1. Ano 18 Julho – Agosto / 2010 nº159
MPB É A ATRAÇÃO DO SHOW DO DIA 21 DE AGOSTO
Como uma das atividades da SMM para o segundo
semestre, o “Conjunto Porcelana Brasileira”, apresentará
no dia 21 de agosto, às 16 horas, o show “Canções e Mo-
mentos”, no Salão Social da Igreja.
O programa é dedicado inteiramente à Música Popular
Brasileira, que o Conjunto interpreta com muita graça e
competência. Da SMM integram o grupo: Eliane Guido-
lin, Sheila Matos Hussar e Samanta Kairalla, somando-se
também a participação de Sabrina Dobaldini e Roseane
Lippi. Por se tratar de apresentação beneficente, haverá
venda de ingresso a R$7,00. Não percam essa oportunida-
de. Mais informações na seção “Umas e Outras”, pág.11.
II ENCONTRO A DISTÂNCIA VEM AÍ MAIS “UMA SEMANA PRA JESUS”
Este ano, a cidade escolhida para a realização do Projeto
A Confederação Nacional de Mulheres já marcou
Missionário “Mais uma Semana pra Jesus” foi Três Lagoas,
o II Encontro de Mulheres a Distância, para o sábado, MS. Durante os dias l7 a 23 de julho, 9 pessoas da Catedral
dia 28 de agosto. Reserve essa data em sua agenda. Pro- estarão participando: Zenaide P. Rebeque, Carlota Silveira
cure no Boletim “Mensageiro” mais informações. Machado, Nicéia Ramos de Souza, Zoe Pedroso Barbosa,
Hilkias Arruda Nicolau, Letícia Ramos de Souza, Isabel Mar-
ALEGRIA NA CHEGADA; tins, Rodrigo Bomback e Tiago de Almeida Prado Ribeiro.
SAUDADE NA PARTIDA Oremos por todos os participantes e por tudo que farão.
GRANDE PRESENÇA NO
ENCONTRO DISTRITAL
Para homenagear duas queridas famílias, uma que
chegava (a família Tavernard) e outra que se despedia (a
família Silveira), a Catedral reservou o culto matutino
do dia 27 de junho. O Ministério da Liturgia prepa-
rou uma tocante programação, privilegiando, em seu No dia l2 de junho, das 8 às l7horas., na Igreja da Pau-
tema, o “tempo”, que foi, também, o foco do sermão lista, aconteceu o Encontro de Mulheres Metodistas do
proferido pelo Rev. Jesus Tavernard Júnior, pastor co- Distrito de Piracicaba, que engloba as seguintes cidades:
adjutor da Igreja, cujo texto a GAIVOTA publica neste Santa Bárbara D’Oeste, Capivari, Limeira e Piracicaba.
número, nas págs. 6 e 7. Sobre a família Silveira leia na Participaram cerca de cinqüenta pessoas. A Revda. Ân-
pág. 11. gela Pierangeli participou desse evento, como preletora.
Reportagem e fotos na pág. 4.
2. 2 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010
Corpo Editorial
“DA BOCA DOS PEQUENINOS E
CRIANÇAS DE PEITO TIRASTE PERFEITO
LOUVOR.”
Mateus 21:16
CeCília Silveira (10 anoS)
MUDANÇA
Mudança é saudade e tristeza? Silvia, Vera, Inayá, Clóris, Wilma e Darlene Barbosa Schützer
Nada disso, mudança é uma beleza!
Arruma aqui, Expediente
coloca ali.
GAIVOTA é o órgão oficial da Sociedade de Mulheres da
Casa nova ... Catedral Metodista de Piracicaba.
Pessoas novas para conhecer, Redatora:
tudo antes de um anoitecer! Vera Baggio Alvim
Corpo Editorial:
E as pessoas?
Clóris Alessi
As pessoas temos que deixar, Darlene Barbosa Schützer
mesmo se muito amar! Inayá Ometto
Wilma Baggio Câmara da Silva
As coisas que ficaram,
Secretária:
temos que deixar. Wilma Baggio Câmara da Silva
Pois vamos encontrar novas no outro lar! cecams@gmail.com
Produção e Impressão:
luCCa rolim CoSta (11 anos) Printfit Soluções - www.printfit.com.br
Oferecida à vovó Sílvia, no dia do aniversário dela. Marcel Yamauti - Diagramação
VÓ Fotos:
Rev. Paulo Dias Nogueira
Você é o cheiro da minha flor. Distribuição:
Você é o ninho do meu passarinho, Sílvia Novaes Rolim
Você é um coração com amor! Jornalista Responsável:
Gustavo Jacques Dias Alvim - MTb 19.492/SP
Você me ilumina, me agrada,
Diretoria da SMM
não me deixa na mão, quando eu preciso,
me dá um empurrão.
Você é a luz do meu caminho.
Você é a flor do meu espinho.
