SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 91
LIBERTAS – FACULDADES INTEGRADAS / CETN
CLÁUDIA HELENA POLETTI DIAS DOS SANTOS
EQUILÍBRIO DO SHEN ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO: ACUPUNTURA
E
SISTEMA DE ENERGIA DOS CHAKRAS.
Campinas – São Paulo
2014
LIBERTAS – FACULDADES INTEGRADAS / CETN
CLÁUDIA HELENA POLETTI DIAS DOS SANTOS
EQUILÍBRIO DO SHEN ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO: ACUPUNTURA E
SISTEMA DE ENERGIA DOS CHAKRAS.
PROFESSORA ORIENTADORA:
Luciana Mendes Vinagre
Campinas – São Paulo
2014
CLÁUDIA HELENA POLETTI DIAS DOS SANTOS
EQUILÍBRIO DO SHEN ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO: ACUPUNTURA E
SISTEMA DE ENERGIA DOS CHAKRAS.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Libertas
Faculdades Integradas / CETN, como requisito para
obtenção do título de Especialista em Acupuntura.
Data da aprovação:
___/___/______
Banca Examinadora:
________________________________________
________________________________________
________________________________________
Campinas
2014
“A felicidade está em cada alvo que
você alcança e nos processos que você
percorre para alcançar o alvo. Para
haver felicidade, é preciso ter
objetivo.”
(Dr. Celso Charuri)
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, meu agradecimento eterno pelo amor incondicional e pelo exemplo de
dedicação, esforço e retidão.
Ao Paulo, meu marido, amigo, companheiro e apoiador entusiasmado de todos os
meus objetivos, agradeço pelo amor, pelo carinho e pelo fato de você existir na minha
vida!
Aos meus filhos Nathalia e Guilherme meu agradecimento por me proporcionarem a
experiência de vivenciar o verdadeiro amor.
Agradeço também aos meus amigos com quem compartilho um ideal maior, que me
apoiam incondicionalmente em todas as iniciativas, incluindo essa.
À minha querida professora, orientadora e acupunturista Luciana, por todas as nossas
vivências, onde ela soube transformar tudo em um imenso prazer. Sua atenção, bondade e
sensibilidade fazem dela um Ser especial.
À todos os professores, pela dedicação, atenção e pelas nоssаs conversas além das
aulas.
À toda equipe do CETN, pelo ambiente criativo, agradável е amigável que
proporciona.
Agradeço ao Rogério, por toda a jornada juntos, onde seu exemplo de dedicação,
inteligência e entusiasmo fazem dele, um ser realmente admirável.
Ao meu Mestre, Dr. Celso Charuri, idealizador e criador da Pró-Vida, a quem dirijo
minha eterna homenagem e meu eterno agradecimento.
RESUMO
O principal intuito deste trabalho é elucidar aos profissionais de saúde sobre a
importância da integração da Acupuntura ao Sistema de Energia dos Chakras: técnica esta que
vai aumentar a eficácia do tratamento, estabilizando as emoções e fortalecendo a energia do
corpo - proporcionando um estado de equilíbrio e harmonia ao indivíduo. Através da análise e
diagnóstico pela MTC será determinado o desequilíbrio dos chakras, mostrando um novo
paradigma de medicina que combina de fato estes dois sistemas da medicina tradicional.
Os relatos e constatações feitas pelos pacientes reforçam a teoria que um tratamento
utilizando a associação da Acupuntura com o Sistema de Energia dos Chakras, que
comparada com o tratamento convencional na MTC, apresenta em poucas sessões o alcanço
do objetivo principal do tratamento: o almejado equilíbrio do Shen.
A inclusão de uma nova dimensão através deste tratamento poderá permitir ao
terapeuta atingir aspectos emocionais, de personalidade e de caráter do paciente, todos
associados com os órgãos, sistemas ou meridianos individualmente.
Palavras-chave: Integração, Equilíbrio, Shen (Mente), Acupuntura, Sistema de
Energia dos Chakras.
ABSTRACT
The principal purpose of this report is to clarify the health care professionals about the
importance of integration of Acupuncture to the Chakra Energy System: a technique which
will increase the efficacy of treatment, stabilizing emotions and fortifying the body's energy -
providing an equilibrium state and harmony to human beings. Through the analysis and
diagnostic for TCM imbalance of the chakras will be determined, showing a new paradigm of
medicine that combines the fact these two systems of traditional medicine.
The reports and findings made by patients reinforce the idea that a treatment by using
the association of acupuncture with the Chakra Energy System, compared with conventional
treatment in TCM, has in a few sessions the reach the main goal of treatment: the desired
balance Shen.
The inclusion of a new dimension through this treatment could allow for the therapist
achieve emotional aspects personality and character of the patient, all associated with the
organs, systems or meridians individually.
Keywords: Integration, Balance, Shen (Mind), Acupuncture, Chakra Energy System.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8
2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 8
2.1. Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa........................................... 8
2.1.1. Conceito do Yang/Yin............................................................................... 11
2.1.2. Conceito dos Cinco Movimentos ............................................................ 12
2.1.3. Conceito do Zang Fu (Órgãos / Vísceras)............................................... 15
2.1.4. Conceito de Qi_ ......................................................................................... 16
2.2. O Shen na M.T.C. ....................................................................................... 17
2.3. O Sistema de Energia dos Chakras............................................................ 22
2.3.1. Chakras Principais .................................................................................. 31
2.3.2. Chakras Secundários ............................................................................... 38
2.3.3. Diagnóstico dos Chakras ......................................................................... 45
2.3.3.1. Língua ..................................................................................................... 45
2.3.3.2. Pontos de acupuntura sensíveis relacionados aos
Chakras Principais ............................................................................................ 47
2.2.2.3. Determinação do estado de desequilíbrio ........................................... 47
2.3.4. Tratamento e reequilíbrio dos Chakras principais afetados ............... 48
2.3.5. Pontos utilizados no tratamento dos Chakras segundo a MTC .......... 50
3. JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 66
4. OBJETIVO ..................................................................................................... 66
5. METODOLOGIA .......................................................................................... 67
5.1. Tipo de Pesquisa .......................................................................................... 67
5.2. Local do estudo ............................................................................................ 67
5.3. População ..................................................................................................... 67
5.4. Material ........................................................................................................ 67
5.5. Procedimento................................................................................................ 68
5.5.1. Relatos de casos ........................................................................................ 69
6. RESULTADOS QUALITATIVOS .............................................................. 73
7. CONCLUSÃO ................................................................................................ 74
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 75
GLOSSÁRIO....................................................................................................... 77
ANEXOS.............................................................................................................. 81
8
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho visa demonstrar a importância e eficácia do tratamento realizado através
da Acupuntura integrada ao Sistema de Energia dos Chakras, promovendo o equilíbrio do
Shen, e consequentemente, sua influência na qualidade de vida do indivíduo.
O assunto aqui abordado enfocará a análise literária sobre o referido tema,
proporcionando assim um maior esclarecimento sobre a Acupuntura, o Sistema de Energia
dos Chakras e seus princípios.
O principal intuito deste trabalho é elucidar aos profissionais de saúde sobre a
importância da integração da Acupuntura ao Sistema de Energia dos Chakras: técnica esta que
vai aumentar a eficácia do tratamento, estabilizando as emoções e fortalecendo a energia do
corpo - proporcionando um estado de equilíbrio e harmonia ao indivíduo.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa
Durante toda a história, o ser humano ocupou-se em compreender a si mesmo e ao
meio que o rodeia. Os resultados desses esforços são a criação de conceitos mágicos, de
convicções religiosas, de sistemas filosóficos e de teorias científicas que refletem o ambiente
intelectual e emocional do período histórico ao qual pertencem.
Conforme Szabó e Bechara (2010), a Acupuntura é uma técnica terapêutica empírica
desenvolvida em uma cultura Oriental, baseada em tentativa e erro e que utiliza linguagem
mágica (pensamento pré-científico). Ou seja, sua fundamentação é um raciocínio causal não
científico e mítico. Pertencem à Medicina Tradicional Chinesa - MTC que engloba técnicas
de massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (Shu-
Shieh) e a farmacopeia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral). A
Acupuntura consiste na estimulação de pontos específicos do corpo com objetivo de atingir
um efeito terapêutico ou homeostático. Trata-se de uma terapia reflexa na qual o estímulo
nociceptivo dado ao ponto de Acupuntura desencadeia respostas em outras áreas do
organismo.
O objetivo central da MTC e, portanto, da Acupuntura, é a idéia de equilíbrio, tanto no
que se refere às funções orgânicas quanto à relação do corpo com o meio externo.
O conhecimento da Acupuntura em uma perspectiva histórica contribui para reduzir o
estranhamento que pode advir do primeiro contato entre sua filosofia e o pensamento
9
científico. A origem da Acupuntura remonta à pré-história, precedendo a criação da escrita
(4.000 AC). Apesar de essa técnica ter florescido na MTC, restringir seu desenvolvimento
inicial ao território chinês é uma hipótese que pode não ser verdadeira.
Segundo Hong Jin Pai (2014), a acupuntura é um método terapêutico antigo, utilizado
há aproximadamente 5000 anos no oriente. Foi criada na China, sendo mais tarde incorporada
ao arsenal terapêutico da medicina em outros países orientais como o Japão, Coréia e Vietnã.
Achados arqueológicos da Dinastia Shang (1.766 - 1123 AC) incluíam até agulhas de
acupuntura e carapaças de tartarugas e ossos, nos quais estavam gravadas discussões sobre
patologia médica.
Escavações nas ruínas Yang-Shao, na província chinesa de Henan, mostram o uso de
um instrumento de pedra polida e afiada denominado Bian-Shi (agulha de pedra) para
drenagem de abscessos e o estímulo de áreas específicas do corpo, no período neolítico (MA,
1992; CHAN et al., 1994; MA, 2000 apud Szabó e Bechara, 2010). Em tumbas da Dinastia
Han do Oeste (206 AC a 22 D.C.), em Hunan, rolos de seda pertencentes a um período
anterior à Dinastia Qin (221 a 206 AC) contém textos que se referem à utilização de
moxabustão (bastões incandescentes de Artemísia Vulgaris), sugerindo que a técnica de
estímulo térmico do ponto precedeu a utilização de inserção de agulhas. Ao longo de sua
história, instrumentos de bambu, ossos, jade e metais têm sido utilizados para estímulo do
ponto de acupuntura (CHEN, 1997 apud Szabó e Bechara). Durante o período Zhou (772 AC
a 480 AC), o confucionismo vem somar-se ao Taoísmo, trazendo o conceito de que a saúde
está diretamente relacionada aos atos praticados pelo indivíduo e afastando assim a idéia da
origem demoníaca para as doenças. Após a unificação da China (século III AC), a AP
experimenta um desenvolvimento notável, quando adquire uma sistemática de teorias e
princípios e a substituição gradual da Bian-Shi por agulhas de bronze, ferro, prata e ouro,
acompanhando o progresso da metalurgia. O número de médicos servindo à corte e à
população aumenta significativamente a partir de então (MA, 1992 apud Szabó e Bechara,
2010).
De acordo com Szabó e Bechara (2010), a MTC permaneceu como forma exclusiva de
terapia exercida na China até que as práticas médicas ocidentais fossem introduzidas durante a
dinastia Ching (1644 a 1911), quando a AP foi rejeitada pela elite e chegou a ser banida pelo
governo. Na década de 1940, Mao Tsé-Tung, líder da Revolução Chinesa, estimula uma
política de integração entre os dois sistemas médicos, incrementando o ensino e pesquisa com
MTC, declarando que "a Medicina e a Farmacologia chinesas são um palácio de grandes
tesouros, devendo ser feitos todos os esforços para sua exploração, e para sua ascensão a
10
níveis mais elevados". Os baixos custos dessa prática colaboraram nessa decisão, permitindo à
população maior acesso à saúde. A China faz uso da acupuntura para promoção da analgesia
cirúrgica em pacientes humanos desde o fim da década de 1950 e em animais, desde1970.
De acordo com Hong Jin Pai (2014), um dos livros de Acupuntura mais antigos é o
Huang Di Nei Jing: "Clássico do Imperador Amarelo Sobre "Medicina Interna" ou "Tratado
de Medicina Interna do Imperador Amarelo", escrito na Dinastia Han (206 AC a 220 DC) e
atribuído ao mítico Imperador Amarelo, Huang Di (2698 a 2598 AC), criador da escrita
chinesa e unificador da China. Esse texto é, até os dias atuais, a base da MTC e traz
informações sobre anatomia, fisiologia, patologia, diagnóstico e tratamento de doenças.
Outros textos clássicos surgiram posteriormente, entre eles a Discussão das Doenças
Causadas pelo Frio, O Clássico sobre o Pulso, O Clássico das Dificuldades (Nan Ching) e o
Clássico sobre Sistematização da Acupuntura e Moxa.
Hong Jin Pai (2014) descreve que, ao longo destes milhares de anos, os chineses
descreveram cerca de 1.000 pontos de acupuntura, dos quais 365 foram classificados em
catorze grupos principais. Todos os pontos que pertencem a um dos grupos são ligados por
uma linha imaginária na superfície do corpo denominada meridiano. Para os chineses
tradicionais, nosso organismo é formado de matéria e energia e é justamente a parte
energética, a força vital ou Qi que circularia nestes meridianos e todas as doenças seriam
consequentes a um distúrbio da circulação do Qi. Embora este conceito tenha norteado a
prática da acupuntura ao longo destes milhares de anos é um pouco metafísico demais para ser
compreendido e aceito pelo mundo científico atual.
A palavra Acupuntura origina-se do latim, sendo que acus significa agulha e punctura
significa puncionar. A acupuntura se refere, portanto, à inserção de agulhas através da pele
nos tecidos subjacentes em diferentes profundidades e em pontos estratégicos do corpo para
produzir o efeito terapêutico desejado. Mas, na verdade, acupuntura é uma tradução
incompleta da palavra chinesa Jin Huo (ou Tsen Tsio) que significa metal e fogo.
A Acupuntura utiliza agulhas e outros instrumentos para liberar substâncias químicas
no organismo com efeito analgésico e/ou anti-inflamatório e assim, alivia a dor e outros
sintomas decorrentes de determinadas doenças.
Os pontos de acupuntura distribuídos pelo corpo podem também ser puncionados com
agulhas ou aquecidos com o calor produzido pela queima da erva Artemísia Vulgaris, (mais
conhecida como moxa ou moxabustão). Podem ainda ser estimulados por ventosas, pressão,
estímulos elétricos e, mais recentemente, lasers. Da metade do século XVII até os dias de
hoje, a prática de acupuntura na China veio se fortalecendo de tal forma que todos os povos
11
que de uma forma ou de outra tiveram contato com esta modalidade de medicina, resolveram
acrescentá-la ao seu arsenal terapêutico, como primeira escolha ou coadjuvante a outro tipo de
terapia que se faça necessário (Hong Jin Pai, 2014).
De acordo com Yamamura (2001, p.19), a Medicina Tradicional Chinesa, concentra-se
na observação dos fenômenos da natureza e no estudo e compreensão dos princípios que
regem a harmonia nela existente. Na concepção chinesa, o Universo e o Ser Humano estão
submetidos às mesmas influências, sendo partes integrantes do Universo como um todo.
Desse modo, observando-se os fenômenos que ocorrem na Natureza, pode-se por analogia
estendê-los à fisiologia do corpo humano, pois nele se reproduzem os mesmos fenômenos
naturais.
Nessa visão global de integração Natureza-Ser Humano, todas as ciências são
coerentes e concordantes entre si.
A concepção filosófica chinesa a respeito do Universo está apoiada em três pilares
básicos: a teoria do Yang/Yin, dos cinco Movimentos e dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras).
2.1.1. Conceito do Yang/Yin
Yamamura (2001, p.20-23), refere que este é o conceito básico e fundamental de todas
as ciências orientais que corresponde à condição primordial e essencial para a origem de todos
os fenômenos naturais, como por exemplo, o princípio da energia e da matéria.
Observando-se a Natureza, verifica-se que tudo que nela existe é composto por dois
aspectos específicos e essenciais que complementam e que mantém entre si um equilíbrio
dinâmico. Esses aspectos foram chamados de Yin e Yang. Eles são os princípios essenciais à
existência de tudo que existe no Universo. O Yang somente pode existir na presença do Yin, e
vice-versa.
O Yang representa todos os aspectos que se caracterizam por atividade, como calor,
movimento, claridade, força, expansão, explosão, polaridade positiva, posição “alto”.
Também são Yang o Sol e o homem.
O Yin representa o oposto de Yang, são os aspectos que se caracterizam por atividade
menor, como frio, repouso, escuridão, retração, implosão, polaridade negativa, posição
“baixo”. Também são fatores Yin a Terra e a mulher. Só é possível entender a concepção
Yang e Yin no conjunto.
A teoria Yang/Yin obedece a três princípios básicos:
12
 Transformação do Yang e do Yin: os aspectos Yang e Yin apresentam movimento
constante de transformação entre si, mantendo-se em um contínuo e constante
equilíbrio.
 Transmutação do Yang e do Yin: os aspectos Yang e Yin, quando chegam ao seu
extremo (Yang do Yang ou Yin do Yin), transmutam-se em seu aspecto oposto. Esse
processo de transmutação é um princípio geral inerente à Natureza. Pose-se
exemplificar isso observando o ciclo dia/noite.
 Relatividade do Yang e do Yin: de acordo com este princípio, a caracterização de um
fenômeno como sendo Yang ou Yin é um conceito relativo, significando que um
aspecto pode ter ao mesmo tempo características Yang e Yin bem definidas.
O aspecto saúde se expressa um equilíbrio dinâmico entre esses aspectos Yang e Yin,
e por sua vez, a doença tem origem quando se instala um desequilíbrio entre o Yang e
o Yin.
2.1.2. Conceito dos Cinco Movimentos
A filosofia da MTC é fundamentada no taoísmo, que está envolvido com a observação
do mundo natural da maneira como ele opera. O corpo humano, sendo parte do mundo
natural, pode ser observado como uma energia dinâmica formada por órgãos (tanto Yin como
Yang) que fazem intercâmbios entre si baseados no que ocorre na natureza. Os chineses
observaram que em qualquer lugar da natureza ocorria um intercâmbio dinâmico e que o
corpo humano não seria uma exceção.
Para uma melhor análise do Yin e do Yang em relação à natureza, faz-se necessário
dividir o conceito de Yin e Yang em componentes mais tangíveis. Estes componentes, ou
criações do Yin e Yang são os Cinco Elementos.
Conforme Maciocia (1996), a Teoria dos Cinco Elementos, ou Cinco Fases, integra a
base da teoria da Medicina Tradicional Chinesa. Os primeiros registros referentes a esta teoria
datam do período que permeia os séculos 476-221 A.C., marcando a observação e obtenção
de padrões dentro da natureza, e a sua extensão ao organismo humano.
A aplicação de Wu Xing serve de auxílio à terapêutica chinesa, podendo ser útil como
guia no diagnóstico e no tratamento das patologias. Esta teoria baseia-se nas propriedades dos
cinco elementos – madeira, fogo, terra, metal, água – sendo suas características específicas, a
partir de similitudes e analogias, relacionadas com a fisiologia dos Órgãos e Vísceras (Zang
Fu) e dos tecidos do corpo.
13
Assim sendo, os órgãos e tecidos são classificados em cinco categorias de acordo com
os Cinco Elementos ou Fases, e seus movimentos, para se observar suas relações internas.
A relação entre as fases baseia-se em dois aspectos que se apóiam mutuamente para
propiciar harmonia: os ciclos de Geração e de Dominância ou Controle.
O ciclo de Geração forma uma sequência em que cada Elemento dá origem ou gera o
seguinte, assim como é gerado da mesma forma. Deste modo teremos: madeira gera fogo,
fogo gera terra, terra gera metal, metal gera água e água gera madeira.
No ciclo de Dominância cada elemento controla o outro, ao passo em que é controlado
também, formando uma relação de controle e restrição mútua entre as fases. Aqui teremos:
madeira controla terra, terra controla água, água controla fogo, fogo controla metal e o metal
controla madeira.
As relações de geração e dominância asseguram o equilíbrio entre os elementos e a
normalidade de seus processos, no caso do corpo humano, de seu funcionamento fisiológico
saudável.
Como a lei que os Cinco Elementos demonstra interdependência entre eles, o
desequilíbrio em uma das fases ou na relação entre alguma delas irá repercutir no sistema
inteiro. O homem, que como se diz, é produto do céu e da terra, pela interação de Yin e Yang,
contêm por isso, os Cinco Elementos também. Este íntimo relacionamento entre os cinco
Elementos e o corpo humano estende-se da mesma forma às ações humanas.
Yamamura (2001, p.23 a 25), afirma que as características próprias dos fenômenos
naturais podem ser agrupadas em cinco categorias diferentes que se encontram em constante
movimento de geração e dominância entre si, sendo:
 Movimento Água: representa os fenômenos naturais que se caracterizam por: retração,
profundidade, frio, declínio, queda, eliminação. Ponto de partida e chegada da
transmutação dos Movimentos.
 Movimento Madeira: representa os aspectos de crescimento, movimento,
florescimento, síntese.
 Movimento Fogo: representa todos os fenômenos naturais que se caracterizam por
ascensão, desenvolvimento, expansão, atividade.
 Movimento Terra: representa os fenômenos naturais que se traduzem por
transformações, mudanças.
 Movimento Metal: caracteriza os processos naturais de purificação, de seleção, de
análise, de limpeza.
14
Em condições de normalidade, existem dois Princípios básicos dos cinco Movimentos.
O primeiro se refere ao conceito de “geração”, onde estabelece que cada movimento gera o
Movimento seguinte, onde essa inter-relação é conhecida como regra “mãe-filho”, sendo a
“mãe” o movimento que gera, e de “filho” o Movimento que foi gerado (figura 1).
O segundo princípio se refere ao conceito de “dominância” que estabelece que cada
movimento tem “autoridade” sobre o que sucede, chamando-se de “avô” o Movimento que
domina e de “neto” o que é dominado.
Fig.1 – Cinco Movimentos
Fonte: http://acupuncturamtc.blogspot.com.br/p/os-5-elementos.html
Ainda de acordo com Yamamura (2001, p.25), as características próprias que
individualizam cada um dos Cinco Movimentos permitem o enquadramento nos aspectos da
Natureza como integrantes de um dentre os Cinco Movimentos.
15
As relações entre os cinco elementos e os constituintes do organismo, descritos por
Maciocia (1996), estão ilustradas na Tabela 1.
Tabela 1- Algumas das principais correspondências dos Cinco Elementos
Madeira Fogo Terra Metal Água
Estações Primavera Verão Nenhuma Outono Inverno
Cores Verde Vermelho Amarelo Branco Preto
Sabores Azedo Amargo Doce Picante Salgado
Climas Vento Calor Umidade Secura Frio
Estágio de Nascimento Crescimento Transformação Colheita Estoque
Desenvolvimento
Yin-Yang Yang Mínimo Yang Máximo Centro Yin Mínimo Yin Máximo
Sistemas Yin Fígado (Gan) Coração (Xin) Baço (Pi) Pulmão (Fei) Rim (Shen)
Sistemas Yang Vesícula Biliar Intestino Estômago Intestino Bexiga
(Dan) Delgado (Wei) Grosso (Pangguang)
(Xiaochang) (Dachang)
Órgãos dos Olhos Língua Boca Nariz Ouvido
Sentidos
Tecidos Tendões Vasos Músculos Pele Ossos
Emoções Fúria Alegria Preocupação Tristeza Medo
Sons Grito Riso Cantoria Choro Gemido
Fonte: Fundamentos da Medicina Chinesa (1996)
2.1.3. Conceito do Zang Fu (Órgãos / Vísceras)
Yamamura (2001, p.28), afirma que a teoria chinesa sobre a fisiologia energética do
corpo humano descreve que existem cinco Órgãos Essenciais (denominados Zang) e seis
Vísceras (denominadas Fu). Sendo assim, os Zang Fu, constituem o alicerce para a
compreensão da fisiologia e da propedêutica energética e ainda, da fisiopatologia das doenças
e seu tratamento.
Os Zang são: O Xin (Coração), o Gan (Fígado), o Pi (Baço/ Pâncreas), o Fei (Pulmão)
e o Shen (Rins). Eles são essenciais, pois têm a função de armazenar, digerir, transformar,
assimilar os alimentos e fazer a expulsão. Os fu são constituídos pelo Tubo Digestivo (Wei –
Estômago, Xiao Chang – Intestino Delgado, Da Chang – Intestino Grosso e Pangguang –
16
Bexiga) e pelo Sistema de Aquecedores, o Sanjiao (Triplo Aquecedor). As vísceras Curiosas
ou Vísceras, que apresentam funções especiais, são constituídas por: Dan – Vesícula Biliar,
ossos, medula óssea e espinal, encéfalo, vasos sanguíneos e Bao Gong (matriz- Útero).
Os Zang Fu na MTC englobam a fisiologia, as relações com o sistema Nervoso
Central e as concepções básicas do Yin e do Yang, bem como dos Cinco Movimentos.
De acordo com Maciocia (1996, p.49), o corpo e a mente não são vistos como um
mecanismo, mas como um círculo de energia e substâncias vitais interagindo uns com os
outros para formar o organismo. A base de tudo é o Qi: todas as outras substâncias vitais são
manifestações do Qi em vários graus de materialidade, variando do completamente material.
2.1.4. Conceito de Qi
Auteroche (1992, p.33), descreve que apesar do Qi ser único, como suas
representações são múltiplas, na prática, associasse-lhe sempre um qualificativo que
determina sua localização ou sua função.
Sendo assim, os diferentes tipos de Qi apresentam a seguinte classificação:
 Yang Qi e Yin Qi: são duas partes antagônicas da energia de base.
 Jing Qi: é o princípio essencial, a quinta essência. Ele é composto de duas partes: o
Jing Qi inato ou “céu anterior”, recebido no momento da concepção; e O Jing Qi da
nutrição ou “Jing Qi adquirido” – ou “do céu posterior”. Ambos armazenados nos
Rins.
 Qing Qi: ou Qi puro, que existe na natureza, no ar que se respira.
 Yuan Qi: ou “Energia verdadeira” (Zhen Qi), é o mais importante de todos os Qi do
corpo humano. Todos os tecidos orgânicos que recebem o impulso do Yuan Qi
poderão cumprir suas diferentes funções.
 Zong Qi: sua atividade essencial é dar impulso à respiração pulmonar, e à
circulação do sangue do coração.
 Ying Qi ou Yong Qi: “energia nutriente”, é proveniente do Jing Qi da alimentação
elaborada pelo baço e o estômago. Sua atuação é de nutrir o corpo inteiro.
 Wei Qi: é a “energia de defesa”. Atua para proteger a superfície do corpo contra as
agressões externas; controlar a abertura das glândulas sudoríparas; regular a
temperatura do corpo; aquecer os órgãos; dar brilho à pele e lustro aos pelos.
Segundo Jou Eel Jia (2013, p.48), o Qi é a base do movimento de transformação e
transmutação entre o micro e macrocosmo, participando da formação e da constituição das
17
estruturas do corpo e da sua atividade fisiológica, enfim é a raiz de sustentação da vida. No
Oriente, o ser humano é constituído por três agregados:
1) Qi: é a manifestação da nossa consciência, resultado das interações de todos os
conjuntos de Qi do nosso organismo. Essa consciência gera o espírito. O Espírito
para os chineses significa Mente.
2) Jing (matéria): é o DNA, responsável pela transmissão de nosso código genético.
3) Shen: mente ou inteligência.
2.2. O Shen na M.T.C.
Uma das mais importantes características da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a
integração como um todo, sem início ou fim, entre o corpo, a mente e as emoções.
Na Cultura Chinesa não existe uma palavra para representar o que denominamos como
mente. Porém, o conceito Shen foi ocidentalizado como sendo sinônimo da palavra mente ou
cognição.
Fig.2 - Ideograma – Shen
Fonte: Shen: categoria estruturante da racionalidade médica chinesa.
Segundo Wilder e Ingram apud Ferreira e Luz (2007), a parte esquerda do ideograma
Shen corresponde ao radical Shi. Na forma original, este radical significa “revelar”, utilizado
para denotar coisas espirituais. Os dois traços superiores representam a dualidade, Tian (Céu)
acima de Di (Terra). Já os três traços inferiores representam o sol, a lua e as estrelas, ou seja,
os sinais vindos do céu para a terra, reveladores de coisas transcendentais para os homens. A
parte direita do ideograma significa “estender”, “esticar” ou “explicar” (figura 2).
Para Maciocia (2005, p.28) três aspectos distintos devem ser considerados na
avaliação e observação do Shen (que ele traduz como ‘espírito’): “a corporificação do espírito,
a vitalidade do espírito e o lustro (ou brilho natural) do espírito”. Por “corporificação do
18
espírito”, entende a manifestação física externa deste, expressa na compleição física,
musculatura, expressão facial, olhar, movimentos e reflexos corporais. “Vitalidade do
espírito”, para o autor, é a vitalidade geral de uma pessoa, manifestada no vigor mental, tom
de voz, ritmo respiratório, clareza de pensamentos. Por “lustro do espírito” entende como o
espírito está refletido na cútis, nos cabelos e nos olhos, dando brilho e vigor. A normalidade
desses parâmetros teriam como significado clínico o bom funcionamento de órgãos e vísceras
e de Qi, Xue, Yin e Yang, elementos importantes na dinâmica vital da medicina chinesa.
O autor classifica, ainda, o ‘espírito’ como forte, fraco ou falso. O primeiro teria boa
corporificação, vitalidade e lustro e daria um bom prognóstico no caso de doenças. O “espírito
fraco”, ao contrário teria esses parâmetros comprometidos, significando danos à fisiologia
corporal, tendência a desequilíbrios físicos e emocionais e, no caso de doença, prognóstico
duvidoso. O “espírito falso” surgiria no curso de uma doença crônica e grave, quando o
paciente subitamente parece alegre e revitalizado – recupera o apetite, fala, quer ver familiares
etc. – sem ter passado por um período de restabelecimento gradativo; isso seria um péssimo
prognóstico, sinal de morte iminente.
Fica, portanto, claro o papel de Shen na diagnose, ao refletir a condição do
funcionamento interno de órgãos, vísceras, Qi, Xue e Jing.
No entanto, quando há uma perturbação no fluxo energético, ela pode desencadear
uma série de problemas físicos e mentais, a doença, por sua vez, é sempre uma
desorganização da energia funcional que controla e dinamiza os órgãos. A acupuntura trata
tentando harmonizar a circulação da energia no corpo, atuando na raiz do problema e nos
diversos sintomas que acompanham a doença.
A filosofia da MTC é essencialmente preventiva e sempre leva em consideração não
somente a doença, mas principalmente a causa do desequilíbrio que a gerou.
