A entrevista aborda três principais pontos:
1) A Petrobras emergirá fortalecida da crise, pois detém grandes reservas de petróleo e gás e possui competência para produzi-los lucrativamente;
2) O mercado mundial de petróleo deve ver preços se estabilizando no patamar baixo, mas o pré-sal brasileiro tem custo de produção baixo e deve se manter lucrativo;
3) Há quem veja a "crise" da Petrobras como tentativa de desestabilizar a empresa e o
Petroleo, Jornal dos Economistas / Agosto 2013Daniel Dufourt
O documento discute o leilão do campo de petróleo de Libra à luz da exploração do pré-sal e do gás de xisto. A entrevista com Ildo Sauer critica o modelo de leilão e defende uma parceria com a China para explorar e financiar o pré-sal em troca de petróleo a preço reduzido. Outros artigos alertam que o leilão beneficiará multinacionais em detrimento da Petrobras e propõem suspender o leilão devido a riscos de vazamento de dados após revelações
Boletim cntv 01 09 20 Informativo da Confederação Nacional dos VigilantesElieljneto
1) O dirigente sindical Valdete Rodrigues de Lima faleceu após ficar internado na UTI com Covid-19. Ele atuou por 18 anos como vigilante e foi diretor regional do Sindicato dos Vigilantes de Rondônia.
2) A CUT-DF realizará uma série de debates virtuais com ex-presidentes da central sobre temas como direito à cidade. O primeiro debate será sobre "A classe trabalhadora e o direito à cidade".
3) O Sindicato dos Vigilantes do Espírito Santo convoca trabalhadores da empresa
Este documento fornece instruções sobre como preencher a prova de um concurso público, incluindo informações sobre o número de questões, tipo de questões, tempo disponível e procedimentos ao final da prova.
O professor Antônio Vicente Golfeto analisa que: (1) o setor sucroenergético brasileiro tem grande potencial, mas deve ficar atento aos custos para competir com combustíveis fósseis; (2) a participação de capital estrangeiro no setor é inevitável devido à globalização, mas deve visar a exportação; (3) as oscilações nos preços dos produtos da cana são normais em mercados dinâmicos e parte do risco inerente aos negócios.
Nota tecnica ildo_s_auer e guilherme estrellaEditora 247
1. O documento analisa os prejuízos do leilão proposto para os volumes excedentes da cessão onerosa, demonstrando que ele afronta o interesse público e a soberania nacional ao outorgar contratos de longo prazo sem dar à União o controle sobre a produção de petróleo. 2. A contratação direta da Petrobras, em regime de prestação de serviços, geraria mais recursos para a União e manteria a soberania sobre a produção. 3. Uma simulação mostra que a contratação direta da Petrobras teria resultados
O documento discute a importância da retenção de talentos para as empresas brasileiras em um cenário de crescimento econômico. Retenção de funcionários qualificados é um desafio para a sustentabilidade das organizações e requer estratégias complexas. O texto também destaca os riscos de alta rotatividade de pessoal.
Eletronica e Desenvolvimento do Nordesde do Brasilgustavoag.santos
1) O documento discute a importância do desenvolvimento do setor eletro-eletrônico no Brasil para melhorar o balanço de pagamentos e tornar o país menos vulnerável a crises econômicas globais.
2) Atualmente, o Brasil tem um déficit anual de quase US$ 25 bilhões no setor eletro-eletrônico, mas o documento argumenta que é possível zerar esse déficit ao estimular a produção nacional de peças de plástico e metal para esses produtos.
3) Ao desenvolver o setor
Jornal folha do trabalho edição maio e junhoMarcoTsushya
O deputado Cleber Verde recebeu homenagem do Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás no Maranhão pelo seu trabalho em favor da instituição. O deputado também comentou a aprovação do Plano Nacional de Educação na Câmara dos Deputados, que estabelece metas para os próximos dez anos, incluindo a aplicação de 10% do PIB em educação. O deputado Professor Sétimo esteve reunido com prefeitos maranhenses em Brasília discutindo reivindicações municipais como o pacto federativo e
Petroleo, Jornal dos Economistas / Agosto 2013Daniel Dufourt
O documento discute o leilão do campo de petróleo de Libra à luz da exploração do pré-sal e do gás de xisto. A entrevista com Ildo Sauer critica o modelo de leilão e defende uma parceria com a China para explorar e financiar o pré-sal em troca de petróleo a preço reduzido. Outros artigos alertam que o leilão beneficiará multinacionais em detrimento da Petrobras e propõem suspender o leilão devido a riscos de vazamento de dados após revelações
Boletim cntv 01 09 20 Informativo da Confederação Nacional dos VigilantesElieljneto
1) O dirigente sindical Valdete Rodrigues de Lima faleceu após ficar internado na UTI com Covid-19. Ele atuou por 18 anos como vigilante e foi diretor regional do Sindicato dos Vigilantes de Rondônia.
2) A CUT-DF realizará uma série de debates virtuais com ex-presidentes da central sobre temas como direito à cidade. O primeiro debate será sobre "A classe trabalhadora e o direito à cidade".
3) O Sindicato dos Vigilantes do Espírito Santo convoca trabalhadores da empresa
Este documento fornece instruções sobre como preencher a prova de um concurso público, incluindo informações sobre o número de questões, tipo de questões, tempo disponível e procedimentos ao final da prova.
O professor Antônio Vicente Golfeto analisa que: (1) o setor sucroenergético brasileiro tem grande potencial, mas deve ficar atento aos custos para competir com combustíveis fósseis; (2) a participação de capital estrangeiro no setor é inevitável devido à globalização, mas deve visar a exportação; (3) as oscilações nos preços dos produtos da cana são normais em mercados dinâmicos e parte do risco inerente aos negócios.
Nota tecnica ildo_s_auer e guilherme estrellaEditora 247
1. O documento analisa os prejuízos do leilão proposto para os volumes excedentes da cessão onerosa, demonstrando que ele afronta o interesse público e a soberania nacional ao outorgar contratos de longo prazo sem dar à União o controle sobre a produção de petróleo. 2. A contratação direta da Petrobras, em regime de prestação de serviços, geraria mais recursos para a União e manteria a soberania sobre a produção. 3. Uma simulação mostra que a contratação direta da Petrobras teria resultados
O documento discute a importância da retenção de talentos para as empresas brasileiras em um cenário de crescimento econômico. Retenção de funcionários qualificados é um desafio para a sustentabilidade das organizações e requer estratégias complexas. O texto também destaca os riscos de alta rotatividade de pessoal.
Eletronica e Desenvolvimento do Nordesde do Brasilgustavoag.santos
1) O documento discute a importância do desenvolvimento do setor eletro-eletrônico no Brasil para melhorar o balanço de pagamentos e tornar o país menos vulnerável a crises econômicas globais.
2) Atualmente, o Brasil tem um déficit anual de quase US$ 25 bilhões no setor eletro-eletrônico, mas o documento argumenta que é possível zerar esse déficit ao estimular a produção nacional de peças de plástico e metal para esses produtos.
3) Ao desenvolver o setor
Jornal folha do trabalho edição maio e junhoMarcoTsushya
O deputado Cleber Verde recebeu homenagem do Consórcio dos Municípios da Estrada de Ferro Carajás no Maranhão pelo seu trabalho em favor da instituição. O deputado também comentou a aprovação do Plano Nacional de Educação na Câmara dos Deputados, que estabelece metas para os próximos dez anos, incluindo a aplicação de 10% do PIB em educação. O deputado Professor Sétimo esteve reunido com prefeitos maranhenses em Brasília discutindo reivindicações municipais como o pacto federativo e
A revista Canavieiros de agosto traz uma entrevista com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que defende a construção de consenso em torno da reforma do Código Florestal. A revista também informa sobre as feiras Fenasucro e Agrocana, que ocorrerão em Sertãozinho, e noticias das cooperativas Copercana, Canaoeste e Cocred.
1) O documento discute possíveis mudanças na troca de áreas entre a cidade de Guarujá e a União que poderiam beneficiar o Santos Futebol Clube na construção de sua arena, gerando questionamentos na Câmara Municipal.
2) Técnicos visitaram o Rio Santo Amaro para analisar um plano emergencial de dragagem visando reduzir enchentes na cidade.
3) Guarujá não atingiu as metas estabelecidas pela União para mapeamento e atendimento de moradores em situação de rua.
Na sequência da iniciativa do PSD de Torres Novas em colaboração com a Comissão Política Distrital do PSD de Santarém, realizada ontem, quinta-feira, 19 de Fevereiro, no Auditório do Hotel dos Cavaleiros, em Torres Novas, aqui fica a apresentação do Deputado Miguel Frasquilho, subordinada ao tema "Da Crise Financeira à Crise Económica: Impactos e Soluções para a Economia Portuguesa".
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017PLANORS
O documento discute os desafios logísticos do Rio Grande do Sul, incluindo estradas, ferrovias e portos carecendo de investimento. A expectativa é que com o PAC 2 e o governo Dilma, o estado receba mais recursos para melhorar a infraestrutura. O porto de Rio Grande está recebendo investimentos de R$1 bilhão, mas ainda enfrenta problemas de acesso.
O documento resume notícias de vários países e regiões. O Brasil caiu no ranking de ambiente de negócios do Banco Mundial. A Grécia enfrenta greve geral durante votação de pacote de austeridade. O FMI aponta potencial para internacionalização do Real.
O documento resume notícias locais de Salvador, incluindo elogios e críticas ao prefeito, debates sobre transporte público e turismo, e uma coluna de opinião sobre jornalismo eleitoral.
O documento apresenta uma prova de redação do 3o trimestre do ensino médio com 5 questões. A primeira questão pede para citar a principal crítica de um curta-metragem. A segunda pede um resumo de um texto científico. A terceira identifica gêneros textuais. A quarta pede um parágrafo sobre características de relatório científico. A quinta pede uma resenha negativa sobre um filme.
A greve dos caminhoneiros está afetando serviços em diversas cidades da região do Extremo Sul catarinense. Treze escolas estaduais tiveram as aulas suspensas nesta terça-feira devido à falta de transporte escolar ou dificuldades no fornecimento de alimentação. O prefeito de Morro Grande decretou Situação de Emergência no município por causa dos problemas no abastecimento causados pela paralisação.
O documento resume a edição de fevereiro de 2008 da Revista Canavieiros. Em três frases ou menos:
1) A safra de cana-de-açúcar está sendo prejudicada por preços baixos e estiagem, levando a uma queda na produtividade.
2) A entrevista destaca que o presidente da SRB critica a falta de apoio do governo ao agricultor e vê o modelo de reforma agrária como falido.
