O documento discute o conceito de "formolatria", definido como um culto à forma ideal do corpo promovido pela indústria da beleza através de marketing sofisticado. A indústria da beleza controla os padrões de beleza nas sociedades modernas e gera bilhões em lucros anualmente. A ênfase excessiva na forma física idealizada promove a alienação do corpo e faz mal à saúde humana.
Este documento descreve uma viagem de descoberta do corpo humano feita por um grupo de 25 crianças de 4 e 5 anos. As crianças identificaram os órgãos e sistemas do corpo como o esqueleto, os sentidos, o sistema digestivo, respiratório e circulatório. Elas aprenderam sobre a gravidez, o nascimento e como o corpo se desenvolve ao longo do tempo.
O documento discute como os procedimentos estéticos influenciam a autoestima, automotivação e bem-estar das pessoas. A pesquisa mostrou que muitos associam esses fatores positivos a tratamentos de embelezamento como cuidados capilares e cirurgia de mama. No entanto, esses procedimentos só auxiliam e não devem ser a única fonte de felicidade, sendo importante também considerar valores como amor próprio e equilíbrio emocional.
O documento analisa os discursos sobre corpo, aparência e mercado de trabalho veiculados pela mídia brasileira. Descreve como esses discursos propagam padrões estéticos e coerções que associam boa aparência ao sucesso profissional. Também discute a história do culto ao corpo e seu papel atual na sociedade, além das profissões e áreas de atuação da Educação Física.
A influência da mídia no processo de construção corporalGilberto Gil
1. O documento discute como a mídia influencia a construção da imagem corporal de estudantes do ensino médio. Uma professora desenvolveu um material didático para promover a análise crítica da influência da mídia.
2. A pesquisa foi realizada em 2009 com 50 alunos e utilizou o método de pesquisa-ação. Isso mostrou que os alunos são sugestionados pelos padrões de beleza midiáticos a buscar o "corpo perfeito".
3. É necessário ensinar os alunos a s
O documento discute as identidades femininas acima dos 50 anos e como elas são construídas através do corpo, comunicação e consumo. A pesquisa avalia a satisfação dessas mulheres com a aparência e compreender as transformações nos hábitos de consumo relacionados à beleza e ao corpo. Identifica diferentes tipos de corpos como "reeducados", "renegados", "renovados" e "revisitados". Conclui que há um padrão de beleza imposto pela mídia que influencia as práticas de consumo das mulheres.
O documento discute as identidades femininas acima dos 50 anos e como elas são construídas através do corpo, comunicação e consumo. A pesquisa avalia a satisfação dessas mulheres com a aparência e compreender as transformações nos hábitos de consumo relacionados à beleza e ao corpo. Identifica diferentes tipos de corpos como "reeducados", "renegados", "renovados" e "revisitados".
O documento discute as identidades femininas acima dos 50 anos e como elas são construídas através do corpo, comunicação e consumo. A pesquisa avalia a satisfação dessas mulheres com a aparência e compreender as transformações nos hábitos de consumo relacionados à beleza e ao corpo. Identifica diferentes tipos de corpos como "reeducados", "renegados", "renovados" e "revisitados".
Texto 1 reflexões sobre a ética e o exercício do profissional farmacêuticotelma19
Este documento discute a ética e seu papel no exercício da profissão farmacêutica. A ética profissional busca humanizar o trabalho e colocá-lo a serviço das pessoas. Embora a ética tenha sido ensinada nos cursos de Farmácia, alguns farmacêuticos podem ter perdido sua identidade profissional e valores éticos. Os Conselhos Regionais de Farmácia regulamentam a ética da profissão e protegem o bem-estar público.
Este documento descreve uma viagem de descoberta do corpo humano feita por um grupo de 25 crianças de 4 e 5 anos. As crianças identificaram os órgãos e sistemas do corpo como o esqueleto, os sentidos, o sistema digestivo, respiratório e circulatório. Elas aprenderam sobre a gravidez, o nascimento e como o corpo se desenvolve ao longo do tempo.
O documento discute como os procedimentos estéticos influenciam a autoestima, automotivação e bem-estar das pessoas. A pesquisa mostrou que muitos associam esses fatores positivos a tratamentos de embelezamento como cuidados capilares e cirurgia de mama. No entanto, esses procedimentos só auxiliam e não devem ser a única fonte de felicidade, sendo importante também considerar valores como amor próprio e equilíbrio emocional.
O documento analisa os discursos sobre corpo, aparência e mercado de trabalho veiculados pela mídia brasileira. Descreve como esses discursos propagam padrões estéticos e coerções que associam boa aparência ao sucesso profissional. Também discute a história do culto ao corpo e seu papel atual na sociedade, além das profissões e áreas de atuação da Educação Física.
A influência da mídia no processo de construção corporalGilberto Gil
1. O documento discute como a mídia influencia a construção da imagem corporal de estudantes do ensino médio. Uma professora desenvolveu um material didático para promover a análise crítica da influência da mídia.
2. A pesquisa foi realizada em 2009 com 50 alunos e utilizou o método de pesquisa-ação. Isso mostrou que os alunos são sugestionados pelos padrões de beleza midiáticos a buscar o "corpo perfeito".
3. É necessário ensinar os alunos a s
O documento discute as identidades femininas acima dos 50 anos e como elas são construídas através do corpo, comunicação e consumo. A pesquisa avalia a satisfação dessas mulheres com a aparência e compreender as transformações nos hábitos de consumo relacionados à beleza e ao corpo. Identifica diferentes tipos de corpos como "reeducados", "renegados", "renovados" e "revisitados". Conclui que há um padrão de beleza imposto pela mídia que influencia as práticas de consumo das mulheres.
O documento discute as identidades femininas acima dos 50 anos e como elas são construídas através do corpo, comunicação e consumo. A pesquisa avalia a satisfação dessas mulheres com a aparência e compreender as transformações nos hábitos de consumo relacionados à beleza e ao corpo. Identifica diferentes tipos de corpos como "reeducados", "renegados", "renovados" e "revisitados".
O documento discute as identidades femininas acima dos 50 anos e como elas são construídas através do corpo, comunicação e consumo. A pesquisa avalia a satisfação dessas mulheres com a aparência e compreender as transformações nos hábitos de consumo relacionados à beleza e ao corpo. Identifica diferentes tipos de corpos como "reeducados", "renegados", "renovados" e "revisitados".
Texto 1 reflexões sobre a ética e o exercício do profissional farmacêuticotelma19
Este documento discute a ética e seu papel no exercício da profissão farmacêutica. A ética profissional busca humanizar o trabalho e colocá-lo a serviço das pessoas. Embora a ética tenha sido ensinada nos cursos de Farmácia, alguns farmacêuticos podem ter perdido sua identidade profissional e valores éticos. Os Conselhos Regionais de Farmácia regulamentam a ética da profissão e protegem o bem-estar público.
O documento apresenta uma análise de mensagens sobre o corpo veiculadas em blogs femininos entre 2008 e 2009. Trata-se de um estudo exploratório que classifica os blogs em três categorias: diálogos compensatórios, proféticos corporais e questionadores/reflexivos. A linguagem utilizada busca de forma persuasiva promover a busca por um corpo perfeito e idealizado.
A imagem da capa da revista "Superinteressante" de maio de 2009 representa uma barra de chocolate com o nome de diversas dietas populares escritos. A barra de chocolate coloca em questão a eficácia dessas dietas ao associá-las a um alimento calórico. A análise semiótica da imagem revela a intenção da reportagem de alertar sobre os perigos de dietas malucas e mitos relacionados a padrões de beleza.
O documento discute como os padrões de beleza impostos pela mídia e cultura ocidental influenciam negativamente a autoestima das pessoas e podem levar a distúrbios alimentares. A mídia, especialmente televisão e cinema, propaga ideias irreais sobre corpo perfeito que poucos conseguem atingir, fazendo com que muitos se sintam insatisfeitos. É importante valorizar a beleza individual de cada um em vez de se comparar a padrões irreais.
Este artigo analisa como revistas femininas brasileiras representam conceitos de corpo saudável ao longo do século XX e início do século XXI. As revistas propagam um "corpo ideal" que muda com o tempo, mas sempre promove a busca por aparência física perfeita. O artigo explora como essas representações refletem valores culturais e são influenciadas pela mídia e indústria da beleza.