Eu lhe escrevo este poema
e entre versos tento dizer:
- lhe amo vó!
elijah Dillon (2 anos e meio) Wilma, Silvia, Zenaide, Inayá, Maria José, Mirce, Clóris, Cinira e Vera
Sobrinho-neto da Sonia Dechen
Presidente:
Todas as noites, Elijah e seu pai, Steve, fazem oração Vera Baggio Alvim
Vices:
antes de ir dormir. Elijah repete as palavras que Steve lhe Inayá T. Veiga Ometto
diz. Numa noite, uma semana após o nascimento de Jo- Priscila Barroso Segabinazzi
nah, Elijah disse algo muito especial. Leia a sua a oração: Secretária de ata:
Clóris Alessi
Steve: “Obrigado, meu Deus, por minha mamãe e papai”. Sec. Correpondentes:
Elijah: “Obrigado, meu Deus, por minha mamãe e papai”. Rosália T. Veiga Ometto
Então, ele parou por alguns segundos e completou a Wilma Baggio Câmara da Silva
Tesoureira:
frase: “e obrigado por meu irmãozinho”! Sílvia Novaes Rolim
Sempre que se lembra, Elijah agradece a Deus por seu Agente da Voz Missionária:
irmãozinho. Ele é muito precioso! Cinira Cirillo Cesar
3. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010 3
“Esperança para um novo dia”
Marcos 1.40-45
Conta-se que Leon Tolstói, famoso escritor russo, ia da família, da religião. A pior doença não é a lepra, mas
para casa e passou por um mendigo. Procurou algum é não ser desejado, ser deixado de lado!
dinheiro nos bolsos, mas seus bolsos estavam vazios, 3. Jesus revela compaixão – Jesus permite que o le-
então disse: “Sinto muito, meu irmão, mas nada tenho proso se aproxime e o toque. Ele estende a mão e lhe
para dar!”. Ele ouviu como resposta: “Você me deu mais restitui a saúde. Compaixão é uma fonte de poder. Cada
do que eu pedi, você chamou-me de irmão”. Em nosso vez que exercitamos a nossa compaixão, estamos tornan-
mundo, encontramos diversas pessoas que querem ser do o mundo um lugar melhor para se viver. Pode ser que
chamadas e reconhecidas como gente. Este texto retrata ao nosso toque, o leproso não fique curado, o paciente
o início do evangelho de Marcos, Jesus inicia sua missão, com câncer não obtenha a cura imediata, mas podemos
cheio de amor e compaixão. O AT considerava o doente oferecer “a esperança para um novo dia”. De acordo com
de lepra impuro e separava-o da sociedade. O biblista Charles Schultz, criador do personagem Snoopy: “as
William Barclay afirma que a lei enumerava 61 conta- pessoas que fazem diferença em nossa vida não são aque-
tos que causavam impureza. Con- las com mais dinheiro ou poder, mas
tato com a lepra era a segunda lei, aquelas que se importam conosco”.
só perdendo para contato com uma O Deus que se manifesta em Jesus
pessoa morta. Jesus revela a face de não é o dos fariseus: distante, rígido,
um Deus de amor que vence precon- irado contra os que erraram, distan-
ceito e solidão. te daqueles que são considerados im-
1. Jesus vê a solidão do leproso. puros. É um Deus que não sente re-
Nenhuma doença isolava mais o ser pugnância pelos leprosos, mas olha
humano do contato físico do que a com compaixão.
lepra. O leproso, além de viver afas- 4. Jesus fez a diferença na vida
tado não podia deixar que as pessoas daquele leproso. O encontro com
se aproximassem dele, ele precisava Jesus mudou a vida daquele leproso.
gritar para às pessoas que era lepro- Diante de Jesus há sempre mudança
so, portanto, era impuro. Aquele e transformação. Um pastor conta
homem que sofria de lepra e vivia que estava realizando um ofício fú-
afastado do convívio humano. nebre de um médico que morreu aos
Um dia, Madre Teresa caminhava 102 anos de idade, aquele homem
na rua e veio um certo homem até viveu para servir às pessoas. Uma
ela e perguntou: A senhora é Madre Teresa? Ela respon- mulher levanta no meio do culto e, com lágrimas, afir-
deu afirmativamente e ele pediu que ela mandasse uma ma: “só de ouvir o barulho do seu carro, velho e baru-
das suas irmãs à sua casa e, sem esperar uma resposta, lhento, chegando em nosso jardim, nós começávamos a
disse o seguinte: “estou quase cego e minha esposa quase nos sentir melhor”. Aquele médico curava a mente e o
débil mental, Estamos ansiosos por ouvir uma voz hu- corpo, mas, acima de tudo, ele tinha o poder de mudar
mana”. Este sentimento de solidão estava presente na a realidade dos seus pacientes porque aliava competência
vida daquele homem. e compaixão.