3) A edição também traz artigos sobre desafios do setor canavieiro
Este documento discute a importância de se reformar a legislação brasileira sobre petróleo diante das recentes descobertas de grandes jazidas no pré-sal. A legislação atual gera distorções na distribuição dos royalties entre estados e municípios. Defende-se critérios mais equitativos e a criação de um fundo soberano para investir os recursos do petróleo no desenvolvimento sustentado do país.
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos BancáriosJailma Gomez
O documento discute atualidades do mercado financeiro brasileiro, com questões sobre intervenção de bancos, taxas de juros, inflação e desempenho econômico de diferentes países.
O governo teme que a economia brasileira entre em contração no terceiro trimestre e que o último trimestre deste ano tenha um crescimento fraco. O McDonald's foi convidado a explicar denúncias de trabalho análogo à escravidão. Aeroportuários ameaçam radicalizar greve se acordo não for feito.
O artigo resume a entrevista com Adézio José Marques, presidente do CEISE BR, sobre as perspectivas para 2010 e as mudanças na diretoria da instituição. Marques disse que os empresários estão otimistas para este ano e que a nova diretoria do CEISE BR tem como objetivo fortalecer a representação do setor. O CEISE BR oferece diversos serviços aos associados, como informações, formação e representatividade.
Este documento resume a edição de abril de 2009 da Revista Canavieiros. Trata principalmente da 16a edição da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que ocorrerá em abril e maio deste ano. Também discute o novo modelo de crédito rural em estudo pelo governo e setor produtivo, que deve trazer mudanças significativas. Por fim, apresenta brevemente outras notícias do setor canavieiro.
Informativo da Confederação Nacional dos VigilantesElieljneto
1. Os petroleiros estão em greve contra o fechamento de uma fábrica e demissão de trabalhadores, além da privatização da Petrobras.
2. A privatização trará aumento nos preços de combustíveis e gás, redução de arrecadação de impostos nos estados, e mais desemprego.
3. A luta dos petroleiros é importante para todos os brasileiros, pois a Petrobras investe em obras que geram empregos no país.
Os autores discutem os impactos de acordos comerciais internacionais como a Parceria Transpacífica sobre o Brasil. Francisco Carlos Teixeira da Silva argumenta que liberalizar o comércio mundial em meio à crise atual é uma tarefa difícil e sugere negociações globais para reduzir subsídios e tarifas. Elias Jabbour afirma que os EUA miram na China com a Parceria Transpacífica, o que pode afetar a integração sul-americana. Luiz Carlos Delorme Prado vê como pior cen
O governo teme que a economia brasileira entre em contração no terceiro trimestre e que o último trimestre do ano apresente crescimento fraco. O McDonald's foi convidado a explicar denúncias de trabalho análogo à escravidão. Aeroportuários ameaçam radicalizar greve por não aceitarem acordo oferecido pela Infraero.
O governo teme uma contração da economia brasileira no fim de 2021. O McDonald's foi convidado a explicar denúncias de trabalho análogo à escravidão. Aeroportuários ameaçam radicalizar greve se acordo não for feito.
As mudanças climáticas e a escassez de água potável são grandes ameaças à humanidade. A quantidade de água disponível para a atividade humana é finita e os grandes setores que a utilizam precisam trabalhar em conjunto. Nos últimos anos, por conta de crise que afetou o setor, as usinas tiveram que enfrentar sérias dificuldades financeiras com medidas restritivas, que levaram à redução dos investimentos na área agrícola. A Prefeitura de Sertãozinho, por meio da Secretaria
O documento discute:
1) A aprovação da emissão de títulos mobiliários pelas micro e pequenas empresas pela Comissão de Desenvolvimento Econômico;
2) O debate sobre a criação de um Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação durante audiência pública na Câmara;
3) A discussão sobre poluição e passivos ambientais nas bacias hidrográficas brasileiras durante audiência na Comissão de Meio Ambiente.
Revista areia e brita da Associação Nacional do Produtores de Agregados para a Construção civil. Trata de análises de mercado e projeções para a produção e comercio de agregados no Brasil
A revista Canavieiros de agosto traz uma entrevista com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que defende a construção de consenso em torno da reforma do Código Florestal. A revista também informa sobre as feiras Fenasucro e Agrocana, que ocorrerão em Sertãozinho, e noticias das cooperativas Copercana, Canaoeste e Cocred.
1) O documento discute possíveis mudanças na troca de áreas entre a cidade de Guarujá e a União que poderiam beneficiar o Santos Futebol Clube na construção de sua arena, gerando questionamentos na Câmara Municipal.
2) Técnicos visitaram o Rio Santo Amaro para analisar um plano emergencial de dragagem visando reduzir enchentes na cidade.
3) Guarujá não atingiu as metas estabelecidas pela União para mapeamento e atendimento de moradores em situação de rua.
Na sequência da iniciativa do PSD de Torres Novas em colaboração com a Comissão Política Distrital do PSD de Santarém, realizada ontem, quinta-feira, 19 de Fevereiro, no Auditório do Hotel dos Cavaleiros, em Torres Novas, aqui fica a apresentação do Deputado Miguel Frasquilho, subordinada ao tema "Da Crise Financeira à Crise Económica: Impactos e Soluções para a Economia Portuguesa".
RIO GRANDE DO SUL INFRAESTRUTURA-ANÁLISE VEJA 2011-2017PLANORS
O documento discute os desafios logísticos do Rio Grande do Sul, incluindo estradas, ferrovias e portos carecendo de investimento. A expectativa é que com o PAC 2 e o governo Dilma, o estado receba mais recursos para melhorar a infraestrutura. O porto de Rio Grande está recebendo investimentos de R$1 bilhão, mas ainda enfrenta problemas de acesso.
O documento resume notícias de vários países e regiões. O Brasil caiu no ranking de ambiente de negócios do Banco Mundial. A Grécia enfrenta greve geral durante votação de pacote de austeridade. O FMI aponta potencial para internacionalização do Real.
O documento resume notícias locais de Salvador, incluindo elogios e críticas ao prefeito, debates sobre transporte público e turismo, e uma coluna de opinião sobre jornalismo eleitoral.
O documento apresenta uma prova de redação do 3o trimestre do ensino médio com 5 questões. A primeira questão pede para citar a principal crítica de um curta-metragem. A segunda pede um resumo de um texto científico. A terceira identifica gêneros textuais. A quarta pede um parágrafo sobre características de relatório científico. A quinta pede uma resenha negativa sobre um filme.
A greve dos caminhoneiros está afetando serviços em diversas cidades da região do Extremo Sul catarinense. Treze escolas estaduais tiveram as aulas suspensas nesta terça-feira devido à falta de transporte escolar ou dificuldades no fornecimento de alimentação. O prefeito de Morro Grande decretou Situação de Emergência no município por causa dos problemas no abastecimento causados pela paralisação.
O documento resume a edição de fevereiro de 2008 da Revista Canavieiros. Em três frases ou menos:
1) A safra de cana-de-açúcar está sendo prejudicada por preços baixos e estiagem, levando a uma queda na produtividade.
2) A entrevista destaca que o presidente da SRB critica a falta de apoio do governo ao agricultor e vê o modelo de reforma agrária como falido.
3) A edição também traz artigos sobre desafios do setor canavieiro
Este documento discute a importância de se reformar a legislação brasileira sobre petróleo diante das recentes descobertas de grandes jazidas no pré-sal. A legislação atual gera distorções na distribuição dos royalties entre estados e municípios. Defende-se critérios mais equitativos e a criação de um fundo soberano para investir os recursos do petróleo no desenvolvimento sustentado do país.
Escriturário Banco do Brasil - Questões de Conhecimentos BancáriosJailma Gomez
O documento discute atualidades do mercado financeiro brasileiro, com questões sobre intervenção de bancos, taxas de juros, inflação e desempenho econômico de diferentes países.
O governo teme que a economia brasileira entre em contração no terceiro trimestre e que o último trimestre deste ano tenha um crescimento fraco. O McDonald's foi convidado a explicar denúncias de trabalho análogo à escravidão. Aeroportuários ameaçam radicalizar greve se acordo não for feito.
O artigo resume a entrevista com Adézio José Marques, presidente do CEISE BR, sobre as perspectivas para 2010 e as mudanças na diretoria da instituição. Marques disse que os empresários estão otimistas para este ano e que a nova diretoria do CEISE BR tem como objetivo fortalecer a representação do setor. O CEISE BR oferece diversos serviços aos associados, como informações, formação e representatividade.
Este documento resume a edição de abril de 2009 da Revista Canavieiros. Trata principalmente da 16a edição da Agrishow, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que ocorrerá em abril e maio deste ano. Também discute o novo modelo de crédito rural em estudo pelo governo e setor produtivo, que deve trazer mudanças significativas. Por fim, apresenta brevemente outras notícias do setor canavieiro.
Informativo da Confederação Nacional dos VigilantesElieljneto
1. Os petroleiros estão em greve contra o fechamento de uma fábrica e demissão de trabalhadores, além da privatização da Petrobras.
2. A privatização trará aumento nos preços de combustíveis e gás, redução de arrecadação de impostos nos estados, e mais desemprego.
3. A luta dos petroleiros é importante para todos os brasileiros, pois a Petrobras investe em obras que geram empregos no país.
Os autores discutem os impactos de acordos comerciais internacionais como a Parceria Transpacífica sobre o Brasil. Francisco Carlos Teixeira da Silva argumenta que liberalizar o comércio mundial em meio à crise atual é uma tarefa difícil e sugere negociações globais para reduzir subsídios e tarifas. Elias Jabbour afirma que os EUA miram na China com a Parceria Transpacífica, o que pode afetar a integração sul-americana. Luiz Carlos Delorme Prado vê como pior cen
O governo teme que a economia brasileira entre em contração no terceiro trimestre e que o último trimestre do ano apresente crescimento fraco. O McDonald's foi convidado a explicar denúncias de trabalho análogo à escravidão. Aeroportuários ameaçam radicalizar greve por não aceitarem acordo oferecido pela Infraero.
O governo teme uma contração da economia brasileira no fim de 2021. O McDonald's foi convidado a explicar denúncias de trabalho análogo à escravidão. Aeroportuários ameaçam radicalizar greve se acordo não for feito.
As mudanças climáticas e a escassez de água potável são grandes ameaças à humanidade. A quantidade de água disponível para a atividade humana é finita e os grandes setores que a utilizam precisam trabalhar em conjunto. Nos últimos anos, por conta de crise que afetou o setor, as usinas tiveram que enfrentar sérias dificuldades financeiras com medidas restritivas, que levaram à redução dos investimentos na área agrícola. A Prefeitura de Sertãozinho, por meio da Secretaria
O documento discute:
1) A aprovação da emissão de títulos mobiliários pelas micro e pequenas empresas pela Comissão de Desenvolvimento Econômico;
2) O debate sobre a criação de um Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação durante audiência pública na Câmara;
3) A discussão sobre poluição e passivos ambientais nas bacias hidrográficas brasileiras durante audiência na Comissão de Meio Ambiente.