O documento discute padrões de beleza corporal no contexto de Educação Física no Ensino Médio. Ele aborda a construção social dos padrões de beleza ao longo do tempo e como eles são influenciados pelas mídias, propondo uma reflexão crítica sobre esses temas. As atividades sugeridas incluem discussões sobre padrões de beleza, pesquisas sobre diferentes culturas e períodos históricos, e exercícios de ginástica.
Este documento apresenta os objetivos e conteúdos de uma disciplina sobre Corpo e Saúde. Os objetivos incluem contextualizar corpo e saúde, discutir a importância da atividade física e alimentação saudável, e abordar avaliação corporal e doenças crônicas. Os conteúdos tratam de concepções históricas de corpo, saúde, exercício, alimentação e avaliação corporal. A metodologia inclui discussões, avaliações e uma atividade prática para traçar o perfil corporal
O documento discute a busca pelo corpo perfeito na sociedade contemporânea e seus efeitos nos adolescentes. A mídia promove padrões irreais de beleza que levam os jovens a desenvolverem distúrbios alimentares e a praticarem exercícios em excesso para atingirem um corpo idealizado. Isso pode resultar em problemas de saúde física e mental como a anorexia, bulimia e vigorexia.
Este documento analisa os principais instrumentos de avaliação da imagem corporal utilizados em estudos brasileiros entre 1992 e 2007. Foram identificados 130 protocolos utilizados em 80 estudos, que foram agrupados em seis categorias: Questionários (27,7%), Entrevistas (25,4%), Desenhos (15,4%), Variáveis Antropométricas (15,4%), Escalas (10%) e Silhuetas (6,1%). O documento discute a diversificação desses instrumentos e a importância de se escolher o mais adequado para cada grupo pesquis
Este documento discute como o fator estético influencia a saúde psicológica. A pressão social para se encaixar em padrões de beleza pode impactar negativamente a autoestima e saúde mental. A sociedade enfatiza a aparência física em vez da saúde interior. Além disso, tratamentos estéticos buscam resolver problemas psicológicos, mas podem criar novos riscos à saúde mental.
O documento discute como as revistas femininas representam e propagam conceitos de corpo feminino saudável ao longo do tempo. Analisa seis revistas brasileiras de diferentes décadas desde a segunda metade do século XX, ilustrando mudanças nos conceitos de corpo saudável e na abordagem desses conceitos. Reflete sobre como o conceito de corpo saudável é socialmente construído e variou ao longo da história.
Aula 2 - Beauty standards (Part 1) ula de inglêsAldoBlfia1
O documento discute padrões de beleza na mídia e sociedade. Ele explora como a mídia estabelece padrões irreais e como isso pode afetar a autoestima das pessoas. O documento também analisa os padrões locais e defende a diversidade e aceitação de diferentes tipos de beleza.
O documento discute os fundamentos da ética e da legislação aplicada à radiologia. Apresenta definições de ética e discute a mutabilidade dos comportamentos éticos ao longo do tempo e entre culturas, devido a fatores como o conhecimento humano, tradições e avanços científicos. Também aborda a ética profissional e como seus princípios podem variar. O princípio fundamental da ética é "fazer o bem e evitar o mal", embora a compreensão do que é o bem possa diferir.
Bruna martins correa e lara alves schottenTatiana Lage
O documento descreve o desenvolvimento de um manual prático sobre aromaterapia para promover saúde e beleza. O objetivo é fornecer informações claras sobre quais óleos essenciais usar para diferentes desequilíbrios, facilitando o acesso a esta terapia. O manual inclui detalhes sobre aplicação dos óleos de acordo com cada caso.
A imagem corporal é construída desde a infância e influenciada por fatores sociais. A busca por um "corpo ideal" difundido pela mídia pode levar a problemas de saúde, como distúrbios alimentares. É preciso defender a diversidade corporal em vez de um único padrão.
O documento discute a preocupação excessiva com a aparência física na sociedade moderna e a busca por um corpo "perfeito", levando à medicalização e mercantilização do corpo humano. A indústria da beleza e da saúde promovem um padrão corporal irreal que gera insatisfação e dependência de procedimentos e produtos. Isso representa uma alienação do indivíduo e uma perda da noção do corpo como um todo complexo.
O documento discute a evolução histórica da percepção do corpo humano e como a sociedade contemporânea criou padrões irreais de beleza que levam a distúrbios. A imagem corporal é influenciada por fatores fisiológicos, psicológicos e sociais e está diretamente ligada à exposição a estereótipos midiáticos.
O documento discute como a filosofia e a estética podem melhorar a produtividade e o significado no trabalho. Apresenta a importância da beleza, verdade e bondade para criar um ambiente de trabalho agradável que liberte a criatividade. Também debate o significado da vida e como o amor criativo pode conferir propósito aos negócios.
O documento analisa a definição de saúde da OMS como "estado de completo bem-estar físico, mental e social". Em 3 frases:
1) A definição da OMS não é uma definição científica verdadeira, pois se limita à saúde humana e não abrange uma concepção geral de saúde.
2) O conceito de "bem-estar" na definição é problemático, pois pode significar diferentes coisas e um estado de completo bem-estar é utópico.
3) Embora a definição da
O Mais Belo Objecto De Consumo. O Corpo. Jean BaudrillardAndreia Martins
Este documento analisa como o corpo se tornou um objeto de consumo na sociedade moderna. Discute como a religião cristã reprimiu o corpo, mas com a revolução industrial e o capitalismo, o corpo passou a ser visto como mão-de-obra. Com o surgimento da sociedade de consumo, o corpo se tornou o objeto mais belo de consumo, com a beleza se tornando um status social ditado pela moda e mídia.
O documento discute o papel do corpo no regime totalitário e ao longo da história. Argumenta que o corpo foi frequentemente usado e desumanizado nesses regimes em favor do Estado. Também reflete sobre a importância da "inutilidade" do corpo e como ele deve ser permitido viver livremente para que o indivíduo possa encontrar alegria e felicidade.
Este documento trata sobre la comunicación y el bienestar. Brevemente discute temas como la comunicación efectiva, la comunicación y la confianza, y la comunicación y la autoestima. También menciona brevemente los problemas de comunicación entre personas con diferentes idiomas nativos y formas de mejorar la comunicación.
Este documento discute la gratitud y su importancia para el bienestar individual y las relaciones sociales. Define la gratitud como el reconocimiento de los beneficios recibidos de otros y propone que genera reciprocidad y vínculos positivos. También explora conceptos como la auto-gratitud y cómo desarrollar la autoestima a través de procesos autorreguladores.
O documento apresenta uma análise de mensagens sobre o corpo veiculadas em blogs femininos entre 2008 e 2009. Trata-se de um estudo exploratório que classifica os blogs em três categorias: diálogos compensatórios, proféticos corporais e questionadores/reflexivos. A linguagem utilizada busca de forma persuasiva promover a busca por um corpo perfeito e idealizado.
A imagem da capa da revista "Superinteressante" de maio de 2009 representa uma barra de chocolate com o nome de diversas dietas populares escritos. A barra de chocolate coloca em questão a eficácia dessas dietas ao associá-las a um alimento calórico. A análise semiótica da imagem revela a intenção da reportagem de alertar sobre os perigos de dietas malucas e mitos relacionados a padrões de beleza.
O documento discute como os padrões de beleza impostos pela mídia e cultura ocidental influenciam negativamente a autoestima das pessoas e podem levar a distúrbios alimentares. A mídia, especialmente televisão e cinema, propaga ideias irreais sobre corpo perfeito que poucos conseguem atingir, fazendo com que muitos se sintam insatisfeitos. É importante valorizar a beleza individual de cada um em vez de se comparar a padrões irreais.
Este artigo analisa como revistas femininas brasileiras representam conceitos de corpo saudável ao longo do século XX e início do século XXI. As revistas propagam um "corpo ideal" que muda com o tempo, mas sempre promove a busca por aparência física perfeita. O artigo explora como essas representações refletem valores culturais e são influenciadas pela mídia e indústria da beleza.
