Considerações sobre o futuro da empregabilidade tendo em conta o contexto de cenário tecnológico em que vivemos.

1. O que se pode esperar no futuro da empregabilidade.
A visão de um jovem freelancer.
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Era uma vez…uma carreira. Esse conceito tão comentado pelos nossos pais e avós…de anos de trabalho na
mesma empresa, de genuína amizade entre os colaboradores, alicerçada por décadas de trabalho na mesma
firma ou instituição, está a chegar ao fim. Posso afirmar que faço parte da geração que viu esse paradigma
alterar-se, da geração que já não trabalha para uma empresa ao longo da vida, mas para várias e, por vezes, de
áreas tão diversas. Ou que até cria o seu próprio negócio, por paixão…ou por necessidade.
Na minha opinião, nos próximos anos serão necessárias três competências chave para enfrentar o mercado de
trabalho: capacidade de adaptação, constante actualização de conhecimentos e poder de superação.
Vivemos na era da informação na hora, da mudança num segundo, do stress, das solicitações constantes, seja
por parte das redes sociais ou de toda a tecnologia que nos rodeia diariamente e consome parte do nosso
tempo. Tal poderá ser bom, se bem usado e aproveitado.
O futuro da empregabilidade passa por saber lidar com esta realidade, não conhecemos a maior parte das
profissões do futuro porque nem sequer foram inventadas. Se um cidadão comum fosse questionado há dez ou
quinze anos atrás sobre o que seria um responsável de campanhas de Google Adwords certamente que não
saberia responder. E o que seria um responsável de marketing digital, um open networker ou um gestor de
social media?
Já para não falar na área comportamental…revitalizada pelos tempos de crise em que vivemos, com as mais
diversas variedades de coaching, de índole pessoal ou empresarial.
Como é facilmente constatável, são profissões que estão a surgir e a ser integradas nas novas necessidades de
mercado. Outras se seguirão em pouco tempo.
Segundo o meu ponto de vista, é crucial uma capacidade de adaptação a novas realidades e a novas empresas
já que o mais provável é que o futuro (já parte do presente) nos reserve alguns cargos em diversas empresas
de áreas opostas, num dia a trabalhar como freelancer para uma empresa japonesa e no outro a ter uma
reunião com um cliente via Skype na Austrália. Ou talvez o Skype e o cliente estarão à distância de um
comando de voz ou de uma impressão digital. Quiçá o recrutamento será feito à distância, com base no perfil do
Linkedin e na reputação online. Será que o próprio dinheiro como o conhecemos ainda existirá? Provavelmente
deixaremos de sentir o peso das moedas nos bolsos e a textura das notas…e tudo será virtual…mas real!
Além da adaptação e da consciencialização da mudança, há a premente necessidade de actualização de
conhecimentos, não devemos cair no erro de nos limitar ao conhecimento académico obtido nas universidades,
mas criar desafios a nós próprios participando em formações de diferentes áreas de conhecimento, em
palestras motivacionais e em conferências como o TED, o Ignite e das áreas de formação de cada um. Para
quem está desempregado - e lamentavelmente o desemprego é uma triste realidade do nosso país - poderá
encontrar nestes encontros uma janela de oportunidade para um futuro mais risonho.
Concluindo, não posso deixar de destacar o poder de superação, apenas conseguido com ajuda daquela
motivação extra que nos faz levantar todos os dias de manhã, a paixão pelo que fazemos. Se descobrirmos a
nossa vocação, será mais fácil apaixonarmo-nos por ela e evoluirmos todos os dias…um degrau de cada vez.
Reunidas as três competências chave estaremos mais aptos a enfrentar um futuro que não se avizinha fácil, até
porque a novidade gera sempre dúvida e receio, mas que acredito que reservará um lugar para os bons
profissionais que tenham a audácia de arriscar, de se distinguirem dos demais e de pensarem out of the box.
Rui Sousa
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