Este documento discute as diferenças entre o espiritismo e o evangelho cristão. Apresenta alguns princípios-chave do espiritismo e analisa conceitos do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" à luz da Bíblia. Conclui que o espiritismo alterou a Palavra de Deus ao incluir novas ideias e que a revelação de Deus está completa na Bíblia, após o ministério dos apóstolos escolhidos por Cristo.
1. Espiritismo X Evangelho
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade
e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”
João 14:6
Estudo elaborado por João Eduardo Duarte com a contribuição de Jair Andrade para
a Escola Bíblica Dominical da Igreja Presbiteriana da Mooca de 20/01/2013
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2. Espiritismo X Evangelho
Por quê esse estudo?
No Brasil existem muitas pessoas que
se declaram espíritas;
O espiritismo absorve diversos princípios
cristãos e os mescla com outros ensinos; “...santificai ao Senhor
Esse tipo de fé está muito presente em Deus em vossos
nossas relações sociais (família, trabalho, corações; e estai sempre
estudos, mídia, etc); preparados para
Muitos cristãos são influenciados por responder com
idéias sobre espiritualidade que não são mansidão e temor a
originadas da fé cristã (sincretismo); qualquer que vos pedir
Os cristãos precisam conhecer bem sua a razão da esperança
fé e discerni-la de outros princípios para que há em vós...”
1 Pedro 3:15
serem capazes de identificar e propagar a
verdade de Cristo. 2
3. Espiritismo, o quê é?
Espiritismo ou kardecismo é, para seus
adeptos, um sistema complexo que
abrange religião, filosofia e ciência.
Inspirado nas ideias do escritor ―Allan
Kardec‖ em obras como ―O Livro dos
Espíritos‖ (1857). Difundiu-se rapidamente
na Europa e em países da América, em
especial o Brasil.
Trata-se de uma doutrina sincrética que
combina uma adaptação de base hinduísta-
budista (crença no carma e no processo de
evolução espiritual por reencarnações
sucessivas) com a ética da caridade cristã.
Para os espíritas, a comunicação com os
mortos é possível por intermédio de
pessoas dotadas, os médiuns. 3
4. Principais expoentes:
Hippolyte Léon
Denizard Rivail
―Allan Kardec‖
(1804 – 1869)
Cunhou a palavra Espiritismo e decodificou a Doutrina Espírita, registrada no Livro dos
Espíritos e publicou as obras fundamentais do espiritismo: O Livro dos Espíritos, O
Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo,
O Céu e o Inferno e a Gênese. 4
5. Psicografou 451 livros, tendo vendido mais de 50 milhões de
exemplares mas sempre cedeu os direitos autorais dos livros
Francisco de Paula para instituições de caridade e organizações espíritas.
Também psicografou cerca de dez mil cartas e nunca cobrou
Cândido Xavier nada do destinatário.
―Chico Xavier‖ Em 1981 foi indicado ao prêmio Nobel da Paz, mas perdeu para
(1910 — 2002) o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. 5
6. Os espíritas:
Dizem acreditar em Deus, em
Jesus e na Bíblia;
Pregam e praticam a caridade;
Valores morais (bondade, amor,
virtudes);
São defensores do
desenvolvimento humano e social;
Têm intensa prática espiritual.
Haveria algum mal numa crença que
busca o bem de todos e que
acredita em Deus?
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7. Vamos analisar alguns conceitos O espiritismo tem sua própria versão
do livro ―O Evangelho segundo o de ―Evangelho‖.
espiritismo‖ à luz da Bíblia.
O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Escrito por Allan Kardec em 1864.
Nesta obra, o Evangelho é abordado sob
a óptica da doutrina espírita e prega que
a chave da compreensão do Evangelho
de Cristo está no espiritismo.
