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Ivan L. M. Ricarte
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
  Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

             24 de agosto de 2012

                                                   Ricarte
Pensar sobre a informação clínica no contexto
local para garantir sua integração e sua utilização,
 com qualidade, em contextos regionais e globais




                                                       Ricarte
Por que integrar?
• Assistência
  – Integração dos três níveis de assistência
  – Atendimento ao paciente fora de seu território
  – Intercâmbio de informações entre serviços de
    saúde pública e saúde suplementar
• Gestão
  – Integralidade e qualidade da informação para
    tomada de decisões


                                                     Ricarte
A demanda pela integração
                                    de dados em saúde no Brasil




http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Perfil_
setor/Foco/20120816_web_foco_junho_2012.pdf

                                                                                        http://www.ans.gov.br/index.php/a-ans/sala-de-noticias-
                                                                                        ans/a-ans/1375-cartao-nacional-de-saude




                         http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/viewArticle/2337 (2011)

                                                                                                                                                  Ricarte
O desejo pela integração de dados de modo uniforme é um desejo de
longa data na área da saúde

A padronização da informação em
saúde, do século XIX ao século XXI

                                                                    Ricarte
Os primeiros passos




                                                                                                                   http://johnsnow.matrix.msu.edu/images/online_companion/
Each disease has, in many
instances, been denoted by three
or four terms, and each term has
been applied to as many different
diseases: vague, inconvenient




                                                                                                                   chapter_images/fig7-5.jpg
names have been employed, or
complications have been registered
instead of primary diseases.
  William Farr (1807-1883), em relatório anual para o General Register Office of England and Wales, sobre
         a necessidade urgente de se adotar uma classificação uniforme para doenças e causas de morte.
                                                             http://www.who.int/classifications/icd/en/HistoryOfICD.pdf



                                                                                                                                Ricarte
“Mas a situação atual é
                   diferente!”
• Classificação Estatística Internacional de
  Doenças e Problemas Relacionados à Saúde
  (CID), na versão 10 e indo para a 11
• Sistemas de Informação em Saúde integram
  dados de diversos estados e países
• Prontuários eletrônicos estão sendo
  gradativamente implantados por todo o
  mundo

                                               Ricarte
É mesmo diferente?
       Health information systems                                               Data are often collected
      have evolved in a haphazard                                               and presented in crude
         and fragmented way as a                                                formats, without any
          result of administrative,                                             attempt at the synthesis or
         economic, legal or donor                                               analysis required for proper
                        pressures.                                              day-to-day management or
                                                                                longer-term planning.

      Negative attitudes among                                                       Much of the material
clinicians and health workers –                                                      remains unprocessed, or,
    such as data collection is a                                                     if processed, unanalysed,
   useless activity or a waste of                                                    or, if analysed, not read,
        care-provider time – are                                                     or, if read, not used or
    detrimental to data quality.      http://www.who.int/healthmetrics/documents/
                                      hmn_framework200803.pdf
                                                                                     acted upon.

         Entering medical records into an electronic database can greatly facilitate
          the storage, retrieval, transfer and analysis of essential client information.

                                                                                                               Ricarte
O prontuário eletrônico pode resolver os problemas de uniformização e
integração dos dados em saúde

O prontuário eletrônico é a solução!


                                                                        Ricarte
O prontuário eletrônico é
                     mesmo a solução?
• O simples fato de a informação estar em formato
  digital não garante uniformização dos dados
   – Processadores e sistemas operacionais são diferentes

   – Representação digital da informação não é única

• A integração de sistemas computacionais em rede
  expõe ainda mais essas diferenças



                                                            Ricarte
Ricarte
Níveis de heterogeneidade
Heterogeneidade na representação da informação
  pode ocorrer em diversos níveis
  – Sistema
     • incompatibilidade de hardware e sistemas
       operacionais
  – Sintática
     • diferenças na representação e codificação da
       informação
  – Estrutural
     • variações nos modelos de dados e esquemas
  – Semântica
     • inconsistências na terminologia e significados
                                      http://www.governoeletronico.gov.br/interoperabilidade

                                                                                      Ricarte
Como resolver esse problema
                 de heterogeneidade?
Impor uma representação única para todos não é viável
  nem desejável
   – Único fabricante de processadores?
   – Único fornecedor de sistema operacional?
   – Única forma de representar o conteúdo do prontuário,
     sem levar em conta realidades locais, demandas de cada
     especialidade ou evolução científica na área?
• Desejável: integrar




                                                              Ricarte
Caminho: interoperabilidade
      Interoperabilidade
             – Habilidade que dois ou mais sistemas
               possuem de trocar informação e usar essa
               informação de modo a obter os resultados
               esperados




                                                                           http://www.governoeletronico.gov.br/interoperabilidade
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2073_31_08_2011.html

                                                                                                                          Ricarte
E como podemos ter essa tal de interoperabilidade para integrar
informação clínica?