Revista areia e brita da Associação Nacional do Produtores de Agregados para a Construção civil. Trata de análises de mercado e projeções para a produção e comercio de agregados no Brasil
The proliferation of personal information on the internet and the ease of access it allows to user data on social networks is leading many countries around the world to revise their models of personal data protection. Brazil, which is preparing its bill on this subject inspired by the European model, is already taking into account the ease of access to data through the large network. Consultant Danilo Doneda says the legislation protecting personal data can also help regulate the telemarketing market and curb the sale of data banks.
O documento descreve o 3o Fórum Brasil realizado pela revista CartaCapital em maio de 2015, com debates sobre como retomar o crescimento econômico entre 2015-2018 com participação de autoridades, empresários e acadêmicos. A programação incluiu palestras sobre a nova conjuntura econômica e inovação, além de debates sobre reformas, mobilização de atores e redução do déficit de infraestrutura.
S1. O documento discute os fatores que determinam o preço dos combustíveis no Brasil, como a extração e refino do petróleo, tributos e estrutura do mercado. Também aborda a briga dos caminhoneiros pelo preço do diesel em 2018.
S2. Relatório mostra que o Brasil é o 6o país mais perigoso para jornalistas, com 64 comunicadores mortos entre 1995 e 2018, configurando violação à liberdade de imprensa.
S3. Pesquisa aponta que 59% dos brasileiros apoiam reform
A entrevista apresenta Thomaz Srougi, fundador da rede popular de centros médicos Dr. Consulta, que oferece consultas e exames a preços acessíveis como alternativa ao sistema público de saúde. Srougi explica como o modelo de remuneração variável dos médicos baseado em algoritmos busca atrair os profissionais mais produtivos. O objetivo do Dr. Consulta é expandir para 45 cidades até 2021 e atender mais de 10 milhões de pessoas com um modelo de
O artigo aborda três temas principais:
1) Entrevista com o deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame sobre as ações dos governos para amenizar os efeitos das mudanças climáticas e o aquecimento global.
2) A importância de se estabelecer políticas públicas para investir em pesquisa, educação e desenvolvimento sustentável para enfrentar os desafios climáticos.
3) A avaliação do deputado sobre o Programa Nacional de Biodiesel, que não está cumprindo suas metas iniciais de mistura ao diesel.
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Na entrevista, Maurílio Biagi Filho afirma que o setor sucroalcooleiro precisa alcançar maturidade empresarial, perseguindo menos recordes de produção e mais rentabilidade. Ele também diz que a internacionalização do setor está ocorrendo mais rápido do que previa originalmente e que as tradings preferem construir parcerias com fornecedores independentes de cana ao invés de atuar diretamente na lavoura. Por fim, Biagi aponta a necessidade de o setor organizar sua oferta para estabilizar os preços do et
O documento resume as principais notícias do dia sobre a pandemia de COVID-19 no Brasil e no mundo, incluindo números de casos e mortes reportados pela OMS. Também discute o movimento nas praias com a reabertura e notícias sobre a economia, política e meio ambiente.
O documento apresenta a nova Revista Canavieiros, que substitui o antigo Informativo. A revista foi criada para estreitar o relacionamento entre o Sistema Copercana/Canaoeste/Cocred e seus associados de forma moderna e de fácil leitura, trazendo informações úteis aos produtores. A primeira edição traz reportagem sobre o perfil do Sistema e entrevista com o presidente da Ocesp, além de colunas técnicas fixas e notícias das entidades.
Primeiro afogamento do ano é registrado na região / Governador assina obras e fala de candidatura / Arrancada de Caminhões movimenta litoral com shows, competições e público recorde
A engenharia brasileira vive a maior crise de sua história. Empresas de reconhecida capacidade técnica, com expressiva contribuição em obras e serviços para nossa engenharia, encontram-se paralisadas diante dos processos jurídicos a que estão respondendo. Assistimos à destruição de nossas maiores empresas de engenharia. Os profissionais, em especial seus engenheiros, foram demitidos aos milhares, as obras foram suspensas, enquanto se esperava para ver até que ponto essas empresas seriam atingidas pelas penalidades da Operação Lava Jato. A decisão do governo Bolsonaro de abrir o Brasil à entrada de empresas estrangeiras contribui para destruir as já debilitadas empresas de engenharia e favorecer o emprego de profissionais da engenharia do exterior em detrimento dos empregos de muitos engenheiros brasileiros. São inegáveis os danos para o Brasil e para a Engenharia brasileira.
Desafios da participação social no agronegócio sucroalcooleiroGabriel Pereira
O documento discute os desafios da participação social no agronegócio sucroalcooleiro brasileiro. Analisa o Compromisso Nacional da Cana de Açúcar, um acordo tripartite de 2008 entre trabalhadores, empresas e governo para resolver conflitos trabalhistas. Apesar de proposto como democrático, o acordo revelou assimetrias de poder e conflitos permaneceram.
Este documento é uma edição da Revista Canavieiros de fevereiro de 2012. Contém notícias e artigos sobre o setor sucroenergético no Brasil, incluindo:
1) Entrevista com o presidente da Copercana e Sicoob Cocred sobre as perspectivas para as safras de cana-de-açúcar e grãos de 2012/2013 e os desafios do setor.
2) Artigo do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo sobre o significado do ano de 2012 ser declarado o Ano Internacional do
Roberto Simões apresenta o seminário internacional sobre pequenos negócios realizado pelo Sebrae em 2012 e discute os desafios e oportunidades para os pequenos negócios no Brasil até 2022. O documento contém palestras e artigos de especialistas abordando temas como contexto econômico, competitividade, sustentabilidade, inovação e ambiente legal para pequenos negócios.
Semelhante a Entrevista de Guilherme Estrella (20)
Este documento descreve uma reclamação disciplinar apresentada ao CNJ contra o juiz Sérgio Moro pelos seguintes motivos: (1) Moro autorizou uma interceptação telefônica ilegal entre a presidente Dilma Rousseff e Lula após o horário permitido; (2) Moro divulgou o conteúdo da interceptação ilegal publicamente, sabendo que continha conversa com autoridade de foro privilegiado. A defesa alega que apenas o STF teria competência para investigar autoridades com foro e que houve violação da
1) O documento discute possíveis ligações entre a família Marinho, dona da Rede Globo, e empresas offshore registradas no Panamá que podem estar envolvidas em lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial.
2) Uma dessas empresas, a Agropecuária Veine, é apontada como dona de bens que na verdade pertencem aos Marinhos, como uma mansão em Paraty.
3) Há indícios de que o helicóptero utilizado pela família Marinho também estava registrado em nome de outra
João Cerqueira de Santana Filho e Mônica Regina Cunha Moura, jornalistas e publicitários brasileiros, oferecem-se para prestar esclarecimentos sobre o caso à Justiça Federal, apesar de estarem trabalhando na campanha presidencial da República Dominicana. Eles alegam não terem qualquer relação com os fatos investigados na Operação Lava Jato e que sua atuação é lícita. Pedem que seja marcada data para depoimento.
1) O documento discute as falácias nos argumentos contra as regras de regulação da exploração do pré-sal brasileiro, incluindo a partilha de produção e a Petrobras como operadora única.
2) Argumenta que as empresas internacionais estão mais interessadas no acesso a novas reservas do que no marco regulatório específico, e que a velocidade de abertura de novas áreas depende dos interesses estratégicos do governo brasileiro.
3) Defende que a indústria brasileira de forn
O documento trata de um pedido de providências requerido por um deputado federal contra um promotor de justiça de São Paulo, alegando que o promotor violou o princípio do promotor natural ao assumir investigação que deveria ter sido distribuída a outra promotoria. O relator concede liminar determinando a redistribuição do caso para evitar prejuízos decorrentes da manutenção de atos do promotor requerido.
O documento trata de um caso judicial envolvendo uma ação de indenização por danos morais movida por Paulo Henrique Amorim contra Daniel Valente Dantas devido a publicações feitas no blog deste último. O Tribunal de Justiça concedeu parcialmente a indenização no caso, mas Daniel Valente Dantas recorreu por meio de embargos infringentes. O relator entende que as publicações no blog se enquadram como crítica jornalística protegida pela liberdade de expressão e não caracterizam ofensa à honra passível de indenização.
Este documento apresenta uma análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2014 realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A PNAD mostra reduções na pobreza extrema, diversificação de arranjos familiares, e avanços na educação e cobertura previdenciária entre 2004-2014. No entanto, também aponta desigualdades persistentes e sinais de estresse no mercado de trabalho em 2014.
Várias entidades sindicais e empresariais brasileiras assinaram um compromisso para promover o desenvolvimento econômico do Brasil através de investimentos em infraestrutura, energia, construção civil e indústria, com o objetivo de gerar empregos e crescimento econômico de médio e longo prazo de forma sustentável. O compromisso propõe uma agenda imediata de discussão em fóruns tripartites sobre políticas de emprego, trabalho e renda.
[1] O réu publicou um texto em seu blog intitulado "Um Desabafo" criticando o estilo de gestão do autor quando este era Diretor de Jornalismo da Rede Globo. [2] O autor ajuizou nova ação de indenização por danos morais. [3] O relator entendeu que se trata de fato distinto da ação anterior e que as críticas do réu, embora desconfortáveis, estão dentro do direito de livre expressão assegurado pela Constituição.
1. O documento resume o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar possíveis manipulações de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).
2. A investigação foi instaurada após denúncia anônima sobre esquema de propina envolvendo conselheiros e empresas para anular autuações fiscais.
3. A Operação Zelotes da Polícia Federal encontrou fortes indícios de irregularidades em 74 processos, causando prejuízo de até R$19 bilhões aos
O documento lista diversas realizações do governo Dilma Rousseff, como redução da fome e da pobreza extrema, geração de empregos, expansão da educação superior e investimentos em saúde. A autora é elogiada por melhorar indicadores socioeconômicos do Brasil e promover políticas progressistas, apesar de enfrentar resistência de setores conservadores por ser mulher e ter um presidente nordestino anterior.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive functioning. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
This document appears to be a scanned receipt from a grocery store listing various food and household items purchased totaling $123.45. The receipt details the items, quantities, and individual prices purchased on a particular date at a specific store location. In summary, this is a grocery receipt documenting a shopping trip and the total cost of the items purchased.