O documento discute padrões de beleza corporal no contexto de Educação Física no Ensino Médio. Ele aborda a construção social dos padrões de beleza ao longo do tempo e como eles são influenciados pelas mídias, propondo uma reflexão crítica sobre esses temas. As atividades sugeridas incluem discussões sobre padrões de beleza, pesquisas sobre diferentes culturas e períodos históricos, e exercícios de ginástica.
Este documento apresenta os objetivos e conteúdos de uma disciplina sobre Corpo e Saúde. Os objetivos incluem contextualizar corpo e saúde, discutir a importância da atividade física e alimentação saudável, e abordar avaliação corporal e doenças crônicas. Os conteúdos tratam de concepções históricas de corpo, saúde, exercício, alimentação e avaliação corporal. A metodologia inclui discussões, avaliações e uma atividade prática para traçar o perfil corporal
O documento discute a busca pelo corpo perfeito na sociedade contemporânea e seus efeitos nos adolescentes. A mídia promove padrões irreais de beleza que levam os jovens a desenvolverem distúrbios alimentares e a praticarem exercícios em excesso para atingirem um corpo idealizado. Isso pode resultar em problemas de saúde física e mental como a anorexia, bulimia e vigorexia.
Este documento analisa os principais instrumentos de avaliação da imagem corporal utilizados em estudos brasileiros entre 1992 e 2007. Foram identificados 130 protocolos utilizados em 80 estudos, que foram agrupados em seis categorias: Questionários (27,7%), Entrevistas (25,4%), Desenhos (15,4%), Variáveis Antropométricas (15,4%), Escalas (10%) e Silhuetas (6,1%). O documento discute a diversificação desses instrumentos e a importância de se escolher o mais adequado para cada grupo pesquis
Este documento discute como o fator estético influencia a saúde psicológica. A pressão social para se encaixar em padrões de beleza pode impactar negativamente a autoestima e saúde mental. A sociedade enfatiza a aparência física em vez da saúde interior. Além disso, tratamentos estéticos buscam resolver problemas psicológicos, mas podem criar novos riscos à saúde mental.
O documento discute como as revistas femininas representam e propagam conceitos de corpo feminino saudável ao longo do tempo. Analisa seis revistas brasileiras de diferentes décadas desde a segunda metade do século XX, ilustrando mudanças nos conceitos de corpo saudável e na abordagem desses conceitos. Reflete sobre como o conceito de corpo saudável é socialmente construído e variou ao longo da história.
Aula 2 - Beauty standards (Part 1) ula de inglêsAldoBlfia1
O documento discute padrões de beleza na mídia e sociedade. Ele explora como a mídia estabelece padrões irreais e como isso pode afetar a autoestima das pessoas. O documento também analisa os padrões locais e defende a diversidade e aceitação de diferentes tipos de beleza.
O documento discute os fundamentos da ética e da legislação aplicada à radiologia. Apresenta definições de ética e discute a mutabilidade dos comportamentos éticos ao longo do tempo e entre culturas, devido a fatores como o conhecimento humano, tradições e avanços científicos. Também aborda a ética profissional e como seus princípios podem variar. O princípio fundamental da ética é "fazer o bem e evitar o mal", embora a compreensão do que é o bem possa diferir.
Bruna martins correa e lara alves schottenTatiana Lage
O documento descreve o desenvolvimento de um manual prático sobre aromaterapia para promover saúde e beleza. O objetivo é fornecer informações claras sobre quais óleos essenciais usar para diferentes desequilíbrios, facilitando o acesso a esta terapia. O manual inclui detalhes sobre aplicação dos óleos de acordo com cada caso.
A imagem corporal é construída desde a infância e influenciada por fatores sociais. A busca por um "corpo ideal" difundido pela mídia pode levar a problemas de saúde, como distúrbios alimentares. É preciso defender a diversidade corporal em vez de um único padrão.
O documento discute a preocupação excessiva com a aparência física na sociedade moderna e a busca por um corpo "perfeito", levando à medicalização e mercantilização do corpo humano. A indústria da beleza e da saúde promovem um padrão corporal irreal que gera insatisfação e dependência de procedimentos e produtos. Isso representa uma alienação do indivíduo e uma perda da noção do corpo como um todo complexo.
O documento discute a evolução histórica da percepção do corpo humano e como a sociedade contemporânea criou padrões irreais de beleza que levam a distúrbios. A imagem corporal é influenciada por fatores fisiológicos, psicológicos e sociais e está diretamente ligada à exposição a estereótipos midiáticos.
O documento discute como a filosofia e a estética podem melhorar a produtividade e o significado no trabalho. Apresenta a importância da beleza, verdade e bondade para criar um ambiente de trabalho agradável que liberte a criatividade. Também debate o significado da vida e como o amor criativo pode conferir propósito aos negócios.
O documento analisa a definição de saúde da OMS como "estado de completo bem-estar físico, mental e social". Em 3 frases:
1) A definição da OMS não é uma definição científica verdadeira, pois se limita à saúde humana e não abrange uma concepção geral de saúde.
2) O conceito de "bem-estar" na definição é problemático, pois pode significar diferentes coisas e um estado de completo bem-estar é utópico.
3) Embora a definição da
O Mais Belo Objecto De Consumo. O Corpo. Jean BaudrillardAndreia Martins
Este documento analisa como o corpo se tornou um objeto de consumo na sociedade moderna. Discute como a religião cristã reprimiu o corpo, mas com a revolução industrial e o capitalismo, o corpo passou a ser visto como mão-de-obra. Com o surgimento da sociedade de consumo, o corpo se tornou o objeto mais belo de consumo, com a beleza se tornando um status social ditado pela moda e mídia.
O documento discute o papel do corpo no regime totalitário e ao longo da história. Argumenta que o corpo foi frequentemente usado e desumanizado nesses regimes em favor do Estado. Também reflete sobre a importância da "inutilidade" do corpo e como ele deve ser permitido viver livremente para que o indivíduo possa encontrar alegria e felicidade.
Este documento trata sobre la comunicación y el bienestar. Brevemente discute temas como la comunicación efectiva, la comunicación y la confianza, y la comunicación y la autoestima. También menciona brevemente los problemas de comunicación entre personas con diferentes idiomas nativos y formas de mejorar la comunicación.
Este documento discute la gratitud y su importancia para el bienestar individual y las relaciones sociales. Define la gratitud como el reconocimiento de los beneficios recibidos de otros y propone que genera reciprocidad y vínculos positivos. También explora conceptos como la auto-gratitud y cómo desarrollar la autoestima a través de procesos autorreguladores.
El documento habla sobre el sufrimiento mental, sus causas como trauma, estrés crónico e interacción social negativa, y ejemplos como violencia familiar y trastorno de estrés postraumático. También discute formas de prevenir y tratar el sufrimiento mental a nivel comunitario como identidad cultural, empoderamiento del paciente, fuerza de la comunidad y actividades como arte, deporte y danza.
Este documento describe los círculos viciosos y virtuosos en el trauma. Explica dos síndromes relacionados con el trauma: el síndrome de estrés postraumático y el crecimiento postraumático. Proporciona ejemplos de cómo un círculo vicioso puede conducir a problemas de salud, mientras que un círculo virtuoso puede promover la sanación. También discute cómo compartir la experiencia socialmente puede favorecer el crecimiento y romper el círculo vicioso.
All we can hope for is to provide positive conditions for PTSD management
The most positive results have come from cognitive and mindfulness methods. However, they are compromised by intruding thoughts, hypervigilance and attention deficit
Compound movements performed in relatively isolated (“protected”) environments, heavy enough to require complete recruitment of cortical (motor cortex) and non-cortical (extra-pyramidal) CNS resources may “short-circuit” the automatic trauma response.
In other words, technique-oriented compound movement strength training may provide the necessary resources for trauma survivors to gain some control over their lives
This document discusses stress and physical activity. It notes that while scientific research is important, practitioners must bridge gaps in knowledge. Exercise has been shown to positively impact responses to psychosocial stress. The neuroendocrinology of stress and exercise is complex, involving many systems. A balanced approach that combines established frameworks with tailored experiences for individuals is recommended.