2. Nosso sofrimento move o coração de Deus. Aquele Diariamente, encontramos pessoas necessitando de
leproso sabia que Jesus podia curá-lo, ele não duvida em uma palavra amiga, de um toque ou um gesto amigo,
momento algum do poder de Jesus para curar. Mais do uma oração, que sejam fonte de renovação de suas for-
que um pedido, ele faz uma afirmação de fé: Senhor, tu ças para continuar caminhando. Deus conta conosco
podes. Ele afirma que Jesus pode realizar aquilo que os para uma ação compassiva, revelando sua face de amor e
médicos não puderam. Muito mais do que a cura, ele compaixão a um mundo que sofre e anseia por consolo.
pede de volta sua humanidade, sua dignidade. Mais do
que a doença, a maior angústia é a exclusão da sociedade, Pastora Amélia Tavares
redatora da Voz Missionária
4. 4 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010
GRANDE PRESENÇA NO ENCONTRO DISTRITAL
A manhã ensolarada, mas muito fria, focalizando Moisés e seu bordão, seu
não impediu que 50 mulheres esti- cajado, e a pergunta: “o que você
vessem presentes, às 8 h da manhã, tem nas suas mãos?”
do dia 12 de junho, na Igreja Meto- Em seguida, assumiu a palavra a
dista da Paulista, para participar do secretária correspondente e tesou-
Encontro Distrital 2010, cujo tema reira da Federação, Ivana Garrido
foi: “Olhar além para testemunhar os Ywand, que leu a mensagem da pre-
sinais da graça.” Zoé Barbosa e Angela Pierangeli sidente da Federação da 5ª Região,
Após gostoso café da manhã, a Kátia Torres, ausente do Encontro
Secretária Distrital, Zoé Pedroso Barbo- por estar em outro trabalho. Lembrou,
sa, agradeceu a Deus a presença de todas também, da importância da revista
e a oportunidade de estarem juntas. Os “Voz Missionária”, da necessidade de
momentos de louvor foram dirigidos pe- aumento de assinaturas e da divulgação
las representantes da SMM da Igreja do da mesma.
Matão. Depois, a pastora e psicóloga Ânge-
Além da preletora convidada para o la Pierangeli abordou, de modo alegre
evento, a SD lançou a idéia de as socie- e sério, o tema “Olhar além para tes-
dades presentes se envolverem no pro- temunhar os sinais da graça”, fazendo
grama, se responsabilizando por refle- Ivana G. Ywand uma reflexão muito tocante e profun-
xões sobre versículos bíblicos. A SMM da. Em outro momento, ela abordou
da Central de Limeira e a da Catedral o texto de Atos 4:20, “O desafio de
Metodista de Piracicaba aceitaram o olhar além”, discorrendo sobre três
desafio, cabendo à primeira o texto: desafios importantes na obra do Se-
“Os pés daqueles que testemunham nhor.
a graça de Deus”, (Isaías 52:7) e à se- Os trabalhos foram encerrados
gunda duas passagens, a saber: “Seja com oração e agradecimentos da SD
sobre nós a graça do Senhor e con- Sócias que prepararam os lanches e o almoço pela presença de todas. Merecem re-
firma sobre nós as obras das nossas gistro a presença do Pastor da Igreja
mãos” (Salmo 90:17) e “Tudo quanto anfitriã, Rev. Luís Aparício Callaú,
te vier à mão para fazer, faze-o con- durante o tempo todo, e o “muito
forme as tuas forças, porque no além, obrigada” para a presidente da SMM
para onde tu vais, não há obra, nem local, pastora Romilde Sant’Ana, que
projetos, nem conhecimento, nem sa- juntamente com as sócias e a colabo-
bedoria alguma” (Eclesiastes 9:10). A ração de alguns maridos esbanjaram
SMM de Limeira convidou a pastora amizade e amor cristão, sem falar nos
Laurilene Reis Almeida para falar so- deliciosos cafés e almoço.
Inayá representando a SMM da Catedral
bre o primeiro versículo e a SMM da O Superintendente do Distrito
Catedral convidou a vice-presi- de Piracicaba, Rev. Paulo Dias
dente, Inayá Ometto, para falar Nogueira, também orou, supli-
sobre o segundo, e Nicéia Ramos cando as bênçãos de Deus sobre
de Souza sobre o terceiro, este en- as atividades das mulheres.
volvendo o Projeto Missionário.
Continuando, a irmã Zoé Bar- Ester Siqueira Bezerra e
bosa fez uma reflexão abençoada Vera Baggio Alvim
sobre alguns versículos de Êxodo 4: 14 a7, Algumas participantes
5. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010 5
O CARISMA DOS/AS PEQUENINOS/AS
Desejo refletir sobre o carisma do/as pequeninos/as. Neste perseverança, mesmo que a liderança que se apresenta como
sentido, sempre é bom ler o referencial bíblico que orienta o “maior” seja personalista, intimista e massificadora. O caris-
exercício da liderança. Seja nas recomendações de Jesus aos ma dos/as pequeninos/as se expressa no serviço prestado aos
discípulos, ou mesmo nas cartas do apóstolo Paulo, o tom outros, independentemente de reconhecimento (Mc 10.45).
é sempre o do serviço, da humildade e da dedicação para o
bem dos outros. O bom líder é aquele/a que se doa para os/as 4. O carisma dos/as pequeninos/as é demonstrado
liderados/as e não aquele/a que oprime e explora. Assim, de- quando pegam a toalha ou o avental e o fazem com simplici-
vemos sempre estar atentos para verificar se nossos/as líderes dade e convicção (João 13.4-11).
evidenciam os princípios bíblicos.
