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FEVEREIRO
2015
O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo
OOOOO VVVVVAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGA
E o amor? Todos nós necessitamos de amor,
pois ele é a essência da vida. Mas... Será que um
“vampiro” ama? Florisbela acreditava que sim!
Filomena tinha dúvidas... As duas eram pretendentes
ao trono do coração daquele morcego hematófago.
O dentista não era indiferente aos olhares
“pecaminosos” das moças. Escolher não era fácil...
Rodolpho Civile
Mogi-Guaçu
“Julgo que depois do
Fiat 1921 de meu
avô, que era muito
conservado, foi o
automóvel que mais
admirei naqueles
anos.”
Antonio Carlos
Lima Pompeo
Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br
Pé de moleque
Soneto triste
Hildete Rangel
Enger
José Rodrigues
Louzã
“As associações para
a promoção do bem
comum no Brasil são
conhecidas como
‘sociedades
pilantrópicas’.”
José Leopoldo
Lopes de Oliveira
Salada
Wilma Lúcia da
Silva Moraes
Peregrina
Coleção Letra de Médico
A SOBRAMES-SP está lançando uma coleção de obras individuais de autores
médicos para ficar na história. Você já foi convidado e não vai ficar fora dela. O
primeiro grupo já está quase completo. Prepare seus originais e inscreva-se hoje
mesmo. Não deixe de participar! Informe-se: rumoeditorial@uol.com.br
2 O Bandeirante - Fevereiro 2015
EXPEDIENTE: Jornal O Bandeirante - ANO XXIV - nº. 267 - Fevereiro 2015 | Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado
de São Paulo - SOBRAMES-SP. | Sede:Avenida Brigadeiro LuísAntônio, 278 - 7º.Andar - Sala 1 (Prédio daAssociação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP | Editores: Josyanne Rita deArruda
Franco e Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) | Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP).| Redação e Correspondência:Av. Prof.Sylla Mattos, 652
- ap.12 – Jd. Sta.Cruz – CEP 04182-010 – São Paulo – SP E-mail: rumoeditorial@uol.com.br Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815. | Colaboradores desta edição: (Textos literários):
Antonio Carlos Lima Pompeo, Hildette Rangel Enger, José Leopoldo Lopes de Oliveira, José Rodrigues Louzã, Rodolpho Civile e Wilma Lucia da Silva Moraes. (Olhar Paulista): Márcia Etelli Coelho.
| Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. | Diretoria - Gestão 2015/2016 - Presidente: Carlos Augusto Ferreira Galvão. Vice-
-Presidente: Márcia Etelli Coelho. Primeiro-Secretário: Marcos Gimenes Salun. Segundo-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-Tesoureiro: Helio Begliomini. Segundo-
-Tesoureiro: Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:Josyanne Rita de Arruda Franco, José Alberto Vieira e Roberto Antonio Aniche. Conselho Fiscal Suplentes:
Alcione Alcântara Gonçalves, Geovah Paulo da Cruz e Mércia Lúcia de Melo Neves Chade. | Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a
opinião da Sobrames-SP | Editores de O Bandeirante: Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992, Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994, Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz
Najar - 1995-1996, Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000, Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009, Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009, Roberto A.Aniche
e CarlosAugusto F. Galvão - 2010, Josyanne R.A.Franco e CarlosAugusto F.Galvão - 2011-2012, Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - 2013 em diante | Presidentes da Sobrames-
SP: 1º. Flerts Nebó (1988-1990), 2º. Flerts Nebó (1990-1992), 3º. Helio Begliomini (1992-1994), 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996), 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998), 6º. Walter Whitton
Harris (1999-2000), 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002), 8º. Luiz Giovani (2003-2004), 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005), 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006),
11º. Helio Begliomini (2007-2008), 12º. Helio Begliomini (2009-2010), 13º. Josyanne Rita deArruda Franco (2011-2012), 14º. Josyanne Rita deArruda Franco (2013-2014), 15º. CarlosAugusto
Ferreira Galvão (2015/2016). | Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun, | Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto | Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial Produções
e Edições Ltda. E-mail: rumoeditorial@uol.com.br | Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica Editora - São Paulo
21/02 – Josyanne Rita de Arruda
Franco
27/02 – Hildette Rangel Enger
As Reuniões de Diretoria são abertas a todos os
associados e acontecem na SEDE da SOBRAMES-SP
(APM) - Av.Brigadeiro Luis Antonio, 278 - 7.º andar -
Sala 1 - Início às 19h00
Carlos Augusto Ferreira Galvão
Psiquiatra - Presidente da Sobrames-SP
EDITORIAL
Bolo & Champanhe
Perdas e ganhos
O ano começou junto com a nova diretoria de
nossa regional, e com algumas notícias muito tristes: o
falecimentodoinesquecívelJoséRodriguesLouzãede
nossoex-presidenteCarlosLuizCampana.Sãopessoas
queforammuitoimportantesemnossaregional,eaquem,
sem dúvida, a Sobrames deve muito.
Por outro lado, verificamos, neste janeiro, o
enorme potencial “sobrâmico” para conhecer pessoas
interessantes e se relacionar com elas. Podemos dizer
que a SOBRAMES é uma usina de amizades.
Nossa regional foi convidada para um evento
literárioemMaceióerespondemosgostosamenteaeste
convite.AnnieneNascimento,sobramistapaulista,mas
que mora em Maceió, organizou o “Menu Cultural” na
“Tapiocaria Comadre Fulô”, e São Paulo foi por mim
representado; lá encontrei, além de muitos escritores
alagoanos, também Lilian Maial, da Sobrames Rio de
Janeiro.Muitaalegria,praias,passeios,tapioca,sururu,
forró e bastante literatura. Foi um evento literalmente
delicioso, e deixou-me como lembrança uma imensa
saudadeemuitasamizadesquefizporlánessespoucos
diasdevisita.