Interoperabilidade e padrões para o
prontuário eletrônico do paciente

                                                                  Ricarte
Soluções de
                  interoperabilidade
• Interoperabilidade de sistema e
  interoperabilidade sintática têm soluções bem
  conhecidas
  – XDR, Unicode, XML
• Soluções para interoperabilidade estrutural e
  interoperabilidade semântica demandam
  adoção de modelos de referência e outros
  padrões, específicos para cada área do
  conhecimento
                                                  Ricarte
Quem cria os padrões para a
               informação clínica?
Organizações independentes e governamentais




                                              Ricarte
Health Level 7 International




Founded in 1987, Health Level Seven International (HL7) is a not-for-profit, ANSI-
accredited standards developing organization dedicated to providing a
comprehensive framework and related standards for the exchange, integration,
sharing, and retrieval of electronic health information that supports clinical
practice and the management, delivery and evaluation of health services. HL7's
2,300+ members include approximately 500 corporate members who represent
more than 90% of the information systems vendors serving healthcare.
                                                                http://www.hl7.org/


                                                                                      Ricarte
openEHR is an international not-for-profit Foundation, working towards:
•Making the interoperable, life-long electronic health record a reality
•Improving health care in the information society.
                                                      http://www.openehr.org/

                                                                                Ricarte
The International Health Terminology Standards Development Organisation is an
international not-for-profit organization based in Denmark. IHTSDO owns and administers
the rights to SNOMED CT and related terminology standards.
The purpose of IHTSDO is to develop, maintain, promote and enable the uptake and
correct use of its terminology products in health systems, services and products around
the world, and undertake any or all activities incidental and conducive to achieving the
purpose of the Association for the benefits of the members.
                                                                http://www.ihtsdo.org/


                                                                                         Ricarte
Regenstrief Institute
The Regenstrief
Institute's informatics
group developed
the Logical Observation
Identifiers Names and
Codes (LOINC®) system, a
standard nomenclature
that enables the
electronic transmission of
clinical data from
laboratories that produce
the data to hospitals,
physician's offices and
payers who use the data
(now over 50,000
observation terms) for
clinical care and                          http://www.regenstrief.org/
management purposes.                       http://loinc.org/

                                                                         Ricarte
Quem consolida esses
                       padrões?
Entidades normalizadoras nacionais e internacionais




                                                      Ricarte
ISO TC215 – Health
    Informatics

                                   Number of published
                                   ISO standards under the
                                   direct responsibility of
                                   TC 215 (number
                                   includes updates): 100




 http://www.iso.org/iso/iso_technical_committee?commid=54960
                                                               Ricarte
Organização Mundial da Saúde
                                             http://www.who.int/ehealth/en/




http://www.who.int/classifications/icd/en/

                                                                          Ricarte
Algumas experiências internacionais de adoção desses padrões

E quem usa esses padrões?


                                                               Ricarte
Estônia
Portal e-Tervis
   – HL7v3
   – SNOMED CT
   – LOINC

                  http://www.e-tervis.ee/




                                            Ricarte
Reino Unido
Connecting for Health
   – Interoperabilidade: alinhado com HL7 e IHE
   – Terminologia: mantém SNOMED CT e Read Codes
   – Classificação: CID-10 e OPCS-4
                                     http://www.connectingforhealth.nhs.uk




                                                                             Ricarte
Canadá
Canada Health Infoway – Standards Collaborative
   –   HL7                             https://www.infoway-inforoute.ca/


   –   SNOMED CT
   –   IHE
   –   LOINC
   –   DICOM
   –   ISO TC215




                                                                      Ricarte
Estados Unidos
Meaningful use of EHR
                                 http://healthit.hhs.gov/
  –   HL7
  –   SNOMED CT
  –   LOINC
  –   RxNORM




                                                            Ricarte
No Brasil
        Certificação CFM-SBIS
                                                                                                COPISS




