O documento descreve o 13o Projeto "Uma Semana Prá Jesus" realizado pela Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres da 5a Região para evangelizar a população da cidade de Jardim, MS. Também menciona a campanha dos talentos da SMM chegando ao fim e as atividades de visita ao Lar Betel e o "Acampadentro" planejado.
1. Ano 18 Maio – Junho / 2008 nº 148
13º PROJETO “UMA SEMANA PRÁ
JESUS”: A IGREJA SE MOBILIZA
Na cidade de Jardim, MS, a Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres da 5ª Região, re-
aliza este ano, o seu 13º Projeto “Uma semana prá Jesus”. O evento se desenvolverá durante os dias
10 a 19 de julho próximo, com o objetivo de evangelizar a população daquela cidade e construir
uma Igreja, com a colaboração e esforço de homens, mulheres, jovens e juvenis, que se dedicarão a
essa obra missionária. Em Piracicaba, os grupos societários se mobilizam na arrecadação de fundos,
mantimentos, vestuário e outros utensílios que serão distribuídos à população carente do local.
18 Anos de Gaivota CAMPANHA DOS TALENTOS
Serão Comemorados CHEGA AO SEU FINAL
Iniciada em abril, a campanha dos talentos ter-
O Corpo Editorial do Jornal está
empenhado na comemoração do 18º
minará no dia 28 de junho próximo. As sócias esti-
aniversário da “Gaivota”. A data ain- veram durante esse tempo, preparando seus produ-
da não foi marcada pelas responsáveis tos e oferecendo-os à Igreja, para, assim, angariar
pela programação, mas prometem fundos para a SMM, os quais serão aplicados nos
realizar, com muito carinho, uma vários trabalhos assistenciais, desenvolvidos pelas
bela festa nessa data tão importante mulheres. Na ocasião, o resultado desses talentos
para a SMM. Aguardem maiores de- será entregue, em devocional preparada pela co-
talhes! missão organizadora.
“ACAMPADENTRO” A VISTA
Você já se imaginou passar uma noite de inverno, em uma chá-
cara, com direito a fogueira e enrolada, com certeza, em um co-
bertor? Não é sonho. É pura realidade. A sugestão foi dada por D.
Sara Toledo Veiga, após a reunião de oração. “Nós, mulheres, mais
a família do pastor, acamparemos no arraial”, diz Inayá Ometto,
“quando iremos saborearear uma sopa bem quentinha e participar
de uma devocional dirigida pelo Rev. Paulo. Encerrando a noite,
um delicioso chá estará nos es-
perando. Dormiremos, se isto
for possível, na casa grande e nas
casinhas que o Antonio Orlando
e eu construímos para nossos filhos. Para que tudo dê certo, você deve
levar desde colchonete, roupa de cama, cobertor e uma touca para não
morrer de frio. Pela manhã, tomaremos café e participaremos de uma
devocional”. Depois dessa, só resta voltar para casa, pedindo mais. Pre-
parem-se, mulheres! Temos somente 25 lugares!
2. 2 GAIVOTA • Maio/Junho • 2008
Aquecendo com Amor
Mantas
Inverno Colorido
Diretoria da SMM
N
o dia 8 de maio, a SMM, representada por Presidente:
algumas sócias e pelo Rev. Paulo Dias No- Vera Baggio Alvim
gueira, visitou os residentes do Lar Betel. Vices:
Muito feliz na reflexão, o pastor afirmou que “Deus Inayá T. Veiga Ometto
tem feito coisas boas para nós. Ele nos amou primei- Priscila Barroso Segabinazzi
ro e nos ensinou a importância de amar ao próximo. Secretária de ata:
Precisamos ser bons para outras pessoas, expressando Clóris Alessi
o nosso carinho”. Tocando seu violão, o pastor ensi- Sec. Correpondentes:
nou, usando gestos, uma canção intitulada “Deus é Rosália T. Veiga Ometto
bom para mim”. Todos os presentes, repetindo a ges- Wilma Baggio Câmara da Silva
ticulação, participaram alegremente desse momento, Tesoureira:
cantando com entusiasmo. Sílvia Novaes Rolim
Na seqüência, as sócias distribuíram as mantas de
Agente da VozMissionária:
“soft”, das mais variadas padronagens e cores, aos ido- Cinira Cirillo Cesar
sos. Os sorrisos se abriam ao receberem aquele lindo
presente. A satisfação deles era enorme e a nossa, maior Expediente
ainda. GAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade Metodista
Foi uma campanha abençoada, pois o inverno dessas de Mulheres Catedral Metodista de Piracicaba.
pessoas será quentinho e, sobretudo, mais colorido. Redatora:
Deus esteve presente ali naquela tarde. Vera Baggio Alvim
Corpo Editorial:
Inayá Ometto
Inayá Ometto Clóris Alessi
Darlene Barbosa Schützer
Momento Devocional Wilma Baggio Câmara da Silva
Secretária:
Wilma Baggio Câmara da Silva
R. Euclides da Cunha, 285 - Ap 51
Bairro Nova América. CEP: 13.417-660
Piracicaba-SP
cecams@gmail.com
Produção e Impressão:
Printfit Soluções
Fotos:
Rev. Paulo Dias Nogueira
Terezinha Varela
Distribuição:
Sílvia Novaes Rolim
3. GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 3
ENTRE O QUE VIVO
E O QUE GOSTARIA DE VIVER.
Rev. Nilson da Silva Júnior.
Os (as) motoristas de plantão já devem ter passado pela cristãos, temos retrocedido! A igreja pós-moderna está, na
triste experiência de não poder controlar o veículo... uma minha compreensão, entrando na contra-mão de Jesus,
derrapagem, por exemplo, quando você quer ir pra um que declara em João “... eu não vim para julgar o mundo, e
lado e o carro quer ir para outro. sim para salvá-lo” (Jo 12.47). E a igreja, infelizmente, tem
De vez em quando as derrapagens atingem nossa vida... se voltado mais para o julgamento do que para a salvação.
seja em pequenas ou grandes questões, saímos de um tra- E isso tem gerado mágoa, desrespeito e até cisões.