EstadiretoriatemcomoumadasmetaslevarSão
Paulo a todos os eventos patrocinados pelas outras
regionais. Maceió foi apenas o primeiro em que nos
fizemospresentes.Pretendemosestreitarcadavezmais
os laços fraternos com os confrades de todo o Brasil,
promovendosempreofortalecimentoecrescimentoda
Sobrames.
Esta agenda está sujeita a alterações em decorrência
de fatores não previstos por ocasião de sua elaboração.
As Pizzas Literárias da
SOBRAMES-SP acontecem na
terceira quinta-feira de cada
mês, a partir das 19h00 na
PIZZARIA BONDE PAULISTA
Rua Oscar Freire, 1.597 -
Pinheiros - S.Paulo
O Bandeirante - Fevereiro 2015 3
O vampiro do Bexiga
Numa noite chuvosa e tenebrosa, estava eu
ouvindo“UmaNoitedoMonteCalvo”deMussorgsky,
quando um baque surdo na vidraça da janela chamou a
minhaatenção.Imediatamente,corriparaver.Nagrama
do jardim, encontrei um morcego. O que estaria
procurando? Insetos? Frutas? Sangue? Esta ideia me
deixou apavorado. Um vampiro?Aquele que, segundo
as lendas e ditos populares, sai das sepulturas à noite
para sugar o sangue dos vivos, utilizando um par de
incisivos grande e forte. Mamífero voador, tem uma
membrana fina e larga, que liga os membros anteriores
eposteriores,transformadasemasas,chamadaspatágio.
A mente humana é um poço misterioso aonde
desaguam as reminiscências de tempos idos e vividos
quenãovoltammais...Porumainexplicávelassociação
de ideais ou regresso mental ao passado, o morcego do
meu jardim se transformou, na minha imaginação, em
um “vampiro” do velho Bexiga, o bairro calabrês, da
escola de samba “Vai-Vai”.
Eumelembro...EumelembrododentistadaRua
Yayá, a louca. Magro, alto, cabelos pretos, rosto
alongado com sobrancelhas grossas, olhos castanhos,
cercados por escuras circunferências e, o que mais
chamava a atenção, a arcada dentária continha um par
de incisivos superiores grande e forte.
O povo maldoso começou a chamá-lo de
“vampiro”.Oapelidonãocondiziacomoserhumanoe
profissional, bom e competente, tinha uma excelente
clientela.
Morava com a mãe, uma viúva já avançada em
idade. Ela sempre dizia: “Leontino, meu filho, você
precisa casar. Ter filhos. Não pode ficar a vida toda só
arrancando dentes”. Ele sorria e respondia: “ainda não
chegou o meu dia. A princesa encantada dos meus
sonhos, só existe nos sonhos”. A mãe argumentava:
“estou muito velha e gostaria de ver os meus netos”. E
Leontino justificava: “vai depender do destino, minha
mãe”. Dando de ombros, a mãe dizia: “conversa,
depende de você...”
E assim ia levando a vida... De boca em boca,
realizando a sua missão, ou melhor, a sua profissão,
usando o “boticão” para extrair os dentes e não os
incisivos para sugar o sangue dos clientes, como
pensavam certas pessoas.
E o amor?Todos nós necessitamos de amor, pois
ele é a essência da vida. Mas... Será que um “vampiro”
ama? Florisbela acreditava que sim! Filomena tinha
dúvidas...Asduaserampretendentesaotronodocoração
daquele morcego hematófago. O dentista não era
indiferente aos olhares “pecaminosos” das moças.
Escolher não era fácil... Uma era baixinha, barriguda e
de coxas grossas. De família rica, era formada em
contabilidade.Aoutra,alta,magra,olhosgrandes,queixo
largo,semprerisonha,tinhavozfanhosaeeradefamília
pobre.Cozinhavaebordavamuitobem.Asduasmoças,
na idade reprodutiva.
Aslínguasviperinasdemoradoresdovelho Bexiga
começaram a destilar maldades e provocar confusões.
Qualseriaoresultadodeuniãodeumvampiro,chupador
de sangue com “inocentes e belas” criaturas? Alguns
achavamocontrário:seráque“asbelas” não iriamsugar
o sangue do dentista competente, que nunca prejudicou
ninguém?Quantasdúvidas...Quefalatório...
A mãe continuava a insistir com o filho: “precisa
casar... precisa casar...”
Eagora?Difícildecisão.Noitesemclaro.Amente
obnubilada pelos pensamentos. A pressão estava
mexendocomosnervosdodentista.Tinhadesedefinir...
O dentista continuava nesse impasse quando, por
acaso, inesperadamente, entrou em seu consultório a
representante de um laboratório de produtos
odontológicos.Oimpactofoimuitograndeparaambos.
Ela, uma loura linda, com um corpo escultural. Ele, um
dentista com olheiras profundas e “bela dentadura”.
Ficaram alguns minutos se entreolhando. Verdadeiro
êxtase!
O resultado logo se fez sentir. A união de duas
criaturas que se amam: o casamento seguido do
nascimentodetrêsfilhos,louroscomoamãe,semolheiras
esemincisivosdevampiro.
AmãedeLeontino, felicíssima,tornou-seavó.As
comadres do Bexiga deixaram de vaticinar. Florisbela
e Filomena trocaram de dentista.
Rodolpho Civile
4 O Bandeirante - Fevereiro 2015
Pé de moleque
Hildette Rangel Enger
Está muito triste, hoje, o meu soneto!
A mesma fachada, a mesma doceira
narua,olheiameninafaceira,
e ouvi novamente os sons do coreto.
Parei frente ao prédio onde as minhas férias
eu passava com filhos e parentes.
Recordei-me dos amigos ausentes,
dos jantares, dos chopes, das pilhérias,
das prazenteiras noitadas de sábado,
brincando com os de nossa amizade.
Passa o tempo...Avida, de dedo em riste,
aponta o caminho que está traçado.
E eu recordei... E veio uma saudade...
