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ORIENTAÇÃO DO MENTOR RAMA SCHAIN:
Desencarnação:
Parecerá estranho o fato de incluirmos no presente estudo, todo ele
consagrado ao estudo da mediunidade, um capítulo especial sobre a
desencarnação.
Esclarecemos que esta página decorreu do estudo do capítulo
«Mediunidade no leito de morte», e a sua inclusão tem a finalidade de
focalizar um dos mais sagrados momentos da existência humana,
qual seja «o da morte», isto é, do retorno do viajor terrestre à Pátria
Espiritual.
Entre os inúmeros momentos dignos de respeito, dentro da vida, tais
como os do nascimento, da oração, da reunião em nossos templos de
fé, etc., o ato desencarnatório deve inspirar-nos o máximo apreço.
Se imaginássemos tudo quanto se passa «na hora da partida»,
seríamos mais respeitosos e dignos toda vez que presenciássemos
um falecimento. O esforço e a abnegação dos Mentores Espirituais,
na desencarnação de determinadas criaturas, é realmente digno de
menção.
Cooperadores especializados aglutinam esforços no afã de
desligarem, sem incidentes, o Espírito eterno do aparelho físico
terrestre. Verdadeiras operações magnéticas são efetuadas nas
regiões orgânicas fundamentais, ou seja, nos centros vegetativo,
emocional e mental.
Estudando o capítulo Mediunidade no leito de morte», levamos ao
quadro negro o seguinte gráfico, com o objetivo de fixar as principais
providências desencarnatórias, de natureza magnética, bem assim os
sintomas peculiares ao andamento e conclusão de cada uma delas:
REGIÕES FUNDAMENTAIS DO ORGANISMO HUMANO:
Centro Vegetativo — ligado ao ventre, sede das manifestações
fisiológicas. Esticamento dos membros Inferiores; esfriamento do
corpo.
Centro emocional – situado no tórax, zona dos sentimentos e
desejos. Desregularidade do coração, aflição, angústia, pulso fraco.
Centro mental – situado no cérebro, o mais importante. Fossa
romboidal. Coma. Desatamento do laço fluídico. Conforme
observamos, a operação inicial é efetuada na região do ventre, à qual
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se acha ligado o Centro Vegetativo, como sede das manifestações
fisiológicas.
Com essa providência, o moribundo começa a esticar os membros
inferiores, sobrevindo, logo após, o esfriamento do corpo. Atuando os
Espíritos Superiores, a seguir, sobre o Centro Emocional, sediado no
tórax e representando a zona dos sentimentos e desejos, novos
sintomas se verificam: Desregularidade do coração, aflição, angústia
e pulso fraco. É a reação do corpo tentando reter o Espírito, hóspede
de tantos anos, companheiro de tantas experiências cuja partida
tenta evitar.
O organismo age, então, como se tivesse inteligência para pensar.
Sabemos, entretanto, que o corpo não pensa. O Espírito é o piloto da
embarcação, cujos destroços contemplará logo mais, se puder...
Afirma Neio Lúcio que entre Espírito e Matéria há um ponto de
interação ainda inabordável. Esse ponto de interação — constituindo
a causa das mútuas relações entre Espírito e Corpo — é que motiva,
a nosso ver, essa tentativa de retenção.
A operação final é no cérebro, onde fica situado o Centro Mental, a
região mais importante. O trabalho magnético se realiza inicialmente
sobre a fossa romboidal, que a Medicina define mais ou menos com
as seguintes palavras: “Assoalho do quarto ventrículo, que, por sua
vez, é uma cavidade situada na face posterior do bulbo e
protuberância, portanto anteriormente ao cerebelo.
«O quarto ventrículo está normalmente cheio de líquido encéfalo-
medular. «No fundo da fossa romboidal, estão situados os centros
mais importantes da vida vegetativa, tais como o da respiração e o
vasomotor. Após essa última operação magnética, sobre a fossa
romboidal, e sobre a qual ainda nos reportaremos no final deste
capítulo, sobrevém o estado de coma, embora o Espírito esteja ligado
— e bem ligado ao veículo físico.