çado bom, e somos dominados pelo que não queremos. Não podemos fugir de Cristo! Especialmente em rela-
Imagino que Paulo esteja tratando exatamente desse ção a nós mesmos. Devemos cuidar bem do que fazemos e
tema no texto de Romanos 7.19, quando sintetiza este buscar a santificação, mas não podemos esquecer da Graça
sentimento dizendo “Porque não faço o bem que prefiro, que nos liberta. A graça deve nos libertar de nossas culpas
mas o mal que não quero, esse faço”. Talvez possamos pa- e julgamentos! Quando não a aceitamos isso, corremos o
rafraseá-lo dizendo: “a vida que eu quero viver eu não vivo, risco de entrar em depressão, em frustração... não temos o
mas a que eu não quero, esta eu vivo”. A meu ver, esse é o direito de praticar essa autocondenação – isto nos tira do
drama nosso e do apóstolo. caminho de Deus!
Mas o que fazer diante dessa luta entre acertos e erros Mesmo porque, segundo o apóstolo, o Espírito San-
que acompanham nosso dia a dia? Sim, porque isto nos to vem nos ajudar em nossa fraqueza. No v. 26 do cap.8,
deprime, nos entristece... existe quem abandone a fé por Paulo assegura - na tradução linguagem de hoje, ele diz
não se considerar capaz de vencer as tentações. que “Assim também o Espírito de Deus vem nos ajudar na
Penso que diante disso precisamos notar que não es- nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o
tamos sós. Paulo, o apóstolo, está fazendo uma confissão Espírito de Deus, com gemidos que não podem ser explicados
pública ao dizer que tem dificuldades diárias, que erra, que por palavras, pede a Deus em nosso favor” . Esse é um fato
é vencido pela sua humanidade. Isto nos provoca a uma re- facilitador e, ao mesmo tempo, complicador. Quando es-
flexão! Especialmente para nos lembrar que, mesmo quan- tamos sensíveis ao Espírito e nos submetemos a Ele, temos
do adentramos no caminho da fé evangélica, continuamos chance de evitar o que não devemos, mas quando não esta-
sendo carne e sangue, naturais. Esta realidade é demonstra- mos sensíveis ao Espírito, então, somos suscetíveis à nossa
da em vários personagens da bíblia... lembremos do Davi própria humanidade.
adúltero e assassino, às vezes até omisso. Lembremos de Muita gente tropeça por não perceber a ação de Deus.
Moisés, irritado, muitas vezes perante um povo incrédulo É muito simples... temos que estar no espírito, no contex-
e murmurador! E Pedro, em sua impulsividade... Jeremias, to, na direção, na lógica de Deus, então, damos a atenção
em seu lamento. devida ao seu Espírito! Não podemos estar expostos a nós
A conversão não pode nos tirar do chão, do mundo, e mesmos, às nossas próprias tentações... se não o Espírito
de nós mesmos. Converter-se significa encarar quem so- não tem como nos ajudar! Jesus nos orientou bem dizendo
mos a partir de uma nova ótica... de que somos pobres, ca- em Mateus 5:29 “ Se o teu olho direito te faz tropeçar, ar-
rentes, mas, mesmo assim, alvos do amor de Deus. Muita ranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um
gente quer se divinizar porque conheceu Jesus... isto gera dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado
frustração e trauma. É um processo contínuo de melho- no inferno” – o olho, aqui, pode representar tantas coisas!
ria... “de fé em fé”, como diria a bíblia. Hábitos, pessoas, lugares, assuntos.
Paulo não estava só em seu problema. Nós também não Paulo afirma: o Espírito nos ajuda em nossas fraque-
estamos. Mesmo no caminho do Senhor, continuamos zas... mas precisamos ajudar o Espírito Santo a nos ajudar.
tendo falhas, limitações. A fé não é uma superação má- Se nós mesmos não nos ajudarmos, nem Deus pode fazê-
gica das nossas fraquezas, pelo contrário, como diz David lo!
Fisher, um pastoralista norte americano: “... é o poder do Existem coisas que nos envergonham... nem tudo que
evangelho misturado a fraqueza humana, tudo envolto numa fazemos é bom... infelizmente, recorremos com freqüência
experiência só”. A fé nos remete a uma luta íntima diária ao drama de Paulo... fazemos o que não queremos, vive-
entre o bem e o mal. Por isso, não se condene por viver em mos o que não nos completa, não nos realiza e pra que não
lutas... elas fazem parte do caminho para se chegar a Deus. caiamos em frustração pelos nossos fracassos, precisamos
Mesmo porque, Paulo nos lembra que temos a Graça de lembrar: Não estamos sós... este é um mal que nos atinge
Deus. a todos/as... não nos tornamos anjos alados quando passa-
Ele continua o debate sobre a luta interior no cap. 8. mos a seguir a Jesus. Temos a Graça de Cristo. É por ela, e
de Romanos. No primeiro versículo diz que: “... não exis- só por ela que nos atrevemos nesse caminho de piedade...
te mais condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus”. a lei já foi superada na cruz... e mais, o Espírito Santo nos
Penso que poderíamos dizer que não existe condenação ajuda em nossa fraqueza... basta percebermos sua presença
para quem enfrenta esse desafio! e atendermos sua direção.
Como é difícil pra muita gente aceitar que vivemos a Que Deus nos ajude em nossas derrapagens pelos mo-
Graça! Quanta resistência se tem à Graça e Deus! Como mentos da vida. Amém!
4. 4 GAIVOTA • Maio/Junho • 2008
PENTECOSTES, CONSTRUINDO P
“...tanto judeus como prosélito
O
s israelitas tinham três grandes fes- Após o Pentecostes, quando os discípulos abrem
tas: a Páscoa (Lv 23.5), a Festa das seus lábios para transmitir a mensagem de Deus, as
Primícias (Lv 23.10-14), e a Festa pessoas compreenderam muito bem a mensagem,
de Pentecostes (Lv 23.15-21), que era a segunda não entenderam o processo (como é possível?) ,
grande festa do ano judaico, onde as primícias mas a mensagem era muito clara: Deus estava fa-
do trigo eram oferecidas ao Senhor. Ela acontecia lando aos seus corações por intermédio dos/as dis-
sete semanas após o início da ceifa da cevada. cípulos/as de Jesus.