E o meu soneto ficou triste...
in memoriam
Soneto triste
José Rodrigues Louzã
Pé de moleque
Meninopretinho
Viviasujinho
Descalço, sem pão
Nãotinhaninguém
Não tinha uma casa
Viviasozinho
Dormia no chão...
Pé de moleque
Vendiajornais
Passava alegre
Apregoando
Notícias,notícias
Todos os dias
Pé de moleque
Umdiamorreu
vi-o deitado,
Os jornais ao lado
Parecia dormindo...
E agora pensando
Perguntoamimmesma:
Será que há no céu
Lugarreservado
Para pé de moleque
Meninopretinho
Que morreu tão sozinho
Sempãosemninguém?
O Bandeirante - Fevereiro 2015 5
Policiamento em
Mogi - Guaçu
Antonio Carlos Lima Pompeo
OpoliciamentodoGuaçu,duranteadécadade1950,erafeitoportrêssoldados
– o Bastião, o Sr.André e oVicentão. Os delegados utilizavam o sistema de rodízio
com frequência e os escrivães de polícia, muito respeitados por terem autoridade
quase de delegados, foram, respectivamente, os senhores Rafael Orlando Valente,
Osvaldo Lopes e, por fim, oAgenorzinho Carvalho, que possuía um Jaguar 1951
cinza,muitobonito,sobreoqualteciadiversoselogiosquantoàpotênciaeàdireção,
que era ajustável dependendo da proximidade do motorista. Julgo que depois do
Fiat 1921 de meu avô, que era muito conservado, foi o automóvel que mais admirei
naquelesanos.
Ospoliciais,apesardeteremautoridadeinerenteaocargo,eramextremamente
gentis, conheciam a maioria da população pelo nome, participavam das
comemorações e festividades como cidadãos comuns e, para mim, era impossível,
apesar de estarem sempre fardados, esperar deles qualquer atitude mais agressiva.
MuitasvezesquandoeudirigiacomextremoorgulhoovelhoFiatdemeuavôpelas
ruasdacidade,ainda“menordeidade”esemestarhabilitado,passavaalgoacanhado
pelos soldados, porém os cumprimentava e era correspondido sem maiores
observações. Que saudades...!
A cadeia pública, situada na Rua Paula Bueno (até hoje conhecida como “rua
da cadeia”) era um edifício sóbrio, muito bonito, construído entre 1914 e 1915, cuja
arquitetura possuía as mesmas características das do grupo escolar e do clube
recreativo situado na Praça da Matriz e, se bem me recordo, da Câmara Municipal
localizada na rua da estação.
Após passar décadas sem reformas e em estado de deterioração, o prédio da
cadeia, já desativado, foi restaurado e transformado em museu. Não consigo, até
hoje, passar em frente a esse edifício sem admirá-lo e me ligar ao passado...
Apesar do relacionamento amistoso existente entre a polícia e os cidadãos,
havia um sentimento de respeito entre todos, a cidade era muito segura e com baixo
índice de criminalidade. Era comum que durante o dia as portas da frente das
residências permanecessem fechadas sem chave, ou mesmo abertas, para entrada e
saídadosmembrosdasfamílias,emgeralnumerosas,oumesmoparaas“passadas”
dosamigosmaisíntimos.
Por outro lado, os deslizes de comportamento eram punidos sem muita
discussão ou julgamentos, em geral “no braço”. O jargão “joga no rio” era bastante
utilizado como forma de advertência para aqueles (principalmente forasteiros) que
saíamdalinha.
(trecho do livro “Meus Tempos de Guaçu”)
Antiga cadeia pública, hoje Museu Histórico e
Pedagógico “Dr.Sebastião José Pereira” e
Museu Arqueológico “Hermínio Bueno”.
6 O Bandeirante - Fevereiro 2015
Peregrina
Wilma Lúcia da Silva Moraes
Chamar mulher de vaca na India é elogio.
***
O que restará das instituições após o período
Lula (ele e a sucessora)? Com certeza será
lembrado como um período nem cômico nem
trágico, mas manicômico.
***
Brasil, país do futuro. E que futuro! Mário
de Andrade jamais imaginou a existência de
Macunaíma, mas Lula superou a criação.
***
As associações para a promoção do bem comum
no Brasil são conhecidas como “sociedades
pilantrópicas.”
***
Como contribuição para melhorar o mundo,
os nossos políticos criaram o ócio sem
dignidade.
***
Estatura (física e moral) diminuta. Soberba
megalomania. Para caracterizar sua era ou
legado, sugiro uma imagem de fácil
comunicação, como a concha da Shel ou o
elefante da Rhodia: os dedos indicador e
polecar como a letra “C”, indicando o
tamanho da dose de sempre, das
branquinhas diárias desde que se deu por
gente nosso pequeno grande estadista.
Por isso tomamos esse porre e aguardamos
a pior ressaca. Viva o Brasil de quem
oPTou.
***
Dívida
Di / vi / da
Dúvida
De vida
***
Curioso como os políticos crescem depois de
mortos. Lula ficara do tamanho de sua
megalomania.
***
Sou pela meritocracia. Mamãe tinha méritos.
Batalhei sua nomeação. Mérito meu.
***
Prezo muito o esporte. Sou um decatleta.
Pratico truco, tranca e outras modalidades na
academia da metais Deca.
***
Sofisticado. Ao exonerar, sempre se lembra
das “metamorfoses” de Ovídio.
Salada com farofa
José Leopoldo Lopes de Oliveira
Sou peregrina nas terras de não sei onde
nos tempos de não sei quando
nas lembranças de outras eras.
Ando descalça por rios, mares e desertos
por montanhas e geleiras, por campos, prados e planícies
à procura de mim mesma, faço essa travessia.
Sou peregrina dos sonhos, caminhante nas cidades,
conheço o bem e a maldade, provei a dor e a amargura.
Sou peregrina na vida, sou covarde e destemida
fugitiva, denegrida, mas confiante e bandida.