5. Os/as pequeninos/as também são pessoas que traba-
Ao falar dos/as pequeninos/as estou pensando naqueles lham em equipe, atendem aos apelos dos líderes, respondem
irmãos e irmãs que nem positivamente aos de-
sempre são reconheci- safios, mas são pessoas
dos/as como lideranças, honestas e transparentes
ou que exercem seus mi- para se dirigirem a seus
nistérios com modéstia, líderes e indicarem equí-
simplicidade e até ano- vocos que estejam sendo
nimamente e também cometidos.
naqueles e naquelas que
são extremamente obe- 6. Eles/as são moti-
dientes e atenciosas/as vados/as para interagi-
para com seus pastores e rem com outras pessoas
pastoras. Ou seja, estou (Mc 6.7). Até poderia
pensando naqueles/as dizer, sem medo de es-
que parecem que “nada tar equivocado, que o
são”, mas que na verda- carisma dos/as peque-
de são os que sustentam ninos/as se expressa na
a vida da igreja com o resistência e na força
seu trabalho, oração, para lutar pelos valores
ofertas e perseverança do Evangelho, nem que
fundamentada na graça de Deus. Por certo você que lê este para isto tenham que questionar os/as líderes que não gostam
texto conhece pessoas assim, não é? Talvez você seja uma des- de serem questionados/as.
sas pessoas. Se for o seu caso vai aqui a minha homenagem.
Ao falar do carisma dos/as pequeninos/as não poderia dei-
Qual é o carisma dos/as pequeninos/as? Penso que eles e xar de registrar um princípio que diferencia os/as pequeninos/
elas aprenderam a galgar os degraus do serviço. No livro “O as dos identificados como “maiores”: “A vida espiritual do lí-
último degrau da Liderança”, Wilkes sugere alguns princípios der se concentra numa única e poderosa idéia – serviço... O
que caracterizam o carisma dos/as pequeninos/as: líder espiritual é aquele que se rende a Deus para trabalhar
melhor”. Esta é a principal característica do carisma que es-
1. O carisma dos/as pequeninos/as é evidenciado pelo tou abordando.
coração, ou seja, pela integralidade da vida dedicada a Deus.
Eles/as esperam que Deus os/as exalte (Lc 14.7-11). Numa sociedade estereotipada e que busca a promoção a
qualquer preço, a Igreja está influenciada pelos mesmos an-
2. O carisma dos/as pequeninos/as é percebido na dis- seios que se encontram na sociedade, ou seja, poder, status,
posição em seguir aos princípios do Evangelho, sem que estas reconhecimento e promoção. Por isso eu não tenho muitas
pessoas tenham como interesse maior ocupar cargos ou posi- dúvidas, eu escolho o caminho do carisma dos/as pequeni-
ções de destaque. São seguidores/as obedientes e fiéis a Deus nos/as.
(Mc 10.32-40).
3. Os/as pequeninos/as descobriram o poder e a gran- Bispo Emérito Josué Adam Lazier
deza do serviço e assim o fazem com alegria, esperança e
6. 6 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010
Tempo de viver a vida
Eclesiastes 3, 1-8.
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Esta narrativa é uma reflexão sobre o tempo. Expressa a parecer, existe um hiato na narrativa sapiencial. Entre um
maneira pela qual o autor e sua geração compreendiam o acontecimento e outro, as páginas da vida vão sendo gra-
alcance do tempo em suas vidas cotidianas. O tempo, para vadas, feito álbum de figurinha que vamos montando. Ora
o judeu, não era algo subjetivo. Era percebido de maneira esse álbum aparecerá colorido, ora acinzentado. Cabe ao
objetiva. A melhor forma que os judeus encontraram para papel da liberdade preenchê-lo, na medida em que somos
apreender objetivamente o tempo foi a partir da observa- construtores da nossa história.
ção das estações da natureza. Os acontecimentos da vida Há um tempo determinado para tudo debaixo do Sol.
ocorrem à semelhança das mudanças processadas no verão, Logo, cada coisa acontece no seu devido tempo. Esta ex-
outono, inverno e primavera. pressão indica a profundidade de nossa frustração. Não po-
Nesta plataforma, a vida é regida por estações. Nossa demos, por vezes, abreviar ou prolongar o tempo. As coisas
experiência cotidiana gira de um ponto ao outro no eixo nem sempre acontecem no tempo em que programamos
da existência. Tem tempo que estamos felizes, tem tempo para acontecerem. Nem tudo ocorre do nosso jeito, a partir
que estamos infelizes. Tem tempo que estamos em paz, em de uma data específica, por melhor que seja nosso planeja-
outros entrincheirados e imersos em conflito. Tem tempo mento. Elas acontecem no tempo determinado por Deus
que celebramos a vida, tem tempo que nos cobrimos de para acontecer. “O coração do homem pode fazer planos,
luto e de cinzas. Tem tempo que odiamos e tem tempo que mas a resposta certa vem dos lábios do Eterno” (Pv 16,1).
nos abrimos para abraçar e perdoar. Este é o segundo ponto a ser considerado.
