SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 1
Baixar para ler offline
NÚMERO CROMOSSÔMICO EM ESPÉCIES DE Lupinus L. OCORRENTES NO RIO
GRANDE DO SUL. Schifino-Wittmann MT e Maciel HS. Departamento de Plantas
Forrageiras e Agrometeorologia, Faculdade de Agronomia, UFRGS.
mtschif@vortex.ufrgs.br
O gênero Lupinus L. pertence à família Leguminosae, subfamília Faboideae.
Compreende algumas espécies de importância econômica utilizadas como forrageiras,
adubo verde, para alimentação humana e como ornamentais. No Velho Mundo correm 12
espécies (2n= 32, 36, 38, 40, 50 ou 52) mas a grande maioria das cerca de 150-300
espécies são americanas, distribuindo-se do Alasca até a América do Sul, onde são
amplamente distribuídas, com exceção da Bacia Amazônica. A origem do gênero tem
sido objeto de muitas controvérsias, havendo sugestões de origem tanto no Velho como
no Novo Mundo, e de diferentes rotas de migração durante a diversificação. Apesar do
grande número de espécies americanas, sua taxonomia, de maneira geral ainda está mal
definida. As informações citogenéticas sobre elas são extremamente escassas. Entre as
poucas espécies americanas, em geral da América do Norte e da região andina, com
número cromossômico definido, predomina 2n= 48 (ocorrendo também 2n= 36 e 96).
Este trabalho faz parte de um projeto mais amplo de pesquisa que visa estudar
citogeneticamente as espécies americanas de Lupinus. O objetivo a curto prazo é
determinar o número cromossômico das 13 espécies do gênero que ocorrem no Rio
Grande do Sul. Até o momento foram analisados 20 acessos de oito espécies. O número
cromossômico foi verificado em células (dez por acesso) de ponta de raiz pré-tratadas
com paradiclorobenzeno, fixadas em 3:1 (etanol-ácido acético) e coradas com Feulgen.
Os resultados mostraram que L. bracteolaris e L. linearis apresentam 2n=32, e que L.
magnistipulatus, L. lanatus, L. multiflorus, L. gibertianus, L. rubiflorus e L. reitzii tem
2n=36 cromossomos. Estas determinações contrastam fortemente com as contagens
cromossômicas para outras espécies americanas e demonstram que ao menos no extremo
sul do Brasil predominam espécies com número cromossômico baixo. A ampliação da
amostragem nas zonas de ocorrência, e a inclusão de outras espécies sul-americanas irão
contribuir para a elucidação de questões taxonômicas e evolutivas do gênero. Órgão
Financiador : FAPERGS, CNPq

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a generos de especies y variedades

Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicosAspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
adrianomedico
 
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vetFauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Miguel Rocha Neto
 
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonitoMamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Kassius Santos
 
MetapopulaçõEs
MetapopulaçõEsMetapopulaçõEs
MetapopulaçõEs
ern
 
Estados Unidos - Turma 2003
Estados Unidos - Turma 2003Estados Unidos - Turma 2003
Estados Unidos - Turma 2003
Manuel de Abreu
 
Diversidade de Plantas Apícolas em Santa Catarina
Diversidade de Plantas Apícolas em Santa CatarinaDiversidade de Plantas Apícolas em Santa Catarina
Diversidade de Plantas Apícolas em Santa Catarina
Label-ha
 
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Écio Diniz
 
1o ano - Dinâmica das comunidades
1o ano - Dinâmica das comunidades1o ano - Dinâmica das comunidades
1o ano - Dinâmica das comunidades
SESI 422 - Americana
 

Semelhante a generos de especies y variedades (20)

Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicosAspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
Aspectos ecológicos e epidemiológicos de acidentes ofídicos
 
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vetFauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
 
biodiversidade (1).pdf
biodiversidade (1).pdfbiodiversidade (1).pdf
biodiversidade (1).pdf
 
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonitoMamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
 
Conservacao-de-mamiferos-do-brasil
Conservacao-de-mamiferos-do-brasilConservacao-de-mamiferos-do-brasil
Conservacao-de-mamiferos-do-brasil
 
MetapopulaçõEs
MetapopulaçõEsMetapopulaçõEs
MetapopulaçõEs
 
Diversidade da familia coleoptera
Diversidade da familia coleopteraDiversidade da familia coleoptera
Diversidade da familia coleoptera
 