The document discusses the benefits of exercise for mental health. Regular physical activity can help reduce anxiety and depression and improve mood and cognitive function. Exercise causes chemical changes in the brain that may help protect against mental illness and improve symptoms.
1. Nº 309 Abril de 2015 Órgão Oficial do Corecon-Rj e Sindecon-Rj
Escolas da Macroeconomia
Quadro-síntese encerra publicações
dos 12 artigos da série
Fórum Popular do Orçamento
Terceiro artigo sobre o OCA
aborda combate ao uso de crack
Entrevista exclusiva
com Guilherme Estrela,
o descobridor do pré-sal,
e artigos de Paulo Metri, Claudio
Abramo, Mauro Santayana
e Wadih Damous discutem
Petrobras, pré-sal, mercado
mundial de petróleo
e impactos da Lava Jato.
Petrobras e petróleo
2. Órgão Oficial do CORECON - RJ
E SINDECON - RJ
Issn 1519-7387
Conselho Editorial: Carlos Henrique Tibiriçá Miranda, José Ricardo de Moraes Lopes, Sidney Pas-
coutto da Rocha, Gilberto Caputo Santos, Marcelo Pereira Fernandes, Gisele Rodrigues, João Paulo
de Almeida Magalhães, Sergio Carvalho C. da Motta, Paulo Mibielli Gonzaga. Jornalista Responsá-
vel: Marcelo Cajueiro. Edição: Diagrama Comunicações Ltda-ME (CNPJ: 74.155.763/0001-48; tel.:
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2 Editorial Sumário
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
A crise na maior empresa brasileira levou o JE a tratar do tema da Petro-
bras. Buscamos uma abordagem alternativa à manipulação rasa e monocór-
dia apresentada ao público por grupos de mídia vinculados a interesses eco-
nômicos e partidários e travestidos de cruzados anticorrupção.
O bloco temático começa com a entrevista de Guilherme Estrella, di-
retor de exploração e produção da Petrobras no período de 2003 a 2012,
quando a empresa apresentou a imensa riqueza do pré-sal. Pouco afeito a en-
trevistas, Estrella concordou em falar ao JE e apresentou ao longo de cinco
páginas sua visão abalizada sobre a situação e o futuro da Petrobras e do mer-
cado mundial de petróleo, além de avaliar o potencial do pré-sal, o modelo
de partilha, a construção de refinarias e o escândalo de corrupção na estatal.
Paulo Metri, do Clube de Engenharia, defendeu a manutenção do mo-
delo de partilha com as atuais prerrogativas de conteúdo nacional e partici-
pação da Petrobras como operadora única e detentora de 30% de todos os
consórcios. A discussão é pertinente considerando que há um projeto de lei
do senador José Serra que retira da Petrobras a exclusividade de operação dos
campos do pré-sal.
Claudio Abramo, da Transparência Brasil, ressalta que o escândalo da
Petrobras confirmou as piores previsões que se faziam desde que se determi-
nou, em 1998, que a estatal contaria com um regime especial de licitações.
O autor defende uma emenda constitucional que reduza a nomeação de
pessoas indicadas por partidos políticos a cargos na administração pública.
O respeitado jornalista Mauro Santayana avalia que, em uma situação
em que fosse considerada apenas a lógica produtiva e de mercado, a Petro-
bras estaria vivendo um excelente momento, o que só não acontece em fun-
ção do fator político.
Wadih Damous, ex-presidente da OAB/RJ, afirma que a Operação La-
va Jato atenta contra direitos constitucionais. Os danos econômicos à Petro-
bras produzidos pela operação já são maiores do que os das condutas crimi-
nosas que se pretende punir.
O artigo do FPO é o terceiro de uma série dedicada a avaliar as políti-
cas públicas relativas ao Orçamento Criança e Adolescente (OCA) no Rio.
O tema é Assistência Social, com destaque para o combate ao uso de crack.
A série Escolas de Macroeconomia, um projeto institucional do Core-
con-RJ que contou com 12 artigos, chega ao fim nesta edição com a publi-
cação de um quadro-síntese comparativo dos entendimentos de cada escola
em relação a questões-chave.
Em linha com o tema desta edição, gostaríamos de registrar o nosso
profundo pesar com o falecimento de Maria Augusta Tibiriçá Miranda, 97
anos, veterana da histórica campanha “O Petróleo é nosso”.
Entrevista: Guilherme Estrella............................................................3
“Qual crise pode abalar uma empresa petrolífera
que detém mais de 30 bilhões de barris de reservas
e possui conhecimento, tecnologia e excelência
operacional para produzi-los com excepcional lu-
cratividade?”
Petrobras e petróleo...........................................................................8
Paulo Metri
Modelos de organização do setor de petróleo
Petrobras e petróleo.........................................................................10
Claudio Weber Abramo
Desgoverno estrutural
Petrobras e petróleo.........................................................................12
Mauro Santayana
A Petrobras e o fator político
Petrobras e petróleo.........................................................................13
Wadih Damous
Estado de direito ameaçado
Fórum Popular do Orçamento.........................................................14
Crack, um problema de saúde e social, nunca de
segurança
Escolas da Macroeconomia.............................................................16
Escolas de Macroeconomia: Quadro-síntese
3. 3
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Entrevista: Guilherme Estrella
“Qual crise pode abalar uma empresa petrolífera que
detém mais de 30 bilhões de barris de reservas e possui
conhecimento, tecnologia e excelência operacional para
produzi-los com excepcional lucratividade?”
O geólogo Guilherme Estrella trabalhou na Petrobras por mais de 40 anos,
quando exerceu vários cargos no Brasil e no exterior. De 2003 a 2012, foi di-
retor de exploração e produção da estatal. Foi neste período que a Petrobras
e o governo federal divulgaram as informações sobre as imensas reservas
brasileiras de petróleo e gás em águas profundas, o que valeu a Estrella a
designação de “descobridor do pré-sal” ou “pai do pré-sal”.
Os serviços prestados por Estrella à sociedade brasileira e uma trajetória pro-
fissional sem máculas não o livraram da fúria inquisitória da grande imprensa
brasileira. Na edição do Jornal Nacional de 5 de fevereiro, Estrella foi acusado
de ligação com o esquema de corrupção de Pedro Barusco, inverdade que foi
desmentida no mesmo programa quatro dias depois com direito a um pedido
de desculpas de William Bonner.
Avesso à exposição pública, Estrella concedeu esta entrevista exclusiva ao JE,
em que detalhou sua visão sobre a Petrobras, o pré-sal e o mercado de petróleo.
P: Que Petrobras vai emergir da
crise atual? Como você vê a em-
presa em médio e longo prazos?
R: Qual crise pode abalar uma
empresa petrolífera que detém
mais de 30 bilhões de barris de
reservas de petróleo e gás natu-
ral, possui conhecimento, tec-
nologia e excelência operacio-
nal para produzi-los em grandes
e crescentes volumes (hoje mais
de 2,8 milhões de bbl equivalen-
tes) com excepcional lucrativi-
dade – mesmo aos atuais preços
internacionais? Acrescente-se a
isto 11 refinarias (mais uma em
construção), três terminais de
GNL, duas fábricas de fertilizan-
tes e certamente o mais impor-
tante ativo estratégico a garan-
tir a sua sustentabilidade a longo
prazo, que é sua posição hegemô-
nica num mercado praticamente
cativo de um dos mais importan-
tes países do mundo, em todos os
sentidos, e com gigantescas oportu-
nidades de permanente e contínuo
crescimento econômico e social,
como já vem acontecendo?
Crise seria se o corpo de empre-
gados da Petrobras não estivesse a
demonstrar através de excepcionais
resultados empresariais a compe-
tência, a dedicação e o compromis-
so com o Brasil e com a empresa
em níveis como sempre de excelên-
cia profissional. Se isto estivesse a
ocorrer, aí sim, investidores, acio-
nistas e, mais importante, os cida-
dãos brasileiros teriam razões para
perder a confiança na Petrobras
Vejamos a mais recente con-
4. 4
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Entrevista: Guilherme Estrella
quista, pela terceira vez, a única em-
presa petrolífera do mundo a atin-
gir este feito: o prêmio maior da
indústria petrolífera mundial, na
conferência de tecnologia offsho-
re (OTC), pelo megaprojeto de ex-
ploração e produção do pré-sal.
É inquestionável, portanto,
que o que está a acontecer justifica
não a desconfiança, mas o contrá-
rio, o integral apoio do chamado
“mais amplo público de interesse”
da Petrobras nos destinos da com-
panhia, ainda mais quando gen-
te corrupta está finalmente a ser
identificada e devidamente puni-
da pela justiça brasileira, num pro-
cesso criminoso que atinge a com-
panhia há décadas – como tem
sido confessado por muitos dos
envolvidos – e que só agora está
sendo corrigido exemplarmente.
Na verdade, a repetir opinião
de cidadãos brasileiros muito im-
portantes, reflexivos e conscientes
de nossa importância como na-
ção neste século XXI, esta “crise”
– isso mesmo, entre aspas – é uma
tentativa de desconstrução não só
da Petrobras, mas do Brasil.
Há amplo reconhecimento in-
ternacional que o nosso país es-
tá destinado a transformar-se
num decisivo protagonis-
ta da cena geopolítica
mundial.
Sem querer ser repe-
titivo, não se está aqui a su-
bestimar a total negatividade
da imoralidade que ocorreu na
Petrobras, mas este é o campo
de atuação da justiça brasileira
que pela primeira vez em nossa
história adquiriu a independência e
a autonomia para cumprir sua mis-
são constitucional. Está definitiva-
mente enterrada a era do “Engave-
tador Geral da República”.
Resumo da ópera, os extraor-
dinários resultados empresariais
da Petrobras na última década, co-
mo de resto ao longo de seus mais
de 60 anos, desmascaram e põem
a nu os reais objetivos desta cam-
panha lesa-pátria em que insistem
os poderosos defensores de interes-
ses não brasileiros na tentativa de
desestabilizar a Petrobras e o Brasil.
P: Qual é a sua análise do mer-
cado mundial do petróleo no to-
cante ao preço do barril? O pre-
ço tende a se estabilizar no baixo
patamar atual ou se recuperar?
Qual o custo de produção do
barril do pré-sal hoje e como es-
se custo deve evoluir nos próxi-
mos anos? O Brasil corre o risco
de “micar” com o pré-sal?
R: O registro histórico exibe uma
marca incontestável, que é a peri-
ódica oscilação, para cima e para
baixo, do preço do petróleo.
A causa principal para as gran-
des altas é a instabilidade política
das regiões produtoras mais im-
portantes – leia-se Oriente Médio.
A causa maior das baixas mais ex-
pressivas são as crises econômicas
globais.