This document describes a sponsorship opportunity for the Raw Unity Meets (RUM) powerlifting competition. Sponsors would receive digital and event branding benefits depending on their contribution level - Gold, Silver, Bronze, Supporter, or Patron. The 3-day January 2021 event in Florida expects 150 athletes and would provide sponsors visibility to RUM's social media followers totaling over 500,000 through posts and a promotional digital folder shared by influencers.
Coaching your kCoaching your kid: how to manage being a parent and a coach idMarilia Coutinho
Coaching your own child is often hard enough for very experienced coaches to ask a friend to do it. That happens not only in the sports, but in the arts and in the sciences. There are many cases of extremely talented athletes, artists and scientists that were not trained by their parents.
For anyone looking from the outside, it is obvious that the parental example made an impact and determined the course of actions. But how many cases of resentful people we all know where a parent tried to impose his own profession or skill on his child and the result was pain and confusion? Why and how do some people succeed where others fail?
Here we asked some successful coaches to share the stories of how they managed the coach-parent double role.
This document discusses the challenges of coaching one's spouse in athletics. While coaching a family member can be difficult, coaching a spouse presents even more challenges due to the intimate nature of the relationship between spouses. Some experts argue that competition and conflict are inevitable when a spouse takes on the role of coach. The document seeks perspectives from people who have successfully coached their spouses on how they navigated this dynamic.
1) Coaching one's parents in exercise is inherently difficult as it inverts the typical parent-child power dynamic where parents are the authority figures.
2) Most coaches and experienced athletes who have tried to coach their parents have failed, as it is hard for parents to accept instruction or orders from their children.
3) The article seeks to understand how some people have succeeded in coaching their parents by exploring what different mindsets may be required of both the parent being coached and the child doing the coaching.
This project was devised as a means to collect experiences and comments from women involved in the strength sports. It is a short questionnaire (14 questions) exploring what it was like to be or become strong, the meaning of strength to the responder and the relationship with their social environment (family and friends and society at large).
One question is posted each week on social media and the answers are collected. None of the previous questions is deleted, so that they are always available for more comment. If anyone prefers to answer them all at once (and not in interactive form), they can just download the file and do it.
Marilia Coutinho has degrees in biology, chemistry, and sociology from the University of Sao Paulo. She has worked as a postdoctoral fellow in the US and visiting scholar in Brazil. Her research focuses on the sociology of science, physical fitness, nutrition, and strength sports. She currently owns a consulting company and is involved in powerlifting as an athlete and administrator.
Lecture and course subjects - Dr. Marilia CoutinhoMarilia Coutinho
Dr. Marilia Coutinho is a lecturer on various strength training and exercise science topics. She teaches courses on strength training methodology using motor learning approaches, the foundations of strength training and how it relates to human movement, and new trends in strength training using old training methods like powerlifting and kettlebell training. Some of her other courses examine the relationship between exercise, stress and mental health, the history and techniques of women's strength training, the history and structure of strength sports, and using evidence-based research to make health decisions.
This document provides biographical information and athletic achievements for Marilia COUTINHO, a 51-year-old Brazilian powerlifter. Some of her accomplishments include winning gold at the 2012 World Championships in the 60kg total category with a lift of 425kg, and setting numerous national and personal bests in powerlifting events between 2007-2014 in weight classes ranging from 52kg to 60kg. The detailed career highlights and results sections list over 100 individual competition performances.
O documento discute temas como superação, assumir riscos, determinação, inovação, criatividade, lidar com fracassos, e motivação. Ele explica esses conceitos e como eles são importantes para o sucesso individual e organizacional.
O esporte e a arte, de maneira geral, têm o potencial de empoderar jovens vulneráveis através de ferramentas para a construção de identidades, representações e auto-representações positivas, além de protegê-los de situações de risco.
IPL sanction certificate for the Brazilian National ChampionshipMarilia Coutinho
The International Powerlifting League grants sanction number 13-050 to the Brazil National Championship powerlifting meet taking place October 12-13, 2013 with meet director Marilia Coutinho. The IPL will not be liable for any injuries during the meet and all competitors must be registered with IPL Brazil. Within 14 days, the meet results and score cards must be submitted to the IPL World Office.
In this article, I will give an overview of this literature according to one recent review (Renfro & Ebben 2006, which basically covers the most important articles in the field), point out evidence that may be useful for us, lifters, show a little of what has been the technological development of this equipment and offer some practical tips from the platform.
2. M A R I L I A CO U T I N H O . C O M
Formolatria
A D E S U M A N I Z A Ç Ã O D O C O R P O H U M A N O
O Q U E É , CO M O I D E N TI F I C A R E CO M O C O M B A T E R P E LO B E M D O S S E U S F I L H O S,
A L U N O S E V O C Ê M E S M O
mariliacoutinho.com
http://www.mariliacoutinho.com
Coutinho, M.
Formolatria / Marilia Coutinho – 1a edição – São Paulo, Brasil
Como citar: COUTINHO, M. Formolatria. São Paulo: Mariliacoutinho.com, 2013.
3. Índice
Introdução................................................................................ 4
De onde vem a formolatria....................................................... 4
Formolatria e indústria da beleza ............................................. 6
Formolatria e (má) ciência...................................................... 10
Formolatria e desordens dismórficas...................................... 17
Formolatria, opressão e violência: opressão de gênero,
racismo, pedofilia e exclusão de estéticas desviantes e
etárias............................................................................. 20
Formolatria e sexo ................................................................. 27
Formolatria, seus filhos e outras crianças: o que fazer........... 29
Formolatria, seus pacientes e alunos: medicina e educação
física ............................................................................... 29
Formolatria e você ................................................................. 29
Leia mais................................................................................ 31
4. F O R M O L A T R I A
1
Introdução
Like the Chapter Title Style above and the Chapter Subtitle you’re
reading, preset styles in Microsoft Word are just a few clicks away.
ão adianta procurar no dicionário: este termo não existia até eu inventá-lo,
uns meses atrás. Eu o cunhei em resposta a uma pergunta feita por uma
jornalista. Ela perguntava minha opinião sobre o que é chamado de
“corpolatria”, um culto ao corpo que estaria subjacente à indústria da beleza,
do fitness e da moda. Respondi que não acreditava num culto ao corpo, pois o corpo é
concreto, individual e irredutível a padrões. O que existe são os padrões em si, que são
formas ideais. Estas formas ideais é que estavam sendo cultuadas. Daí “formolatria”:
um culto à forma (ideal, não material ou concreta).
Porque a formolatria é a comoditização de algo por definição inexistente e inatingível,
ela é desumanizante. Por ser desumanizante, faz muito mal à saúde humana. Portanto
eu, que de hipócrita não tenho muito, não nego minha normatividade: a formolatria é
“do mal”.
Este e-book é uma formalização do meu conceito de formolatria e um pequeno
manual para o emprego do mesmo em seu favor. Espero munir você, leitor(a), com
ferramentas para se defender da formolatria, construir ou reforçar uma representação
saudável do seu próprio corpo, empoderar-se ao se apropriar disso que, no fundo é
você (seu corpo), defender seus filhos, alunos e amigos, aumentar a dose de tolerância
numa sociedade doente por intolerância e ajudar a combater uma das mais nefastas e
perniciosas indústrias da economia de mercado contemporânea, pois não gera nada de
útil ou proveitoso para a civilização.
Ambicioso: se eu alcançar uma fração milesimal destes objetivos, morro feliz. Então
vamos lá.
De onde vem a formolatria
A formolatria é um tipo de perversão: um desvio da versão de como deveria ser. E qual
seria essa versão? Uma em que a forma e seu conteúdo fossem apenas recursos
heurísticos para se falar de algo. Ou seja: não têm existência real. Tudo que tem forma,
tem conteúdo e tudo que é conteúdo, tem alguma forma. Principalmente se for um
corpo.
“Forma” é uma palavra que deriva do latim FORMA, que quer dizer molde, formato,
recipiente e possivelmente está relacionada à palavra grega MORPHE, associada aos
N
5. F O R M O L A T R I A
2
significados de aparência, beleza e forma. Forma é uma referência direta ao conteúdo.
Um molde é molde para algo, um recipiente o é de algo que o preenche, uma aparência
o é do que aparenta. É um conceito referente: não tem existência ou definição
independente (como quase tudo).