Após a ressurreição de Jesus, os Evangelhos Rubem Alves escreveu um
contam os encontros do Cristo ressuscitado com livro muito interessante, inti-
seus discípulos. Todo este tempo se prolonga por tulado ‘A Princesinha que fa-
50 dias (7 semanas) e, ao final, celebramos a che- lava sapos”, onde ele conta a
gada do Espírito Santo como promessa de Jesus história de uma linda prince-
Cristo à Igreja nascente, cumprindo a profecia sa totalmente voltada para si
de Joel de que o Espírito de Deus seria derrama- e sua beleza, uma cópia femi-
do sobre toda carne. nina de Narciso. Pela falta de
conteúdo, aquela princesinha,
No século I da era cristã, as comunidades um belo dia, começa a soltar
judaicas estavam espalhadas de oeste a leste do sapos pela boca, cada vez que
Império Romano, desde a Itália até a Babilônia. abria a boca, soltava um sapo.
Naquele dia, judeus oriundos de todas as nações, A notícia se espalhou e todos
estavam visitando Jerusalém para a Festa do Pen- passaram a fugir dela. No
tecostes e presenciaram um acontecimento ex- mesmo dia em que ela nas-
traordinário: o derramar do Espírito. ceu, uma outra princesinha
também nasceu, só que ela
O Pentecostes ressalta o poder da união. Os não era tão bonita como Lin-
discípulos estavam em Jerusalém, aguardando a da, seu nome era Xerazade, ti-
vinda do Espírito Santo. Não estavam somente rado de As Mil e Uma Noites.
os 12, mas 144 pessoas. O Pentecostes acontece Essa jovem gostava muito de
num momento em que os discípulos estão todos ler, o que encheu sua alma de
reunidos. O texto é redundante, “estavam todos coisas fascinantes e fez com
reunidos em um mesmo lugar”. que ela se interesse por algo
mais além de sua aparência fí-
O Pentecostes ressalta o poder da comunica- sica. Um dia, aconteceu algo
ção – existem diversas interpretações e posicio- fantástico com a princesinha:
namentos. Mas o grande milagre está não no fa- toda vez que ela falava saíam
lar, mas no ouvir. Seria um fenômeno profético. lindas flores perfumadas e coloridas. Por onde ela
Não se trata de línguas que ninguém entende, ia, era só falar para que jardins aparecessem.
mas de diferentes línguas, entendidas pelos di-
ferentes “povos”. Na história da torre de Babel, Rubem Alves, como poeta e amante da leitura
os seres humanos se colocaram acima de Deus afirma que o conteúdo da mensagem de Xeraza-
e, com isso, as línguas se confundiram. No Pen- de era proveniente de suas leituras. Parafraseando
tecostes as línguas se unificam. A mensagem é Rubem Alves, podemos dizer que significado e re-
compreensível. levância da mensagem da Igreja de Cristo é prove-
niente do Espírito Santo.
5. GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 5
PONTES E PROMOVENDO A VIDA
os cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?” (Atos 2.11)
- Você realmente foi muito amigo construindo
Quando eu penso no Pentecostes, eu lembro esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.
da seguinte história:
Havia dois irmãos que moravam em fazendas De repente num só impulso, o irmão mais ve-
vizinhas, separadas apenas por um riacho, mas lho correu na direção do outro e abraçaram-se,
eles se desentenderam. A desavença que começou chorando no meio da ponte. O carpinteiro que
pequena, passou pela troca de palavras ríspidas, fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramen-
seguidas por semanas de silêncio. Numa manhã o tas.
irmão mais velho ouviu ba- - Espere, fique conosco! Tenho outros traba-
terem a sua porta. Ao abri- lhos para você.
la, notou um homem com E o carpinteiro respondeu:
uma caixa de ferramentas de - Eu adoraria, mas tenho outras pontes a cons-
carpinteiro na mão. truir...
- Estou procurando tra- O Pentecostes nos leva a construir pontes na
balho, disse ele. Talvez você direção de todas as pessoas. Pentecostes é tempo
tenha algum serviço para de reafirmar e promover a união, a comunicação e
mim. o sentido da nossa vocação como povo de Deus.
- Sim, disse o fazendeiro.
Claro! Vê aquela fazenda ali, O Pentecostes dá sentido à vida. Quando o
além do riacho? É do meu Espírito Santo entra em nossas vidas, Ele enche-
vizinho, na realidade do nos, transborda-nos e redireciona nossas vidas.
meu irmão mais novo. Nós Quantas vidas vazias ficaram cheias pela graça
brigamos e não posso mais de Deus. Até o Pentecostes, os apóstolos eram
suportá-lo. Vê aquela pilha homens tímidos, medrosos, trancados nos quar-
de madeira ali no celeiro? tos, mas depois do Pentecostes, eles perderam o
Pois use-a para construir medo e encontraram um sentido para suas vidas:
uma cerca bem alta. proclamar o reino de Deus. João Wesley experi-
mentou a renovação da presença de Deus na sua
O irmão mais velho en- vida, após a experiência de Aldersgate. No dia se-
tregou o material e foi para guinte, ele era um novo homem, com o coração
a cidade. O homem ficou ali transbordante da presença de Deus e cheio de
cortando, medindo, traba- amor pelas pessoas e segue proclamando o amor
lhando o dia inteiro. Quan- de Deus, na certeza de que sua paróquia cresceu,
do o fazendeiro chegou não sua paróquia cresceu. O Espírito Santo lhe deu
acreditou no que viu: em vez novas formas de pensar e viver o reino de Deus.
de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as
duas margens do rio. Era um belo trabalho, mas Amélia Tavares
o fazendeiro ficou enfurecido e falou: - Você foi Redatora Voz Missionária
atrevido construindo esta ponte depois de tudo o
que lhe contei.
