O documento descreve como Padre António Vieira constrói a sua credibilidade (éthos) no Sermão de Santo António aos Peixes através de uma postura responsável e racional que transmite confiança. Ele coloca-se como exemplo dos erros humanos para incentivar a audiência a refletir e mudar, comparando-se aos peixes de forma humilde para se aproximar do público e transmitir sinceridade.
Como o Ethos constrói a credibilidade no Sermão de Santo António aos Peixes
1. O Ethos no Sermão de Santo António aos Peixes O Sermão de Stº António aos Peixes de Padre António Vieira é uma obra que apresenta um discurso estruturado, revelando uma postura responsável que transmite confiança e credibilidade ao auditório, o que só por si é uma mais-valia no que diz respeito à persuasão. O Ethos refere-se ao carácter e credibilidade do orador. A racionalidade, ponderação e lealdade são factores fundamentais que o orador tem de transmitir ao auditório. Ele utiliza uma estratégia muito particular para obter esse efeito no auditório. O objectivo dele é de facto levar as pessoas a reflectirem, numa perspectiva de mudança e para isso, coloca-se como receptor da própria mensagem, fazendo uma comparação dele próprio com os peixes: “ em tudo o que vos excedo, peixes, vos reconheço muitas vantagens. A vossa bruteza é melhor que a minha razão e o vosso instinto melhor que o meu alvedrio. Eu falo, mas vós não ofendeis a Deus com as palavras ;”. Ele coloca-se como o exemplo dos erros dos homens, mas na verdade está apenas a usar alguma habilidade e alguns recursos retóricos para se colocar no lugar dos verdadeiros receptores, a quem se dirige realmente o sermão. Sem ferir susceptibilidades, mas numa tentativa de incentivá-los a tomar esse lugar de receptores da mensagem, afirma: “ o tubarão morreu porque comeu e eles morreram pelo que não comeram. Pode haver maior ignorância que morrer pela fome e boca alheia?” Passa assim uma imagem sincera, honesta, íntegra e acessível, provocando no auditório a reacção pretendida – a persuasão. Trabalho de Filosofia elaborado por Paulo e Daniel, 11º AR