A vida é um ponto de passagem - um porto, um aero- E chegamos ao terceiro e último ponto de apreciação.
porto -, em que pessoas cruzam às vezes nosso caminho. Vivemos num tempo sem tempo. A nossa sociedade, nos
Algumas estão chegando, outras estão partindo. Umas dias que correm, não tolera o ócio, a improdutividade, a
viajam com as malas cheias de amor; outras carregam o inércia, a falta de movimento. Na verdade tempo tem a
peso do desamor. A vida supõe idas e vindas, encontros ver com a medição e a passagem do movimento. A nossa
e desencontros, ganhos e perdas, vitórias e derrotas. Essas sociedade coroou o tempo como o tempo da velocidade.
são as variações por que atravessa nossa existência e que É a ânsia pelo que é veloz, a busca pelo milésimo por se-
caracterizam o jeito do nosso viver. Eis o primeiro ponto gundo, em que tudo deve transcorrer e ser digerido instan-
merecedor de destaque. tânea, superficial e rapidamente. Esta é a angústia da qual
O segundo ponto é que há sempre um propósito para padecemos: a de sermos massacrados inexoravelmente pelo
tudo debaixo do Sol. Não há, portanto, um despropósito tempo, de nos rendermos a ele, como se fosse um deus,
no viver, no que diz respeito à criação de um modo geral. uma entidade absoluta, pronto a ser cultuado e glorificado.
A realidade criada não é fruto do Acaso. Na década de 30 uma viagem de Belém para Frankfurt le-
A criação divina foi dotada de uma meta, de um senti- vava três meses a bordo de um navio. Hoje, com sofistica-
do, de um objetivo final. Para os antigos tudo está conecta- dos aviões, leva em média 12 horas. E há quem murmure
do a tudo. Há um propósito no mundo, embora não o sai- sobre o tempo da duração da viagem.
bamos por completo qual seja tal propósito. Há para tudo, Nós reconfiguramos a geopolítica do mundo; encurta-
e para todos, um tempo determinado sob o Sol. Nem tudo mos o tempo, as longas distâncias. Ampliamos nossas redes
foi escrito nas estrelas, é evidente. Mas há fatos da nossa e criamos uma comunicação com infinitos recursos de in-
vida que já foram estabelecidos previamente. Há tempo teração, para ficarmos mais conectados, próximos uns dos
para nascer, e tempo para morrer, esse é o tempo biológico, outros. Ainda assim continuamos distantes; sem tempo
passível de previsão. para a família, sem tempo para os amigos, sem tempo para
Mas entre a vida e a morte, entre o aparecer e o desa- nossa igreja, sem tempo para Deus, por mais que estejam
7. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010 7
ao nosso lado e à nossa disposição semanal e diariamente.
Não podemos ser escravos desse tempo veloz, que não
permite que tenhamos tempo mais para o que é funda-
mental. Temos que criar um tempo, dentro do tempo que
temos, nesse tempo apertado, espremido, abarrotado de
tantos compromissos e tarefas, para realizar ações vitais em
nossa vida.
Como é precioso o tempo para estudar a Bíblia, esse
tempo que passamos na igreja, no culto e na escola domi-
nical. Esse é o tempo propício para usufruir das bênçãos de
Deus e da comunhão dos irmãos. Que tempo é esse que
nos arranca dos lares e não nos permite ter mais tempo
para a família? Que tempo é esse que privilegia a quan-
tidade de informações em prejuízo da profundidade dos
relacionamentos?
Qualidade, densidade e profundidade não combinam
com velocidade, como pretende a moderna sociedade da
informação. Temos de atrasar o relógio, no bom sentido do
termo, e aproveitar cada minutinho da vida como sendo
único, irrepetível, inigualável, inescapável. Rev. Tavernard e sua esposa Ivone.
Os gregos também fizeram sua leitura do tempo. E a
mitologia consagrou Chronos, o deus do tempo esmaga- certo, a época ideal para se viver a vida. O tempo das opor-
dor, do cronômetro, do relógio, para ditar, com rigor e tunidades que Deus nos concede, no fundo, é o tempo do
austeridade, as regras e a duração do viver humano. Em hoje. Esse é o verdadeiro tempo kairótico. Hoje é tempo
oposição a essa concepção os judeus inovaram com o kai- ideal para se viver a vida. O tempo ideal não é o tempo
rós. Em grego, o tempo das oportunidades. É um tempo passado, pois o passado não existe mais; nem tampouco
fora da linha do tempo normal. O tempo kairótico é um o futuro, posto que o futuro ainda não chegou, como
tempo que não se sujeita aos caprichos do tempo histórico- bem observou Santo Agostinho nas Confissões. O tempo
cronológico, porque se baseia na eternidade e na soberania de Deus, o tempo kairótico, o tempo em que tudo pode
de Deus, livre para irromper a todo instante, sem confor- acontecer, é o tempo de hoje, o tempo sempre presente, o
mar-se a agenda da temporalidade. tempo do agora. Este é o tempo ideal e o momento certo
de acolhermos todas as possibilidades que Deus nos sugere.
