua própria ceia, memorial de sua morte e        pequenez.
anúncio de sua ressurreição, que até hoje            O procedimento de Jesus não foi para
os cristãos comemoram.                           instituir um hábito litúrgico, semelhante
                                                 ao que praticam alguns grupos de religio-
    1. Uma lição de humildade (Jo 13.1-          sos, com o chamado lava-pés. Seu proce-
20) – Acabada a ceia pascal, e tendo Judas       dimento foi para ilustrar a mensagem que
já determinado trair o Mestre, Jesus se le-      desejava inculcar nos corações dos seus
vantou da mesa, e começou a lavar os pés         discípulos, isto é, que fossem humildes e
aos discípulos. Era costume o anfitrião ter      servissem uns aos outros.
22 • PALAVRA E VIDA
2. Um convite ao amor mútuo (Jo 13.18-     nhecerão que sois meus discípulos, se vos
30) – A pergunta que poderíamos fazer é        amardes uns aos outros” (v. 34,35). Nes-
como alguém poderia trair Jesus, que só pen-   sas palavras de despedida, Jesus anunciou
sava em ajudar as pessoas? Curava, pregava e   sua morte, ainda numa linguagem velada.
ensinava em todo tempo. Ainda, assim, um       Seus discípulos não compreendiam clara-
dos seus discípulos o traiu.                   mente o que iria acontecer. Por isso, Pe-
    Eu poderia apontar algumas respos-         dro pronunciou algumas palavras, misto
tas. Uma delas é que o evangelista regis-      de coragem e fanfarra que iria terminar
tra que a traição era um cumprimento da        na tríplice negação que viria breve. Jesus
Escritura do Antigo Testamento, que já         não negou que Pedro morreria por amor
previa que a traição acompanharia o Un-        a ele, mas isso não seria naquele momen-
gido de Deus (Sl 41.10). Para as igrejas       to. Ele o trairia, mas seria restaurado, e
que nasceram da pregação dos primeiros         daria sua vida por Jesus num futuro ainda
apóstolos, esta era mais uma evidência         distante, depois da plantação de muitas
nas Escrituras de que Jesus era, realmente,    igrejas e do crescimento das comunidades
o enviado de Deus.                             cristãs pelo império romano.
    Os outros Evangelhos narram que Judas
procurou os adversários de Jesus e o vendeu         APLICAÇÕES PARA A VIDA
por 30 moedas. A ganância estaria por trás
da traição. O dinheiro aparece como base            1. Jesus morreu para que cada um, ao
de quase todas as traições. O apóstolo Paulo   ser salvo por ele, fosse inserido numa igre-
ensinou que “o amor ao dinheiro é a raiz de    ja, seu corpo, que é uma comunidade de fé.
todos os males” (1Tm 6.10).
    Outras respostas poderiam ser dadas,           2. A natureza da igreja é a vida comu-
mas a essência de todas elas é a fraqueza      nitária. Ser igreja implica estar em Cristo
humana. Pedro, de certa forma, também          e, ao mesmo tempo, estar unidos em um
traiu Jesus ao negá-lo por três vezes. No      mesmo propósito: proclamar a mensagem
caso de Pedro, Jesus o perdoou e, mais tar-    de salvação trazida pelo evangelho.
de, ele foi restaurado por Jesus em seu mi-
nistério, mas Judas, nem deu tempo para
isso, porque praticou o suicídio.                  3. Não podemos viver numa igreja como
                                               se o outro simplesmente não existisse. As
     3. A solene despedida (Jo 13.31-34)       pessoas, à nossa volta, devem nos reco-
– Chega, finalmente, a hora da despedida.      nhecer pelo amor que praticamos pelos
Jesus está para partir. Ele instituiu a ceia   irmãos.
memorial de sua morte. Depois que Judas
saiu, para o vender, ele disse: “Agora o Fi-       4. Numa época de crise, é possível que
lho do homem é glorificado, e Deus é glo-      as pessoas vivam tão preocupadas com
rificado nele”, e a seguir lhes deu o novo     suas próprias vidas que não percebam o
mandamento: “Um novo mandamento                sofrimento do irmão ao lado. Precisamos
vos dou: Que vos ameis uns aos outros          estar atentos a isto para que cumpramos o
como eu vos amei a vós, que também vós         mandamento de Jesus: Que nos amemos
uns aos outros vos ameis. Nisto todos co-      uns aos outros, como ele nos amou.

                                                                   ABR.MAI.JUN DE 2012 • 23
EBD         • Domingo, 3 de junho de 2012•                       ESTUDO 10

    A promessa do
                                                                       Texto bíblico:
                                                                        João 14 e 15
                                                                        Texto áureo:

    Espírito Santo                                                       João 14.16



    No fim da última ceia, tendo Jesus falado     co, de consumação do reino de Deus com
a respeito de sua partida para o Pai, os discí-   sua volta. Jesus tranquilizou os discípulos
pulos ficaram desolados, pensando em como         quanto ao caminho para o lugar para onde
viveriam sem a presença do Senhor amado.          iria partir, dizendo que ele mesmo é o ca-
Como haveriam de viver sem suas palavras          minho, a verdade e a vida. Basta crer nele e
de conforto, sem seus ensinos? Jesus os con-      tudo está bem. Filipe interrompe, queren-
solou, prometendo que mandaria o Espírito         do ver o Pai, e Jesus explica que quem o vê
Santo, para não os deixar órfãos. Não os dei-     está vendo o Pai. Sua união com o Pai é as-
xaria sozinhos. Nunca os tinha abandonado,        segurada pelas obras que ele realizou. E os
e não os abandonaria agora. É este o ensino       discípulos realizariam obras maiores, uma
central dos capítulos 14 e 15. Neste estudo,      vez que lhes mandaria o Espírito Santo e,
vamos analisar a pessoa do Espírito Santo         além disso, tinham o recurso da oração
como Ajudador, Intérprete e Testemunha.           para pedirem ao Pai o que precisassem.
    No próximo estudo, abordaremos ain-
da sobre o Espírito Santo, no capítulo 16,            2. O Espírito Santo como Parácleto
a respeito de suas funções de Parácleto, En-      (14.16-18) – O Espírito Santo é chamado
sinador e Testemunha; e a oração de Jesus         de Parácleto e de Espírito de Verdade. Pará-
pelos discípulos, no capítulo 17.                 cleto é uma palavra grega que tem o sentido
                                                  original de “alguém chamado para ficar ao
     1. Cristo conforta os discípulos (14.1-      lado de uma pessoa para ajudá-la de qual-
15) – A promessa de enviar o Espírito San-        quer modo, para defendê-la em processos,
to faz parte das palavras de consolação de        como um amigo no tribunal”. No versículo
Jesus ditas aos seus discípulos quando, no        16, Jesus menciona outro Ajudador, o que
fim da última ceia, falou-lhes a respeito de      nos dá a entender que os discípulos já ti-
sua partida para o Pai.                           nham um, que só pode ser ele mesmo. Em
     Com palavras de ternura e compaixão,         1João 2.1, Jesus é chamado de nosso “Pará-
ordenou aos seus discípulos que não tives-        cleto junto ao Pai”, onde a palavra é tradu-
sem medo: eles criam em Deus, e que con-          zida apropriadamente por “advogado”. Jesus
fiassem, também, nele. Ele está indo prepa-       tinha sido o Parácleto dos discípulos aqui
rar lugar para, depois, levar para junto de si    na terra. Ele tinha combatido por eles, aju-
os que creem nele. Essa promessa pode ser         dando-os. Eles puderam aprender com sua
referência ao momento da morte de cada            orientação e apoio; só que agora estava pres-
crente, ou pode ter o sentido escatológi-         tes a deixá-los. Mas, não os deixaria órfãos.

24 • PALAVRA E VIDA
Mandaria outro Consolador (Ajudador)                 essa união com ele; é uma união íntima. Não
para estar nos discípulos. Não apenas com            pode haver união mais estreita e íntima do que
eles, mas neles e permanentemente.                   a união entre a videira e seus ramos.
                                                          Nos versículos 26 e 27 Jesus volta a fazer a
     3. O Espírito Santo como Ensinador (Jo          promessa de enviar o Espírito Santo, o qual viria
14.26-31) – Os discípulos poderiam contar            para dar testemunho dele. O testemunho que
com a presença do Espírito Santo para exercer        Jesus tinha dado, com suas palavras e suas obras,
uma função didática, educadora. Ele os capa-         não cessaria quando ele não estivesse mais neste
citaria para se lembrarem dos ensinos de Jesus       mundo. O Espírito Santo assumiria este mi-
e os faria compreender tudo. Em outras pala-         nistério de testemunhar e o levaria adiante pela
vras, o Espírito Santo lhes serviria de memória      instrumentalidade dos discípulos. O cumpri-
e expositor. Os escritores do Novo Testamen-         mento desta função está exemplificado em Atos
to experimentaram essa atuação do Espírito           5.32, onde Pedro e seu companheiro, diante do
Santo no dia-a-dia das igrejas. Quando havia         sumo sacerdote e do conselho, proclamaram a
necessidades específicas, ele ensinava e mos-        ressurreição e a glorificação de Jesus: “Nós somos
trava a vontade de Deus. É esta a convicção          testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito
de Paulo, quando escreve a Primeira Carta aos        Santo, que Deus outorgou aos que lhe obede-
Coríntios: “...os quais também falamos, não          cem”. O testemunho dos discípulos e do Espíri-
com palavras ensinadas pela sabedoria huma-          to Santo é o mesmo. Ambos testemunham da
na, mas com palavras ensinadas pelo Espírito         obra salvadora de Jesus. Portanto, não pode ha-
Santo, comparando coisas espirituais com es-         ver dúvida, Jesus é de fato o Messias prometido
pirituais” (1Co 2.13).                               de Deus. Testemunha é alguém que viu com os
                                                     próprios olhos, e ouviu com os próprios ouvidos.
     4. O Espírito Santo como Testemunha             Só tem validade para testemunhar quem presen-
(15.1-27) – A promessa do Espírito Santo             ciou os fatos. E esta função de testemunhar, que
foi intercalada com um ensino precioso para          o Espírito Santo continuaria a exercer perma-
os discípulos, para lhes restaurar a confiança,      nentemente, revela que Jesus é o único Salvador.
a segurança, a fé e a esperança. Jesus mostrou       Um significado mais amplo do testemunho do
que nada nesta vida, nenhuma circunstância           Espírito Santo é indicado em 1João 5.6: “O Es-
pode separar o seu discípulo da comunhão             pírito é o que dá testemunho, porque o Espírito
com ele, ao mesmo tempo deixa bem claro              Santo é a verdade”.
que o sucesso como obreiros cristãos dependia
da união com ele. Para deixar isto bem claro,              APLICAÇÃO PARA A VIDA
usou a figura da videira, tão conhecida de seus
discípulos como moradores da Palestina. O                O Espírito Santo prometido foi der-
ensino dos versículos 1 a 25 é sobre a comu-         ramado no dia de Pentecostes (At 2) so-
nhão com Cristo, que ele ilustrou com três           bre a igreja, e de lá para cá todos os que se
figuras: a videira, o agricultor e os ramos da vi-   convertem a Jesus Cristo como Salvador
deira. Esta comunhão com Cristo é espiritual,        o recebem no momento quando abrem o
é a união da vida divina com a vida humana,          coração para Jesus. Vivemos, pensamos e
e é real e vital, não sendo um assunto de mera       agimos sob sua ajuda. Conscientes disto,
afiliação a alguma organização. É uma união          santifiquemo-nos e sejamos corajosos em
mútua, porque devemos consentir em aceitar           testemunhar de nossa fé.

