SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 15
Niilismo: o
maior desafio
 Niilismo, nos dias de hoje, está relacionado à
“transparência”, causada pelo excesso de
informações dadas pelos canais midiáticos que
deixam o ser completamente inerte, paralisado.
Diferente do niilismo do fim do século XIX,
definido por Nietzsche, quando “anunciava a morte
de Deus”.
O niilismo na modernidade é aquele carregado de
negatividade. Como o próprio texto estudado em sala diz “(...) o
niilismo não tem mais as cores sombrias e fuliginosas do fim
século XIX (...)”
Já no mundo pós - moderno, esse niilismo ganha um tom
de desesperança e de acomodação devido ao “bombardeio” de
informações que a pessoa sofre por todos os cantos, como notou
o próprio Baudrillard. Parece que, de algum modo, esse excesso
torna – se uma “cadeia” invisível, que a própria pessoa não
percebe que fez e da qual não conseguir sair.
“Hoje ele depara com o nada da indiferença, da discussão, da
„transparência‟ das imagens. Fala de um homem niilista que
perdeu o entusiasmo e o compromisso com qualquer convicção
ou „sentido‟ e adquiriu a indiferença e a acomodação na fruição
do prazer aqui e agora, dispondo daquilo que o sistema lhe
propõe”. Sua desenvolta indiferença se realiza na excessividade
caótica das imagens e dos objetos que fazem a orgia do
consumo.”
“(...) por estar convencionado de que na época do „niilismo da
transparência‟ (p. 230) não há espaço para a luta política. Afinal,
o excesso de visibilidade, de transparência provocou mais do que
banalização da cena política, trouxe a sua implosão”
Entretanto, contrariando essa ideia, parece que as pessoas
desvencilharam – se dessa “cadeia” pessoal e acordaram do
profundo sono, quando, em todo o país uma grande parcela da
população foi às ruas reivindicar seus direitos.
Acompanhe alguns trechos da entrevista de Michel Maffesoli
concedida ao jornal O Globo
“É um bom exemplo destas sublevações pós-modernas que se
desenvolvem em vários lugares. É uma revolta bastante
disseminada (...). É algo que pode ser comparado com o
exemplo turco(...) .Vivemos o fim de uma época, e umas das
manifestações disso é que algo cotidiano suscita um
movimento que questiona o sistema.”
“Vejo o Brasil como um laboratório da pós-modernidade. Algo
assim não vejo ocorrer na França, onde espírito, clima e
intelligentsia permanecem muito racionais. Não vejo surpresa
neste tipo de explosão, forte, mesmo brutal, num país como o
Brasil.
“Arcaico são as tribos; desenvolvimento tecnológico, a internet.
Há mobilidade graças às redes sociais. As tribos urbanas se
tornam comunidades interativas.”
Também existem aquelas pessoas que ainda continuam no seu
mundo niilista e abominam qualquer tipo de tentativa de
“liberdade” das correntes que as amarram.
É nesse contexto que o professor vai encarar a sala de aula. E ele,
na posição de docente, não pode se deixar levar pelo niilismo.
Devido a isso que o niilismo, no texto, é colocado como o
maior desafio do professor na atualidade, porque ele deve
saber educar essa geração altamente desprendida e paralisada
pelo excesso das informações.
Contudo, o desafio ainda maior está no próprio educador que
deve lutar para não permitir que essa estagnação também o
afete e com isso se perca toda a essência do “educar”, fazendo
do professor um fantoche humano.
Não é aceitável ver a sociedade dar mais importância a uma
greve de lixeiros do que a uma de professores. Vimos, há
semanas atrás, “o gigante acordar”, e não podemos deixá –lo cair
novamente no sono profundo. Uma sociedade niilista
despertando, e é dentro da escola com plenos educadores,
sinalizadores de caminhos, que podemos dar continuidade a isso.
Até porque o niilismo não é tão - somente um vazio ou uma
indiferença a tudo, é mais que isso, é a possibilidade do novo.
“Se o professor perdeu ou perde o entusiasmo e o
compromisso com a convicção emancipatória da sua profissão,
não poderá acompanhar os passos de Nietzsche (...) tampouco
seguir Habermas na realização do sonho de uma Pedagogia da
ação comunicativa.”
Nesse momento entende – se a passagem tão intrigante e,
ao mesmo tempo, tão verídica exposta no texto:
“Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre a areia, mas nosso
dever é edificar com se fora pedra a areia.” (Julio Luis Borges)
E você, vai continuar preso nessa rocha?