O Oriente Médio está mergu-
lhado numa crise sem fim, provo-
cada pela descarada intervenção
de potências militares estrangeiras
nas políticas internas dos países da
região. Logo, o preço do petróleo
não deveria ter despencado.
O mundo atravessa há mais
de uma década uma profunda cri-
se econômica que começou com a
criminosa crise do sistema financei-
ro norte-americano e se espalhou
planeta afora, produzindo acentu-
ada queda nas taxas de crescimen-
to dos países, quando não períodos
de recessão e demolição das econo-
mias nacionais, como vimos prin-
cipalmente na Europa, com as trá-
gicas consequências sociais que
todos conhecemos. Logo, o petró-
leo deveria estar em patamares bai-
xos em relação ao passado pré-crise.
O que diferencia o momen-
to que estamos a atravessar são as
importantes descobertas de óleo e
gás de “xisto” nas bacias sedimen-
tares interiores norte-americanas,
que passaram a desempenhar um
item importante no suprimento
do maior – de longe – consumi-
dor de energia do planeta.
Neste contexto há dois pontos
críticos para se refletir sobre um
cenário prospectivo minimamen-
te confiável.
O primeiro é que a demanda
mundial não caiu – as previsões
continuam a apontar para o cres-
cimento do consumo apesar da
crise econômica mundial.
O segundo é que preços baixos
como o que estamos a praticar in-
viabilizam a produção do óleo/gás
de “xisto” norte-americano. As em-
presas de serviços especializados na
indústria petrolífera já indicam que
as atividades de E&P nas bacias se-
dimentares norte-americanas estão
decrescendo significativamente, o
que traz certo realismo na previsão
de que a produção do maior con-
sumidor mundial chegou ao limi-
te econômico e pode diminuir ra-
pidamente.
Estas considerações levam-
-nos a considerar o atual pata-
mar de preços baixos como um
“ciclo”, que, repito, como nos
mostram os dados históricos,
passará. Retornaremos a preços
em patamares bem mais eleva-
dos num futuro próximo.
Um fato que reforça esta previ-
são é a manutenção, por parte do
governo norte-americano, da proi-
da Petrobras, mas do Brasil.
Há amplo reconhecimento in-
ternacional que o nosso país es-
tá destinado a transformar-se
num decisivo protagonis-
ta da cena geopolítica
mundial.
Sem querer ser repe-
titivo, não se está aqui a su-
bestimar a total negatividade
da imoralidade que ocorreu na
Petrobras, mas este é o campo
de atuação da justiça brasileira
que pela primeira vez em nossa
5. 5
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Entrevista: Guilherme Estrella
bição de exportação do óleo pro-
duzido em seu território nacional,
que dá a entender que há incerte-
zas concretas quanto à sustentabili-
dade de sua produção interna.
Quanto ao pré-sal brasileiro,
nada a ameaçar sua produção. O
chamado “CTPP” – custo total do
petróleo produzido – da Petrobras
não só é muito atrativo em rela-
ção aos preços atuais como tende
a diminuir a partir dos resultados
obtidos pelos programas de desen-
volvimento tecnológico e de me-
lhorias operacionais, iniciados há
mais de 10 anos, cujos impactos
positivos no CTPP já são sentidos.
Em relação a reservas de petró-
leo e gás natural, a primeira e bási-
ca, elementar lição que a realidade
geopolítica mundial concernente
à segurança energética estratégi-
ca das nações nos dá é que não há
“micos” neste assunto.
Ao contrário, as grandes potên-
cias mundiais surgidas ao longo do
século passado têm nos ensinado à
exaustão que a identificação e apro-
priação de reservas petrolíferas no
planeta Terra, onde quer que exis-
tam, necessárias para a sustentabi-
lidade e preservação de suas hege-
monias globais, são prioritárias em
suas estratégias de segurança nacio-
nal. E os exemplos estão aí a nos
mostrar à exaustão que as soluções
adotadas para que isto lhes seja as-
segurado extrapolam frequente-
mente o trabalho de seus geólogos,
e passam a ser tratadas por seus ge-
nerais e almirantes. Simplesmente
porque energia – leia-se petróleo e
gás natural – é ponto central da so-
berania de qualquer nação impor-
tante no mundo, como o Brasil.
Aliás, na opinião de muitos ana-
listas, a reativação da quarta frota
norte-americana – para o Atlântico
Sul – está aí para não deixar dúvi-
das quanto a isto.
O pré-sal brasileiro é uma
das mais importantes e estraté-
gicas riquezas da nossa pátria,
absolutamente indispensável
para que o Brasil, como nação
soberana e detentora real de au-
tonomia de decisão, se desen-
volva social, econômica, tecno-
lógica e politicamente.
P: Considerando a perda do
grau de investimento, a Petro-
bras terá recursos para fazer os
investimentos necessários para
cumprir as condições estipula-
das no modelo atual de partilha
de exploração do pré-sal, que
prevê que a empresa será a ope-
radora e terá 30% de todos os
campos? A Petrobras conseguirá
cumprir os cronogramas estipu-
lados pela ANP?
R: Muito me impacta, como cida-
dão brasileiro, a importância que
se dá, entre nós, às avaliações das
chamadas “agências de risco” e ou-
tros prestigiados analistas de mer-
cado a respeito do Brasil e de nossas
maiores empresas. O que são estas
instituições e quem estas pessoas?
A que interesses se subordinam e
servem? Eu mesmo – pessoalmen-
te e num evento interno – cheguei
a ouvir a declaração de um destes
“profissionais” a recomendar que
se comprassem ações da OGX e da
HRT, “mais atrativas que as da Pe-
trobras”. Uma barbaridade sem ta-
manho, mas acatada pela sinistra
entidade chamada de “mercado”;
e muita gente honesta acreditou e
colocou suas economias naquelas
ações. Deu no que deu.
É indispensável que se veja o
filme Trabalho Interno, do diretor
Charles Ferguson, premiado em
2010 em Cannes, Toronto e No-
va Iorque. O DVD está nas lojas já
há algum tempo. Conta nua e cru-
amente a história da crise econômi-
ca mundial que resultou na falência
do sistema financeiro norte-ameri-
cano, salvo pela módica mesada,
durante anos, de US$ 85 bilhões
mantida pelo governo daquele pa-
ís para empresas, bancos e outros.
Pois bem, estas mesmas “agências
de risco” avaliaram continuamen-
te papéis do mercado financeiro in-
ternacional como “AAA”, “triple
A” na língua deles, até que estes pa-
péis valessem zero! Esse pessoal não
tem demonstrado competência pa-
ra cumprir, exercer minimamente
o papel de avaliadores confiáveis a
que se propõem.
Mesmo que se conceda con-
siderar a opinião destas agências,
não faz qualquer sentido, agri-
de a mais rudimentar racionali-
dade econômica que a Petrobras,
a maior empresa petrolífera mun-
dial com ações em bolsa, com mais
de 30 bilhões de barris de reservas
totais de petróleo e gás natural e a
produzir mais 2,8 milhões de bar-
ris equivalentes, tenha sua “avalia-
ção” diminuída.
Prova disto foi, no ano pas-
sado, a Petrobras ter ido ao exte-
rior buscar financiamento e con-
seguir US$ 8 bilhões e ter oferta
de US$ 22 bilhões, a significar de
forma inconteste a confiança dos
investidores externos na saúde fi-
nanceira e econômica da empre-
sa e na competência de seu quadro
de empregados para a transforma-
ção de seus imensos recursos em
riquezas que garantam o retorno
adequado de seus investimentos.
São inúmeras as opiniões
que indicam haver outros inte-
resses por detrás desta avalia-
ção e que o foco central destas
avaliações seria concretamente
enfraquecer a empresa e tentar
extinguir o marco regulatório
do pré-sal, centrado na opera-
ção única por parte da Petro-
bras. Portanto a Petrobras tem
todas as condições necessárias
e suficientes para obter o finan-
ciamento destinado à implan-
tação de seus projetos e para o
integral cumprimento de todos
os seus compromissos, mais que
com a ANP, com o Brasil.
P: Como você avalia a proposta
de mudança do modelo de par-
tilha para o de concessão? O que
é melhor para a sociedade brasi-
leira? Por quê?
R: Primeiro vamos analisar os fun-
damentos básicos que diferenciam
os dois modelos – concessão e par-
tilha de produção – o que é muito
simples. O ponto central de ambos
é representado pelo risco explora-
tório para se descobrir uma acumu-
lação de óleo/gás cuja produção se-
ja economicamente viável.
A estatística mundial apon-
ta para índice de sucesso de poços
exploratórios em torno dos 10%.
Quer dizer, para cada 10 poços ex-
ploratórios que as empresas pe-
trolíferas perfuram, somente um
resulta em descoberta que vai desa-
guar num campo com produção de
óleo/gás economicamente viável.
Para correr este risco – que não
é pequeno, principalmente pelo
elevado custo de perfuração dos
poços no mar, a maioria maior
que US$ 60 milhões, não raro ex-
6. 6
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Entrevista: Guilherme Estrella
trapolando US$ 100 milhões – há
que se atrair o investidor com con-
dições compensadoras.
No caso das concessões, este
atrativo é a propriedade integral
do petróleo e gás produzidos sem a
imposição de condicionante polí-
tica, social ou econômica por parte
do poder concedente, no nosso ca-
so o Estado brasileiro.
O modelo de concessão tem co-
mo coluna de sustentação negocial
o risco exploratório que o investi-
dor enfrenta. Em caso de sucesso,
ele é proprietário integral do petró-
leo e gás produzidos, sem qualquer
interferência do concedente.
Agora considero importante
para a compreensão integral do ca-
so brasileiro falar algo sobre o que
aconteceu na nossa bacia de San-
tos. Objeto de pesados investi-
mentos exploratórios por parte da
Petrobras, ainda sob o regime do
monopólio, as águas rasas desta
imensa bacia sedimentar brasilei-
ra hoje totalmente submersa, sem
dúvida a mais extensa bacia marí-
tima de nosso país, mostraram-se
em sua maior parte estéreis com
respeito às condições geológicas
mínimas para a ocorrência de acu-
mulações de petróleo e gás natural.
Aberta aos chamados contratos
de risco na década de 70 do sécu-
lo passado, houve apenas uma pe-
quena descoberta de gás em águas
rasas – merluza – pela Shell, cuja
economicidade foi muito discuti-
da à época, mas que afinal foi de-
senvolvida. Pouco mais tarde a
Petrobras descobriu óleo leve no
Paraná/Santa Catarina, os campos
de Coral, Estrela-do-mar e outros
campos pequenos, muito proble-
máticos e com baixas produtivida-
de e atratividade econômica.