                                                                            ABR.MAI.JUN DE 2012 • 25
EBD            • Domingo, 10 de junho de 2012•                       ESTUDO 11

        As funções do                                                    Texto bíblico:

       Espírito Santo e
                                                                          João 16 e 17



       a oração pelos
                                                                         Texto áureo:
                                                                         João 16.8-11


          discípulos
    A referência ao Espírito Santo nos dois        justiça que nos foi imputada, para sermos
capítulos estudados na lição anterior (14 e        salvos; 3) Quanto ao juízo: o Espírito San-
15) evolui, no capítulo 16, para uma expo-         to é quem viria trazer luz ao fato de que o
sição mais ampla das funções do Espírito           juízo de Deus é uma realidade cósmica.
Santo, que são três. Depois de consolar os         Ninguém pode cometer injustiças e ficar
discípulos e prometer o Espírito Santo, Je-        impune. Existe o juízo de Deus. O próprio
sus orou por eles e pelos que haveriam de          Diabo, que é o príncipe deste mundo, está
crer (cap. 17).                                    julgado pelo juízo de Deus. Os homens
                                                   não podem fazer o mal e ficar por isso mes-
     1. Convencer o mundo (16.7-11) – O            mo. Com este convencimento, o Espírito
verbo grego traduzido por convencer tem o          Santo desperta nos pecadores o desejo de
sentido de trazer à luz, levar a uma convicção.    buscar perdão para seus pecados. Dessas
O Espírito Santo leva os pecadores à convic-       três maneiras o Espírito Santo confronta o
ção de três realidades: pecado, justiça e juízo.   mundo com a necessidade urgente de uma
     1) Quanto ao pecado: o pecado con-            mudança radical em sua forma de viver e de
siste em não crer em Jesus como o Filho de         se relacionar com Deus a partir de sua nova
Deus, e é isto que leva o pecador à conde-         maneira de ver o pecado, a justiça e o juízo.
nação. Os pecadores não reconhecem seu
estado de afastados de Deus e condenados                2. Guiar o crente (16.12-14) – Em rela-
(Rm 3.23) até que o Espírito Santo os con-         ção aos convertidos, que formam a igreja de
vença disto. Somente ele pode fazer isto.          Cristo, a função do Espírito Santo é guiá-los
Portanto, o Espírito Santo ajuda o pecador         em toda a verdade. Durante seu curto mi-
a ver que precisa se arrepender e crer. 2)         nistério, Jesus sabia que os discípulos não se
Quanto à justiça: o Espírito Santo corrige a       apropriaram de toda a verdade, de todos os
ideia errada de que a justiça não foi vista na     mistérios que ele procurou ensinar. Mas os
cruz de Cristo. Os críticos da época criam         discípulos não ficariam com verdades pela
que Jesus era injusto e merecedor de mor-          metade ou com uma compreensão superfi-
rer; e que matar Jesus agradava a Deus. O          cial. O Espírito Santo os levaria a uma com-
Espírito Santo viria para levar os pecado-         preensão aprofundada e completa dos mis-
res à convicção de que Jesus é a verdadeira        térios de Deus. Esta obra continua sendo
26 • PALAVRA E VIDA
feita no meio da igreja de Cristo. O Senhor          tempo em que lhes dava uma tarefa espe-
sabia que as sementes da verdade semeadas            cial. A oração tem três partes:
naqueles rudes corações germinariam sob                   1) Oração por si mesmo: pediu ao Pai
orientação do Espírito Santo. Nenhum                 para ser glorificado. Embora sendo Deus,
homem chega à compreensão e percepção                na encarnação, Jesus teve de experimentar
das verdades eternas sem a ajuda do Con-             a humilhação por levar sobre si a conde-
solador. É impossível alcançar o alvo maior          nação de nosso pecado. Sua glorificação se
de Deus para nossa vida sem ele. Nenhum              daria na cruz e na sua ressurreição. A cruz
obstáculo será demasiado alto, nenhuma               era a passagem obrigatória para a glória da
carga demasiada pesada, nenhum problema              ressurreição e ascensão ao céu aprovado em
demasiado grande, pois Deus, por meio do             sua obra de Redentor. Deus glorificou a Je-
Espírito Santo, tem provido uma maneira              sus ao lhe conceder a autoridade de poder
segura de vitória para os crentes.                   morrer pelos pecados do mundo e procla-
                                                     mar a toda a humanidade a graciosa oferta
     3. Glorificar a Jesus (16.14) – Glorificar      de salvação da parte do Pai, ao mesmo tem-
é tornar visível a realidade majestática de Jesus.   po em que o Filho glorificaria o Pai.
É celebrar, dignificar, exaltar. É o Espírito San-        2) Oração pelos discípulos: nesta parte,
to quem torna Jesus Cristo entendido, visto          Jesus destaca três pontos principais: a) que
em sua verdadeira natureza de poder e glória,        Deus os guardasse; b) que Deus os conser-
como o Filho de Deus e nosso Redentor. E ele         vasse em unidade, a fim de que pudessem
desempenha esta função ouvindo de Jesus e            mostrar de forma visível a mesma unidade
anunciando aos servos de Deus, permanen-             que sempre existiu entre o Filho e o Pai;
temente, os pensamentos, os sentimentos e a          desavença na igreja é a mais perigosa arma
vontade de Deus manifestados em Jesus Cris-          contra o evangelho de Jesus; c) que os discí-
to. Pela atuação do Espírito Santo, a pessoa de      pulos fossem santificados na verdade.
Jesus é cada vez mais engrandecida no seio da             3) Oração pelos futuros discípulos (v.
igreja; e cada vez mais se espalha pelo mundo,       20-24): isto é, por todos os que viriam a
à medida que multiplicamos a obra missioná-          crer nele. Jesus pede para que eles, também,
ria, anunciando o seu evangelho.                     vivessem em unidade, assim como ele e o
                                                     Pai são um em unidade, e que desenvolves-
    4. A oração de Jesus pelos discípulos            sem a mesma missão de testemunho.
(cap. 17) – Depois de prometer que man-
daria o Espírito Santo e de ensinar sobre                 APLICAÇÕES PARA A VIDA
suas funções, Jesus concluiu seu discurso
de consolação aos crentes, exortando-os                  1. A obra de evangelização é feita pelos
a terem coragem e bom ânimo, dizendo:                discípulos de Jesus, usados como instru-
“No mundo tereis aflições, mas tende bom             mentos de Deus.
ânimo, eu venci o mundo”.                                2. Há muitos modismos e falsificações
     Após a promessa do Espírito Santo e             do evangelho. A verdade é uma só: a que é
do encorajamento, os discípulos ouviram a            ensinada pelo Espírito Santo.
mais profunda e íntima oração de Jesus em                3. Jesus orou por nós. Esta é uma ver-
que ele reforçou, mais uma vez, a seguran-           dade que, além de elevar a nossa autoesti-
ça da presença divina entre eles ao mesmo            ma, traz para nós segurança e alegria.

                                                                          ABR.MAI.JUN DE 2012 • 27
EBD          • Domingo, 17 de junho de 2012•                     ESTUDO 12
                                                                      Texto bíblico:

   Sofrimento e                                                        João 18 e 19



  morte de Jesus
                                                                       Texto áureo:
                                                                        João 19.30


    Estes dois capítulos poderiam ser con-       600 soldados; além deles, foram alguns
siderados como o clímax do sofrimento de         judeus, guardas do templo. Levavam lan-
Jesus, pois nos lembram o sangue, o suor e       ternas, tochas e armas. Talvez pensassem
as costelas vazadas pela lança do soldado        que Jesus tivesse um exército para lutar por
romano, no Calvário. Os dois capítulos           ele, daí o aparato; 3) Jesus manteve sereni-
são os mais tristes mas, graças a Deus, eles     dade, e diante da soldadesca que se aproxi-
não fecham a história. Passando aos capí-        mou, perguntou a quem procuravam, e se
tulos 20 e 21 encontramos os relatos da          apresentou: “Sou eu”. Então, os soldados
vitória do Messias, pela sua ressurreição e      caíram por terra (18.5). Alguma evidência
subida para os céus. É com este sentimen-        da divindade de Jesus deve ter causado essa
to de vitória que vamos estudar estes capí-      reação; 4) Jesus protegeu os discípulos, or-
tulos que marcaram para sempre a história        denando aos soldados: “Deixai ir estes”; 5)
da humanidade.                                   Pedro, impetuoso, deu um golpe de espada
                                                 no primeiro que pôs as mãos em Jesus, e
    1. A prisão de Jesus no Getsêmane (18.1-     cortou-lhe uma orelha; mas Jesus o curou e
12) – Após a ceia no cenáculo e o discurso       repreendeu a Pedro. Então Jesus foi levado,
de consolação aos discípulos feito pelo Se-      sem nenhuma resistência.
nhor, em que prometeu a vinda do Espírito
Santo, Jesus saiu com seus discípulos para           2. O julgamento e Jesus (18.13-40) –
enfrentar o inimigo. Entre a saída e a prisão,   O julgamento de Jesus ocorreu em duas
que se deu no Getsêmane, houve o episódio        esferas de poder: a esfera dos judeus (o
da oração em que o Senhor, angustiado,           poder religioso), e a esfera dos romanos (o
pediu ao Pai que passasse dele aquele cáli-      poder político de dominação):
ce, narrado pelos outros Evangelhos (Mt              a) O julgamento judeu (18.13-27): Je-
26.36-46; Lc 22.39-46; Mc 14.32-42). João        sus foi conduzido primeiramente a Anás
narra os acontecimentos em cinco mo-             para um interrogatório preliminar. Anás
mentos: 1) Jesus foi para o horto delibera-      não era mais o sumo sacerdote, mas con-
damente porque tinha consciência de que          servava o título, e era sogro do atual, que se
sua hora tinha chegado. Era um lugar que         chamava Caifás. Anás o interrogou sobre
ele frequentava normalmente quando ia a          seus discípulos e sobre sua doutrina. Jesus
Jerusalém; Judas também conhecia o lugar         nada disse sobre os discípulos; e, sobre sua
e podia prever a ida de Jesus para lá; 2) O      doutrina, declarou que todos eles haviam
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Palavra e Vida 2t 2012