Seriam 3 as revelações de Deus:
•a 1ª seria a Lei do AT, personalizada em
Moisés;
•a 2ª seria o NT, personalizado em
Cristo;
•a 3ª seria o Espiritismo, sem a
personificação numa pessoa, mas em
http://evangelhoespirita.wordpress.com/ diversos espíritos. 7
8. O ESPIRITISMO (capítulo 1 - as três revelações)
(trecho extraído na íntegra do livro “evangelho segundo o espiritismo)
5 – O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a
existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material. Ele nos mostra esse
mundo, não mais como sobrenatural, mas, pelo contrário, como uma das forças vivas e incessantemente
atuantes da natureza, como a fonte de uma infinidade de fenômenos até então incompreendidos, e por
essa razão rejeitados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. É a essas relações que o Cristo se
refere em muitas circunstâncias, e é por isso que muitas coisas que ele disse ficaram ininteligíveis ou
foram falsamente interpretadas. O Espiritismo é a chave que nos ajuda a tudo explicar com facilidade.
6 – A lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés, a do Novo Testamento, no Cristo. O
Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o
produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em
todas as partes da Terra e por inumerável multidão de intermediários. Trata-se, de qualquer maneira, de
uns seres coletivos, compreendendo o conjunto dos seres do mundo espiritual, cada qual trazendo aos
homens o tributo de suas luzes, para fazê-los conhecer esse mundo e a sorte que nele os espera.
7 – Da mesma maneira que disse o Cristo: ―Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento‖.
Também diz o Espiritismo: ―Eu não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe cumprimento‖. Ele nada ensina
contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos,
o que foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, na época predita, o que o Cristo anunciou, e preparar
o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao
que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra. 8
9. Vemos, portanto, que a doutrina espírita alterou a Palavra de Deus e incluiu
novas ideias alegando complementação, uma melhor explicação ou
aperfeiçoamento daquilo que já havia sido dado por Deus e que está escrito.
Ou seja, para fundamentar a doutrina espírita, o fundamento cristão teve que
ser considerado imperfeito: a Palavra de Deus, a Graça divina, o ensino e a
obra de Jesus Cristo e dos seus Apóstolos são considerados carentes de
complementação e precisam ser melhor explicados por novas revelações.
Na doutrina espírita, a obra vicária de Cristo não é suficiente, nem o ensino
apostólico sobre a verdade de Deus revelada em Jesus Cristo.
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10. Mas alguém pode perguntar:
“A revelação de Deus não é progressiva?”
e se é progressiva, poderia-se, em tese, admitir complementos à sua
revelação desde que esses complementos fossem fortemente convincentes.
Mas
existem critérios para a aceitação de eventuais complementos à progressiva
revelação de Deus e eles estão na própria revelação especial que temos:
a Bíblia.
Caso contrário toda pretensa revelação deveria ser considerada verdadeira
(as visões de Maomé, de Joseph Smith, de qualquer vidente, de qualquer
sonho, de qualquer lunático, de usuários de entorpecentes e de influências
espirituais de origem maligna travestidas de luz). 10
11. Como a revelação progressiva de Deus deve ser compreendida?
1) A revelação até Jesus:
As revelações do AT são cumpridas, no que diz respeito ao Messias, no que
acorreu nos dias de Jesus e esta é a plenitude dos tempos.
“Para que se cumprisse...”
Mt. 1.22; 2.15, 23; 4.14; 8.17; 12.17; ...e, começando por Moisés, e por todos os profetas,
13.35; 21.4; 27.35; Jo. 12.38; 13.18; explicava-lhes o que dele se achava em todas as
17.12; 18.9, 32; 19.24, 28, 36; Escrituras. Lucas 24:27
Atos 2:14 em diante: o discurso de Pedro no Pentecostes explicando profecias do AT nos
últimos acontecimentos (Cristo, ressurreição e derramamento do Espírito).
Atos 3:24 - ―Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também
predisseram estes dias.‖
Efésios 1:10 - ―...de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da
plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra...‖
Gálatas 4:4 – ―mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
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nascido sob a lei...‖
12. Como a revelação progressiva de Deus deve ser compreendida?
2) As revelações após Jesus:
A) Jesus disse que após Ele viria o Consolador e Ele convenceria os
pecadores, guiaria os discípulos na verdade, glorificaria a Cristo e anunciaria
coisas futuras.