Com a quebra do monopólio,
em 1997, blocos em águas profun-
das e ultraprofundas foram adqui-
ridos por várias empresas estran-
participação nos consórcios ven-
cedores das licitações; e participar
– o governo brasileiro – nos con-
sórcios através de uma empresa
pública – a Petróleo Pré-sal.
Esta estruturação do modelo
garante ao país, tendo sua empre-
sa como operadora – que é quem
tudo decide nos consórcios – o
cumprimento de políticas gover-
namentais voltadas ao desenvolvi-
mento científico, tecnológico e in-
dustrial brasileiro e a promoção de
empresas genuinamente brasileiras
em todo o amplo espectro da in-
dústria petrolífera. Assegura desta
forma a consolidação da engenha-
ria verdadeiramente brasileira num
setor estratégico para o país ao lon-
go deste século XXI.
A proposta de desmonte des-
te modelo e retorno ao modelo
de concessão é lesiva, portanto,
aos reais interesses estratégicos
nacionais e por isso representa
um inaceitável retrocesso pela
nação brasileira.
P: Considerando os problemas
enfrentados pela Sete Brasil e ou-
tros fornecedores e a queda no
preço do barril, é viável manter as
exigências de conteúdo nacional?
R: O Brasil parou por décadas.
Atravessou um longo período de
desindustrialização, mais do que
isso, de desnacionalização do par-
que industrial que sobrou após
este período. O país foi submeti-
do a um processo de privatização
de suas empresas estatais acompa-
nhado pelo criminoso desmon-
te de seus respectivos órgãos de
pesquisa, desenvolvimento e en-
genharia (P,D&E). Só sobrou o
Cenpes, da Petrobras, que a onda
neoliberal-colonialista não conse-
guiu arrastar, apesar dos enormes
esforços para isto.
O governo que entra em 2003
decide retomar o desenvolvimento
nacional com extrema rapidez, co-
meçando pelo setor petrolífero, a
exigir que a Petrobras “contrate no
Brasil o que pode ser feito no Bra-
sil”. Logo em seguida surge o pré-
-sal, a aprofundar a demanda por
novos equipamentos.
Certamente não é fácil dar es-
te pulo a partir de uma “terra ar-
rasada” como era a situação da in-
dústria naval brasileira. Muitos
“avaliadores do contexto nacio-
nal” externaram seu total ceticis-
mo quanto à possibilidade disso
se materializar. Quebraram a cara,
como sabemos. Estão aí os inúme-
ros navios de produção, barcos de
apoio e navios petroleiros fabrica-
dos nos estaleiros aqui localizados.
Mas o pré-sal trouxe uma novi-
dade entre suas necessidades mais
essenciais: diferentemente dos na-
vios de produção – equipamentos
cuja construção emprega tecnolo-
gias correntes, dominadas – para
perfurar em águas ultraprofundas
exigem-se sondas de perfuração
superespeciais, de tecnologia ultra-
-avançada, principalmente na au-
tomação e nos requisitos de segu-
rança operacional.
Como a faixa de águas ul-
traprofundas é a última frontei-
ra exploratória para petróleo e gás
natural do planeta, estas sondas es-
peciais serão extremamente requi-
sitadas ao longo deste século XXI
e as dificuldades iniciais da Petro-
bras em contratar estes equipa-
mentos comprovam isso.
Para permitir a produção
desta imensa riqueza nacio-
nal é indispensável a capacita-
ção da indústria naval brasilei-
ra, de maneira que o Brasil não
dependa dos estaleiros no exte-
rior para construir estas sondas.
Dentro deste contexto absoluta-
mente estratégico foi constituí-
da a empresa Sete Brasil. Trata-
-se, portanto, de uma iniciativa
geiras, mas foi a Petrobras que, de
longe, conseguiu a maioria deles e
a empresa que, também de longe,
mais investiu em exploração na ba-
cia de Santos desde então.
Como resultado direto desta
decisão de concreta retomada pe-
la Petrobras das atividades explo-
ratórias na bacia de Santos, logo
surgiram descobertas do pós-sal
(campos de Mexilhão – o maior
campo de gás brasileiro – Uruguá
e Tambaú, com óleo pesado “ti-
po Campos”, mais tarde os cam-
pos de Baúna e Piracaba) e depois
– em águas ultraprofundas, mais
de 2.000m de lâmina d’água – vá-
rios megacampos (mais de um bi-
lhão de barris de reservas) de óleo
leve no pré-sal – Lula, Sapinhoá,
“Franco”, “Libra” e tantos outros.
As descobertas do pré-sal por
parte da Petrobras se deram em
todos os poços perfurados com
aquele objetivo específico, revelan-
do que os exploracionistas da com-
panhia haviam construído com in-
questionável sucesso geocientífico
o que se denomina de “sistema pe-
trolífero”. A partir daí o risco ex-
ploratório desapareceu, eliminan-
do o pilar principal do modelo de
concessão. Quando isto ocorre, em
qualquer parte do planeta, o mo-
delo de concessão é imediatamen-
te substituído pelo de “partilha de
produção”, segundo o qual, em li-
nhas bem gerais, os governos na-
cionais tornam-se proprietários do
petróleo e gás produzidos pelos
campos descobertos e ressarcem as
empresas operadoras pelos gastos
operacionais.
Mas o modelo de partilha es-
colhido pelo governo brasileiro
adota características especiais: le-
vando em conta ter sua empresa
estatal como a principal operadora
em águas ultraprofundas de todo o
mundo, designá-la como operado-
ra única, com no mínimo 30% de
7. 7
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Entrevista: Guilherme Estrella
do mais alto interesse nacio-
nal brasileiro, e todas as medi-
das que sejam necessárias pa-
ra torná-la realidade devem ser
tomadas pelo governo brasilei-
ro, levando em conta que preços
atuais do petróleo não devem
afetar a imperativa necessidade
do Brasil de ser um país sobera-
no e autossuficiente em energia.
P: Você acredita na retomada da
construção das refinarias no Ma-
ranhão e Ceará e das ampliações
no Coperj e na Abreu e Lima ou
o abandono destes projetos é de-
finitivo?
R: O Brasil está entre as dez maio-
res economias do mundo. Mas
nosso consumo de energia per ca-
pita é extremamente pequeno.
Em dados de 2010 – não devem
ser muito diferentes hoje – os va-
lores em tep/ano eram: mundo
(1,83); OCDE (4,56); América
Latina (1,24); China (1,60); Rús-
sia (7,50); Brasil (1,29).
Como consumo de energia
equivale a qualidade de vida, po-
demos deduzir o abismo que exis-
te entre a qualidade de vida de um
brasileiro e a de seu igual em qual-
quer dos países que compõem o
grupo das 10 maiores economias
mundiais, o que é uma realidade
concreta.
Logo, mantido o processo de
desenvolvimento econômico-so-
cial que estamos a experimentar
na última década, nosso consumo
de energia per capita deve crescer
em taxas muito elevadas ao longo
da primeira metade deste século.
Dentro deste contexto, leia-se con-
sumo de gás natural e de derivados
de petróleo.
Gente do ramo conside-
ra que o Brasil – um país sobre
pneus – deverá consumir entre
cinco e seis milhões de barris de
petróleo/dia por volta de 2030.
Logo, novas refinarias deverão
ser construídas para atender a
demanda doméstica de deriva-
dos. Como a produção nacional,
com o pré-sal e demais desco-
bertas em águas ultraprofun-
das ao longo de nosso mar ter-
ritorial, excederá este volume, o
Brasil deverá exportar, na mes-
ma época, cerca de um a dois
milhões de barris/dia de petró-
leo bruto. Agregar valor, pelo
refino, a este excedente nacional
será indispensável e estas novas
refinarias atenderão a estas im-
posições econômicas para valo-
rizar nossas exportações.
As regiões nordeste e norte-
-oceânica brasileiras carecem de
refinarias para suprir seu próprio
consumo. Ao mesmo tempo, por
localizarem-se ao longo da linha
do Equador e às portas do Atlânti-
co Norte, com suas economias al-
tamente consumidoras de energia,
refinarias ali localizadas – além da
Abreu e Lima – serão importantes
para exportar seus produtos. Não
tenho dúvidas quanto a estas pre-
missas. Agora, capacidade produ-
tiva, (re) localização e época de
construção podem ser objeto de
(re) estudos ou não.
O Comperj – localizado em
nossa região industrial mais desen-
volvida – é um importante ativo
em construção da Petrobras para a
produção de matéria prima petro-
química e para a produção de com-
bustíveis, principalmente diesel,
de que somos carentes. Seu projeto
original foi modificado para aten-
der a estas exigências, e a produ-
ção do óleo do pré-sal da bacia de
Santos, com sua elevada razão gás/
óleo, é crítica, decisiva para garan-
tir a viabilidade do projeto.
P: Que medidas a Petrobras de-
veria ter tomado no passado, e
não tomou, visando o combate à
corrupção na empresa? A Petro-
bras criou mecanismos para im-
pedir a repetição destes casos?
R: Corrupção é um problema
universal, como sabemos todos.
Existem inclusive “agências” que
“medem” índices de corrupção.
Corrupção ocorre nas famílias –
famílias reais, inclusive, e por que
não? – clubes, instituições e gru-
pamentos humanos de todos os ti-
pos, governos também de todos os
tipos, democracias, ditaduras, em-
presas estatais e privadas, pequenas
e gigantescas, instituições religio-
sas, bancos de todos os tamanhos,
países organizados com este fim,
como um todo – alguns são cha-
mados de “lavanderias” – enfim, é
uma mazela que caracteriza a so-
ciedade humana, inclusive nos ór-
gãos que a sociedade criou para fa-
zer cumprir as leis e combatê-la.
Repito, todos sabemos disto.
Mas ter consciência desta rea-
lidade não significa aceitá-la, pe-
lo contrário, e longe de mim que-
rer ensinar isso a qualquer pessoa.
Trabalhei a vida inteira numa
grande empresa e construí uma
opinião que – da mesma forma
– nada tem de inédita tampouco
inovadora: são as pessoas, os se-
res humanos os agentes, os cria-
dores de um ambiente em que a
corrupção possa se instalar.
Minha experiência de vida en-
sina-me uma realidade concreta: a
simples existência de leis rigorosas
ou “mecanismos” não evitam, por
si só, a corrupção. Há que man-
ter-se um esforço permanente na
criação, preservação e valorização
coletiva de ambientes de trabalho
– no caso das instituições de todos
os tipos – cuja cultura rejeite, por
princípio e valores fundamentais,
qualquer iniciativa que, de algu-
ma forma, facilite o desvio de con-
duta que desague em corrupção e
que, paralelamente, na mesma in-
tensidade, seja completamente in-
tolerante com qualquer postura de
impunidade em relação a atos de
corrupção. De modo que seja por
todos muito bem entendida a ideia
de que toda e qualquer tendência
de qualquer pessoa a atos ilegais
não será de forma alguma aceita
- mais do que isso, será exemplar-
mente punida. E que todos, verda-
deiramente todos saibam, enten-
dam, conheçam e pratiquem estas
diretrizes.