Mais conteúdo relacionado

Destaque

Destaque (19)

Niilismo de nietzsche
Niilismo de nietzscheNiilismo de nietzsche
Niilismo de nietzsche
 
Niilismo
NiilismoNiilismo
Niilismo
 
Cei 100203-i-cap. 1 e 2-o porvir e o nada-temor da morte
Cei 100203-i-cap. 1 e 2-o porvir e o nada-temor da morteCei 100203-i-cap. 1 e 2-o porvir e o nada-temor da morte
Cei 100203-i-cap. 1 e 2-o porvir e o nada-temor da morte
 
089 cadernosteologiapublica
089 cadernosteologiapublica089 cadernosteologiapublica
089 cadernosteologiapublica
 
Hessen e as três dimensões das imagens II
Hessen e as três dimensões das imagens IIHessen e as três dimensões das imagens II
Hessen e as três dimensões das imagens II
 
Ceticismo slidees
Ceticismo slideesCeticismo slidees
Ceticismo slidees
 
O porvir e o nada vilma
O porvir e o nada vilmaO porvir e o nada vilma
O porvir e o nada vilma
 
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRitaPalestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
Palestra O CéU E O Inferno Na VisãO EspíRita
 
Ceticismo Filosófico
Ceticismo FilosóficoCeticismo Filosófico
Ceticismo Filosófico
 
Ceticismo
CeticismoCeticismo
Ceticismo
 
O Futuro E O Nada Palestra A PreocupaçãO Com A Morte
O Futuro E O Nada Palestra A PreocupaçãO Com A  MorteO Futuro E O Nada Palestra A PreocupaçãO Com A  Morte
O Futuro E O Nada Palestra A PreocupaçãO Com A Morte
 
Ceticismo
CeticismoCeticismo
Ceticismo
 
O CéU E O Inferno
O CéU E O InfernoO CéU E O Inferno
O CéU E O Inferno
 
A vida futura
A vida futuraA vida futura
A vida futura
 
Renascimento, Iluminismo, Romantismo E Liberalismo
Renascimento, Iluminismo, Romantismo E LiberalismoRenascimento, Iluminismo, Romantismo E Liberalismo
Renascimento, Iluminismo, Romantismo E Liberalismo
 
Reencarnação e Ressurreição
Reencarnação e RessurreiçãoReencarnação e Ressurreição
Reencarnação e Ressurreição
 
O CÉU E O INFERNO "Visão Espírita"
O CÉU E O INFERNO "Visão Espírita"O CÉU E O INFERNO "Visão Espírita"
O CÉU E O INFERNO "Visão Espírita"
 
O céu e o Inferno
O céu e o InfernoO céu e o Inferno
O céu e o Inferno
 
Filosofia
FilosofiaFilosofia
Filosofia
 

Semelhante a Niilismo na Educação

20110826 serra paulo-informacao_utopia
20110826 serra paulo-informacao_utopia20110826 serra paulo-informacao_utopia
20110826 serra paulo-informacao_utopiaVinicius O Resiliente
 
A informação como utopia j. paulo serra
A informação como utopia   j. paulo serraA informação como utopia   j. paulo serra
A informação como utopia j. paulo serraLuara Schamó
 
KANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismo
KANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismoKANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismo
KANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismoRomario Moreira
 
Educação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalizaçãoEducação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalizaçãoSilvânio Barcelos
 
Hermes no ciberespaço completo - 22.06.2011
Hermes no ciberespaço   completo - 22.06.2011Hermes no ciberespaço   completo - 22.06.2011
Hermes no ciberespaço completo - 22.06.2011claudiocpaiva
 
Novo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docx
Novo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docxNovo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docx
Novo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docxEduardoNeto70
 
A rebelião das massas jose ortega y gasset livro
A rebelião das massas         jose ortega y gasset  livroA rebelião das massas         jose ortega y gasset  livro
A rebelião das massas jose ortega y gasset livroMarcos Silvabh
 
Aula modernidade pós modernidade
Aula modernidade pós modernidadeAula modernidade pós modernidade
Aula modernidade pós modernidadeFlavia Gabriela
 
Série FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIO
Série FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIOSérie FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIO
Série FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIOaugustodefranco .
 
