2. CONTENTS
1. Histórico do Carbono__________________________________________3
1.1 Aquecimento Global__________________________________________3
1.2 Painel Intergoveramental de mudanças �����������������4
2. Carbono como pauta climática______________________________5
2.1 Global Warming Potential (GWP)__________________________5
3. Protocolo de Gases de Efeito Estufas ��������������������6
4. Execução de Inventários de Carbono ���������������������7
4.1 O que é o inventário de emissões__________________________7
4.2 Como deve ser feito ________________________________________8
4.3 Checklist de decisão sobre preenchimento �������������9
4.4 Onde reportar ______________________________________________ 10
5. Referências Bibliográficas _________________________________ 11
3. No fim do século XIX por Joseph Fourier
apresenta a teoria do efeito estufa, que é a
penetração da radiação solar na atmosfera
terrestre e que boa parte dessa radiação é
repelida em nossa superfície, mas ao tentar
sair de nossa atmosfera ela é absorvida por
gases, principalmente os que estão dentro
da camada de ozônio. E está é a formulação
inicial do que conhecemos da Efeito Estufa
Natural, como apresentado na Figura 1.
Neste processo, foi se descobrindo como
os gases absorviam essa radiação, quais
não, o quanto se absorve e foi John Tyndall
que descobre que o carbono e vapor d’água
capturam a radiação também, mas só no
início do século XX é que os pesquisadores
Charles Fabry e Henri Buisson conheceram
a presença do ozônio ao entorno da terra
servindo como responsável por absorver
UV prejudicial a vida na Terra e manter a
temperatura de XºC, como vemos na imagem
2, a camada foi identificada na estratosfera.
A descoberta alarmante que mostra o risco
do aquecimento climático é de Svante
Arrhenius, onde ele traz que se dobrarmos
o volume de partícula por milhão de CO2 na
atmosfera a temperatura do planeta tende a
subir para 5°C. E por infelicidade, os estudos
de Guy Callender sobre o aumento das
Histórico do
Carbono
Aquecimento
Global
concentrações de CO2 na atmosfera e a origem
potencial vindo da queima de combustíveis,
e somente em 1957, nos EUA, o pesquisados
Charles Keeling realiza um monitoramento
contínuo sobre as emissões do CO2 na
atmosfera, corroborando para as conclusões de
Guy Callender e possivelmente seus resultados
apoiaram na construção de uma comissão para
os estudos de Mudanças Climáticas solicitado
pela presidência dos EUA em 1961. Esta
mobilização ampliou as discussões e escancarou
um problema invisível.
Os estudos, as catástrofes
observadas, mobilizações de
grupos econômicos corrobora
para o debate político global.
Figura 1 – Explicação do Conceito de Teoria do Efeito Estufa
3 - ESG NOW
5. Primeiro
Report IPCC,
1990
Composto Químico "Kg CO2eq - 100 anos
Dióxido de carbono (CO2) 2.673.140
Metano (CH4) 1
Óxido nitroso (N2O) 28
HFC-23 265
HFC-32 12.400
HFC-41 677
HFC-125 116
HFC-134 3.170
HFC-134a 1.120
HFC-143 1.300
HFC-143a 328
HFC-152 4.800
HFC-152a 16
HFC-161 138
HFC-227ea 4
HFC-236cb 3.350
HFC-236ea 1.210
Gás de Efeito Estufa Toneladas GWP - AR5 - 100 anos Toneladas de CO2eq
CO2 100 1 100
CH4 1,5 28 42
N2O 0,5 265 132,5
Total 102 274,5
HFC-236fa 1.330
HFC-245ca 8.060
HFC-245fa 716
HFC-365mfc 858
HFC-43-10mee 804
Hexafluoreto de enxofre (SF6) 1.650
Trifluoreto de nitrogênio(NF3) 23.500
PFC-14 16.100
PFC-116 6.630
PFC-218 11.100
PFC-318 8.900
PFC-3-1-10 9.540
PFC-4-1-12 9.200
PFC-5-1-14 8.550
PFC-9-1-18 7.910
Trifluorometil pentafluoreto de
enxofre (SF5CF3)
7.190
Perfluorociclopropano (c-C3F6) 17.400
Perfluorociclopropano (c-C3F6) 9.200
Fonte: Quinto Reporte IPCC, 2013
A principal metodologia que derivou deste
estudo e que auxilia a exemplificar melhor
os esforços públicos e privados no combate
climático é o Potencial de Aquecimento
Global, este indicador de impacto ambiental
serve como um ranking que aponta a
capacidade de um gás reter radiação em
suas moléculas e dessa forma aprisionar o
calor que não volta ao espaço e fica preso
dentro da atmosfera terrestre.