He e Ne (1999, p.6) traduzem Shen como espírito, discutindo que em sentido amplo,
ele corresponde às manifestações exteriores das atividades vitais do corpo e abrange os sinais
e sintomas das manifestações fisiopatológicas. Em sentido restrito, corresponde às atividades
do pensamento consciente da mente.
Dessa forma, pela teoria da Medicina Tradicional Chinesa, Shen tem três significados:
a) Função de transformação material do mundo natural: as transformações do
Universo que criam todas as coisas da Terra correspondem ao fenômeno denominado
manifestações do espírito. Primeiro existe a forma do Universo e depois as transformações do
espírito.
19
b) Toda e qualquer atividade vital do organismo: a Medicina Tradicional Chinesa
considera o corpo humano como um sistema integrado onde as energias Yin e Yang
impulsionam as transformações e os movimentos da vida. Nesse sentido, as atividades vitais
são basicamente denominadas espírito, ou seja, Shen, sendo este a essência da vida do corpo.
Perdendo-se o Shen as atividades de energia cessam e a vida termina.
c) Consciência espiritual do homem: implica que a atividade espiritual da mais alta
forma e grau é o pensamento. É do coração que se derivam as atividades do pensamento
consciente do espírito do homem. Uma espécie de regente dos processos corporais,
relacionado tanto com as causas quanto com a possibilidade de cura de desequilíbrios: com as
causas devido à interferência que produz no estado emocional (que para a Medicina Chinesa é
um importante motivo de desarmonia), com a possibilidade de ‘cura’, porque atua no
funcionamento de toda a dinâmica corporal e interfere emocionalmente no funcionamento de
órgãos e vísceras.
Portanto, o Shen é um termo genérico de todas as atividades vitais do corpo humano,
incluindo o ânimo, o pensamento, além das atividades intelectuais.
Ross (1994) também usa o termo espírito para explicar o que é Shen, colocando-o
como condição para vitalizar o corpo e a consciência, bem como para fornecer a força da
personalidade. Desta forma, Shen seria o responsável pela vitalidade de todo o nosso corpo,
nos dando consciência e personalidade.
Nessa forma de conceber, Shen implica na existência material do espírito, que é
diferente da ideia ocidental. Assim, na Medicina Tradicional Chinesa, Shen (ou espírito) é
uma parte integral do corpo e, portanto, não um aspecto separado dele.
Maciocia (1996, p.57) traduz Shen como “mente”, colocando-o como uma das
substâncias vitais para o ser humano, ou seja, como uma forma de Qi. Nesse caso,
resumidamente, Shen seria o tipo mais sutil e imaterial do Qi.
O conceito de Shen está relacionado com o conceito de Jing (traduzido como
essência). Na Medicina Tradicional Chinesa, existe o Jing do pai e o Jing da mãe, unidos
formam o Jing de cada ser humano e, consequentemente, o Shen.
Após o nascimento este Jing é armazenado no sistema Rim (Shen do Rim), à qual será
a base biológica do Shen Mente, armazenado e organizado no coração.
Assim, Qi, Jing e Shen (Mente) são denominados os três grandes tesouros da Medicina
Tradicional Chinesa, caracterizando uma das principais noções desta ciência, com efeito: a
integração íntima, indissociável, do corpo e da mente.
20
Conforme Pacheco e Grassi (2013), Shen é um conceito ou uma categoria diretamente
relacionada com as atividades mentais, estado de espírito e, também, com o funcionamento
dos órgãos. Nesse contexto, o sistema Xin Shen (Coração) é fundamental para estruturar e
organizar o equilíbrio vital, a partir de duas funções básicas: impulsionando o Xue (Sangue)
para nutrir as estruturas e servindo de “morada” do Shen. Dito de outra maneira, a relação de
causalidade direta entre mente e encéfalo, perceptível em algumas discussões da Ciência
cognitiva ocidental, é deslocada pela Medicina Tradicional Chinesa para a relação mente
(Shen) e coração (Xin). A partir do momento que o coração, “morada” do Shen (mente),
impulsiona o sangue (Xin) e o espírito/mente (Shen) para os demais órgãos (sendo que cada
um deles é responsável por um sentido), pode-se dizer que o Shen (mente) se relaciona com
todas as demais funções humanas.
Assim, a visão que pertence ao sistema Gan (Fígado) necessita de Xue (Sangue) para
ser nutrido e de Shen para reconhecer o estímulo visual. A audição que pertence ao sistema
Shen do Rim também necessita de Xue para sua nutrição e de Shen para o reconhecimento
auditivo. O mesmo processo ocorre com o olfato que pertence ao sistema Fei (Pulmão), o
paladar (Língua - considerada o “broto de Xin”) e o tato. Com efeito, todos os sentidos
necessitam de Xue (Sangue) para serem nutridos e Shen para serem percebidos, avaliados e
compreendidos.
Além da relação direta de Shen com os órgãos e suas emoções e sentidos
correspondentes, a Medicina Tradicional Chinesa discute outros conceitos que formarão Shen
em sua totalidade e constituirão o espírito, são eles: Hun (Alma Etérea), Po (Alma Corpórea),
Zhi (Força de Vontade) e Yi (Intenção).
Shen é uma categoria atuante nos processos fisiológicos, que interfere direta e
indiretamente no funcionamento orgânico. Diretamente por meio de funções específicas,
como no caso da atuação sobre o ciclo vital. Indiretamente através, por exemplo, de sua
função controladora das emoções.
Assim, os quatro aspectos de Shen (Hun, Po, Yi e Zhi) se manifestariam e
relacionariam estrutural e funcionalmente com cada um dos órgãos internos, ou seja, Gan
(Fígado), Fei (Pulmão), Pi (Baço) e Shen (Rim).
Shen pode ser visto como saúde, onde a felicidade e a vida se coordenam e se
unificam com o conturbado meio externo. Qualquer dano ou excessivo estímulo emocional
pode prejudicar a saúde tanto a nível físico quando a nível espiritual, provocando
enfermidades.
21
A primeira coisa a ser afetada pelo desequilíbrio emocional é a circulação e a direção
apropriadas do Qi (energia). Segundo textos tradicionais chineses “a Raiva faz o Qi (energia)
subir, a Alegria excessiva, Euforia retarda o Qi (energia), a Tristeza dissolve o Qi (energia), o
Medo faz o Qi (energia) descer, o Choque por sua vez dispersa o Qi (energia) e o Pensamento
forçado prende o Qi”. O efeito de cada emoção em um órgão específico não deve ser
interpretado de forma muito restrita, pois o mesmo também depende da característica
constitucional do indivíduo. Se ele apresentar, por exemplo, uma fraqueza constitucional do
Coração, o Medo, que vem relacionado à força de Vontade e corresponde ao Rim, irá neste
caso indicar que foi o Coração o sistema afetado. Evidentemente aparecerão outros fatores
que denunciarão esta deficiência. De qualquer forma o Coração será diretamente afetado, uma
vez que ele abriga a Mente (Shen) e recebe toda carga emocional direta ou indiretamente.
Jou Eel Jia (2013, p. 81), refere que na visão da Medicina Chinesa, o Corpo-Mente é
um todo integrado, gerando um círculo de interação entre os sistemas internos e seus aspectos
emocionais. As emoções são parte natural da existência humana e nenhum ser humano está
livre de sentir tristeza, fúria, raiva e/ou preocupações. As emoções somente se tornam causas
patológicas quando forem particularmente intensas e, principalmente, quando forem
prolongadas, especialmente se não são expressas ou reconhecidas. Uma vez que o corpo e a
mente formam um todo integrado e inseparável, as emoções podem não só causar um
desequilíbrio, como também ser causadas por estes.
Equilíbrio Fisiológico
(Saúde Física)
Fig.3 – Equilíbrio físico e emocional
Fonte: Coaching Holístico
Equilíbrio Postural (Desenvolvimento
(Desenvolvimento adequado
das faculdades mentais e de
adaptação)
Equilíbrio Psicológico
(Fluxo equilibrado de
emoções)
22
Os chineses levam em consideração vários fatores como envolvidos no processo de
desequilíbrio e adoecimento, tais como má alimentação, fadiga, sedentarismo; mas, sobretudo,
consideram as emoções negativas como fatores fundamentais para o desequilíbrio energético
e físico. Consideram também que a manutenção de emoções como o medo, raiva, tristeza,
ódio, mágoa e outras são responsáveis pelo surgimento das mais diversas doenças, devendo
estas então ser tratadas e superadas.
2.3. O Sistema de Energia dos Chakras
Segundo Cross (2010, p.XIX), a Acupuntura como terapêutica apresenta um bom
prognóstico de melhora das patologias emocionais, mas não é suficientemente eficaz para
tratar a etiologia do desequilíbrio emocional.
O sucesso do tratamento poderá ser obtido através da integração da Acupuntura com o
Sistema de Energia dos Chakras, ou simplesmente Acupuntura dos Chakras. A Acupuntura
dos Chakras é uma complementação da prática de acupuntura chinesa tradicional. Tem a
possibilidade de aprofundar a acupuntura clássica incluindo o sistema indiano de Chakras.
Cross (2010, p.XX), afirma que os Chakras são centros de energia, sendo sete
principais que se localizam na linha média do corpo e vinte um secundários - que na maioria
dos casos também correspondem com o local de pontos de acupuntura. Pode-se dizer ainda
que cada ponto de acupuntura na superfície do corpo representa um “minichakra”. Os Chakras
estão ligados à Aura e às energias sutis do corpo.
Segundo Brennan (2006, p.67), a Aura é o Campo de Energia Humana, que é a
manifestação da energia universal intimamente envolvida na vida humana. Este campo pode
ser descrito como um corpo luminoso que cerca o corpo físico e o penetra, e ainda emite sua
radiação característica própria. A aura é parte do campo de energia humana associada a
objetos, ela é a parte associada ao do corpo humano. Apoiados em suas observações, os
pesquisadores criaram modelos teóricos que dividem a aura em diversas camadas. Essas
camadas, muitas vezes chamadas corpos, se interpenetram e cercam umas ás outras em
camadas sucessivas. Cada corpo se compõe de substâncias mais finas e de “vibrações” mais
altas à medida que se afasta do corpo físico.
Cada corpo, ou camada, parece diferente das outras e exerce sua função particular.
Cada camada da aura está associada a um chakra, a saber: a primeira se associa ao primeiro
chakra, a segunda se associa ao segundo Chakra, e assim por diante.
23
De acordo com Cross (2010, p.1), a aceitação e o conhecimento das auras são
preceitos fundamentais para poder aprender e utilizar os chakras com a acupuntura, e afirma
que, um ato não pode existir sem o outro.
Brennan (2006, p.70), apresenta uma visão global dos Chakras, onde refere que:
a) A primeira camada do campo e o primeiro Chakra estão ligados ao funcionamento
físico e à sensação física – a sensação da dor ou do prazer físicos. Ela está ligada
ao funcionamento automático e autônomo do corpo.
b) A segunda camada e o segundo chakra, em geral, se associam ao aspecto
emocional dos seres humanos. São os veículos através dos quais se tem a vida em
emocional e os sentimentos.
c) A terceira camada liga-se à vida mental, à reflexão linear, que por sua vez está
ligado ao terceiro chakra.
d) O quarto nível, associado ao chakra do coração, é o veículo ao qual se expressa o
amor, não só aos companheiros, mas a humanidade em geral. Este é o chakra que
metaboliza a energia do amor.
e) O quinto é o nível associado a uma vontade mais alta, mais ligada à vontade
divina. O quinto chakra se associa ao poder da palavra, criando coisas pela palavra,
prestando atenção e assumindo responsabilidades pelos próprios atos.
f) O sexto nível e o sexto chakra estão vinculados ao amor celestial, um amor que se
estende além do âmbito humano do amor e abrange toda a vida.
g) A sétima camada e o sétimo chakra estão vinculados à mente mais elevada, ao
saber e à integração da constituição espiritual e física.
Cada camada parece diferente das outras e exerce sua função particular. Cada camada
da aura está associada a um Chakra, a saber: a primeira camada se associa ao primeiro
Chakra, a segunda ao segundo Chakra, e assim por diante. Cada um desses vórtices troca
energia com o Campo de Energia Universal. Todos os Chakras maiores, menores, mais ou
menos importantes e os pontos de acupuntura são aberturas por onde entra e sai a energia da
aura. Como essa energia está sempre associada a uma forma de consciência, sempre será
perceptível a energia que trocamos em termos de visão, audição, sentimento, sensação,
intuição ou conhecimento direto (Brennan – 1987).
Cross (2010, p.1), refere que são conhecidos sete corpos, inclusive o físico, que
compõem a aura. São eles: o físico, o etéreo, o emocional ou astral, o mental, o intuitivo, o
monádico e o divino ou espiritual.
24
Para este estudo, serão focados os quatro primeiros corpos, onde Cross (2010, p.2)
explica:
 Corpo Físico: nele acontecem as manifestações dos desequilíbrios energéticos. Os
sinais e sintomas mostrados pelo corpo físico são informações importantes
utilizadas para tratar a causa da doença.
 Corpo Etéreo: a palavra etéreo deriva de “éter”, que significa o estado entre
energia e matéria. Este corpo é invisível para a maior parte das pessoas, mas com
diligência é possível “entrar em sintonia” para enxerga-lo. Este corpo é dividido em
duas partes: físico-etérea e etérea-emocional, sendo formado por uma espécie de
rede de finos canais filamentosos conhecidos como nadis (canais de energia), que
parecem estar relacionados ao fluido cerebrospinal, às glândulas endócrinas e ao
sistema nervoso autônomo (anexo II).
O corpo etéreo possui três funções principais, intimamente relacionadas, onde age
como receptor, assimilador e transmissor de força vital através dos chakras. Ele
desempenha o papel de um amplo filtro de energia, do interior para o exterior e
vice-versa.
 Corpo Emocional: este corpo é chamado também de Corpo Astral, devido ao seu
envolvimento com as emoções. A margem deste corpo segue mais ou menos o
contorno do corpo etéreo, com uma área que abrange de 25 a 30 cm.
Em relação ao corpo emocional, Brennan (2006, p.78) cita: “Esse corpo
interpenetra os corpos densos que envolve. Suas cores variam de nuances claras e
brilhantes até as mais escuras e opacas. Sentimentos claros e com muita energia
como o amor, a alegria, o prazer ou a raiva são brilhantes e claros, enquanto os
sentimentos confusos são escuros e opacos”.
A principal função do corpo emocional é agir como um “filtro”, onde apenas
quando ocorre um desequilíbrio no mesmo ou com os chakras que o penetram, é
que há a consciência de uma mudança no estado normal de ser. Ou seja, mudanças
no corpo emocional podem desencadear alterações e até sintomas no corpo físico.
 Corpo Mental: este corpo pode se estender até 75 cm do corpo físico, e é muito
menos denso que os outros corpos. A substância que compõe o corpo mental está
relacionada aos pensamentos e processos mentais, onde são às vezes chamados de
“formas de pensamento”. Baseado nesta premissa, Cross (2010, p.4), afirma que:
“aquilo que se pensa pode afetar tanto a própria pessoa que o faz como aqueles com
25
quem se relaciona [...], se uma pessoa vive de forma positiva e solidária e mentaliza
muitos pensamentos amáveis para si própria e para os outros ela se sente bem.” De
forma inversa, se uma pessoa leva a vida com negatividade, ódio, pessimismo,
mágoa, tristeza e tendências depressivas, esses pensamentos refletirão em sua
aparência física.
Cross (2010, p.4), afirma que uma pessoa pode vivenciar uma mudança permanente na
química de seu corpo após um longo período de vibrações positivas. A química do sangue, os
níveis hormonais e as secreções orgânicas se modificam.
Gerber (2012, p.303), descreve que o homem é um ser multidimensional, onde o corpo
físico é o componente de maior densidade entre os diversos campos de energia interativos.
Cada um dos campos ou corpos de luz de dimensões superiores está ligado à estrutura celular
através de uma complexa rede de fios energéticos, onde essas energias da rede vital permitem
que as forças vibracionais superiores se manifestem no corpo físico por meio de seus efeitos
orientadores sobre os padrões de crescimento celular e sobre a expansão da consciência
humana. É através dessa rede multidimensional que as energias de diferentes características
vibracionais fluem para o interior do corpo e influenciam os processos fisiológicos desde o
nível celular até o organismo como um todo. As energias sutis que entram primeiramente
precisam passar por transformadores redutores especializados a fim de poderem integrar-se
apropriadamente à matriz celular. Esses centros, conhecidos como Chakras, processam a
energia vibracional de frequências específicas. Através do nosso sistema endócrino, os
chakras transformam em manifestações biológicas os inputs vibracionais dos corpos etérico,
astral e de outros corpos de dimensões superiores.
De acordo com Brennan (2007, p.70) no corpo humano existe um fluxo vertical de
energia que pulsa para cima e para baixo do campo da medula espinhal. Este fluxo estende-se
para fora, além do corpo físico, acima da cabeça e abaixo do cóccix, sendo denominado
corrente principal de força vertical. Neste campo existem vórtices turbilhonantes, em forma
de cones, chamados Chakras: suas pontas apontam para a corrente principal de força vertical,
e suas extremidades abertas se estendem para a borda de cada camada do campo em que estão
localizados.
Para Cross (2010, p.6), a palavra chakra significa “roda” em sânscrito. Os chakras são
considerados centros de força ou espirais de energia a partir de um ponto no corpo físico,
permeando as camadas dos corpos sutis em forma de leques cada vez maiores. Cada um é
diferente em forma, aparência, cor e frequência, sendo: sete chakras principais, vinte e um
chakras secundários e mais setecentos minichakras no corpo que se relacionam com pontos de
26
acupuntura e com a maioria dos pontos reflexos. As estruturas e funções variam de chakra
para chakra, e também de acordo com a idade de uma pessoa.
Os chakras têm três funções: “vitalizar e harmonizar os corpos físico, etéreo e
emocional; promover o desenvolvimento da autoconsciência; e transmitir energia espiritual a
fim de conduzir o indivíduo a um estado de ser espiritual.” (Cross, 2010, p.7).
Conforme Brennan (2010), os sete chakras principais (centros principais de energia)
podem ser utilizados para diagnosticar os estados psicológicos do indivíduo, e eles estão
divididos em centros mentais, centros de vontade e centros de sentimento (figura 4).
Figura 4: Os sete chakras maiores, vistos de frente e de costas.
Fonte: Mãos de Luz
27
Brennan (2010, p.72), afirma que a fim de que a energia flua de uma camada para
outra através do chakra, a mesma terá de passar pelos selos nas raízes dos chakras, conforme
ilustração abaixo:
Figura5: O sistema de sete camadas do corpo áurico
Fonte: Mãos de Luz
Segundo Brennan (2010, p.76), na literatura esotérica oriental, cada chakra é visto
como se tivesse certo número de pétalas, que por sua vez parecem ser pequenos vórtices que
giram a velocidades muito altas. Cada vórtice metaboliza uma vibração de energia que ressoa
em sua frequência de giro particular, conforme mostra Tabela 2.
28
Tabela 2 – OS CHAKRAS MAIORES E ÁREA DO CORPO QUE ELES ALIMENTAM
CHAKRA
No DE PEQUENOS
VÓRTICES
GLÂNDULA
ENDÓCRINA
ÁREA DO
CORPO GOVERNADA
7- Coroa 972 Branco-Violeta Pineal Cérebro superior. Olho direito.
6 – Cabeça 96 Anil Pituitária Cérebro inferior. Ouvidos, nariz,
Olho esquerdo, Sistema nervoso.
5- Garganta 16 Azul Tireóide Aparelho brônquico e vocal,
pulmões, canal alimentar.
4- Coração 12 Verde Timo Coração, sangue, nervo vago,
sistema circulatório.
3- Plexo Solar 10 Amarelo Pâncreas Estômago, fígado, vesícula biliar,
sistema nervoso.
2- Sacro 8 Laranja Gônadas Sistema reprodutor.
1-Base 4 Vermelho Glândulas supra-renais Coluna vertebral, rins.
Fonte: Mãos de Luz
Para Cross (2010, p.8), no que se diz respeito aos sete chakras principais, parece haver
uma forte influência da circundação de energia situada nos aspectos ventral e dorsal, presentes
nos vasos extraordinários Vaso Concepção (Ren Mai) e Vaso Governador (Du Mai). Cita
ainda que; “poderiam ser chamados de pontos de influência. Entre esses dois pontos, o
aspecto espinhal trata principalmente dos desequilíbrios musculoesqueléticos e do Yang,
enquanto o aspecto ventral trabalha mais os desequilíbrios orgânicos, emocionais e do Yin”.
Os chakras podem ser relacionados conforme descrição abaixo (tabela 3):
Tabela 3 – CHAKRAS, RELATIVAS POSIÇÕES E PONTOS DE ACUPUNTURA.
Chakra Nível espinhal Ponto de acupuntura espinhal Ponto de acupuntura ventral
Coronal --- Gov-20 Gov-20
Frontal Atlanto-occiptal Gov-16 Ex-1 (Yintang)
Laríngeo CVII-TI Gov-14 Con-22
Cardíaco TVI-TVII Gov-10 Con-17
Plexo Solar TXII-LI Gov-6 Con-14
Sacral LIV-LV Gov-3 Con-6
Base Sacro cóccix Gov-2 * Con-2*
Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
29
Fica claro, portanto, que utilizando a acupuntura dos chakras, os aspectos ventral e
espinhal são os mais comumente utilizados, podendo-se ainda utilizar algum outro ponto da
mesma circundação horizontal. Uma variação que se pode observar, de acordo com o exposto
na tabela 3 (*), é o posicionamento do chakra da Base, que em virtude de razões óbvias não é
possível utilizar este ponto de acupuntura, então são empregados os pontos Gov-2 ou Con-2.
Estes pontos poderão aparecer também, no decorrer deste trabalho como VG-2 e VC-2,
respectivamente.
Conforme Cross (2010, p.10), cada um dos sete chakras principais está associado com
até vinte e duas correspondências diferentes, e, cada chakra principal também está acoplado a
um ou mais chakras secundários, proporcionando úteis combinações na acupuntura, conforme
mostra a figura 6.
Figura 6: Posições anatômicas dos chakras principais e secundários
Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
30
Cada chakra tem uma posição anatômica ventral e uma dorsal, pontos de acupuntura –
ventrais e dorsais, terminologia em Sânscrito e sua interpretação (vide anexos III e IV), um
símbolo, um chakra principal e um secundário acoplado, associação de glândulas endócrinas,
associação orgânica, associação dos níveis espinhais, pontos-chave, meridianos e fenômenos
espirituais associados, associação muscular, associação do sistema nervoso autônomo,
correspondências de cor e som e um número de vórtices rotacionais (tabela 4).
Tabela 4- RELAÇÕES DOS CHAKRAS PRINCIPAIS
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos Chakras
31
Para clareza de entendimento da linha de tratamento proposto neste trabalho, e
segundo abordagem exposta por Cross (2010, p.20-34), faz-se necessária a discussão
individual e ilustração dos chakras principais e secundários.
2.3.1. Chakras Principais
a) Chakra Coronal – Sahasrara:
 Localização: no topo da cabeça, no ponto de acupuntura VG 20.
 Meridiano associado: Triplo Aquecedor. Os pontos chave são TA 5 e VC 4.
 Chakras associados: principal acoplado é o Chakra da Base, e os secundários
são os do pé e os da mão.
 Função: ele se manifesta na glândula pineal, que afeta a percepção visual e
produz hormônios como a melatonina e serotonina. Governa a região dos
neurônios motores superiores do cérebro e olho direito, sendo uma ligação
entre o indivíduo e seu plano de existência espiritual através do corpo divino.
Figura 7: Associações do Chakra Coronal
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
32
b) Chakra Frontal – Ajna:
 Localização: situado no ponto de acupuntura VG16 posteriormente, e
anteriormente no ponto extra Yintang.
 Meridiano associado: Vesícula Biliar. Os pontos chave são o BP6 e VG4.
 Chakras associados: principal acoplado também é o Chakra da Base.
 Função: este chakra comanda a parte inferior do cérebro, o sistema nervoso
central, o olho esquerdo, o nariz e os ouvidos. É mais utilizado no
tratamento de patologias relacionadas à percepção – tanto físicas como
emocionais, sendo muito útil no tratamento do desequilíbrio hormonal.
Figura 8: Associações do Chakra Frontal
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
33
c) Chakra Laríngeo – Vishuddha:
• Localização: o aspecto posterior fica situado no ponto de acupuntura VG14, e o
anterior localiza-se no ponto VC22.
• Meridianos associados: Intestino Grosso e Pulmões. Os pontos chave são VC6
e F5.
• Chakras associados: o principal é o Chakra Sacral, e os secundários são os do
ombro e central.
• Função: este chakra costuma ser a primeira linha de defesa do organismo.
Frequentemente fica congestionado pela invasão de organismos e vírus. Quando
este chakra está em estado de desequilíbrio, a pessoa não consegue expressar-se
facilmente e pode ficar tímida, eclusa e introvertida.
Figura 8: Associações do Chakra Frontal
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
34
d) Chakra Cardíaco – Anahata:
• Localização: este chakra fica localizado no centro da região dorsal da coluna,
no ponto VG 10, e o aspecto anterior no meio do esterno no ponto VC 17.
• Meridianos associados: Coração e Intestino Delgado, e os pontos chave são C1
e VG7.
• Chakras associados: o principal é o Chakra do Plexo Solar e os secundários
auricular e intercostal.
• Função: sua maior importância está no tratamento de estados emocionais.
Quando este chakra está desequilibrado, podem ocorrer distúrbios na
personalidade e conduta, manifestações de choro e aborrecimentos e ainda
problemas cardíacos.
Figura 9: Associações do Chakra Cardíaco
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
35
e) Chakra Plexo Solar- Manipura:
• Localização: o aspecto posterior está localizado no ponto VG6 e o aspecto
anterior no ponto VC14.
• Meridianos associados: Fígado e Estômago. Os pontos chave são TA4 e VC17.
• Chakras associados: o principal é o Chakra Cardíaco e os secundários são os
Chakras do Baço e Sacral.
• Função: o Plexo Solar é vital para o tratamento de muitas doenças orgânicas e
emocionais. A glândula associada é o pâncreas, produtor de insulina, que permite o
metabolismo do açúcar. O seu desequilíbrio pode gerar desequilíbrios nervosos,
acometimentos no estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e baço; podendo
levar ainda à diminuição do potencial de energia do sistema imunológico.
Figura 10: Associações do Chakra do Plexo Solar
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
36
f) Chakra Sacral – Svadhisthana:
• Localização: o aspecto posterior está localizado no ponto VG3 e o aspecto
anterior no ponto VC6.
• Meridianos associados: Circulação-Sexo e Baço-Pâncreas. Os pontos-chave
são CS3 e VG12.
• Chakras associados: o principal é o chakra Laríngeo e os secundários são os
chakras do Baço e Plexo Solar.
• Função: este chakra comanda o sistema reprodutivo e controla a água no
organismo, estando também associado com o terço inferior do intestino delgado,
estando, portanto, envolvido com a assimilação e absorção dos alimentos. Muito
utilizado no tratamento de doenças ginecológicas, obstétricas e reprodutivas. Um
desequilíbrio contínuo neste chakra pode levar a obesidade, intolerância alimentar,
problemas dermatológicos crônicos e impotência.
Figura 10: Associações do Chakra Sacral
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
37
g) Chakra Base – Muladhara:
• Localização: o aspecto posterior está localizado no ponto VG2 e o aspecto
anterior no ponto VC2.
• Meridianos e Vasos extraordinários associados: Rim, Bexiga, Caso Concepção
e Vaso Governador. Os pontos chave são F8 e VC22.
• Chakras associados: os principais são o chakra Coronal e o Laríngeo, e os
secundários são os do Cotovelo e Joelho.
• Função: este Chakra é o mais importante em termos clínicos e o mais utilizado,
sendo de grande importância para o tratamento de tudo que seja crônico,
principalmente em questões vinculadas à hereditariedade e problemas emocionais
complexos. Este chakra é responsável por ancorar o corpo no plano físico e
fornecer um canal para vontade de se expressar, sendo também um ponto focal
para qualquer patologia que envolve a coluna vertebral e os rins.
Figura 11: Associações do Chakra da Base
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
38
2.3.2. Chakras Secundários
Conforme citação anterior, cada chakra principal está acoplado a um ou mais chakras
secundários, proporcionando assim, úteis combinações na acupuntura, sendo utilizados
também como um sistema de apoio para um melhor reequilíbrio energético.
Cross (2010, p.35), refere que estes vinte um chakras são chamados de “secundários”
porque são inferiores em termos energéticos comparados aos chakras principais, porém são
mais úteis e mais eficazes que a maioria dos pontos de acupuntura comuns. Existem vinte e
um chakras secundários porque há dez pontos, que são bilaterais, onde aparecem em sua
maioria no aspecto anterolateral do tronco e membros, e mais um que é o chakra do Baço. Os
chakras secundários podem ser considerados pontos reflexos ou partes “refletidas” dos sete
chakras principais. Assim como acontece com os sete chakras principais, cada um dos vinte e
um chakras secundários bilaterais tem seu chakra secundário acoplado no mesmo lado do
corpo e ponto chave (tabela 5).
Tabela 5 – RELAÇÕES DOS CHAKRAS SECUNDÁRIOS
Chakra
secundário
Chakra
secundário
Acoplado
Chakra(s)
principal(is)
acoplado(s)
Meridianos Ponto de
acupuntura
Ponto-
chave
Cor
Baço Nenhum Plexo Solar
Sacral
Baço
Pulmão
BP 16 (esq.) VG8 Amarelo
Pé Mão Coronal Rim R1 C6 Violeta
Mão Pé Coronal Coração CS8 R3 Violeta
Joelho Cotovelo Base Bexiga B40 ID7 Vermelho
Cotovelo Joelho Base Intestino Delgado CS3 B59 Vermelho
Inguinal Clavicular Frontal Fígado E30 CS7 Azul-escuro
Clavicular Inguinal Frontal Circulação-Sexo R 27 F8 Azul escuro
Ombro Central Laríngeo Intestino Grosso IG15 E40 Azul
Central Ombro Laríngeo Estômago R16 IG11 Azul
Auricular Intercostal Cardíaco Vesícula Biliar TA17 TA4 Verde
Intercostal Auricular Cardíaco Triplo-Aquecedor BP21 VB37 Verde
Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
39
Para uma melhor elucidação do tema, serão descritos individualmente cada um dos
chakras secundários (Cross, 2010, p.38-48).
a) Chakra do Baço:
 Localização: no ponto BP16.
 Meridianos associados: Baço-Pâncreas e Pulmão. O ponto chave é VG8.
 Chakras associados: intimamente aos chakras do Plexo Solar e Sacral.
 Função: considerado o principal entre os secundários, deve usado em conjunto
com os associados para potencialização do tratamento. Quando este chakra se
encontra energeticamente desequilibrado, o indivíduo apresenta sintomas de
desequilíbrio do sistema autoimune; desequilíbrio dos leucócitos; infecções de
qualquer tipo; circulação e obstrução linfática e desequilíbrio uterino.
Figura 12 – Associações do Chakra do Baço
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
40
b) Chakra do Pé:
 Localização: no ponto R1.
 Meridiano associado: Rim. O ponto chave é C6.
 Chakras associados: Coronal e da Mão. (figura 13)
 Função: para tratamento de dores e alterações na região do pé. Aparecem
relacionados a este chakra, sintomas gerais como: hipertensão, convulsões
infantis, choque, letargia, tontura, dores de cabeça e insônia.
c) Chakra da Mão:
 Localização: no ponto CS8.
 Meridiano associado: Coração. O ponto chave é R3.
 Chakras associados: Coronal e do Pé.
 Função: para tratamento de sintomas locais deste chakra, incluindo fascite e
infecções de pele e unhas. Os sintomas gerais são os mesmos do chakra do Pé.
Figura 13 – Associações dos chakras da Mão e Pé
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
41
d) Chakra do Joelho:
 Localização: no ponto B40.
 Meridiano associado: Bexiga. O ponto chave é ID7.
 Chakras associados: Base e Cotovelo. (figura 14)
 Função: para tratamento de fraqueza e dores no joelho. Os sintomas gerais
associados a este chakra são: pés frios, circulação deficiente nas pernas, dor no