Por fim, o desatamento do laço fluídico. Só aí, conclui-se a
desencarnação. O Mundo Espiritual recebe mais um habitante e a
demografia terrestre registra, no seu volume populacional,
decréscimo equivalente. Depois da desencarnação — cujo processo
NUNCA É IGUAL PARA TODOS —, ao despertar no Plano Espiritual
defrontar-se-á o recém-chegado com as seguintes invariáveis
realidades:
a) — Visão panorâmica da última existência,
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b) — Reaquisição da forma antiga,
c) — Encontro com Espíritos afins (elevados ou inferiores),
d) — Analogia do meio espiritual com a paisagem terrestre.
Em resumo: encontrar-se-á consigo mesmo. Essa concordância, pelo
que temos lido, parece repetir-se em todos os falecimentos,
abstração feita, como é natural, de minúcias relacionadas com o
estado evolutivo, carma, problemas mentais, etc., de cada um.
Depois de conhecermos o trabalho afanoso dos Mentores espirituais,
somos compelidos a exaltar o respeito devido aos ambientes onde
alguém está desencarnando ou desencarnou, a fim de que, pela
atitude de oração silenciosa, ajudemos o viajor e cooperemos com os
Missionários da Cirurgia Divina. Esse assunto não foi estudado,
apenas, com elementos do capítulo «Mediunidade no leito de dor»;
recolhemos abundante e valioso material do livro do próprio André
Luiz — «Obreiros da Vida Eterna», capítulo 13º.
Da fusão desses elementos, foi-nos possível organizar as
considerações acima. Digna de nota e comentário foi a operação
sobre a fossa romboidal, de cujo centro se desligou «brilhante chama
violeta-dourada» que absorveu, instantaneamente, «a vasta porção
de substância leitosa já exteriorizada» do plexo solar e do tórax.
A observação é sobretudo interessante: da reunião desses três
elementos:
1) chama violeta-dourada, saída da fossa romboidal,
2) substância extraída do plexo solar,
3) substância retirada do tórax resultou a constituição da nova forma
perispiritual do desencarnado.
Não queremos encerrar este capítulo, através do qual lembramos a
respeitabilidade da «hora da morte», em vista do maravilhoso
trabalho dos Instrutores espirituais, sem que transcrevamos as
palavras com que André Luiz narra a formação do perispírito do
recém-desencarnado:
«Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal,
Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com
minúcias, e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região
craniana, absorvendo, instantaneamente, a vasta porção de
substância leitosa já exteriorizada. Quis fixar a brilhante luz, mas
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confesso que era difícil fixá-la, com rigor. Em breves instantes,
porém, notei que as forças em exame eram dotadas de movimento
plasticizante. A chama mencionada transformou-se em maravilhosa
cabeça, em tudo idêntica à do nosso amigo em desencarnação,
constituindo-se, após ela, todo o corpo perispiritual de Dimas,
membro a membro, traço a traço. »
Segundo o parecer de André Luiz, aquela chama violeta-dourada
representava «o conjunto dos princípios superiores da
personalidade». Ante tão magnificente narrativa, um só pensamento
nos domina, emocionando-nos o coração agradecido, qual seja o de
profundo amor pelo nosso Pai Celestial — Criador da Vida...
Licantropia:
Servir-nos-emos de algumas referências do capítulo «Fascinação»
para, aceitando a tese da sua progressividade, chegarmos à
Licantropia, fenômeno a que se referiu Bozzano e que foi,
igualmente, objeto de menção pelo Assistente Áulus.
Ao estudarmos o capítulo 23º de «Nos Domínios da Mediunidade»,
organizamos, no quadro negro, o seguinte gráfico:
FASCINAÇÃO:
Subjetiva ou psicológica. = Fenômenos alucinatórios, atitudes
excêntricas, fanatismo religioso.
Objetiva ou orgânica = Licantropia deformante, licantropia agressiva,
anomalias patológicas.
Esse mesmo gráfico será, neste livro, o ponto de partida para o
escorço que tencionamos fazer em torno da Licantropia.