8. 8
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
Paulo Metri*
U
m modelo de organização
do setor de petróleo, para
ser adotado por um país,
deve conter o máximo de impactos
sociais positivos e o mínimo de ne-
gativos. Alternativas de modelo não
devem ser analisadas olhando-se só
um aspecto, como é o caso frequen-
te do uso do aumento da atividade
econômica, resultante dos modelos,
para que a decisão seja tomada. As-
sim, a melhor opção pode ser lucra-
tiva para as empresas e não acarretar
grande benefício social.
Os seguintes critérios de ava-
liação dos modelos, para apoiar o
processo de escolha, são sugeridos
a seguir. O modelo deve: (1) prio-
rizar a posse pelo Estado brasileiro
do máximo de petróleo produzido,
visando à realização de ações estra-
tégicas; (2) maximizar a arrecada-
ção de tributos para permitir ao Es-
tado suportar programas sociais;
(3) minimizar o preço de venda dos
derivados de maior consumo pela
classe pobre; (4) gerar o máximo de
compras e empregos no país, com
ênfase na fase de implantação dos
empreendimentos; (5) contratar
ao máximo no Brasil os serviços de
desenvolvimento tecnológico e de
engenharia; (6) minimizar a possi-
bilidade de acidentes em unidades
operacionais e de transporte e os
impactos ao meio ambiente.
O primeiro modelo do setor
do petróleo a ser considerado é o
do monopólio estatal, que maxi-
miza os benefícios sociais em um
país em desenvolvimento, des-
de que haja controle social sobre
a estatal executora do monopó-
lio, para evitar o seu uso políti-
co e corporativo. A afirmação que
“o monopólio é prejudicial à socie-
dade, porque a empresa monopolis-
ta fixa livremente o preço de venda
dos seus produtos” só é verdade para
um monopólio privado. Um mo-
nopólio estatal controlado pela so-
ciedade não a extorque.
O monopólio estatal pode ser
usado como instrumento eficaz
para a consecução de políticas pú-
blicas, o que é impossível através
de empresas privadas. Por exem-
plo, a Petrobras foi explorar petró-
leo na bacia de Campos, nos anos
1970, quando o barril custava só
Modelos de organização
do setor de petróleo
US$12, para reduzir a dependên-
cia do Brasil ao petróleo impor-
tado, que chegava a 85%. De-
senvolveu fornecedores nacionais
para evitar compras no exterior.
Priorizou desenvolver tecnologia
no país, o que já lhe rendeu três
premiações da Offshore Technology
Conference e muita economia de
divisas. Se o monopólio não tives-
se sido criado, o Brasil seria, desde
1953, o paraíso das empresas es-
trangeiras. Aí, o Pré-Sal ainda não
teria sido descoberto, pois o petró-
leo não está escasso a ponto de elas
irem buscá-lo a 7.000 metros de
profundidade, tendo que transpor
uma camada de sal de 2.000 me-
tros. Só uma petrolífera do Esta-
do, que tem como lógica o benefí-
cio da sociedade, realiza este feito.
Por interferência do capital in-
ternacional, através de políticos en-
treguistas, o monopólio foi extin-
to em 1995. Havendo a imposição
de empresas privadas participarem
da exploração e produção de pe-
tróleo, existem no mundo três mo-
delos de contratação delas: a con-
cessão, o contrato de partilha da
produção e o de prestação de servi-
ço. Como não existe, no Brasil, pe-
trolífera privada nacional que con-
siga competir com a Petrobras e as
9. 9
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
estrangeiras em águas profundas,
a contratação aqui é destas duas,
consorciadas ou não.
Nas concessões, a empresa pe-
trolífera fica com a posse total do
petróleo descoberto e paga tributos.
Se não descobrir petróleo, os inves-
timentos realizados não são ressarci-
dos pelo Estado. Nos contratos de
partilha da produção, a empresa pe-
trolífera, descobrindo petróleo, terá
posse só da sua parcela da produção,
constante do acordo de partilha. O
restante do petróleo ficará com o
Estado. A empresa poderá ainda pa-
gar tributos sobre a sua parcela. Se
não descobrir petróleo, os investi-
mentos realizados pelo contrata-
do não são ressarcidos pelo Estado.
Nos contratos de prestação de ser-
viços, a empresa petrolífera não terá
posse do petróleo descoberto e será
remunerada pelos serviços prestados
de prospecção, perfuração, produ-
ção e outros. Se não for descoberto
petróleo, será remunerada da mes-
ma forma pelo Estado.
A concessão tende a beneficiar
mais as petrolíferas em detrimen-
to do Estado, enquanto, no contra-
to de partilha, o maior beneficiário
tende a ser o Estado. Supondo que
este irá repassar o acréscimo de be-
nefícios para a sociedade, então o
contrato de partilha é melhor para
ela. Muitos porta-vozes de grupos
estrangeiros dizem, buscando con-
fundir a população, que os contratos
de concessão são mais comuns entre
os países desenvolvidos e os contra-
tos de partilha da produção são ado-
tados com mais frequência por pa-
íses em desenvolvimento. Este fato
realmente ocorre, mas a intenção ao
divulgá-lo é dizer que a concessão é
melhor que o contrato de partilha.
A maioria dos países desenvol-
vidos não tem reservas, como é o
caso da Alemanha, Japão, Fran-
ça, Itália e Coréia do Sul. As exce-
ções são Canadá, Estados Unidos,
Noruega e Reino Unido, que têm
reservas e adotam o modelo da
concessão, porque a maioria das
petrolíferas de porte, muitos for-
necedores e centros de desenvol-
vimento tecnológico do setor pe-
trolífero têm sede nestes países. Os
Estados Unidos proíbem a expor-
tação do seu petróleo, não permi-
tindo que empresas, visando uma
maior lucratividade no curto pra-
zo, contribuam para um desabas-
tecimento futuro. Isto não ocorre
no Brasil, pois, quando só exis-
tiam reservas garantidas para 17
anos, empresas estrangeiras expor-
tavam suas produções do Brasil.
A Noruega e o Reino Unido
adotam as concessões, mas tomam
medidas de repercussão social. A
Noruega destina as áreas com gran-
de expectativa da existência de pe-
tróleo para a estatal Statoil, res-
tando áreas menos nobres para as
petrolíferas estrangeiras e, mesmo
assim, com a imposição eventual
de participação da Statoil. No Bra-
sil, só recentemente, o artigo 12 da
lei do contrato de partilha foi usa-
do, permitindo a entrega direta de
áreas para a Petrobras, para tristeza
do capital internacional, que que-
ria vê-las leiloadas.
No Reino Unido, quando a ex-
ploração do Mar do Norte come-
çava, foi criado o órgão governa-
mental Offshore Supplies Office, que
determinava aos concessionários
onde, neste Reino, alguns equipa-
mentos deveriam ser comprados.
Uma atitude análoga no Brasil seria
considerada cerceamento da liber-
dade empresarial. A política brasi-
leira de conteúdo local é baseada
na indução para a compra no país e
não veta a compra no exterior. Ain-
da assim, é combatida pela mídia,
que representa o capital internacio-
nal, visando maximizar seus lucros
e pouco se importando com o pa-
ís que quer aproveitar a existência
das reservas para alavancar seu de-
senvolvimento.
Olhando as escolhas pela con-
cessão ou o contrato de partilha,
já feitas pelos países em desenvol-
vimento, a regra que pode ser de-
duzida é que aqueles com maior
grau de soberania escolhem os con-
tratos de partilha e os com baixo
grau se subordinam às concessões.
A argumentação de que em áreas de
maior risco, as empresas estrangei-
ras só se motivam a participar se ti-
verem concessões, é compreensível.
Mas isto não significa que elas não
venham a fechar contratos de par-
tilha. Com dados de 2004, África
do Sul, Argentina e Peru tinham só
concessões. Angola, Bolívia e Egi-
to tinham só contratos de partilha.
Argélia, Colômbia, Nigéria e Rússia
tinham concessões e contratos de
partilha. Países podem ter conces-
sões da época de administrações ne-
oliberais e contratos de partilha de
períodos com administrações sobe-
ranas, que deve ser o caso da Rússia.
Os contratos de serviço podem
ser prestados para o Estado dire-
tamente ou para estatais do setor.
Neste caso, tem-se grande controle
do Estado sobre o setor. As petrolí-
feras estrangeiras não gostam de ser
assim contratadas porque isso res-
tringe seus ganhos e não há o rece-
bimento de parcela alguma do óleo
produzido. O Irã só usa este tipo de
contrato. O México o usava, mas,
como o monopólio estatal foi der-
rubado recentemente, a concessão
deve estar sendo usada. A Venezuela
tem contratos de partilha e de servi-
ços. Países do Oriente Médio, ainda
nos anos 70, nacionalizaram seus se-
tores petrolíferos. A Líbia e o Iraque
invadidos têm seus setores de petró-
leo tutelados, o que representa a op-
ção de desorganização do setor.
O abastecimento do Brasil,
graças ao Pré-Sal, está garantido
por muitos anos. A produção atu-
al da Petrobras satisfaz a deman-
da nacional. Contudo, pode-se
aumentar a produção do Pré-Sal,
acima do acréscimo de demanda,
para permitir ao Brasil exportar e
acumular divisas. Mas, para a ex-
portação ocorrer com o máximo
usufruto da nossa sociedade, a em-
presa exportadora precisa ser a Pe-
trobras. Os entreguistas argumen-
tam que ela não tem capacidade
financeira para explorar sozinha a
região, o que é verdade para os ní-
veis de produção que eles não ex-
plicitam. Ao nível de produção de
máxima satisfação da sociedade, a
Petrobras tem capacidade.
Sendo politicamente difícil re-
vogar a lei dos contratos de parti-
lha, o capital internacional busca
derrubar pontos positivos desta lei,
como a obrigatoriedade de a Petro-
bras ser a operadora única do Pré-
-Sal, dela ter 30% em todos os con-
sórcios desta área e as exigências de
conteúdo nacional. A operadora
em qualquer consórcio é a respon-
sável pelas compras do consórcio e,
sendo a Petrobras, sabe-se que as
compras no Brasil serão maximiza-
das. E não existe operadora de con-
sórcio que detenha menos de 30%
de participação.