João 16:7-14
―Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador
não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei.
E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.
Do pecado, porque não crêem em mim;
Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais;
E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.
Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.
Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não
falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.
Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.‖
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13. Como a revelação progressiva de Deus deve ser compreendida?
2) As revelações após Jesus:
B) O ensino apostólico é o cumprimento da promessa do Consolador feita por
Jesus e esse ensino é suficiente e completo fundamento para a fé cristã e o
que ultrapassa esse ensino deve ser considerado como ensino maldito.
Gálatas 1:8 - Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
2 Coríntios 11:3-4 - Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não
temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que
não abraçastes, com razão o sofrereis.
Apocalipse 22:18 - Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste
livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que
estão escritas neste livro.
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14. Como a revelação progressiva de Deus deve ser compreendida?
Deve ser compreendida como gradual e progressiva na história, conforme
descritos na Bíblia e encerrada com o término do ministério dos Apóstolos
escolhidos por Cristo, que são somente aqueles que testemunharam seu
ministério terreno e que foram comissionados pelo Senhor para fazerem seu
trabalho.
"É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o
Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em
que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua
ressurreição." (Atos 1:21-22).
Somente estes homens eram aptos, depois do ministério de Cristo, para
receberem ―novas revelações‖ de Deus. Após isso as revelações cessaram, o
Cânom das Escrituras foi encerrado e qualquer revelação nova de natureza
espiritual que alguém possa receber não provém do Deus revelado em Cristo.
Trata-se de uma mentira espiritual diabólica e anti-cristã, doutrinária ou
psicológica. 14
15. Sobre a Bíblia:
É a revelação especial de Deus e foi
divinamente inspirada, sendo portanto
merecedora de confiança quanto às suas
afirmações e é isenta de erros - por causa da
sua natureza e origem divina por meio de mãos
e lábios humanos usados pelo Espírito Santo.
II Pedro 1:20-21 - sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de
particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens,
mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.
II Timóteo 3:16 - Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para instruir em justiça.
João 1:1 - No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
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16. Como compreendemos a Bíblia conforme seu ensino?
Confissão de Fé de Westminster
CAPÍTULO I
DA ESCRITURA SAGRADA
I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem
a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não
são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a
salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e
declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da
verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne
e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna
indispensável a Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua
vontade ao seu povo.
Sal. 19: 1-4; Rom. 1: 32, e 2: 1, e 1: 19-20, e 2: 14-15; I Cor. 1:21, e 2:13-14; Heb. 1:1-2; Luc.
1:3-4; Rom. 15:4; Mat. 4:4, 7, 10; Isa. 8: 20; I Tim. 3: I5; II Pedro 1: 19.
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17. Como compreendemos a Bíblia conforme seu ensino?
Confissão de Fé de Westminster
CAPÍTULO I
DA ESCRITURA SAGRADA
VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e
para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser
lógica e claramente deduzido dela. À Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem
por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos homens; reconhecemos, entretanto,
ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora compreensão das
coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao
governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas
pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre
devem ser observadas.
II Tim. 3:15-17; Gal. 1:8; II Tess. 2:2; João 6:45; I Cor. 2:9, 10, l2; I Cor. 11:13-14.
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18. Uma questão importante não é se uma doutrina soa agradável aos nossos
anseios, mas sim se ela está baseada naquilo que Deus requer daqueles
que desejam viver em sua presença.
Se uma doutrina religiosa contraria
a Bíblia essa doutrina não procede
de Deus e não pode produzir os
frutos que de Deus brotam.