Comecemos por defini-la: é o fenômeno pelo qual Espíritos
«pervertidos no crime» atuam sobre antigos comparsas, encarnados
ou desencarnados, fazendo-os assumir atitudes idênticas às de certos
animais.
A fim de favorecer o desenvolvimento de nossas considerações,
iniciemos esta página com um trecho da narrativa de André Luiz:
«A infortunada senhora, quase que uivando, à semelhança, de loba
ferida, gritava a debater-se no piso da sala, sob o olhar consternado
de Raul que exorava a Bondade Divina em silêncio.
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Coleando pelo chão, adquiria animalesco aspecto, não obstante sob a
guarda generosa de sentinelas da casa.» Sublinhamos,
intencionalmente, as expressões «à semelhança de loba ferida» e
«coleando pelo chão». Atitudes realmente animalescas.
Mais adiante, explicando o fenômeno, temos a palavra esclarecedora
do Assistente:
«Muitos Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da
inteligência, fazendo pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda
sintonizam com eles pelos débitos do passado. A semelhantes
vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental dos
manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação
hipnótica, imitam costumes, posições e atitudes de animais diversos.
A simples fascinação de hoje — caracterizada por fenômenos
alucinatórios, atitudes ridículas ou absurdas e, mesmo, pelo
fanatismo religioso — pode agravar-se e progredir de tal maneira que
se converta na Licantropia de amanhã.
Comprometidos com o passado, através de débitos e do nosso
acumpliciamento no mal, com entidades inferiorizadas, com as quais
estamos sintonizados no Tempo e no Espaço, poderemos ter a nossa
vontade submetida ao império hipnotizante dessas entidades.
Enquanto a fascinação tem sentido mais psicológico, a licantropia vai
mais além. Reveste-se de aspecto mais objetivo, exteriorizando-se na
própria organização somática, ou perispirítica, se a vítima for
encarnada ou desencarnada.
Há casos extremos de licantropia deformante, em que a pessoa imita
«costumes, posições e atitudes de animais diversos», bem assim de
licantropia agressiva, que se expressa através da violência, da
alucinação e, até, do crime.
A imprensa sensacionalista relacioná-los-á como fruto de «taras»,
sem maiores explicações; os estudiosos do Espiritismo verão nesses
casos apenas manifestações de licantropia agressiva, com poderosa e
cruel atuação do elemento invisível.
Quando a Medicina e o Direito estenderem as mãos ao Espiritismo, os
seus mais graves problemas serão melhormente equacionados.
Anomalias patológicas, modificadoras da configuração anatômica dos
pacientes, observadas especialmente em hospitais de indigentes, via
de regra expressam a influência terrível de entidades vingativas junto
a antigos desafetos.
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O Espiritismo — anjo tutelar dos infortunados —, analisando a causa
de tais sofrimentos, ajuda as vítimas das grandes obsessões a se
recuperarem.
Três condições principais podem ser indicadas como favorecedoras da
cura de pessoas que sofrem a atuação dessas pobres entidades, a
saber:
a) — Estudo (Evangelho e Doutrina);
b) — Trabalho (atividade incessante no Bem);
c) — Amor no coração (converter a própria vida em expressão de
fraternidade).
Solucionará o Espiritismo, através dos seus milhares de grupos
mediúnicos e das dezenas de suas Casas de Saúde, todos os casos de
Licantropia?
Responder afirmativamente seria rematada leviandade. Todavia, além
de lhe ser possível equacionar alguns casos, menos entranhados no
passado, levará ao coração de perseguidos e perseguidores a
semente de luz do perdão, para germinação, crescimento,
florescimento e frutificação oportunos.
No Grande Porvir, verdugos e vítimas de hoje estarão, redimidos e
irmanados, cultivando nos Planos Superiores o Sublime Ideal da
Fraternidade Legitima.
E não podia deixar de ser assim, a fim de que, agora e por toda a
Eternidade, se confirmem, integralmente, as palavras de Nosso
Senhor Jesus Cristo: “Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se
perderá.”
Animismo:
Revestem-se de profunda sabedoria e oportunidade as palavras do
Assistente Áulus, no capítulo «Emersão do passado», quando afirma
que muitos espíritas “vem convertendo a teoria animista num travão
injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização
do bem”.