A ênfase numa “boa forma”, numa aparência melhor, já contém, em si, uma proposta
de separação entre coisas que não são separáveis: a forma de seu conteúdo. Até mesmo
a expressão “isso tem uma aparência boa” contém um sub-texto de dúvida: “esta torta
parece boa, mas não tenho como garantir que não esteja estragada”. Dizer que algo
“parece bom” é muito diferente de afirmar que “é bom”.
A ênfase na forma de um corpo, portanto, é mais uma versão da alienação corporal,
possivelmente a mais prejudicial,. Alienar significa separar, afastar algo que pertence a
alguém. Alienação corporal é a separação, impossível e imaginária, entre você e seu
corpo (Coutinho, 2011). A manifestação fundamental da alienação corporal é a famosa
“separação mente-corpo”. Naturalmente, ela não existe. A mente, ou as manifestações
cognitivas e emocionais de uma pessoa, são tão “ela mesma” quanto sua pressão
arterial ou função hepática. Para falar sobre algo, estudá-lo ou entendê-lo, criamos
categorias de representação. Estas categorias não estão lá na realidade: estão na nossa
cabeça. “O corpo” e “a mente” são representações que criamos para falar de um todo
em que tudo é contínuo: o indivíduo.
No entanto, uma série de determinantes históricas e culturais criaram uma
representação segundo a qual estes dois entes seriam independentes: corpo e mente. A
sede do “eu” está na mente e o corpo é externo a ele. Dessa operação abstrata derivam
várias outras falsas separações.
Chegamos à separação entre forma e conteúdo do corpo, entre forma e função e às
oposições angustiantes entre estética e saúde.
Se o corpo pode ser separado do “eu”, então a forma pode ser abstraída e nesta
operação, destilada uma forma ideal, que, por definição, é uma idéia e não matéria.
Essa idéia é passível de padronização, normatização, demonização, e várias outras
atribuições de valor. Finalmente, é passível de comoditização, ou seja: ser
transformada num bem de consumo comprável.
Como tantos outros bens transformados em objeto de desejo incontrolável pelo
marketing das grandes indústrias, a forma se torna obsessão.
Nasce a formolatria, o culto a uma forma ideal, a um ideal estético inatingível por
definição, já que não pertence ao mundo das coisas, e sim ao das idéias desencarnadas
(fig.1).
6. F O R M O L A T R I A
3
Figura 1: Nasce a formolatria
O “homem ideal” é só uma
idéia, a “mulher ideal” é só
uma idéia, não lhe
pertencem, não são uma
obrigação e fazem mal à
saúde. Como combater? É
uma guerra de idéias: idéias
se combatem com idéias
mais poderosas. Invista nelas.
Formolatria e indústria da beleza
Acho seguro dizer que a forma contemporânea de obsessão estética, esta que eu
nomeei formolatria, é produto do marketing da indústria da beleza. O que é a indústria
da beleza?
A indústria da beleza, stricto sensu, são os ramos da indústria, comércio e serviço que
compreendem os cosméticos, perfumes, cuidados com a pele e cabelos. Neste texto, a
expressão tem um sentido mais abrangente. Por “indústria da beleza”, refiro-me aos
setores econômicos que compreendem toda a produção de uma estética
socialmente construída como bela:
• A indústria da moda, compreendendo os ditames do vestuário socialmente
qualificado e dos tipos de corpos que melhor preenchem este vestuário;
adereços; calçados (figs. 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4);
• Setores da medicina ligados à estética: endocrinologia voltada ao
emagrecimento, medicina esportiva que atende as demandas de
modificação estética da composição corporal, cirurgia plástica estética, etc.
(figs. 3.1, 3.2 e 3.3);
9. 6
Figura 3.1 – Setores da medicina ligados à estética
Figura3.2 - Setores da medicina ligados à estética
10. 7
Figura3.3 - Setores da medicina ligados à estética
• A indústria do fitness, que engloba os estabelecimentos que oferecem
modalidades de treinamento para a modificação da composição e forma
corporal voltada à estética, os sistemas de treinamento e/ou atividade física
voltados para a modificação da forma física, etc. (figs 4.1, 4.2 e 4.2);
• A indústria farmacêutica: os produtos anorexígenos para emagrecimento
estético, os produtos para embelezamento da pele, etc. (figs 5.1, 5.2, 5.3 e
5.4)
• A indústria alimentícia: os alimentos diet voltados para o público
interessado em estética (em oposição aos portadores de desordens
metabólicas ou em busca de qualidade de vida) (fig. 6)
• A indústria da nutrição esportiva: boa parte da qual gera produtos menos
para atletas e performance do que para emagrecimento e ganho de massa
magra para objetivos estéticos de praticantes recreacionais (fig. 7)
11. 8
Figura 4.1 – Indústria do fitness Figura 4.2 - Indústria do fitness
Figura 4.3 - Indústria do fitness Figura 4.4 - Indústria do fitness
Figura 5.1 – Indústria farmacêutica Figura 5.2 - Indústria
farmacêutica
12. 9
Figura 5.3 – Indústria farmacêutica Figura 5.4 – Indústria farmacêutica
Figura 6 – Indústria alimentícia Figura 7 - A indústria da nutrição
esportiva
• O mercado editorial da beleza: moda, dietas, cosmética e beleza em geral
(figs 8.1, 8.2, 8.3 e 8.4)
• A indústria pornográfica mainstream: é uma espécie de forma destilada e
essencial dos conceitos criados pela indústria da beleza. Criada
exclusivamente para o consumo sexual (figs 9.1 e 9.2)
13. 10
Figura 8.1 - O mercado editorial da
beleza
Figura 8.2 - O mercado editorial da
beleza
Figura 8.3 - O mercado editorial da
beleza
Figura 8.4 - O mercado editorial da
beleza
14. 11
Figura 9.1 - A indústria pornográfica
mainstream
Figura 9.2 - A indústria pornográfica
mainstream
Existem levantamentos individuais sobre o crescimento e tamanho de cada uma em
particular, mas é impossível estimar as dimensões econômicas da indústria da beleza na
acepção abrangente apresentada aqui. É seguro sugerir alguns bilhões de dólares.
Estima-se mais de 20 bilhões de dólares só em cosméticos.
O marketing deste segmento como um todo é dos mais sofisticados de toda a
economia de mercado contemporânea. Os diversos públicos (primário, secundário),
suas diversas linguagens e sub-culturas mobilizam exércitos de profissionais para uma
publicidade digna da produção de todo um complexo cultural. Trata-se de criar
dinamicamente, alimentar e inculcar um padrão de beleza, um sistema de avaliação e
leitura estética e simultaneamente orientar atitudes e comportamentos. É preciso criar
categorias, representações, modelos de situação, enfim: cercar, por todos os lados,
culturas e sub-culturas.
Estas atitudes e comportamentos se manifestam em julgamentos, hábitos de consumo,
decisões quanto ao próprio corpo (alimentares, de atividade física, de modificação
corporal, etc), decisões profissionais, sexuais, e de relacionamento em geral, afinidades
e rejeições (nos extremos da atração e agressão), preconceitos e aceitação, entre outros.
Se você observar a lista, praticamente definem uma proporção assustadoramente
grande do comportamento humano diário.
Ou seja: este complexo sofisticadíssimo de inculcação cultural controla as sociedades
modernas. E tem que controlar: o tamanho gigantesco dos segmentos econômicos que
dependem deste controle fazem com que assim o seja. Isto se chama PODER: para
que estes segmentos assegurem sua continuidade e lucros, devem exercer o mais
completo controle sobre a cultura que constroem e comandam (figs 10.1, 10.2, 10.3,
10.4 e 10.5).
15. 12
Figura 10.1 – o marketing da indústria da
beleza
Figura 10.2 – o marketing da indústria da
beleza
Figura 10.3 – o marketing da indústria da
beleza
Figura 10.4 – o marketing da indústria da
beleza
Figura 10.1 – o marketing da indústria da
beleza
16. 13
A existência de padrões de beleza é parte de qualquer cultura humana. Não há nada de
negativo (nem positivo) nisso: é simplesmente uma faceta da existência cultural. O que
eu problematizei neste texto foi a produção de padrões de beleza pela mais poderosa
força desta sociedade em particular, caracterizada pela economia de mercado: a
indústria da beleza.