Consulta:
Bíblia de Estudo de Genebra. Edição Revista e
Mas as surpresas não pararam por aí. Ao olhar
Atualizada. Editora Cultura Cristã/Sociedade Bí-
novamente para a ponte viu o seu irmão se apro-
blica do Brasil, 1999.
ximando de braços abertos:
6. 6 GAIVOTA • Maio/Junho • 2008
Dores e S
A s dores
O que é a dor?
Segundo o dicionário é impressão desa-
gradável e penosa proveniente de lesão, contusão do
organismo ou de uma parte da pele. Sofrimento físico
pemos o esterótipo de sexo frágil.
Dores. Entramos no século XXI trazendo velhas
questões: modesta presença das mulheres no poder,
exclusividade no trabalho doméstico, números alar-
mantes da violência de gênero, o preconceito e outras
ou moral. Mágoa, pesar, aflição, angustia. Dó, compai- formas de intolerância com relação à mulher. Ainda
xão, condolência. lutamos por uma cidadania plena, onde todos sejam
Biblicamente, podermos dizer que dor é o distan- respeitados, necessitamos de lugares melhores para os
ciamento da vontade de Deus. Dor é sofrimento, é nossos filhos ficarem enquanto saímos para trabalhar.
quebra, é rompimento, é falta. É por isso que antigas questões continuam atuais.
Os sabores O que moveu esta história? O que fez estas mulhe-
E os sabores, o que são? res lutarem? Foi e é o desejo. Desejo este que moveu
Impressão que as substâncias sápidas produzem em busca de. Acreditaram que poderiam mudar para
na língua, informa o dicionário. E ainda: proprieda- melhor. O desejo nasce da falta, da necessidade, da in-
des que têm as substâncias de impressionar o paladar. completude humana. Quero falar do desejo nesse sen-
Qualidade, tom, caráter, Graça, espírito, jovialidade. tido, pois é um termo amplo e pode ser entendido de
Capricho, vontade. muitas maneiras. Com certeza essas
Saborear é dar sabor. Comprazer-se, deleitar-se. En- mulheres entraram em contato com
tregar-se com delícia a, gozar voluptuosamente. Rego- as dores, com necessidades internas
zijar-se, gloriar-se. e externas e foram à luta para encon-
Há sabores doces, agridoces, amargos, ácidos, api- trar sabores melhores. O que nos faz
mentados. Há sabores bons e ruins, agradáveis e desa- agüentar as dores e irmos em direção
gradáveis. aos sabores são os nossos desejos e a
Ser mulher – um breve passeio histórico possibilidade de satisfazê-los. Conti-
Há dores e sabores de ser mulher, há dores e sabores nuamos indo à luta, indo em dire-
de ser gente! Conhecer um pouco a história das mu- ção ao que precisamos...será?
lheres do passado ajuda-nos a entender o que somos e O desejo, segundo Dr. Ivan Ca-
como somos. pelatto “é espera, é luta, é paciência
Dores e sabores - década de setenta. Pílula anticon- por um momento especial a che-
cepcional, urbanização e entrada em massa da mulher gar”.
de todas as classes sociais no mercado de trabalho de- Quero enfatizar a necessidade de
ram liberdade material e sexual à mulher. nos conhecermos para que, conhe-
Ao mesmo tempo que a mulher se liberava, saía de cendo nossos desejos, passemos a
casa, estudava, convivia com os modelos e padrões éti- nos orientar. Quando os desejos es-
cos que eram os das décadas passadas: sonhar com o tão desorientados, desnorteados, vi-
príncipe encantado, com o marido mantenedor, com vemos a impossibilidade da espera,
a fidelidade. A mulher nesta década teve que conci- da paciência. Acabamos, escolhendo
liar tendências diferentes que vinham do interior de si qualquer coisa, principalmente a
mesma e do exterior que mudava aos poucos. que nos trouxer satisfação imediata.
Dores e sabores... O que pudesse ferir as institui- Há necessidade de conhecer o que
ções básicas da sociedade – família, casamento, era há dentro de nós mesmas para pros- A Pales
barrado. Não havia felicidade possível fora delas. Éra- seguirmos, não só enquanto “luta feminina”, mas lu-
mos educadas para casar, ter filhos e ao mesmo tempo tarmos também por nós mesmas, cada uma com suas
estimuladas a ir trabalhar, profissionalizar-se e ser dona questões.
de casa, ser boa profissional e criar filhos e sacrificar-se Quero e preciso desejar. Isto me impulsiona, me
por eles. leva a buscar, a viver as relações comigo mesma e com
Feminismo? Era um palavrão. Foi preciso coragem, o outro. Preciso do outro, desejo a experiência, desejo o
dores e sabores amargos para lutar na rua, no trabalho, desejo do outro, me vejo no outro para prosseguir. De-
em casa e na cama pelos nossos desejos, nossas verda- sejo ser uma mulher integrada, uma mulher que ama,
des e interesses. Loucas estas sufragistas, queimadoras que tem prazer e dá prazer, que deseja e é desejada.
de sutiãs, perversas estas que gritam pela liberdade... Isso se dá com sentidos, sentimentos, afetos. Ocorrem
Sabores bons, trinta anos depois é delas que devemos as mais variadas manifestações: agressividade, ciúme,
lembrar. Hoje, nós mulheres votamos, participamos da inveja. Não quero ser excluída – isso dói; quero ser
política, somos maioria nas universidades, aumenta- incluída, isso dá sabor.
mos nossa participação no mercado de trabalho, rom- Hoje, queremos saborear tudo de uma vez, como
7. GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 7
Sabores * Janice Isabel Rodrigues Bicudo de Faria **
se tivéssemos capacidade para isso. Saborear tudo é balhar. Sempre vestida impecavelmente. Pega os filhos
impossível, traz angustia. Saborear tudo traz mal es- na escola, almoça com eles, volta a trabalhar, chega em
tar. Vivemos intoxicados - o aumento avassalador de casa, é claro, impecável, maquiada, faz lição com os
estímulos culmina em uma sensação de sufocamento, filhos, brinca com eles, coloca-os na cama ( e os filhos
intenso desespero e vivência de desamparo. Vivemos o vão na hora que ela quer), vai dormir, tem uma noite
excesso de tudo: relações sem sentido, sexo sem amor, linda de sexo, com mil orgasmos diferentes ( mil, por-
informação demais, drogas, álcool, imediatismo, remé- que se tiver 999, estará fora das estatísticas). Endereço?