                                                    http://www.ans.gov.br/index.php/participacao-da-sociedade/copiss


http://www.sbis.org.br/




               Catálogo de Padrões de
   Interoperabilidade de Informações
        de Sistemas de Saúde (CPIISS)
                                http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2073_31_08_2011.html

                                                                                                             Ricarte
Vai dar certo?
                 Investimento em saúde (per capita, Int$)


8000


7000


6000


5000

4000


3000


2000


1000


   0
       Estônia    Reino Unido    Canadá     Estados Unidos         Brasil


                                                             Fonte: OMS (dados de 2009)
                                                             http://who.int/
                                                                                          Ricarte
Ivan Ricarte
ricarte@unicamp.br




                     Ricarte

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Padrões para integração de dados em saúde

  • 1. Ivan L. M. Ricarte Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) 24 de agosto de 2012 Ricarte
  • 2. Pensar sobre a informação clínica no contexto local para garantir sua integração e sua utilização, com qualidade, em contextos regionais e globais Ricarte
  • 3. Por que integrar? • Assistência – Integração dos três níveis de assistência – Atendimento ao paciente fora de seu território – Intercâmbio de informações entre serviços de saúde pública e saúde suplementar • Gestão – Integralidade e qualidade da informação para tomada de decisões Ricarte
  • 4. A demanda pela integração de dados em saúde no Brasil http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Perfil_ setor/Foco/20120816_web_foco_junho_2012.pdf http://www.ans.gov.br/index.php/a-ans/sala-de-noticias- ans/a-ans/1375-cartao-nacional-de-saude http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reufsm/article/viewArticle/2337 (2011) Ricarte
  • 5. O desejo pela integração de dados de modo uniforme é um desejo de longa data na área da saúde A padronização da informação em saúde, do século XIX ao século XXI Ricarte
  • 6. Os primeiros passos http://johnsnow.matrix.msu.edu/images/online_companion/ Each disease has, in many instances, been denoted by three or four terms, and each term has been applied to as many different diseases: vague, inconvenient chapter_images/fig7-5.jpg names have been employed, or complications have been registered instead of primary diseases. William Farr (1807-1883), em relatório anual para o General Register Office of England and Wales, sobre a necessidade urgente de se adotar uma classificação uniforme para doenças e causas de morte. http://www.who.int/classifications/icd/en/HistoryOfICD.pdf Ricarte
  • 7. “Mas a situação atual é diferente!” • Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), na versão 10 e indo para a 11 • Sistemas de Informação em Saúde integram dados de diversos estados e países • Prontuários eletrônicos estão sendo gradativamente implantados por todo o mundo Ricarte
  • 8. É mesmo diferente? Health information systems Data are often collected have evolved in a haphazard and presented in crude and fragmented way as a formats, without any result of administrative, attempt at the synthesis or economic, legal or donor analysis required for proper pressures. day-to-day management or longer-term planning. Negative attitudes among Much of the material clinicians and health workers – remains unprocessed, or, such as data collection is a if processed, unanalysed, useless activity or a waste of or, if analysed, not read, care-provider time – are or, if read, not used or detrimental to data quality. http://www.who.int/healthmetrics/documents/ hmn_framework200803.pdf acted upon. Entering medical records into an electronic database can greatly facilitate the storage, retrieval, transfer and analysis of essential client information. Ricarte
  • 9. O prontuário eletrônico pode resolver os problemas de uniformização e integração dos dados em saúde O prontuário eletrônico é a solução! Ricarte
  • 10. O prontuário eletrônico é mesmo a solução? • O simples fato de a informação estar em formato digital não garante uniformização dos dados – Processadores e sistemas operacionais são diferentes – Representação digital da informação não é única • A integração de sistemas computacionais em rede expõe ainda mais essas diferenças Ricarte
  • 12. Níveis de heterogeneidade Heterogeneidade na representação da informação pode ocorrer em diversos níveis – Sistema • incompatibilidade de hardware e sistemas operacionais – Sintática • diferenças na representação e codificação da informação – Estrutural • variações nos modelos de dados e esquemas – Semântica • inconsistências na terminologia e significados http://www.governoeletronico.gov.br/interoperabilidade Ricarte