quadril dor e alterações articulares na região sacral e sacroilíaca, lombalgia.
e) Chakra do Cotovelo:
 Localização: no ponto CS3.
 Meridiano associado: Intestino Delgado. O ponto chave é B59.
 Chakras associados: Joelho e da Base.
 Função: para tratamento de dores e rigidez na articulação cubital e cotovelo,
palpitação e angina. Os sintomas gerais são os mesmos do chakra do Joelho.
Figura 14 – Associação dos Chakras do Cotovelo e Joelho
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
42
f) Chakra Inguinal:
 Localização: no ponto E30.
 Meridiano associado: Fígado. O ponto chave é CS7.
 Chakras associados: Clavicular e Frontal. (figura 15)
 Função: para tratamento de dores no quadril, alterações articulares, desequilíbrio
circulatório na região lombar, hérnia inguinal, diminuição da libido e sintomas
urogenitais. Os sintomas gerais incluem: pressão baixa, vômitos e dor torácica.
g) Chakra Clavicular:
 Localização: no ponto R27.
 Meridiano associado: Circulação-Sexo. O ponto chave é F8.
 Chakras associados: Inguinal e Frontal.
 Função: para tratamento de dor torácica, articulação esternoclavicular, rigidez na
região cervical e distúrbios da tireóide. Os sintomas gerais são os mesmos do
chakra Inguinal.
Figura 15 – Associação dos Chakras Clavicular e Inguinal
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
43
h) Chakra do Ombro:
 Localização: no ponto IG15.
 Meridiano associado: Intestino Grosso. O ponto chave é E40.
 Chakras associados: Central e Laríngeo. (figura 16)
 Função: para tratamento de dores na articulação do ombro acompanhadas ou não
de rigidez e alterações articulares. Os sintomas gerais incluem dor de estômago,
dor nos intestinos delgado e grosso, diarreia crônica, transtornos alimentares e
depressão.
i) Chakra Central:
 Localização: no ponto R16.
 Meridiano associado: Estômago. O ponto chave é IG11.
 Chakras associados: Ombro e Laríngeo.
 Função: para tratamento de dores na região inferior do abdome, anorexia e
cansaço. Os sintomas gerais são os mesmo do chakra do Ombro.
Figura 16 – Associação dos Chakras Central e do Ombro
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
44
j) Chakra Auricular:
 Localização: no ponto TA17.
 Meridiano associado: Vesícula Biliar. O ponto chave é TA4.
 Chakras associados: Intercostal e Cardíaco. (figura 17)
 Função: para tratamento de inchaço auricular localizado, torcicolo, zumbido,
paralisia do nervo facial, tontura e desorientação. Os sintomas gerais incluem
vista cansada, dor e rigidez torácica com dor articular e dor diafragmática.
k) Chakra Intercostal:
 Localização: no ponto BP21.
 Meridiano associado: Triplo Aquecedor. O ponto chave é VB37.
 Chakras associados: Cardíaco e Auricular.
 Função: para tratamento de dor e desconforto torácico, herpes intercostal,
fraqueza generalizada e desconforto de membros. Os sintomas gerais são os
mesmos do chakra Auricular.
Figura 17 – Associação dos Chakras Auricular e Intercostal
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
45
2.3.3. Diagnóstico dos Chakras
O diagnóstico correto do Chakra em desequilíbrio é a etapa mais importante para o
tratamento, onde o objetivo principal será transformar a desarmonia em harmonia dentro da
estrutura energética do paciente, tratando a causa da doença, que frequentemente é de
etiologia emocional.
2.3.3.1. Língua
Para Cross (2010, p.75), a língua em sua totalidade, é vista como a expressão externa
das reservas internas, e quando se apresenta limpa, indica uma intensa força vital.
A língua pode ser dividida em áreas associadas aos órgãos internos (figura 18), que de
acordo com a MTC, mostra os padrões da doença, quando analisada de acordo com o sistema
dos Zang Fu, de frio e calor, vazio e cheio, deficiência e excesso, e Yin e Yang. O diagnóstico
pela língua é mais um guia para determinar a raiz da causa de uma patologia.
O diagnóstico dos Chakras usando a língua é muito mais simples do que o diagnóstico
pela língua através da MTC: basta verificar se a área correspondente é Yin ou Yang (figura
19). As áreas Yin são densamente revestidas, escurecidas, de cor cinza ou preta. Áreas Yang
são vermelhas, sem saburra ou com rachaduras.
Figura 18 – Diagnóstico tradicional pela língua – MTC
Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
46
Cross (2010, p.76) identifica esta correspondência dos chakras com os cinco
elementos, sendo:
 Chakra Coronal: representa os órgãos do “fogo” dos sistemas do Coração e Circulação-
Sexo, e está situado na ponta da língua.
 Chakra Frontal: representa os órgãos da “madeira” do Fígado e Vesícula Biliar. Neste
gráfico, fica localizado na lateral esquerda da língua.
 Chakra Laríngeo: representa o “metal” do Pulmão e Intestino Grosso. O Pulmão está
situado na área do lado direito da língua, e o Intestino Grosso no centro, coincidindo com a
região do Estômago.
 Chakra Cardíaco: representa o “fogo” do sistema de órgão do Intestino Delgado e Triplo
Aquecedor. Situado entre a ponta e o centro da língua.
 Chakra do Plexo Solar: representa o órgão “Terra” do Estômago. Sua posição fica no
centro da língua.
 Chakra Sacral: representa o órgão “Terra” do Baço- Pâncreas, e sua posição são entre o
centro e a raiz da língua.
 Chakra Base: representa os órgãos “água” do Rim e Bexiga. O chakra da base está situado
na raiz da língua.
Figura 19 – Diagnóstico tradicional pela língua – CHAKRAS
Fonte: Acupuntura e o Sistema de Chakras
47
2.3.3.2. Pontos de acupuntura sensíveis relacionados aos Chakras Principais
Segundo Cross (2010, p 80), os pontos reflexos principais usados na prática cotidiana
são aqueles nos pés e nas mãos. Todos os pontos são Yin e estão localizados no aspecto
anterior do membro superior ou no aspecto anteromedial do membro inferior.
A palpação dos pontos relacionados aos chakras, e avaliação do estado dos mesmos, é
de extrema importância para o diagnóstico correto do chakra que necessita ser tratado. Se o
ponto reflexo estiver intensamente dolorido significa que o chakra está hiperativo e necessita
de sedação, e quando está pouco reativo significa que o chakra encontra-se moroso e precisa
ser estimulado.
Figura 20 – Pontos reflexos dos Chakras principais nos membros superior e inferior
Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
2.3.3.3. Determinação do estado de desequilíbrio
Segundo Tansley (1987, p.78), existem três estados de desequilíbrio de um chakra, que
muitas vezes não aparecem isolados, mas que podem ser uma combinação de dois ou três. Um
chakra pode estar congestionado, hiperestimulado ou simplesmente descoordenado.
O Congestionamento vai ocorrer quando não há o livre fluxo de energia no organismo.
Geralmente acontece quando a força de energia vital ou Qi torna-se lenta ou estagnada na
área, podendo-se afetar o fluxo sanguíneo, a drenagem linfática, a estimulação nervosa e o
48
fluxo de fuido cerebroespinal. O sentido do congestionamento pode ocorrer tanto do exterior
para o interior como do interior para o exterior.
A Hiperestimulação ocorre quando muita energia é puxada para dentro e através de
um determinado chakra ou chakras.
A Descoordenação ocorre entre dois chakras associados, gerando uma fraqueza em um
deles, causando sintomas e saúde debilitada. Se as partes física e etérea constituintes do
chakra não estão bem integradas, ocorrerão debilidade e perda de vitalidade.
2.3.4. Tratamento e reequilíbrio dos Chakras principais afetados
Estes tratamentos, segundo Cross (2010, p.116) apresentam determinados pontos de
acupuntura a serem puncionados, onde a ordem deve ser respeitada e seguida.
Os chakras principais posteriores são mais indicados para doenças
musculoesqueléticas e agudas, enquanto o aspecto anterior trata os desequilíbrios emocionais,
crônicos e orgânicos.
Agora, serão descritos os tratamentos de acupuntura estabelecidos para cada Chakra:
 Chakra Coronal:
1º. Estimular os pontos- chave: VC4 e TA5
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC20
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Base): VC2 ou VG2
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte do meridiano associado – Triplo
Aquecedor – TA4.
 Chakra Frontal:
1º. Estimular os pontos- chave: VG4 e BP6
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VG16 ou Yintang ou ambos
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Base): VC2 ou VG2
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte do meridiano associado –
Vesícula Biliar – VB40.
 Chakra Laríngeo:
1º. Estimular os pontos- chave: VC6 e F5
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC22 ou VG14 ou ambos
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Sacral): VC6 ou VG3
49
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados –
Intestino Grosso e Pulmão – IG4 e P9.
 Chakra Cardíaco:
1º. Estimular os pontos- chave: VG7 e C1
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC17 ou VG10 ou ambos
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Plexo Solar): VC12 ou VG6
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados –
Coração e Intestino Delgado – C7 e ID4.
 Chakra do Plexo Solar:
1º. Estimular os pontos- chave: VC17 e TA4
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC12 ou VG6 ou ambos
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Cardíaco): VC17 ou VG10
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados –
Fígado e Estômago – F3 e E42.
 Chakra Sacral:
1º. Estimular os pontos- chave: VG12 e CS3
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC6 ou VG3 ou ambos
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Laríngeo): VC22 ou VG14
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados –
Baço-Pâncreas e Circulação-Sexo – BP3 e CS7.
 Chakra da Base:
1º. Estimular os pontos- chave: VC22 e F8
2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC2 ou VG2 ou ambos
3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Coronal ou Frontal): VG20
ou Yintang
4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte do meridiano associado - Rim e
Bexiga – R3 e B64.
50
Cross (2010, p.120) cita que: “as regras básicas da acupuntura aplicam-se quando os
chakras principais forem utilizados. Recomenda-se esperar aproximadamente vinte minutos
para cada grupo de pontos antes de passar para outra indicação de tratamento.”
2.3.5. Pontos utilizados no tratamento dos Chakras segundo a MTC
Todo ponto de acupuntura, além da sua ação local, possui uma ou mais ação
energética, onde reestabelece o fluxo do Qi e promove o equilíbrio energético do indivíduo.
Baseado nesta premissa é fundamental para o terapeuta o conhecimento detalhado dos
pontos utilizados no tratamento dos Chakras.
Para tanto, será descrito, de acordo com Martins e Garcia (2003), as relações, funções
energéticas e características de cada ponto.
 B64 (Jinggu)
 Característica: Ponto Fonte do meridiano da Bexiga, Movimento Terra.
 Funções energéticas: alivia o estresse mental, acalma o Shen; afasta as Energias Perversas;
fortalece as costas; controla o Calor e resolve Flegma que obstrui a Mente; dispersa o
Vento.
Figura 21 – Ponto de tratamento do Meridiano da Bexiga
 BP3 (Taibai)
 Característica: Ponto Fonte do meridiano do Baço, movimento Terra, ponto SHU (riacho)
do meridiano do Baço.
 Funções energéticas: harmoniza e fortalece o ponto principal para tonificar o Qi do Baço,
harmoniza o Qi do Estômago, e dos intestinos; reduz a febre por eliminar alimentos não
digeridos; harmoniza o Qi do Jiao Médio; transforma a umidade; resolve a flegma por
51
Deficiência da função do Baço; drena o calor do canal do Baço; estimula o cérebro, as
faculdades mentais e promove a memória.
 BP6 (Sanyinjiao)
 Relação: Ponto-chave do Chakra Frontal.
 Característica: Ponto de cruzamento dos 3 meridianos Yin do pé (Baço, Fígado e Rins).
 Funções energéticas: harmoniza, fortalece e tonifica o Qi do Baço; tonifica o Qi dos Rins e
a Essência; promove o Qi do Fígado; fortalece o Qi dos 3 meridianos Yin do Pé;
harmoniza e tonifica a circulação do Qi e do Sangue; elimina a estase, esfria o Sangue.
Harmoniza o Qi do Estômago e dos Jiao Médio e Inferior. Transforma a Umidade,
harmoniza a Via das Águas; harmoniza o Qi do útero e da próstata; regula a menstruação.
Acalma a mente; cessa a dor; beneficia a micção e nutre o Yin.
Figura 22 – Pontos de tratamento do Meridiano do Baço-Pâncreas
 C1 (Jiquan)
 Relação: ponto-chave do Chakra Cardíaco.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Coração; regula o fluxo do Qi para promover a
circulação do Sangue; remove a estase de Sangue e resolve tumores; elimina o Calor por
Deficiência.
52
 C7 (Shenmen)
 Característica: Ponto Fonte do Coração, ponto SHU (riacho), movimento Terra, ponto de
dispersão do canal do Coração.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do coração; acalma o Shen, tranquiliza e reduz a
ansiedade. Transforma a Mucosidade do Coração, refresca o Calor do Sangue; faz a
limpeza do Calor do Coração. Reduz a febre, nutre o Sangue do Coração e abre os
orifícios.
Figura 23 – Pontos de tratamento do Meridiano do Coração
 CS3 (Quze)
 Relação: ponto-chave do Chakra Sacral.
 Característica: Ponto Mar do meridiano do Pericárdio -PC (ou Circulação-Sexo - CS) e
Movimento Água.
 Funções energéticas: abre os orifícios; acalma a Mente; harmoniza o Qi do Coração; faz a
limpeza do Fogo do Coração; remove o Calor do Pulmão; harmoniza o Qi invertido no Jiao
Superior; expele o Fogo Patogênico; move o Sangue e dispersa a estase.
53
 CS7 (Dailing)
 Característica: Ponto Fonte do meridiano Circulação-Sexo (CS); ponto SHU (riacho) do
CS; Movimento Terra; ponto de dispersão do CS.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Coração e do Estômago, regulando a função do
Estômago; elimina o fogo do Coração; acalma o Shen; expande o Qi do tórax; refresca o
Calor no Sangue; elimina o Calor.
Figura 24 – Pontos de tratamento do Meridiano do Circulação-Sexo
 E42 (Chongyang)
 Característica: Ponto Fonte do meridiano do Estômago; Movimento Madeira; recebe o
Canal Luo Transversal do meridiano do Baço, para fazer a ligação interior-exterior.
 Funções energéticas: harmoniza a circulação de Qi dos Colaterais; fortalece o Qi do Baço e
do Estômago; acalma o Shen; dispersa Umidade e Vento-Perverso; limpa o Calor e Calor-
Perverso; dispersa o Frio das articulações; beneficia a face e o pé.
54
Figura 25 – Pontos de tratamento do Meridiano do Estômago
 F3 (TaiChong)
 Característica: Ponto SHU (Riacho) e Fonte do Meridiano do Fígado; Movimento Terra;
recebe um Colateral da Vesícula Biliar.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Fígado e Sangue; abre os canais energéticos;
harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; redireciona o Qi invertido; dispersa a Umidade-Calor;
faz a limpeza do Fogo do Fígado e do Calor. Domina o Yang do Fígado e nutre o Yin;
refresca o Sangue; relaxa os tendões e músculos; controla o Vento Interno, alivia
espasmos; regulariza o fluxo menstrual; acalma o Shen; atua na área da cabeça, epigástrio,
hipocôndrio e abdome.
 F5 (Ligou)
 Relação: ponto-chave do Chakra Laríngeo
 Característica: Ponto LUO do Meridiano do Fígado. Dele partem os Luo Longitudinais e
Transversais, sendo que estes se dirigem para o ponto VB40 (Qiuxu). Ponto de partida do
Canal Distinto do Fígado.
 Funções energéticas: harmoniza, tonifica e circula o Qi do Fígado e do Sangue. Remove
Calor do Fígado; beneficia a garganta, fortalece o Yin Qi e regula a menstruação e cessa a
leucorréia.
55
 F8 (Ququan)
 Relação: ponto-chave do Chakra Base
 Característica: Ponto HO (Mar) do Meridiano do Fígado. Movimento Água. Ponto de
Tonificação do Canal do Fígado.
 Funções energéticas: harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e o Sangue; tonifica a função
dos Rins; relaxa os tendões e os músculos e promove a função dos Luo. Fortalece o Qi do
joelho; dispersa e circula o Qi da Bexiga. Circula o Qi do Jiao Inferior e dispersa a
Umidade, e reduz o Calor.
Figura 26 – Pontos de tratamento do Meridiano do Fígado
 ID4 (Wangu)
 Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Intestino Delgado. Movimento Madeira;
recebe o Luo Transversal do Canal do Coração.
 Funções energéticas: elimina o Calor e o Vento Perverso, reduz a febre; limpa a Umidade
Calor do Meridiano. Desestagna o Qi dos Canais tendinomusculares, alivia a rigidez dos
músculos e tendões; resolve a icterícia.
56
Figura 27 – Pontos de tratamento do Meridiano do Intestino Delgado
 IG4 (Hegu)
 Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Intestino Grosso, aonde chega a energia Luo
Transversal do Canal do Pulmão.
 Funções energéticas: harmoniza a ascendência e descendência. Facilita o trânsito e descida
dos alimentos do Estômago para os Intestinos. Tonifica o Qi; libera o Calor Perverso
interno para a superfície do corpo; dispersa Vento, Calor, transforma flegma. Reduz a
febre, suprime a dor. Tonifica o Wei-Qi; dispersa excesso de Qi do Coração, atua no
cérebro e acalma a Mente. Estimula a função dispersora do Pulmão. Clareia os olhos, abre
orifício do nariz; interrompe convulsões. Beneficia o útero e promove o trabalho de parto.
Figura 28 – Pontos de tratamento do Meridiano do Intestino Grosso
57
 P9 (Taiyuan)
 Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Pulmão. Movimento Terra, Ponto SHU
(Riacho) do Canal do Pulmão. Ponto de tonificação do Meridiano do Pulmão.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi invertido. Tonifica e regula e harmoniza o Qi e
aumenta a circulação do Sangue do Pulmão. Transforma a Mucosidade e a Umidade-
Calor. Dispersa Vento Perverso; alivia a tosse; descongestiona o Tórax. Promove a ligação
do Jiao Superior com o Qi do Pulmão. Ponto de abertura dos Vasos Sanguíneos.
Figura 29 – Pontos de tratamento do Meridiano do Pulmão
 R3 (Taixi)
 Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Rim. Ponto Shu (Riacho) do Canal do Rim.
Movimento Terra.
 Funções energéticas: tonifica o Yang Qi do Rim e a Essência. Estabiliza o Qi do Rim e
fortalece a sua função; aumenta o Qi do Jiao Inferior. Refresca o Calor do Sangue; remove
a Umidade; aquece o Frio; limpa o Calor Perverso e o Fogo; beneficia os pés e o Yin Qiao
Mai. Regula a Menstruação.
58
Figura 30 – Pontos de tratamento do Meridiano do Rim
 TA4 (Yangshi)
 Relação: ponto-chave do Chakra do Plexo Solar.
 Característica: Ponto Fonte do Canal do Sanjiao (Triplo Aquecedor). Movimento Madeira.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Shaoyang. Limpa e ativa os Canais Colaterais;
liberta o Qi alojado entre o Exterior e Interior; regulariza o Estômago. Dispersa o Calor, o
Vento e o Calor do Sanjiao. Relaxa os tendões e articulações; promove a transformação
dos fluidos e beneficia o Yang dos Rins.
 TA5 (Waiguan)
 Relação: ponto-chave do Chakra Coronal.
 Característica: Ponto LUO do Canal do Sanjiao, de onde partem os Canais Luo
Longitudinais e Luo transversais, sendo que o segundo dirige-se para o PC7. Ponto de
abertura do Canal Curioso Yang Wei.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Sanjiao e do Yang Wei Mai. Libera para o
Exterior as Energias Perversas. Relaxa e fortalece os tendões. Expele o Vento, o Calor, a
Umidade, a Secura e o Fogo. Regula o Yang do Fígado. Reduz a febre e beneficia o
ouvido.
59
Figura 31 – Pontos de tratamento do Meridiano do Triplo Aquecedor
 VB40(Qiuxu)
 Característica: Ponto Fonte do Canal da Vesícula Biliar. Movimento Madeira. Recebe um
Canal Luo Transversal do Canal do Fígado.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Fígado e da Vesícula Biliar. Alivia a rigidez das
articulações. Remove o Calor do Fígado e da Vesícula Biliar. Desobstrui os Colaterais.
Dispersa a Umidade-Calor. Redireciona o Qi invertido. Promove a força mental
relacionada com a Vesícula Biliar.
Figura 32 – Pontos de tratamento do Meridiano da Vesícula Biliar
60
 VC2 (Qugu)
 Relação:
 Característica: nele se reúne o Canal do Fígado. Ponto de reunião dos 3 Canais
Tendinomuscular Yin do Pé.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi da Bexiga. Tonifica a função e supre a falta de Qi do
Rim. Reduz o Calor, aquece o Frio. Induz a enurese. Regula a menstruação. Fortalece o
Yang Qi. Mantém a Essência. Fortalece o Jiao Médio.
 VC4 (Guanyuan)
 Relação: ponto-chave do Chakra Coronal.
 Característica: Ponto Mo do Intestino Delgado. Nele se reúne o Canal do Fígado, Baço e
Rins.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Chong Mai e do Ren Mai, harmoniza o Qi do
útero. Promove a micção. Regula a menstruação. Fortalece o Yuan Qi, tonifica e reforça o
Qi do Rim. Auxilia a função de transformação do Qi. Promove dispersão e distribuição e
reforça o Qi. Harmoniza o Jiao Inferior. Harmoniza o Qi da Bexiga e a Via das Águas.
Refresca o Calor e o Sangue. Dispersa a Umidade Calor.
 VC6 (Qihai)
 Relação: ponto-chave do Chakra Laríngeo
 Funções energéticas: ponto de Tonificação geral. Supre a deficiência geral de Qi no
organismo. Tonifica o Qi do Rim. Harmoniza, aquece e reforça o Jiao Inferior, o Qi
original e o Ren Mai. Harmoniza a Via das Águas. Tonifica o Qi, o Sangue e o Yang Qi.
Tonifica o Baço; restaura o colapso do Yang Qi; dispersa a Umidade e a Umidade-Calor.
Afeta os intestinos; interrompe a emissão seminal. Refresca o Calor do Sangue.
 VC12 (Zhongwan)
 Característica: Ponto MO do Estômago. Nele se reúne os Canais do Intestino Delgado,
Sanjiao e Estômago. Ponto de concentração de energia do Baço.
 Funções energéticas: harmoniza, Tonifica e fortalece o Qi do Baço. Tonifica, harmoniza ,
regulariza, promove, regula o Qi do Estômago e do Jiao Médio. Dispersa a Umidade, a
Umidade-Calor e a Mucosidade.
61
 VC17 (Shanzhong)
 Relação: ponto-chave do Chakra do Plexo Solar.
 Característica: Ponto de reunião do Qi. Ponto Mar do Qi Superior. Ponto MO do
Pericárdio. Ponto coalescente dos Ren Mai com os Canais do Intestino Delgado, Sanjiao,
Baço e Rins.
 Funções energéticas: harmoniza o Qi do Pulmão e do Jiao Superior. Tonifica, aquece o Qi
e harmoniza sua circulação. Desbloqueia a plenitude do Qi, faz a limpeza da Mucosidade
do tórax, aliviando a sensação de plenitude e opressão torácica. Acalma o Coração.
Redireciona o Qi invertido. Dispersa a Mucosidade, a Umidade-Frio e a Umidade-Calor,
beneficia e alivia a dor do diafragma. Beneficia as mamas e promove a lactação. Alivia a
tosse e a asma.
 VC20 (Huagai)
 Relação: ponto do Chakra Coronal.
 Característica: contém em grande quantidade a Energia do Ren Mai. Ponto de partida para
a Energia do pescoço e garganta.
 Funções energéticas: Alivia o Calor e auxilia a dispersão do Pulmão para aliviar a tosse.
Suaviza a opressão torácica. Alivia a dor do diafragma.
 VC22 (Tiantu)
 Relação: ponto-chave do Chakra Base.
 Característica: nele se reúne o Yin Wei Mai. Ponto Janela do Céu.
 Funções energéticas: Harmoniza, difunde e regula o Qi do Pulmão. Umedece e refresca a
garganta e clareia a voz. Redireciona o Qi invertido. Descongestiona a estagnação da
Mucosidade. Tonifica e promove a circulação do Qi do Pulmão e redescende o Qi
Invertido. Remove Umidade. Elimina Calor. Interrompe a tosse. Alivia asma. Beneficia a
garganta. Clareia a voz.
62
Figura 33 – Pontos de tratamento do Meridiano do Vaso Concepção
 VG2 (Yaoshu)
 Funções energéticas: Aquece o Qi do Jiao Inferior. Aumenta a circulação do Sangue nos
Vasos Sanguíneos. Afasta o Vento Umidade. Extingue o Vento Interior; acalma
convulsões. Tonifica a função do Rim para regular a menstruação; fortalece os ossos;
fortalece a coluna lombar.
 VG3 (Yaoyangguan)
 Característica: ponto por onde passa o Yang Qi.
 Funções energéticas: Harmoniza, regula, fortalece e mantém o Qi do Rim. Tonifica o
Yang. Beneficia a região lombar, joelhos e genitais. Elimina Umidade e Vento Patogênico.
Dispersa o Frio Umidade do Jiao Inferior. Fortalece as pernas.
63
 VG4 (Mingmen)
 Relação: ponto-chave do Chakra Frontal.
 Característica: Porta da Vida. Ponto básico para fortalecimento e manutenção da saúde.
 Funções energéticas: Tonifica, nutrem beneficia e fortalece a Energia Essencial. Reforça o
Yang do Rim. Expele o Frio. Dispersa a Umidade e Umidade Frio. Harmoniza o Qi,
Sangue e Via das Águas. Fortalece a lombar e joelhos.
 VG6 (Jizhong)
 Característica: junção central do transporte do Qi.
 Funções energéticas: Tonifica, fortalece e aquece o Qi do Baço e do Rim. Remove a
Umidade. Trata a convulsão e alivia a prostração. Dispersa o Vento.
 VG7 (Zhongshu)
 Relação: ponto-chave do Chakra Cardíaco.
 Característica: junção central do transporte do Qi desse Canal.
 Funções energéticas: Harmoniza o Qi do Baço e regula a função do Estômago. Alivia a
dor. Tonifica a função do Rim. Fortalece a coluna espinhal.
 VG10 (Lingtai)
 Funções energéticas: Reduz a febre, ativa os Colaterais e alivia a tosse e a asma.
Descongestiona a Energia do tórax.
 VG12 (Shenzu)
 Relação: ponto-chave do Chakra Sacral.
 Característica: está entre os B13 e se comunica com seu Qi, fortalecendo a função do
Pulmão.
 Funções energéticas: Regulariza a circulação do Qi. Harmoniza, tonifica, facilita o fluxo e
difunde o Qi do Pulmão. Interrompe a tosse. Alivia a asma. Fortalece o corpo. Clareia o
Fogo do Coração. Tranquiliza e acalma o excesso de excitação. Acalma o Shen e a Mente.
Elimina o Vento Interior. Relaxa tendões e músculos e acalma espasmos.
64
 VG14 (Dazhui)
 Característica: Ponto de cruzamento com todos os Canais Yang. Ponto Mar do Qi.
 Funções energéticas: Tonificação geral; fortalece o Wei Qi. Regulariza o Qi Defensivo e o
Qi Nutritivo. Regula o fluxo do Qi. Faz circular e tonifica o Yang Qi do corpo. Acalma o
Shen e restaura a consciência. Libera o Calor Patogênico de todos os Canais Yang. Faz
limpeza do Fogo e do Calor Perverso; reduz a febre. Alivia o estresse mental e espasmos.
Desobstrui e clareia o cérebro.
 VG16 (Fengfu)
 Característica: Ponto de cruzamento com o Yang Wei Mai. Ponto Mar da Medula. Ponto
Palácio dos Ventos.
 Funções energéticas: Circula o Qi Perverso dos três Yang. Circula o Yang Qi do corpo.
Harmoniza o Qi do Pulmão. Guarda o Shen no Coração e clareia a Mente. Beneficia a face
e os cinco órgãos dos sentidos. Beneficia e refresca o cérebro. Induz a ressuscitação.
Dispersa o Vento, o Vento Frio e o Vento Calor. Dispersa o Vento Patogênico da cabeça.
Reduz a febre.
 VG20 (Baihui)
 Característica: Ponto de intersecção do Du Mai com o Canal da Bexiga. Recebe energia de
todos os Colaterais, provenientes dos Canais Yang da mão e do pé. Os Canais da Bexiga,
Vesícula Biliar, Sanjiao e Fígado convergem para ele.
 Funções energéticas: Tonifica, mantém e estabiliza a subida do Yang Qi. Nutre o Yang
para aliviar o colapso. Aumenta o Qi colapsado dos Órgãos do corpo. Remove e dispersa o
excesso de Yang dos Canais Yang. Acalma o Shen e as emoções, desobstrui a Mente e
promove as funções cerebrais. Abre os orifícios superiores; restaura a consciência. Clareia
os sentidos e eleva o espírito. Alivia o Calor. Elimina o Vento Interno. Pacifica o Yang do
Fígado. Relaxa os tendões e os músculos. Fortalece a função ascendente do Baço.
65
Figura 34 – Pontos de tratamento do Meridiano do Vaso Governador
 Yintang
 Funções energéticas: Elimina as energias perversas, o Vento e o Calor. Interrompe a dor.
Acalma o Shen e clareia a Mente. Abre o nariz.
Figura 35 – Ponto de tratamento: Yintang
66
3. JUSTIFICATIVA
Na medicina Tradicional Chinesa (MTC), ao se realizar a avaliação do paciente,
verifica-se os desequilíbrios energéticos e corporais por meio de uma anamnese completa,
incluindo: interrogatório, diagnóstico de pulso, exame de língua e diagnóstico energético.
Tendo como premissa que a maioria dos males é causada por desequilíbrio no corpo
emocional, e que os sintomas das patologias são meramente abrigados pelo corpo físico, a
utilização dos pontos do sistema de Chakras faz com que a acupuntura alcance os corpos mais
sutis, cuidando assim também da etiologia da doença.
À proporção que o ser humano amadurece e seus Chakras se desenvolvem, cada qual
representa os padrões psicológicos que envolvem a vida do indivíduo.
A maioria dos indivíduos reage às experiências desagradáveis obstruindo o sentimento
e detendo grande quantidade do fluxo natural de energia. Isso influi no desenvolvimento e na
maturação dos Chakras, do que resulta a inibição de uma função psicológica plenamente
equilibrada.
Na Medicina Chinesa as emoções, como elementos causadores de doenças, são
estímulos mentais que perturbam a Mente (Shen residente no Coração), a Alma Etérea
(Fígado) e a Alma Corpórea (Pulmão) alterando o equilíbrio entre os órgãos internos e a
harmonia do Qi (energia) e do Sangue (Xue). Por isso, o desequilíbrio emocional é nocivo
para o organismo como um todo, pois prejudica os órgãos diretamente. Em contrapartida, o
estado dos órgãos internos igualmente afeta o estado emocional do indivíduo.
Existe uma interdependência contínua e dinâmica dos órgãos com a emoção (Yang) e
da emoção com o funcionamento (Yin) dos órgãos.
Diante do exposto acima, fica clara a necessidade de se tratar a base de tudo: a causa -
o Shen - que estando equilibrado e em harmonia, vai proporcionar ao indivíduo uma melhor
qualidade de vida.
4. OBJETIVO
O principal objetivo da realização do tratamento na Acupuntura integrada ao sistema
de Chakras é transformar a desarmonia em harmonia dentro da estrutura energética e procurar
a causa da doença, impedindo a progressão da mesma, influenciando o fluxo do Qi dentro do
corpo, onde este ativará os outros aspectos dos Chakras de uma maneira mais sutil.
O processo de evolução da doença e desenvolvimento dos sintomas que ocorrem
dentro do corpo são aparentemente aleatórios, mas na verdade seguem uma sequência lógica –
a Lei dos Cinco Elementos.
67
Através da associação da acupuntura e do sistema de energia dos Chakras, pode-se
fazer a análise e o diagnóstico pela MTC, obtendo-se resultados mais rápidos e satisfatórios.
5. METODOLOGIA
5.1 Tipo de Pesquisa
Foi realizada uma pesquisa exploratória, descritiva de caráter qualitativo com o
objetivo de verificar a ação e eficácia do tratamento de Acupuntura associada ao Sistema de
Energia dos Chakras para o equilíbrio do Shen.
Os resultados foram observados e registrados através de pré-avaliação, tratamento e
pós-avaliação.
Para esta pesquisa foi realizado levantamento bibliográfico sobre o tema, utilizando-se
artigos de revistas científicas, livros e dados acessados via Internet.
5.2 Local do estudo
O estudo foi realizado na cidade de Sumaré, São Paulo, num consultório particular,
apropriado para aplicação do tratamento com acupuntura, localizado na Rua Iside Michelucci
Bianchi, 175 – Vila Menuzzo.
5.3 População
Foi selecionada uma amostra composta por 5 adultos, sendo 3 homens e 2 mulheres,
na faixa etária entre 28 e 61 anos, os quais aceitaram o convite da pesquisadora para
participar da pesquisa.
Para participação desta pesquisa, foram utilizados alguns critérios:
 O paciente deveria estar na faixa etária entre 25 e 60 anos.
 Possuir queixas que se caracterizavam como sintomas de desequilíbrio do Shen.
 Não ter nenhum distúrbio psiquiátrico grave e nem estar em tratamento com
antidepressivos.
 Aceitar participar da pesquisa.
 Ter disponibilidade de participar do início ao fim do estudo e tratamento.
5.4 Material
Para início da pesquisa, os participantes tiveram de assinar o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (anexo II). Este termo especifica a natureza da pesquisa, bem como os
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras
Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Nadis e Pontos Marma
Nadis e Pontos MarmaNadis e Pontos Marma
Nadis e Pontos MarmaMichele Pó
 