Na figura 3, podemos ver o primeiro ranking
relacionado ao GWP lançado no primeiro
relatório do IPCC. De tempos em tempos,
o IPCC lança novos relatórios com estes
valores atualizados, em 2021 foi lançado o
sexto relatório com os novos valores para
cada gás, como está na figura 4. Outro
ponto importante dessa metodologia é a
sua variação temporal, ao mesmo tempo
que é absorvida energia radioativa pelo gás
essa também é dispersa com o passar dos
anos, então o potencial de impacto é pela
capacidade de armazenagem desta energia
e o período o qual este fica armazenado na
molécula.
Global Warming Potential (GWP)
Carbono com
pauta climática
Como vemos na figura o primeiro
gás é o CO2 e o seu valor de GWP
é 1. Este gás foi selecionado para
ser o basal do ranking, ou seja,
qualquer outro gás da atmosfera
tem potenciais de capturar energia
radioativa X vezes maior que
o CO2. Esta ação de equivaler
todos os gases foi justamente
para facilitar a comunicação dos
impactos climáticos.
Exemplificação de comunicação das emissões de Gases de Efeito Estufa
Tabela 2 – Exemplificação de comunicação das emissões de Gases de Efeito Estufa
Tabela 1 – Listagem de Potencial de Aquecimento Global para 100 anos do 5º
Relatório de Mudanças Climáticas do IPCC de Mudanças Climáticas do IPCC
O termo Carbono Equivalente que é
usualmente usado em reports das
companhias e países refere-se que o
volume de todos os gases emitidos em
uma determinada atividade é equivale
a Y vezes o carbono, mas para ficar
mais claro na tabela 1 temos uma
exemplificação
5 - ESG NOW
6. Neste cenário, uma parceria entre
o WRI e o Conselho Empresarial
Brasileiro pelo Desenvolvimento
Sustentável (CEBDS) em 2008
apoiaram o desenvolvimento do GHG
Protocol Brasil, liderado pela equipe
de estudos em sustentabilidade da
FGV. Isso foi extremamente benéfico
pois permitiu a discriminação
das aplicações de construção de
inventários de carbono, incentivou
outras áreas nacionais na elaboração
de metodologias e bancos de dados
para viabilizar os cálculos dos
escopos e categorias de emissão
e aproximou o Brasil dos debates
globais sobre emissões de GEE.
• Como é possível calcular,
• Quais dados,
• Como gerar/obter esses dados,
• Estimativas permitidas,
• Qualidade dos dados,
• Precaução na seleção da informação,
• Recorrência na construção dos inventários,
• Como mobilizar os fornecedores,
• E muito mais
Ao mesmo tempo que as mobilizações políticas
estavam se estruturando no final da década de
90, temos em paralelo o seguimento com os
avanços científicos e construções de instituições
para apoiarem as mobilizações climáticas.
O Protocolo Gases de Efeito Estufa (GHG
Protocol) foi fundado pelo WRI (World Resources
Institute) e WBCSD (World Business Council for
Sustainable Development). O objetivo por trás
dele é estruturar e padronizar a contabilidade,
garantindo a precisão e transparência. Enquanto
o IPCC seguiu com a incumbência de monitorar
e verificar as emissões e ser o responsável por
sinalizar os problemas o GHG Protocol surge
para pôr na prática o ato de gerar inventários e
adequar cálculos e contabilizações para distintos
setores.
No site do GHG Protocol você consegue
encontrar de guidances, frameworks e
ferramentas que apoiam a construção dos
inventários de carbono e os cálculos de cada
categoria exemplificando:
Protocolo de Gases de
Efeito Estufas
6 - ESG NOW
7. 1 2 3
Falamos muito sobre a importância dos gases
de efeito estufa e como equivalemos eles
ao dióxido de carbono, sendo usualmente
falado no dia a dia, inventário de carbono.
Essa ferramenta de mensuração de impactos
funciona através de delimitações de fontes
de emissão que podem pertencer diretamente
a empresa ou de seus fornecedores. Dessa
forma, divide-se o inventário em 3 escopos
distintos como pode se ver na figura 5.