Pisando à beira de abismos, falo em sofismas, oro em poesias.
Sou peregrina entre dúvidas e certezas, na miséria e realeza,
procuro sonhos perdidos entre saudades e sombras.
Sou peregrina do tempo, nas tardes e nas manhãs,
nas noites de talismãs, nas madrugadas geladas.
Sou peregrina nos vales da fantasia
entre letras e poesias abrigo meu intelecto,
transformando meu aspecto
de sofredora heroína em poeta paladina.
O Bandeirante - Fevereiro 2015 7
Livros em destaque
ANTONIO CARLOS LIMA POMPEO
“Meus Tempos no Guaçu”
Editora Prêmio - SP
O livro narra o período compre-
endido entre os seis e dezoito anos
do autor, fase em que viveu com
seus pais na cidade de Mogi-
-Guaçu, no interior de São Paulo.
São abordados aspectos relaciona-
dos à cultura, costumes, condições
socioeconômicas e políticas, bem
como fatos pitorescos da época.
Sem ter objetivo de ser um
documentário histórico, o livro é um
registro de um período marcante na
vida do autor e sua família.
Contatos e aquisições pelo e-mail:
pompeuro@uol.com.br
O trecho abaixo é parte de um
conto escrito por um dos autores
da SOBRAMES-SP, já publicado
anteriormente numa de nossas
COLETÂNEAS. Você consegue
identificar o autor?
Resposta na próxima edição.
O trecho publicado na edição anterior
pertence à poesia “Exílio”, escrita
por Luiz Jorge Ferreira, que foi
publicada na página 92 da “Antologia
Paulista” de 2005. Que tal reler essa
poesia premiada na íntegra, além de
outros textos dos talentosos autores
da SOBRAMES guardados para sempre
naquela edição?
Relendo
Guardados para sempre
WILMA LÚCIA DA SILVA MORAES
(e outros autores)
“Coletânea Via Palavra - 12” -
Viapalavra Editorial - SP
Décimo segundo volume da série
de coletâneas publicadas pelo
Espaço Literário “Nelly Rocha
Galassi”, da cidade de Americana,
na qual participam 26 autores com
prosas e poesias de vários estilos.
A confreira Wilma Lúcia Moraes,
sobramista, é coautora da obra e
tem participado ativamente dessa
agremiação literária da cidade em
que reside. Para maiores
informações e aquisições do livro,
faça contato pelo e-mail:
wilmamoraes@terra.com.br
Edição anterior
(...) Estou pronto para ir às estrelas /
Coloquei as meias sujas dos últimos
passos / Limpei com areia a lente cinza
dos óculos / E arrumei ideais sobre ideias
e lembranças inúteis / Entre planos
esquecidos, emudeci alguns dos meus
gritos / E violentei minhas sombras
projetadas na parede da sala.(...)
Anuidade 2015: contribua!
A diretoria fixou a anuidade de 2015 em
R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que podem ser
pagos em 3 (três) cheques mensais de R$ 120,00 (cento
evintereais)parafevereiro,marçoeabril.Contudo,para
aquelesquepuderempagaraté28/02/2015,ovalorserá
de R$ 300,00. Tão logo seja efetuado o pagamento,
será encaminhado um recibo. O pagamento poderá ser
feitoatravésdecheque,enviadoaoprimeirotesoureiro:
Helio Begliomini - Rua Bias, 234 – Tremembé
CEP 02371-020 – São Paulo – SP
Colabore com a manutenção das atividades da
Sobrames-SP pagando em dia a anuidade!
Menu cultural em Maceió
(...) O bom velhinho já nem ligava
mais se as pessoas davam crédito à sua
palavra, pois o que realmente importava era
saber que Marieta lhe mandava sinais.
Nicolina e Conchetta estavam pensando em
levar Gino ao médico. Os amigos foram aos
poucos se afastando, porque imaginavam que
estava esclerosando, principalmente quando
ele vestia a ceroula por cima da calça! (...)
O presidente Carlos
Galvãoparticipou,noúltimodia
31, do Projeto Menu Cultural,
realizadonatapiocariaComadre
Fulô, em Maceió - AL. Ele e
Lilian Maial (Sobrames-RJ)
foram entrevistados pela nossa
confreiraAnienneNascimento,
uma das organizadoras do evento. Muita literatura,
música regional e o lançamento do livro de Galvão,
“Pensamentos Esparsos”, com a calorosa recepção
da anfitriã Claudia Rejane, da Comadre Fulô.
Olhar Paulista
CALOR HUMANO E TALENTOS
AselevadastemperaturaspaulistanasserefletiramnaprimeiraPizza
Literária de 2015. Um ambiente caloroso, mas em termos de alegria
e descontração. Mesmo com algumas ausências devido ao período
de férias, houve um bom comparecimento, os textos expressaram
excelente qualidade e recebemos com carinho a visita da médica
dermatologistaYara Rangel de Castro.
PRÊMIO RODOLPHO CIVILE
Durante a Pizza Literária de 15 de janeiro, realizou-se a entrega do Prêmio de
Assiduidade 2014 para Marcos Gimenes Salun, Márcia Etelli Coelho (Categoria
Grande São Paulo) e para o próprio Rodolpho Civile (Categoria Interior).Aliás,
muitosconfradestambémmereceriamessadistinção,poismuitasvezesenfrentaram
trânsito, alagamentos e passeatas, conscientes de que suas presenças são
fundamentais para tornar o nosso encontro mensal cada vez mais agradável.
E por falar em Rodolpho Civile, parabéns a ele que no dia 25 de janeiro completou
90 anos de existência, conservando o bom humor e a simpatia, e abrilhantando nossas
PizzasLiteráriascomsuassempreinteressantescrônicas.