Acupuntura bioenergética
Acupuntura bioenergéticaAcupuntura bioenergética
Acupuntura bioenergéticabarrosilson
 
Apostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeaco
Apostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeacoApostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeaco
Apostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeacoFisio Júnias
 
Guia essencial-dos-chacras
Guia essencial-dos-chacrasGuia essencial-dos-chacras
Guia essencial-dos-chacrasDirce Bussoloto
 
Doenças ligadas ao desequilíbrio dos chakras
Doenças ligadas ao desequilíbrio dos chakrasDoenças ligadas ao desequilíbrio dos chakras
Doenças ligadas ao desequilíbrio dos chakrasAna Padrão
 
Curso de passe centro de força 2011113 v1
Curso de passe   centro de força 2011113 v1Curso de passe   centro de força 2011113 v1
Curso de passe centro de força 2011113 v1Tiburcio Santos
 
Evangeliza - Chakras - Centros Vitais
Evangeliza - Chakras - Centros VitaisEvangeliza - Chakras - Centros Vitais
Evangeliza - Chakras - Centros VitaisAntonino Silva
 
Vasos maravilhosos
Vasos maravilhososVasos maravilhosos
Vasos maravilhososRenata Pudo
 

Mais procurados (20)

Nadis e Pontos Marma
Nadis e Pontos MarmaNadis e Pontos Marma
Nadis e Pontos Marma
 
1 8 chakras
1 8 chakras1 8 chakras
1 8 chakras
 
Acupuntura bioenergética
Acupuntura bioenergéticaAcupuntura bioenergética
Acupuntura bioenergética
 
Cura multidimensional
Cura multidimensionalCura multidimensional
Cura multidimensional
 
Apostila de-chakras
Apostila de-chakrasApostila de-chakras
Apostila de-chakras
 
Apostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeaco
Apostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeacoApostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeaco
Apostila+de+auriculoacupuntura+chinesablzdeaco
 
Chakras e cores cura
Chakras e cores curaChakras e cores cura
Chakras e cores cura
 
Guia essencial-dos-chacras
Guia essencial-dos-chacrasGuia essencial-dos-chacras
Guia essencial-dos-chacras
 
Reiki
ReikiReiki
Reiki
 
124569312 37672976-apostila-mr-antiga
124569312 37672976-apostila-mr-antiga124569312 37672976-apostila-mr-antiga
124569312 37672976-apostila-mr-antiga
 
Os Centros de Força e a Pineal
Os Centros de Força e a PinealOs Centros de Força e a Pineal
Os Centros de Força e a Pineal
 
Crystal sete chakras
Crystal   sete chakrasCrystal   sete chakras
Crystal sete chakras
 
Chacras
Chacras  Chacras
Chacras
 
Doenças ligadas ao desequilíbrio dos chakras
Doenças ligadas ao desequilíbrio dos chakrasDoenças ligadas ao desequilíbrio dos chakras
Doenças ligadas ao desequilíbrio dos chakras
 
Auriculoterapia lar 05
Auriculoterapia lar   05Auriculoterapia lar   05
Auriculoterapia lar 05
 
Curso de passe centro de força 2011113 v1
Curso de passe   centro de força 2011113 v1Curso de passe   centro de força 2011113 v1
Curso de passe centro de força 2011113 v1
 
Evangeliza - Chakras - Centros Vitais
Evangeliza - Chakras - Centros VitaisEvangeliza - Chakras - Centros Vitais
Evangeliza - Chakras - Centros Vitais
 
Vasos maravilhosos
Vasos maravilhososVasos maravilhosos
Vasos maravilhosos
 
124408247 apometria-enciclopedia apometria-enciclopedia
124408247 apometria-enciclopedia apometria-enciclopedia124408247 apometria-enciclopedia apometria-enciclopedia
124408247 apometria-enciclopedia apometria-enciclopedia
 
26396566 curso-basico-de-radiestesia-gratuito
26396566 curso-basico-de-radiestesia-gratuito26396566 curso-basico-de-radiestesia-gratuito
26396566 curso-basico-de-radiestesia-gratuito
 

Semelhante a Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras

Tcc ACUPUNTURA Especialização
Tcc ACUPUNTURA EspecializaçãoTcc ACUPUNTURA Especialização
Tcc ACUPUNTURA EspecializaçãoJanetedeAndrade
 
Psicologia e medicina tradicional chinesa
Psicologia e medicina tradicional chinesaPsicologia e medicina tradicional chinesa
Psicologia e medicina tradicional chinesaÁlvaro Rodrigues
 
Abordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do Carpo
Abordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do CarpoAbordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do Carpo
Abordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do CarpoSandra Moreira
 
A prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o cliente
A prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o clienteA prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o cliente
A prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o clienteBruno Cuiabano
 
Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)
Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)
Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)Edson Bispo Palmeira
 
Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)
Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)
Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)Felippe França
 
Acupuntura e obesidade
Acupuntura e obesidadeAcupuntura e obesidade
Acupuntura e obesidadebarrosilson
 
Monografia emanuela martins
Monografia emanuela martinsMonografia emanuela martins
Monografia emanuela martinsRegiane Batista
 

Semelhante a Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras (20)

Tcc ACUPUNTURA Especialização
Tcc ACUPUNTURA EspecializaçãoTcc ACUPUNTURA Especialização
Tcc ACUPUNTURA Especialização
 
Psicologia e medicina tradicional chinesa
Psicologia e medicina tradicional chinesaPsicologia e medicina tradicional chinesa
Psicologia e medicina tradicional chinesa
 
Abordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do Carpo
Abordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do CarpoAbordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do Carpo
Abordagem Terapêutica da Acupuntura na Síndrome do Túnel do Carpo
 
104787280 ap23 b-cura-pranica
104787280 ap23 b-cura-pranica104787280 ap23 b-cura-pranica
104787280 ap23 b-cura-pranica
 
104787280 ap23 b-cura-pranica
104787280 ap23 b-cura-pranica104787280 ap23 b-cura-pranica
104787280 ap23 b-cura-pranica
 
104787280 ap23 b-cura-pranica(1)
104787280 ap23 b-cura-pranica(1)104787280 ap23 b-cura-pranica(1)
104787280 ap23 b-cura-pranica(1)
 
104787280 ap23 b-cura-pranica(1)
104787280 ap23 b-cura-pranica(1)104787280 ap23 b-cura-pranica(1)
104787280 ap23 b-cura-pranica(1)
 
A prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o cliente
A prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o clienteA prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o cliente
A prática do cuidado na relação clínica entre o acupunturista e o cliente
 
Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)
Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)
Atlasdemeridianos 100411095421-phpapp02 (1)
 
Atlasdemeridianos
Atlasdemeridianos Atlasdemeridianos
Atlasdemeridianos
 
Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)
Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)
Atlas de acupuntura chinesa (meridianos e colaterais)
 
Acupuntura e obesidade
Acupuntura e obesidadeAcupuntura e obesidade
Acupuntura e obesidade
 
03 cura q[1]..
03 cura q[1]..03 cura q[1]..
03 cura q[1]..
 
