O documento descreve as diferentes regiões da África, incluindo Norte da África, África Ocidental, África Oriental, África Central e África Austral, fornecendo detalhes sobre os países que compõem cada região e organizações regionais.
1. Norte de África<br />O Norte da África, Norte d'África, África do Norte, África setentrional ou África branca (por oposição à África Negra) compreende os países localizados no norte do continente africano, junto ao Mediterrâneo, nomeadamente Marrocos, Tunísia, Argélia, Líbia e Egito. No entanto, o Departamento de Estatísticas da ONU inclui nesta subregião o Saara Ocidental e o Sudão (a azul, no mapa).<br />Todos os países referidos são membros da Liga Árabe e cinco países desta região do continente (Marrocos, Tunísia, Argélia, Líbia e a Mauritânia) formam uma organização de integração económica subregional, a União do Magrebe Árabe.<br />História<br />Originalmente, grande parte da África do Norte era habitada por africanos de raça negra, como se pode demonstrar pela arte rupestre disseminada pelo Saara; o que não parece ter acontecido no Magrebe e Baixo Egito(a parte mais antiga e original da Civilização Egípcia, que logo se expandiria para a parte mais jovem ao Centro, na região de Tebas, e ao sul na região da Núbia), habitados por africanos de raça branca, que se expressariam através de línguas camito-semíticas. Em consequência da desertificação do Saara, grande parte da população negra migrou para o sul, através da costa oriental e ocidental (embora muitos impérios da antigüidade tenham capturado negróides como escravos aproveitando-se da fraca organização social abalada ainda mais pelas radicais mudanças climáticas e assimilando geneticamente, como comprovam vários exames genéticos no entorno do Mediterrâneo). Depois da Idade Média, a área esteve sob controle do otomano, exceptuando Marrocos. Depois do século XIX, o Norte de África foi colonizado pelo Império colonial francês, pelo Império britânico, Espanha e Itália. O intercâmbio entre o Norte de África e a África subsariana limitou-se, durante muito tempo, quase exclusivamente ao comércio entre as costas ocidental e oriental do continente e as viagens ao longo do Nilo, devido à dificuldade em atravessar o deserto. Assim foi até a expansão árabe islâmica.<br />Geografia<br />Do ponto de vista geográfico, este agrupamento de países ocupa duas regiões distintas: a faixa junto ao Mediterrâneo, com clima ameno e húmido, e o sul que ocupa parte do deserto do Saara. De referir ainda que a península do Sinai, que é parte do Egito, se encontra na placa tectónica árabe, podendo considerar-se que faz parte da Ásia; por essa razão, pode dizer-se que o Egito é um país transcontinental.<br />África Ocidental<br />A África Ocidental é uma região no oeste da África, que inclui os países na costa oriental do Oceano Atlântico e alguns que partilham a parte ocidental do deserto do Saara.<br />Os países que são normalmente considerados parte da África Ocidental são:<br />Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.<br />Os países insulares desta região e alguns do Golfo da Guiné, normalmente considerados parte da África Central, são para alguns efeitos, incluídos nesta subregião:<br />Camarões, Cabo Verde, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe.<br />Antigas fronteiras coloniais formaram a base das atuais fronteiras entre estes países, muitas vezes dividindo culturas e etnias entre vários países, bem como agrupando culturas e etnias diferentes em um mesmo país.<br />A sub-subregião que estabelece a transição entre o deserto do Saara e a região equatorial é denominada Sahel.<br />Organizações regionais<br />15 países desta região encontram-se unidos numa organização de integração regional, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (ou ECOWAS, da sua denominação em inglês, Economic Community of West African States).<br />Por outro lado, sete destes países agregam-se na União Económica e Monetária dos Estados da África Ocidental, com a sigla UEMOA, e partilham a mesma moeda, o franco CFA.<br />África Oriental<br />A África Oriental é a parte da África banhada pelo Oceano Índico e inclui, não só os países costeiros e insulares, Comores, Djibouti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Seychelles, Moçambique, Somália e Tanzânia, mas também alguns do interior, como Burundi, Ruanda e Uganda, além de Zimbabwe, Zâmbia e Malawi, herdeiros indepedentes da antiga Federação da Rodésia e Niassalândia, representados no mapa com verde-claro riscado de escuro, são igualmente incluídos nesta definição de subregião estatística da ONU.<br />Por vezes, Sudão e Egito (a verde claro no mapa) são também considerados parte da África Oriental. Além disso, Madagáscar e Moçambique, países da África Austral, são também considerados parte da África Oriental.