Acão degradadores de madeira
Acão  degradadores de madeiraAcão  degradadores de madeira
Acão degradadores de madeira
 
Kinup
KinupKinup
Kinup
 
Anfíbios - livro vermelho fauna Brasileira
Anfíbios - livro vermelho fauna BrasileiraAnfíbios - livro vermelho fauna Brasileira
Anfíbios - livro vermelho fauna Brasileira
 
Estados Unidos - Turma 2003
Estados Unidos - Turma 2003Estados Unidos - Turma 2003
Estados Unidos - Turma 2003
 
Répteis
RépteisRépteis
Répteis
 
Diversidade de Plantas Apícolas em Santa Catarina
Diversidade de Plantas Apícolas em Santa CatarinaDiversidade de Plantas Apícolas em Santa Catarina
Diversidade de Plantas Apícolas em Santa Catarina
 
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
Estrutura populacional de Lychnophora pinaster Mart. em um trecho de Campo Ru...
 
ComplexosPatogenicos_Diego.pptx
ComplexosPatogenicos_Diego.pptxComplexosPatogenicos_Diego.pptx
ComplexosPatogenicos_Diego.pptx
 
Dinâmica das comunidades
Dinâmica das comunidadesDinâmica das comunidades
Dinâmica das comunidades
 
1o ano - Dinâmica das comunidades
1o ano - Dinâmica das comunidades1o ano - Dinâmica das comunidades
1o ano - Dinâmica das comunidades
 
Apresentação final do Mestrado em Botânica na UnB - Musgos da Serra do Cipó
Apresentação final do Mestrado em Botânica na UnB - Musgos da Serra do CipóApresentação final do Mestrado em Botânica na UnB - Musgos da Serra do Cipó
Apresentação final do Mestrado em Botânica na UnB - Musgos da Serra do Cipó
 
PLANTAS ORNAMENTAIS APÍCOLAS NO SUL DO BRASIL
PLANTAS ORNAMENTAIS APÍCOLAS NO SUL DO BRASILPLANTAS ORNAMENTAIS APÍCOLAS NO SUL DO BRASIL
PLANTAS ORNAMENTAIS APÍCOLAS NO SUL DO BRASIL
 
PLANTAS APÍCOLAS EM SANTA CATARINA, BRASIL
PLANTAS APÍCOLAS EM SANTA CATARINA, BRASILPLANTAS APÍCOLAS EM SANTA CATARINA, BRASIL
PLANTAS APÍCOLAS EM SANTA CATARINA, BRASIL
 

Último

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdfRELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
HELLEN CRISTINA
 
PLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdfPLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdf
HELLEN CRISTINA
 

Último (13)

Área de Proteção Ambiental Jenipabu 32º Encontro Nacional da RBMA
Área de Proteção Ambiental Jenipabu 32º Encontro Nacional da RBMAÁrea de Proteção Ambiental Jenipabu 32º Encontro Nacional da RBMA
Área de Proteção Ambiental Jenipabu 32º Encontro Nacional da RBMA
 
ARIE SITIO CURIÓ 32º Encontro Nacional RBMA_
ARIE SITIO CURIÓ 32º Encontro Nacional RBMA_ARIE SITIO CURIÓ 32º Encontro Nacional RBMA_
ARIE SITIO CURIÓ 32º Encontro Nacional RBMA_
 
apresentação Cajueiro_32º Encontro Nacional da RBMA.pptx
apresentação Cajueiro_32º Encontro Nacional da RBMA.pptxapresentação Cajueiro_32º Encontro Nacional da RBMA.pptx
apresentação Cajueiro_32º Encontro Nacional da RBMA.pptx
 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdfRELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I.pdf
 
CEARÁ MAIS VERDE Fernando Bezerra .pptx
CEARÁ MAIS VERDE Fernando Bezerra .pptxCEARÁ MAIS VERDE Fernando Bezerra .pptx
CEARÁ MAIS VERDE Fernando Bezerra .pptx
 
Apresentação Tekoa Yvy Porã 32 CN - Natal 2023.pdf
Apresentação Tekoa Yvy Porã 32 CN - Natal 2023.pdfApresentação Tekoa Yvy Porã 32 CN - Natal 2023.pdf
Apresentação Tekoa Yvy Porã 32 CN - Natal 2023.pdf
 
32ª_Reunião Ordinária_Conselho Nacional_2023.pptx
32ª_Reunião Ordinária_Conselho Nacional_2023.pptx32ª_Reunião Ordinária_Conselho Nacional_2023.pptx
32ª_Reunião Ordinária_Conselho Nacional_2023.pptx
 