É o tempo em que a qualquer momento o novo, a sur-
presa, a novidade pode aparecer. Este tempo não pode ser Assim, vivamos cada momento da vida com o melhor
medido, sondado, esquadrinhado. A celebração de hoje, do tempo que Deus tem nos proporcionado. Porque o
como notaram, trabalhou essas oposições intimamente li- tempo, como cantou Lulu Santos: “ele voa... escorre pe-
gadas ao tempo e a vida de um modo geral. Assinalou nos- las mãos, mesmo sem se sentir, e não há tempo que volte
sos encontros e desencontros, nossos amores e dissabores, amor... vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos per-
nossas chegadas e partidas. Sobretudo destacou a alegria de mitir...”.
quem está chegando e a saudade de quem está partindo. Vamos nos permitir viver a vida debaixo da graça de
A vida afinal não caminha em linha reta. Não é reti- Deus. Permitir-nos a chegada de um novo tempo, tempo
línea. Não segue a lógica do nosso pensamento. A vida é de renovação familiar, de revitalização comunitária nesta
um eterno devir. Tudo pode fruir, se alterar, mudar a qual- igreja. E de modo muito particular, tempo de acolher os
quer instante. A vida é previsível de um lado, mas é pura irmãos que estão chegando, em se tratando da minha famí-
incerteza, do outro. Em nossa equação a vida segue mais lia, e de dar um abraço bem apertado e fraterno naqueles e
ou menos assim. A gente nasce, cresce, envelhece e mor- naquelas que estão partindo, no que se refere ao Lafayete,
re. Não exatamente nesta ordem. Afinal, quantas crianças Áurea, Carol, Cecília e Pedro.
não morrem precocemente, prematuramente? E quantos Teria mais pontos a considerar. Mas acho que meu
jovens chegam à velhice, de fato, no Brasil, marcado por tempo já acabou. Tempo tão breve para desenvolver esta
tanta violência? reflexão. Deus abençoe a todos nós, leigos e pastores desta
A existência humana não possui um cânone pronto. A comunidade, toda a família da fé aqui reunida. Em nome
cada momento, segundo a estrutura teológica do Eclesias- do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
tes, as coisas podem se alterar. Todo momento é o tempo (Mensagem proferida em 27/06/2010 )
8. 8 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010
LAR BETEL EM TARDE ABENÇOADA
Encontro com Deus! Tarde maravilhosa! Tarde abençoada! Deus presente entre nós e conosco! Foram estas algumas expres-
sões ouvidas, após a abençoada visita ao Lar Betel, na quinta feira, dia 13 de maio, de um expressivo número de sócias, com a
presença do Pastor Paulo e dos irmãos Alfredo Rebeque e Venerando Silvestre.
Na chegada, a sala de reunião já estava repleta dos irmãos e irmãs residentes no Lar Betel. O Pastor Paulo, de modo sem-
pre carinhoso, cumprimentou a todos, brincando, para ouvi-los responder com voz alegre e vibrante ao “boa tarde”. E todos
vibraram fazendo eco com muita alegria.
A programação foi iniciada, com os cânticos “Deus está aqui” e “Deus é bom prá mim”, com muita euforia e participação
de todos os internos do Lar, que acompanhavam a música com gestos.
O Pastor Paulo se dirigiu aos presentes com palavras inspiradoras e carinhosas, que contagiaram o ambiente e o coração de
todos, elevando o nível de contentamento e gratidão.
Antes de introduzir a oferta dos presentes (pares de chinelos e meias para todos), o Pastor Paulo focalizou a preocupação
de Jesus em lavar os pés cansados e empoeirados dos discípulos, que vinham de longas caminhadas. Frisou bem quem era
Jesus e falou de seu amor por todos, relacionando esse fato com a preocupação da SMM em aquecer também os pés, tal como
Jesus ensinou. Logo após, foi iniciada a entrega dos presentes, diante da máquina fotográfica que registrou a entrega da útil
lembrança.
Finalizando a reunião, palmas e presentes ao alto, para fotos e aplausos. A alegria estava estampada na face de todos. A
oração de encerramento foi de gratidão pela extensão do amor de Deus e pelas bênçãos derramadas.
Sem dúvida, tarde profundamente abençoada!
Ester Siqueira Bezerra
Sócias da SMM com o pastor
9. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010 9
ARTE E ALEGRIA MARCAM A FESTA DA FAMÍLIA
Clóris Alessi
Aproximadamente cinquenta pes- denadora da reunião festiva da SMS , princesa da “Festa das Nações”, recen-
soas prestigiaram a reunião artística, após a abertura, realizou um sorteio do temente ocorrida, representadas pelas
preparada pela Sociedade Metodista de “Amigo Secreto de Oração”, seguido meninas Carol e Cecília Silveira, linda-
Mulheres, em comemoração do mês da de pequena e inspiradora reflexão pelo mente caracterizadas.
família, no dia 29 de maio. Rev. Paulo Dias Nogueira, baseada no Os deliciosos momentos da Festa da
Do programa constaram peças mu- texto do Salmo l37:l-4, que fala sobre a Família foram registrados e estão sendo
sicais tocadas e cantadas, em dupla ou dificuldade do cativo povo israelita, de exibidos nesta página, ampliando a ima-
solo, acompanhadas do piano e o “con- entoar uma canção em terra estranha, o gem do que foi a programação, encerra-
tador de estórias” preencheram aquela que não acontecia na reunião daquela da com pratos salgados e doces, oferta-
tarde de saudosismo e muita alegria. tarde. dos pelas famílias presentes.