TUTU LITERÁRIO
InspiradosnaPizzaLiterária,a
sobramistaAlittaGuimarães
Reis e seu marido, Ricardo
Tinoco,idealizarama
Associação Literária do Sul de
Minas.Comoapadrinhamento
de CarlosAugusto Ferreira
Galvão e de Marcos Gimenes
Salun, o projeto visa estimular a
arte de escrever através de
concursos, publicações e
reuniões periódicas em São
Lourenço, saboreando a
deliciosacomidamineira.Para
participar,informe-secomo
RicardoTinoco - Caixa Postal
184 - São Lourenço - MG -
CEP 37470-000 - telefone
(35) 9238.1912 ou comAlitta,
através do e-mail:
chai.alitta@hotmail.com
SOBRAMES
NA GUATEMALA
Seis confrades da Sobrames-SP tiveram seus textos
publicadosemportuguêseespanholna“Antologia
Latinoamericana” do I Congreso Guatemalteco e X
Congreso Latinoamericano de Médicos Escritores,
que aconteceu de 22 a 25 de outubro de 2014 em
Guatemala-Antigua.Sãoeles:AlcioneAlcântara
Gonçalves, José Rodrigues Louzã, Josyanne Rita de
Arruda Franco, Márcia Etelli Coelho, Marcos
Gimenes Salun e Maria do Céu Coutinho Louzã.A
obra tem 275 páginas e contém a produção de
médicos de 11 países latino-americanos que
abrilhantaramaqueleseventosliterários.
PERDAS LAMENTÁVEIS
Com pesar registramos duas lamentáveis perdas ocorridas no mês de janeiro.
Faleceu no dia 25 o dr. Carlos Luiz Campana, que presidiu a regional paulista
no biênio 1994/1996; e no dia 27 o dr. José Rodrigues Louzã, que, por longos
anos, abrilhantou a produção literária da Sobrames-SP com seus escritos.
CampanaLouzã

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O Bandandeirante - fevereiro 2015

  • 1. 267267267267267 FEVEREIRO 2015 O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo OOOOO VVVVVAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGA E o amor? Todos nós necessitamos de amor, pois ele é a essência da vida. Mas... Será que um “vampiro” ama? Florisbela acreditava que sim! Filomena tinha dúvidas... As duas eram pretendentes ao trono do coração daquele morcego hematófago. O dentista não era indiferente aos olhares “pecaminosos” das moças. Escolher não era fácil... Rodolpho Civile Mogi-Guaçu “Julgo que depois do Fiat 1921 de meu avô, que era muito conservado, foi o automóvel que mais admirei naqueles anos.” Antonio Carlos Lima Pompeo Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br Pé de moleque Soneto triste Hildete Rangel Enger José Rodrigues Louzã “As associações para a promoção do bem comum no Brasil são conhecidas como ‘sociedades pilantrópicas’.” José Leopoldo Lopes de Oliveira Salada Wilma Lúcia da Silva Moraes Peregrina Coleção Letra de Médico A SOBRAMES-SP está lançando uma coleção de obras individuais de autores médicos para ficar na história. Você já foi convidado e não vai ficar fora dela. O primeiro grupo já está quase completo. Prepare seus originais e inscreva-se hoje mesmo. Não deixe de participar! Informe-se: rumoeditorial@uol.com.br
  • 2. 2 O Bandeirante - Fevereiro 2015 EXPEDIENTE: Jornal O Bandeirante - ANO XXIV - nº. 267 - Fevereiro 2015 | Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo - SOBRAMES-SP. | Sede:Avenida Brigadeiro LuísAntônio, 278 - 7º.Andar - Sala 1 (Prédio daAssociação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP | Editores: Josyanne Rita deArruda Franco e Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) | Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP).| Redação e Correspondência:Av. Prof.Sylla Mattos, 652 - ap.12 – Jd. Sta.Cruz – CEP 04182-010 – São Paulo – SP E-mail: rumoeditorial@uol.com.br Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815. | Colaboradores desta edição: (Textos literários): Antonio Carlos Lima Pompeo, Hildette Rangel Enger, José Leopoldo Lopes de Oliveira, José Rodrigues Louzã, Rodolpho Civile e Wilma Lucia da Silva Moraes. (Olhar Paulista): Márcia Etelli Coelho. | Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. | Diretoria - Gestão 2015/2016 - Presidente: Carlos Augusto Ferreira Galvão. Vice- -Presidente: Márcia Etelli Coelho. Primeiro-Secretário: Marcos Gimenes Salun. Segundo-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-Tesoureiro: Helio Begliomini. Segundo- -Tesoureiro: Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:Josyanne Rita de Arruda Franco, José Alberto Vieira e Roberto Antonio Aniche. 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Nossa regional foi convidada para um evento literárioemMaceióerespondemosgostosamenteaeste convite.AnnieneNascimento,sobramistapaulista,mas que mora em Maceió, organizou o “Menu Cultural” na “Tapiocaria Comadre Fulô”, e São Paulo foi por mim representado; lá encontrei, além de muitos escritores alagoanos, também Lilian Maial, da Sobrames Rio de Janeiro.Muitaalegria,praias,passeios,tapioca,sururu, forró e bastante literatura. Foi um evento literalmente delicioso, e deixou-me como lembrança uma imensa saudadeemuitasamizadesquefizporlánessespoucos diasdevisita. EstadiretoriatemcomoumadasmetaslevarSão Paulo a todos os eventos patrocinados pelas outras regionais. Maceió foi apenas o primeiro em que nos fizemospresentes.Pretendemosestreitarcadavezmais os laços fraternos com os confrades de todo o Brasil, promovendosempreofortalecimentoecrescimentoda Sobrames. Esta agenda está sujeita a alterações em decorrência de fatores não previstos por ocasião de sua elaboração. As Pizzas Literárias da SOBRAMES-SP acontecem na terceira quinta-feira de cada mês, a partir das 19h00 na PIZZARIA BONDE PAULISTA Rua Oscar Freire, 1.597 - Pinheiros - S.Paulo