dios, terapias breves, som alto, violência, vandalismo www.poderosa.com.br”.
que caracterizam o medo. Temos que ficar em rede, Passa-se a idéia que para sermos felizes, precisamos
conectados 24 horas por dia, não ficar fora de nada, ser assim e que você, mulher, pode conseguir tudo isso,
imagens, mundo virtual... e a realidade? é só querer! Você não dá conta porque você é mal ama-
Tudo o que se procura é prazer imediato. Vive- da ou não tem auto-estima suficiente!
mos um narcisismo coletivo, um amor absoluto de si Vivemos buscando algo, correndo sem saber por
mesmo, tanto que em algumas áreas passamos de um quê e para onde. Ficamos perdidos sem saber o que
mundo de proibição, para um mundo aberto demais, queremos. Caimos nas Patologias do Vazio: depressões,
onde tudo é permitido. Passamos da proibição do pra- anorexias, obssessividade, bulimias, pânicos, etc. Não
zer à obrigação do prazer. Instala-se temos sustentação. Caímos na apatia, na impotência,
a ditadura do orgasmo, do corpo perdemos a esperança. Há uma desconexão, pois os
perfeito. A sexualidade consagrou-se sentimentos precisam de tempo, da mágica das rela-
como condição fundamental para as ções, das brigas necessárias para o aprofundamento das
relações sociais. relações. Ninguém mais quer gastar tempo com isso.
A sexualidade esta banalizada e Estamos começando a acreditar que o outro não vale
estereotipada, ela invade nosso dia a a pena. Como tudo é muito rápido, temos a ilusão de
dia. Corpo à mostra, outra ditadura conseguir tudo.
humilhante, na praia, ruas e acade- Precisamos nos conformar um pouco com a idéia
mias de ginástica, para as mulheres de crescer o suficiente e não de crescermos o máximo,
que não se dobram a um único mo- sempre mais e sem parar. Tudo tem limites, tudo que é
delo – só se ouve falar nisso e ainda orgânico, tudo que é vivo tem limites. O sabor é tem-
por cima, com vulgaridade. Graças porário. Acabamos de saborear, ficamos satisfeitos, de-
à mídia/imagem tem que ter “com- pois de um tempo volta o desejo de buscar novamente
petência”: seios imensos, nádegas si- e assim por diante.
liconadas. Rugas? Nem pensar. Vale Para finalizar quero dizer que penso na mu-
boca de Pato Donald, mais e mais lher com grande responsabilidade. Mulher é matriz de
botox, bíceps, tríceps, etc. desejo. É ela que recebe o novo ser, que é a disparadora
Desencantados corações! Amor? do desejo. Dores, dores do parto – dor que traz sabor,
Amor faz desejar, sonhar... caiu de vida, sentimentos, emoção, e dispara desejos.
moda. Trocou-se o amor pelo sexo. Mulher tem esse poder, mas há que humani-
Tudo é erótico. Antes o erotismo era zar a mulher para que ela continue buscando, lutando
no que estava oculto. Hoje o erotis- pela cooperação, pela cidadania, contra o preconceito,
mo precisa de imagens para ser efi- contra a destruição da terra, por maior liberdade para
strante ciente. Erotismo era uma metáfora muitas mulheres que ainda estão escravizadas.Temos
para o amor – hoje, representação evidente ou direta poder, mas temos responsabilidade conosco mesmo,
dos sentidos. Era dos “Big Brotheres” – o privado vem com o outro, com as outras mulheres.
ao público com uma invasão gritante. Desejo que vocês busquem o melhor para vo-
Estamos inquietos, parece que temos que ser e ter cês, aquilo que é compatível com seus desejos. Este é o
tudo ao mesmo tempo. Nossos jovens desorientados. meu desejo!
Movimentos desarmônicos – acabamos direcionando
* Palestra proferida no Centro Cultural Martha Watts no dia 14
o nosso sem rumo a lugares vazios, num vácuo sem de março de 2008
fim, numa busca de significação, de sabores cada vez ** Psicóloga, Psicanalista, membro da Igreja Metodista Central
mais passageiros, que não conseguimos desfrutar. de Campinas.
A imagem é essa: “Mulher linda e maravilhosa (capa
de revista). “Acorda às cinco horas da manhã, linda, Fontes: -Dr Ivan Capelatto, Palestra no Café Filosófico da
vai para a academia malhar, prepara o café, acorda o CPFL – 2006
marido e os filhos no maior bom humor, tomam café - Dra Mary del Priore -História das Mulheres no Brasil,
juntos, beija o marido, leva os filhos à escola e vai tra- Ed. Contexto
8. 8 GAIVOTA • Maio/Junho • 2008
“Seu” José, O Zelador Gustavo Alvim
C
omecei a freqüentar a Igreja Metodista em Pi- O “seu” José era amigos dos jovens e juvenis, porém
racicaba, que não era ainda chamada Central e, muito rigoroso. Exigia disciplina, cuidado com os bens da
muito menos, Catedral, aos 11 anos, quando igrejae esperava sempre uma ajuda ao final das festas e so-
me mudei para esta cidade, com o fito de fazer o ginásio no ciais, sobretudo aos sábados, quando a gente tirava móveis
Colégio Piracicabano. Deixava minha pequena cidade na- e cadeiras dos lugares, que tinham de estar em ordem, na
tal, Vera Cruz, na Alta Paulista, onde havia uma diminuta manhã seguinte, para a escola dominical. Qualquer ato de
congregação metodista. desrespeito ou indisciplina, o que era raro, mas acontecia,
Não é preciso dizer que a Igreja, no Largo do Merca- ele levava ao conhecimento da temida Junta de Ecônomos.
