O poema descreve como a vida humana é delimitada por dois horizontes: o passado, representado pela saudade do que não voltará, e o futuro, representado pela esperança do que está por vir. A alma vive no presente ambiciosa, entre a ilusão do passado e a ilusão do futuro.

1. Os dois horizontes Machado de Assis

2. Dous horizontes fecham nossa vida:

3. Um horizonte, — a saudade Do que não há de voltar; Outro horizonte, — a esperança Dos tempos que hão de chegar; No presente, — sempre escuro, — Vive a alma ambiciosa Na ilusão voluptuosa Do passado e do futuro.

4. Os doces brincos da infância Sob as asas maternais, O vôo das andorinhas, A onda viva e os rosais.

5. O gozo do amor, sonhado Num olhar profundo e ardente, Tal é na hora presente O horizonte do passado

6. Ou ambição de grandeza Que no espírito calou, Desejo de amor sincero Que o coração não gozou; Ou um viver calmo e puro À alma convalescente, Tal é na hora presente O horizonte do futuro.

7. No breve correr dos dias Sob o azul do céu, — tais são Limites no mar da vida: Saudade ou aspiração; Ao nosso espírito ardente, Na avidez do bem sonhado, Nunca o presente é passado, Nunca o futuro é presente.

8. Que cismas, homem? — Perdido No mar das recordações, Escuto um eco sentido Das passadas ilusões. Que buscas, homem? — Procuro, Através da imensidade, Ler a doce realidade Das ilusões do futuro.

9. Dous horizontes fecham nossa vida.

11. 1839, 21 de junho: nascimento de Joaquim Maria Machado de Assis , filho de Francisco José de Assis (brasileiro, carioca, descendente de negros alforriados, pintor e dourador) e da lavadeira Maria Leopoldina Machado de Assis (portuguesa da ilha de São Miguel, Açores), no Morro do Livramento, Rio de Janeiro; cedo, na infância perde a mãe e a irmã única. Quanto tudo aconteceu...

12. 1856: aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional, na Rua da Guarda Velha, atual Av. 13 de Maio. 1858: o padre Antônio José da Silveira Sarmento dá-lhe aulas gratuitas; revisor de provas; auxiliar de tradutor (do francês) e colaborador em periódicos. 1859: crítico teatral. 1860: redator do Diário do Rio de Janeiro e de A Semana Ilustrada . 1861: publica uma comédia e a tradução (?) do ensaio Queda que as Mulheres têm para os Tolos . 1862: auxiliar de censura do Conservatório Dramático Brasileiro. 1864: primeiro volume de versos, Crisálidas .

13. 1866: tradução de Os Trabalhadores do Mar , de Victor Hugo. 1867: Cavaleiro da Ordem da Rosa. 1869: casamento (18 de novembro) com Carolina Augusta Xavier de Novais, portuguesa recém-chegada à Corte, irmã mais nova do poeta Faustino Xavier de Novais; ela, 32 anos, ele, 27; a família opusera-se em vão às núpcias, por causa da cor do noivo e, talvez, de comentários acerca da sua epilepsia). 1870: Falenas (versos) e Contos Fluminenses . 1872: Ressurreição , primeiro romance. 1873: Histórias da Meia-Noite . Primeiro oficial da Secretaria de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, onde chega a diretor-geral e secretário de alguns ministros. 1874: romance A Mão e a Luva . 1875: Americanas (versos).

14. Carolina Augusta Xavier de Novais

15. 1876: Helena , romance. 1878: Iaiá Garcia , romance; licença para tratamento de saúde, no final do ano, em Friburgo, quando ocorre mudança profunda no seu modo de pensar, sentir e escrever — o advento da maturidade; o casal hospedou-se no Hotel Engert. 1879: Memórias Póstumas de Brás Cubas , romance. 1880: participa do tricentenário de Luiz Vaz de Camões com a comédia Tu, Só Tu, Puro Amor... 1881: atividade regular de cronista. 1882: Papéis Avulsos , contos. 1884: Histórias Sem Data . 1886: Quincas Borba , romance. 1888: celebra a Abolição da Escravatura, em préstito.

16. 1896: Várias Histórias ; fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras. 1899: Dom Casmurro (romance ) e Páginas Recolhidas (contos). 1904: Esaú e Jacó , romance; morte de Carolina (20 de outubro). 1906: Relíquias de Casa Velha (contos, crítica, peças teatrais e o soneto A Carolina ). 1908: Memorial de Aires , romance. Morre em casa (Rua Cosme Velho, 18, Rio de Janeiro), às 3h20m de 29 de setembro. Sepultado no mesmo dia.

17. FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan [email_address] MÚSICA: Bachianas Brasileiras nº 5 (Heitor Villa-Lobos) Execução: Branford Marsalis IMAGENS: Internet INFORMAÇÕES: http://www.vidaslusofonas.pt (Repasse com os devidos créditos) BLOG: www.mimabadan.blogspot.com OUTROS PPSs em: www.slideshare.net/mimabadan ESTÓRIAS INFANTIS em: www.slideshare.net/vovomima São Paulo, 20 de novembro de 2009 Dia da Consciência Negra