Educação básica no brasil agenda da modernidade
Educação básica no brasil   agenda da modernidade Educação básica no brasil   agenda da modernidade
Educação básica no brasil agenda da modernidade Darlan Campos
 
Kant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo ziller
Kant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo zillerKant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo ziller
Kant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo zillerRapha Ferreira
 
Resposta de kant o que é iluminismo
Resposta de kant o que é iluminismoResposta de kant o que é iluminismo
Resposta de kant o que é iluminismoVanessa Mutti
 
Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)
Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)
Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)Cíntia Dal Bello
 
Kant o iluminismo_1784
Kant o iluminismo_1784Kant o iluminismo_1784
Kant o iluminismo_1784Francilis Enes
 

Semelhante a Niilismo na Educação (20)

20110826 serra paulo-informacao_utopia
20110826 serra paulo-informacao_utopia20110826 serra paulo-informacao_utopia
20110826 serra paulo-informacao_utopia
 
A informação como utopia j. paulo serra
A informação como utopia   j. paulo serraA informação como utopia   j. paulo serra
A informação como utopia j. paulo serra
 
Kant o iluminismo_1784
Kant o iluminismo_1784Kant o iluminismo_1784
Kant o iluminismo_1784
 
KANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismo
KANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismoKANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismo
KANT, Imannuel- Resposta à pergunta: O que é iluminismo
 
Educação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalizaçãoEducação, pós modernidade e globalização
Educação, pós modernidade e globalização
 
Hermes no ciberespaço completo - 22.06.2011
Hermes no ciberespaço   completo - 22.06.2011Hermes no ciberespaço   completo - 22.06.2011
Hermes no ciberespaço completo - 22.06.2011
 
Novo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docx
Novo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docxNovo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docx
Novo_Livro_Prof_Sousa_Lara-63555972 (1).docx
 
A rebelião das massas jose ortega y gasset livro
A rebelião das massas         jose ortega y gasset  livroA rebelião das massas         jose ortega y gasset  livro
A rebelião das massas jose ortega y gasset livro
 
Steiner
SteinerSteiner
Steiner
 
Aula modernidade pós modernidade
Aula modernidade pós modernidadeAula modernidade pós modernidade
Aula modernidade pós modernidade
 
Fluzz início capítulo 0
Fluzz início capítulo 0Fluzz início capítulo 0
Fluzz início capítulo 0
 
Série FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIO
Série FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIOSérie FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIO
Série FLUZZ Volume 3 PARA ENTRAR NO TERCEIRO MILÊNIO
 
Educação básica no brasil agenda da modernidade
Educação básica no brasil   agenda da modernidade Educação básica no brasil   agenda da modernidade
Educação básica no brasil agenda da modernidade
 
Morin
MorinMorin
Morin
 
Kant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo ziller
Kant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo zillerKant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo ziller
Kant resposta-o-que-e-o-iluminismo anexo ziller
 
Resposta de kant o que é iluminismo
Resposta de kant o que é iluminismoResposta de kant o que é iluminismo
Resposta de kant o que é iluminismo
 
Kant o iluminismo 1784
Kant o iluminismo 1784Kant o iluminismo 1784
Kant o iluminismo 1784
 
Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)
Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)
Da leveza: uma civilização sem peso (Gilles Lipovetsky)
 
Geografia vol4
Geografia vol4Geografia vol4
Geografia vol4
 
Kant o iluminismo_1784
Kant o iluminismo_1784Kant o iluminismo_1784
Kant o iluminismo_1784
 