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  • 2. Introdução O evangelho de Cristo segundo João Estudaremos, neste trimestre, o Evan- tre eles, destacamos a ressurreição de Cris- gelho de João, também chamado de Quar- to, a família, a missão da igreja no mundo to Evangelho, em virtude da posição que e a volta de Cristo. ocupa no Novo Testamento. Lembramos a todos que, neste trimes- O Evangelho de João contém uma for- tre, a denominação batista comemora o te chamada ao arrependimento e à fé em Dia da Escola Bíblia Dominical, no quarto Jesus Cristo. É um Evangelho abrangente domingo de abril. na mensagem que apresenta e, mais que necessário, é imperativo que as pessoas co- Que Deus abençoe a todos, no estudo nheçam a amplitude dos ensinos de Jesus da Palavra de Deus, neste trimestre. apresentados por João e passem a adotar um estilo de vida em harmonia com ele. Pr. Clemir Fernandes Silva Redator da revista Compromisso O Evangelho de João traz ensinos diri- gidos a todos os povos, em todos os tempos Quem escreveu: os estudos para EBD da história. Logo, traz mensagens para nós, são de três autores: hoje. Discernir a vontade de Deus no trans- 1) Estudos 1 a 4 e 9: Valtair Miranda, curso dos acontecimentos cotidianos não é pastor da Igreja Batista em Neves, São Gon- fácil; afinal, não existe uma receita para tal çalo, RJ; exercício. Esta tarefa é resultado de intimi- dade com Deus, de estudo perseverante e 2) Estudos 5 a 8: Davi Freitas de Car- aprofundado da Bíblia e da sabedoria pes- valho, pastor batista, RJ; soal. O estudo do Evangelho de João nos 3) Estudos 10 a 13: Solange Cardoso ajuda a entender a vontade de Deus para A. d’Almeida, Coordenadora Editorial da nossa vida e nossa relação com o próximo. JUERP. Quanto aos estudos da DCC, cada um deles leva o nome de seu autor. Em relação às uniões de adultos, os assuntos para estudo, em sua diversidade, Os estudos são condensações e adapta- também abordam realidades que visam ao ções de estudos anteriores, publicados na crescimento e edificação dos adultos. Den- revista “Compromisso”. 1 • PALAVRA E VIDA
  • 3. Sumário Introdução........................................................................................ 1 Sumário e expediente...................................................................... 2 Leituras diárias................................................................................. 3 Apresentação dos estudos da EBD................................................ 4 Estudos 1 a 13 da EBD................................................................... 6 Informação denominacional.......................................................... 32 Divisão de Crescimento Cristão.................................................... 35 Estudos 1 a 13 da DCC................................................................. 36 Expediente Conselho Editorial Carrie Lemos Gonçalves, Celso Aloísio Santos Barbosa, Ebenézer Soares Ferreira, Gilton Palavra e Vida M.Vieira, Ivone Boechat de Oliveira, João Reinaldo Purim, José A. S. Bittencourt, Lael d’Almeida, Margarida Lemos Gonçalves, Pedro Moura, Roberto Alves de Souza e Silvino ISSN 1984-8714 Carlos Figueira Netto Coordenação Editorial Solange Cardoso de Abreu d’Almeida (RP/16897) Ano X – N° 46 – 2T/2012 Redação Esta é uma revista especial da JUERP, editada Coordenação Editorial da JUERP em convênio com as Convenções Estaduais, voltada para o ensino da EBD e da DCC Conselho Geral da CBB para adultos e jovens, nas igrejas de menor Sócrates Oliveira de Souza número de membros arrolados Produção Editorial Studio Anunciar Publicação trimestral da JUERP Junta de Educação Religiosa e Publicações Produção Gráfica da Convenção Batista Brasileira Willy Assis Produção Gráfica CGC(MF): 33.531.732/0001-67 CX Postal 320 – 20001-970 – Rio de Janeiro, RJ Distribuição Tel.: (21) 2298-0960 e 2298-0966 EBD-1 Marketing e Consultoria Ltda. Telegráfico – BATISTAS Tels. (21) 2104-0044 Eletrônico – editora@juerp.org.br Fax: 0800 216768 Site – www.juerp.org.br Caixa Postal: 28506 – CEP: 21832-970 Outras localidades, ligue grátis: 0800 216768 Direção Geral E-mail: distribuidora@ebd-1.com.br Almir dos Santos Gonçalves Júnior pedidos@ebd-1.com.br Nossa missão: “Viabilizar a co­ pe­ ação entre as igrejas batistas no cumprimento o r de sua missão como comunidade local” 2 • PALAVRA E VIDA
  • 4. Leituras diárias – 2o trimestre de 2012 MARÇO 6 Domingo João 9.28-41 7 Segunda João 10.1-7 8 Terça João 10.8-15 26 Segunda João 1.1-7 9 Quarta João 10.16-21 27 Terça João 1.8-14 10 Quinta João 10.22-30 28 Quarta João 1.15-18 11 Sexta João 10.31-33 29 Quinta João 1.19-27 12 Sábado João 10.34-38 30 Sexta João 1.28-34 13 Domingo João 10.39-42 31 Sábado João 1.35-42 14 Segunda João 11.1-16 15 Terça João 11.17-44 16 Quarta João 11.45-57 ABRIL 17 Quinta João 12.1-11 18 Sexta João 12.12-19 19 Sábado João 12.20-43 1 Domingo João 1.43-51 20 Domingo João 12.44-50 2 Segunda João 2.1-4 21 Segunda João 13.1-11 3 Terça João 2.5-8 22 Terça João 13.12-17 4 Quarta João 2.9-12 23 Quarta João 13.18 –20 5 Quinta João 2.13-15 24 Quinta João 13.21 –26 6 Sexta João 2.16-19 25 Sexta João 13.27-30 7 Sábado João 2.20-22 26 Sábado João 13.31-34 8 Domingo João 2.23-25 27 Domingo João 13.35-38 9 Segunda João 3.1-5 28 Segunda João 14.1-6 10 Terça João 3.6 –10 29 Terça João 14.7-14 11 Quarta João 3.11-15 30 Quarta João 14.15-24 12 Quinta João 3.16-21 31 Quinta João 14.25-31 13 Sexta João 3.22-26 14 Sábado João 3.27-30 15 Domingo João 3.31-36 JUNHO 16 Segunda João 4.1-15 17 Terça João 4.16-30 18 Quarta João 4.31-42 1 Sexta João 15.1-9 19 Quinta João 4.43-54 2 Sábado João 15.10-19 20 Sexta João 5.1-18 3 Domingo João 15.20-27 21 Sábado João 5.19-30 4 Segunda João 16.1-11 22 Domingo João 5.31-47 5 Terça João 16.12-16 23 Segunda João 6.1-15 6 Quarta João 16.17-24 24 Terça João 6.16-21 7 Quinta João 16.25-33 25 Quarta João 6.22.59 8 Sexta João 17.1-10 26 Quinta João 6.60-71 9 Sábado João 17.11-21 27 Sexta João 7.1-9 10 Domingo João 17.22-26 28 Sábado João 7.10-24 11 Segunda João 18.1-12 29 Domingo João 7.25-52 12 Terça João 18.13-27 30 Segunda João 8.1-11 13 Quarta João 18.28-40 14 Quinta João 19.1-16 15 Sexta João 19.17-27 MAIO 16 Sábado João 19.28-37 17 Domingo João 19.38-42 18 Segunda João 20.1-10 19 Terça João 20.11-18 1 Terça João 8.12-24 20 Quarta João 20.19-23 2 Quarta João 8.25-40 21 Quinta João 20.24-31 3 Quinta João 8.41-59 22 Sexta João 21.1-8 4 Sexta João 9.1-14 23 Sábado João 21.9-19 5 Sábado João 9.15-27 24 Domingo João 21.20-2525 ABR.MAI.JUN DE 2012 • 3
  • 5. Apresentação dos estudos da EBD O EVANGELHO DE JOÃO A teologia de Jesus Cristo O Evangelho de João é chamado, tam- JOÃO E OS SINÓTICOS bém, de “Quarto Evangelho”, em virtude de sua colocação na ordem dos Evangelhos O Evangelho de João distingue-se dos no Novo Testamento. Seu autor é o após- demais: Mateus, Marcos e Lucas, que são tolo João. Esta é a opinião universalmente chamados Sinóticos, em virtude de segui- aceita, embora seu nome não seja mencio- rem uma linha de paralelismo na narrativa nado no texto e, embora, haja conjecturas dos episódios da vida de Jesus Cristo, com as divergentes de alguns autores. É que este é mesmas características literárias, enquanto o testemunho da tradição que vem desde João prefere seguir um plano diferente, dei- os primeiros dias do período apostólico da xando a impressão de ter sido escrito com a história do cristianismo. Quanto à data em intenção de complementar os demais. que foi escrito, situa-se entre os anos 95 e O Evangelho de Marcos é o mais anti- 100 d.C., pouco antes da morte de João. go, enquanto o de João é o mais teológico, o mais interpretativo da pessoa, da obra e “Enquanto Lucas e Mateus dos ensinos de Jesus Cristo. Enquanto Lucas e Mateus iniciam seus iniciam seus Evangelhos Evangelhos narrando o nascimento de Je- narrando o nascimento sus, e Marcos inicia focalizando o início do ministério terreno de Jesus, João inicia seu de Jesus, e Marcos inicia Evangelho com a eternidade dele, como o focalizando o início do Verbo de Deus, sendo o próprio Deus que ministério terreno de Jesus, se fez carne. Selecionou sete fatos milagrosos realizados por Jesus e alguns de seus sermões. João inicia seu Evangelho com a eternidade dele, como A FINALIDADE DO EVANGELHO DE JOÃO o Verbo de Deus, sendo o próprio Deus que Quanto à finalidade de seu Evangelho, ele diz, no capítulo 20, versículo 31, refe- se fez carne” rindo-se aos milagres que registrou, que eles 4 • PALAVRA E VIDA
  • 6. “No Evangelho de João, a teologia foi colocada com tanta clareza e simplicidade que todos, inclusive crianças, entendem claramente a grandeza do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, seu Filho” “foram escritos para que creiais que Jesus Cristo é o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. É um Evangelho dirigido a toda a humanidade, com o fim de produzir fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus, para conduzir almas à salvação eter- na. Confirma esta finalidade no versículo conhecido como “o coração da Bíblia”, em Essa preocupação do autor do quarto que ele registrou as seguintes palavras de Evangelho se encontra registrada, também, Jesus: “Porque Deus amou o mundo de tal em sua primeira carta, quando ele diz: “Todo maneira, que deu seu Filho Unigênito, para espírito que confessa que Jesus Cristo veio que todo aquele que nele crê não pereça, mas em carne é de Deus; e todo espírito que não tenha a vida eterna” (Jo 3.16). confessa a Jesus não é de Deus; mas este é o es- pírito do anticristo, do qual já ouvistes que há UMA PREOCUPAÇÃO de vir, e eis que está já no mundo” (1Jo 4.2,3). APOLOGÉTICA A TEOLOGIA DE JOÃO Grassava, no final do período apostó- lico, uma heresia conhecida como gnosti- No Evangelho de João, a teologia foi colo- cismo, que afirmava que Jesus era apenas cada com tanta clareza e simplicidade que to- uma emanação espiritual de Deus, uma dos, inclusive crianças, entendem claramente aparência, não real. João quis combater a grandeza do amor de Deus manifestado em esse desvio da fé; quis mostrar que Jesus Jesus Cristo, seu Filho. Isto explica por que era, historicamente, real, que ele era o pró- tantos, em todo o mundo, o preferem como prio Deus feito carne, Deus feito homem. material destinado à evangelização. ReferênciaS FERREIRA, Ilson. Pastorais do Verbo de Deus – O Evangelho de João. Rio de Janeiro: JUERP, 2004. GONÇALVES JÚNIOR, Almir dos Santos. Em conversa com o Mestre – A teologia de Jesus no Evangelho de João. Rio de Janeiro: JUERP, 2004. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 5
  • 7. EBD • Domingo, 1 de abril de 2012 • ESTUDO 1 Texto bíblico: A revelação João 1.1-54 Texto áureo: de Deus João 1.14 Jesus Cristo é apresentado no Evange- Em vez de começar com o nascimento lho de João como o ser eterno que é Deus de uma criança, João inicia com a criação tornado homem e que é o autor da criação do próprio mundo. No momento em que de todas as coisas, a revelação perfeita de ele foi criado, o Verbo que veio ao mundo Deus e o autor da redenção como o Cor- em forma humana já partilhava da exis- deiro de Deus enviado para ser oferecido tência, e foi, ele próprio, o agente criador em sacrifício para a salvação dos pecado- de todas as coisas. A respeito dessa pessoa res. Ele é, também, a luz do mundo, que os que João apontou como o Verbo de Deus homens rejeitaram, e que conferiu, aos que que se fez carne, o apóstolo Paulo disse: creram nele, o poder de se tornarem filhos “Este é a imagem do Deus invisível, o de Deus. No início do Evangelho, ele já primogênito de toda a criação; pois nele define tudo isto a respeito de Jesus Cristo. foram criadas todas as coisas; nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, se- 1. No princípio era o Verbo – O Evan- jam tronos, sejam soberanias, quer prin- gelho de João se inicia de uma forma com- cipados, quer potestades. Tudo foi criado pletamente diferente da forma dos demais por meio dele e para ele. Ele é antes de Evangelhos. Mateus e Lucas dedicam seus todas as coisas. Nele, tudo subsiste” (Cl primeiros capítulos a narrativas do nasci- 1.15-17). mento e infância de Jesus; Marcos entra diretamente no início de seu ministério 2. João Batista, o precursor – João terreno; João inicia olhando para a eterni- Batista foi o homem mandado por Deus dade, para um momento que ele denomi- para ser o precursor de Jesus; para ser na de “princípio”, e o define como sendo o quem anunciaria sua chegada ao mundo. Verbo eterno de Deus e que era o próprio Sua vinda estava profetizada no Antigo Deus. Aquele homem que fora rejeitado Testamento. Setecentos anos antes do nas- pelo povo, no meio do qual surgiu e atuou, cimento de Jesus, Isaías profetizou: “Voz era o mesmo ser que existia no princípio de do que clama no deserto: Preparai o cami- todas as coisas. O Verbo de Deus é o Lo- nho do Senhor; endireitai no ermo vereda gos eterno, a expressão objetiva de Deus, a nosso Deus” (Is 40.3); e Malaquias, 400 sua palavra, razão, expressão. Com estas anos antes de Jesus, termina o Antigo Tes- palavras, João definia Jesus Cristo como o tamento dizendo: “Eis que envio o meu Deus que se fez carne e habitou entre nós. anjo, que preparará o caminho diante de 6 • PALAVRA E VIDA