do, me surpreendeu: imponente, de grandes dimensões e Uma vez por semana, ele subia os degraus da torre da igreja
bonita arquitetonicamente, com os tijolos a vista, lembran- para dar corda e acertar o relógio, que funcionava com um
do brinquedos de armar, da minha infância. As novidades peso pendurado em seu mecanismo e que tinha de ser pu-
eram muitas: o altar, o púlpito, os grandes bancos de ma- xado para cima, para que fucionasse. Muitas vezes, ele con-
deira, o órgão de pedal (a igreja, só anos mais tarde, ganhou vidava um de nós para acompanhá-lo e ver o seu trabalho,
o elétrico, da dona Hermelinda Ferraz Barbosa), os lustres, bem como a cidade lá do alto. Uma curiosidade: o acerto da
os vitrais, o piano na Escola Dominical, enfim tanta coisa hora e minutos era feito de acordo com a chegada do trem
útil e bonita. E ainda, congregação com mais de trezen- da pontualíssima Companhia Paulista de Estradas de Fer-
tos membros, escola dominical ainda maior, um belo coro, ro, que encostava na gare precisamente às 14h30. Do alto
quartetos, instrumentos musicais, sociedades organizadas da torre ele via o comboio chegar e conferia os ponteiros a
com significativo número de sócios. partir dele.
Entrosei-me logo, matriculando-me como aluno da O “seu” José trabalhou por mais de 20 anos nessa igreja.
escola dominical e tornando-me sócio da Sociedade Juve- Foi demitido em meados da década de 60, injustamente.
nil. As atividades eram muitas: classe da escola dominical, Havia uma decisão (não sei se do responsável pela música
reuniões devocionais antes dos cultos da noite, encontros ou da Junta de Ecônomos), que autorizava apenas algumas
sociais aos sábados, teatro, campanhas de evangelização, en- pessoas a tocarem novo órgão elétrico. Ocorre que o pastor
fim a Igreja era um lugar onde a gente passava grande parte da época, muito autoritário, recebendo, num domingo à
do tempo. tarde, alguém de sua amizade, organista, que manifestara a
Foi nessa ocasião que conheci o “seu” José. Faz tanto vontade de experimentá-lo, foi contrariado pelo zelador que
tempo que não sei se a memória vai me ajudar a reproduzir se negou a entregar a chave do órgão, uma vez que nome da-
fielmente coisas do passado, ou se muita coisa que quero quela pessoa não estava na lista dos autorizados. Foi suma-
contar já não é uma mistura de realidade e fantasia. Não riamente despedido pelo pastor, que, diga-se de passagem,
há informações escritas e, creio, são raríssimas as pessoas, não tinha prerrogativas para tomar essa drástica atitude. E
hoje ainda freqüentando a Igreja, que poderiam me ajudar mais, ele desconhecia a legislação trabalhista que, naquela
nessa recordação e, mesmo assim, por certo, viveriam esse época, dava estabilidade a quem tinha mais de 10 anos de
mesmo dilema. trabalho no mesmo emprego. Foi um “pandepá”. A Junta
O “seu” Jose, para mim, já era idoso, mas não sei, ao cer- de Ecônomos chamou o pastor, não lhe deu razão. Tentou
to, quantos anos tinha. Sua aparência era de alguém já bem um acordo, mas nada foi possível. Como único advogado,
vivido, porém com saúde e disposição para o trabalho. Era membro da igreja, fui chamado à reunião e tive de explicar
magro, de altura mediana, com entradas de calvície, mas a lei. O “seu” José ficou irredutível. Tinha sido despedido e
tinha disposição e andava com desenvoltura. Morava numa então não havia, dizia ele, nada a fazer. Deixou aborrecido
casa ao lado da igreja, na Rua D. Pedro II. Era comum o o trabalho e mudou-se para Santa Bárbara, onde tinha pa-
zelador residir próximo do templo, não só para servir de rentes. Não falava em procurar seus direitos, mas a ameaça
vigilante, numa época em que isto era pouco necessário, de uma reclamação trabalhista pairava no ar. Era o que se
mas, sobretudo, para ficar mais fácil a sua presença na igreja temia, pois, se o fizesse, fatalmente, a Igreja seria obrigada
e suas dependências, em qualquer dia ou hora, menos às a pagar-lhe indenização em dobro por causa da estabilidade
segundas-feiras, quando gozava a folga semanal (mas mes- rompida. Seriam mais de 20 salários e outros itens indeni-
mo assim, vez por outra, era requisitado para atender algum zatórios. Não me lembro mais se ele chegou a buscar seus
evento). direitos no Justiça. Recordo-me, sim, que, depois de muito
O trabalho que fazia não era leve, mas ele o realizava diálogo, chegou-se a um acordo.
prazerosamente. Era sistemático, cuidadoso e detalhista. Os membros da Igreja lamentaram, profundamente, a
Algo que fixei na minha memória:: ele limpava banco por perda do zelador, um crente piedoso, cumpridor de seus
banco, com uma flanela, antes de qualquer atividade na deveres, leitor assíduo e profundo conhecedor da Bíblia
igreja. E mais, ele fez pequenas marcas no assoalho, para (guardo a imagem dele, já mais velho, lendo, sempre que
indicar onde devia ficar cada um dos bancos, de forma ri- podia, as Sagradas Escrituras, com uma lupa, em razão uma
gorosamente alinhada. Ele conferia um por um antes do deficiência visual) que deu lições de vida com seu trabalho
culto.Trazia tudo nos seus devidos lugares. modesto, mas reconhecidamente bem feito e importante.
9. GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 9
Seminário “Mujeres Metodistas
de America Latina Y Las Metas Del Milenio”
Santiago – Chile
12 al 17 de Mayo de 2008
O
correu, de 12 a 17 de maio p.p., na ci- O culto de abertura ficou a cargo da ministração
dade de Santiago no Chile, o Congres- de Chita Millan, Presidente Mundial da Federação
so de Mulheres Metodistas da Amé- de Mulheres e direção de Jane Eyre, Presidente da
rica Latina e Caribe, com a participação de 110 Confederação da América Latina e Caribe. A con-
mulheres, onde foram discutidos temas de grande tinuidade dos trabalhos se deram nas instalações do
importância, estabelecendo metas para o milênio Centro de Espiritualidade Loyola, com participação
e estabelecendo redes de informações entre as mu- também das presidentes das Sociedades de Mulhe-
lheres dos Países ali representados. res dos Países presentes e demais representantes da
Na oportunidade, a extrema pobreza, saúde Federação Mundial, dentre elas, a Vice-Presidente
integral, educação, envelhecimento, preparação e Representante da ONU Mia Adjali; da Tesoureira
de novas líde- Lyra Richards; da Secretária Shunila Ruth que
res e formas também preside uma instituição de meninas e
de transmissão mulheres violentadas no Paquistão. A mesa dire-
de liderança, tiva do Brasil esteve composta por sua Presiden-
moralização na te Sônia; Vice-Presidente Leila; e pela Tesourei-
política, a vio- ra Victalina que compartilharam o relatório do
lência familiar Plano de
contra mulhe- Ação para
res e crianças o Quadri-
foram os assun- ênio.
tos levados à O en-
pauta, quando cerra-
representantes de cada País apresentou a realidade mento
em que vivem e as soluções buscadas para ameni- dos tra-
zar tão grande desafio. balhos se
Participaram do evento, além do Chile represen- deu com
tado por Gladys Huaiquian, o Brasil representado o teste-
por Sônia Palmeira e munho
Jane Eyre, Argenti- emocio-
na representada por nado de Kátia Regina Santos Rosa Tor-
Amal Azzam, Bolívia res, presidente da Federação de mulheres
por Marta Marga- Metodistas da 5ª. RE.
rida, o Panamá por
Maribel, Equador “Não vos conformeis com este sécu-
por Alba, Peru por lo,
Luísa Rojas, e Nica- mas transformai-vos pela renovação
rágua por Rosa He- da nossa mente,
lena. A abertura dos experimentando qual é a boa e agra-
trabalhos se deu na dável vontade de Deus”.
1ª. Igreja Metodista de Santiago construída entre
Terezinha Varela
1825 a 1898. A missão sustentada pelas mulheres
da Sociedade Local foi a 1ª. base da democracia Fotos:
naquele País. Com a interferência das senhoras o * Centro de Espiritualidade Loyola (alto, esquerda)
Palácio do Governo permitiu a instalação do me- * Figuração de Mulheres da Bíblia (meio, direita)
todismo no Chile em tempo de ditadura. * Entrega da Gaivota para Vice-Presidente da Federação
Mundial e Pastora Irene (baixo, esquerda)
10. 10 GAIVOTA • Maio/Junho • 2008
Uma Família Segundo
o Coração de Deus
U
ma personagem muito conhecida por sentimentos fortes, mas sem raiz, causa de tantas
nós, cristãos, é Davi. Lutou contra o separações e tantos casamentos relâmpagos.
gigante Golias para defender o povo de O Sl 127.1 diz:” Se o Senhor não edificar a casa,
Israel e matou um leão para defender suas ovelhas. em vão trabalham os que a edificam”. E Provérbios
As referências bíblicas que apontam Davi como aponta sete colunas para a edificação desta casa se-
“homem segundo o coração de Deus”(At.13.22), gundo o coração de Deus.
destacam sua lealdade e fidelidade a Deus e não a A primeira é a coluna da SABEDORIA (Prov.
sua força física.(I Sam 13.22). 9.1): Ser sábio na escolha dos caminhos a seguir.
Ao se aproximar o mês de Maio, quando todas Em seguida a coluna da INTELIGÊNCIA (Prov.
as comemorações se voltam para a família, começo 24.3): Ser inteligente é mais do que obter conhe-
a me perguntar: O que é ser uma família segundo cimento e cultura, é usar o dom natural que Deus
o coração de Deus? lhe deu para colocá-Lo como pedra fundamental
Nós que nascemos até meados dos anos 60 no de sua vida. A terceira é a PRUDÊNCIA (Prov.
século XX, temos em mente uma família padrão: 31.21): É se antecipar aos acontecimentos sem ser
pai, mãe e filhos. Todos vivendo juntos em um lar precipitado. I Tim 3.4 nos aponta duas colunas:
onde primam pela obediência a Deus e aos mais DISCIPLINA E RESPEITO: Ser disciplinado na
velhos, preocupados com a moral e os bons cos- educação dos filhos e em relação à própria vida,
tumes. física, moral e financeira.
Lar onde o provedor (homem) tem um bom O respeito nos lembra um mandamento antigo
emprego e são agraciados com moradia alimenta- “Honra a teu pai e tua mãe...” (Êxodo 20.12). Res-
ção farta, vida saudável e filhos obedientes. peitar os limites e as necessidades de cada idade,
Mas no final do Século XX a organização fami- valorizando o conhecimento adquirido do idoso.
liar começa a sofrer mudanças e hoje temos: mães As colunas seis e sete estão em Heb. 3.6 – OU-
cuidando sozinhas de seus filhos por viuvez ou se- SADIA E ESPERANÇA. Ser ousado é ter cora-
paração, ou mesmo pela “produção independen- gem para enfrentar e experimentar o novo, o des-
te”; Avós que assumem a responsabilidade de criar conhecido.
os netos por problemas financeiros na família, Finalmente a Esperança. Sonhar e esperar por
mesmo contando apenas com sua aposentadoria; dias melhores e não desistir diante das dificulda-
Pais e mães que vivem separados mas partilham a des.
educação dos filhos, que vivem tempos com um, Estas sete colunas aproximam nossa casa física e
tempos com o outro, convivendo com irmãos e espiritual do coração de Deus.
“meio irmãos”. Alguns com vários meio irmãos de Viver segundo o coração de Deus não é ser san-
pais diferentes; Mulheres que vivem juntas e criam to, mas buscar a santidade. É agir com sabedoria,
filhos; Homens que vivem juntos também e criam inteligência e prudência. É ser disciplinado com
filhos; Cada vez mais a mulher assume o papel de tudo que Deus coloca em nossas mãos, respeitan-
provedor da família, pois muitos homens, pelo do os limites e necessidades de cada um à nossa
aumento do desemprego, vivem “de bico”. Numa volta. É ter ousadia para enfrentar os desertos e
inversão completa dos papéis. não deixar a esperança morrer.
