O documento discute os 10 anos de paz em Angola desde 2002. Apresenta melhorias como livre circulação de pessoas e bens, crescimento econômico, e trabalho das igrejas. No entanto, ainda há desafios como falta de reconciliação, problemas de terras, e jovens armados. O autor argumenta que a educação cívica e participação nas eleições gerais ajudarão a consolidar a paz.
10 anos de paz em Angola: reflexão sobre progressos e desafios
1. APOS DEZ ANOS DE PAZ EM ANGOLA: Refleçao do Rev. Dr. Joao Samuel
Matuawana. Apresentado em Luanda, dia 20 de Julho de 2012 no Espaço Debate
a Sexta-Feira da Development Workshop.
Estimados colegas Boa tarde.
Muito obrigado pelo o vosso convite. Começo por agradecer e elogiar o grande trabalho
que a Development Workshop, tem feito para a educação das comunidades e na
formação dos formadores da construção da Paz, Educação Civíca e a Democracia.
Angola esta vivendo um momento muito importante da sua história. Dez anos são
passados desde que os angolanos, por mérito próprio conquistaram a paz. Hoje podemos
já encarar e com maior optimismo um futuro melhor para as vidas dos nossos filhos e
netos. A paz que se instalou no país em 2002 e defenitiva e todos fomos chamados a dar
a nossa contribuição. Aquela chamada me tinha convencido de regressar ao país como
Consultor da Paz & Reconciliação, e do Projecto da Educação Civíca entre os anos
2002-2008.
Este é um momento em que cada um deve fazer uma profunda reflexão nas acções a
desenvolver. Durante a minha visita de três semanas no interior da minha província
notei a livre circulação de pessoas e bens, o intercâmbio constante entre o meio rural e
urbano. São muitas benesses, que o país ganhou para que o desenvolvimento seja um
facto embora lento.
Apesar das sequelas, feridas e cicatrizes que a guerra provocou temos plena consciência
e dever que é possível tirar dos corações de muitos angolanos as marcas do ódio, inveja
e vingança, fomentando o amor, perdão, compreensão e o respeito entre os cidadãos. A
desmobilização das consciências e mentes da cultura de guerra é outra das tarefas que
nós devemos continuar empenhar.
Passados os dez anos deste período de paz, para nós que seguimos de longe vemos, que
são anos muito positivos, pois é notário o crescimento da vida económica e social de dia
a dia embora de forma lenta em outras áreas do país.
MUDANÇAS :
No campo relegioso constatamos, que as Igrejas trabalham com muita liberdade. Não só
vão a muitos cantos de suas províncias tradicionais, mas transitam de um lado para o
outro de Norte á Sul do Leste ao Oeste.
Assim observando para todas as pessoas de vários estractos da sociedade conseguimos
notar, que há muita diferença daquelas que vimos em 2002. Hoje as pessoas fazem
transparecer nos seus rostos que o tempo é outro, cada um trabalha naquilo que pensa e
consegue atingir os objectivos.
A nossa preocupação é que temos a paz sim, mas não temos ainda a reconciliação
nacional, porque encontramos dentro da nossa sociedade algumas pessoas que não estão
a compreender o que é a Paz.
Notamos por exemplo numas aldeias, que por tudo e por nada não conseguem
reconciliar com outras pessoas e as vezes ainda há alguns problemas que tenhem de ser
trabalhados.
2. Na semana passada visitei a minha aldeia natal. Neste tempo da paz, dizem que existem
muitas carências que devem ser ultrapassadas. Mas a nossa preocupaçao maior foi de
ver pessoas acusarem uns aos outros nos Tribunais Municipais por causa das terras etc.
Também vimos muitas pessoas que regressaram para as suas aldeias de origem e não
encontram principío para reiniciarem as suas vidas. Faltam-lhes imputes agrícolas,
ajudas e estão de braços cruzados, porque não sabem como começar.
Esta é a nossa preocupação e pensamos, que também é a preocupação de todos aqueles,
que lidam com as comunidades.
Um outro problema que as pessoas nos dizem, é sobre o actual estado das estradas, que
tem dificultado a circulação de viaturas entre as localidades, as Pontes também não são
boas e precisam de ser reparadas.
Nós temos conhecimento de que o Governo esta a realizar uma grande campnha, que
consiste na reabilitação das estradas, estás iniciativas é de louvar. E isto não vai
acontecer de um dia para o outro claro, mas todo esforço deve ser empreendido para
podermos melhorar todas as condições sociais ou economicas do nosso Povo.