  • 8. mim; e de repente virá ao seu templo o o Messias”. Dos que resolveram confiar Senhor a quem vós buscais, o anjo do con- nesse testemunho, destacaram-se André, certo, a quem vós desejais; eis que vem, diz Pedro, Filipe e Natanael. Eram pessoas o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.1). Depois simples, pescadores, geralmente iletrados, de 400 anos de silêncio, durante os quais que até para ouvir a palavra precisavam Deus preparou o mundo para a chamada da ajuda dos escribas, que eram os poucos “plenitude dos tempos” (Gl 4.4), ouviu-se que dominavam a língua hebraica das si- a voz de João Batista pregando no lugar nagogas. Foram estes homens os primei- ermo a chegada do Messias, e batizando ros discípulos de Jesus. todos os que se arrependiam de seus pe- cados. Ele testemunhou a respeito de Je- APLICAÇÕES PARA A VIDA sus Cristo como sendo o Filho de Deus, o Cordeiro que veio para tirar o pecado do 1. Jesus é anunciado por João como mundo. o próprio Deus. Essa mensagem ainda é João Batista era um homem singular. escândalo para muitas pessoas. Tem gente Vivia no deserto, comia gafanhotos e mel que não consegue aceitar que Deus possa silvestre, e se vestia com peles de animais. ter encarnado na forma de uma pessoa e Mas, a sua mensagem causava muito mais vivido no meio dos homens. Mas, escânda- impacto do que sua aparência. Inúmeras lo ou não, essa é a principal mensagem da pessoas vinham até o Jordão para serem igreja de Cristo. Você já reconheceu Jesus batizadas por ele. O murmúrio que cor- como o Salvador de sua vida? Está propa- ria por toda parte era que ele poderia ser gando essa verdade? o Messias que eles aguardavam. Mas João Batista disse claramente não ser o Messias 2. Deus se fez homem para revelar o e, sim, a voz do que clama no deserto, isto caminho de volta para ele. Ele se revelou é, o cumprimento da profecia de Isaías, de uma forma que poderíamos entender e anunciando que era maior do que ele. Ele compreender. Jesus é a revelação máxima falou que Jesus era o Cordeiro de Deus que de Deus e de sua vontade. Você já reco- viera para tirar o pecado do mundo. Pode- nheceu Jesus como o caminho, a verdade mos entender que sua voz não encontrou e a vida? Está testemunhando a respeito acolhida num grande número de pessoas. disto? Mas houve os que acreditaram, e a estes Deus lhes deu o poder de se tornarem fi- 3. Deus resolveu escolher as coisas lhos de Deus. loucas do mundo para envergonhar as sá- bias. Em vez de um príncipe, colocou João 3. Os primeiros discípulos – Depois Batista para ser o porta-voz de seu Filho. do batismo de Jesus, e depois de João tes- Em vez de letrados e sábios, escolheu pes- temunhar a respeito dele como o Cordei- soas simples e rudes para serem discípulos ro de Deus, Jesus foi seguido por alguns e discípulas. Pode ser estranho, mas este é dos discípulos de João, conversaram com o jeito de Deus agir. Você já reconheceu ele e se convenceram de que Jesus era o a forma sobrenatural e poderosa de Deus Messias. Então, começaram a testemu- agir em sua vida? Tem sido agradecido? nhar a respeito dele, dizendo: “Achamos Tem passado adiante esta mensagem? ABR.MAI.JUN DE 2012 • 7
  • 9. EBD • Domingo, 8 de abril de 2012• ESTUDO 2 Jesus inicia os Texto bíblico: João 2 sinais de seu Texto áureo: João 2.11 ministério Costuma-se dizer que Jesus iniciou seu gre aconteceu três dias depois de ter ma- ministério com a realização de duas ações nifestado desejo de viajar para a Galileia, em público, que foram a transformação de após ter evangelizado Filipe (1.43). água em vinho em Caná da Galileia (2.1- Os casamentos eram, como hoje, im- 12) e, a seguir, a purificação do templo, em portantes expressões de alegria da sociedade. Jerusalém (2.13-25). Em verdade, porém, Maria, mãe de Jesus, ele e seus irmãos compa- ele iniciou seu ministério preparando os receram. Em dado momento, tendo ela per- primeiros discípulos. Uma vez batizado, cebido o constrangimento de ter acabado o foi para o deserto onde foi tentado durante vinho recorreu a Jesus. O fato de ela ter pedi- 40 dias (Mt 3.13 a 4.11). Ao voltar, passou do ajuda a Jesus indica que tinha consciência pelo lugar onde João Batista continuava de seu poder e, também, que provavelmente batizando, e foi apontado por ele a alguns o casamento ocorria em família de sua paren- de seus discípulos como sendo o Cordeiro tela ou de amigos. A resposta que Jesus deu de Deus. Estes o seguiram até a casa onde não pode ser tomada como desrespeitosa residia, ouviram seus ensinamentos até o para com sua mãe. Era apenas um recado de entardecer, e creram nele como sendo o filho para mãe. Jesus tinha o momento certo Messias que havia de vir. No dia seguinte, em seu plano de ministério para iniciar suas Jesus encontrou-se com Filipe, o evange- atividades que mostrassem sua glória; além lizou, e manifestou necessidade de viajar disso, o termo “mulher” era usado com sen- para a Galileia, provavelmente, para parti- tido de honra e foi honrando que Jesus assim cipar de uma festa de casamento com sua se dirigiu à sua mãe. família ( Jo 1.43). Três dias depois, estando Jesus agiu discretamente. Não fez ne- presente na festa de casamento, realizou o nhum gesto espalhafatoso. Não houve primeiro sinal de seu ministério na presen- relâmpagos nem trovões. Ele apenas orde- ça de seus primeiros discípulos. nou aos servidores que enchessem de água as talhas que havia na casa, e depois man- 1. O primeiro milagre (Jo 2.1-12) – dou que as levassem ao chefe do cerimo- João coloca o início do ministério público nial, e este constatou que, em vez de água, de Jesus numa festa de casamento: “Assim havia ali vinho de boa qualidade. Esse mi- deu Jesus início aos seus sinais em Caná da lagre manifestou a natureza divina de Jesus Galileia e manifestou a sua glória; e os seus e, por isso, os seus discípulos confirmaram discípulos creram nele” (2.11). Esse mila- sua fé nele como sendo o Messias. 8 • PALAVRA E VIDA
  • 10. A Bíblia condena abertamente o uso geiras pela nacional, porque os sacrifícios de bebida forte, o que hoje chamamos de só podiam ser comprados com dinheiro bebida alcoólica (leia Levítico 10.9; Nú- israelita; lá estavam, também, os vende- meros 6.3; Provérbios 20.1; 23.32; Isaías dores de animais para sacrifícios. O ato 5.22; Efésios 5.18). Como explicar, então, de Jesus foi um ato de indignação e de que Jesus tenha suprido a festa de vinho? efeitos pedagógicos. A casa de Deus devia Não se tratava de bebida alcoólica. Trata- ser usada como casa de oração, mas a es- va-se do fruto da vide, como chamavam o tavam transformando em “casa de venda” que nós hoje chamamos de suco de uva. (v. 16). Seu ato ensina que Deus não tolera Não era vinho como hoje conhecemos. Era os que fazem mercado da relação com ele. o vinho novo, não fermentado. A transfor- A piedade do povo não pode virar fonte mação da água em vinho não pode, por- de lucro. Questionado pelos judeus sobre tanto, ser tomada como uma licença para a autoridade para fazer aquilo, e tendo eles o uso de bebidas alcoólicas por crentes. A exigido um sinal, referiu-se à ressurreição Bíblia nunca se contradiz. Essa transfor- de seu corpo, como templo, como o sinal mação ilustra o poder de Jesus Cristo de de sua divindade que haveriam de ver. E fi- transformar a natureza de quem crê. cou ainda alguns dias em Jerusalém fazen- do sinais; e muitos, vendo-os, creram nele. 2. A purificação do templo (Jo 2.13- Uma das pessoas que se impressionaram 25) – Depois da festa em Caná, Jesus, sua com seus sinais foi Nicodemos, que estu- mãe e seus irmãos viajaram para a cidade de daremos na próxima lição. Cafarnaum, onde permaneceram poucos dias, e depois subiram para Jerusalém, por APLICAÇÕES PARA A VIDA causa da festa da páscoa (2.12,13). Jerusa- lém era, para os judeus, a cidade de Deus. 1. Jesus fortalece a instituição familiar Nela ficava o templo, o centro da vida re- ao iniciar seu ministério numa festa de ca- ligiosa dos judeus e símbolo da presença samento. A sociedade de hoje desvaloriza de Deus; era o lugar onde aconteciam os o casamento. Tenhamos cuidado. sacrifícios, a adoração e as festas nacionais 2. Assim como Jesus, por ser o Deus como a festa da Páscoa, das primícias e das encarnado, pôde transformar água em vi- tendas. A da Páscoa lembrava a libertação nho, ele pode transformar o coração do do povo do Egito, quando apenas os pri- pecador para que se torne nova criatura e mogênitos dos egípcios foram mortos pela tenha vida eterna. última praga enquanto os israelitas esta- 3. Multiplicam-se, em nossos dias, os vam protegidos pelo sangue do cordeiro. modismos religiosos em que gananciosos Foi para esta grande festa que Jesus e sua fraudadores da Palavra de Deus fazem do família se dirigiram. evangelho meio de enriquecimento, cum- O templo tinha deixado de ser uma prindo o que o apóstolo Pedro profetizou: instituição religiosa para se tornar uma “E por avareza farão de vós negócio com instituição de interesses comerciais. Seus palavras fingidas; sobre os quais já de largo cofres estavam abarrotados de ouro e ob- tempo não será tardia a sentença, e a sua jetos preciosos. E os cambistas lá estavam perdição não dormita” (2Pe 2.3). Evitemos com suas mesas, trocando moedas estran- os tais. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 9
  • 11. EBD • Domingo, 15 de abril de 2012• ESTUDO 3 O novo nascimento e Texto bíblico: João 3 o testemunho de João Texto áureo: João 3.16 Batista sobre Jesus Há dois importantíssimos aconteci- Deus. O legalismo é um desvio religioso mentos narrados no capítulo 3: o ensino da essência e finalidade da lei para o apego de Jesus a respeito do novo nascimento, exagerado à forma. Assim, por exemplo, ministrado ao importante homem chama- o sábado, que deveria ser uma expressão do Nicodemos (3.1-21), e o testemunho de adoração a Deus pela criação, se trans- de João Batista a respeito de Jesus Cristo formou numa das mais pesadas regras re- (3.22-36). ligiosas dos judeus, tornando-se um peso insuportável. Os legalistas formaram uma 1. A situação religiosa de Nicodemos religiosidade com a qual pensavam que – O capítulo três de João narra a visita de agradariam a Deus e alcançariam o seu Nicodemos a Jesus. Nicodemos era um favor se conhecessem e praticassem a lei dos líderes religiosos dos judeus. Ao ler e os preceitos que foram se avolumando este relato, os leitores do Evangelho de em cima dela. Essa era a situação religiosa João tomam conhecimento que pastores de Nicodemos. Por isso, por ser fariseu e de Israel se encontraram com Jesus e al- príncipe, escolheu ir conversar com Jesus guns reconheceram sua origem celestial, às ocultas, à noite. como Nicodemos, ao dizer “bem sabemos que és vindo de Deus” (v. 2), mas o precon- 2. Jesus instrui Nicodemos a respeito ceito e as tradições, fortemente arraigados, do novo nascimento – O que Jesus ensinou os afastaram do Mestre a tal ponto que se com grande clareza a Nicodemos é que todo tornaram seus inimigos e perseguidores. o conhecimento que ele tinha das ordenan- O que leva um sistema religioso a afas- ças não era suficiente para salvá-lo. Somente tar seus adeptos daquele que deveriam a prática completa dos mandamentos pode- adorar? Os fariseus, como guardadores ria satisfazer a justiça divina. Infelizmente, da lei de Deus, zelosos seguidores da lei, essa via é impossível de ser trilhada. Nin- deveriam honrar e adorar Jesus enquanto guém pode cumprir totalmente todos os ele realizava seu ministério na Palestina. mandamentos. Não há uma só pessoa que O próprio apóstolo João diz que “ele veio consiga cumprir a lei de Deus do fundo do para o que era seu e os seus não o recebe- coração. Os judeus achavam que eram mui- ram” (1.11). Examinando a história, fica- to melhores que as pessoas mundanas (na -se sabendo que o legalismo foi o principal linguagem deles, gentias) e impuras pela sua responsável por esse desvio do povo de herança religiosa e suas tradições. Mas Jesus 10 • PALAVRA E VIDA
  • 12. esclareceu a Nicodemos que a salvação não João Batista não via Jesus como um pode vir das obras. Ela vem pela fé no Filho concorrente, mas como o motivo de sua Unigênito de Deus: “Porque Deus amou o pregação. Era para isso que ele tinha sido le- mundo de tal maneira que deu o seu Filho vantado por Deus: para apontar para Jesus, o unigênito para que todo aquele que nele Cordeiro que veio tirar o pecado do mundo. crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (3.16). APLICAÇÕES PARA A VIDA Nicodemos pensou que Jesus falava de nascimento físico, e não entendeu. Então, 1. A vida eterna só é alcançada pela fé o Senhor explicou que se tratava do nas- em Cristo. Mesmo que alguém consiga se cimento do Espírito, pela fé no Filho de esforçar ao máximo para cumprir todos Deus. Com este ensino, Jesus tirou toda a os itens das ordenanças divinas, o estará possibilidade de os espíritas encontrarem fazendo por medo de punição ou para ser base bíblica para a reencarnação. Jesus expli- recompensado, e não por livre disposição cou claramente que o que é nascido da car- para obedecer. ne continua sendo carne, e o que é nascido 2. Temos de ter cuidado para não nos do Espírito é espírito. O novo nascimento tornarmos legalistas, e estabelecer regras de é a regeneração mediante arrependimento e comportamento para que as pessoas cum- fé em Jesus como o Filho de Deus. Ele seria pram para depois, então, se aproximarem levantado (crucificado) como fora levanta- de Jesus. O ensino de Jesus é que o pecador da a serpente de metal no deserto, e os que precisa nascer de novo: arrepender-se dos pe- cressem nele não morreriam, mas teriam a cados e crer em Jesus como o Filho de Deus e vida eterna (Jo 3.14,15). seu Salvador. Então, pela graça de Deus, me- diante sua fé, o pecador é perdoado e regene- 3. O testemunho de João Batista a rado. Nasce de novo para alcançar a salvação. respeito de Jesus (3.22-36) – Depois des- Esta precisa ser a nossa mensagem. Este foi o se episódio, Jesus e seus discípulos foram ensino de Jesus a Nicodemos. para a Judeia, e batizavam (v. 22). João Batista, por sua vez, continuava batizando. 3. Ninguém consegue mudar de vida A atuação de Jesus despertou ciúmes em sem a atuação de Jesus Cristo em seu cora- alguns discípulos de João, os quais foram ção. Somente ele pode operar o novo nasci- ter com ele e lhe deram a notícia de que mento. E, a partir daí, da regeneração, é que Jesus estava batizando (se bem que ele muda o comportamento, porque a pessoa mesmo não batizava, mas seus discípulos é passa a ser uma nova criatura em Cristo. que o faziam – 4.1,2). João Batista, então, 4. Os líderes e membros das igrejas testemunhou a respeito de Jesus e o exal- precisam aprender com o exemplo de João tou como o Filho de Deus, que precisava Batista, que soube testemunhar de Jesus, crescer, enquanto ele, João, devia diminuir. apontando-o como o Filho de Deus com Ele se mostrou um autêntico pregador do humildade, objetividade e clareza. Além evangelho, ao dizer: “Aquele que crê no Fi- disso, não sentiu ciúmes. Tinha consciên- lho tem a vida eterna; mas aquele que não cia da superioridade de Jesus. Entendamos crê no filho não verá a vida; mas a ira de que somos companheiros uns dos outros Deus sobre ele permanece” (v. 36). na obra da pregação, e não concorrentes. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 11