<br />Organizações regionais<br />Estes países estão associados em várias organizações:<br />no Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA - Common Market of Eastern and Southern Africa),<br />na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC é a sigla do nome da organização em língua inglesa: Southern Africa Development Community),<br />na Comunidade da África Oriental (EAC - East African Community) uma união política, social e económica com uma história que remonta à colonização e que agrupa três estados: Quénia, Tanzânia e Uganda.<br />História da África Oriental<br />A divisão da África em regiões não se baseia apenas em critérios geográficos, mas também históricos e políticos. É necessário conhecer a história da África para compreender esta região, a África Oriental, tão diversificada e rica em culturas, povos, paisagens naturais e línguas.<br />Do ponto de vista histórico-geográfico, todos os actuais países africanos que são banhados pelo Oceano Índico – desde a Somália à África do Sul – partilham uma longa história de contactos entre si e povos de outros continentes, principalmente da Ásia, com os quais tiveram relações desde os primeiros tempos da história.<br />No entanto, essa história de contactos não se limita aos povos que viviam nas regiões costeiras de África, uma vez que era no interior do continente que se encontrava a maior parte dos recursos que faziam parte dum alargado comércio: primeiro, o ouro, depois o marfim e, finalmente, os escravos. Por isso, a “região” incluiu sempre, não só os países costeiros, mas também países como a fértil Etiópia, o rico Zimbabué e o imenso Congo.<br />Com a colonização europeia da África, a África Oriental passou a ser administrada fundamentalmente pelo governo britânico. Mas com bolsas de dominação para os países que participaram na Conferência de Berlim 1885 – Portugal reteve Moçambique, a Alemanha o Tanganica, e a Bélgica o Congo Belga (hoje República Democrática do Congo), o Ruanda e o Burundi, depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial.<br />No entanto, mesmo o poderoso Império Britânico precisava de subdividir o seu domínio para melhor o administrar. Uma dessas subdivisões foi a “East Africa High Commission”, que integrava as colónias do Quénia e Uganda; mais tarde, com a derrota da Alemanha na Primeira Grande Guerra, o Tanganica foi também incorporado. Esta subdivisão histórica deu origem à Comunidade da África Oriental, que teve uma história complexa, depois das independências, mas foi recentemente reabilitada pelos três países como uma organização de integração sub-regional.<br />Para os Estados Unidos da América, e principalmente para os afro-americanos, a África Oriental é percebida como o conjunto dos países e povos que falam kiSwahili, novamente incluindo não apenas os três países da Comunidade da África Oriental mas também o Ruanda, o Burundi, o leste do Congo e o norte do Malawi e de Moçambique[2]).<br />África Central<br />A África Central é a subregião que fica no centro do continente.<br />Para o Departamento de Estatística da ONU, compreende os seguintes países (assinalados a verde-forte no mapa)[1]:<br />No entanto, este agrupamento não tem significado geográfico preciso, nem político, nem histórico. Do ponto de vista geométrico, poderiam considerar-se como países quot;
centraisquot;
da África, o Chade, a República Centro-Africana e a República Democrática do Congo, como está indicado a sombreado escuro no mapa. Do ponto de vista geográfico, poderia considerar-se o conjunto dos países encravados, ou seja, que não têm costa marítima; nesta definição, os Congos não estariam incluídos, mas estariam neste grupo o Mali, o Níger e o Burkina Fasso, que são normalmente incluídos na África Ocidental, a Etiópia, o Uganda, o Ruanda e o Burundi, que são geralmente agrupados na África Oriental, e o Malawi, a Zâmbia, o Zimbabwe, o Botswana, o Lesoto e a Suazilândia (estes dois últimos, encravados dentro da África do Sul, não estão assinalados no mapa), que são geralmente considerados países da África Austral.<br />No entanto, seis destes países encontram-se agrupados em uma organização de integração económica, a Comunidade Económica e Monetária da África Central, o Chade, o Congo, os Camarões, o Gabão, a Guiné Equatorial e a República Centro-Africana.<br />África Austral<br />A África Austral é a parte sul de África, banhada pelo Oceano Índico na sua costa oriental e pelo Atlântico na costa ocidental. Normalmente considera-se a África Austral formada pelos seguintes países:<br />África do Sul<br />Angola<br />Botswana<br />Lesoto<br />Madagáscar<br />Malawi<br />Maurícia<br />Moçambique<br />Namíbia<br />Suazilândia<br />Zâmbia<br />Zimbabwe<br />Estes países e ainda a República Democrática do Congo, a Tanzania e as Seychelles (que são geralmente considerados parte da África Oriental) formam a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (ou SADC, do seu nome em inglês, “Southern Africa Development Community”). A maioria destes países são ainda membros da COMESA (“Common Market of Eastern and Southern Africa”).<br />Para o Departamento de Estatística da ONU, apenas a África do Sul e seus vizinhos imediatos são incluídos nesta subregião (com sombreado escuro no mapa).<br />