Nelson Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul. Ele passou a maior parte de sua vida adulta lutando contra o apartheid através de meios não violentos e foi preso por 27 anos. Após sua libertação, ele trabalhou para acabar com o apartheid e promover a reconciliação nacional como Presidente.
Trabalho apresentado pela aluna Rute Pires, do 10ºF (10/11), do Agrupamento de Escolas de Búzio, no âmbito do estudo da poesia do século XX, na disciplina de Português.
Trabalho de pesquisa sobre Miguel Torga: Vida e Obra, apresentado à unidade Curricular de TAT, ministrada no Instituto Superior de Ciências da Informação e Administração (ISCIA), de Aveiro. Autores: Paulo Marques e Pedro Ribeiro
Trabalho apresentado pela aluna Rute Pires, do 10ºF (10/11), do Agrupamento de Escolas de Búzio, no âmbito do estudo da poesia do século XX, na disciplina de Português.
Trabalho de pesquisa sobre Miguel Torga: Vida e Obra, apresentado à unidade Curricular de TAT, ministrada no Instituto Superior de Ciências da Informação e Administração (ISCIA), de Aveiro. Autores: Paulo Marques e Pedro Ribeiro
1. Nelson Mandela
Nelson Mandela foi o primeiro Presidente negro eleito na África do Sul. E muito mais do que isso, antes e depois de ter
estado na prisão de onde apenas saiu com 72 anos. Era "o estadista mais amado" do mundo.
2. Onde tudo começou(1918)
Nasce em Mvezo, no Cabo Oriental, com o nome de Rolihlahla
Dalibhunga Mandela.
Quando tem dois anos, o pai fica desapossado
(privado da posse) das terras, por desafiar a administração
colonial, e a família muda-se para uma casa na pequena vila
rural de Qunu, onde Mandela passa a infância e onde pediu
para ser sepultado.
Quando tem sete anos, um professor da escola primária dá-
lhe o nome de Nelson, de acordo com o costume de dar a
todas as crianças nomes cristãos. O futuro Presidente da África
do Sul fica então com o nome: Nelson Rolihlahla Mandela.
3. Dos primeiros contactos ao maior envolvimento com o
ANC(1942)
Começa os contactos com o ANC (Congresso Nacional Africano),
movimento de libertação nacional da África do Sul criado em 1923 a partir
do movimento fundado em 1912 com o nome South African Native National
Congress (SANNC) e completa a Licenciatura em Direito pela UNISA
(Universidade da África do Sul).
Dois anos depois, Mandela junta-se formalmente ao ANC e torna-se um dos
fundadores da Liga Juvenil do partido, juntamente com outros históricos
como Walter Sisulu e Oliver Tambo.
4. Casamento com Evelyn Mase(1944)
Casa-se com Evelyn Mase. O casal não resiste às frequentes
ausências de Mandela e ao crescente envolvimento na luta e
divorcia-se em 1958.
Com Evelyn, Mandela tem quatro filhos, dos quais apenas a
mais nova, nascida em 1954, ainda vive e a quem o casal dá o
nome de Makawize, em memória da filha Makawize que
morrera em 1947 ainda bebé.
Os dois filhos Thembekile e Makgatho morrem já adultos. O
primeiro em 1969 num desastre de carro (na prisão Mandela
não recebe autorização para assistir ao funeral), o segundo em
2005, vítima de sida.
5. Primeiro escritório de advogados negros na África do Sul
(1952)
Abre o primeiro escritório de advogados negros na África do Sul
com Oliver Tambo, que é como Mandela uma figura central do
ANC e que foi presidente do partido entre 1967 e 1991.
O aumento das tensões e o crescente envolvimento na luta anti-
apartheid acaba por afastar da advocacia os homens forçados
ao exílio, no caso de Tambo, ou à clandestinidade, no caso de
Mandela.