Por isso qualquer doutrina religiosa, ainda que tenha forte poder de
persuasão, ainda que seja bastante racional, ainda que se baseie em
evidências convincentes aos nossos sentidos ou que cause efeitos
espetaculares ou milagrosos, se ela não se enquadra perfeitamente nas
Escrituras, é uma doutrina mentirosa e maligna (Mt.7:22). 18
19. Alguns conceitos da doutrina espírita:
A Lei de causa e efeito – toda ação tem Na Bíblia, a Lei da semeadura aponta para a corrupção
uma reação e as reencarnações trazem das obras da carne em oposição à vida dedicada ao
Espírito (Bíblico) praticada nesta vida - Gl. 6:7, 8
consigo as bagagens da vida anterior
(carma) Na Bíblia não evoluímos com nossos atos. Estamos
Lei de progresso – Lei da evolução, mortos em nossos pecados e nada podemos fazer para
aperfeiçoamento. nos salvarmos. Somente Cristo o faz (Ef. 2.1 – 8)
Materialização – fenômeno mediúnico em
que o espírito torna-se visível. É um
Na Bíblia as tentativas humanas de contato com os
fenômeno físico. espíritos dos mortos são proibidas por Deus sob
Mediunidade – capacidade humana de severas penas.
comunicação com espíritos. Um dom. Levítico 20:6; Deuteronômio 18:10-11;
Psicografia – capacidade de certos Isaías 8:19-20; I Timóteo 4:1-2
médiuns de escrever mensagens ditadas por
espíritos.
Plano espiritual – realidade extra-física A Bíblia ensina sobre 2 lugares onde os espíritos dos
mortos estão: no inferno, num consciente banimento
onde os espíritos se encontram.
irremediável de Deus ou em sua presença gloriosa
Reencarnação – crença de que a parte (CFW).
imaterial do ser subsiste à morte física e
renasce em sucessivos corpos rumo à A Bíblia ensina sobre a ressurreição e nega a
perfeição e unidade cósmica. reencarnação (CFW). 19
20. Origens das crenças: Reencarnação Ciclos de reencarnações visando o
aperfeiçoamento e a unidade
universal.
Tanto o Hinduísmo como o
Budismo crêem na reencarnação
como um processo de sucessivos
renascimentos.
Essas religiões visam a libertação
desse ciclo de sofrimento e
renascimento através da prática
religiosa.
Daí o espiritismo absorveu suas
Hinduísmo Budismo ideias de reencarnação e de causa
Símbolo do infinito e efeito (carma).
(ciclos interligados)
Hebreus 9:27-28 - E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo,
assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação. 20
21. Reencarnação
É a crença de que a consciência,
espírito ou alma é capaz de subsistir à
morte do corpo físico e que essa
essência espiritual seria capaz de
ligar-se a diversos corpos em
renascimentos consecutivos ao longo
de um ciclo evolutivo para seu auto-
aperfeiçoamento e anulação do
carma ou semelhança angelical.
Ressurreição
Significa "levantar, erguer“, voltar à vida.
A reunião do espírito com seu corpo físico.
Esta expressão é usada com freqüência nas
Escrituras bíblicas, referindo à ressurreição
dos mortos.
É base da fé cristã, pois o próprio Jesus
ressuscitou dos mortos, ressuscitou outras
pessoas em seu tempo e a ressurreição é ―Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós
uma esperança cristã futura. (1 Co.15) somos testemunhas.‖ Atos 2:32 21
22. Confissão de Fé de Westminster (CFW) - CAPÍTULO XXXII
DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
(Céu e Inferno)
I. Os corpos dos homens, depois da morte, convertem-se em pó e vêm a corrupção;
mas as suas almas (que nem morrem nem dormem), tendo uma substância imortal,
voltam imediatamente para Deus que as deu. As almas dos justos, sendo então
aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no mais alto dos céus onde vêm a face
de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos; e as almas
dos ímpios são lançadas no inferno, onde ficarão, em tormentos e em trevas
espessas, reservadas para o juízo do grande dia final. Além destes dois lugares
destinados às almas separadas de seus respectivos corpos as Escrituras não
reconhecem nenhum outro lugar.
Gen. 3:19; At. 13:36; Luc. 23:43; Ec. 12:7; Apoc. 7:4, 15; II Cor. 5: 1, 8; Fil. 1:23; At.