No escopo 1 consideramos as emissões
provenientes das operações limitadas
a indústria, empresa, fazenda, CD, loja
ou escritório. Temos aqui as emissões
diretas provenientes de fontes que são de
propriedade ou controladas pela empresa
Qualquer empreendimento é possível de ser
contabilizado. Aqui as fontes de emissão de
interesse são:
• Combustão estacionará;
• Combustão Móvel;
• Processos Industriais;
• Gases Refrigerantes;
• Mudança de uso da terra;
• Atividades Agrícolas;
• Resíduos Sólidos;
• Efluentes;
Já o escopo mais extenso e muitas vezes
desafiador é o 3 devido as emissões que
devem ser contabilizadas não pertencem
diretamente as operações da companhia,
mas são decorrentes das operações juntos
aos seus fornecedores, então são as
emissões indiretas que ocorrem na cadeia de
valor da empresa. Sendo que dividimos entre
Upstream e Downstream
Fontes Upstream
• Bens e Serviço Comprados;
• Bens de Capital;
• Emissões de ciclo de vida de combustíveis e
energia do Escopo 1 e 2;
• Transporte e Distribuição Upstream;
• Resíduos e efluentes;
• Viagens a negócios;
• Transporte de funcionários;
• Arrendamento de terras;
Fontes Downstream
• Transporte e Distribuição Downstram;
• Produtos Vendidos;
• Uso dos Produtos Vendidos;
• Fim de vida dos Produtos Vendidos;
• Terras cedidas para arrendamento;
• Franquias;
• Investimentos.
Execução de Inventários
de Carbono
O que é o inventário de
emissões?
No escopo 2 as fontes de emissões consideradas
em relação ao consumo, transporte e distribuição
de energia e calor. Essas emissões são
indiretas, provenientes da geração de energia
elétrica adquirida e consumida pela empresa
(Compra e Eletricidade), e quando olhamos para
empresas do setor energético estão atreladas a
Transferência e Distribuição.
• Compra de Energia Elétrica;
• Perdas T&D Localização;
• Compra de Energia Térmica
• Eletricidade Escolha de Compra
• Perdas T&D Escolha de Compra
7 - ESG NOW
8. Delimitações dos Escopos de Contabilização
para O Inventário de Gases de Efeito Esufa
Fonte: GHG Protocol Standard Guidance
Então antes de buscar os dados
para se calcular as fontes
emissoras é crucial saber o
que se deve calcular, isso
varia em relação aos controles
organizacionais, operacionais,
competências de execução e as
atividades diárias.
Os 5 princípios da execução de um inventário
devem ser seguidos, estes são: Relevância,
Integridade, Consistência, Transparência e
Exatidão. Eles servem para embasar o objetivo
de se ter um inventário que é a constante
evolução na temática climática, se atentar
que devemos ser francos na maturidade da
companhia, e que de inventário em inventário é
possível ir aprimorando a coleta de dados para
os cálculos, que nem todas as categorias serão
possíveis de se calcular, que é necessário fazer
pesquisas e benchmaking para entender o que é
relevante no setor (CETESB, 2016).
As empresas operam em diversas estruturas
legais e organizacionais, incluindo propriedade
integral, joint ventures incorporadas e não
incorporadas, subsidiárias, entre outras.
Para o inventário, é crucial definir os limites
organizacionais, o que envolve escolher uma
abordagem para o levantamento e consolidação
das emissões, permitindo às empresas
registrarem de forma coerente e aqui dividimos
se a organização possui o controle operacional
das atividades ou é uma sócia com apenas uma
porcentagem dos bônus e ônus dos controles
operacionais.
Os passos pré-execução são as delimitações.
Para saber o que vamos contabilizar precisa
definir os níveis da organização e tudo seguir
a mesma política de consolidação. As regras
de abordagem também se aplicam a casos de
participação estatal ou participação público-
privada.
Na figura 6, temos uma rápida explicação
de como executamos o passo a passo de
desenvolvimento do inventário
Como deve ser feito
Com a determinação dos limites operacionais
a empresa consegue seguir para o processo de
determinar as fontes das emissões, se estas
compõem o seu limite operacional ou não, ou
seja, se a emissão é direta da operação ou
indireta em relação a operação da companhia.
Dependendo da determinação ela seguira para
um escopo distinto.