  • 13. EBD • Domingo, 22 de abril de 2012• ESTUDO 4 A missão Texto bíblico: João 4 e 5 de Cristo Texto áureo: João 4.13,14 Ao evangelizar a mulher samaritana, dessa forma, levou-a a confrontar-se com Jesus afirmou para seus discípulos que os sua situação de pecado. E a mulher o reco- campos já estavam prontos para a ceifa e, nheceu como profeta. Ela muda de assun- assim, fazia ver a aproximação dos seden- to, perguntando sobre o verdadeiro lugar tos samaritanos que vinham em resposta de adoração e Jesus ensina que o culto a ao testemunho da mulher. Jesus começou Deus deve ser prestado em espírito e em a colheita na terra dos samaritanos ali na verdade, em qualquer lugar (v. 21-24). beira daquele poço, enquanto tomava Com essas palavras, Jesus suscitou na mu- água. Que exemplo, para nós, de sabedo- lher a grande esperança de judeus e sama- ria e senso de oportunidade na obra de ritanos, a saber, a vinda do Messias. É nesse evangelização! Depois da evangelização momento que Jesus revela sua natureza e da mulher samaritana, seguem-se, no texto sua missão ao dizer: “Eu sou o Messias, o para esta lição, a cura do filho de um ré- que fala contigo” (v. 26). gulo (ainda no capítulo 4), a cura de um Esta mensagem transformou aquela aleijado em Jerusalém e o testemunho que mulher. Ela largou o que tinha ido fazer, Jesus deu de si mesmo: é o Filho de Deus deixou o cântaro e foi depressa anunciar que veio para dar a vida eterna aos que cre- aos seus conterrâneos o que havia ouvido. rem ( Jo 5.24). O Messias tinha chegado. Como resultado de seu testemunho, vários homens foram 1. Os campos brancos para a ceifa – até Jesus, ouviram-no, e o convidaram para Enquanto os discípulos se afastaram em ficar na cidade alguns dias. O resultado busca de alimento, Jesus pediu à mulher foi a conversão deles. Os discípulos viram que lhe desse água. A resposta que ela deu que, realmente, o campo estava pronto ilustra o comportamento usual dos que para a ceifa. cultivam em seus corações os preconceitos Nesse episódio, vemos como Jesus e os ressentimentos a ponto de se despre- viveu grande parte de seu ministério no zarem. Na sua resposta, ela denunciou a meio dos excluídos e dos mais miseráveis inimizade entre judeus e samaritanos (v. da sociedade. As pessoas mais religiosas da 9). Jesus não se ofendeu. Em vez de rece- época, os mais piedosos, os que achavam ber a água que pedira, ofereceu água viva que estavam fazendo exatamente a vonta- para ela (v. 13,14). Como a mulher não de de Deus rejeitaram Jesus peremptoria- entendeu o sentido da água que ele lhe mente, enquanto samaritanos, que eram oferecia, Jesus denunciou sua situação es- um povo excluído pelos judeus, o aceita- piritual, perguntando pelo seu marido e, ram. 12 • PALAVRA E VIDA
  • 14. 2. A cura do filho do régulo; e do paralí- isso não os impressionou. Deram atenção tico no tanque de Betesda (4.43 a 5.15) – antes ao fato de ele carregar sua cama no sá- Jesus ficou com os samaritanos dois dias e de- bado, o que era uma quebra da lei. Essa ati- pois partiu para seu destino, que era a Galileia; tude era própria dos legalistas. Então, por novamente se dirigiu à cidade de Caná, onde causa disso, quiseram matar Jesus. fizera seu primeiro milagre. Aí encontrou um régulo (oficial do rei) que lhe pediu que des- 3. O testemunho de Jesus sobre sua na- cesse a Cafarnaum, onde estava à morte seu fi- tureza e sua missão (5.16-47) – Diante da lho. Jesus não foi, mas disse que ele estava cura- contestação dos judeus porque Jesus curara do. O homem creu. Estava longe de casa, mas o homem num sábado, o Senhor respondeu acreditou que a palavra de Jesus era suficiente dando testemunho a respeito de sua nature- para que o milagre acontecesse. O versículo za e de sua missão. Declarou-se o Filho de 48 – “Se não virdes sinais miraculosos e prodí- Deus, repreendeu os fariseus porque não gios de modo nenhum crereis” – era um teste davam crédito às Escrituras, que falavam a para ele. Mas ele não precisou de nada disso seu respeito, e proferiu as palavras que são a para crer. Os judeus pediam exatamente sinais essência do evangelho: “Na verdade, na ver- a Jesus para crerem. Mas o régulo creu sem ver dade vos digo que quem ouve a minha pala- sinais. A fé não é produzida com sinais. Vemos vra e crê naquele que me enviou tem a vida isto na ressurreição de Lázaro. Todos viram eterna, e não entrará em condenação, mas que ele estava morto e o viram sair do sepulcro passou da morte para a vida” (5.24). Esta é e andar mas, depois disso, os líderes religiosos a missão de Jesus. Dar a vida eterna ao que decidiram matar Jesus em vez de crer nele (Jo crê. Mas os judeus o rejeitaram. 11.53). Outro exemplo de fé está no episódio APLICAÇÕES PARA A VIDA da cura do paralítico curado perto do poço de Betesda, em Jerusalém (5.1-15). Não se 1. O ditado popular citado por Jesus sabe quanto tempo depois do milagre da – “Dizeis que ainda faltam quatro meses cura do filho do régulo aconteceu isso. O para a ceifa” – significava protelação e aco- texto diz apenas “depois disto”. Jesus voltou modação. Seu sentido era: “Calma, nada a Jerusalém, por causa de uma festa dos ju- de pressa, vá devagar, porque há tempo”. deus, que o texto não esclarece qual. O ho- Não havia, não. E não há. É urgente a ceifa. mem era paralítico há 38 anos e esperava o Por isso, Jesus parou ali em Sicar, e salvou milagre do movimento das águas do poço pessoas rejeitadas pelos judeus. Apresse- para ser curado, mas sempre alguém chega- mo-nos na divulgação do evangelho. va antes dele. Nada indicava que ele pudes- 2. O régulo não pediu provas para crer. se ser curado naquele dia. Mas, ao ouvir as As provas não são sinais de fé, mas da falta palavras de Jesus, para que ele se levantasse dela. Precisamos crer ainda que as circuns- e carregasse sua cama, imediatamente obe- tâncias não favoreçam, ainda que os olhos deceu, e pôde experimentar em sua vida o não vejam, ou ainda que tudo aponte o que era impossível do ponto de vista huma- contrário. Os milagres que Jesus praticou no. Os fariseus criticaram o homem porque e estão registrados nas Escrituras são sufi- carregou sua cama sendo sábado. Em vez de cientes. Buscar, hoje, sinais e prodígios é glorificarem a Deus pela cura do homem, sinal de incredulidade, e não de fé. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 13
  • 15. EBD • Domingo, 29 de abril de 2012• ESTUDO 5 Texto bíblico: O ministério de João 6 e 7 Jesus se amplia Texto áureo: João 6.67,68 Os milagres realizados por Jesus em nheiro para comprar pão para aquela mul- seu ministério tinham a finalidade de mos- tidão, mesmo que houvesse onde comprar. trar que ele é o Messias prometido, o Filho O que faltou aos discípulos foi perceber de Deus. João mesmo diz isto em 20.31: que o Senhor de todas as coisas estava lá. “Estes foram escritos para que creiais que Era preciso crer, não questionar. A reação Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para do povo foi crer que Jesus, sendo o Mes- que, crendo, tenhais vida em seu nome”. sias, devia ser aclamado rei. Por isso, Jesus Ao todo, João narrou oito sinais. No ca- Cristo se afastou da multidão, porque seu pítulo 6 são narrados dois desses sinais e é reino não é deste mundo. registrado o discurso de Jesus às multidões e aos discípulos, em que ele ensina que é 2. Milagre de Jesus sobre a natureza o pão da vida, que sua carne é, verdadei- (6.16-21) – No final do dia, os discípulos ramente, comida e o seu sangue bebida, o tinham retornado para Cafarnaum e estavam que escandalizou a multidão. Esta se afas- atravessando o Mar de Genezaré, quando Je- tou dele e os discípulos se inquietaram, o sus foi ao encontro deles a uma distância de 5 que deu oportunidade para a confissão de a 6 quilômetros mar adentro, andando sobre Pedro. No capítulo 7, o foco muda para o as águas. Foi o quinto sinal feito na Galileia, e templo, em Jerusalém, para onde Jesus se demonstrou seu poder sobre a natureza, que deslocara, por ocasião da festa dos taber- ele mesmo criara. náculos, quando proferiu ensinos que re- voltaram os fariseus que tentaram prendê- 3. Cristo é o pão da vida (6.22-59) – -lo para matá-lo. No dia seguinte, a multidão, percebendo que Jesus havia regressado a Cafarnaum, 1. Milagre sobre a matéria (6.1-15) – A partiu para lá. Queriam fazê-lo rei. Exigi- passagem narra a multiplicação dos pães. ram de Jesus um sinal, mas Jesus se negou a Foi um sinal de tal eficácia, que foi regis- lhes dar mais pão e, então, proferiu seu dis- trado em todos os outros Evangelhos. Foi curso sobre si mesmo como sendo o verda- um fenômeno extraordinário, uma ope- deiro pão do céu. A multidão apelara para ração miraculosa de Jesus, não realizada a experiência do maná no deserto, e Jesus apenas na mente ou coração, mas objetiva, afirmou que o verdadeiro pão do céu é ele; do poder e autoridade de Jesus, o Filho de que em sua presença e atuação, Deus está a Deus, sobre a matéria. Os discípulos co- prover o alimento espiritual que o homem mentaram com Jesus a impossibilidade de necessita para viver. Além disso, Jesus en- alimentarem a multidão: não tinham di- sinou que ele é o poder doador da vida: 14 • PALAVRA E VIDA
  • 16. quem de mim se alimenta por mim viverá ninguém lhe pôs a mão, porque ainda não (v. 57). Ensinou, também, que o ato sim- era chegada a sua hora” (7.30,44). bólico de comer o pão é representado no Os fariseus discutiram a respeito de Je- ato de crer nele (v. 29). Jesus ensinou que sus, ainda planejando prendê-lo, mas Nico- se deve atentar para a vontade de Deus, em demos, o que visitara Jesus à noite (cap. 3), obediência da fé, cuja prova é o reconheci- argumentou com eles sobre a ilegalidade mento e a submissão a Jesus, ou seja, crer do que pretendiam fazer, pelo que desde- nele como enviado de Deus para salvar nharam dele, mas suspenderam sua ação, e o homem que passa a viver para servi-lo. todos foram para suas casas. Esta adesão contínua é apresentada nas ex- pressões “comer o pão”, “comer sua carne” 5. Quem é Jesus? – Ainda, hoje, o prin- e “beber seu sangue”, ação de fé que resulta cipal questionamento que muitos fazem em na perfeita comunhão com ele. relação à pessoa de Jesus é a afirmação de que ele era apenas um homem (6.42; 7.26,27). 4. Jesus enfrenta a oposição (6.60 a Mas, ele mesmo afirmou que dentre os seus 7.1-53) – O discurso de Jesus causou mui- seguidores havia muitos descrentes (6.64), to rebuliço no meio dos judeus. Isto se deu que muitos o abandonariam (6.66) e que por causa da figura de Moisés. A multidão um dos apóstolos era diabo (6.70). A estes engrandeceu Moisés, como tendo dado o Jesus afirmou que veio de Deus, e que dá a pão do céu ao povo, no deserto. Jesus os vida eterna porque é o pão vivo, que suas contradisse, porque ele, Jesus, é o verdadei- palavras são espírito e são vida, que “aquele ro pão vivo do céu (6.32). Jesus enfrentou, que o enviou é verdadeiro... venho da parte corajosamente, a oposição, demonstrando dele e fui por ele enviado” (7.28,29). Jesus que eles haviam se esquecido do conteúdo é o Filho de Deus, enviado para dar a vida central da mensagem da Lei e dos Profetas: eterna a quem nele crer, e os sinais que ele que é apontar para o Messias, para a espe- realizou demonstram isto. Este é o resumo rança de uma nova aliança, que é do Espí- da mensagem do Evangelho de João. rito. Desde esta ocasião, muitos desistiram de seguir Jesus, pelo que ele perguntou aos APLICAÇÃO PARA A VIDA apóstolos se queriam também abandoná- -lo; e Pedro fez esta confissão: “Senhor, para Não nos deixemos iludir com os mo- onde iremos nós? Só tu tens as palavras da dismos religiosos de nossos dias. Eles vida eterna” (v. 68). transformam Jesus e o evangelho em meios No capítulo 7, quando ensinava no de produzir prosperidade material para os templo, para onde Jesus foi depois de al- que praticarem “atos de fé” que ensinam, gum tempo de estada na Galileia por causa que nada têm a ver com a Palavra de Deus, da festa dos tabernáculos, esta oposição se que são sortilégios, superstições e magias tornou mais acirrada, pois Jesus denun- de misticismo com o fim de obrigar Deus ciou o intuito dos judeus que era matá-lo, a satisfazer suas pretensões gananciosas. numa clara afronta ao mandamento do De- Jesus Cristo é o Filho de Deus enviado cálogo “não matarás”. Deus estava no con- pelo Pai, para dar a vida eterna ao que dele trole de todos estes eventos, porque João se alimenta pela fé. Esta é a mensagem que declarou que “procuravam prendê-lo, mas precisamos espalhar por toda a terra. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 15