A beleza que a maioria das pessoas em volta de você pode achar desejável é aquela que
foi imposta por um complexo econômico que independe das suas vontades, desejos,
história de vida, pulsões, paixões e necessidades. Foi criada exclusivamente pelo
imperativo do lucro das indústrias deste segmento.
Formolatria e (má) ciência
A formolatria tem seus sustentáculos intelectuais também. A maior parte deles adere de
uma maneira ou de outra ao discurso da psicologia evolutiva. A psicologia evolutiva é a
escola intelectual que mais ferozmente advoga o caráter inato, e não socialmente
construído, do julgamento e apreciação da beleza.
Pesquisas bem financiadas com uma base de dados respeitável “demonstraram”, com
igualmente respeitável certeza estatística, que a beleza existe “lá fora”, como algo
concreto, próprio a uns e ausente em outros. Diante das críticas feitas por estudiosos
de linhagens mais reflexivas da antropologia, da sociologia e mesmo da própria
psicologia, os adeptos da psicologia evolutiva ofereceram “experimentos cruciais”
(considerados como aqueles que eliminam uma determinada controvérsia).
As falhas metodológicas dos ditos experimentos não são muito difíceis de expor e
alguns se tornaram escândalos de mídia.
Um dos mais radicais e claramente enviesado ideologicamente de seus proponentes é
Satoshi Kanazawa. O autor sugere que a capacidade inata de julgar e apreciar beleza se
expressa desde o nascimento e publicou um artigo com “dados” que confirmariam que
crianças se comportam melhor sob os cuidados de babás mais atraentes do que sob os
cuidados de babás feias. Este mesmo pseudo-cientista afirmou que negros são
“biologicamente” menos bonitos do que brancos. É difícil levar alguém assim a sério.
Existem outros estudos mais perturbadores dessa famosa (e popular) escola intelectual.
Um deles propõe que a atração “natural” dos homens por mulheres menos inteligentes
(seja lá o que o grupo que pesquisou entenda como tal) é adaptativa: estaria codificado
no genoma masculino escolher fêmeas de maior vulnerabilidade para oferecer sua
proteção e garantir sua continuidade genética. Aos perplexos cientistas de verdade
observando a popularidade deste ramo questionável de estudos pairam dúvidas sobre
como não houve um questionamento imediato quanto à lógica de um argumento deste
17. 14
tipo. Não parece que se algo fosse “natural”, seria a escolha da fêmea mais inteligente,
mais forte e mais agressiva do bando, pois num grupo caçador-coletor seria ela a
melhor candidata a garantir a continuidade genética daquele macho?
O mais curioso desta trajetória conservadora de biologização de tudo é que ela tende a
negligenciar o fato óbvio de que ser “natural” não tem nenhuma relação com que algo
seja positivo ou aceitável. Infanticídio, incesto, tortura – tudo isso é natural. Estupro
também e canibalismo idem. Como ficamos?
Finalmente, há pelo menos um século é consenso que as categorias simbólicas que
permitem o julgamento e apreciação do belo (ausente em animais incapazes de
abstração) são, há milênios, socialmente construídas em nossa espécie, conforme
condições inteiramente arbitrárias.
Má ciência sempre existiu. É a ciência praticada sem freios à serviço de uma
determinada ideologia ou interesse econômico. A má ciência da psicologia evolutiva no
caso da beleza humana, que resulta em afirmações racistas, misóginas, preconceituosas,
excludentes e conservadoras está na mesma linha da eugenia nazista ou da “ciência do
criacionismo” da direita cristã. Não deve ser levada a sério como interlocutor, mas deve
ser seriamente combatida, pois é uma mentira fantasiada de verdade.
Formolatria e desordens dismórficas
Observe atentamente os dois conjuntos de figuras abaixo:
Figura 11.2 - Kate Moss
Figura 11.3 - Alessandra
Ambrosio
Figura 11.1 - Irene
Onteva
18. 15
Figura 12.1 – Anoréxica posando
Figura 12.2 – Anoréxica posando
Figura 12.4 – Anoréxica posando
Figura 12.3 – Anoréxica posando
19. 16
Figura 12.5 – Anoréxica posando
A primeira seqüência (figs 11) são top models famosas. Nesta profissão, por exigência
contratual, as mulheres devem ter um IMC extremamente baixo (de 18 para menos).
De acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos com
IMC menor que 18 são classificados como “adultos magros” e são o indicador oficial
para as estatísticas de fome endêmica. Não parece muito complicado entender que,
mesmo diante da inadequação do IMC para medir saúde, ele meça doença. Modelos
são pessoas que sofrem risco de saúde permanente por manter-se no limiar da
sarcopenia (depleção de massa magra), pois é impossível manter-se nos padrões
exigidos pelos contratantes tendo uma quantidade mais substancial de músculo. No
entanto, ainda assim podem levar vidas saudáveis (com cuidado).
As figuras 12 são de portadoras de uma das mais sérias desordens dismórficas
conhecidas: a anorexia nervosa. Escolhi imagens onde estas pacientes se exibem (ou de
fato são, por perversões do mercado) como modelos de moda.
A distância entre as primeiras imagens, de modelos “saudáveis”, e as últimas, de
mulheres em estado de terminalidade, vitimadas por uma seríssima desordem
dismórfica, é apenas de alguns graus.
A anorexia é uma séria desordem psiquiátrica. No entanto, como tantas outras, ela tem
uma história cultural. É uma doença da modernidade. Embora sempre deva ter
existido de uma maneira ou de outra, talvez como manifestação rara, hoje ela adquiriu
alarmantes proporções. A National Association of Anorexia Nervosa and Associated
Disorders (ANAD) relata que a anorexia nervosa é a terceira doença mais comum
entre adolescentes, que a taxa de mortalidade desta desordem é 12 vezes maior do que
a de qualquer outra causa de morte para mulheres entre 15 e 24 anos e que metade das
garotas e um terço dos garotos da pesquisa realizada confirmaram utilizar métodos
20. 17
não-saudáveis para perder peso. Dados mais alarmantes da mesma pesquisa desta
associação mostram que 47% das garotas entre a 5ª e a 12ª série (sistema americano)
queriam perder peso por causa de fotos de revistas e que 69% afirmaram que seu ideal
de um corpo perfeito é derivado destas mesmas fotos (Collins 1991 e Mellin et al
1991).
Formolatria mata, e não mata pouco.
Formolatria, opressão e violência: opressão de
gênero, racismo, pedofilia e exclusão de estéticas
desviantes e etárias
A formolatria é opressiva a homens e mulheres. Ela é um fenômeno da economia de
mercado que produz doença, infelicidade e violência na sociedade, como um todo. Ela
gera insatisfação e erosão da qualidade de vida tanto para a mulher que se norteia pela
moça digital sempre jovem de enormes seios, cintura fina, lábios carnudos e bundão
como para o homem que busca o inatingível ideal do outdoor photoshopado de
desodorante ou cueca exibindo o moço bronzeado sequinho, alto e longilíneo.
A forma da mulher e homem ideal, por serem um conceito de comoditização, fixam
elementos de raça, antropometria, idade, entre outros atributos. Assim, a massa da
população humana mundial tem como parâmetro de beleza algo de que terá mais de
90% de chance de desviar muito, alguma chance de desviar bastante, e pouquíssima
chance de desviar minimamente.
A formolatria, por suas relações promiscuas com a indústria pornográfica, dissemina
uma estética contaminada por uma sexualidade vulgar, comercial e degradante, ainda
que em graus variados de manifestação. Já vimos um dos efeitos destrutivos da
formolatria sobre crianças e adolescentes, que é a anorexia.
O outro efeito é a sexualização adulta precoce e a pedofilia. Crianças são vitimas mais
fáceis da publicidade do que adultos. Elas rapidamente “compram” a estética adulta da
formolatria. Meninas e meninos buscam ajustar-se a esta forma ideal tanto quanto os
adultos. Meninas se expõe como objetos de admiração pedófila através de vestimenta,
gestual e comportamento de risco. Meninos buscam o uso de esteróides anabolizantes
no desespero de produzir os corpos masculinos idealizados. A indústria da pedofilia
cresce às custas de ambos (figs 13.1, 13.2, 13.3 e 13.4).