61896119 toque-terapeutico
61896119 toque-terapeutico61896119 toque-terapeutico
61896119 toque-terapeutico
 
61896119 toque-terapeutico(1)
61896119 toque-terapeutico(1)61896119 toque-terapeutico(1)
61896119 toque-terapeutico(1)
 
Cura quântica avançada apostila - apostila - 003
Cura quântica avançada   apostila - apostila - 003Cura quântica avançada   apostila - apostila - 003
Cura quântica avançada apostila - apostila - 003
 
28 cura quântica avançada apostila - apostila - 028
28 cura quântica avançada   apostila - apostila - 02828 cura quântica avançada   apostila - apostila - 028
28 cura quântica avançada apostila - apostila - 028
 
Monografia emanuela martins
Monografia emanuela martinsMonografia emanuela martins
Monografia emanuela martins
 
Cura quântica avançada apostila - apostila - 001
Cura quântica avançada   apostila - apostila - 001Cura quântica avançada   apostila - apostila - 001
Cura quântica avançada apostila - apostila - 001
 
Atlas De Meridianos
Atlas De MeridianosAtlas De Meridianos
Atlas De Meridianos
 

Mais de AbenaNacional

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTO
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTOEVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTO
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTOAbenaNacional
 
TRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIA
TRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIATRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIA
TRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIAAbenaNacional
 
USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...
USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...
USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...AbenaNacional
 
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.AbenaNacional
 
Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...
Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...
Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...AbenaNacional
 
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...AbenaNacional
 
Resolução COFEN 326/2008
Resolução COFEN 326/2008Resolução COFEN 326/2008
Resolução COFEN 326/2008AbenaNacional
 
Palestra praticas integrativas
Palestra praticas integrativasPalestra praticas integrativas
Palestra praticas integrativasAbenaNacional
 
Acupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebês
Acupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebêsAcupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebês
Acupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebêsAbenaNacional
 
Acupuntura estética corporal protocolo aplicado à redução abdominal
Acupuntura estética corporal   protocolo aplicado à redução abdominalAcupuntura estética corporal   protocolo aplicado à redução abdominal
Acupuntura estética corporal protocolo aplicado à redução abdominalAbenaNacional
 

Mais de AbenaNacional (10)

EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTO
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTOEVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTO
EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ACERCA DA ACUPUNTURA NO TRABALHO DE PARTO
 
TRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIA
TRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIATRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIA
TRATAMENTO DE FERIDA COM MAGNETOTERAPIA
 
USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...
USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...
USO DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES AO ALÍVIO DA DOR À PARTURIENTE...
 
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
 
Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...
Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...
Auriculoterapia como coadjuvante no processo de emagrecimento - um estudo de ...
 
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus   um e...
Práticas integrativas e complementares com ênfase em acupuntura no sus um e...
 
Resolução COFEN 326/2008
Resolução COFEN 326/2008Resolução COFEN 326/2008
Resolução COFEN 326/2008
 
Palestra praticas integrativas
Palestra praticas integrativasPalestra praticas integrativas
Palestra praticas integrativas
 
Acupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebês
Acupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebêsAcupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebês
Acupuntura associada à glossite migratória e déficit do sono em bebês
 
Acupuntura estética corporal protocolo aplicado à redução abdominal
Acupuntura estética corporal   protocolo aplicado à redução abdominalAcupuntura estética corporal   protocolo aplicado à redução abdominal
Acupuntura estética corporal protocolo aplicado à redução abdominal
 

Equilíbrio do Shen através da integração: Acupuntura e sistema de energia dos Chakras