Inicialmente, Inayá Ometto, coor- Foram apresentadas a rainha e a
Carolina Silveira (piano) Ronald Segabinazzi e Márcia Zitto (dueto) Luciana Alvim Gava e Fernanda Alvim Gava
“O lago do cisne” “Las mañanitas” (piano a 4 mãos) –“Fantasma da Ópera”
Maria José Martins (soprano) e Gustavo Alvim e Cecília Silveira (piano) - “A dança turca”
Vera Q. Cantoni (pianista) Vera Baggio Alvim (dueto)
“Creio em Ti” e “Hino ao amor” “A história de Joselito e Marieta”
Ione Zitto e Márcia Zitto (dueto) Ronald Segabinazzi (barítono) Rev. Paulo Dias Nogueira (violão) e
“Cantoras do rádio” “Furtiva lacrima” Beatriz Nogueira (cantora) –“Bom pastor”
Vera Q. Cantoni e Umberto Cantoni (piano Carol e Cecília Silveira vestindo roupas Hora do Lanche
a 4 mãos) – “As trutas” e “Danúbio azul de princesa e rainha da Festa das Nações
10. 10 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010
TALENTO: FRUTO DO NOSSO TRABALHO
A Campanha dos Talentos encerrou-se na tarde do bém dá o tempo certo e as emoções certas para pro-
sábado, 3 de julho, mais uma vez, coroada de êxito. varmos o que chamamos de inteligência espiritual.
Após o som do violão do César e o vocal da Márcia Foi destacado o empenho das sócias nas ativida-
convidando à quietude para o início da devocional, des e tarefas desenvolvidas para a multiplicação dos
a sócia Joana D’Arc, dirigente da reunião, saudou os talentos, especialmente das pertencentes à cozinha,
presentes, lembrando-lhes do começo da campanha chefiada pela Zenaide, que durante esses meses, às
e das oportunidades havidas de desenvolver os dons terças-feiras, fizeram pães, roscas, tortas, rocambo-
ao longo desses meses, e enfatizando que o tamanho les, que foram vendidos para tornar mais significati-
de cada talento será o do uso que fizermos dele. va a oferta da equipe.
A sócia Ana Tereza fez uma interessante reflexão Em seguida, o pastor Paulo consagrou os envelo-
a partir de uma dinâmica. Distribuiu, inicialmen- pes, com as ofertas, convidando cada sócia a levan-
te, a cada participante um bombom. Ouvindo uma tar as suas mãos com o fruto do seu trabalho. Uma
suave música e de olhos fechados todos deveriam, tocante oração feita por ele encerrou essa atividade.
primeiramente, apalpá-lo, depois sentir seu aroma e, As aniversariantes ofereceram, como de praxe, sa-
finalmente, saboreá-lo lentamente, ao mesmo tem- boroso lanche e um delicioso bolo que degustamos
po em que essas sensações iam sendo interiorizadas. durante um alegre e animado papo.
Essa experiência serviu para demonstrar que assim
como sentimos o tato, o olfato e o sabor, Deus tam- Inayá Ometto
Alguns participantes Isabela recolhendo os envelopes
Pastor Paulo
Ana Tereza dirigindo a dinâmica
Joana dirigente do programa Aniversariantes de maio e junho
11. GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010 11
UMAS & OUTRAS Inayá Ometto
D espede-se, depois de 4 anos em nosso meio, a
família Silveira. O casal Áurea e Lafaiete veio
para Piracicaba, com o objetivo de aprimorar os seus co-
A sócia Cléa
Rivero e
Roberto comple-
nhecimentos acadêmicos, ela na ESALQ e ele na UNI- taram 50 anos de
CAMP, onde conquistaram o título de doutor em suas casados. Postados
respectivas áreas. Juntamente com seus filhos, Carol, no altar, rodeados
Cecília e Pedro, foram atuantes nas atividades e pro- por seus familia-
gramações da igreja. A Carol e a Cecília foram as lindas res, o casal reno-
representantes da AMAS, na última Festa das Nações, vou os seus votos
como rainha e princesa, respectivamente. Sentiremos matrimoniais e recebeu a bênção impetrada pelo Rev.
muita falta de vocês. Nossos corações já se apertam pela Paulo. Com os membros da igreja estendendo as mãos,
saudade. Que Deus os acompanhe e voltem sempre que uma linda oração foi feita pelo pastor em agradeci-
puderem. A Cecília, de 10 anos, fez uma poesia sobre mento a Deus pela significativa data.
a mudança de regresso, que você pode ler na página 2.
N o sábado, dia 21 de agosto, o conjunto “Por-
celana Brasileira”, que tem feito enorme su-
cesso, apresentará, no salão social da Catedral Meto-
dista, o show denominado “Canções e momentos”. O
preço do ingresso, que em breve estarão à venda, é de
R$7,00. A renda obtida será ofertada à Campanha dos
Talentos da SMM, pelas sócias Eliane, Sheila e Saman-
ta, integrantes do referido conjunto. Será uma exce-
lente oportunidade para apreciarmos boa música e nos
deliciarmos com belas canções.