  • 3. O Bandeirante - Fevereiro 2015 3 O vampiro do Bexiga Numa noite chuvosa e tenebrosa, estava eu ouvindo“UmaNoitedoMonteCalvo”deMussorgsky, quando um baque surdo na vidraça da janela chamou a minhaatenção.Imediatamente,corriparaver.Nagrama do jardim, encontrei um morcego. O que estaria procurando? Insetos? Frutas? Sangue? Esta ideia me deixou apavorado. Um vampiro?Aquele que, segundo as lendas e ditos populares, sai das sepulturas à noite para sugar o sangue dos vivos, utilizando um par de incisivos grande e forte. Mamífero voador, tem uma membrana fina e larga, que liga os membros anteriores eposteriores,transformadasemasas,chamadaspatágio. A mente humana é um poço misterioso aonde desaguam as reminiscências de tempos idos e vividos quenãovoltammais...Porumainexplicávelassociação de ideais ou regresso mental ao passado, o morcego do meu jardim se transformou, na minha imaginação, em um “vampiro” do velho Bexiga, o bairro calabrês, da escola de samba “Vai-Vai”. Eumelembro...EumelembrododentistadaRua Yayá, a louca. Magro, alto, cabelos pretos, rosto alongado com sobrancelhas grossas, olhos castanhos, cercados por escuras circunferências e, o que mais chamava a atenção, a arcada dentária continha um par de incisivos superiores grande e forte. O povo maldoso começou a chamá-lo de “vampiro”.Oapelidonãocondiziacomoserhumanoe profissional, bom e competente, tinha uma excelente clientela. Morava com a mãe, uma viúva já avançada em idade. Ela sempre dizia: “Leontino, meu filho, você precisa casar. Ter filhos. Não pode ficar a vida toda só arrancando dentes”. Ele sorria e respondia: “ainda não chegou o meu dia. A princesa encantada dos meus sonhos, só existe nos sonhos”. A mãe argumentava: “estou muito velha e gostaria de ver os meus netos”. E Leontino justificava: “vai depender do destino, minha mãe”. Dando de ombros, a mãe dizia: “conversa, depende de você...” E assim ia levando a vida... De boca em boca, realizando a sua missão, ou melhor, a sua profissão, usando o “boticão” para extrair os dentes e não os incisivos para sugar o sangue dos clientes, como pensavam certas pessoas. E o amor?Todos nós necessitamos de amor, pois ele é a essência da vida. Mas... Será que um “vampiro” ama? Florisbela acreditava que sim! Filomena tinha dúvidas...Asduaserampretendentesaotronodocoração daquele morcego hematófago. O dentista não era indiferente aos olhares “pecaminosos” das moças. Escolher não era fácil... Uma era baixinha, barriguda e de coxas grossas. De família rica, era formada em contabilidade.Aoutra,alta,magra,olhosgrandes,queixo largo,semprerisonha,tinhavozfanhosaeeradefamília pobre.Cozinhavaebordavamuitobem.Asduasmoças, na idade reprodutiva. Aslínguasviperinasdemoradoresdovelho Bexiga começaram a destilar maldades e provocar confusões. Qualseriaoresultadodeuniãodeumvampiro,chupador de sangue com “inocentes e belas” criaturas? Alguns achavamocontrário:seráque“asbelas” não iriamsugar o sangue do dentista competente, que nunca prejudicou ninguém?Quantasdúvidas...Quefalatório... A mãe continuava a insistir com o filho: “precisa casar... precisa casar...” Eagora?Difícildecisão.Noitesemclaro.Amente obnubilada pelos pensamentos. A pressão estava mexendocomosnervosdodentista.Tinhadesedefinir... O dentista continuava nesse impasse quando, por acaso, inesperadamente, entrou em seu consultório a representante de um laboratório de produtos odontológicos.Oimpactofoimuitograndeparaambos. Ela, uma loura linda, com um corpo escultural. Ele, um dentista com olheiras profundas e “bela dentadura”. Ficaram alguns minutos se entreolhando. Verdadeiro êxtase! O resultado logo se fez sentir. A união de duas criaturas que se amam: o casamento seguido do nascimentodetrêsfilhos,louroscomoamãe,semolheiras esemincisivosdevampiro. AmãedeLeontino, felicíssima,tornou-seavó.As comadres do Bexiga deixaram de vaticinar. Florisbela e Filomena trocaram de dentista. Rodolpho Civile
  • 4. 4 O Bandeirante - Fevereiro 2015 Pé de moleque Hildette Rangel Enger Está muito triste, hoje, o meu soneto! A mesma fachada, a mesma doceira narua,olheiameninafaceira, e ouvi novamente os sons do coreto. Parei frente ao prédio onde as minhas férias eu passava com filhos e parentes. Recordei-me dos amigos ausentes, dos jantares, dos chopes, das pilhérias, das prazenteiras noitadas de sábado, brincando com os de nossa amizade. Passa o tempo...Avida, de dedo em riste, aponta o caminho que está traçado. E eu recordei... E veio uma saudade... E o meu soneto ficou triste... in memoriam Soneto triste José Rodrigues Louzã Pé de moleque Meninopretinho Viviasujinho Descalço, sem pão Nãotinhaninguém Não tinha uma casa Viviasozinho Dormia no chão... Pé de moleque Vendiajornais Passava alegre Apregoando Notícias,notícias Todos os dias Pé de moleque Umdiamorreu vi-o deitado, Os jornais ao lado Parecia dormindo... E agora pensando Perguntoamimmesma: Será que há no céu Lugarreservado Para pé de moleque Meninopretinho Que morreu tão sozinho Sempãosemninguém?