O escritório Chancellor House em Joanesburgo é vandalizado e
queimado em 1960, ano em que o ANC é banido e o estado de
emergência imposto na África do Sul.
6. Winnie Mandela é a segunda mulher(1958)
Casa-se com Nomzamo Winnie Madizikela, enfermeira, política e
ativista sul-africana, que passa a usar o nome de Winnie Mandela.
Ele tem quase 40 anos e ela 22 – têm 18 anos de diferença. Com
ela, Mandela tem duas filhas: Zenani nasce em 1959 e Zindzi em
1960.
É Winnie que o acompanha na saída da prisão, depois de vários
anos em que o visitou e manteve uma intensa correspondência
em que ambos partilham os sentimentos mas também opções e
conselhos políticos.
Em 1991, depois de Mandela a apoiar incondicionalmente, Winnie
é condenada pelo rapto de quatro jovens de quem se suspeitava
serem informadores da polícia, e o seu guarda-costas é acusado
da morte de deles – Stompie Moeketsi.
7. Massacre de
Sharpeville(1960)
É um dos milhares de pessoas presos
depois do Massacre de Sharpeville a 21 de
Março quando a polícia sul-africana mata
69 pessoas entre os manifestantes que
protestavam contra novas leis do regime
segregacionista* no Soweto.
*política que consiste em dar tratamentos diferentes a indivíduos
pertencentes a outras origens, porém, que vivem em um mesmo país.
8. Clandestinidade e invisibilidade(1962)
Deixa o país para receber treino
militar e recolher apoios externos
para o ANC.
O movimento tinha sido banido
dois anos antes quando também foi
instaurado o estado de emergência.
Quando regressa, é preso por
incitamento ao ódio e por sair
ilegalmente da África do Sul.
9. Prisão perpétua e não
pena capital(1964)
É acusado de sabotagem e condenado a prisão
perpétua no Julgamento de Rivonia juntamente com
sete outros destacados ativistas, já depois de em 1962
ter sido preso por deixar o país clandestinamente.
Os oito condenados são levados para a cadeia de
máxima segurança de Robben Island ao largo da
Cidade do Cabo. Antes do julgamento, enfrentavam a
possibilidade de pena de morte.
No tribunal, em sua própria defesa, Mandela
pronuncia o célebre discurso Speech from the dock
em que diz: “O ideal de uma sociedade democrática e
livre é um ideal para cuja concretização espero viver.
Mas se for necessário é um ideal pelo qual estou
disposto a morrer.”
10. De Robben Island para Pollsmoor(1982)
É transferido para a prisão de alta segurança de Pollsmoor onde fica seis
anos. Aí é colocado sozinho numa cela e inicia contactos com o Governo.
A propósito dessa sua opção política, escreve em 1998:
“O ANC nunca se afastou do princípio de que a libertação do nosso país
acabaria por se tornar uma realidade através do diálogo e da negociação.
No entanto, iniciei os contactos com o Governo sem dizer nada aos meus
camaradas de prisão.”
Em Dezembro de 1988, depois de lhe ser diagnosticada uma tuberculose,
é transferido para a prisão de Victor Verster na Cidade do Cabo onde fica
os últimos 14 meses até à libertação em Fevereiro de 1990. Passa a estar
numa casa, no recinto prisional, e não numa cela.
11. Liberdade para todos e sem condições(1985)
Ainda em Pollsmoor, rejeita a oferta de P. W. Botha – Presidente da África do Sul entre
1978 e 1989 – de o libertar se ele renunciar à violência. Só virá a aceitar a libertação se
todos os outros presos políticos também o forem e se o ANC for legalizado, o que viria
a acontecer cinco anos depois. “A vossa liberdade e a minha liberdade são inseparáveis”,
dizia Mandela.
Não queria sair da prisão para viver nas mesmas circunstâncias em que vivia quando
tinha sido preso, quase 20 anos antes. De Klerk, no fim de 1989, vislumbra-se uma saída
política, que se concretiza com o anúncio, a 2 de Fevereiro de 1990, da libertação de
Mandela sem condições e marcada para dia 11.