Também temos conhecimento de que o Governp está a realizar a tarefa de
desarmamento da população, mas a preocupação de muitos é de notar bandos de jovens
armados que roubam cidadãos inocentes. A policía deve trabalhar com a Igreja para que
as conciências destes jovens estejam livres desta cultura de guerra e de fazer mal ao
próximo. Porque existir armamento nas mãos da popualção é muito prejudicial e as
consequências são conhecidas.
Notamos com satisfação as mudanças no melhoramento dos serviços da immigração e
dos agentes de viagem. Funcionários mostram muito respeito aos passageiros e as
confirmações dos seus voos, são actualmente respeitados. Mesmo o Aeroporto é tão
bonito e fomos servidos com amizade e dignidade. Bravo!
Notámos que a convivência entre os os deversos partidos politicos e também uma
preocupação, visto que há entre alguns partidos algumas fricções, mas talvez há seu
tempo acabarão, pois a nossa paz e democrácia é ainda uma criança só tem 10 anos.
EDUCAÇÃO CIVÍCA
Estamos já a colher os frutos da educação civíca. Pessoas como nós voltam ao país,
mas que nem tem meio de transporte casa ou dinheiro. Notamos com alegria a ajuda de
boleias, que recebemos de Jovens motoristas. Aquele respeito aos Docentes e o espiríto
de solidariedade é o resulatdos das lições de educação civíca que eles receberam nos
anos passados etc....
Nós cremos que foi naquela altura que eles aprenderam os direitos e deveres de um bom
cidadão angolano.
Pessoalmente, eu sou um dos benefeciadores do êxito deste Programa de formação dos
formadores que a DW ofereceu a 18 Províncias Angolanas.
ELEIÇÕES
3. Estando nós hoje, em Angola numa fase de preparação de novas Eleições. Depois de 10
anos de paz, impõe-se prepara-nos para estas Eleições e ganhar uma conciência mais
viva dos nossos direitos e deveres, humanos, sociais, culturais e politicos e da
responssabilidade de participar, segundo o nosso estatuto e capacidade na vida nacional
e no futuro do país.
Princípios de Partidos Politicos
Esses partidsos que como mediadores da vontade do povo, lutam por conquistar o
poder. O Partido vencedor nas Eleições democráticas tem a oportunidade legal de fazer
reformas do Estado, pois são os principais transformadores do regime estabelecido.
Por isso Eleições são escolhas dos governantes por parte dos cidadãos, atrvés do voto,
com o voto livre e secreto se escolhem ou rejeitam os partidos politicos, se elegem e
legitimam os governantes.
Porque que Todos Devem Votar?
Porque as Eleições permitem ao cidadão expressar a sua sastifação eu insastifação com
o Programa politico do Governo.
Embora possa ser ou não ser obrigatório pela Constituição o voto é um direito e um
dever civíco e moral do cidadão comprometido com o futuro do seu país. E é pessoal.
O que Preciso Para um Cidadão para Votar?
*Ter nacionalidade do país.
*Ter idade miníma de 18 anos
* Estar recenciado e possuir o cartão de leitor.
* estar na posse dos direitos politícos
Sim todo o bom cidadão deve votar pela paz e a democrácia.
Conclusão
Não há dúvida que a paz foi o principal instrumento que está a mudar a sociedade
angolana.
Para a consolidação da paz, temos que fazer com que esta ganhe raízes a partir do fundo
dos corações das pessoas. ~
Nós pensamos que ainda há muitas tarefas e cumprir. O que precisamos não é só
desarmar o homem, mas também temos de encontrar paz espiritual.
Assim estaremos a reconstituir o país, criar condições minímas para um futuro melhor e
risonho.
4. Só com a união e empenho de todos, sem discriminação da raça, cor, credo relegioso ou
filiação partidária conseguiremos atingir este objectivo nobre. Que Deus abençoe
Angola durante e depois das eleiçôes gerais.
Para terminar quero ler a oração de Santo Francisco de Assis:
(The Prayer of Saint Francis Assis)
“ Senhor, torne-me um isntrumento
Onde houver ódio, deixe-me semear o amor,
Onde houver ferida, o perdão
Onde houver discórdia, a união
Onde houver duvida, a fé
Onde houver desespero, a esperança
Onde houver escuridão, a luz
Onde houver tristeza, a alegria
Pela procura da sua misericódia e verdade
O Mestre Divino, garanta que eu não possa procurar tanto
Em ser consolado como consolar
Em ser entendido como entender
Em entender ser amado como em amar
Porque é dando que recebemos,
É perdoar que somos perdoados
É morrendo que somos nascidos para a vida eterna “
( O Rev. João usou também esta oração quando encontrou o chefe rebelde de Burundi e
o convenceu de abandonar a guerra civil e votar pela paz e a democrcia no seu país).