  • 1. LIBERTAS – FACULDADES INTEGRADAS / CETN CLÁUDIA HELENA POLETTI DIAS DOS SANTOS EQUILÍBRIO DO SHEN ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO: ACUPUNTURA E SISTEMA DE ENERGIA DOS CHAKRAS. Campinas – São Paulo 2014
  • 2. LIBERTAS – FACULDADES INTEGRADAS / CETN CLÁUDIA HELENA POLETTI DIAS DOS SANTOS EQUILÍBRIO DO SHEN ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO: ACUPUNTURA E SISTEMA DE ENERGIA DOS CHAKRAS. PROFESSORA ORIENTADORA: Luciana Mendes Vinagre Campinas – São Paulo 2014
  • 3. CLÁUDIA HELENA POLETTI DIAS DOS SANTOS EQUILÍBRIO DO SHEN ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO: ACUPUNTURA E SISTEMA DE ENERGIA DOS CHAKRAS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Libertas Faculdades Integradas / CETN, como requisito para obtenção do título de Especialista em Acupuntura. Data da aprovação: ___/___/______ Banca Examinadora: ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ Campinas 2014
  • 4. “A felicidade está em cada alvo que você alcança e nos processos que você percorre para alcançar o alvo. Para haver felicidade, é preciso ter objetivo.” (Dr. Celso Charuri)
  • 5. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, meu agradecimento eterno pelo amor incondicional e pelo exemplo de dedicação, esforço e retidão. Ao Paulo, meu marido, amigo, companheiro e apoiador entusiasmado de todos os meus objetivos, agradeço pelo amor, pelo carinho e pelo fato de você existir na minha vida! Aos meus filhos Nathalia e Guilherme meu agradecimento por me proporcionarem a experiência de vivenciar o verdadeiro amor. Agradeço também aos meus amigos com quem compartilho um ideal maior, que me apoiam incondicionalmente em todas as iniciativas, incluindo essa. À minha querida professora, orientadora e acupunturista Luciana, por todas as nossas vivências, onde ela soube transformar tudo em um imenso prazer. Sua atenção, bondade e sensibilidade fazem dela um Ser especial. À todos os professores, pela dedicação, atenção e pelas nоssаs conversas além das aulas. À toda equipe do CETN, pelo ambiente criativo, agradável е amigável que proporciona. Agradeço ao Rogério, por toda a jornada juntos, onde seu exemplo de dedicação, inteligência e entusiasmo fazem dele, um ser realmente admirável. Ao meu Mestre, Dr. Celso Charuri, idealizador e criador da Pró-Vida, a quem dirijo minha eterna homenagem e meu eterno agradecimento.
  • 6. RESUMO O principal intuito deste trabalho é elucidar aos profissionais de saúde sobre a importância da integração da Acupuntura ao Sistema de Energia dos Chakras: técnica esta que vai aumentar a eficácia do tratamento, estabilizando as emoções e fortalecendo a energia do corpo - proporcionando um estado de equilíbrio e harmonia ao indivíduo. Através da análise e diagnóstico pela MTC será determinado o desequilíbrio dos chakras, mostrando um novo paradigma de medicina que combina de fato estes dois sistemas da medicina tradicional. Os relatos e constatações feitas pelos pacientes reforçam a teoria que um tratamento utilizando a associação da Acupuntura com o Sistema de Energia dos Chakras, que comparada com o tratamento convencional na MTC, apresenta em poucas sessões o alcanço do objetivo principal do tratamento: o almejado equilíbrio do Shen. A inclusão de uma nova dimensão através deste tratamento poderá permitir ao terapeuta atingir aspectos emocionais, de personalidade e de caráter do paciente, todos associados com os órgãos, sistemas ou meridianos individualmente. Palavras-chave: Integração, Equilíbrio, Shen (Mente), Acupuntura, Sistema de Energia dos Chakras.
  • 7. ABSTRACT The principal purpose of this report is to clarify the health care professionals about the importance of integration of Acupuncture to the Chakra Energy System: a technique which will increase the efficacy of treatment, stabilizing emotions and fortifying the body's energy - providing an equilibrium state and harmony to human beings. Through the analysis and diagnostic for TCM imbalance of the chakras will be determined, showing a new paradigm of medicine that combines the fact these two systems of traditional medicine. The reports and findings made by patients reinforce the idea that a treatment by using the association of acupuncture with the Chakra Energy System, compared with conventional treatment in TCM, has in a few sessions the reach the main goal of treatment: the desired balance Shen. The inclusion of a new dimension through this treatment could allow for the therapist achieve emotional aspects personality and character of the patient, all associated with the organs, systems or meridians individually. Keywords: Integration, Balance, Shen (Mind), Acupuncture, Chakra Energy System.
  • 8. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8 2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 8 2.1. Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa........................................... 8 2.1.1. Conceito do Yang/Yin............................................................................... 11 2.1.2. Conceito dos Cinco Movimentos ............................................................ 12 2.1.3. Conceito do Zang Fu (Órgãos / Vísceras)............................................... 15 2.1.4. Conceito de Qi_ ......................................................................................... 16 2.2. O Shen na M.T.C. ....................................................................................... 17 2.3. O Sistema de Energia dos Chakras............................................................ 22 2.3.1. Chakras Principais .................................................................................. 31 2.3.2. Chakras Secundários ............................................................................... 38 2.3.3. Diagnóstico dos Chakras ......................................................................... 45 2.3.3.1. Língua ..................................................................................................... 45 2.3.3.2. Pontos de acupuntura sensíveis relacionados aos Chakras Principais ............................................................................................ 47 2.2.2.3. Determinação do estado de desequilíbrio ........................................... 47 2.3.4. Tratamento e reequilíbrio dos Chakras principais afetados ............... 48 2.3.5. Pontos utilizados no tratamento dos Chakras segundo a MTC .......... 50 3. JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 66 4. OBJETIVO ..................................................................................................... 66 5. METODOLOGIA .......................................................................................... 67 5.1. Tipo de Pesquisa .......................................................................................... 67 5.2. Local do estudo ............................................................................................ 67 5.3. População ..................................................................................................... 67 5.4. Material ........................................................................................................ 67 5.5. Procedimento................................................................................................ 68 5.5.1. Relatos de casos ........................................................................................ 69 6. RESULTADOS QUALITATIVOS .............................................................. 73 7. CONCLUSÃO ................................................................................................ 74 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 75 GLOSSÁRIO....................................................................................................... 77 ANEXOS.............................................................................................................. 81
  • 9. 8 1. INTRODUÇÃO Este trabalho visa demonstrar a importância e eficácia do tratamento realizado através da Acupuntura integrada ao Sistema de Energia dos Chakras, promovendo o equilíbrio do Shen, e consequentemente, sua influência na qualidade de vida do indivíduo. O assunto aqui abordado enfocará a análise literária sobre o referido tema, proporcionando assim um maior esclarecimento sobre a Acupuntura, o Sistema de Energia dos Chakras e seus princípios. O principal intuito deste trabalho é elucidar aos profissionais de saúde sobre a importância da integração da Acupuntura ao Sistema de Energia dos Chakras: técnica esta que vai aumentar a eficácia do tratamento, estabilizando as emoções e fortalecendo a energia do corpo - proporcionando um estado de equilíbrio e harmonia ao indivíduo. 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa Durante toda a história, o ser humano ocupou-se em compreender a si mesmo e ao meio que o rodeia. Os resultados desses esforços são a criação de conceitos mágicos, de convicções religiosas, de sistemas filosóficos e de teorias científicas que refletem o ambiente intelectual e emocional do período histórico ao qual pertencem. Conforme Szabó e Bechara (2010), a Acupuntura é uma técnica terapêutica empírica desenvolvida em uma cultura Oriental, baseada em tentativa e erro e que utiliza linguagem mágica (pensamento pré-científico). Ou seja, sua fundamentação é um raciocínio causal não científico e mítico. Pertencem à Medicina Tradicional Chinesa - MTC que engloba técnicas de massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (Shu- Shieh) e a farmacopeia chinesa (medicamentos de origem animal, vegetal e mineral). A Acupuntura consiste na estimulação de pontos específicos do corpo com objetivo de atingir um efeito terapêutico ou homeostático. Trata-se de uma terapia reflexa na qual o estímulo nociceptivo dado ao ponto de Acupuntura desencadeia respostas em outras áreas do organismo. O objetivo central da MTC e, portanto, da Acupuntura, é a idéia de equilíbrio, tanto no que se refere às funções orgânicas quanto à relação do corpo com o meio externo. O conhecimento da Acupuntura em uma perspectiva histórica contribui para reduzir o estranhamento que pode advir do primeiro contato entre sua filosofia e o pensamento
  • 10. 9 científico. A origem da Acupuntura remonta à pré-história, precedendo a criação da escrita (4.000 AC). Apesar de essa técnica ter florescido na MTC, restringir seu desenvolvimento inicial ao território chinês é uma hipótese que pode não ser verdadeira. Segundo Hong Jin Pai (2014), a acupuntura é um método terapêutico antigo, utilizado há aproximadamente 5000 anos no oriente. Foi criada na China, sendo mais tarde incorporada ao arsenal terapêutico da medicina em outros países orientais como o Japão, Coréia e Vietnã. Achados arqueológicos da Dinastia Shang (1.766 - 1123 AC) incluíam até agulhas de acupuntura e carapaças de tartarugas e ossos, nos quais estavam gravadas discussões sobre patologia médica. Escavações nas ruínas Yang-Shao, na província chinesa de Henan, mostram o uso de um instrumento de pedra polida e afiada denominado Bian-Shi (agulha de pedra) para drenagem de abscessos e o estímulo de áreas específicas do corpo, no período neolítico (MA, 1992; CHAN et al., 1994; MA, 2000 apud Szabó e Bechara, 2010). Em tumbas da Dinastia Han do Oeste (206 AC a 22 D.C.), em Hunan, rolos de seda pertencentes a um período anterior à Dinastia Qin (221 a 206 AC) contém textos que se referem à utilização de moxabustão (bastões incandescentes de Artemísia Vulgaris), sugerindo que a técnica de estímulo térmico do ponto precedeu a utilização de inserção de agulhas. Ao longo de sua história, instrumentos de bambu, ossos, jade e metais têm sido utilizados para estímulo do ponto de acupuntura (CHEN, 1997 apud Szabó e Bechara). Durante o período Zhou (772 AC a 480 AC), o confucionismo vem somar-se ao Taoísmo, trazendo o conceito de que a saúde está diretamente relacionada aos atos praticados pelo indivíduo e afastando assim a idéia da origem demoníaca para as doenças. Após a unificação da China (século III AC), a AP experimenta um desenvolvimento notável, quando adquire uma sistemática de teorias e princípios e a substituição gradual da Bian-Shi por agulhas de bronze, ferro, prata e ouro, acompanhando o progresso da metalurgia. O número de médicos servindo à corte e à população aumenta significativamente a partir de então (MA, 1992 apud Szabó e Bechara, 2010). De acordo com Szabó e Bechara (2010), a MTC permaneceu como forma exclusiva de terapia exercida na China até que as práticas médicas ocidentais fossem introduzidas durante a dinastia Ching (1644 a 1911), quando a AP foi rejeitada pela elite e chegou a ser banida pelo governo. Na década de 1940, Mao Tsé-Tung, líder da Revolução Chinesa, estimula uma política de integração entre os dois sistemas médicos, incrementando o ensino e pesquisa com MTC, declarando que "a Medicina e a Farmacologia chinesas são um palácio de grandes tesouros, devendo ser feitos todos os esforços para sua exploração, e para sua ascensão a
  • 11. 10 níveis mais elevados". Os baixos custos dessa prática colaboraram nessa decisão, permitindo à população maior acesso à saúde. A China faz uso da acupuntura para promoção da analgesia cirúrgica em pacientes humanos desde o fim da década de 1950 e em animais, desde1970. De acordo com Hong Jin Pai (2014), um dos livros de Acupuntura mais antigos é o Huang Di Nei Jing: "Clássico do Imperador Amarelo Sobre "Medicina Interna" ou "Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo", escrito na Dinastia Han (206 AC a 220 DC) e atribuído ao mítico Imperador Amarelo, Huang Di (2698 a 2598 AC), criador da escrita chinesa e unificador da China. Esse texto é, até os dias atuais, a base da MTC e traz informações sobre anatomia, fisiologia, patologia, diagnóstico e tratamento de doenças. Outros textos clássicos surgiram posteriormente, entre eles a Discussão das Doenças Causadas pelo Frio, O Clássico sobre o Pulso, O Clássico das Dificuldades (Nan Ching) e o Clássico sobre Sistematização da Acupuntura e Moxa. Hong Jin Pai (2014) descreve que, ao longo destes milhares de anos, os chineses descreveram cerca de 1.000 pontos de acupuntura, dos quais 365 foram classificados em catorze grupos principais. Todos os pontos que pertencem a um dos grupos são ligados por uma linha imaginária na superfície do corpo denominada meridiano. Para os chineses tradicionais, nosso organismo é formado de matéria e energia e é justamente a parte energética, a força vital ou Qi que circularia nestes meridianos e todas as doenças seriam consequentes a um distúrbio da circulação do Qi. Embora este conceito tenha norteado a prática da acupuntura ao longo destes milhares de anos é um pouco metafísico demais para ser compreendido e aceito pelo mundo científico atual. A palavra Acupuntura origina-se do latim, sendo que acus significa agulha e punctura significa puncionar. A acupuntura se refere, portanto, à inserção de agulhas através da pele nos tecidos subjacentes em diferentes profundidades e em pontos estratégicos do corpo para produzir o efeito terapêutico desejado. Mas, na verdade, acupuntura é uma tradução incompleta da palavra chinesa Jin Huo (ou Tsen Tsio) que significa metal e fogo. A Acupuntura utiliza agulhas e outros instrumentos para liberar substâncias químicas no organismo com efeito analgésico e/ou anti-inflamatório e assim, alivia a dor e outros sintomas decorrentes de determinadas doenças. Os pontos de acupuntura distribuídos pelo corpo podem também ser puncionados com agulhas ou aquecidos com o calor produzido pela queima da erva Artemísia Vulgaris, (mais conhecida como moxa ou moxabustão). Podem ainda ser estimulados por ventosas, pressão, estímulos elétricos e, mais recentemente, lasers. Da metade do século XVII até os dias de hoje, a prática de acupuntura na China veio se fortalecendo de tal forma que todos os povos
  • 12. 11 que de uma forma ou de outra tiveram contato com esta modalidade de medicina, resolveram acrescentá-la ao seu arsenal terapêutico, como primeira escolha ou coadjuvante a outro tipo de terapia que se faça necessário (Hong Jin Pai, 2014). De acordo com Yamamura (2001, p.19), a Medicina Tradicional Chinesa, concentra-se na observação dos fenômenos da natureza e no estudo e compreensão dos princípios que regem a harmonia nela existente. Na concepção chinesa, o Universo e o Ser Humano estão submetidos às mesmas influências, sendo partes integrantes do Universo como um todo. Desse modo, observando-se os fenômenos que ocorrem na Natureza, pode-se por analogia estendê-los à fisiologia do corpo humano, pois nele se reproduzem os mesmos fenômenos naturais. Nessa visão global de integração Natureza-Ser Humano, todas as ciências são coerentes e concordantes entre si. A concepção filosófica chinesa a respeito do Universo está apoiada em três pilares básicos: a teoria do Yang/Yin, dos cinco Movimentos e dos Zang Fu (Órgãos e Vísceras). 2.1.1. Conceito do Yang/Yin Yamamura (2001, p.20-23), refere que este é o conceito básico e fundamental de todas as ciências orientais que corresponde à condição primordial e essencial para a origem de todos os fenômenos naturais, como por exemplo, o princípio da energia e da matéria. Observando-se a Natureza, verifica-se que tudo que nela existe é composto por dois aspectos específicos e essenciais que complementam e que mantém entre si um equilíbrio dinâmico. Esses aspectos foram chamados de Yin e Yang. Eles são os princípios essenciais à existência de tudo que existe no Universo. O Yang somente pode existir na presença do Yin, e vice-versa. O Yang representa todos os aspectos que se caracterizam por atividade, como calor, movimento, claridade, força, expansão, explosão, polaridade positiva, posição “alto”. Também são Yang o Sol e o homem. O Yin representa o oposto de Yang, são os aspectos que se caracterizam por atividade menor, como frio, repouso, escuridão, retração, implosão, polaridade negativa, posição “baixo”. Também são fatores Yin a Terra e a mulher. Só é possível entender a concepção Yang e Yin no conjunto. A teoria Yang/Yin obedece a três princípios básicos:
  • 13. 12  Transformação do Yang e do Yin: os aspectos Yang e Yin apresentam movimento constante de transformação entre si, mantendo-se em um contínuo e constante equilíbrio.  Transmutação do Yang e do Yin: os aspectos Yang e Yin, quando chegam ao seu extremo (Yang do Yang ou Yin do Yin), transmutam-se em seu aspecto oposto. Esse processo de transmutação é um princípio geral inerente à Natureza. Pose-se exemplificar isso observando o ciclo dia/noite.  Relatividade do Yang e do Yin: de acordo com este princípio, a caracterização de um fenômeno como sendo Yang ou Yin é um conceito relativo, significando que um aspecto pode ter ao mesmo tempo características Yang e Yin bem definidas. O aspecto saúde se expressa um equilíbrio dinâmico entre esses aspectos Yang e Yin, e por sua vez, a doença tem origem quando se instala um desequilíbrio entre o Yang e o Yin. 2.1.2. Conceito dos Cinco Movimentos A filosofia da MTC é fundamentada no taoísmo, que está envolvido com a observação do mundo natural da maneira como ele opera. O corpo humano, sendo parte do mundo natural, pode ser observado como uma energia dinâmica formada por órgãos (tanto Yin como Yang) que fazem intercâmbios entre si baseados no que ocorre na natureza. Os chineses observaram que em qualquer lugar da natureza ocorria um intercâmbio dinâmico e que o corpo humano não seria uma exceção. Para uma melhor análise do Yin e do Yang em relação à natureza, faz-se necessário dividir o conceito de Yin e Yang em componentes mais tangíveis. Estes componentes, ou criações do Yin e Yang são os Cinco Elementos. Conforme Maciocia (1996), a Teoria dos Cinco Elementos, ou Cinco Fases, integra a base da teoria da Medicina Tradicional Chinesa. Os primeiros registros referentes a esta teoria datam do período que permeia os séculos 476-221 A.C., marcando a observação e obtenção de padrões dentro da natureza, e a sua extensão ao organismo humano. A aplicação de Wu Xing serve de auxílio à terapêutica chinesa, podendo ser útil como guia no diagnóstico e no tratamento das patologias. Esta teoria baseia-se nas propriedades dos cinco elementos – madeira, fogo, terra, metal, água – sendo suas características específicas, a partir de similitudes e analogias, relacionadas com a fisiologia dos Órgãos e Vísceras (Zang Fu) e dos tecidos do corpo.
  • 14. 13 Assim sendo, os órgãos e tecidos são classificados em cinco categorias de acordo com os Cinco Elementos ou Fases, e seus movimentos, para se observar suas relações internas. A relação entre as fases baseia-se em dois aspectos que se apóiam mutuamente para propiciar harmonia: os ciclos de Geração e de Dominância ou Controle. O ciclo de Geração forma uma sequência em que cada Elemento dá origem ou gera o seguinte, assim como é gerado da mesma forma. Deste modo teremos: madeira gera fogo, fogo gera terra, terra gera metal, metal gera água e água gera madeira. No ciclo de Dominância cada elemento controla o outro, ao passo em que é controlado também, formando uma relação de controle e restrição mútua entre as fases. Aqui teremos: madeira controla terra, terra controla água, água controla fogo, fogo controla metal e o metal controla madeira. As relações de geração e dominância asseguram o equilíbrio entre os elementos e a normalidade de seus processos, no caso do corpo humano, de seu funcionamento fisiológico saudável. Como a lei que os Cinco Elementos demonstra interdependência entre eles, o desequilíbrio em uma das fases ou na relação entre alguma delas irá repercutir no sistema inteiro. O homem, que como se diz, é produto do céu e da terra, pela interação de Yin e Yang, contêm por isso, os Cinco Elementos também. Este íntimo relacionamento entre os cinco Elementos e o corpo humano estende-se da mesma forma às ações humanas. Yamamura (2001, p.23 a 25), afirma que as características próprias dos fenômenos naturais podem ser agrupadas em cinco categorias diferentes que se encontram em constante movimento de geração e dominância entre si, sendo:  Movimento Água: representa os fenômenos naturais que se caracterizam por: retração, profundidade, frio, declínio, queda, eliminação. Ponto de partida e chegada da transmutação dos Movimentos.  Movimento Madeira: representa os aspectos de crescimento, movimento, florescimento, síntese.  Movimento Fogo: representa todos os fenômenos naturais que se caracterizam por ascensão, desenvolvimento, expansão, atividade.  Movimento Terra: representa os fenômenos naturais que se traduzem por transformações, mudanças.  Movimento Metal: caracteriza os processos naturais de purificação, de seleção, de análise, de limpeza.
  • 15. 14 Em condições de normalidade, existem dois Princípios básicos dos cinco Movimentos. O primeiro se refere ao conceito de “geração”, onde estabelece que cada movimento gera o Movimento seguinte, onde essa inter-relação é conhecida como regra “mãe-filho”, sendo a “mãe” o movimento que gera, e de “filho” o Movimento que foi gerado (figura 1). O segundo princípio se refere ao conceito de “dominância” que estabelece que cada movimento tem “autoridade” sobre o que sucede, chamando-se de “avô” o Movimento que domina e de “neto” o que é dominado. Fig.1 – Cinco Movimentos Fonte: http://acupuncturamtc.blogspot.com.br/p/os-5-elementos.html Ainda de acordo com Yamamura (2001, p.25), as características próprias que individualizam cada um dos Cinco Movimentos permitem o enquadramento nos aspectos da Natureza como integrantes de um dentre os Cinco Movimentos.
  • 16. 15 As relações entre os cinco elementos e os constituintes do organismo, descritos por Maciocia (1996), estão ilustradas na Tabela 1. Tabela 1- Algumas das principais correspondências dos Cinco Elementos Madeira Fogo Terra Metal Água Estações Primavera Verão Nenhuma Outono Inverno Cores Verde Vermelho Amarelo Branco Preto Sabores Azedo Amargo Doce Picante Salgado Climas Vento Calor Umidade Secura Frio Estágio de Nascimento Crescimento Transformação Colheita Estoque Desenvolvimento Yin-Yang Yang Mínimo Yang Máximo Centro Yin Mínimo Yin Máximo Sistemas Yin Fígado (Gan) Coração (Xin) Baço (Pi) Pulmão (Fei) Rim (Shen) Sistemas Yang Vesícula Biliar Intestino Estômago Intestino Bexiga (Dan) Delgado (Wei) Grosso (Pangguang) (Xiaochang) (Dachang) Órgãos dos Olhos Língua Boca Nariz Ouvido Sentidos Tecidos Tendões Vasos Músculos Pele Ossos Emoções Fúria Alegria Preocupação Tristeza Medo Sons Grito Riso Cantoria Choro Gemido Fonte: Fundamentos da Medicina Chinesa (1996) 2.1.3. Conceito do Zang Fu (Órgãos / Vísceras) Yamamura (2001, p.28), afirma que a teoria chinesa sobre a fisiologia energética do corpo humano descreve que existem cinco Órgãos Essenciais (denominados Zang) e seis Vísceras (denominadas Fu). Sendo assim, os Zang Fu, constituem o alicerce para a compreensão da fisiologia e da propedêutica energética e ainda, da fisiopatologia das doenças e seu tratamento. Os Zang são: O Xin (Coração), o Gan (Fígado), o Pi (Baço/ Pâncreas), o Fei (Pulmão) e o Shen (Rins). Eles são essenciais, pois têm a função de armazenar, digerir, transformar, assimilar os alimentos e fazer a expulsão. Os fu são constituídos pelo Tubo Digestivo (Wei – Estômago, Xiao Chang – Intestino Delgado, Da Chang – Intestino Grosso e Pangguang –
  • 17. 16 Bexiga) e pelo Sistema de Aquecedores, o Sanjiao (Triplo Aquecedor). As vísceras Curiosas ou Vísceras, que apresentam funções especiais, são constituídas por: Dan – Vesícula Biliar, ossos, medula óssea e espinal, encéfalo, vasos sanguíneos e Bao Gong (matriz- Útero). Os Zang Fu na MTC englobam a fisiologia, as relações com o sistema Nervoso Central e as concepções básicas do Yin e do Yang, bem como dos Cinco Movimentos. De acordo com Maciocia (1996, p.49), o corpo e a mente não são vistos como um mecanismo, mas como um círculo de energia e substâncias vitais interagindo uns com os outros para formar o organismo. A base de tudo é o Qi: todas as outras substâncias vitais são manifestações do Qi em vários graus de materialidade, variando do completamente material. 2.1.4. Conceito de Qi Auteroche (1992, p.33), descreve que apesar do Qi ser único, como suas representações são múltiplas, na prática, associasse-lhe sempre um qualificativo que determina sua localização ou sua função. Sendo assim, os diferentes tipos de Qi apresentam a seguinte classificação:  Yang Qi e Yin Qi: são duas partes antagônicas da energia de base.  Jing Qi: é o princípio essencial, a quinta essência. Ele é composto de duas partes: o Jing Qi inato ou “céu anterior”, recebido no momento da concepção; e O Jing Qi da nutrição ou “Jing Qi adquirido” – ou “do céu posterior”. Ambos armazenados nos Rins.  Qing Qi: ou Qi puro, que existe na natureza, no ar que se respira.  Yuan Qi: ou “Energia verdadeira” (Zhen Qi), é o mais importante de todos os Qi do corpo humano. Todos os tecidos orgânicos que recebem o impulso do Yuan Qi poderão cumprir suas diferentes funções.  Zong Qi: sua atividade essencial é dar impulso à respiração pulmonar, e à circulação do sangue do coração.  Ying Qi ou Yong Qi: “energia nutriente”, é proveniente do Jing Qi da alimentação elaborada pelo baço e o estômago. Sua atuação é de nutrir o corpo inteiro.  Wei Qi: é a “energia de defesa”. Atua para proteger a superfície do corpo contra as agressões externas; controlar a abertura das glândulas sudoríparas; regular a temperatura do corpo; aquecer os órgãos; dar brilho à pele e lustro aos pelos. Segundo Jou Eel Jia (2013, p.48), o Qi é a base do movimento de transformação e transmutação entre o micro e macrocosmo, participando da formação e da constituição das
  • 18. 17 estruturas do corpo e da sua atividade fisiológica, enfim é a raiz de sustentação da vida. No Oriente, o ser humano é constituído por três agregados: 1) Qi: é a manifestação da nossa consciência, resultado das interações de todos os conjuntos de Qi do nosso organismo. Essa consciência gera o espírito. O Espírito para os chineses significa Mente. 2) Jing (matéria): é o DNA, responsável pela transmissão de nosso código genético. 3) Shen: mente ou inteligência. 2.2. O Shen na M.T.C. Uma das mais importantes características da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é a integração como um todo, sem início ou fim, entre o corpo, a mente e as emoções. Na Cultura Chinesa não existe uma palavra para representar o que denominamos como mente. Porém, o conceito Shen foi ocidentalizado como sendo sinônimo da palavra mente ou cognição. Fig.2 - Ideograma – Shen Fonte: Shen: categoria estruturante da racionalidade médica chinesa. Segundo Wilder e Ingram apud Ferreira e Luz (2007), a parte esquerda do ideograma Shen corresponde ao radical Shi. Na forma original, este radical significa “revelar”, utilizado para denotar coisas espirituais. Os dois traços superiores representam a dualidade, Tian (Céu) acima de Di (Terra). Já os três traços inferiores representam o sol, a lua e as estrelas, ou seja, os sinais vindos do céu para a terra, reveladores de coisas transcendentais para os homens. A parte direita do ideograma significa “estender”, “esticar” ou “explicar” (figura 2). Para Maciocia (2005, p.28) três aspectos distintos devem ser considerados na avaliação e observação do Shen (que ele traduz como ‘espírito’): “a corporificação do espírito, a vitalidade do espírito e o lustro (ou brilho natural) do espírito”. Por “corporificação do
  • 19. 18 espírito”, entende a manifestação física externa deste, expressa na compleição física, musculatura, expressão facial, olhar, movimentos e reflexos corporais. “Vitalidade do espírito”, para o autor, é a vitalidade geral de uma pessoa, manifestada no vigor mental, tom de voz, ritmo respiratório, clareza de pensamentos. Por “lustro do espírito” entende como o espírito está refletido na cútis, nos cabelos e nos olhos, dando brilho e vigor. A normalidade desses parâmetros teriam como significado clínico o bom funcionamento de órgãos e vísceras e de Qi, Xue, Yin e Yang, elementos importantes na dinâmica vital da medicina chinesa. O autor classifica, ainda, o ‘espírito’ como forte, fraco ou falso. O primeiro teria boa corporificação, vitalidade e lustro e daria um bom prognóstico no caso de doenças. O “espírito fraco”, ao contrário teria esses parâmetros comprometidos, significando danos à fisiologia corporal, tendência a desequilíbrios físicos e emocionais e, no caso de doença, prognóstico duvidoso. O “espírito falso” surgiria no curso de uma doença crônica e grave, quando o paciente subitamente parece alegre e revitalizado – recupera o apetite, fala, quer ver familiares etc. – sem ter passado por um período de restabelecimento gradativo; isso seria um péssimo prognóstico, sinal de morte iminente. Fica, portanto, claro o papel de Shen na diagnose, ao refletir a condição do funcionamento interno de órgãos, vísceras, Qi, Xue e Jing. No entanto, quando há uma perturbação no fluxo energético, ela pode desencadear uma série de problemas físicos e mentais, a doença, por sua vez, é sempre uma desorganização da energia funcional que controla e dinamiza os órgãos. A acupuntura trata tentando harmonizar a circulação da energia no corpo, atuando na raiz do problema e nos diversos sintomas que acompanham a doença. A filosofia da MTC é essencialmente preventiva e sempre leva em consideração não somente a doença, mas principalmente a causa do desequilíbrio que a gerou. He e Ne (1999, p.6) traduzem Shen como espírito, discutindo que em sentido amplo, ele corresponde às manifestações exteriores das atividades vitais do corpo e abrange os sinais e sintomas das manifestações fisiopatológicas. Em sentido restrito, corresponde às atividades do pensamento consciente da mente. Dessa forma, pela teoria da Medicina Tradicional Chinesa, Shen tem três significados: a) Função de transformação material do mundo natural: as transformações do Universo que criam todas as coisas da Terra correspondem ao fenômeno denominado manifestações do espírito. Primeiro existe a forma do Universo e depois as transformações do espírito.