3:21; Ef. 4:10; Rom. 5:23; Luc. 16:25-24.
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23. Confissão de Fé de Westminster (CFW) - CAPÍTULO XXXII
DO ESTADO DO HOMEM DEPOIS DA MORTE E DA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
(Ressurreição dos mortos)
II. No último dia, os que estiverem vivos não morrerão, mas serão mudados; todos
os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, posto que
com qualidades diferentes, e ficarão reunidos às suas almas para sempre.
I Tess. 4:17; I Cor. 15:51-52, e 15:42-44.
III. Os corpos dos injustos serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra,
os corpos dos justos serão pelo seu Espírito ressuscitados para a honra e para serem
semelhantes ao próprio corpo glorioso dele.
At. 24:l5; João5:28-29; Fil. 3:21.
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24. A REENCARNAÇÃO SEGUNDO A BÍBLIA
Que é reencarnação?
Etimologicamente, “reencarnação” vem do composto latino “re” que quer dizer “outra vez” e
“incarnere”, isto é, “em carne”.
Religiosamente, falando, é a crença em que alma ou o espírito, muda após a morte para
outro corpo. Transmigração, metempsicose, palingenésia e renascimento são sinônimos da
palavra reencarnação.
A reencarnação é parte essencial do panteísmo oriental. Hinduísmo e Budismo, os mais
antigos sistemas religiosos do oriente pregam a reencarnação. O espiritismo de Alain Kardec,
o movimento Rosa-Cruz e a Sociedade Teosófica promovem a doutrina da reencarnação. É
uma das crenças mais divulgadas no mundo, através da literatura e do cinema.
Texto de Arival Dias Casimiro
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25. A REENCARNAÇÃO SEGUNDO A BÍBLIA
A reencarnação é a essência do panteísmo. Segundo o panteísmo, não há diferença entre
Deus e o mundo, pois “tudo é Deus e Deus é tudo”. Normam Geisler afirma que embora haja
várias formas de reencarnação dentro das religiões panteísta, a maioria delas têm varias
cousas em comum: (1) Um objetivo de perfeição final para a raça humana. (2) Processo
evolutivo na direção da perfeição, que não poderá ser atingida instantaneamente, mas,
mediante reencarnações. (3) Rejeição da doutrina tradicional do inferno e defesa da
“doutrina da segunda oportunidade”, depois desta vida. (4) Defesa da “doutrina do carma”
que defende que a conduta da pessoa em vidas anteriores influenciará o tipo de vida que tal
pessoa supostamente terá em futuras encarnações. O que a pessoa semeia nesta vida vai
colher na próxima. (5) A sobrevivência do eu em sucessivas vidas posteriores. O eu persiste
ao longo do processo de reencarnações. (6) São perecíveis e múltiplos os corpos onde
ocorrerão as reencarnações. (7) As reencarnações não precisam ocorrer exclusivamente no
planeta terra, mas em outros planetas. Há outros sistemas além do solar.
Os reencarnacionistas freqüentemente se voltam para a Bíblia, à procura de sustentação para
suas doutrinas. Os textos mais usados, equivocadamente, são: Jó 1.20,21; Jr 1.4,5; Mt 11.14;
17.10-13; Mc 9.11-13; Jo 3.3; Tg 3.6. As ideias deles, porém, são contrárias ao ensino bíblico.
Vejamos os principais pontos.
Texto de Arival Dias Casimiro
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26. A REENCARNAÇÃO SEGUNDO A BÍBLIA
1º) A teoria reencanacionista é um conceito de Deus contrário à bíblia.
O Deus da Bíblia não é uma força impessoal que se mistura com a criação. Deus é
transcendente e imanente, ou seja, Deus está tanto além do mundo como dentro dele (Is
66.1-2; At 17.24-28). Deus criou o mundo não usando a si mesmo como matéria(ex. Deo),
nem dalguma matéria preexistente, mas, sim, do nada ((Ex. Nihilo). O mundo depende de
Deus para a sua própria existência (Gn1.1; Sl 33.9; 103.19). Deus a qualquer momento pode
intervir no mundo, de forma sobrenatural. Ele é soberano em suas ações (Sl 104 e 115).