21. 18
Figura 13.1. – A sexualização adulta
precoce e a pedofilia
Figura 13.2. – A sexualização adulta
precoce e a pedofilia
Figura 13.3. – A sexualização adulta
precoce e a pedofilia Figura 13.4. – A sexualização adulta
precoce e a pedofilia
As pessoas acima (ou que pareçam acima) de seus 25 anos estão fora do padrão. Para
os marqueteiros da formolatria e seus pseudo-cientistas, são feios. Bilhões de homens e
mulheres condenados a um espelho que os desqualifica e reprova, que ridiculariza a
22. 19
menospreza sua sexualidade e que, enfim, os sacrifica à não-corporalidade. Se seu
corpo é feio, não atraente e de maneira geral inadequado, sua única forma possível de
existência é a “essencial”. Num jogo perverso com a própria formolatria que impõe
uma idéia desencarnada como meta universal, o homem e mulher mais velhos devem
se desencarnar e se tornar “essência”, idéia. Talvez, mesmo, morrer.
Veja as imagens abaixo (figs 14.1, 14.2, 14.3, 14.4, 14.5 e 14.6). Você vê beleza nestes
homens e mulheres? Se você chegou até aqui, provavelmente vê. Eles também vêem:
são pessoas especiais, que já mergulharam na crítica à formolatria e sobreviveram ao
seu poder destrutivo. E os bilhões que não têm os recursos culturais, educacionais e
emocionais para isso?
Figura 14.1. – Pessoas acima da faixa etária
“permitida” para a beleza formolátrica
Figura 14.2. – Pessoas acima da faixa etária
“permitida” para a beleza formolátrica
Figura 14.3. – Pessoas acima da faixa etária
“permitida” para a beleza formolátrica
Figura 14.4. – Pessoas acima da faixa etária
“permitida” para a beleza formolátrica
23. 20
Figura 14.5. – Pessoas acima da faixa etária
“permitida” para a beleza formolátrica
Figura 14.6. – Pessoas acima da faixa etária
“permitida” para a beleza formolátrica
A formolatria é racista (figs 15.1, 15.2, 15.3, 15.4 e 15.5). Como afirma nosso pseudo-
cientista default, Satoshi Kanazawa, negros são menos atraentes que brancos. Do
teclado de um racista misógino escudado por um título acadêmico, isso causa apenas
revolta e desprezo. Observe, no entanto, a mídia formolátrica: o sub-texto de suas
imagens é idêntico. Negros e negras podem até ser “bonitinhos”, desde que
aproximados, de alguma maneira, da “aparência” ariana. Alisando o cabelo, já melhora.
Narizes mais finos, corpos longilíneos, idem. “Caucasianeie-se, negro, e você se torna
um pouco mais aceitável”, diz a formolatria.
24. 21
Figura 15.1. – A formolatria é racista
Figura 15.1. – A formolatria é racista
Figura 15.1. – A formolatria é racista
Figura 15.1. – A formolatria é racista
A formolatria é machista. Toda a insegurança, angústia e mal estar causados pela
inatingível imagem do homem ideal nos homens pode ser multiplicada por dez e
teremos uma aproximação do seu efeito devastador sobre as mulheres.
Não é nenhuma revelação inédita que o principal cliente da indústria da beleza é a
mulher. É quem mais compra os produtos e serviços oferecidos por ela, quem mais
25. 22
gasta dinheiro em cirurgia estética, em produtos cosméticos e mesmo em treinamento
estético.
Os motivos não diferem, em essência, dos que exercem igual coerção sobre todos os
demais consumidores da forma estereotipada. No entanto, as mulheres têm
particularidades (assim como as crianças, os idosos, as pessoas de outras etnias, etc). O
consumo muito maior de produtos e serviços de beleza por mulheres não tem relação
com alguma atração “inata” pelo mesmo, e sim responde pelo imperativo de se ajustar
à expectativa social. Enquanto a escolha do par masculino, num casal, enfatiza itens
como sucesso financeiro, segurança, assertividade e força, a escolha do par feminino
impõe uma ênfase desproporcional na beleza. Qual beleza? A beleza estereotipada
imposta pela formolatria.
A busca frenética por esta adequação é ainda afunilada pela pressão pelo
“pareamento”. A condição solteira ou desacompanhada ainda é, em pleno século XXI,
um atributo negativo. As mulheres vivem, desde a adolescência, sob a pressão difusa de
encontrar e manter um par a todo custo. O par é uma espécie de atestado de valor.
Uma mulher sem seu homem é uma mulher sem certificação. Afinal, ela é feia demais?
Lésbica? Velha? O que há de errado com ela para que ela não tenha um namorado,
marido, noivo ou seja lá a etiqueta que se atribua ao par masculino?
Percepções difusas, disseminadas pela mesma mídia que cria e mantém a formolatria
induzem as mulheres a buscar alternativas estéticas para otimizar suas chances de obter
e manter seu par masculino. “Homens preferem as loiras”. Isso basta para gerar um
consumo gigantesco por tintura, descolorante e serviços de salão de beleza para
transformar as morenas em loiras. “Está provado que homens preferem as peitudas”.
Corrida às clínicas de cirurgia estética para implante de próteses de silicone, mesmo
diante dos fatos divulgados quanto à perda de sensibilidade erógena nos mamilos, em
maior ou menor grau, causada por este procedimento.
Mulheres que desviem bastante do padrão formolátrico sofrem não apenas perdas em
sua auto-estima, sexualidade e vida social, mas subtantivas perdas profissionais. Vários
estudos mostram que a aparência é, cada vez mais, um item crítico nas contratações
para funções onde supostamente ela não deveria influir no resultado produtivo das
tarefas a serem desempenhadas.
Não é por acaso que a incidência de anorexia é uma ordem de grandeza maior em
mulheres do que em homens.
Finalmente, toda e qualquer estética desviante sofre algum grau de rejeição e exclusão
imposta pela formolatria. Cirurgias para “corrigir narizes”, aumentar lábios, modificar
proporções faciais abundam. Um septo desviado deve ser corrigido para melhorar a
respiração da pessoa. Operar um nariz porque ele é maior do que aquele considerado
“certo” formolatricamente, no entanto, é mutilatório.
Enquanto a modificação corporal voluntária, motivada por desejos e propostas do
indivíduo, é algo em tese positivo, onde podemos marcar a fronteira entre o que é uma
26. 23
modificação criativa e voluntária e uma a que o indivíduo se submete por coerção
social? Entre a pessoa que tinge de várias cores seu cabelo para afirmar sua autonomia
estética e a moça morena que fica loira para arrumar namorado, a distância é óbvia.
Mas não haveria mais tons de cinza entre estes dois extremos (figs 16 e 17)?
Figura 16 – Os vários tipos de beleza feminina (campanha publicitária da Dove)
Figura 17 – Os vários tipos de beleza feminina (cada uma destas mulheres é uma das
melhores do mundo em sua modalidade esportiva)
27. 24
• A beleza vem em todas as formas, cores, tamanhos e idade. Todas são igualmente belas.
• Todo mundo tem sexualidade. Todo adulto é sexy e atraente para alguém. Menosprezar
a sensualidade alheia é crueldade e preconceito, portanto, errado.
• Criança tem sexualidade de criança. Qualquer adulto que se meta nisso é um pedófilo e,
portanto, um monstro merecedor de punição severa
• Tolerância e convivência pacífica não é apenas reprimir a própria hostilidade. É se
reeducar para ver a beleza onde ela está, ou seja: em todo lugar
• Enxergar e valorizar a beleza alheia é obrigação para profissionais da área da saúde e
pais. Julgar a beleza de pacientes e alunos é inaceitável para profissionais e crueldade
para pais.
Formolatria e sexo
Vamos começar pelo mundo dos horrores. Observe as imagens abaixo (fig 18.1, 18.2 e
18.3):
Figura 18.1 – Formolatria e indústria do sexo
28. 25
Figura 18.2 – Formolatria e indústria do sexo
Figura 18.3 – Formolatria e indústria do sexo
Estas imagens são da “real doll”, brinquedos sexuais de silicone aperfeiçoados a um
ponto em que se tornam quase indistinguíveis de seres humanos... mortos. Isso
mesmo, olhe atentamente. O olhar e expressão destes bonecos é quase idêntico ao de
cadáveres que morreram de olhos abertos.