  • 17. EBD • Domingo, 6 de maio de 2012• ESTUDO 6 Texto bíblico: João 8 e 9 Perdão e Cura Texto áureo: João 8.31,32 Nos capítulos 8 e 9, o Evangelho de toridade que poderia aplicar a lei capital; João registra três ocorrências no ministé- e Jesus seria denunciado; se mandasse não rio de Jesus durante sua presença em Jeru- apedrejar, descumpriria a lei, e cairia em salém na Festa dos Tabernáculos. Após a descrédito diante do povo. Jesus desfez tentativa frustrada de prender Jesus para o esta armadilha com sua atitude e resposta. matar (estudo anterior), seus opositores se O que Jesus demonstrou, ao perdoar dispersaram e foram para suas casas. Jesus, e livrar a mulher, é que nós não estamos entretanto, foi para o Monte das Oliveiras equipados para julgar (dar o veredito) a (8.1) e, na manhã seguinte, voltou ao tem- ninguém, porque nós somos pecadores. Je- plo e, do lado de fora, a multidão se apro- sus era o único que poderia fazer mas, mes- ximou dele e ele começou a ensinar. Foi mo assim, preferiu a misericórdia e com seu quando lhe trouxeram a mulher apanhada perdão apelou à mulher para abandonar o em adultério. Depois desse episódio, ele pecado, para não pecar mais, porque estava voltou a ensinar à multidão e proferiu o perdoada. Sigamos o exemplo de Jesus. sermão em que se declarou como a luz do mundo; finalmente, ainda em Jerusalém, 2. A luz do mundo (8.12-59) – A mu- ocorreu o episódio da cura do cego de nas- lher se retirou, perdoada, após seus acu- cença, que aguçou ainda mais a oposição sadores também terem se retirado, e Jesus dos escribas e fariseus contra Jesus. Nessas prosseguiu, diante da multidão, ensinando, três ocorrências se afirmam e se aprofun- e iniciou dizendo: “Eu sou a luz do mun- dam as evidências de que Jesus Cristo é o do; quem me segue não andará em trevas, Messias que havia de vir, o Filho de Deus, mas terá a luz da vida” (v. 12). O contexto como João queria demonstrar em seu desta passagem, a Festa dos Tabernáculos, Evangelho. ofereceu a Jesus a oportunidade que neces- sitava para apresentar sua missão. Durante 1. O perdão (8.1-11) – A lei estabele- a festa, enormes candelabros eram acesos cia que ambos os adúlteros apanhados em no templo. Por causa da posição elevada do pecado deviam morrer: homem e mulher templo, sua iluminação podia ser percebida (Dt 22.22), mas os escribas e fariseus que- em toda a cidade de Jerusalém. Aquela luz riam apedrejar apenas a mulher. O que simbolizava a revelação e a verdade da fé eles queriam era apanhar Jesus num dile- judaica. Na Festa dos Tabernáculos, Jesus ma, numa armadilha: se Jesus mandasse se declarou a luz do mundo, a verdadeira condenar a mulher, estaria em falta peran- revelação de Deus. Segui-lo representaria te Pilatos, governador romano, única au- abrir-se para a verdade e para a vida. 16 • PALAVRA E VIDA
  • 18. “Quem és tu?” Perguntaram os fari- na. Esta falsa ideia de Deus é “a mentira” seus (v. 25). A indagação em si já implica a (v. 44). Os homens assumem esta mentira descrença, o não reconhecimento de Jesus ao darem crédito às vãs filosofias do mun- como o Filho de Deus, enviado do Pai. Os do que exaltam o homem e suas estruturas. inquiridores procuravam saber a linhagem A mensagem para nós é que não pode ha- de Jesus, sua descendência. Quanto a si ver relação filial com Deus sem amar Jesus próprios, apelaram para a descendência que é o Filho (v. 42); os que o rejeitam, es- de Abraão (v. 33), para se justificarem e colhem como pai o inimigo, o princípio da engrandecerem; mas Jesus os contradiz, morte e da mentira (v. 44). porque eles não viviam como Abraão; o modo de agirem era diferente (v. 34-37) 3. O cego de nascença (9.1-41) – O e até queriam matá-lo. Então, os acusou homem nascera cego, mas nem ele nem seus de ter como pai o próprio diabo. Se Deus pais tinham culpa disto. fosse o pai deles, eles amariam Jesus, por- Havia, entre os hebreus, a crença de que veio enviado pelo Pai. Mas ao querer que todo mal físico era sempre consequên- matá-lo, demonstravam que queriam fazer cia do pecado da própria pessoa ou de seus a vontade do diabo (v. 40-44). pais. Pensar que a cegueira do homem fos- Deus enviou Jesus para possibilitar aos se resultado do pecado de seu pai até pode- homens conhecê-lo, e crer nele como Sal- ria ser entendido mas, como perguntar se o vador. Conhecer Jesus (crer nele) é, ao mes- homem nascera cego por pecado dele pró- mo tempo, conhecer Deus (crer nele). Ten- prio? Como pecar antes de nascer? O des- tar conhecer Deus de qualquer outra forma conhecimento da verdade leva os homens é um exercício inócuo. Quando Jesus fosse a conviverem com concepções absurdas. levantado, então o conheceriam. Jesus se Mas Jesus não discute. Ele responde que aproxima do pecador na cruz do Calvário. naquela vida abria-se a oportunidade de Lá se efetivará o plano de redenção de Deus transformação pelo encontro com ele. E, (Jo 3.14-21). Os judeus estavam julgando tendo dito “eu sou a luz do mundo”, deu Jesus pelas suas leis e normas, mas estavam visão ao cego pelo processo que vem nos ausentes da verdade espiritual que lhes pos- versículos 5 a 7. Na controvérsia levantada sibilitava se tornarem verdadeiros discípu- pelos fariseus com o homem que fora cego, los de Jesus. Só pode ser libertado do peca- este declarou: “Se ele é pecador ou não eu do quem permanece nos ensinos dele sobre não sei. Só sei que era cego e agora vejo”. seu ministério libertador: “Conhecereis a Depois, quando o ex-cego se encon- verdade e a verdade vos libertará” (v. 32). trou com Jesus no templo, o Senhor se re- Os fariseus sofriam de cegueira, uma velou a ele como o Messias, e o homem o cegueira diferente. Mais adiante, no episó- aceitou pela fé como seu Salvador. O ado- dio do cego de nascença que Jesus curou, rou, isto é, caiu prostrado a seus pés. Jesus ele vai dizer aos fariseus: “Agora como di- viu na cegueira daquele homem a oportu- zeis: Nós vemos, permanece o vosso peca- nidade para demonstrar a compaixão no do” (9.41). Os fariseus tinham uma falsa tempo presente (dia), a partir da fé nele. O concepção de Deus. Ocultavam sua quali- convite é feito aos discípulos, como a nós dade de Pai, o seu amor para com os ho- também: que façamos as obras daquele mens e o seu desígnio de lhes dar vida ple- que o enviou ao mundo. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 17
  • 19. EBD • Domingo, 13 de maio de 2012• ESTUDO 7 Texto bíblico: Jesus, João 10 o Bom Pastor Texto áureo: João 10.14 Não deve haver imagem mais marcan- porta, ou seja, segue o plano estabelecido te do que a que Jesus empregou para seu por Deus. Os falsos líderes religiosos não ministério de salvação do que a de um atuavam segundo a vontade de Deus, pois, pastor de ovelhas. Ele não somente a usou se desejassem fazê-lo, teriam que reconhe- para designar sua missão e sua maneira de cer Jesus como o Messias, que veio para atuar mas, também, se identificou como guiar o povo para a vida eterna. singular, como o único que pode receber a qualificação de “bom”. As expressões: 2) Jesus assume o papel de modelo e pastor e pastorear já eram conhecidas no de guia. Ele vai adiante de suas ovelhas. Antigo Testamento, aplicadas à natureza Ele oferece um verdadeiro relacionamento e à missão dos chefes em relação ao povo com base na verdade que ele representa: as ao qual lhes competia dirigir. Além de se ovelhas ouvem a sua voz e ele chama pelo intitular “pastor”, Jesus se distinguiu como nome as suas ovelhas (v. 3). O relaciona- único, dizendo “Eu sou o bom pastor”. mento é mantido pela fé. 1. Jesus como o Bom Pastor (Jo 10.1- 3) Ele dá a vida pelas suas ovelhas 7) – Este capítulo está na sequência da (10.11-21). Ele é o Messias de direito e de discussão de Jesus com as autoridades ju- fato. Neste papel, ele se entrega pelas ove- daicas, como consequência de ter curado lhas e lhes abre a porta para a salvação: “Eu o cego de nascença num sábado. Ele os sou a porta das ovelhas” (v. 17). Com es- declarou como cegos que pensavam ver, tas palavras João apresenta o aspecto subs- por isso permaneciam no seu pecado e os titutivo da missão de Jesus, no objetivo de qualificou, juntamente com todos os che- libertar o homem da opressão do pecado, fes religiosos, como falsos pastores, como em sua morte de cruz. Ele, como pastor, ladrões e salteadores, porque eram pessoas é também a porta do aprisco e os que en- que desprezavam a porta de entrada para tram por ele encontram alimento. Crer o reino de Deus, e queriam dirigir o povo nele é figurado por entrar por ele, que é a com falsos conceitos e falsa autoridade. porta. Portanto, para viver é preciso crer Em que Jesus diferenciava de todos os naquele que dá a vida pelas suas ovelhas. outros “pastores”, ou seja, o que o definia Ninguém tomaria a vida de Jesus. Sua como o Bom Pastor? morte não seria acidental na história. Ele não entraria na história como um mártir 1) Primeiro, Jesus estava em consonân- assassinado. Ele é o próprio autor da vida. cia com os propósitos do Pai: ele entra pela Por isso, ele explicou: “ninguém a tira de 18 • PALAVRA E VIDA
  • 20. mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho provocar a fé e, consequentemente, trazer poder para dá-la e para tornar a tomá-la” vida e liberdade ante a morte, o pecado e o (v. 18). Assim, referiu-se à sua ressurreição mal. As obras realizadas em nome do Pai sob seu próprio poder. comunicam a unidade moral de vontade entre Deus e Jesus. 2. A abrangência do rebanho do Bom Jesus reafirmou que é o Filho de Deus, Pastor (v. 16) – O que Jesus quis dizer e que deviam crer nele por causa de suas com “outras ovelhas que não são deste obras. Por afirmar que o Pai estava nele, e aprisco”? Literalmente, deveríamos enten- ele no Pai, os fariseus quiseram novamente der a citação como prenúncio da missão prendê-lo, mas Jesus saiu do meio deles, aos gentios. O propósito da expressão é e se retirou para além do Jordão, onde apontar para a necessidade do mundo que muitos creram nele, porque viam que, por jaz no Maligno (1Jo 5.19) em conhecer Je- suas obras, era verdadeiro o testemunho sus como Salvador e Senhor sem distinção de João Batista sobre ele, e ali ficou algum alguma. Por outro lado, a expressão nos tempo, até que as irmãs de Lázaro o man- coloca frente com a tarefa de evangeliza- daram chamar por causa da sua enfermida- ção e missões, responsabilidades da igreja de (10.39-42). como sacerdócio real a serviço do Messias. O rebanho do Bom Pastor não abrangeria APLICAÇÕES PARA A VIDA apenas o povo hebreu, mas se estenderia a todo o mundo. 1. É importante saber que temos Jesus 3. As provas de que Jesus, o Bom Pastor, a nos comunicar a vida eterna. Não pode é o Messias (10.22-42) – Alguns, repor- haver dúvida da autoridade de Cristo para tando-se aos sinais que Jesus tinha feito, cumprir sua promessa. As figuras do pas- principalmente a cura do cego de nascen- tor e da porta abrem um caminho para a ça, demonstravam-se impressionados por comunhão com ele. seu ensino (v. 21), mas outros insistiam na 2. Ter Jesus como Pastor é: (1) superar acusação de possessão demoníaca. As con- as barreiras instituídas pelo pecado, res- trovérsias prosseguem. Do versículo 21 ao ponsáveis pela existência humana afastada 22 há um intervalo de tempo. Agora, o de Deus e de suas promessas; (2) reconhe- ambiente já é o de outra festa em Jerusa- cer estar vivendo pela fé em Cristo, e não lém, a festa da Dedicação, que ocorria no pelos próprios méritos, como julgavam os inverno, três meses depois da festa dos Ta- debatedores de Jesus, que se apegavam à le- bernáculos. “Se tu és o Cristo, dize-no-lo tra da lei; (3) saber que a ressurreição não abertamente” (v. 24). Em sua resposta, Je- é o começo da vida eterna, mas a certeza sus ressaltou que já o vinha afirmando, há dela, porque Jesus, no seu estado de exal- tempos, mas sem obter a devida aceitação. tação, já a fez realidade, pela comunicação Então, aponta, como principal argumen- do Espírito da vida em nós. to para provar sua natureza e sua missão 3. Nosso dever é passar adiante estas messiânica, para as obras realizadas por ele realidades, para que muitos outros possam em nome do Pai. O objetivo das manifes- crer em Jesus, e passem a fazer parte de seu tações e milagres realizados por Jesus era rebanho. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 19