12. Libertação e surpresa(1990)
É libertado no dia 11 de Fevereiro da prisão de Victor Verster perto da Cidade do Cabo.
No discurso que nesse mesmo dia pronuncia, dirige-se aos amigos, camaradas e
companheiros sul-africanos a quem diz estar em frente a eles “não como um profeta,
mas como um humilde servidor do povo
No dia seguinte, dá uma conferência de imprensa na residência do arcebispo Desmond
Tutu, e diz que o que mais o surpreendeu, na véspera, foi ver tantos brancos, juntos nas
ruas com os negros, a festejar a sua saída da prisão. Estava “absolutamente
surpreendido” por perceber que tantos sul-africanos se identificavam com o que estava
a acontecer na África do Sul, um novo país que nascia e onde, dizia Mandela, havia
lugar para todos.
13. O Nobel da Paz com F. W. De Klerk(1993)
Recebe o Nobel da Paz com o Presidente sul-africano Frederik
Willem De Klerk. No discurso de atribuição do prémio, o
presidente do comité do Nobel elogia o “brilhante contributo”
dos dois líderes para a paz e “os resultados espantosos”
alcançados “com a política de paz e reconciliação” de ambos.
Apesar da distância que os separava, cada um num ponto de
partida diferente, “um do lado dos opressores e o outro do lado
dos oprimidos”, tinham tomado “iniciativas para parar o ciclo
vicioso da violência [na África do Sul]”, realça o presidente do
comité.
14. Primeiro Presidente
negro eleito na África
do Sul
Vota pela primeira vez na vida, aos 75 anos, nas
primeiras eleições livres no país, a 27 de Abril (no
segundo dos quatro dias previstos para a votação)
e é eleito primeiro Presidente negro pelo
Parlamento onde o ANC conquista uma ampla
maioria. Apesar das ameaças de violência, as
eleições realizam-se num clima globalmente
pacífico.
No discurso de tomada de posse a 10 de Maio
evoca a “recém-nascida liberdade” e diz que “uma
sociedade de que toda a humanidade se
orgulhará” nasceu “da experiência de um desastre
humanitário que durou tempo de mais”.
15. A partida de rugby
que uniu a África do
Sul(1995)
Em junho de 1995, a África do Sul comemorava o
seu primeiro título de campeã da Copa do Mundo
de Rugby, mas não apenas isso. A partida contra a
seleção da Nova Zelândia foi responsável por unir
a nação que esteve oficialmente dividida pelo
apartheid (regime de segregação em vigência de
1948 a 1994). O rugby ,rejeitado pela maioria
negra, foi usado como elo para ligar os dois
“países”. Um ano após ser eleito, Nelson Mandela,
o primeiro presidente não-branco da África do Sul,
convenceu os negros a torcerem em nome do
futuro do país. E eles seguiram o conselho do
líder!
16. A partida de rugby que uniu a África do
Sul(1995)
17. A partida de rugby que
uniu a África do Sul(1995)
Os All Blacks (apelido da seleção da Nova
Zelândia) foram derrotados pelos Springboks
num momento histórico para a África do Sul.
A vitória ajudou a unir os dois países (o
negro e o branco) em uma única nação.
Com o pedido de Mandela, negros que
ainda viam o desporto como um símbolo do
apartheid, torceram pela conquista de um
título que não seria apenas dos brancos, mas
de todos os sul-africanos.
18. Casa-se com a terceira mulher Graça Machel(1998)
Casa-se no dia do seu 80º aniversário com a moçambicana
Graça Machel, viúva do ex-Presidente de Moçambique, Samora
Machel, na presença da família, pouco mais de uma dezena de
amigos e um fotógrafo. A cerimónia realiza-se na sua nova casa
de Houghton, Joanesburgo, e o casal parte depois em lua-de-
mel para a Argentina e o Brasil.