2º) A teoria reencanacionista ensina uma visão do homem contrario a bíblia.
Contrariamente às Escrituras, eles negam a origem do homem na concepção (Sl.139); Negam
a unidade entre alma e corpo, vendo o corpo apenas como uma prisão da alma, o que
contraria o ensino bíblico que vê o ser humano como unidade alma/corpo (Gn .2.7). A
certeza da ressurreição final do corpo é a prova de que o homem possuirá corpo imortal,
evento único, final e perfeito. (1 Co 15)
Texto de Arival Dias Casimiro
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27. A REENCARNAÇÃO SEGUNDO A BÍBLIA
3º) A teoria reencanacionista é antibíblica quanto ao conceito da morte. Ele ensina que
morremos e prosseguimos morrendo incontavelmente, contudo a Bíblia afirma que está
ordenado por Deus apenas uma existência neste mundo, seguida de uma única morte. (Hb
9.27)
4º) A teoria reencanacionista se opõe ao ensino bíblico acerca da salvação. Ele concebe a
salvação mediante esforços humanos. A lei do carma é a salvação pelas obras. Jesus Cristo,
através da obra vicária e substitutiva, pagou todo o nosso “débito cármico”. Ele morreu pelos
nossos pecados. (Is 53.2; 2 Co 5.21; 1 Pe 2.24). Deus é o autor da salvação (Rm 3.23-25).
Além do mais, conforme a doutrina da reencarnação não existe salvação neste mundo, mas
“deste mundo”. Entretanto, Jesus afirma que a salvação começa agora (Jo 5.24; 1 Jo 5.13) e
será desfrutada plenamente na eternidade.
5º) A teoria reencanacionista é contrário à Bíblia quanto a doutrina do julgamento divino.
Com a possibilidade da reencarnação, a morte não é o ponto final e os julgamentos e
sofrimentos que o homem enfrenta são temporais. O inferno não existe, mas é apenas uma
ameaça hipotética que ajuda as pessoas a receberem o evangelho. Entretanto, a bíblia
confirma que o julgamento divino é certo para todos quantos rejeitam a Deus, e a única
maneira de escaparmos do inferno, é aceitarmos a salvação que nos é oferecida em Jesus
Cristo (Jo 3.16; Jo 5.24).
Texto de Arival Dias Casimiro
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28. O espiritismo é uma doutrina fortemente propagada pela
mídia, especialmente através de novelas e do cinema.
29. Nota final:
Ok, entendemos que Deus, pela Bíblia, proíbe as práticas
espirituais de relacionamento com espíritos diversos (que se
passam pelas pessoas mortas) e que a reencarnação não existe.
Mas isso não encerra todas as questões sobre a realidade não-
material que nos cerca. Existem muitas coisas desconhecidas e
existem coisas que a Bíblia reconhece, e nos alerta, como a
existência de diversos espíritos que procuram nos influenciar e
nos dar novos ensinos ou explicações a respeito da realidade que
nos cerca e que é apenas parcialmente conhecida por nós. Na
verdade os mistérios nos fascinam e essa pode ser a porta de
entrada para o engano.
Também há muita coisa sobre a mente humana que ainda não
conhecemos e muita coisa atribuída às realidades espirituais são,
na verdade, capacidades mentais meramente humanas. Existem
capacidades humanas que desconhecemos e que em algumas
pessoas são mais desenvolvidas e não raramente essas
capacidades ganham uma equivocada conotação religiosa ou
espiritual que se coloca, às vezes ingenuamente, à serviço do
pecado e do Diabo.
Também é verdade que as realidades espirituais que nos são
desconhecidas afetam nossa existência e a Bíblia trata do que
precisamos saber para percorrermos o caminho de Cristo, em
fidelidade e em segurança. E isso é suficiente. 29