  • 21. EBD • Domingo, 20 de maio de 2012• ESTUDO 8 A chegada a Texto bíblico: João 11 e 12 Jerusalém Texto áureo: João 11.25,26 Tendo se retirado para a Pereia, depois de poder sobre a morte não se daria com que o quiseram prender na Judeia, Jesus a cura da enfermidade de Lázaro, mas com desenvolve um curto ministério nessa re- sua ressurreição. gião, interrompido pela morte de Lázaro. Os discípulos de Jesus temeram voltar Ele viaja de volta para Betânia e ressuscita a Betânia, muito próxima de Jerusalém, Lázaro. Os judeus confabulam para matá-lo onde os fariseus já tinham tentado matar e, por isso, Jesus se retira para Efraim com Jesus. Mas Tomé, corajosamente, desafia seus discípulos, seis dias antes da Páscoa; os outros apóstolos: “Vamos nós também volta a Betânia para participar de uma ceia para morrermos com ele” (11.16). oferecida a ele. Aí tem seus pés ungidos por Ao chegar, Jesus deparou com a tristeza Maria. No dia seguinte, entra triunfalmen- pela morte de Lázaro. E, vendo chorar Maria te em Jerusalém, que ficava a três quilôme- e os judeus que estavam com ela, moveu-se tros apenas de Betânia. Uns gregos querem em espírito e se perturbou. Então, Jesus cho- conhecê-lo, e Jesus dá testemunho de sua rou (v. 32-35). Jesus era homem como nós, missão como luz do mundo e Salvador, cor- com sentimentos. Comover-se em espírito, roborado por uma voz do céu, que a multi- segundo o verbo grego empregado, é “ge- dão ouviu como um trovão, e Jesus define, mer”; e perturbar-se é “agitar-se”, indicando mais uma vez sua missão: ”Porque eu vim, uma reação externa, que transparece no ver- não para julgar o mundo, mas para salvar o bo “chorou”. Ao mesmo tempo em que era mundo” (12.47). Aproximava-se o final do homem com emoções, era Deus, o Logos ministério terreno de Jesus. encarnado, em toda a sua glória e majestade. 1. A ressurreição de Lázaro (Jo 11.1- 2. O poder de Jesus sobre a morte (11.23- 45) – O milagre da ressurreição de Lázaro 44) – Desde a entrada do pecado no mun- aponta para a glória de Deus porquanto do, a morte é o inimigo principal do ho- demonstra o seu poder de dar vida a partir mem. Nesta passagem, Jesus demonstra do presente. A demora de Jesus em ir até sua autoridade sobre a morte ao ressuscitar Betânia para socorrer Lázaro, que estava Lázaro. enfermo, segundo mensagem que lhe en- “Teu irmão há de ressuscitar” (v. 23). A viaram suas irmãs Marta e Maria, está nos afirmação de Jesus não deixa dúvidas. Ele é versículos 6 a 10. É que a obra de Deus o EU SOU, o Senhor da vida. Ao afirmar tem seu tempo certo para ser realizada. A “Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em glorificação de Deus pela demonstração mim, ainda que morra viverá”, Jesus articula 20 • PALAVRA E VIDA
  • 22. a verdade ulterior desse relato, ao plano de tato com alguns gregos que vieram ao seu todo o livro de João: na vida, morte e res- encontro. surreição de Jesus é que o homem encontra “Ramos de palmeiras” (v. 13). Segun- vida (ainda que esteja morto). do Levítico 23.40, os ramos de palmeiras “Crês tu isto?” (v. 26). Estaria Jesus tes- eram usados para celebrar a festa dos ta- tando a fé de Marta, ou desejava que a respos- bernáculos. No período interbíblico, os ta dela servisse de testemunho aos presentes, macabeus usaram ramos de palmeiras para de modo a confirmar sua condição de Mes- celebrar a libertação do templo e da cidade sias, uma vez realizado o milagre? O certo é dos conquistadores sírios. Agora, a multi- que nós, como crentes em Jesus, somos de- dão usa os ramos de palmeiras para saudar safiados a expressar nossa fé diante dos mais Jesus como rei e Messias. Provavelmente, intricados problemas com que defrontamos. os ramos eram para sugerir a Jesus que O milagre da ressurreição de Lázaro fizesse a mesma coisa: libertar o povo de foi realizado para testemunho aos presen- Israel dos dominadores romanos. tes do poder de Deus para salvar mediante Para cumprimento de uma profecia mes- a fé de seus seguidores (v. 42). siânica, que se encontra em Zacarias 9.9, Jesus Por causa da ressurreição de Lázaro, os entrou na cidade montado em um jumento. judeus passaram a planejar a morte de Je- Procurado pelos gregos, Jesus mais sus, por isso, ele se retirou para Efraim com uma vez testemunhou de sua missão (v. seus discípulos (v. 54), e voltou a Betânia 44-50). Foi o último sermão público de Je- seis dias antes da páscoa, para uma ceia na sus procurando levar os ouvintes a crerem casa de Lázaro, Marta e Maria. Durante a nele para alcançarem a vida eterna. ceia, Maria unge os pés de Jesus, simbolica- mente preparando-o para a morte. Judas, APLICAÇÕES PARA A VIDA ganancioso e avaro, protestou contra aque- le gasto, mas Jesus elogiou o procedimento 1. Jesus é a ressurreição e a vida. Ele de Maria (12.1-11). Muita gente foi ao lo- prometeu que no último dia ressuscitará cal, porque queria ver Jesus e também atra- a todos os que lhe pertencem. Esta con- ída pelo sobrenatural de ver o homem que vicção de fé é a nossa grande esperança e fora morto e estava vivo. E muitos creram consolo. Perseveremos. em Jesus. Mas os fariseus decidiram que 2. A mensagem que Jesus pregou em matariam Jesus, e também Lázaro, porque, Jerusalém sobre sua missão é a mesma que vendo-o ressuscitado, muitos estavam se precisamos continuar anunciando sem convertendo a Jesus (v. 10,11). cessar: que ele é o Filho de Deus e veio a este mundo para oferecer a vida eterna a 3. A entrada triunfal de Jesus em Jerusa- quem crer nele. lém (12.12-33) – Nesta passagem, o após- 3. Jesus Cristo, o Messias, o Filho de tolo João apresenta os eventos finais do Deus, é a luz do mundo. Insistir em não ministério público de Jesus, antes de seu crer nele é andar em trevas. E isto resulta julgamento, condenação e crucificação. na morte, que é a condenação eterna. Cada Dois destes relatos têm bastante impor- crente precisa testemunhar de Jesus como tância para o propósito do autor do Evan- a luz do mundo, para que outras pessoas gelho: a entrada triunfal de Jesus e seu con- sejam salvas. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 21
  • 23. EBD • Domingo, 27 de maio de 2012• ESTUDO 9 Texto bíblico: Um momento João 13 Texto áureo: difícil João 13.21 Há momentos na vida em que os so- servos que lavavam os pés dos convidados. frimentos são insuportáveis. Jesus também Jesus ocupou esse lugar de serviço. os enfrentou. O momento de ele passar Ele sabia que estava para deixar este desta vida para o Pai estava se aproximan- mundo, e que a continuação de seu traba- do. Então, ele se reuniu com os apóstolos lho estaria com os seus discípulos. Esta- num cenáculo cedido por pessoas amigas, riam eles prontos para continuarem? Ele para comemorar a Páscoa com eles. Essa sabia que necessitariam de coesão, e que a ceia aconteceu no dia 15 do mês judaico coesão depende do relacionamento e que de Nisan. Era a última ceia de seu minis- o relacionamento depende do amor. E o tério terreno. Possivelmente, seus discípu- amor está diretamente ligado à submissão. los já sentiam no ar o clima tenso de que Assim, ao lavar os pés aos discípulos, pro- algo terrível aconteceria. Antes, em um clamou uma das maiores mensagens que discurso, ele já lhes havia dito que ele teria seus discípulos jamais haviam ouvido e que ir a Jerusalém, ser maltratado, morto visto. E ordenou: “Assim como eu fiz com e ressuscitar ao terceiro dia: “Desde então vocês, façam o mesmo uns aos outros”. começou Jesus a mostrar aos seus discípu- A mensagem é que devemos servir uns los que convinha ir a Jerusalém, e padecer aos outros, porque é servindo que se pra- muito dos anciãos e dos principais dos sa- tica o amor. Os seguidores de Jesus Cristo cerdotes, e dos escribas, e ser morto, e res- haveriam de se tornar conhecidos em vir- suscitar ao terceiro dia” (Mt 16.21). Du- tude de darem a face outra vez, em virtu- rante essa ceia, Jesus lhes deu uma grande de de servirem uns aos outros. Por causa lição de humildade e lhes deu instruções disso, muitas vezes, nos consideram fracos sobre a necessidade de se amarem uns aos e medrosos, mas Deus demonstra, insis- outros. Ao final dessa ceia, tendo Judas tentemente, que é na fraqueza que ele faz saído para o trair (v. 30), Jesus instituiu a força. Seu poder se aperfeiçoa na nossa sua própria ceia, memorial de sua morte e pequenez. anúncio de sua ressurreição, que até hoje O procedimento de Jesus não foi para os cristãos comemoram. instituir um hábito litúrgico, semelhante ao que praticam alguns grupos de religio- 1. Uma lição de humildade (Jo 13.1- sos, com o chamado lava-pés. Seu proce- 20) – Acabada a ceia pascal, e tendo Judas dimento foi para ilustrar a mensagem que já determinado trair o Mestre, Jesus se le- desejava inculcar nos corações dos seus vantou da mesa, e começou a lavar os pés discípulos, isto é, que fossem humildes e aos discípulos. Era costume o anfitrião ter servissem uns aos outros. 22 • PALAVRA E VIDA
  • 24. 2. Um convite ao amor mútuo (Jo 13.18- nhecerão que sois meus discípulos, se vos 30) – A pergunta que poderíamos fazer é amardes uns aos outros” (v. 34,35). Nes- como alguém poderia trair Jesus, que só pen- sas palavras de despedida, Jesus anunciou sava em ajudar as pessoas? Curava, pregava e sua morte, ainda numa linguagem velada. ensinava em todo tempo. Ainda, assim, um Seus discípulos não compreendiam clara- dos seus discípulos o traiu. mente o que iria acontecer. Por isso, Pe- Eu poderia apontar algumas respos- dro pronunciou algumas palavras, misto tas. Uma delas é que o evangelista regis- de coragem e fanfarra que iria terminar tra que a traição era um cumprimento da na tríplice negação que viria breve. Jesus Escritura do Antigo Testamento, que já não negou que Pedro morreria por amor previa que a traição acompanharia o Un- a ele, mas isso não seria naquele momen- gido de Deus (Sl 41.10). Para as igrejas to. Ele o trairia, mas seria restaurado, e que nasceram da pregação dos primeiros daria sua vida por Jesus num futuro ainda apóstolos, esta era mais uma evidência distante, depois da plantação de muitas nas Escrituras de que Jesus era, realmente, igrejas e do crescimento das comunidades o enviado de Deus. cristãs pelo império romano. Os outros Evangelhos narram que Judas procurou os adversários de Jesus e o vendeu APLICAÇÕES PARA A VIDA por 30 moedas. A ganância estaria por trás da traição. O dinheiro aparece como base 1. Jesus morreu para que cada um, ao de quase todas as traições. O apóstolo Paulo ser salvo por ele, fosse inserido numa igre- ensinou que “o amor ao dinheiro é a raiz de ja, seu corpo, que é uma comunidade de fé. todos os males” (1Tm 6.10). Outras respostas poderiam ser dadas, 2. A natureza da igreja é a vida comu- mas a essência de todas elas é a fraqueza nitária. Ser igreja implica estar em Cristo humana. Pedro, de certa forma, também e, ao mesmo tempo, estar unidos em um traiu Jesus ao negá-lo por três vezes. No mesmo propósito: proclamar a mensagem caso de Pedro, Jesus o perdoou e, mais tar- de salvação trazida pelo evangelho. de, ele foi restaurado por Jesus em seu mi- nistério, mas Judas, nem deu tempo para isso, porque praticou o suicídio. 3. Não podemos viver numa igreja como se o outro simplesmente não existisse. As 3. A solene despedida (Jo 13.31-34) pessoas, à nossa volta, devem nos reco- – Chega, finalmente, a hora da despedida. nhecer pelo amor que praticamos pelos Jesus está para partir. Ele instituiu a ceia irmãos. memorial de sua morte. Depois que Judas saiu, para o vender, ele disse: “Agora o Fi- 4. Numa época de crise, é possível que lho do homem é glorificado, e Deus é glo- as pessoas vivam tão preocupadas com rificado nele”, e a seguir lhes deu o novo suas próprias vidas que não percebam o mandamento: “Um novo mandamento sofrimento do irmão ao lado. Precisamos vos dou: Que vos ameis uns aos outros estar atentos a isto para que cumpramos o como eu vos amei a vós, que também vós mandamento de Jesus: Que nos amemos uns aos outros vos ameis. Nisto todos co- uns aos outros, como ele nos amou. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 23
  • 25. EBD • Domingo, 3 de junho de 2012• ESTUDO 10 A promessa do Texto bíblico: João 14 e 15 Texto áureo: Espírito Santo João 14.16 No fim da última ceia, tendo Jesus falado co, de consumação do reino de Deus com a respeito de sua partida para o Pai, os discí- sua volta. Jesus tranquilizou os discípulos pulos ficaram desolados, pensando em como quanto ao caminho para o lugar para onde viveriam sem a presença do Senhor amado. iria partir, dizendo que ele mesmo é o ca- Como haveriam de viver sem suas palavras minho, a verdade e a vida. Basta crer nele e de conforto, sem seus ensinos? Jesus os con- tudo está bem. Filipe interrompe, queren- solou, prometendo que mandaria o Espírito do ver o Pai, e Jesus explica que quem o vê Santo, para não os deixar órfãos. Não os dei- está vendo o Pai. Sua união com o Pai é as- xaria sozinhos. Nunca os tinha abandonado, segurada pelas obras que ele realizou. E os e não os abandonaria agora. É este o ensino discípulos realizariam obras maiores, uma central dos capítulos 14 e 15. Neste estudo, vez que lhes mandaria o Espírito Santo e, vamos analisar a pessoa do Espírito Santo além disso, tinham o recurso da oração como Ajudador, Intérprete e Testemunha. para pedirem ao Pai o que precisassem. No próximo estudo, abordaremos ain- da sobre o Espírito Santo, no capítulo 16, 2. O Espírito Santo como Parácleto a respeito de suas funções de Parácleto, En- (14.16-18) – O Espírito Santo é chamado sinador e Testemunha; e a oração de Jesus de Parácleto e de Espírito de Verdade. Pará- pelos discípulos, no capítulo 17. cleto é uma palavra grega que tem o sentido original de “alguém chamado para ficar ao 1. Cristo conforta os discípulos (14.1- lado de uma pessoa para ajudá-la de qual- 15) – A promessa de enviar o Espírito San- quer modo, para defendê-la em processos, to faz parte das palavras de consolação de como um amigo no tribunal”. No versículo Jesus ditas aos seus discípulos quando, no 16, Jesus menciona outro Ajudador, o que fim da última ceia, falou-lhes a respeito de nos dá a entender que os discípulos já ti- sua partida para o Pai. nham um, que só pode ser ele mesmo. Em Com palavras de ternura e compaixão, 1João 2.1, Jesus é chamado de nosso “Pará- ordenou aos seus discípulos que não tives- cleto junto ao Pai”, onde a palavra é tradu- sem medo: eles criam em Deus, e que con- zida apropriadamente por “advogado”. Jesus fiassem, também, nele. Ele está indo prepa- tinha sido o Parácleto dos discípulos aqui rar lugar para, depois, levar para junto de si na terra. Ele tinha combatido por eles, aju- os que creem nele. Essa promessa pode ser dando-os. Eles puderam aprender com sua referência ao momento da morte de cada orientação e apoio; só que agora estava pres- crente, ou pode ter o sentido escatológi- tes a deixá-los. Mas, não os deixaria órfãos. 24 • PALAVRA E VIDA