  • 20. 19 b) Toda e qualquer atividade vital do organismo: a Medicina Tradicional Chinesa considera o corpo humano como um sistema integrado onde as energias Yin e Yang impulsionam as transformações e os movimentos da vida. Nesse sentido, as atividades vitais são basicamente denominadas espírito, ou seja, Shen, sendo este a essência da vida do corpo. Perdendo-se o Shen as atividades de energia cessam e a vida termina. c) Consciência espiritual do homem: implica que a atividade espiritual da mais alta forma e grau é o pensamento. É do coração que se derivam as atividades do pensamento consciente do espírito do homem. Uma espécie de regente dos processos corporais, relacionado tanto com as causas quanto com a possibilidade de cura de desequilíbrios: com as causas devido à interferência que produz no estado emocional (que para a Medicina Chinesa é um importante motivo de desarmonia), com a possibilidade de ‘cura’, porque atua no funcionamento de toda a dinâmica corporal e interfere emocionalmente no funcionamento de órgãos e vísceras. Portanto, o Shen é um termo genérico de todas as atividades vitais do corpo humano, incluindo o ânimo, o pensamento, além das atividades intelectuais. Ross (1994) também usa o termo espírito para explicar o que é Shen, colocando-o como condição para vitalizar o corpo e a consciência, bem como para fornecer a força da personalidade. Desta forma, Shen seria o responsável pela vitalidade de todo o nosso corpo, nos dando consciência e personalidade. Nessa forma de conceber, Shen implica na existência material do espírito, que é diferente da ideia ocidental. Assim, na Medicina Tradicional Chinesa, Shen (ou espírito) é uma parte integral do corpo e, portanto, não um aspecto separado dele. Maciocia (1996, p.57) traduz Shen como “mente”, colocando-o como uma das substâncias vitais para o ser humano, ou seja, como uma forma de Qi. Nesse caso, resumidamente, Shen seria o tipo mais sutil e imaterial do Qi. O conceito de Shen está relacionado com o conceito de Jing (traduzido como essência). Na Medicina Tradicional Chinesa, existe o Jing do pai e o Jing da mãe, unidos formam o Jing de cada ser humano e, consequentemente, o Shen. Após o nascimento este Jing é armazenado no sistema Rim (Shen do Rim), à qual será a base biológica do Shen Mente, armazenado e organizado no coração. Assim, Qi, Jing e Shen (Mente) são denominados os três grandes tesouros da Medicina Tradicional Chinesa, caracterizando uma das principais noções desta ciência, com efeito: a integração íntima, indissociável, do corpo e da mente.
  • 21. 20 Conforme Pacheco e Grassi (2013), Shen é um conceito ou uma categoria diretamente relacionada com as atividades mentais, estado de espírito e, também, com o funcionamento dos órgãos. Nesse contexto, o sistema Xin Shen (Coração) é fundamental para estruturar e organizar o equilíbrio vital, a partir de duas funções básicas: impulsionando o Xue (Sangue) para nutrir as estruturas e servindo de “morada” do Shen. Dito de outra maneira, a relação de causalidade direta entre mente e encéfalo, perceptível em algumas discussões da Ciência cognitiva ocidental, é deslocada pela Medicina Tradicional Chinesa para a relação mente (Shen) e coração (Xin). A partir do momento que o coração, “morada” do Shen (mente), impulsiona o sangue (Xin) e o espírito/mente (Shen) para os demais órgãos (sendo que cada um deles é responsável por um sentido), pode-se dizer que o Shen (mente) se relaciona com todas as demais funções humanas. Assim, a visão que pertence ao sistema Gan (Fígado) necessita de Xue (Sangue) para ser nutrido e de Shen para reconhecer o estímulo visual. A audição que pertence ao sistema Shen do Rim também necessita de Xue para sua nutrição e de Shen para o reconhecimento auditivo. O mesmo processo ocorre com o olfato que pertence ao sistema Fei (Pulmão), o paladar (Língua - considerada o “broto de Xin”) e o tato. Com efeito, todos os sentidos necessitam de Xue (Sangue) para serem nutridos e Shen para serem percebidos, avaliados e compreendidos. Além da relação direta de Shen com os órgãos e suas emoções e sentidos correspondentes, a Medicina Tradicional Chinesa discute outros conceitos que formarão Shen em sua totalidade e constituirão o espírito, são eles: Hun (Alma Etérea), Po (Alma Corpórea), Zhi (Força de Vontade) e Yi (Intenção). Shen é uma categoria atuante nos processos fisiológicos, que interfere direta e indiretamente no funcionamento orgânico. Diretamente por meio de funções específicas, como no caso da atuação sobre o ciclo vital. Indiretamente através, por exemplo, de sua função controladora das emoções. Assim, os quatro aspectos de Shen (Hun, Po, Yi e Zhi) se manifestariam e relacionariam estrutural e funcionalmente com cada um dos órgãos internos, ou seja, Gan (Fígado), Fei (Pulmão), Pi (Baço) e Shen (Rim). Shen pode ser visto como saúde, onde a felicidade e a vida se coordenam e se unificam com o conturbado meio externo. Qualquer dano ou excessivo estímulo emocional pode prejudicar a saúde tanto a nível físico quando a nível espiritual, provocando enfermidades.
  • 22. 21 A primeira coisa a ser afetada pelo desequilíbrio emocional é a circulação e a direção apropriadas do Qi (energia). Segundo textos tradicionais chineses “a Raiva faz o Qi (energia) subir, a Alegria excessiva, Euforia retarda o Qi (energia), a Tristeza dissolve o Qi (energia), o Medo faz o Qi (energia) descer, o Choque por sua vez dispersa o Qi (energia) e o Pensamento forçado prende o Qi”. O efeito de cada emoção em um órgão específico não deve ser interpretado de forma muito restrita, pois o mesmo também depende da característica constitucional do indivíduo. Se ele apresentar, por exemplo, uma fraqueza constitucional do Coração, o Medo, que vem relacionado à força de Vontade e corresponde ao Rim, irá neste caso indicar que foi o Coração o sistema afetado. Evidentemente aparecerão outros fatores que denunciarão esta deficiência. De qualquer forma o Coração será diretamente afetado, uma vez que ele abriga a Mente (Shen) e recebe toda carga emocional direta ou indiretamente. Jou Eel Jia (2013, p. 81), refere que na visão da Medicina Chinesa, o Corpo-Mente é um todo integrado, gerando um círculo de interação entre os sistemas internos e seus aspectos emocionais. As emoções são parte natural da existência humana e nenhum ser humano está livre de sentir tristeza, fúria, raiva e/ou preocupações. As emoções somente se tornam causas patológicas quando forem particularmente intensas e, principalmente, quando forem prolongadas, especialmente se não são expressas ou reconhecidas. Uma vez que o corpo e a mente formam um todo integrado e inseparável, as emoções podem não só causar um desequilíbrio, como também ser causadas por estes. Equilíbrio Fisiológico (Saúde Física) Fig.3 – Equilíbrio físico e emocional Fonte: Coaching Holístico Equilíbrio Postural (Desenvolvimento (Desenvolvimento adequado das faculdades mentais e de adaptação) Equilíbrio Psicológico (Fluxo equilibrado de emoções)
  • 23. 22 Os chineses levam em consideração vários fatores como envolvidos no processo de desequilíbrio e adoecimento, tais como má alimentação, fadiga, sedentarismo; mas, sobretudo, consideram as emoções negativas como fatores fundamentais para o desequilíbrio energético e físico. Consideram também que a manutenção de emoções como o medo, raiva, tristeza, ódio, mágoa e outras são responsáveis pelo surgimento das mais diversas doenças, devendo estas então ser tratadas e superadas. 2.3. O Sistema de Energia dos Chakras Segundo Cross (2010, p.XIX), a Acupuntura como terapêutica apresenta um bom prognóstico de melhora das patologias emocionais, mas não é suficientemente eficaz para tratar a etiologia do desequilíbrio emocional. O sucesso do tratamento poderá ser obtido através da integração da Acupuntura com o Sistema de Energia dos Chakras, ou simplesmente Acupuntura dos Chakras. A Acupuntura dos Chakras é uma complementação da prática de acupuntura chinesa tradicional. Tem a possibilidade de aprofundar a acupuntura clássica incluindo o sistema indiano de Chakras. Cross (2010, p.XX), afirma que os Chakras são centros de energia, sendo sete principais que se localizam na linha média do corpo e vinte um secundários - que na maioria dos casos também correspondem com o local de pontos de acupuntura. Pode-se dizer ainda que cada ponto de acupuntura na superfície do corpo representa um “minichakra”. Os Chakras estão ligados à Aura e às energias sutis do corpo. Segundo Brennan (2006, p.67), a Aura é o Campo de Energia Humana, que é a manifestação da energia universal intimamente envolvida na vida humana. Este campo pode ser descrito como um corpo luminoso que cerca o corpo físico e o penetra, e ainda emite sua radiação característica própria. A aura é parte do campo de energia humana associada a objetos, ela é a parte associada ao do corpo humano. Apoiados em suas observações, os pesquisadores criaram modelos teóricos que dividem a aura em diversas camadas. Essas camadas, muitas vezes chamadas corpos, se interpenetram e cercam umas ás outras em camadas sucessivas. Cada corpo se compõe de substâncias mais finas e de “vibrações” mais altas à medida que se afasta do corpo físico. Cada corpo, ou camada, parece diferente das outras e exerce sua função particular. Cada camada da aura está associada a um chakra, a saber: a primeira se associa ao primeiro chakra, a segunda se associa ao segundo Chakra, e assim por diante.
  • 24. 23 De acordo com Cross (2010, p.1), a aceitação e o conhecimento das auras são preceitos fundamentais para poder aprender e utilizar os chakras com a acupuntura, e afirma que, um ato não pode existir sem o outro. Brennan (2006, p.70), apresenta uma visão global dos Chakras, onde refere que: a) A primeira camada do campo e o primeiro Chakra estão ligados ao funcionamento físico e à sensação física – a sensação da dor ou do prazer físicos. Ela está ligada ao funcionamento automático e autônomo do corpo. b) A segunda camada e o segundo chakra, em geral, se associam ao aspecto emocional dos seres humanos. São os veículos através dos quais se tem a vida em emocional e os sentimentos. c) A terceira camada liga-se à vida mental, à reflexão linear, que por sua vez está ligado ao terceiro chakra. d) O quarto nível, associado ao chakra do coração, é o veículo ao qual se expressa o amor, não só aos companheiros, mas a humanidade em geral. Este é o chakra que metaboliza a energia do amor. e) O quinto é o nível associado a uma vontade mais alta, mais ligada à vontade divina. O quinto chakra se associa ao poder da palavra, criando coisas pela palavra, prestando atenção e assumindo responsabilidades pelos próprios atos. f) O sexto nível e o sexto chakra estão vinculados ao amor celestial, um amor que se estende além do âmbito humano do amor e abrange toda a vida. g) A sétima camada e o sétimo chakra estão vinculados à mente mais elevada, ao saber e à integração da constituição espiritual e física. Cada camada parece diferente das outras e exerce sua função particular. Cada camada da aura está associada a um Chakra, a saber: a primeira camada se associa ao primeiro Chakra, a segunda ao segundo Chakra, e assim por diante. Cada um desses vórtices troca energia com o Campo de Energia Universal. Todos os Chakras maiores, menores, mais ou menos importantes e os pontos de acupuntura são aberturas por onde entra e sai a energia da aura. Como essa energia está sempre associada a uma forma de consciência, sempre será perceptível a energia que trocamos em termos de visão, audição, sentimento, sensação, intuição ou conhecimento direto (Brennan – 1987). Cross (2010, p.1), refere que são conhecidos sete corpos, inclusive o físico, que compõem a aura. São eles: o físico, o etéreo, o emocional ou astral, o mental, o intuitivo, o monádico e o divino ou espiritual.
  • 25. 24 Para este estudo, serão focados os quatro primeiros corpos, onde Cross (2010, p.2) explica:  Corpo Físico: nele acontecem as manifestações dos desequilíbrios energéticos. Os sinais e sintomas mostrados pelo corpo físico são informações importantes utilizadas para tratar a causa da doença.  Corpo Etéreo: a palavra etéreo deriva de “éter”, que significa o estado entre energia e matéria. Este corpo é invisível para a maior parte das pessoas, mas com diligência é possível “entrar em sintonia” para enxerga-lo. Este corpo é dividido em duas partes: físico-etérea e etérea-emocional, sendo formado por uma espécie de rede de finos canais filamentosos conhecidos como nadis (canais de energia), que parecem estar relacionados ao fluido cerebrospinal, às glândulas endócrinas e ao sistema nervoso autônomo (anexo II). O corpo etéreo possui três funções principais, intimamente relacionadas, onde age como receptor, assimilador e transmissor de força vital através dos chakras. Ele desempenha o papel de um amplo filtro de energia, do interior para o exterior e vice-versa.  Corpo Emocional: este corpo é chamado também de Corpo Astral, devido ao seu envolvimento com as emoções. A margem deste corpo segue mais ou menos o contorno do corpo etéreo, com uma área que abrange de 25 a 30 cm. Em relação ao corpo emocional, Brennan (2006, p.78) cita: “Esse corpo interpenetra os corpos densos que envolve. Suas cores variam de nuances claras e brilhantes até as mais escuras e opacas. Sentimentos claros e com muita energia como o amor, a alegria, o prazer ou a raiva são brilhantes e claros, enquanto os sentimentos confusos são escuros e opacos”. A principal função do corpo emocional é agir como um “filtro”, onde apenas quando ocorre um desequilíbrio no mesmo ou com os chakras que o penetram, é que há a consciência de uma mudança no estado normal de ser. Ou seja, mudanças no corpo emocional podem desencadear alterações e até sintomas no corpo físico.  Corpo Mental: este corpo pode se estender até 75 cm do corpo físico, e é muito menos denso que os outros corpos. A substância que compõe o corpo mental está relacionada aos pensamentos e processos mentais, onde são às vezes chamados de “formas de pensamento”. Baseado nesta premissa, Cross (2010, p.4), afirma que: “aquilo que se pensa pode afetar tanto a própria pessoa que o faz como aqueles com
  • 26. 25 quem se relaciona [...], se uma pessoa vive de forma positiva e solidária e mentaliza muitos pensamentos amáveis para si própria e para os outros ela se sente bem.” De forma inversa, se uma pessoa leva a vida com negatividade, ódio, pessimismo, mágoa, tristeza e tendências depressivas, esses pensamentos refletirão em sua aparência física. Cross (2010, p.4), afirma que uma pessoa pode vivenciar uma mudança permanente na química de seu corpo após um longo período de vibrações positivas. A química do sangue, os níveis hormonais e as secreções orgânicas se modificam. Gerber (2012, p.303), descreve que o homem é um ser multidimensional, onde o corpo físico é o componente de maior densidade entre os diversos campos de energia interativos. Cada um dos campos ou corpos de luz de dimensões superiores está ligado à estrutura celular através de uma complexa rede de fios energéticos, onde essas energias da rede vital permitem que as forças vibracionais superiores se manifestem no corpo físico por meio de seus efeitos orientadores sobre os padrões de crescimento celular e sobre a expansão da consciência humana. É através dessa rede multidimensional que as energias de diferentes características vibracionais fluem para o interior do corpo e influenciam os processos fisiológicos desde o nível celular até o organismo como um todo. As energias sutis que entram primeiramente precisam passar por transformadores redutores especializados a fim de poderem integrar-se apropriadamente à matriz celular. Esses centros, conhecidos como Chakras, processam a energia vibracional de frequências específicas. Através do nosso sistema endócrino, os chakras transformam em manifestações biológicas os inputs vibracionais dos corpos etérico, astral e de outros corpos de dimensões superiores. De acordo com Brennan (2007, p.70) no corpo humano existe um fluxo vertical de energia que pulsa para cima e para baixo do campo da medula espinhal. Este fluxo estende-se para fora, além do corpo físico, acima da cabeça e abaixo do cóccix, sendo denominado corrente principal de força vertical. Neste campo existem vórtices turbilhonantes, em forma de cones, chamados Chakras: suas pontas apontam para a corrente principal de força vertical, e suas extremidades abertas se estendem para a borda de cada camada do campo em que estão localizados. Para Cross (2010, p.6), a palavra chakra significa “roda” em sânscrito. Os chakras são considerados centros de força ou espirais de energia a partir de um ponto no corpo físico, permeando as camadas dos corpos sutis em forma de leques cada vez maiores. Cada um é diferente em forma, aparência, cor e frequência, sendo: sete chakras principais, vinte e um chakras secundários e mais setecentos minichakras no corpo que se relacionam com pontos de
  • 27. 26 acupuntura e com a maioria dos pontos reflexos. As estruturas e funções variam de chakra para chakra, e também de acordo com a idade de uma pessoa. Os chakras têm três funções: “vitalizar e harmonizar os corpos físico, etéreo e emocional; promover o desenvolvimento da autoconsciência; e transmitir energia espiritual a fim de conduzir o indivíduo a um estado de ser espiritual.” (Cross, 2010, p.7). Conforme Brennan (2010), os sete chakras principais (centros principais de energia) podem ser utilizados para diagnosticar os estados psicológicos do indivíduo, e eles estão divididos em centros mentais, centros de vontade e centros de sentimento (figura 4). Figura 4: Os sete chakras maiores, vistos de frente e de costas. Fonte: Mãos de Luz
  • 28. 27 Brennan (2010, p.72), afirma que a fim de que a energia flua de uma camada para outra através do chakra, a mesma terá de passar pelos selos nas raízes dos chakras, conforme ilustração abaixo: Figura5: O sistema de sete camadas do corpo áurico Fonte: Mãos de Luz Segundo Brennan (2010, p.76), na literatura esotérica oriental, cada chakra é visto como se tivesse certo número de pétalas, que por sua vez parecem ser pequenos vórtices que giram a velocidades muito altas. Cada vórtice metaboliza uma vibração de energia que ressoa em sua frequência de giro particular, conforme mostra Tabela 2.
  • 29. 28 Tabela 2 – OS CHAKRAS MAIORES E ÁREA DO CORPO QUE ELES ALIMENTAM CHAKRA No DE PEQUENOS VÓRTICES GLÂNDULA ENDÓCRINA ÁREA DO CORPO GOVERNADA 7- Coroa 972 Branco-Violeta Pineal Cérebro superior. Olho direito. 6 – Cabeça 96 Anil Pituitária Cérebro inferior. Ouvidos, nariz, Olho esquerdo, Sistema nervoso. 5- Garganta 16 Azul Tireóide Aparelho brônquico e vocal, pulmões, canal alimentar. 4- Coração 12 Verde Timo Coração, sangue, nervo vago, sistema circulatório. 3- Plexo Solar 10 Amarelo Pâncreas Estômago, fígado, vesícula biliar, sistema nervoso. 2- Sacro 8 Laranja Gônadas Sistema reprodutor. 1-Base 4 Vermelho Glândulas supra-renais Coluna vertebral, rins. Fonte: Mãos de Luz Para Cross (2010, p.8), no que se diz respeito aos sete chakras principais, parece haver uma forte influência da circundação de energia situada nos aspectos ventral e dorsal, presentes nos vasos extraordinários Vaso Concepção (Ren Mai) e Vaso Governador (Du Mai). Cita ainda que; “poderiam ser chamados de pontos de influência. Entre esses dois pontos, o aspecto espinhal trata principalmente dos desequilíbrios musculoesqueléticos e do Yang, enquanto o aspecto ventral trabalha mais os desequilíbrios orgânicos, emocionais e do Yin”. Os chakras podem ser relacionados conforme descrição abaixo (tabela 3): Tabela 3 – CHAKRAS, RELATIVAS POSIÇÕES E PONTOS DE ACUPUNTURA. Chakra Nível espinhal Ponto de acupuntura espinhal Ponto de acupuntura ventral Coronal --- Gov-20 Gov-20 Frontal Atlanto-occiptal Gov-16 Ex-1 (Yintang) Laríngeo CVII-TI Gov-14 Con-22 Cardíaco TVI-TVII Gov-10 Con-17 Plexo Solar TXII-LI Gov-6 Con-14 Sacral LIV-LV Gov-3 Con-6 Base Sacro cóccix Gov-2 * Con-2* Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
  • 30. 29 Fica claro, portanto, que utilizando a acupuntura dos chakras, os aspectos ventral e espinhal são os mais comumente utilizados, podendo-se ainda utilizar algum outro ponto da mesma circundação horizontal. Uma variação que se pode observar, de acordo com o exposto na tabela 3 (*), é o posicionamento do chakra da Base, que em virtude de razões óbvias não é possível utilizar este ponto de acupuntura, então são empregados os pontos Gov-2 ou Con-2. Estes pontos poderão aparecer também, no decorrer deste trabalho como VG-2 e VC-2, respectivamente. Conforme Cross (2010, p.10), cada um dos sete chakras principais está associado com até vinte e duas correspondências diferentes, e, cada chakra principal também está acoplado a um ou mais chakras secundários, proporcionando úteis combinações na acupuntura, conforme mostra a figura 6. Figura 6: Posições anatômicas dos chakras principais e secundários Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
  • 31. 30 Cada chakra tem uma posição anatômica ventral e uma dorsal, pontos de acupuntura – ventrais e dorsais, terminologia em Sânscrito e sua interpretação (vide anexos III e IV), um símbolo, um chakra principal e um secundário acoplado, associação de glândulas endócrinas, associação orgânica, associação dos níveis espinhais, pontos-chave, meridianos e fenômenos espirituais associados, associação muscular, associação do sistema nervoso autônomo, correspondências de cor e som e um número de vórtices rotacionais (tabela 4). Tabela 4- RELAÇÕES DOS CHAKRAS PRINCIPAIS Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos Chakras
  • 32. 31 Para clareza de entendimento da linha de tratamento proposto neste trabalho, e segundo abordagem exposta por Cross (2010, p.20-34), faz-se necessária a discussão individual e ilustração dos chakras principais e secundários. 2.3.1. Chakras Principais a) Chakra Coronal – Sahasrara:  Localização: no topo da cabeça, no ponto de acupuntura VG 20.  Meridiano associado: Triplo Aquecedor. Os pontos chave são TA 5 e VC 4.  Chakras associados: principal acoplado é o Chakra da Base, e os secundários são os do pé e os da mão.  Função: ele se manifesta na glândula pineal, que afeta a percepção visual e produz hormônios como a melatonina e serotonina. Governa a região dos neurônios motores superiores do cérebro e olho direito, sendo uma ligação entre o indivíduo e seu plano de existência espiritual através do corpo divino. Figura 7: Associações do Chakra Coronal Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 33. 32 b) Chakra Frontal – Ajna:  Localização: situado no ponto de acupuntura VG16 posteriormente, e anteriormente no ponto extra Yintang.  Meridiano associado: Vesícula Biliar. Os pontos chave são o BP6 e VG4.  Chakras associados: principal acoplado também é o Chakra da Base.  Função: este chakra comanda a parte inferior do cérebro, o sistema nervoso central, o olho esquerdo, o nariz e os ouvidos. É mais utilizado no tratamento de patologias relacionadas à percepção – tanto físicas como emocionais, sendo muito útil no tratamento do desequilíbrio hormonal. Figura 8: Associações do Chakra Frontal Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 34. 33 c) Chakra Laríngeo – Vishuddha: • Localização: o aspecto posterior fica situado no ponto de acupuntura VG14, e o anterior localiza-se no ponto VC22. • Meridianos associados: Intestino Grosso e Pulmões. Os pontos chave são VC6 e F5. • Chakras associados: o principal é o Chakra Sacral, e os secundários são os do ombro e central. • Função: este chakra costuma ser a primeira linha de defesa do organismo. Frequentemente fica congestionado pela invasão de organismos e vírus. Quando este chakra está em estado de desequilíbrio, a pessoa não consegue expressar-se facilmente e pode ficar tímida, eclusa e introvertida. Figura 8: Associações do Chakra Frontal Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 35. 34 d) Chakra Cardíaco – Anahata: • Localização: este chakra fica localizado no centro da região dorsal da coluna, no ponto VG 10, e o aspecto anterior no meio do esterno no ponto VC 17. • Meridianos associados: Coração e Intestino Delgado, e os pontos chave são C1 e VG7. • Chakras associados: o principal é o Chakra do Plexo Solar e os secundários auricular e intercostal. • Função: sua maior importância está no tratamento de estados emocionais. Quando este chakra está desequilibrado, podem ocorrer distúrbios na personalidade e conduta, manifestações de choro e aborrecimentos e ainda problemas cardíacos. Figura 9: Associações do Chakra Cardíaco Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 36. 35 e) Chakra Plexo Solar- Manipura: • Localização: o aspecto posterior está localizado no ponto VG6 e o aspecto anterior no ponto VC14. • Meridianos associados: Fígado e Estômago. Os pontos chave são TA4 e VC17. • Chakras associados: o principal é o Chakra Cardíaco e os secundários são os Chakras do Baço e Sacral. • Função: o Plexo Solar é vital para o tratamento de muitas doenças orgânicas e emocionais. A glândula associada é o pâncreas, produtor de insulina, que permite o metabolismo do açúcar. O seu desequilíbrio pode gerar desequilíbrios nervosos, acometimentos no estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas e baço; podendo levar ainda à diminuição do potencial de energia do sistema imunológico. Figura 10: Associações do Chakra do Plexo Solar Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 37. 36 f) Chakra Sacral – Svadhisthana: • Localização: o aspecto posterior está localizado no ponto VG3 e o aspecto anterior no ponto VC6. • Meridianos associados: Circulação-Sexo e Baço-Pâncreas. Os pontos-chave são CS3 e VG12. • Chakras associados: o principal é o chakra Laríngeo e os secundários são os chakras do Baço e Plexo Solar. • Função: este chakra comanda o sistema reprodutivo e controla a água no organismo, estando também associado com o terço inferior do intestino delgado, estando, portanto, envolvido com a assimilação e absorção dos alimentos. Muito utilizado no tratamento de doenças ginecológicas, obstétricas e reprodutivas. Um desequilíbrio contínuo neste chakra pode levar a obesidade, intolerância alimentar, problemas dermatológicos crônicos e impotência. Figura 10: Associações do Chakra Sacral Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 38. 37 g) Chakra Base – Muladhara: • Localização: o aspecto posterior está localizado no ponto VG2 e o aspecto anterior no ponto VC2. • Meridianos e Vasos extraordinários associados: Rim, Bexiga, Caso Concepção e Vaso Governador. Os pontos chave são F8 e VC22. • Chakras associados: os principais são o chakra Coronal e o Laríngeo, e os secundários são os do Cotovelo e Joelho. • Função: este Chakra é o mais importante em termos clínicos e o mais utilizado, sendo de grande importância para o tratamento de tudo que seja crônico, principalmente em questões vinculadas à hereditariedade e problemas emocionais complexos. Este chakra é responsável por ancorar o corpo no plano físico e fornecer um canal para vontade de se expressar, sendo também um ponto focal para qualquer patologia que envolve a coluna vertebral e os rins. Figura 11: Associações do Chakra da Base Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 39. 38 2.3.2. Chakras Secundários Conforme citação anterior, cada chakra principal está acoplado a um ou mais chakras secundários, proporcionando assim, úteis combinações na acupuntura, sendo utilizados também como um sistema de apoio para um melhor reequilíbrio energético. Cross (2010, p.35), refere que estes vinte um chakras são chamados de “secundários” porque são inferiores em termos energéticos comparados aos chakras principais, porém são mais úteis e mais eficazes que a maioria dos pontos de acupuntura comuns. Existem vinte e um chakras secundários porque há dez pontos, que são bilaterais, onde aparecem em sua maioria no aspecto anterolateral do tronco e membros, e mais um que é o chakra do Baço. Os chakras secundários podem ser considerados pontos reflexos ou partes “refletidas” dos sete chakras principais. Assim como acontece com os sete chakras principais, cada um dos vinte e um chakras secundários bilaterais tem seu chakra secundário acoplado no mesmo lado do corpo e ponto chave (tabela 5). Tabela 5 – RELAÇÕES DOS CHAKRAS SECUNDÁRIOS Chakra secundário Chakra secundário Acoplado Chakra(s) principal(is) acoplado(s) Meridianos Ponto de acupuntura Ponto- chave Cor Baço Nenhum Plexo Solar Sacral Baço Pulmão BP 16 (esq.) VG8 Amarelo Pé Mão Coronal Rim R1 C6 Violeta Mão Pé Coronal Coração CS8 R3 Violeta Joelho Cotovelo Base Bexiga B40 ID7 Vermelho Cotovelo Joelho Base Intestino Delgado CS3 B59 Vermelho Inguinal Clavicular Frontal Fígado E30 CS7 Azul-escuro Clavicular Inguinal Frontal Circulação-Sexo R 27 F8 Azul escuro Ombro Central Laríngeo Intestino Grosso IG15 E40 Azul Central Ombro Laríngeo Estômago R16 IG11 Azul Auricular Intercostal Cardíaco Vesícula Biliar TA17 TA4 Verde Intercostal Auricular Cardíaco Triplo-Aquecedor BP21 VB37 Verde Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