19. Casa-se com a terceira mulher Graça Machel(1998)
Desde a entrada de Mandela no hospital a 8 de Junho, Graça Machel quase não foi vista fora do
hospital onde se manteve sempre a seu lado, pelo menos nas primeiras seis semanas. Numa
intervenção rara e a propósito dessa permanência no hospital, Graça Machel disse: “Mais uma
vez, o melhor presente que Mandela deu ao país foi o da unidade.”
20. Perpetua o seu legado fora da presidência(1999)
Deixa a presidência do país no fim do primeiro mandato como Presidente, já depois de em 1997
deixar a liderança do ANC(Congresso Nacional Africano) que assumia desde 1991. O seu vice-
presidente Thabo Mbeki avança para a chefia do partido e para as eleições de 1999, sendo eleito
Presidente.
Mandela tenciona dar espaço a uma nova geração de líderes e enviar uma mensagem clara aos
Presidentes que se perpetuam no poder em África. Continua a sua catividade através da
Fundação Nelson Mandela apresentada como forma de o líder continuar a sua contribuição para
uma sociedade justa. Na despedida do cargo de Presidente, diz: “Nós, sul-africanos não
podemos esquecer o passado terrível para podermos lidar com ele melhor, perdoando onde o
perdão seja necessário, mas não esquecendo.”
21. Anuncia fim da participação em actos públicos(2004)
Depois de deixar a política, anuncia o fim da sua participação
frequente em atos públicos. Pretende com isso passar mais
tempo com a família e ter uma vida mais tranquila. Fica célebre
a sua brincadeira com os jornalistas, a quem diz: “Não me
telefonem. Eu telefono-vos.” A sua figura continua porém a
representar uma importante referência na África do Sul e no
mundo.
22. Conta a sua história em Long Walk to
Freedom(2005)
Publica a autobiografia Long Walk To Freedom, (Um Longo Caminho para a Liberdade),
traduzida depois em dezenas de países. Começou a escrevê-la em segredo em 1974 na prisão
de Robben Island, terminando-a já depois de ser libertado. É um livro “com uma longa história”,
escreve na página de agradecimentos, um livro que dedica aos seis filhos, aos 21 netos e três
bisnetos e a todos os amigos, camaradas e compatriotas sul-africanos. O livro inspirou um filme
a ser lançado em 2013, realizado por Justin Chadwick e que tem, no papel de Mandela, o actor
Idris Elba.
24. Discursa no seu 90.º aniversário em
Londres(2008)
Discursa no Hyde Park, em Londres no seu 90.º aniversário, num grande evento, e pede às
gerações futuras que continuem a lutar pela justiça social. “Mesmo celebrando, deixem-me
lembrar-vos que o nosso trabalho está longe de estar completo. O nosso trabalho é liberdade
para todos”, diz. Este grande concerto é inspirado noutro a favor da sua libertação que, 20 anos
antes, com o lema Free Mandela (Libertem Mandela, juntou em Junho de 1988 músicos e artistas
no estádio de Wembley, em Londres, e foi visto por 600 milhões de telespectadores em todo o
mundo.
26. Celebra o Mundial de Futebol na África do Sul(2010)
Aparece pela última vez, num ato público, na cerimónia de
encerramento do Mundial de Futebol no Estádio de
Joanesburgo, ao lado de Graça Machel. Sorri e acena para as
bancadas e a multidão levanta-se para o receber com
entusiasmo, antes da final Espanha-Holanda.
27. A sua
“caída”(2013)
E a 5 de dezembro de 2013,
Nelson Mandela falece na sua
casa em Johannesburgo, para
onde havia sido levado no dia 1º
de setembro após passar quase
três meses internado para
tratamento de uma infeção
pulmonar, a causa que provocou
a caída deste grande líder em
2013.
“Sempre vai parecer impossível até que seja feito”