Curso de Direito do Trabalho - Maurício Godinho Delgado - 2019.pdf
Marc Riboud
1. MARC RIBOUD
As fotografias de
por Bruna Carolina
“ Rather than a
profession,
photography
has always been,
a passion for
me, a passion
closer to an
obsession.
2. 1923 Marc Riboud nasceu, em Lyon, na França.
1937 ele realizou suas primeiras fotografias.
Durante a Exposição Universal de Paris,
1945 - 48 Lyonvere trabalhou emàumatfo ografia. antes de
Estudou Engenharia na Ecole Centrale de
resol dedicar-se
fábrica
1953 Publicou na revista Life a fotografia de um pintor da Torre Eiffel.
Convidado pelos fotógrafos Henri Cartier-Bresson e Robert Capa,
integrou a equipe da agência Magnum.
1955 Passando pelo Oriente Médio e o Afeganistão, foi por terra até a Índia,
onde ficou um ano antes de ir para a China.
1960 Fez a cobertura das independências na Argélia e na África negra.
3. 1968 -69 Realizou reportagens no Vietnã do Sul e Vietnã do Norte,
onde foi um dos poucos fotógrafos a poder entrar.
1980 Viajou regularmente pelo Oriente e pelo Extremo Oriente
Realizou exposições em Paris, Londres, Nova Iorque, Beijing.
Além de fotografias, publicou vários livros sobre a China, o Tibete e o Camboja.
Seu trabalho foi exposto em diversos museus.
Riboud recebeu, entre outras recompensas, dois prêmios do Overseas Press Club,
o Time-Life Achievement, o Lucie Award, o ICP Infinit y Award e, recentemente,
o Sony World Photography Award.
5. O pintor, apelidado de Zazou, está muito à vontade, e eu me senti tonto e
fechei os olhos cada vez que ele se inclinou para mergulhar o pincel. .
Nesta fotografia temos um plano médio, em que visualizamos o sujeito por completo e
conseguimos situá-lo em um contexto maior – neste caso a cidade de Paris. O foco está
no pintor e a cidade surge apenas como um plano de fundo. Aqui o destaque está no
movimento inusitado do pintor, que não tem equipamentos de segurança e parece andar
de maneira confortável apesar de estar a tantos metros de altura. O pintor está
centralizado na foto, mas há uma simetria - que é proporcionada pelas estruturas que
emolduram a imagem. É uma foto curiosa, bonita e, com certeza, impactante.
7. Janelas bem abertas na rua Liu Li Chang, a rua de antiquários. Nestas lojas,
durante a Revolução Cultural, os chineses tinham de entregar as suas joias ao
Estado.
Aqui temos um Grande P lano Geral. A imagem é emoldurada pelas janelas, que
parecem ser tradicionais, já que podemos observá-las também do outro lado da rua. É
como se cada janela contasse uma história, já que cada uma delas traz personagens
tão diferentes: uma menina, um senhor, uma criança. É uma bela composição, em que
várias ações acontecem ao mesmo tempo mas não perdemos nenhuma delas e nem
nos confundimos, pois as janelas separam bem os personagens. Todos os elementos
estão focados e a imagem é bastante simétrica – novamente, por causa das janelas.
9. Em frente ao Pentágono, em uma marcha pela paz no Vietnã, Jane Rosa
Kasmir dá um belo rosto à juventude americana.
Nesta foto, uma das mais conhecidas de Riboud, temos um primeiro plano, em que o
rosto da jovem é o destaque. A imagem mostra o bem contra o mal de forma inusitada. A
foto é chocante, traz a dureza de uma arma contra a leveza de uma f lor. O foco está na
moça, mas podemos identificar os vários soldados, que formam uma linha. A
perspectiva aí presente leva o nosso olho até o final da imagem, mesmo que ela esteja
desfocada. A imagem é simétrica e bem composta.
11. Na capital da República Eslovaca, meu olho é perturbado por esse olhar num
cartaz ou no rasgo que parece um raio, que parte da íris.
É uma foto bastante curiosa. O cartaz foi rasgado de forma que os olhos do jovem
parecem estar emitindo um raio. É como se o jovem fosse um super-herói. É importante
lembrar que em 1995, quando a foto foi tirada, a Eslováquia tinha, recentemente, se
tornado independente. Podemos chegar à conclusão de que a população estava se
sentindo forte e que alguém cortou o cartaz dessa maneira de propósito. Mas também é
possível que tenha sido por acaso. De qualquer maneira, Riboud tem um olho muito
atento para perceber essa cena inusitada e fotografá-la. É uma bela foto, com certeza.
13. Em um jardim no coração da cidade de Shangai, uma senhora
esqueceu seu estojo de maquiagem, que parece um coelho.
Novamente podemos perceber o olhar atento do fotógrafo. Nem todos veriam na sacola o
formato de um coelho. É uma foto curiosa, intrigante, mas não necessariamente bonita. A
composição está boa, mas não é nada extraordinário. O que vale nesta foto é a
percepção de uma situação que não acontece todos os dias. Do ponto de vista técnico, é
uma foto normal.
14. A foto consegue nos transportar para aquele
momento e é possível imaginar o que os dois
personagens deviam estar sentindo: frio e
gotas da chuva. A fotografia deve ter sido
tirada através de uma janela, o que
proporcionou a textura bem característica da
chuva. A composição está muito boa e a rua
dá uma sensação de perspectiva
interessante.
Minneapolis, 2006
15. Um belo f lagrante. A expressão da mulher é
de tranquilidade e a expressão do bebê é de
alegria. Os dois parecem estar muito
confortáveis. É difícil determinar se a
fotografia foi tirada na horizontal e depois ficou
na vertical, já que os dois deviam estar
deitados, porque não parece que a mãe está
segurando o bebê.
India, 1971
17. Expressão curiosa da freira e a placa que
diz “livre” no táxi fazem com que essa foto
seja bem intrigante. O que será que ela
estava fazendo? Alguma coisa errada?
Freiras são livres pra fazer o que quiser? É
uma foto bem composta, equilibrada. O foco
está na freira. Os homens no fundo não estão
tão nítidos, mas equilibram a fotografia.
Paris, 1953
18. Holanda, 1994
Essa fotografia foi muito bem composta e Riboud nem teve muito trabalho para executá-la – ele só
precisou prestar atenção e identificar a oportunidade de uma bela foto, porque a natureza já tinha feito
todo o resto. A alternância entre os troncos retos e os curvos e o ref lexo deles na água são
hipnotizantes.
19. Afeganistan, 1955
Foto bem equilibrada. Se tivesse só as placas em primeiro plano, sem o homem de bicicleta não seria
tão impactante. A placa é curiosa: será que o caminho da direita é apenas para animais e o da
esquerda só para veículos e bicicletas? Ou será que o da direita é mais longo, e por isso é
simbolizado pelos animais? E o da esquerda mais rápido e por isso simbolizado pelo carro?