Este estudo avaliou a presença do vírus da hantavirose em roedores na Vila Água Azul, Rurópolis, Pará, onde houve um óbito humano e dois casos sorológicos. Foram capturados 9 roedores usando armadilhas, mas nenhum apresentou resultado positivo para o vírus. Apesar disso, a área continua sob vigilância devido aos casos humanos anteriores.
Avaliação ecoepidemiológica da Hantavirose em Rurópolis-PA
1. Governo do Estado do Pará
Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará - SESPA
Secretaria de
Vigilância em Saúde
SESPA
AVALIAÇÃO ECOEPIDEMIOLÓGICA
EM HANTAVIROSE NO MUNICÍPIO DE
RURÓPOLIS - PARÁ
1, 2 2 2 3 4
Silva N.W.F. , Esteves F.A.L. , Lima R.J.S. , Lavocat M.N. , Martins-Hatano F.
1
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção Animal na Amazônia da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), 2Secretaria de Estado de Saúde Pública do
3 4
Pará (SESPA), Secretaria de Vigilância em Saúde (MS), Prof. Adjunta da Universidade Federal Rural da Amazônia.
INTRODUÇÃO
Classificada como doença emergente, de caráter aguda, febril, grave e
de alta letalidade a Hantavirose tem sido notificado no Estado do Pará
com casos de mortalidade, sendo as ocorrências mais restritas na
Região Oeste do Estado como: Santarém, Novo Progresso e Altamira.
O agravo está condicionado a transformações do ecossistema pela
ação antrópica (Figura 6 e 7) e sob influência sócio-econômica e
cultural da região.
OBJETIVOS
Figura 1: Visualização da área de segurança Em conseqüência do registro de um óbito humano (2009) com Figura 6: Visão do ambiente de distribuição de
armadilhas. A linha amarela mostra o local da
para manipulação animal e macacão de sintomatologia sugestiva para o agravo (confirmação com vínculo armação das armadilhas
proteção com pressão positiva ventilada por
sistema de suporte de vida
epidemiológico) e posteriormente confirmação sorológica em dois
moradores, os quais não apresentaram manifestação clínica da
doença, e que residem na Vila Água Azul, à 60km da zona urbana do
município de Rurópolis situada às margens da Rodovia
Transamazônica, foi realizada avaliação ecoepidemiológica na
respectiva Vila com o objetivo de determinar a presença do agente
etiológico em roedores.
METODOLOGIA
As áreas pré selecionadas localizavam-se em um raio que abrangia Figura 7: Imagem via satélite da ocupação
antrópica e demarcação da área investigada
propriedade rurais dos soro-positivos e que possuíam aproximação com
áreas propícias aos habitats de roedores. Para a captura dos espécimes
Figura 2: Momento da sedação de roedor para a foram utilizadas armadilhas de Sherman modelo (Figura 8 a-d) nacional e
eutanásia. importada instaladas em linhas. Durante dois dias as armadilhas foram
distribuídas em 14 linhas, cada linha contendo 35 unidades classificadas
de A1 a A35 totalizando no período 980 armadilhas, as quais eram
armadas a partir das 16:00h e removidas às 07:00h do dia seguinte. O
preparo das iscas foi feito com pasta de amendoim nacional, importada e 8A
aveia em flocos (Figura 5), sendo colocada uma pequena porção em
cada armadilha correspondente a palma da mão. Foi isolada uma área
para realização de biometria, coleta de material e eutanásia (Figura 2, 3 e
4). O material coletado foi acondicionado em Nitrogênio Líquido. Para o
Figura 3: Biometria de Proechimys. desenvolvimento das ações foi utilizado equipamento para nível de
segurança 3 (Figura 1 e 2) , sendo os equipamentos e armadilhas
higienizados e desinfetados segundo protocolos do MS.
8B
RESULTADOS
Capturam-se três Proechimys sp (Allen, 1899), (Figura 3) e seis
Oxymycterus sp (Waterhouse, 1837), todos com resultados negativos ao
teste de Elisa. A vegetação observada abrangia pastagens do tipo
Braquiaria decumbens (Figura 6 e 8D), cuja semente é alimento de
Figura 4: Abertura para coleta de fragmento de alguns roedores silvestres e, áreas de reservas periféricas formadas por
fígado, coração, pulmão e baço. matas primárias e secundárias. A atividade realizada no período pós-
queimadas e tempo reduzido, o qual implica na adaptabilidade à nova 8C
fonte de alimento contribuiu para o número reduzido de capturas.
CONCLUSÃO
Apesar da ausência do agente etiológico nos espécimes capturados, a
área em análise está inclusa no contexto dos municípios sob vigilância
epidemiológica por apresentarem positividade em análise sorológica de
Figura 5: Preparo para isca de 500 armadilhas: 8D
um pacote de Aveia em flocos, 25 colheres de humanos para a Hantavirose.
Figura 8A-D: Sequência de armação e local
pasta de amendoim nacional e 20 colheres de
de implantação das armadilhas de
amendoim importada.
Sherman