  • 5. O Bandeirante - Fevereiro 2015 5 Policiamento em Mogi - Guaçu Antonio Carlos Lima Pompeo OpoliciamentodoGuaçu,duranteadécadade1950,erafeitoportrêssoldados – o Bastião, o Sr.André e oVicentão. Os delegados utilizavam o sistema de rodízio com frequência e os escrivães de polícia, muito respeitados por terem autoridade quase de delegados, foram, respectivamente, os senhores Rafael Orlando Valente, Osvaldo Lopes e, por fim, oAgenorzinho Carvalho, que possuía um Jaguar 1951 cinza,muitobonito,sobreoqualteciadiversoselogiosquantoàpotênciaeàdireção, que era ajustável dependendo da proximidade do motorista. Julgo que depois do Fiat 1921 de meu avô, que era muito conservado, foi o automóvel que mais admirei naquelesanos. Ospoliciais,apesardeteremautoridadeinerenteaocargo,eramextremamente gentis, conheciam a maioria da população pelo nome, participavam das comemorações e festividades como cidadãos comuns e, para mim, era impossível, apesar de estarem sempre fardados, esperar deles qualquer atitude mais agressiva. MuitasvezesquandoeudirigiacomextremoorgulhoovelhoFiatdemeuavôpelas ruasdacidade,ainda“menordeidade”esemestarhabilitado,passavaalgoacanhado pelos soldados, porém os cumprimentava e era correspondido sem maiores observações. Que saudades...! A cadeia pública, situada na Rua Paula Bueno (até hoje conhecida como “rua da cadeia”) era um edifício sóbrio, muito bonito, construído entre 1914 e 1915, cuja arquitetura possuía as mesmas características das do grupo escolar e do clube recreativo situado na Praça da Matriz e, se bem me recordo, da Câmara Municipal localizada na rua da estação. Após passar décadas sem reformas e em estado de deterioração, o prédio da cadeia, já desativado, foi restaurado e transformado em museu. Não consigo, até hoje, passar em frente a esse edifício sem admirá-lo e me ligar ao passado... Apesar do relacionamento amistoso existente entre a polícia e os cidadãos, havia um sentimento de respeito entre todos, a cidade era muito segura e com baixo índice de criminalidade. Era comum que durante o dia as portas da frente das residências permanecessem fechadas sem chave, ou mesmo abertas, para entrada e saídadosmembrosdasfamílias,emgeralnumerosas,oumesmoparaas“passadas” dosamigosmaisíntimos. Por outro lado, os deslizes de comportamento eram punidos sem muita discussão ou julgamentos, em geral “no braço”. O jargão “joga no rio” era bastante utilizado como forma de advertência para aqueles (principalmente forasteiros) que saíamdalinha. (trecho do livro “Meus Tempos de Guaçu”) Antiga cadeia pública, hoje Museu Histórico e Pedagógico “Dr.Sebastião José Pereira” e Museu Arqueológico “Hermínio Bueno”.
  • 6. 6 O Bandeirante - Fevereiro 2015 Peregrina Wilma Lúcia da Silva Moraes Chamar mulher de vaca na India é elogio. *** O que restará das instituições após o período Lula (ele e a sucessora)? Com certeza será lembrado como um período nem cômico nem trágico, mas manicômico. *** Brasil, país do futuro. E que futuro! Mário de Andrade jamais imaginou a existência de Macunaíma, mas Lula superou a criação. *** As associações para a promoção do bem comum no Brasil são conhecidas como “sociedades pilantrópicas.” *** Como contribuição para melhorar o mundo, os nossos políticos criaram o ócio sem dignidade. *** Estatura (física e moral) diminuta. Soberba megalomania. Para caracterizar sua era ou legado, sugiro uma imagem de fácil comunicação, como a concha da Shel ou o elefante da Rhodia: os dedos indicador e polecar como a letra “C”, indicando o tamanho da dose de sempre, das branquinhas diárias desde que se deu por gente nosso pequeno grande estadista. Por isso tomamos esse porre e aguardamos a pior ressaca. Viva o Brasil de quem oPTou. *** Dívida Di / vi / da Dúvida De vida *** Curioso como os políticos crescem depois de mortos. Lula ficara do tamanho de sua megalomania. *** Sou pela meritocracia. Mamãe tinha méritos. Batalhei sua nomeação. Mérito meu. *** Prezo muito o esporte. Sou um decatleta. Pratico truco, tranca e outras modalidades na academia da metais Deca. *** Sofisticado. Ao exonerar, sempre se lembra das “metamorfoses” de Ovídio. Salada com farofa José Leopoldo Lopes de Oliveira Sou peregrina nas terras de não sei onde nos tempos de não sei quando nas lembranças de outras eras. Ando descalça por rios, mares e desertos por montanhas e geleiras, por campos, prados e planícies à procura de mim mesma, faço essa travessia. Sou peregrina dos sonhos, caminhante nas cidades, conheço o bem e a maldade, provei a dor e a amargura. Sou peregrina na vida, sou covarde e destemida fugitiva, denegrida, mas confiante e bandida. Pisando à beira de abismos, falo em sofismas, oro em poesias. Sou peregrina entre dúvidas e certezas, na miséria e realeza, procuro sonhos perdidos entre saudades e sombras. Sou peregrina do tempo, nas tardes e nas manhãs, nas noites de talismãs, nas madrugadas geladas. Sou peregrina nos vales da fantasia entre letras e poesias abrigo meu intelecto, transformando meu aspecto de sofredora heroína em poeta paladina.