  • 26. Mandaria outro Consolador (Ajudador) essa união com ele; é uma união íntima. Não para estar nos discípulos. Não apenas com pode haver união mais estreita e íntima do que eles, mas neles e permanentemente. a união entre a videira e seus ramos. Nos versículos 26 e 27 Jesus volta a fazer a 3. O Espírito Santo como Ensinador (Jo promessa de enviar o Espírito Santo, o qual viria 14.26-31) – Os discípulos poderiam contar para dar testemunho dele. O testemunho que com a presença do Espírito Santo para exercer Jesus tinha dado, com suas palavras e suas obras, uma função didática, educadora. Ele os capa- não cessaria quando ele não estivesse mais neste citaria para se lembrarem dos ensinos de Jesus mundo. O Espírito Santo assumiria este mi- e os faria compreender tudo. Em outras pala- nistério de testemunhar e o levaria adiante pela vras, o Espírito Santo lhes serviria de memória instrumentalidade dos discípulos. O cumpri- e expositor. Os escritores do Novo Testamen- mento desta função está exemplificado em Atos to experimentaram essa atuação do Espírito 5.32, onde Pedro e seu companheiro, diante do Santo no dia-a-dia das igrejas. Quando havia sumo sacerdote e do conselho, proclamaram a necessidades específicas, ele ensinava e mos- ressurreição e a glorificação de Jesus: “Nós somos trava a vontade de Deus. É esta a convicção testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito de Paulo, quando escreve a Primeira Carta aos Santo, que Deus outorgou aos que lhe obede- Coríntios: “...os quais também falamos, não cem”. O testemunho dos discípulos e do Espíri- com palavras ensinadas pela sabedoria huma- to Santo é o mesmo. Ambos testemunham da na, mas com palavras ensinadas pelo Espírito obra salvadora de Jesus. Portanto, não pode ha- Santo, comparando coisas espirituais com es- ver dúvida, Jesus é de fato o Messias prometido pirituais” (1Co 2.13). de Deus. Testemunha é alguém que viu com os próprios olhos, e ouviu com os próprios ouvidos. 4. O Espírito Santo como Testemunha Só tem validade para testemunhar quem presen- (15.1-27) – A promessa do Espírito Santo ciou os fatos. E esta função de testemunhar, que foi intercalada com um ensino precioso para o Espírito Santo continuaria a exercer perma- os discípulos, para lhes restaurar a confiança, nentemente, revela que Jesus é o único Salvador. a segurança, a fé e a esperança. Jesus mostrou Um significado mais amplo do testemunho do que nada nesta vida, nenhuma circunstância Espírito Santo é indicado em 1João 5.6: “O Es- pode separar o seu discípulo da comunhão pírito é o que dá testemunho, porque o Espírito com ele, ao mesmo tempo deixa bem claro Santo é a verdade”. que o sucesso como obreiros cristãos dependia da união com ele. Para deixar isto bem claro, APLICAÇÃO PARA A VIDA usou a figura da videira, tão conhecida de seus discípulos como moradores da Palestina. O O Espírito Santo prometido foi der- ensino dos versículos 1 a 25 é sobre a comu- ramado no dia de Pentecostes (At 2) so- nhão com Cristo, que ele ilustrou com três bre a igreja, e de lá para cá todos os que se figuras: a videira, o agricultor e os ramos da vi- convertem a Jesus Cristo como Salvador deira. Esta comunhão com Cristo é espiritual, o recebem no momento quando abrem o é a união da vida divina com a vida humana, coração para Jesus. Vivemos, pensamos e e é real e vital, não sendo um assunto de mera agimos sob sua ajuda. Conscientes disto, afiliação a alguma organização. É uma união santifiquemo-nos e sejamos corajosos em mútua, porque devemos consentir em aceitar testemunhar de nossa fé. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 25
  • 27. EBD • Domingo, 10 de junho de 2012• ESTUDO 11 As funções do Texto bíblico: Espírito Santo e João 16 e 17 a oração pelos Texto áureo: João 16.8-11 discípulos A referência ao Espírito Santo nos dois justiça que nos foi imputada, para sermos capítulos estudados na lição anterior (14 e salvos; 3) Quanto ao juízo: o Espírito San- 15) evolui, no capítulo 16, para uma expo- to é quem viria trazer luz ao fato de que o sição mais ampla das funções do Espírito juízo de Deus é uma realidade cósmica. Santo, que são três. Depois de consolar os Ninguém pode cometer injustiças e ficar discípulos e prometer o Espírito Santo, Je- impune. Existe o juízo de Deus. O próprio sus orou por eles e pelos que haveriam de Diabo, que é o príncipe deste mundo, está crer (cap. 17). julgado pelo juízo de Deus. Os homens não podem fazer o mal e ficar por isso mes- 1. Convencer o mundo (16.7-11) – O mo. Com este convencimento, o Espírito verbo grego traduzido por convencer tem o Santo desperta nos pecadores o desejo de sentido de trazer à luz, levar a uma convicção. buscar perdão para seus pecados. Dessas O Espírito Santo leva os pecadores à convic- três maneiras o Espírito Santo confronta o ção de três realidades: pecado, justiça e juízo. mundo com a necessidade urgente de uma 1) Quanto ao pecado: o pecado con- mudança radical em sua forma de viver e de siste em não crer em Jesus como o Filho de se relacionar com Deus a partir de sua nova Deus, e é isto que leva o pecador à conde- maneira de ver o pecado, a justiça e o juízo. nação. Os pecadores não reconhecem seu estado de afastados de Deus e condenados 2. Guiar o crente (16.12-14) – Em rela- (Rm 3.23) até que o Espírito Santo os con- ção aos convertidos, que formam a igreja de vença disto. Somente ele pode fazer isto. Cristo, a função do Espírito Santo é guiá-los Portanto, o Espírito Santo ajuda o pecador em toda a verdade. Durante seu curto mi- a ver que precisa se arrepender e crer. 2) nistério, Jesus sabia que os discípulos não se Quanto à justiça: o Espírito Santo corrige a apropriaram de toda a verdade, de todos os ideia errada de que a justiça não foi vista na mistérios que ele procurou ensinar. Mas os cruz de Cristo. Os críticos da época criam discípulos não ficariam com verdades pela que Jesus era injusto e merecedor de mor- metade ou com uma compreensão superfi- rer; e que matar Jesus agradava a Deus. O cial. O Espírito Santo os levaria a uma com- Espírito Santo viria para levar os pecado- preensão aprofundada e completa dos mis- res à convicção de que Jesus é a verdadeira térios de Deus. Esta obra continua sendo 26 • PALAVRA E VIDA
  • 28. feita no meio da igreja de Cristo. O Senhor tempo em que lhes dava uma tarefa espe- sabia que as sementes da verdade semeadas cial. A oração tem três partes: naqueles rudes corações germinariam sob 1) Oração por si mesmo: pediu ao Pai orientação do Espírito Santo. Nenhum para ser glorificado. Embora sendo Deus, homem chega à compreensão e percepção na encarnação, Jesus teve de experimentar das verdades eternas sem a ajuda do Con- a humilhação por levar sobre si a conde- solador. É impossível alcançar o alvo maior nação de nosso pecado. Sua glorificação se de Deus para nossa vida sem ele. Nenhum daria na cruz e na sua ressurreição. A cruz obstáculo será demasiado alto, nenhuma era a passagem obrigatória para a glória da carga demasiada pesada, nenhum problema ressurreição e ascensão ao céu aprovado em demasiado grande, pois Deus, por meio do sua obra de Redentor. Deus glorificou a Je- Espírito Santo, tem provido uma maneira sus ao lhe conceder a autoridade de poder segura de vitória para os crentes. morrer pelos pecados do mundo e procla- mar a toda a humanidade a graciosa oferta 3. Glorificar a Jesus (16.14) – Glorificar de salvação da parte do Pai, ao mesmo tem- é tornar visível a realidade majestática de Jesus. po em que o Filho glorificaria o Pai. É celebrar, dignificar, exaltar. É o Espírito San- 2) Oração pelos discípulos: nesta parte, to quem torna Jesus Cristo entendido, visto Jesus destaca três pontos principais: a) que em sua verdadeira natureza de poder e glória, Deus os guardasse; b) que Deus os conser- como o Filho de Deus e nosso Redentor. E ele vasse em unidade, a fim de que pudessem desempenha esta função ouvindo de Jesus e mostrar de forma visível a mesma unidade anunciando aos servos de Deus, permanen- que sempre existiu entre o Filho e o Pai; temente, os pensamentos, os sentimentos e a desavença na igreja é a mais perigosa arma vontade de Deus manifestados em Jesus Cris- contra o evangelho de Jesus; c) que os discí- to. Pela atuação do Espírito Santo, a pessoa de pulos fossem santificados na verdade. Jesus é cada vez mais engrandecida no seio da 3) Oração pelos futuros discípulos (v. igreja; e cada vez mais se espalha pelo mundo, 20-24): isto é, por todos os que viriam a à medida que multiplicamos a obra missioná- crer nele. Jesus pede para que eles, também, ria, anunciando o seu evangelho. vivessem em unidade, assim como ele e o Pai são um em unidade, e que desenvolves- 4. A oração de Jesus pelos discípulos sem a mesma missão de testemunho. (cap. 17) – Depois de prometer que man- daria o Espírito Santo e de ensinar sobre APLICAÇÕES PARA A VIDA suas funções, Jesus concluiu seu discurso de consolação aos crentes, exortando-os 1. A obra de evangelização é feita pelos a terem coragem e bom ânimo, dizendo: discípulos de Jesus, usados como instru- “No mundo tereis aflições, mas tende bom mentos de Deus. ânimo, eu venci o mundo”. 2. Há muitos modismos e falsificações Após a promessa do Espírito Santo e do evangelho. A verdade é uma só: a que é do encorajamento, os discípulos ouviram a ensinada pelo Espírito Santo. mais profunda e íntima oração de Jesus em 3. Jesus orou por nós. Esta é uma ver- que ele reforçou, mais uma vez, a seguran- dade que, além de elevar a nossa autoesti- ça da presença divina entre eles ao mesmo ma, traz para nós segurança e alegria. ABR.MAI.JUN DE 2012 • 27
  • 29. EBD • Domingo, 17 de junho de 2012• ESTUDO 12 Texto bíblico: Sofrimento e João 18 e 19 morte de Jesus Texto áureo: João 19.30 Estes dois capítulos poderiam ser con- 600 soldados; além deles, foram alguns siderados como o clímax do sofrimento de judeus, guardas do templo. Levavam lan- Jesus, pois nos lembram o sangue, o suor e ternas, tochas e armas. Talvez pensassem as costelas vazadas pela lança do soldado que Jesus tivesse um exército para lutar por romano, no Calvário. Os dois capítulos ele, daí o aparato; 3) Jesus manteve sereni- são os mais tristes mas, graças a Deus, eles dade, e diante da soldadesca que se aproxi- não fecham a história. Passando aos capí- mou, perguntou a quem procuravam, e se tulos 20 e 21 encontramos os relatos da apresentou: “Sou eu”. Então, os soldados vitória do Messias, pela sua ressurreição e caíram por terra (18.5). Alguma evidência subida para os céus. É com este sentimen- da divindade de Jesus deve ter causado essa to de vitória que vamos estudar estes capí- reação; 4) Jesus protegeu os discípulos, or- tulos que marcaram para sempre a história denando aos soldados: “Deixai ir estes”; 5) da humanidade. Pedro, impetuoso, deu um golpe de espada no primeiro que pôs as mãos em Jesus, e 1. A prisão de Jesus no Getsêmane (18.1- cortou-lhe uma orelha; mas Jesus o curou e 12) – Após a ceia no cenáculo e o discurso repreendeu a Pedro. Então Jesus foi levado, de consolação aos discípulos feito pelo Se- sem nenhuma resistência. nhor, em que prometeu a vinda do Espírito Santo, Jesus saiu com seus discípulos para 2. O julgamento e Jesus (18.13-40) – enfrentar o inimigo. Entre a saída e a prisão, O julgamento de Jesus ocorreu em duas que se deu no Getsêmane, houve o episódio esferas de poder: a esfera dos judeus (o da oração em que o Senhor, angustiado, poder religioso), e a esfera dos romanos (o pediu ao Pai que passasse dele aquele cáli- poder político de dominação): ce, narrado pelos outros Evangelhos (Mt a) O julgamento judeu (18.13-27): Je- 26.36-46; Lc 22.39-46; Mc 14.32-42). João sus foi conduzido primeiramente a Anás narra os acontecimentos em cinco mo- para um interrogatório preliminar. Anás mentos: 1) Jesus foi para o horto delibera- não era mais o sumo sacerdote, mas con- damente porque tinha consciência de que servava o título, e era sogro do atual, que se sua hora tinha chegado. Era um lugar que chamava Caifás. Anás o interrogou sobre ele frequentava normalmente quando ia a seus discípulos e sobre sua doutrina. Jesus Jerusalém; Judas também conhecia o lugar nada disse sobre os discípulos; e, sobre sua e podia prever a ida de Jesus para lá; 2) O doutrina, declarou que todos eles haviam exagero de força para prender Jesus. Uma tido oportunidade de o ouvir publicamen- coorte romana tinha aproximadamente te e, por isso, não precisava responder. A 28 • PALAVRA E VIDA