Efetivamente essa é a verdade. Muitos companheiros se mostram
incapazes de remover os obstáculos criados pelo animismo,
destruindo, assim, magnífica oportunidade de ajudarem elementos
que, buscando os centros espíritas nessas condições, poderiam,
posteriormente, contribuir em favor dos necessitados.
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Que é Animismo?
Essa pergunta deve ser colocada em primeiro plano, no presente
capítulo, como ponto de partida para as nossas singelas
considerações.
Animismo é o fenômeno pelo qual a pessoa arroja ao passado os
próprios sentimentos, «de onde recolhe as impressões de que se vê
possuída». A cristalização da nossa mente, hoje, em determinadas
situações, pode motivar, no futuro, a manifestação de fenômenos
anímicos, do mesmo modo que tal cristalização ou fixação, se
realizada no passado, se exterioriza no presente.
A lei é sempre a mesma, agora e em qualquer tempo ou lugar. Muitas
vezes, portanto, aquilo que se assemelha a um transe mediúnico,
com todas as aparências de que há a interferência de um Espírito,
nada mais é do que o médium, naturalmente o médium desajustado,
revivendo cenas e acontecimentos recolhidos do seu próprio mundo
subconsciencial, fenômeno esse motivado pelo contato magnético,
pela aproximação de entidades que lhe partilharam as remotas
experiências.
No fenômeno anímico o médium se expressa como se ali estivesse,
realmente, um Espírito a se comunicar. O médium nessas condições
deve ser tratado «com a mesma atenção que ministramos aos
sofredores que se comunicam». Por isso, a direção de trabalhos
mediúnicos pede, sem nenhuma dúvida, muito amor, compreensão e
paciência — virtudes que, somadas, dão como resultado aquilo que
os instrutores classificam como «TATO FRATERNO», a fim de que não
sejam prejudicados os que em tais condições se encontram.
Se o dirigente de sessões mediúnicas não é portador de sincera
bondade, acreditamos que pouco ou nenhum benefício receberá o
médium no agrupamento.
O médium inclinado ao animismo é um vaso defeituoso, que «pode
ser consertado e restituído ao serviços, pela compreensão do
dirigente, ou destruído, pela sua incompreensão.
Reajustado, pacientemente, com os recursos da caridade evangélica,
pode transformar-se em valioso companheiro. Incompreendido, pode
ser vitimado pela obsessão.
Nos fenômenos psíquicos, comuns nos agrupamentos mediúnicos, há,
por conseguinte, de se fazer a seguinte distinção:
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a) — Fatos anímicos,
b) — Fatos espiríticos.
Fatos anímicos são, como já acentuamos, aqueles em que o médium,
sem nenhuma idéia preconcebida de mistificação, recolhe impressões
do pretérito e as transmite, como se por ele um Espírito estivesse
comunicando.
Fatos espiríticos, ou mediúnicos, propriamente ditos, são aqueles em
que o médium é, apenas, um veículo a receber e transmitir as ideias
dos Espíritos desencarnados ou... encarnados.
O estudo e a observação ajudam-nos a fazer tal distinção. Uma
pessoa encarnada também pode determinar uma comunicação
mediúnica, isto é, fazer que o sensitivo lhe assimile as ondas mentais
e as reproduza pela escrita ou pela palavra.
Em face da lei de sintonia, pessoas adormecidas igualmente podem
provocar comunicações mediúnicas, uma vez que, enquanto
dormimos, nosso Espírito se afasta do corpo e age sobre terceiros,
segundo os nossos sentimentos, desejos e preferências.
Voltemos, porém, às considerações em torno da necessidade de os
dirigentes e colaboradores do setor mediúnico se munirem de
recursos evangélicos, a fim de que as tarefas assistenciais, a seu
cargo, apresentem aquele sentido edificante e construtivo que é de se
almejar nas atividades espiritistas cristãs.