SEDE DO PARQUE ESTADUAL MATA DA PIPA - PEMP
SEDE DO PARQUE ESTADUAL MATA DA PIPA - PEMPSEDE DO PARQUE ESTADUAL MATA DA PIPA - PEMP
SEDE DO PARQUE ESTADUAL MATA DA PIPA - PEMP
 
Fazenda Bicho Preguiça - BA proposta posto avançado .pdf
Fazenda Bicho Preguiça - BA proposta posto avançado .pdfFazenda Bicho Preguiça - BA proposta posto avançado .pdf
Fazenda Bicho Preguiça - BA proposta posto avançado .pdf
 
PLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdfPLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdf
PLANO DE ENSINO Disciplina- Projeto Integrado I – GESTÃO.pdf
 
MICRONUTRIENTES NO SOLO E NA PLANTA Aline Castro
MICRONUTRIENTES NO SOLO E NA PLANTA Aline CastroMICRONUTRIENTES NO SOLO E NA PLANTA Aline Castro
MICRONUTRIENTES NO SOLO E NA PLANTA Aline Castro
 
A maravilhosa fauna registrada nos empreendimentos da Enel Green Power no Bra...
A maravilhosa fauna registrada nos empreendimentos da Enel Green Power no Bra...A maravilhosa fauna registrada nos empreendimentos da Enel Green Power no Bra...
A maravilhosa fauna registrada nos empreendimentos da Enel Green Power no Bra...
 
Aruá final RBMA Conectando Pessoas e Floresta RBMA.pdf
Aruá final RBMA Conectando Pessoas e Floresta  RBMA.pdfAruá final RBMA Conectando Pessoas e Floresta  RBMA.pdf
Aruá final RBMA Conectando Pessoas e Floresta RBMA.pdf
 

generos de especies y variedades

  • 1. NÚMERO CROMOSSÔMICO EM ESPÉCIES DE Lupinus L. OCORRENTES NO RIO GRANDE DO SUL. Schifino-Wittmann MT e Maciel HS. Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia, Faculdade de Agronomia, UFRGS. mtschif@vortex.ufrgs.br O gênero Lupinus L. pertence à família Leguminosae, subfamília Faboideae. Compreende algumas espécies de importância econômica utilizadas como forrageiras, adubo verde, para alimentação humana e como ornamentais. No Velho Mundo correm 12 espécies (2n= 32, 36, 38, 40, 50 ou 52) mas a grande maioria das cerca de 150-300 espécies são americanas, distribuindo-se do Alasca até a América do Sul, onde são amplamente distribuídas, com exceção da Bacia Amazônica. A origem do gênero tem sido objeto de muitas controvérsias, havendo sugestões de origem tanto no Velho como no Novo Mundo, e de diferentes rotas de migração durante a diversificação. Apesar do grande número de espécies americanas, sua taxonomia, de maneira geral ainda está mal definida. As informações citogenéticas sobre elas são extremamente escassas. Entre as poucas espécies americanas, em geral da América do Norte e da região andina, com número cromossômico definido, predomina 2n= 48 (ocorrendo também 2n= 36 e 96). Este trabalho faz parte de um projeto mais amplo de pesquisa que visa estudar citogeneticamente as espécies americanas de Lupinus. O objetivo a curto prazo é determinar o número cromossômico das 13 espécies do gênero que ocorrem no Rio Grande do Sul. Até o momento foram analisados 20 acessos de oito espécies. O número cromossômico foi verificado em células (dez por acesso) de ponta de raiz pré-tratadas com paradiclorobenzeno, fixadas em 3:1 (etanol-ácido acético) e coradas com Feulgen. Os resultados mostraram que L. bracteolaris e L. linearis apresentam 2n=32, e que L. magnistipulatus, L. lanatus, L. multiflorus, L. gibertianus, L. rubiflorus e L. reitzii tem 2n=36 cromossomos. Estas determinações contrastam fortemente com as contagens cromossômicas para outras espécies americanas e demonstram que ao menos no extremo sul do Brasil predominam espécies com número cromossômico baixo. A ampliação da amostragem nas zonas de ocorrência, e a inclusão de outras espécies sul-americanas irão contribuir para a elucidação de questões taxonômicas e evolutivas do gênero. Órgão Financiador : FAPERGS, CNPq