Ordem de execução de um estudo de
Inventário de Gases de Efeito Estufa
Definir os limites organizacionais
Definir or limites operacionais
Coletar dados
Calcular as emissões
Elaborar o relatório de emissões
de GEE
Selecionar a metodologia de
cálculo e fatores de emissão
É crucial salientar que as
fontes de emissão aqui
listadas, nem sempre serão
cabíveis os cálculos, ou seja,
nem sempre a companhia
terá dados para calcular
as fontes de emissão ou
elas não são coerentes a
operação da empresa.
8 - ESG NOW
9. Checklist de decisão sobre preenchimento
A seleção de quais os dados e qual a real nível
de detalhamento que se tem para executar estes
cálculos não são tão claros e diretos, mesmos com
as explicações dispostas nos materiais do GHG
Protocol e GHG Protocol Brasil.
Pensando nisso elaboramos um Checklist de
Decisão de Inventários de Carbono para lhe apoiar
no entendimento de seleção ou não dos dados
para construir seu próprio inventário.
9 - ESG NOW
10. Ouro: Obrigatório o cálculo
dos 3 escopos e auditoria
inventário por um auditor
independente, com
emissão de um relatório de
verificação.
Prata: O cálculo do escopo
1 e 2 seguem obrigatório e
escopo 3 opcional apenas.
Tem a revisão externa do
inventário por um auditor
independente. No fim só
submeter o inventário
no mesmo lugar, com a
declaração de verificação.
Bronze: É necessário o
cálculo do escopo 1 e 2
apenas e não necessita de
uma verificação a parte.
Basta montar o inventário
e submeter no site de
registro público.
ONDE REPORTAR
Possuímos o Programa Brasileiro de Gases de
Efeito Estufa sediado pela FGV e consta com a
parceria do INMETRO, CETESB e outras entidades.
É um programa voluntário, mas a participação é
altamente recomendada para as empresas que
desejam demonstrar seu compromisso com a
sustentabilidade.
Após a construção do inventário a submissão é
bem fácil. Em ciência dos princípios de construção
de um inventário o programa divide as empresas
em 3 níveis e para cada um a exigência de
completude e verificação são diferentes.
Os benefícios de assumir este compromisso
público demonstra a maturidades e o
comprometimento com as causas ambientais
e que a companhia está buscando ser parte
da solução climática, demonstrando suas
resiliências de causa.
Além disso, é cada vez mais comum a criação
de leis e regulamentações que exigem das
empresas a gestão de suas emissões de GEE.
O inventário de GEE permite que a empresa se
prepare para essas regulamentações.
10 - ESG NOW
11. BRASIL. MMA, Ministério do Meio Ambiente.
Guia Técnico para o Monitoramento e Avaliação
da Qualidade do Ar. Brasília, DF, 2019.
Clique aqui para acessar.
CDP. Climate Change Report 2019: Major Risk
or Rosy Opportunity - Are companies ready for
climate change?
Clique aqui para acessar.
CDP. Climate Change Questionnaire and
Guidance, 2024.
Clique aqui para acessar.
CETESB. Página da internet – Poluentes
Atmosféricos, s.d.
Clique aqui para acessar.
CLIMAT E CHANGE: The 1990 and 1992 IPCC
Assessments. IPCC First Assessment Report -
Overview and Policymaker Summaries.
Clique aqui para acessar.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente,
2018. Resolução nº 491, de 19 de novembro de
2018. Ministério do Meio Ambiente.
CVM. Cartilha CVM Sustentável, janeiro 2024.
Clique aqui para acessar.
ECOVALOR. Conhecendo o GHG Protocol, 2024.
Clique aqui para acessar.
GFANZ. Financial Institution Net-Zero Transition
Plans — Executive Summary, November 2022.
Clique aqui para acessar.
Ministério do Meio Ambiente. Módulo I -
Introdução à Qualidade do Ar e Legislação
Aplicada, Curso de Qualidade do Ar, 2023.
PBGEE. Contabilização, Quantificação e
Publicação de Inventários Corporativos de
Emissões de Gases de Efeito Estufa, 2ª Edição,
2008.
Clique aqui para acessar.
IPCC. Relatório Síntese, Mudanças Climáticas
2023.
Clique aqui para acessar.
TCFD. Manual de Boas Práticas, Setembro de
2019.
Clique aqui para acessar.
TCFD. Implementing the Recommendations
of the Task Force on Climate-related Financial
Disclosures, October 2021.
Clique aqui para acessar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
11 - ESG NOW