Vejamos a conclusão de André Luiz, ante as ponderações de Áulus e
o exame do caso da senhora objeto da assistência do grupo do irmão
Raul Silva:
«Mediünicamente falando, vemos aqui um processo de autêntico
animismo. Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade diferente,
quando apenas exterioriza o mundo de si mesma.»
A fixação mental — assunto abordado no capítulo próprio, neste livro
provoca o animismo. Imaginemos, agora, o que pode ocorrer se uma
criatura em tais condições busca um núcleo mediúnico onde apenas
funciona o intelectualismo pretensioso, seguido da doutrinação
periférica, sem o menor sentido de fraternidade!
Ao invés de compreensão, tal criatura encontrará, sem dúvida, a
ironia e a má vontade, acompanhadas, via de regra, do comentário
maledicente.
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Ao invés de companheiros interessados no seu reajustamento,
encontrará verdugos fantasiados de doutrinadores.
Ao invés do socorro que se faz indispensável, ver-se-á defrontada,
impiedosamente, por companheiros, às vezes até bem intencionados,
que, em nome da «verdade», ou melhor, das «suas verdades», não
lhe compreenderão o aflitivo problema.
Ouçamos o Assistente Áulus:
“Por isso, nessas circunstâncias, é preciso armar o coração de amor,
a fim de que possamos auxiliar e compreender. Um doutrinador sem
TATO FRATERNO apenas lhe agravaria o problema, porque, a
pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo
inoportuno, ao invés de socorro providencial. Primeiro é preciso
remover o mal, para depois fortificar a vítima na sua própria defesa.”
O doutrinador usará sempre do carinho fraterno, fazendo que as suas
palavras, dirigidas ao Espírito do próprio médium, levem o melhor
que a sua alma possa oferecer.
A consolação e a prece, seguidas do esclarecimento edificante, são os
recursos aplicáveis ao caso.
Recorramos ao livro «Nos Domínios da Mediunidade», reproduzindo
lhe alguns tópicos relativos ao assunto:
«Solucionados diversos problemas alusivos ao programa da noite, eis
que uma das senhoras enfermas cai em pranto convulsivo,
exclamando:
— Quem me socorre? quem me socorre?... E comprimindo o peito
com as mãos, acrescentava em tom comovedor:
— Covarde! porque apunhalar, assim, uma indefesa mulher? Serei
totalmente culpada? meu sangue condenará o seu nome infeliz...»
Lembremos que André Luiz e Hilário, em companhia do Assistente
Áulus, visitam o grupo dirigido pelo irmão Raul Silva, e que a cena
acima descrita aparece no capítulo «Emersão do passado.
Notemos que todos os indícios revelam, à primeira vista, as
características de uma comunicação mediúnica; contudo, estamos
apenas diante de um autêntico fenômeno de animismo.
A senhora enferma, com a mente cristalizada no pretérito, identifica-
se com cenas desagradáveis, às quais está diretamente ligada.
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«Ante a aproximação de antigo desafeto, que ainda a persegue de
nosso plano, revive a experiência dolorosa que lhe ocorreu, em
cidade do Velho Mundo, no século passado. »
É ainda Áulus quem explica:
«Sem dúvida, em tais momentos, é alguém que volta do pretérito a
comunicar-se com o presente, porque, ao influxo das recordações
penosas de que se vê assaltada, centraliza todos os seus recursos
mnemônicos tão somente no ponto nevrálgico em que viciou o
pensamento. Para o psiquiatra comum é apenas uma candidata à
insulinoterapia ou ao eletrochoque; entretanto, para nós, é uma
enferma espiritual, uma consciência torturada, exigindo AMPARO
MORAL E CULTURAL para a renovação íntima, única base sólida que
lhe assegurará o reajustamento definitivo. »
Esse amparo moral, a que alude o Assistente, podemos defini-lo
como paciência, carinho e consolo. O cultural ser-lhe-á ministrado
pelo estudo evangélico e doutrinário que, além do esclarecimento,
operar-lhe-á a modificação dos centros mentais, reajustando-lhe a
mente.
E, concluindo, é oportuno perguntemos:
Podem os serviços mediúnicos prescindir do Evangelho e da
Doutrina?
A resposta cada um a encontrará na própria consciência...
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