  • 13. Como resolver esse problema de heterogeneidade? Impor uma representação única para todos não é viável nem desejável – Único fabricante de processadores? – Único fornecedor de sistema operacional? – Única forma de representar o conteúdo do prontuário, sem levar em conta realidades locais, demandas de cada especialidade ou evolução científica na área? • Desejável: integrar Ricarte
  • 14. Caminho: interoperabilidade Interoperabilidade – Habilidade que dois ou mais sistemas possuem de trocar informação e usar essa informação de modo a obter os resultados esperados http://www.governoeletronico.gov.br/interoperabilidade http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2073_31_08_2011.html Ricarte
  • 15. E como podemos ter essa tal de interoperabilidade para integrar informação clínica? Interoperabilidade e padrões para o prontuário eletrônico do paciente Ricarte
  • 16. Soluções de interoperabilidade • Interoperabilidade de sistema e interoperabilidade sintática têm soluções bem conhecidas – XDR, Unicode, XML • Soluções para interoperabilidade estrutural e interoperabilidade semântica demandam adoção de modelos de referência e outros padrões, específicos para cada área do conhecimento Ricarte
  • 17. Quem cria os padrões para a informação clínica? Organizações independentes e governamentais Ricarte
  • 18. Health Level 7 International Founded in 1987, Health Level Seven International (HL7) is a not-for-profit, ANSI- accredited standards developing organization dedicated to providing a comprehensive framework and related standards for the exchange, integration, sharing, and retrieval of electronic health information that supports clinical practice and the management, delivery and evaluation of health services. HL7's 2,300+ members include approximately 500 corporate members who represent more than 90% of the information systems vendors serving healthcare. http://www.hl7.org/ Ricarte
  • 19. openEHR is an international not-for-profit Foundation, working towards: •Making the interoperable, life-long electronic health record a reality •Improving health care in the information society. http://www.openehr.org/ Ricarte
  • 20. The International Health Terminology Standards Development Organisation is an international not-for-profit organization based in Denmark. IHTSDO owns and administers the rights to SNOMED CT and related terminology standards. The purpose of IHTSDO is to develop, maintain, promote and enable the uptake and correct use of its terminology products in health systems, services and products around the world, and undertake any or all activities incidental and conducive to achieving the purpose of the Association for the benefits of the members. http://www.ihtsdo.org/ Ricarte
  • 21. Regenstrief Institute The Regenstrief Institute's informatics group developed the Logical Observation Identifiers Names and Codes (LOINC®) system, a standard nomenclature that enables the electronic transmission of clinical data from laboratories that produce the data to hospitals, physician's offices and payers who use the data (now over 50,000 observation terms) for clinical care and http://www.regenstrief.org/ management purposes. http://loinc.org/ Ricarte
  • 22. Quem consolida esses padrões? Entidades normalizadoras nacionais e internacionais Ricarte
  • 23. ISO TC215 – Health Informatics Number of published ISO standards under the direct responsibility of TC 215 (number includes updates): 100 http://www.iso.org/iso/iso_technical_committee?commid=54960 Ricarte
  • 24. Organização Mundial da Saúde http://www.who.int/ehealth/en/ http://www.who.int/classifications/icd/en/ Ricarte
  • 25. Algumas experiências internacionais de adoção desses padrões E quem usa esses padrões? Ricarte
  • 26. Estônia Portal e-Tervis – HL7v3 – SNOMED CT – LOINC http://www.e-tervis.ee/ Ricarte
  • 27. Reino Unido Connecting for Health – Interoperabilidade: alinhado com HL7 e IHE – Terminologia: mantém SNOMED CT e Read Codes – Classificação: CID-10 e OPCS-4 http://www.connectingforhealth.nhs.uk Ricarte
  • 28. Canadá Canada Health Infoway – Standards Collaborative – HL7 https://www.infoway-inforoute.ca/ – SNOMED CT – IHE – LOINC – DICOM – ISO TC215 Ricarte
  • 29. Estados Unidos Meaningful use of EHR http://healthit.hhs.gov/ – HL7 – SNOMED CT – LOINC – RxNORM Ricarte
  • 30. No Brasil Certificação CFM-SBIS COPISS http://www.ans.gov.br/index.php/participacao-da-sociedade/copiss http://www.sbis.org.br/ Catálogo de Padrões de Interoperabilidade de Informações de Sistemas de Saúde (CPIISS) http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2073_31_08_2011.html Ricarte
  • 31. Vai dar certo? Investimento em saúde (per capita, Int$) 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Estônia Reino Unido Canadá Estados Unidos Brasil Fonte: OMS (dados de 2009) http://who.int/ Ricarte