Niilismo na Educação

  • 2.  Niilismo, nos dias de hoje, está relacionado à “transparência”, causada pelo excesso de informações dadas pelos canais midiáticos que deixam o ser completamente inerte, paralisado. Diferente do niilismo do fim do século XIX, definido por Nietzsche, quando “anunciava a morte de Deus”.
  • 3. O niilismo na modernidade é aquele carregado de negatividade. Como o próprio texto estudado em sala diz “(...) o niilismo não tem mais as cores sombrias e fuliginosas do fim século XIX (...)”
  • 4. Já no mundo pós - moderno, esse niilismo ganha um tom de desesperança e de acomodação devido ao “bombardeio” de informações que a pessoa sofre por todos os cantos, como notou o próprio Baudrillard. Parece que, de algum modo, esse excesso torna – se uma “cadeia” invisível, que a própria pessoa não percebe que fez e da qual não conseguir sair.
  • 5. “Hoje ele depara com o nada da indiferença, da discussão, da „transparência‟ das imagens. Fala de um homem niilista que perdeu o entusiasmo e o compromisso com qualquer convicção ou „sentido‟ e adquiriu a indiferença e a acomodação na fruição do prazer aqui e agora, dispondo daquilo que o sistema lhe propõe”. Sua desenvolta indiferença se realiza na excessividade caótica das imagens e dos objetos que fazem a orgia do consumo.”
  • 6. “(...) por estar convencionado de que na época do „niilismo da transparência‟ (p. 230) não há espaço para a luta política. Afinal, o excesso de visibilidade, de transparência provocou mais do que banalização da cena política, trouxe a sua implosão” Entretanto, contrariando essa ideia, parece que as pessoas desvencilharam – se dessa “cadeia” pessoal e acordaram do profundo sono, quando, em todo o país uma grande parcela da população foi às ruas reivindicar seus direitos.
  • 7.
  • 8. Acompanhe alguns trechos da entrevista de Michel Maffesoli concedida ao jornal O Globo “É um bom exemplo destas sublevações pós-modernas que se desenvolvem em vários lugares. É uma revolta bastante disseminada (...). É algo que pode ser comparado com o exemplo turco(...) .Vivemos o fim de uma época, e umas das manifestações disso é que algo cotidiano suscita um movimento que questiona o sistema.” “Vejo o Brasil como um laboratório da pós-modernidade. Algo assim não vejo ocorrer na França, onde espírito, clima e intelligentsia permanecem muito racionais. Não vejo surpresa neste tipo de explosão, forte, mesmo brutal, num país como o Brasil.
  • 9. “Arcaico são as tribos; desenvolvimento tecnológico, a internet. Há mobilidade graças às redes sociais. As tribos urbanas se tornam comunidades interativas.” Também existem aquelas pessoas que ainda continuam no seu mundo niilista e abominam qualquer tipo de tentativa de “liberdade” das correntes que as amarram.
  • 10.
  • 11. É nesse contexto que o professor vai encarar a sala de aula. E ele, na posição de docente, não pode se deixar levar pelo niilismo. Devido a isso que o niilismo, no texto, é colocado como o maior desafio do professor na atualidade, porque ele deve saber educar essa geração altamente desprendida e paralisada pelo excesso das informações. Contudo, o desafio ainda maior está no próprio educador que deve lutar para não permitir que essa estagnação também o afete e com isso se perca toda a essência do “educar”, fazendo do professor um fantoche humano.
  • 12.
  • 13. Não é aceitável ver a sociedade dar mais importância a uma greve de lixeiros do que a uma de professores. Vimos, há semanas atrás, “o gigante acordar”, e não podemos deixá –lo cair novamente no sono profundo. Uma sociedade niilista despertando, e é dentro da escola com plenos educadores, sinalizadores de caminhos, que podemos dar continuidade a isso. Até porque o niilismo não é tão - somente um vazio ou uma indiferença a tudo, é mais que isso, é a possibilidade do novo. “Se o professor perdeu ou perde o entusiasmo e o compromisso com a convicção emancipatória da sua profissão, não poderá acompanhar os passos de Nietzsche (...) tampouco seguir Habermas na realização do sonho de uma Pedagogia da ação comunicativa.”
  • 14.
  • 15. Nesse momento entende – se a passagem tão intrigante e, ao mesmo tempo, tão verídica exposta no texto: “Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre a areia, mas nosso dever é edificar com se fora pedra a areia.” (Julio Luis Borges) E você, vai continuar preso nessa rocha?