  • 7. O Bandeirante - Fevereiro 2015 7 Livros em destaque ANTONIO CARLOS LIMA POMPEO “Meus Tempos no Guaçu” Editora Prêmio - SP O livro narra o período compre- endido entre os seis e dezoito anos do autor, fase em que viveu com seus pais na cidade de Mogi- -Guaçu, no interior de São Paulo. São abordados aspectos relaciona- dos à cultura, costumes, condições socioeconômicas e políticas, bem como fatos pitorescos da época. Sem ter objetivo de ser um documentário histórico, o livro é um registro de um período marcante na vida do autor e sua família. Contatos e aquisições pelo e-mail: pompeuro@uol.com.br O trecho abaixo é parte de um conto escrito por um dos autores da SOBRAMES-SP, já publicado anteriormente numa de nossas COLETÂNEAS. Você consegue identificar o autor? Resposta na próxima edição. O trecho publicado na edição anterior pertence à poesia “Exílio”, escrita por Luiz Jorge Ferreira, que foi publicada na página 92 da “Antologia Paulista” de 2005. Que tal reler essa poesia premiada na íntegra, além de outros textos dos talentosos autores da SOBRAMES guardados para sempre naquela edição? Relendo Guardados para sempre WILMA LÚCIA DA SILVA MORAES (e outros autores) “Coletânea Via Palavra - 12” - Viapalavra Editorial - SP Décimo segundo volume da série de coletâneas publicadas pelo Espaço Literário “Nelly Rocha Galassi”, da cidade de Americana, na qual participam 26 autores com prosas e poesias de vários estilos. A confreira Wilma Lúcia Moraes, sobramista, é coautora da obra e tem participado ativamente dessa agremiação literária da cidade em que reside. Para maiores informações e aquisições do livro, faça contato pelo e-mail: wilmamoraes@terra.com.br Edição anterior (...) Estou pronto para ir às estrelas / Coloquei as meias sujas dos últimos passos / Limpei com areia a lente cinza dos óculos / E arrumei ideais sobre ideias e lembranças inúteis / Entre planos esquecidos, emudeci alguns dos meus gritos / E violentei minhas sombras projetadas na parede da sala.(...) Anuidade 2015: contribua! A diretoria fixou a anuidade de 2015 em R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que podem ser pagos em 3 (três) cheques mensais de R$ 120,00 (cento evintereais)parafevereiro,marçoeabril.Contudo,para aquelesquepuderempagaraté28/02/2015,ovalorserá de R$ 300,00. Tão logo seja efetuado o pagamento, será encaminhado um recibo. O pagamento poderá ser feitoatravésdecheque,enviadoaoprimeirotesoureiro: Helio Begliomini - Rua Bias, 234 – Tremembé CEP 02371-020 – São Paulo – SP Colabore com a manutenção das atividades da Sobrames-SP pagando em dia a anuidade! Menu cultural em Maceió (...) O bom velhinho já nem ligava mais se as pessoas davam crédito à sua palavra, pois o que realmente importava era saber que Marieta lhe mandava sinais. Nicolina e Conchetta estavam pensando em levar Gino ao médico. Os amigos foram aos poucos se afastando, porque imaginavam que estava esclerosando, principalmente quando ele vestia a ceroula por cima da calça! (...) O presidente Carlos Galvãoparticipou,noúltimodia 31, do Projeto Menu Cultural, realizadonatapiocariaComadre Fulô, em Maceió - AL. Ele e Lilian Maial (Sobrames-RJ) foram entrevistados pela nossa confreiraAnienneNascimento, uma das organizadoras do evento. Muita literatura, música regional e o lançamento do livro de Galvão, “Pensamentos Esparsos”, com a calorosa recepção da anfitriã Claudia Rejane, da Comadre Fulô.
  • 8. Olhar Paulista CALOR HUMANO E TALENTOS AselevadastemperaturaspaulistanasserefletiramnaprimeiraPizza Literária de 2015. Um ambiente caloroso, mas em termos de alegria e descontração. Mesmo com algumas ausências devido ao período de férias, houve um bom comparecimento, os textos expressaram excelente qualidade e recebemos com carinho a visita da médica dermatologistaYara Rangel de Castro. PRÊMIO RODOLPHO CIVILE Durante a Pizza Literária de 15 de janeiro, realizou-se a entrega do Prêmio de Assiduidade 2014 para Marcos Gimenes Salun, Márcia Etelli Coelho (Categoria Grande São Paulo) e para o próprio Rodolpho Civile (Categoria Interior).Aliás, muitosconfradestambémmereceriamessadistinção,poismuitasvezesenfrentaram trânsito, alagamentos e passeatas, conscientes de que suas presenças são fundamentais para tornar o nosso encontro mensal cada vez mais agradável. E por falar em Rodolpho Civile, parabéns a ele que no dia 25 de janeiro completou 90 anos de existência, conservando o bom humor e a simpatia, e abrilhantando nossas PizzasLiteráriascomsuassempreinteressantescrônicas. TUTU LITERÁRIO InspiradosnaPizzaLiterária,a sobramistaAlittaGuimarães Reis e seu marido, Ricardo Tinoco,idealizarama Associação Literária do Sul de Minas.Comoapadrinhamento de CarlosAugusto Ferreira Galvão e de Marcos Gimenes Salun, o projeto visa estimular a arte de escrever através de concursos, publicações e reuniões periódicas em São Lourenço, saboreando a deliciosacomidamineira.Para participar,informe-secomo RicardoTinoco - Caixa Postal 184 - São Lourenço - MG - CEP 37470-000 - telefone (35) 9238.1912 ou comAlitta, através do e-mail: chai.alitta@hotmail.com SOBRAMES NA GUATEMALA Seis confrades da Sobrames-SP tiveram seus textos publicadosemportuguêseespanholna“Antologia Latinoamericana” do I Congreso Guatemalteco e X Congreso Latinoamericano de Médicos Escritores, que aconteceu de 22 a 25 de outubro de 2014 em Guatemala-Antigua.Sãoeles:AlcioneAlcântara Gonçalves, José Rodrigues Louzã, Josyanne Rita de Arruda Franco, Márcia Etelli Coelho, Marcos Gimenes Salun e Maria do Céu Coutinho Louzã.A obra tem 275 páginas e contém a produção de médicos de 11 países latino-americanos que abrilhantaramaqueleseventosliterários. PERDAS LAMENTÁVEIS Com pesar registramos duas lamentáveis perdas ocorridas no mês de janeiro. Faleceu no dia 25 o dr. Carlos Luiz Campana, que presidiu a regional paulista no biênio 1994/1996; e no dia 27 o dr. José Rodrigues Louzã, que, por longos anos, abrilhantou a produção literária da Sobrames-SP com seus escritos. CampanaLouzã