  • 40. 39 Para uma melhor elucidação do tema, serão descritos individualmente cada um dos chakras secundários (Cross, 2010, p.38-48). a) Chakra do Baço:  Localização: no ponto BP16.  Meridianos associados: Baço-Pâncreas e Pulmão. O ponto chave é VG8.  Chakras associados: intimamente aos chakras do Plexo Solar e Sacral.  Função: considerado o principal entre os secundários, deve usado em conjunto com os associados para potencialização do tratamento. Quando este chakra se encontra energeticamente desequilibrado, o indivíduo apresenta sintomas de desequilíbrio do sistema autoimune; desequilíbrio dos leucócitos; infecções de qualquer tipo; circulação e obstrução linfática e desequilíbrio uterino. Figura 12 – Associações do Chakra do Baço Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 41. 40 b) Chakra do Pé:  Localização: no ponto R1.  Meridiano associado: Rim. O ponto chave é C6.  Chakras associados: Coronal e da Mão. (figura 13)  Função: para tratamento de dores e alterações na região do pé. Aparecem relacionados a este chakra, sintomas gerais como: hipertensão, convulsões infantis, choque, letargia, tontura, dores de cabeça e insônia. c) Chakra da Mão:  Localização: no ponto CS8.  Meridiano associado: Coração. O ponto chave é R3.  Chakras associados: Coronal e do Pé.  Função: para tratamento de sintomas locais deste chakra, incluindo fascite e infecções de pele e unhas. Os sintomas gerais são os mesmos do chakra do Pé. Figura 13 – Associações dos chakras da Mão e Pé Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 42. 41 d) Chakra do Joelho:  Localização: no ponto B40.  Meridiano associado: Bexiga. O ponto chave é ID7.  Chakras associados: Base e Cotovelo. (figura 14)  Função: para tratamento de fraqueza e dores no joelho. Os sintomas gerais associados a este chakra são: pés frios, circulação deficiente nas pernas, dor no quadril dor e alterações articulares na região sacral e sacroilíaca, lombalgia. e) Chakra do Cotovelo:  Localização: no ponto CS3.  Meridiano associado: Intestino Delgado. O ponto chave é B59.  Chakras associados: Joelho e da Base.  Função: para tratamento de dores e rigidez na articulação cubital e cotovelo, palpitação e angina. Os sintomas gerais são os mesmos do chakra do Joelho. Figura 14 – Associação dos Chakras do Cotovelo e Joelho Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 43. 42 f) Chakra Inguinal:  Localização: no ponto E30.  Meridiano associado: Fígado. O ponto chave é CS7.  Chakras associados: Clavicular e Frontal. (figura 15)  Função: para tratamento de dores no quadril, alterações articulares, desequilíbrio circulatório na região lombar, hérnia inguinal, diminuição da libido e sintomas urogenitais. Os sintomas gerais incluem: pressão baixa, vômitos e dor torácica. g) Chakra Clavicular:  Localização: no ponto R27.  Meridiano associado: Circulação-Sexo. O ponto chave é F8.  Chakras associados: Inguinal e Frontal.  Função: para tratamento de dor torácica, articulação esternoclavicular, rigidez na região cervical e distúrbios da tireóide. Os sintomas gerais são os mesmos do chakra Inguinal. Figura 15 – Associação dos Chakras Clavicular e Inguinal Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 44. 43 h) Chakra do Ombro:  Localização: no ponto IG15.  Meridiano associado: Intestino Grosso. O ponto chave é E40.  Chakras associados: Central e Laríngeo. (figura 16)  Função: para tratamento de dores na articulação do ombro acompanhadas ou não de rigidez e alterações articulares. Os sintomas gerais incluem dor de estômago, dor nos intestinos delgado e grosso, diarreia crônica, transtornos alimentares e depressão. i) Chakra Central:  Localização: no ponto R16.  Meridiano associado: Estômago. O ponto chave é IG11.  Chakras associados: Ombro e Laríngeo.  Função: para tratamento de dores na região inferior do abdome, anorexia e cansaço. Os sintomas gerais são os mesmo do chakra do Ombro. Figura 16 – Associação dos Chakras Central e do Ombro Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 45. 44 j) Chakra Auricular:  Localização: no ponto TA17.  Meridiano associado: Vesícula Biliar. O ponto chave é TA4.  Chakras associados: Intercostal e Cardíaco. (figura 17)  Função: para tratamento de inchaço auricular localizado, torcicolo, zumbido, paralisia do nervo facial, tontura e desorientação. Os sintomas gerais incluem vista cansada, dor e rigidez torácica com dor articular e dor diafragmática. k) Chakra Intercostal:  Localização: no ponto BP21.  Meridiano associado: Triplo Aquecedor. O ponto chave é VB37.  Chakras associados: Cardíaco e Auricular.  Função: para tratamento de dor e desconforto torácico, herpes intercostal, fraqueza generalizada e desconforto de membros. Os sintomas gerais são os mesmos do chakra Auricular. Figura 17 – Associação dos Chakras Auricular e Intercostal Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras
  • 46. 45 2.3.3. Diagnóstico dos Chakras O diagnóstico correto do Chakra em desequilíbrio é a etapa mais importante para o tratamento, onde o objetivo principal será transformar a desarmonia em harmonia dentro da estrutura energética do paciente, tratando a causa da doença, que frequentemente é de etiologia emocional. 2.3.3.1. Língua Para Cross (2010, p.75), a língua em sua totalidade, é vista como a expressão externa das reservas internas, e quando se apresenta limpa, indica uma intensa força vital. A língua pode ser dividida em áreas associadas aos órgãos internos (figura 18), que de acordo com a MTC, mostra os padrões da doença, quando analisada de acordo com o sistema dos Zang Fu, de frio e calor, vazio e cheio, deficiência e excesso, e Yin e Yang. O diagnóstico pela língua é mais um guia para determinar a raiz da causa de uma patologia. O diagnóstico dos Chakras usando a língua é muito mais simples do que o diagnóstico pela língua através da MTC: basta verificar se a área correspondente é Yin ou Yang (figura 19). As áreas Yin são densamente revestidas, escurecidas, de cor cinza ou preta. Áreas Yang são vermelhas, sem saburra ou com rachaduras. Figura 18 – Diagnóstico tradicional pela língua – MTC Fonte: Acupuntura e o Sistema de Energia dos Chakras
  • 47. 46 Cross (2010, p.76) identifica esta correspondência dos chakras com os cinco elementos, sendo:  Chakra Coronal: representa os órgãos do “fogo” dos sistemas do Coração e Circulação- Sexo, e está situado na ponta da língua.  Chakra Frontal: representa os órgãos da “madeira” do Fígado e Vesícula Biliar. Neste gráfico, fica localizado na lateral esquerda da língua.  Chakra Laríngeo: representa o “metal” do Pulmão e Intestino Grosso. O Pulmão está situado na área do lado direito da língua, e o Intestino Grosso no centro, coincidindo com a região do Estômago.  Chakra Cardíaco: representa o “fogo” do sistema de órgão do Intestino Delgado e Triplo Aquecedor. Situado entre a ponta e o centro da língua.  Chakra do Plexo Solar: representa o órgão “Terra” do Estômago. Sua posição fica no centro da língua.  Chakra Sacral: representa o órgão “Terra” do Baço- Pâncreas, e sua posição são entre o centro e a raiz da língua.  Chakra Base: representa os órgãos “água” do Rim e Bexiga. O chakra da base está situado na raiz da língua. Figura 19 – Diagnóstico tradicional pela língua – CHAKRAS Fonte: Acupuntura e o Sistema de Chakras
  • 48. 47 2.3.3.2. Pontos de acupuntura sensíveis relacionados aos Chakras Principais Segundo Cross (2010, p 80), os pontos reflexos principais usados na prática cotidiana são aqueles nos pés e nas mãos. Todos os pontos são Yin e estão localizados no aspecto anterior do membro superior ou no aspecto anteromedial do membro inferior. A palpação dos pontos relacionados aos chakras, e avaliação do estado dos mesmos, é de extrema importância para o diagnóstico correto do chakra que necessita ser tratado. Se o ponto reflexo estiver intensamente dolorido significa que o chakra está hiperativo e necessita de sedação, e quando está pouco reativo significa que o chakra encontra-se moroso e precisa ser estimulado. Figura 20 – Pontos reflexos dos Chakras principais nos membros superior e inferior Fonte: Acupuntura e o sistema de energia dos chakras 2.3.3.3. Determinação do estado de desequilíbrio Segundo Tansley (1987, p.78), existem três estados de desequilíbrio de um chakra, que muitas vezes não aparecem isolados, mas que podem ser uma combinação de dois ou três. Um chakra pode estar congestionado, hiperestimulado ou simplesmente descoordenado. O Congestionamento vai ocorrer quando não há o livre fluxo de energia no organismo. Geralmente acontece quando a força de energia vital ou Qi torna-se lenta ou estagnada na área, podendo-se afetar o fluxo sanguíneo, a drenagem linfática, a estimulação nervosa e o
  • 49. 48 fluxo de fuido cerebroespinal. O sentido do congestionamento pode ocorrer tanto do exterior para o interior como do interior para o exterior. A Hiperestimulação ocorre quando muita energia é puxada para dentro e através de um determinado chakra ou chakras. A Descoordenação ocorre entre dois chakras associados, gerando uma fraqueza em um deles, causando sintomas e saúde debilitada. Se as partes física e etérea constituintes do chakra não estão bem integradas, ocorrerão debilidade e perda de vitalidade. 2.3.4. Tratamento e reequilíbrio dos Chakras principais afetados Estes tratamentos, segundo Cross (2010, p.116) apresentam determinados pontos de acupuntura a serem puncionados, onde a ordem deve ser respeitada e seguida. Os chakras principais posteriores são mais indicados para doenças musculoesqueléticas e agudas, enquanto o aspecto anterior trata os desequilíbrios emocionais, crônicos e orgânicos. Agora, serão descritos os tratamentos de acupuntura estabelecidos para cada Chakra:  Chakra Coronal: 1º. Estimular os pontos- chave: VC4 e TA5 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC20 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Base): VC2 ou VG2 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte do meridiano associado – Triplo Aquecedor – TA4.  Chakra Frontal: 1º. Estimular os pontos- chave: VG4 e BP6 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VG16 ou Yintang ou ambos 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Base): VC2 ou VG2 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte do meridiano associado – Vesícula Biliar – VB40.  Chakra Laríngeo: 1º. Estimular os pontos- chave: VC6 e F5 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC22 ou VG14 ou ambos 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Sacral): VC6 ou VG3
  • 50. 49 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados – Intestino Grosso e Pulmão – IG4 e P9.  Chakra Cardíaco: 1º. Estimular os pontos- chave: VG7 e C1 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC17 ou VG10 ou ambos 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Plexo Solar): VC12 ou VG6 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados – Coração e Intestino Delgado – C7 e ID4.  Chakra do Plexo Solar: 1º. Estimular os pontos- chave: VC17 e TA4 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC12 ou VG6 ou ambos 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Cardíaco): VC17 ou VG10 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados – Fígado e Estômago – F3 e E42.  Chakra Sacral: 1º. Estimular os pontos- chave: VG12 e CS3 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC6 ou VG3 ou ambos 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Laríngeo): VC22 ou VG14 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte dos meridianos associados – Baço-Pâncreas e Circulação-Sexo – BP3 e CS7.  Chakra da Base: 1º. Estimular os pontos- chave: VC22 e F8 2º. Sedar/tonificar o ponto do chakra: VC2 ou VG2 ou ambos 3º. Sedar/tonificar o ponto do chakra principal acoplado (Coronal ou Frontal): VG20 ou Yintang 4º. Reforçar o tratamento estimulando o ponto Fonte do meridiano associado - Rim e Bexiga – R3 e B64.
  • 51. 50 Cross (2010, p.120) cita que: “as regras básicas da acupuntura aplicam-se quando os chakras principais forem utilizados. Recomenda-se esperar aproximadamente vinte minutos para cada grupo de pontos antes de passar para outra indicação de tratamento.” 2.3.5. Pontos utilizados no tratamento dos Chakras segundo a MTC Todo ponto de acupuntura, além da sua ação local, possui uma ou mais ação energética, onde reestabelece o fluxo do Qi e promove o equilíbrio energético do indivíduo. Baseado nesta premissa é fundamental para o terapeuta o conhecimento detalhado dos pontos utilizados no tratamento dos Chakras. Para tanto, será descrito, de acordo com Martins e Garcia (2003), as relações, funções energéticas e características de cada ponto.  B64 (Jinggu)  Característica: Ponto Fonte do meridiano da Bexiga, Movimento Terra.  Funções energéticas: alivia o estresse mental, acalma o Shen; afasta as Energias Perversas; fortalece as costas; controla o Calor e resolve Flegma que obstrui a Mente; dispersa o Vento. Figura 21 – Ponto de tratamento do Meridiano da Bexiga  BP3 (Taibai)  Característica: Ponto Fonte do meridiano do Baço, movimento Terra, ponto SHU (riacho) do meridiano do Baço.  Funções energéticas: harmoniza e fortalece o ponto principal para tonificar o Qi do Baço, harmoniza o Qi do Estômago, e dos intestinos; reduz a febre por eliminar alimentos não digeridos; harmoniza o Qi do Jiao Médio; transforma a umidade; resolve a flegma por
  • 52. 51 Deficiência da função do Baço; drena o calor do canal do Baço; estimula o cérebro, as faculdades mentais e promove a memória.  BP6 (Sanyinjiao)  Relação: Ponto-chave do Chakra Frontal.  Característica: Ponto de cruzamento dos 3 meridianos Yin do pé (Baço, Fígado e Rins).  Funções energéticas: harmoniza, fortalece e tonifica o Qi do Baço; tonifica o Qi dos Rins e a Essência; promove o Qi do Fígado; fortalece o Qi dos 3 meridianos Yin do Pé; harmoniza e tonifica a circulação do Qi e do Sangue; elimina a estase, esfria o Sangue. Harmoniza o Qi do Estômago e dos Jiao Médio e Inferior. Transforma a Umidade, harmoniza a Via das Águas; harmoniza o Qi do útero e da próstata; regula a menstruação. Acalma a mente; cessa a dor; beneficia a micção e nutre o Yin. Figura 22 – Pontos de tratamento do Meridiano do Baço-Pâncreas  C1 (Jiquan)  Relação: ponto-chave do Chakra Cardíaco.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Coração; regula o fluxo do Qi para promover a circulação do Sangue; remove a estase de Sangue e resolve tumores; elimina o Calor por Deficiência.
  • 53. 52  C7 (Shenmen)  Característica: Ponto Fonte do Coração, ponto SHU (riacho), movimento Terra, ponto de dispersão do canal do Coração.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do coração; acalma o Shen, tranquiliza e reduz a ansiedade. Transforma a Mucosidade do Coração, refresca o Calor do Sangue; faz a limpeza do Calor do Coração. Reduz a febre, nutre o Sangue do Coração e abre os orifícios. Figura 23 – Pontos de tratamento do Meridiano do Coração  CS3 (Quze)  Relação: ponto-chave do Chakra Sacral.  Característica: Ponto Mar do meridiano do Pericárdio -PC (ou Circulação-Sexo - CS) e Movimento Água.  Funções energéticas: abre os orifícios; acalma a Mente; harmoniza o Qi do Coração; faz a limpeza do Fogo do Coração; remove o Calor do Pulmão; harmoniza o Qi invertido no Jiao Superior; expele o Fogo Patogênico; move o Sangue e dispersa a estase.
  • 54. 53  CS7 (Dailing)  Característica: Ponto Fonte do meridiano Circulação-Sexo (CS); ponto SHU (riacho) do CS; Movimento Terra; ponto de dispersão do CS.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Coração e do Estômago, regulando a função do Estômago; elimina o fogo do Coração; acalma o Shen; expande o Qi do tórax; refresca o Calor no Sangue; elimina o Calor. Figura 24 – Pontos de tratamento do Meridiano do Circulação-Sexo  E42 (Chongyang)  Característica: Ponto Fonte do meridiano do Estômago; Movimento Madeira; recebe o Canal Luo Transversal do meridiano do Baço, para fazer a ligação interior-exterior.  Funções energéticas: harmoniza a circulação de Qi dos Colaterais; fortalece o Qi do Baço e do Estômago; acalma o Shen; dispersa Umidade e Vento-Perverso; limpa o Calor e Calor- Perverso; dispersa o Frio das articulações; beneficia a face e o pé.
  • 55. 54 Figura 25 – Pontos de tratamento do Meridiano do Estômago  F3 (TaiChong)  Característica: Ponto SHU (Riacho) e Fonte do Meridiano do Fígado; Movimento Terra; recebe um Colateral da Vesícula Biliar.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Fígado e Sangue; abre os canais energéticos; harmoniza o Qi da Vesícula Biliar; redireciona o Qi invertido; dispersa a Umidade-Calor; faz a limpeza do Fogo do Fígado e do Calor. Domina o Yang do Fígado e nutre o Yin; refresca o Sangue; relaxa os tendões e músculos; controla o Vento Interno, alivia espasmos; regulariza o fluxo menstrual; acalma o Shen; atua na área da cabeça, epigástrio, hipocôndrio e abdome.  F5 (Ligou)  Relação: ponto-chave do Chakra Laríngeo  Característica: Ponto LUO do Meridiano do Fígado. Dele partem os Luo Longitudinais e Transversais, sendo que estes se dirigem para o ponto VB40 (Qiuxu). Ponto de partida do Canal Distinto do Fígado.  Funções energéticas: harmoniza, tonifica e circula o Qi do Fígado e do Sangue. Remove Calor do Fígado; beneficia a garganta, fortalece o Yin Qi e regula a menstruação e cessa a leucorréia.
  • 56. 55  F8 (Ququan)  Relação: ponto-chave do Chakra Base  Característica: Ponto HO (Mar) do Meridiano do Fígado. Movimento Água. Ponto de Tonificação do Canal do Fígado.  Funções energéticas: harmoniza e tonifica o Qi do Fígado e o Sangue; tonifica a função dos Rins; relaxa os tendões e os músculos e promove a função dos Luo. Fortalece o Qi do joelho; dispersa e circula o Qi da Bexiga. Circula o Qi do Jiao Inferior e dispersa a Umidade, e reduz o Calor. Figura 26 – Pontos de tratamento do Meridiano do Fígado  ID4 (Wangu)  Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Intestino Delgado. Movimento Madeira; recebe o Luo Transversal do Canal do Coração.  Funções energéticas: elimina o Calor e o Vento Perverso, reduz a febre; limpa a Umidade Calor do Meridiano. Desestagna o Qi dos Canais tendinomusculares, alivia a rigidez dos músculos e tendões; resolve a icterícia.
  • 57. 56 Figura 27 – Pontos de tratamento do Meridiano do Intestino Delgado  IG4 (Hegu)  Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Intestino Grosso, aonde chega a energia Luo Transversal do Canal do Pulmão.  Funções energéticas: harmoniza a ascendência e descendência. Facilita o trânsito e descida dos alimentos do Estômago para os Intestinos. Tonifica o Qi; libera o Calor Perverso interno para a superfície do corpo; dispersa Vento, Calor, transforma flegma. Reduz a febre, suprime a dor. Tonifica o Wei-Qi; dispersa excesso de Qi do Coração, atua no cérebro e acalma a Mente. Estimula a função dispersora do Pulmão. Clareia os olhos, abre orifício do nariz; interrompe convulsões. Beneficia o útero e promove o trabalho de parto. Figura 28 – Pontos de tratamento do Meridiano do Intestino Grosso
  • 58. 57  P9 (Taiyuan)  Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Pulmão. Movimento Terra, Ponto SHU (Riacho) do Canal do Pulmão. Ponto de tonificação do Meridiano do Pulmão.  Funções energéticas: harmoniza o Qi invertido. Tonifica e regula e harmoniza o Qi e aumenta a circulação do Sangue do Pulmão. Transforma a Mucosidade e a Umidade- Calor. Dispersa Vento Perverso; alivia a tosse; descongestiona o Tórax. Promove a ligação do Jiao Superior com o Qi do Pulmão. Ponto de abertura dos Vasos Sanguíneos. Figura 29 – Pontos de tratamento do Meridiano do Pulmão  R3 (Taixi)  Característica: Ponto Fonte do Meridiano do Rim. Ponto Shu (Riacho) do Canal do Rim. Movimento Terra.  Funções energéticas: tonifica o Yang Qi do Rim e a Essência. Estabiliza o Qi do Rim e fortalece a sua função; aumenta o Qi do Jiao Inferior. Refresca o Calor do Sangue; remove a Umidade; aquece o Frio; limpa o Calor Perverso e o Fogo; beneficia os pés e o Yin Qiao Mai. Regula a Menstruação.
  • 59. 58 Figura 30 – Pontos de tratamento do Meridiano do Rim  TA4 (Yangshi)  Relação: ponto-chave do Chakra do Plexo Solar.  Característica: Ponto Fonte do Canal do Sanjiao (Triplo Aquecedor). Movimento Madeira.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Shaoyang. Limpa e ativa os Canais Colaterais; liberta o Qi alojado entre o Exterior e Interior; regulariza o Estômago. Dispersa o Calor, o Vento e o Calor do Sanjiao. Relaxa os tendões e articulações; promove a transformação dos fluidos e beneficia o Yang dos Rins.  TA5 (Waiguan)  Relação: ponto-chave do Chakra Coronal.  Característica: Ponto LUO do Canal do Sanjiao, de onde partem os Canais Luo Longitudinais e Luo transversais, sendo que o segundo dirige-se para o PC7. Ponto de abertura do Canal Curioso Yang Wei.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Sanjiao e do Yang Wei Mai. Libera para o Exterior as Energias Perversas. Relaxa e fortalece os tendões. Expele o Vento, o Calor, a Umidade, a Secura e o Fogo. Regula o Yang do Fígado. Reduz a febre e beneficia o ouvido.
  • 60. 59 Figura 31 – Pontos de tratamento do Meridiano do Triplo Aquecedor  VB40(Qiuxu)  Característica: Ponto Fonte do Canal da Vesícula Biliar. Movimento Madeira. Recebe um Canal Luo Transversal do Canal do Fígado.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Fígado e da Vesícula Biliar. Alivia a rigidez das articulações. Remove o Calor do Fígado e da Vesícula Biliar. Desobstrui os Colaterais. Dispersa a Umidade-Calor. Redireciona o Qi invertido. Promove a força mental relacionada com a Vesícula Biliar. Figura 32 – Pontos de tratamento do Meridiano da Vesícula Biliar
  • 61. 60  VC2 (Qugu)  Relação:  Característica: nele se reúne o Canal do Fígado. Ponto de reunião dos 3 Canais Tendinomuscular Yin do Pé.  Funções energéticas: harmoniza o Qi da Bexiga. Tonifica a função e supre a falta de Qi do Rim. Reduz o Calor, aquece o Frio. Induz a enurese. Regula a menstruação. Fortalece o Yang Qi. Mantém a Essência. Fortalece o Jiao Médio.  VC4 (Guanyuan)  Relação: ponto-chave do Chakra Coronal.  Característica: Ponto Mo do Intestino Delgado. Nele se reúne o Canal do Fígado, Baço e Rins.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Chong Mai e do Ren Mai, harmoniza o Qi do útero. Promove a micção. Regula a menstruação. Fortalece o Yuan Qi, tonifica e reforça o Qi do Rim. Auxilia a função de transformação do Qi. Promove dispersão e distribuição e reforça o Qi. Harmoniza o Jiao Inferior. Harmoniza o Qi da Bexiga e a Via das Águas. Refresca o Calor e o Sangue. Dispersa a Umidade Calor.  VC6 (Qihai)  Relação: ponto-chave do Chakra Laríngeo  Funções energéticas: ponto de Tonificação geral. Supre a deficiência geral de Qi no organismo. Tonifica o Qi do Rim. Harmoniza, aquece e reforça o Jiao Inferior, o Qi original e o Ren Mai. Harmoniza a Via das Águas. Tonifica o Qi, o Sangue e o Yang Qi. Tonifica o Baço; restaura o colapso do Yang Qi; dispersa a Umidade e a Umidade-Calor. Afeta os intestinos; interrompe a emissão seminal. Refresca o Calor do Sangue.  VC12 (Zhongwan)  Característica: Ponto MO do Estômago. Nele se reúne os Canais do Intestino Delgado, Sanjiao e Estômago. Ponto de concentração de energia do Baço.  Funções energéticas: harmoniza, Tonifica e fortalece o Qi do Baço. Tonifica, harmoniza , regulariza, promove, regula o Qi do Estômago e do Jiao Médio. Dispersa a Umidade, a Umidade-Calor e a Mucosidade.
  • 62. 61  VC17 (Shanzhong)  Relação: ponto-chave do Chakra do Plexo Solar.  Característica: Ponto de reunião do Qi. Ponto Mar do Qi Superior. Ponto MO do Pericárdio. Ponto coalescente dos Ren Mai com os Canais do Intestino Delgado, Sanjiao, Baço e Rins.  Funções energéticas: harmoniza o Qi do Pulmão e do Jiao Superior. Tonifica, aquece o Qi e harmoniza sua circulação. Desbloqueia a plenitude do Qi, faz a limpeza da Mucosidade do tórax, aliviando a sensação de plenitude e opressão torácica. Acalma o Coração. Redireciona o Qi invertido. Dispersa a Mucosidade, a Umidade-Frio e a Umidade-Calor, beneficia e alivia a dor do diafragma. Beneficia as mamas e promove a lactação. Alivia a tosse e a asma.  VC20 (Huagai)  Relação: ponto do Chakra Coronal.  Característica: contém em grande quantidade a Energia do Ren Mai. Ponto de partida para a Energia do pescoço e garganta.  Funções energéticas: Alivia o Calor e auxilia a dispersão do Pulmão para aliviar a tosse. Suaviza a opressão torácica. Alivia a dor do diafragma.  VC22 (Tiantu)  Relação: ponto-chave do Chakra Base.  Característica: nele se reúne o Yin Wei Mai. Ponto Janela do Céu.  Funções energéticas: Harmoniza, difunde e regula o Qi do Pulmão. Umedece e refresca a garganta e clareia a voz. Redireciona o Qi invertido. Descongestiona a estagnação da Mucosidade. Tonifica e promove a circulação do Qi do Pulmão e redescende o Qi Invertido. Remove Umidade. Elimina Calor. Interrompe a tosse. Alivia asma. Beneficia a garganta. Clareia a voz.
  • 63. 62 Figura 33 – Pontos de tratamento do Meridiano do Vaso Concepção  VG2 (Yaoshu)  Funções energéticas: Aquece o Qi do Jiao Inferior. Aumenta a circulação do Sangue nos Vasos Sanguíneos. Afasta o Vento Umidade. Extingue o Vento Interior; acalma convulsões. Tonifica a função do Rim para regular a menstruação; fortalece os ossos; fortalece a coluna lombar.  VG3 (Yaoyangguan)  Característica: ponto por onde passa o Yang Qi.  Funções energéticas: Harmoniza, regula, fortalece e mantém o Qi do Rim. Tonifica o Yang. Beneficia a região lombar, joelhos e genitais. Elimina Umidade e Vento Patogênico. Dispersa o Frio Umidade do Jiao Inferior. Fortalece as pernas.
  • 64. 63  VG4 (Mingmen)  Relação: ponto-chave do Chakra Frontal.  Característica: Porta da Vida. Ponto básico para fortalecimento e manutenção da saúde.  Funções energéticas: Tonifica, nutrem beneficia e fortalece a Energia Essencial. Reforça o Yang do Rim. Expele o Frio. Dispersa a Umidade e Umidade Frio. Harmoniza o Qi, Sangue e Via das Águas. Fortalece a lombar e joelhos.  VG6 (Jizhong)  Característica: junção central do transporte do Qi.  Funções energéticas: Tonifica, fortalece e aquece o Qi do Baço e do Rim. Remove a Umidade. Trata a convulsão e alivia a prostração. Dispersa o Vento.  VG7 (Zhongshu)  Relação: ponto-chave do Chakra Cardíaco.  Característica: junção central do transporte do Qi desse Canal.  Funções energéticas: Harmoniza o Qi do Baço e regula a função do Estômago. Alivia a dor. Tonifica a função do Rim. Fortalece a coluna espinhal.  VG10 (Lingtai)  Funções energéticas: Reduz a febre, ativa os Colaterais e alivia a tosse e a asma. Descongestiona a Energia do tórax.  VG12 (Shenzu)  Relação: ponto-chave do Chakra Sacral.  Característica: está entre os B13 e se comunica com seu Qi, fortalecendo a função do Pulmão.  Funções energéticas: Regulariza a circulação do Qi. Harmoniza, tonifica, facilita o fluxo e difunde o Qi do Pulmão. Interrompe a tosse. Alivia a asma. Fortalece o corpo. Clareia o Fogo do Coração. Tranquiliza e acalma o excesso de excitação. Acalma o Shen e a Mente. Elimina o Vento Interior. Relaxa tendões e músculos e acalma espasmos.
  • 65. 64  VG14 (Dazhui)  Característica: Ponto de cruzamento com todos os Canais Yang. Ponto Mar do Qi.  Funções energéticas: Tonificação geral; fortalece o Wei Qi. Regulariza o Qi Defensivo e o Qi Nutritivo. Regula o fluxo do Qi. Faz circular e tonifica o Yang Qi do corpo. Acalma o Shen e restaura a consciência. Libera o Calor Patogênico de todos os Canais Yang. Faz limpeza do Fogo e do Calor Perverso; reduz a febre. Alivia o estresse mental e espasmos. Desobstrui e clareia o cérebro.  VG16 (Fengfu)  Característica: Ponto de cruzamento com o Yang Wei Mai. Ponto Mar da Medula. Ponto Palácio dos Ventos.  Funções energéticas: Circula o Qi Perverso dos três Yang. Circula o Yang Qi do corpo. Harmoniza o Qi do Pulmão. Guarda o Shen no Coração e clareia a Mente. Beneficia a face e os cinco órgãos dos sentidos. Beneficia e refresca o cérebro. Induz a ressuscitação. Dispersa o Vento, o Vento Frio e o Vento Calor. Dispersa o Vento Patogênico da cabeça. Reduz a febre.  VG20 (Baihui)  Característica: Ponto de intersecção do Du Mai com o Canal da Bexiga. Recebe energia de todos os Colaterais, provenientes dos Canais Yang da mão e do pé. Os Canais da Bexiga, Vesícula Biliar, Sanjiao e Fígado convergem para ele.  Funções energéticas: Tonifica, mantém e estabiliza a subida do Yang Qi. Nutre o Yang para aliviar o colapso. Aumenta o Qi colapsado dos Órgãos do corpo. Remove e dispersa o excesso de Yang dos Canais Yang. Acalma o Shen e as emoções, desobstrui a Mente e promove as funções cerebrais. Abre os orifícios superiores; restaura a consciência. Clareia os sentidos e eleva o espírito. Alivia o Calor. Elimina o Vento Interno. Pacifica o Yang do Fígado. Relaxa os tendões e os músculos. Fortalece a função ascendente do Baço.
  • 66. 65 Figura 34 – Pontos de tratamento do Meridiano do Vaso Governador  Yintang  Funções energéticas: Elimina as energias perversas, o Vento e o Calor. Interrompe a dor. Acalma o Shen e clareia a Mente. Abre o nariz. Figura 35 – Ponto de tratamento: Yintang
  • 67. 66 3. JUSTIFICATIVA Na medicina Tradicional Chinesa (MTC), ao se realizar a avaliação do paciente, verifica-se os desequilíbrios energéticos e corporais por meio de uma anamnese completa, incluindo: interrogatório, diagnóstico de pulso, exame de língua e diagnóstico energético. Tendo como premissa que a maioria dos males é causada por desequilíbrio no corpo emocional, e que os sintomas das patologias são meramente abrigados pelo corpo físico, a utilização dos pontos do sistema de Chakras faz com que a acupuntura alcance os corpos mais sutis, cuidando assim também da etiologia da doença. À proporção que o ser humano amadurece e seus Chakras se desenvolvem, cada qual representa os padrões psicológicos que envolvem a vida do indivíduo. A maioria dos indivíduos reage às experiências desagradáveis obstruindo o sentimento e detendo grande quantidade do fluxo natural de energia. Isso influi no desenvolvimento e na maturação dos Chakras, do que resulta a inibição de uma função psicológica plenamente equilibrada. Na Medicina Chinesa as emoções, como elementos causadores de doenças, são estímulos mentais que perturbam a Mente (Shen residente no Coração), a Alma Etérea (Fígado) e a Alma Corpórea (Pulmão) alterando o equilíbrio entre os órgãos internos e a harmonia do Qi (energia) e do Sangue (Xue). Por isso, o desequilíbrio emocional é nocivo para o organismo como um todo, pois prejudica os órgãos diretamente. Em contrapartida, o estado dos órgãos internos igualmente afeta o estado emocional do indivíduo. Existe uma interdependência contínua e dinâmica dos órgãos com a emoção (Yang) e da emoção com o funcionamento (Yin) dos órgãos. Diante do exposto acima, fica clara a necessidade de se tratar a base de tudo: a causa - o Shen - que estando equilibrado e em harmonia, vai proporcionar ao indivíduo uma melhor qualidade de vida. 4. OBJETIVO O principal objetivo da realização do tratamento na Acupuntura integrada ao sistema de Chakras é transformar a desarmonia em harmonia dentro da estrutura energética e procurar a causa da doença, impedindo a progressão da mesma, influenciando o fluxo do Qi dentro do corpo, onde este ativará os outros aspectos dos Chakras de uma maneira mais sutil. O processo de evolução da doença e desenvolvimento dos sintomas que ocorrem dentro do corpo são aparentemente aleatórios, mas na verdade seguem uma sequência lógica – a Lei dos Cinco Elementos.
  • 68. 67 Através da associação da acupuntura e do sistema de energia dos Chakras, pode-se fazer a análise e o diagnóstico pela MTC, obtendo-se resultados mais rápidos e satisfatórios. 5. METODOLOGIA 5.1 Tipo de Pesquisa Foi realizada uma pesquisa exploratória, descritiva de caráter qualitativo com o objetivo de verificar a ação e eficácia do tratamento de Acupuntura associada ao Sistema de Energia dos Chakras para o equilíbrio do Shen. Os resultados foram observados e registrados através de pré-avaliação, tratamento e pós-avaliação. Para esta pesquisa foi realizado levantamento bibliográfico sobre o tema, utilizando-se artigos de revistas científicas, livros e dados acessados via Internet. 5.2 Local do estudo O estudo foi realizado na cidade de Sumaré, São Paulo, num consultório particular, apropriado para aplicação do tratamento com acupuntura, localizado na Rua Iside Michelucci Bianchi, 175 – Vila Menuzzo. 5.3 População Foi selecionada uma amostra composta por 5 adultos, sendo 3 homens e 2 mulheres, na faixa etária entre 28 e 61 anos, os quais aceitaram o convite da pesquisadora para participar da pesquisa. Para participação desta pesquisa, foram utilizados alguns critérios:  O paciente deveria estar na faixa etária entre 25 e 60 anos.  Possuir queixas que se caracterizavam como sintomas de desequilíbrio do Shen.  Não ter nenhum distúrbio psiquiátrico grave e nem estar em tratamento com antidepressivos.  Aceitar participar da pesquisa.  Ter disponibilidade de participar do início ao fim do estudo e tratamento. 5.4 Material Para início da pesquisa, os participantes tiveram de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo II). Este termo especifica a natureza da pesquisa, bem como os