Nesta confusão familiar fica cada vez mais evi- Ter um lar segundo o coração de Deus é viver
dente a falta de limites, do culto ao Deus verdadei- o hoje com responsabilidade, sendo pais amorosos
ro, da moral e da ética. É só ler os jornais, assistir e educadores.
TV ou abrir a Internet para tomar conhecimento É preciso colocar em ordem a nossa casa física e
sobre: espiritual, para que esteja inteiramente no coração
• A luta pela sobrevivência que favorece cada de Deus. “Agora, pois, temei ao senhor e servi-o
vez mais o Ter em detrimento do Ser. com integridade e com fidelidade(...) Eu e minha
• As paixões tomando o lugar do amor, tra- casa serviremos ao Senhor” (Jos. 24.15-15).
zendo cada vez mais novos relacionamentos com Revª. Romilde Sant’Ana
11. GAIVOTA • Maio/Junho • 2008 11
Umas e Outras
R
ecebemos dos nossos queridos Osvaldo e Joa-
A
SMM, em nome da Igreja, homenageou
na um lindo cartão trazendo, ao fundo, uma
foto da casa que eles construíram, com os se- os pastores da Catedral, no dia 6 de abril,
guintes dizeres: no culto matutino, quando se comemo-
Há 35 anos plantamos um sonho... cuidamos, cultiva- rou o Dia do Pastor. As sócias Susana Maia, Joana
mos, regamos, adubamos, enfrentamos tempestades natu- D’Arc B. da Silva, Zezé Martins e Sheila Hussar pre-
rais e outras, mas com a graça, amor e proteção de Deus, à pararam um belo programa com significativa litur-
partir de março estaremos saboreando os frutos colhidos na gia. A sócia Esther Bezerra fez a reflexão baseada na
realização deste sonho. passagem bíblica sobre o Bom Pastor. Muito feliz na
Este sonho se chama “Cantinho Osvaldo-Joana” e fica explanação do texto, Esther, encerrou citando carac-
na Rua Vinhedo, 205 – Condomínio “Colinas do Piraci-
caba”, com acesso pela rodovia Geraldo de Barros, km 180 terísticas dos pastores Paulo Dias Nogueira, Nilson
(Piracicaba – Águas de São Pedro). da Silva Junior e. Filipe F. Ribeiro Maia, enaltecen-
Te aguardamos ... lá, do suas qualidades com palavras recheadas de afeto,
carinho e gratidão por vidas tão preciosas. A Igreja
Osvaldo e Joana
presenteou cada um deles e entregou, também, car-
tões para os outros pastores que freqüentam a Cate-
dral, vários já aposentados.
T
rabalhos em andamento:
Talentos: deliciosos pães e roscas de ricota
têm sido feitos por diversas socias em prol da
campanha. Toda 3ª feira saem do forno delícias incrí-
veis. Encomende o seu também.
Semana pra Jesus: o grupo de trabalho está fazendo
saborosas tortas salgadas.
Aguarde pelo boletim os dias da promoção e deguste
essa delicia.
C
INCO NOVOS
BEBÊS CHEGARAM:
Marcos Gabriel
Marcos Gabriel, filho de Mário Sérgio e Márcia, deixando a Sarah
vovó Naly ainda mais sorridente e feliz. Mesmo sendo o 9º neto a
emoção é a mesma.
Sarah, filha de André e Anna Ruthe. Os avós Susana e Almir
Maia estão radiantes com a vinda dessa esperada criança!
Pedro, este bebê foi tão esperado e já é muito amado por todos
nós. Seus pais, Samanta e Charles, não cabem em si de tanta feli- Pedro
cidade e os avós, Eliane e Denisar, compartilham alegre e carinho-
samente o nascimento do primeiro neto, que agora é o centro de
todas as atenções.
Elena, filha de Larissa e Felipe, portadora de muita alegria para
a bisavó Sarah e a avó Inayá, que fez um acróstico:
Ela chegou!
Linda, suave e meiga. (escrever as iniciais com outro tipo de
letra) Elena
Emoldurada num rostinho de anjo,
Nasceu nossa menina.
Amor meu, seja bem-vinda! (vovó Inayá)
Nicholas é o mais novo bebê do grupo. Seus pais, Denilse e
Giovane, estão felicíssimos, assim como os avós Eunice e Ademar, e
a bisavó Ercília, pois ele é primeiro filho, primeiro neto e primeiro
bisneto. É a quarta geração metodista na família.
Nicholas
12. 12 GAIVOTA • Maio/Junho • 2008
ALMOÇO DA FAMÍLIA
Clóris Alessi
C
onforme programado, realizou-se nho, salada de berinjela, almôndega, lagarto
no domingo, dia 25 de maio, o tra- ao molho pardo, salada de cebola e salada de
dicional almoço da família, sob a cebola e salada de alface com tomate. Com-
responsabilidade da SMM. Por ter sido agen- pletando a refeição, a SMM ofereceu o arroz,
dado na semana do feriado de “Corpus Chris- bem como sorvete com banana assada para a
ti”, quando muitos viajam, a freqüência caiu, sobremesa.
mas não lhe tirou o brilho.
Após o almoço, os presentes se confraterni-
Quarenta pessoas aderiram ao convite da zaram, aproveitando a oportunidade para fazer
sociedade, representantes de aproximadamen- algo que tem feito falta, momentos descontraí-
te vinte e uma famílias, levando seus deliciosos dos para colocar a conversa em dia. Aprecie as
quitutes, frango assado, suflê de frango, frango fotos na objetiva do pastor Paulo Dias Noguei-
com catupiry, sardinha à moda de Eunice Silves- ra.
tre, es-
condidi-
Inayá, Deni, Ana, Vista Geral
Priscila e Clóris
Elza e Galdino
Afonso, Terezinha, Márcia, Nilson e filho Ronalde e Rebeque