A formolatria é necrófila.
A real doll é uma ilustração extrema deste argumento. No entanto, a indústria
pornográfica, que hoje é muito menos clandestina do que em outros tempos e de fato
dita as regras do comportamento de “garotas de bem” e até mesmo, em grande parte,
da indústria do fitness, é a faceta mais desumanizante da formolatria.
29. 26
A prostituta “padrão” é uma caricatura de mulher. Possui seios bem grandes, bunda
grande (mesmo que às custas de intervenções cirúrgicas, assim como os seios),
maquiagem pesada, preferencialmente loiras descoloridas, saltos altíssimos, lábios
carnudos enfatizados pelo batom. A prostituta é a prestadora de serviço que mais
precisamente fornece a afirmação da ordem de dominação patriarcal. Por um
determinado valor, que permanece em suspenso durante a prestação de serviço, o
homem vive a fantasia de poder absoluto na relação sexual com a mulher (ou com
quem quer que esteja “possuindo”, literalmente).
Entre estes extremos e o “mundo real”, existe a opressão estética de toda mulher. Se
ela não tiver bunda grande, cintura, seios fartos, ela acredita que suas chances de
satisfazer um homem, e, portanto, ser satisfeita por ele na cama, são substancialmente
reduzidas. E por que ela acredita isso? Porque a indústria da beleza a persuadiu.
Formolatria, seus filhos e outras crianças: o que
fazer
As vítimas mais vulneráveis da formolatria são, naturalmente, as crianças, como já
vimos. Como protegê-las? Não caia na armadilha conservadora de reprimir seu
vestuário: seria o mesmo que impedir as garotas de usar mini-saia para “não atrair
estupradores”. Estupradores devem ser punidos violentamente, quer a moça esteja
usando burka ou mini-saia e top. Ou nua, não importa. Nada justifica a violência
sexual.
No entanto, a proteção que nossas crianças merecem da formolatria diz respeito à sua
saúde física e psicológica. Crianças têm o direito de viver sua infância na plenitude.
Devem saber que são belas como são, e não como miniaturas de adultos ou “proto-
adultos”.
Além disso, é somente educando as crianças de hoje dentro de um paradigma
esteticamente inclusivo que conseguiremos resistir minimamente à poderosíssima
formolatria.
Formolatria, seus pacientes e alunos: medicina e
educação física
Seus pacientes e alunos são as pessoas vitimadas desde que nasceram pelo imperativo
da formolatria. Se você é médico, podem chegar a você patologicamente vitimados por
ela, seja porque são anoréxicas ou porque, na obsessão pela desumana forma
30. 27
inatingível, tenham usado substâncias tóxicas ou se submetido a procedimentos
mutilantes ou, de alguma outra forma, danosos à saúde.
Tenha em mente que você não estará apenas tratando glândulas ou órgãos danificados.
Ali, na sua frente, há um ser humano danificado por um discurso de propaganda tão
mais poderoso do que as frágeis ferramentas que seu paciente tem, que não se pode
cobrar dele resistência. Seu papel é oferecer algum instrumento para que, depois de
resolvida a emergência clínica, ele possa se empoderar minimamente e não ser tão
vitimado quanto antes.
Se você é professor de educação física ou treinador, você tem uma chance inédita de
ciceronear seu aluno no universo da inclusão estética, começando por ele mesmo. A
suspensão do seu julgamento, a sua neutralidade normativa e sua aceitação estética é a
bússola que ele deve seguir para achar sua serenidade e aceitação de si mesmo.
Você, acima de qualquer outra pessoa, tem o poder de descontruir aquilo que danificou
e deformou a percepção estética de seu aluno.
Antes de mais nada, para perceber um corpo como belo, é preciso de re-apropriar dele.
Só é possível se re-apropriar do corpo através do movimento. Seu aluno precisa re-
aprender a se movimentar como é da natureza humana fazê-lo, de maneira integrada. É
bem possível que ele chegue até você vindo das tradições de “treino de açougue”,
aquele que reparte o corpo em partes e treina uma por dia.
É preciso que ele desaprenda o padrão assassino do açougue (açougue vende carne
morta, lembre-se). Ninguém treina “braço” ou “perna”. Treina-se corpo.
Existem infinitas opções legais para se treinar de maneira integrada. Eu sou uma atleta,
amante e professora de levantamento de peso. Mas as ferramentas para re-apropriação
do corpo através do movimento, codificadas e com excelentes mestres, abundam.
Existe a dança em suas inúmeras manifestações, os vários outros esportes além de
práticas corporais variadíssimas como o tai-chi-chuan, a yoga, a capoeira, entre tantas
outras.
Formolatria e você
Finalmente, se você não está lendo este ebook por ser a vítima primária da formolatria,
mesmo assim você o é. Ainda que você seja um médico de extremo senso crítico, um
educador físico revolucionário, um dançarino de vanguarda, você, assim como eu, é
vítima secundária e primária da formolatria.
Todos somos vítimas secundárias. Afinal, nenhum de nós, por definição, se conforma
ao tipo ideal disseminado por ela. Mas cada um de nós, por mais crítico que seja, tem
seus momentos de angústia com seu próprio corpo, quase todos derivados desta ilusão
31. 28
que combatemos: a separação de nossa forma e exibição da mesma numa cuba de
autópsia para nos torturar.
Termino este ebook, então, com a piada do dragão e seu pai:
- papai, o que é um dragão?
- o dragão, meu filho, é uma ficção da sua imaginação
E então “puff...”, ambos desapareceram.
A forma ideal, querido leitor, é uma ficção. Apenas uma idéia inventada para lhe
controlar. Se você não deixar, ela não pode machucar nem você, nem seus filhos,
alunos ou pacientes.
Diga isso para ela e ela desaparecerá.
Leia mais
Jennifer L. Pozner. Top Model's Beautiful Corpses: the Nexus of Reality TV Misogyny
and Ad Industry Ideology. Posted: March 27, 2007 01:11 AM -
http://www.huffingtonpost.com/jennifer-l-pozner/top-models-beautiful-
corp_b_44331.html (consultado pela última vez em fevereiro de 2013)
Coutinho, M. Estética e Saúde: a linha tênue entre saúde e beleza. Editora Phorte, São
Paulo, 2011.
The body project - http://thebodyproject.bradley.edu/industires/index.shtml
(consultado pela última vez em fevereiro de 2013)
Harrison, K., & Cantor, J. (1997). The relationship between media consumption and
eating disorders. Journal of Communication, 47, 40-67
Physically nude, emotionally naked. May 2, 2008 | 11:48 am. Booster Shots,
ODDITIES, MUSINGS AND NEWS FROM THE HEALTH WORLD
http://latimesblogs.latimes.com/booster_shots/2008/05/physically-nude.html
(consultado pela última vez em fevereiro de 2013)
Kanazawa, S. (2008) All stereotypes are true, except... II: "Beauty is in the eye of the
beholder". Is beauty in the eye of the beholder? April 27, 2008 by Satoshi in The
Scientific Fundamentalist. http://www.psychologytoday.com/blog/the-scientific-
fundamentalist/200804/all-stereotypes-are-true-except-ii-beauty-is-in-the-eye-th
(consultado pela última vez em fevereiro de 2013)
32. 29
Black Isn't Beautiful Claims Evolutionary Psychologist.
http://broadblogs.com/2011/06/06/black-isn%E2%80%99t-beautiful-claims-
evolutionary-psychologist/ (consultado pela última vez em fevereiro de 2013)
Collins, M.E. (1991). Body figure perceptions and preferences among pre-adolescent
children. International Journal of Eating Disorders, 199-208.
Mellin, L., McNutt, S., Hu, Y., Schreiber, G.B., Crawford, P., & Obarzanek, E. (1991).
A longitudinal study of the dietary practices of black and white girls 9 and 10 years old
at enrollment: The NHLBI growth and health study. Journal of Adolescent Health, 23-
37.