A sócia Ze-
naide e o
E m parceria com o
Ministério de Ação
Docente, a SMM promo-
Alfredo também
completaram suas
bodas de ouro.
veu, no dia 22 de junho, A comemoração
no salão social, uma ofici- aconteceu no dia
na, voltada especialmente 29 de junho, du-
à Terceira Idade, dirigida rante a reunião de oração. O casal, juntamente com
pelo fisioterapeuta Paulo sua filha Neiva, o genro Beto e o neto, ofereceu aos
Caiuá, membro atuante presentes uma linda e primorosa festa. O pastor Pau-
da Catedral, sobre o tema lo fez uma reflexão alusiva à data e orou, agradecen-
“Educação Postural”, com do pela vida de ambos e rogando bênçãos sobre eles.
palestra e parte prática Vários depoimentos, contando da amizade, carinho e
(exercícios para evitar dores e desconfortos com o po- atenção que têm recebido desse querido casal, foram
sicionamento inadequado da coluna vertebral e de- feitos, com destaque especial para as palavras emo-
monstração de várias posições para alongamento dos cionadas da Neiva a respeito da excelência das lições
músculos). Agradecemos ao Paulo pela sua disponibi- recebidas de seus pais para a sua vida, manifestando,
lidade e contamos com outras palestras esclarecedoras ao mesmo tempo, sua gratidão a Deus pela retidão da
e úteis para a qualidade de vida como essa. conduta deles e pelo exemplo cristão que lhe serviu de
lição.
12. 12 GAIVOTA • Julho/Agosto • 2010
NETOS E NETAS:
UM JEITO DELICIOSO
DE CONSTITUIR E
CONSTRUIR A VIDA
Rosa Gitana Krob Meneghetti
Nos últimos anos tenho achado que as relações familia- uma comidinha preferida ou a cor da moda para comprar as
res são maiores do que a família. Como assim? Não é pre- roupas das “mocinhas”.
ciso que exista família para que as relações se estabeleçam? Mas a razão principal ainda é outra: muitas dessas pessoi-
A formação familiar não é anterior ao estabelecimento dos nhas maravilhosas que descrevi não são meus netos e netas
laços familiares? Explico melhor: observo que nem sempre de sangue, filhos de meus filhos e filhas, mas netos do amor
os casamentos, contratos nupciais e parcerias formais têm e do aconchego das relações que se estabeleceram ao longo
conseguido gerar bons núcleos familiares, saudáveis, ínte- da vida de nossa família. Filhos e filhas das escolhas e netos
gros e estáveis. No entanto, percebo que a aproximação das e netas da opção que fazemos todos pela ampliação dos la-
pessoas, motivada pelo convívio, seja familiar ou oriundo ços familiares. A família pode ser maior do que ela mesma.
de outros processos de convivência como a escola, a igreja e Pode ter braços abertos e corações receptivos e includentes.
tantos outros, pode criar relações filiais, maternais, paternais Filhos e filhas podem escolher os pais. Netos e netas podem
e especialmente fraternais tão significativas ou mais até do escolher avós. Avós podem acolher e amar os netos. Enfim,
que aquelas esperadas no âmbito da família estrita. a família pode ter variadas configurações, desde que mante-
Tenho sido agraciada na vida pela dádiva de ter muitos nha a generosidade, o acolhimento e a partilha.
netos. Posso dizer até que tenho um em cada idade e em Tenho a cada dia, me tornado mais inteira, por causa
cada etapa da vida: Thyago, com dezoito anos, já é um moço dos meus netos. Quando converso com eles tenho desco-
que vai de bicicleta de um extremo ao outro de sua cidade, berto outros espaços escondidos da vida, e tenho aprendido,
dividindo-se entre o trabalho e a escola e buscando localizar- crescido, ficado mais criança e mais compreensiva. Tenho
se no universo do mundo adulto; Heloise tem doze anos e é reconstruído pontes comigo mesma e com as pessoas, por
estudiosa, aplicada, sendo o que se poderia chamar de uma causa da gratuidade do amor deles para comigo. Tenho des-
“teen” urbana, conectada ao mundo virtual e às discussões coberto um imenso mundo interior dentro de cada um de-
de seu tempo; Manuella é loira como um raio de sol, que les, pronto para se dizer e se explicitar. Tenho descoberto
ilumina por onde passa, agitada, amorosa e feliz. Tem onze também que sua ingenuidade não é sinônimo de tolice ou
anos e gosta de jogar, de pular, de brincar e... claro, de con- de desconhecimento sobre coisas e fatos, mas de falta de
versar sobre os meninos. E Gustavo? Tem oito anos, adora experiência sobre a natureza humana. Mas, especialmente,
videogame e carrinhos, tem olhos grandes e carinhosos que tenho compreendido a palavra de Jesus quando diz ”... das
esparramam afetos quando pousam nas pessoas. Mas tam- crianças é o Reino do Céu”.
bém tem Camille, que chegou pouco tempo atrás, alegre, fe-
Enfim, que neste tempo de celebração do Dia dos Avós,
liz e com muita opinião. Decidida, já entendeu o que acon-
que a convivência familiar seja farta para todos, que os netos
tece ao seu redor e sabe chorar e rir para dizer de seu humor.
se tornem cada vez mais amorosos, que a vida se constitua
Bem, a descrição que fiz de meus netos não foi à toa. no dia-a-dia dos afetos, que a responsabilidade pela educa-
Primeiro serve para dizer que, por conta deles, fiquei um ção das crianças se instale definitivamente entre todos nós
pouco melhor na cozinha, na linha e na agulha, na paciên- e, especialmente, que a reconstrução da vida pela VIDA seja
cia e no cuidado com as pequenas coisas como a receita de uma busca constante.