A lei das concessões tem embu-
tida a pressa de interesse das empre-
sas estrangeiras. A ANP não busca
baixar a frequência dos leilões, cuja
necessidade não é explicada para a
sociedade. Enfim, existe muito en-
tulho neoliberal no setor. Um pon-
to é crucial: não podem mais existir
leilões de áreas na região do Pré-Sal,
que a Petrobras descobriu e conhece
bem. Estas áreas devem ser entregues
a ela diretamente, seguindo o artigo
12 da lei da partilha, adequando a
necessidade de investimentos ao flu-
xo de caixa da empresa.
* É mestre em Engenharia Industrial e
conselheiro do Clube de Engenharia.
10. 10
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
Claudio Weber Abramo*
O
escândalo da Petrobras,
posto a nu pela operação
Lava-Jato, confirmou as
piores previsões que se faziam des-
de que se determinou, em 1998,
que a estatal contaria com um re-
gime especial de licitações.
Desde aquela época se tem
apontado que o regulamento da
Petrobras contém inúmeras bre-
chas para o direcionamento de su-
as compras.
Compras são assunto estraté-
gico em qualquer empresa, pois
têm impacto direto em sua efici-
ência alocativa. Comprar mal sig-
nifica, no final das contas, erosão
de resultados.
Em qualquer empresa é agu-
da a consciência de que uma das
formas de pagar mais caro por al-
go que poderia ser comprado mais
barato se dá pelo mecanismo de
o vendedor do fornecedor de um
bem ou serviço pagar um suborno
ao comprador da empresa para es-
te direcionar-lhe as compras.
Por isso, os antigos códigos de
conduta de empresas sempre in-
cluíam advertências quanto a isso.
A propósito, tipicamente, tais
códigos jamais mencionavam a
situação complementar, a saber,
vedações a seus próprios vende-
dores pagarem propinas aos com-
pradores de seus clientes. Usar
dois pesos e duas medidas pa-
ra a mesma interação caracteriza
uma situação que só se pode des-
crever como esquizofrênica, pois
o conjunto geral de compradores
e vendedores compõe uma só co-
munidade de indivíduos.
É o caso de anotar: quem su-
põe que a condução de negócios
incorpora, em alguma medida,
noções de moralidade, melhor fa-
ria se refletisse novamente.
De volta à Petrobras, a existên-
cia de um regulamento para licita-
ções permissivo, aliada à consciên-
cia de que a eficiência em compras
é componente central da eficiência
geral da empresa, deveria de for-
ma natural levar à implantação de
mecanismos de acompanhamento
e controle capazes de enfrentar os
riscos de direcionamento. É o que
se faria em qualquer empresa.
O que a Lava-Jato desvendou
é que tais mecanismos simples-
mente inexistem na estatal. Da-
do que as regras para encomen-
dar refinarias são as mesmas que
governam a compra de copinhos
plásticos, papel para impressora e
todo o resto dos milhares de bens
e serviços necessários para tocar
uma empresa com mais de 70 mil
funcionários, pode-se especular
com razoável dose de convicção
que não há caneta esferográfica
usada na Petrobras que não car-
regue um sobrepreço oriundo de
propina paga ao funcionário res-
ponsável pela compra.
Como nesse tipo de coisa é so-
cioeconomicamente impossível
que indivíduos ajam de forma iso-
lada, pode-se também inferir que
as áreas de compras da Petrobras
são dominadas por quadrilhas es-
truturadas.
Se existe real intenção do con-
trolador da Petrobras (o governo,
representando a União) de sanear
a empresa, a segunda providência
crucial a tomar (sobre a primeira ver
mais abaixo) é montar mecanismos
internos de prevenção e controle
que não sejam só para inglês ver.
Qualquer mecanismo adminis-
trativo desse tipo precisa basear-se
em dois aspectos: a qualidade das
Desgoverno estrutural
informações usadas nos processos
decisórios e a checagem sistemática
dos elos da cadeia decisória.
Assim, o levantamento per-
manente de preços praticados no
mercado, a prospecção de forne-
cedores onde quer que estejam e
a submissão de decisões de gesto-
res à crítica são elementos que não
podem faltar.
Observe-se que não é costumei-
ro, no poder público brasileiro, se
prospectar preços de mercado. Co-
mo se levantou no caso Siemens
em São Paulo (por insistência da
Transparência Brasil, diga-se), “pre-
ços de mercado” costumam ser en-
tendidos como “preços ofertados”,
e não “preços praticados”.
Naquele escândalo, envolven-
do o mercado metro-ferroviário,
verificou-se que, para determinar
os preços de referência para suas li-
citações, os compradores (a Com-
panhia do Metrô e a Companhia
de Trens Metropolitanos) pergun-
tavam aos fornecedores por quan-
to ofereceriam bens e serviços nu-
ma licitação. Usavam as respostas
para fixar os preços de referência
para licitações de que participa-
vam exatamente as empresas que
haviam sido indagadas.
Semelhante comportamento,
que não resiste à primeira análise,
é a norma no Brasil.
Outro aspecto que se constatou
no caso Siemens foi a virtual ausên-
cia de controles. Sequer há disponi-
bilidade dos documentos internos
de registro das decisões tomadas ao
longo do processo de compra de
trens e encomenda de reformas em
composições existentes: as compa-
nhias não os arquivavam.
Ignora-se se a Petrobras tem si-
do gerida com o mesmo grau de
irresponsabilidade, mas pelo sim,
pelo não, o mais prudente é ima-
ginar o pior.
As providências iniciais toma-
das pelo governo federal na Petro-
bras parecem indicar intenção sa-
neadora. Criou-se uma diretoria de
governança que, embora (ao tem-
po em que estas linhas são escritas)
ainda não se conheça os poderes, te-
ria como função instituir melhores
controles internos (além de outras
responsabilidades cosméticas, do ti-
po compliance verbal, que de pouco
serve para qualquer coisa material).
O governo também levou ao
Conselho dde Administração da
estatal o advogado Luiz Navarro,
que foi durante anos o secretário-
-executivo da Controladoria-Ge-
ral da União. De todas as pesso-
as envolvidas com o processo de
saneamento da empresa, é o que
mais experiência tem na preven-
ção e combate à corrupção.
Resta saber se tais medidas de
natureza administrativa não serão
neutralizadas pela ausência da se-
gunda providência que se exigiria:
a eliminação da distribuição políti-
ca dos cargos de responsabilidade na
estatal, raiz do esquema Lava-Jato.
11. 11
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
www.corecon-rj.org.br
O loteamento de cargos na
administração entre partidos po-
líticos é o mecanismo de “gover-
nabilidade” (como se costuma,
equivocadamente, dizer) central
dos governantes brasileiros das
três esferas. Do último dos muni-
cípios ao governo federal, o gover-
nante adquire o apoio de partidos
nos respectivos parlamentos por
meio da distribuição de cargos.
O negócio é simples: em tro-
ca dos cargos, os partidos se com-
prometem a votar com o gover-
tno e, principalmente, eximir-se
de fiscalizá-lo.
Isso não apenas comprome-
te de modo terminal a eficiên-
cia administrativa como constitui
um dos elementos importantes na
desmoralização dos partidos polí-
ticos como representantes de ten-
dências ideológicas na sociedade.
O que, afinal, um partido po-
lítico deseja ao controlar uma di-
retoria de estatal, uma superin-
tendência regional do INSS ou do
Departamento Nacional de Infra-
estrutura de Transportes? Ou uma
subprefeitura?
Boa coisa não é, e o noticiário
político, transmudado em crônica
policial, mostra o que, de fato, a car-
tolagem partidária e os membros do
Legislativo querem com tudo isso.
É sintomático que, tendo o ca-
so Lava-Jato eclodido no período
pós-eleitoral, numa página se no-
ticiava sobre relações escusas entre
partidos, diretorias da Petrobras,
doleiros e fornecedores da estatal,
enquanto na página ao lado trans-
corria a descrição das idas e vindas
do loteamento de cargos no go-
verno federal (quanto aos gover-
nos estaduais recém-eleitos, afeta-
dos pelos mesmíssimos problemas
e condutores do mesmíssimo lote-
amento, manteve-se o usual silên-
cio noticioso).
O loteamento político é con-
sequência direta da liberdade que
governantes têm de nomear pesso-
as livremente para ocupar cargos
na administração, por sua vez ga-
rantida explicitamente na Consti-
tuição (Art. 37, Inciso V).
A partilha dos cargos é origina-
dora de ineficiências de toda na-
tureza, resultando em desempe-
nho governamental sub-standard.
É também responsável por mais
uma – ou várias – voltas no para-
fuso da falta de representatividade
de partidos políticos.
Por isso, é nada menos que es-
pantoso que a conversa sobre “refor-
ma política” deixe a questão de lado.
Que os políticos prefiram escamote-
ar o assunto é compreensível: nin-
guém quer mudar um estado de
coisas que o beneficie. Não é, contu-
do, inteligível que observadores do
Estado, e em particular a imprensa,
persistam em ignorar o assunto.
Caso a liberdade de nomea-
ção não seja drasticamente redu-
zida por emenda à Constituição,
nenhuma providência adminis-
trativa conseguirá contrabalançar
a ineficiência que provoca, não só
em estatais como em toda a admi-
nistração pública do país.
* Claudio Weber Abramo é vice-presi-
dente da Transparência Brasil. É bacha-
rel em Matemática (USP) e mestre em
Filosofia da Ciência (Unicamp). É au-
tor de artigos em publicações acadêmi-
cas nacionais e internacionais a respeito
do tema da corrupção e seu combate, e
colabora frequentemente para órgãos da
imprensa como articulista.
12. 12
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
Mauro Santayana*
A
questão da Petrobras man-
tém, neste momento, a si-
tuação do país em suspenso.
Trata-se não apenas de um proble-
ma jurídico, mas do futuro da nossa
maior empresa nacional e de deze-
nas de setores da economia brasi-
leira, que vão da indústria naval à
química, com implicações de toda
ordem e a ameaça de eliminação de
milhares de empresas e empregos.
Mas os problemas vão além
dos casos de corrupção na empre-
sa? Como poderia estar sua situa-
ção se não fosse isso?
Do nosso ponto de vista, a que-
da do petróleo não atrapalha a ex-
ploração do pré-sal para a Petro-
bras, porque o grande mercado da
Petrobras é o brasileiro. O que ba-
liza o preço que a Petrobras obtém
pelo óleo extraído no pré-sal ou pe-
lo óleo que ela troca pelo petróleo
do pré-sal lá fora é o custo final do
combustível no mercado nacional.
É a Petrobras que forma o pre-
ço do petróleo no mercado brasi-
leiro, e essa condição de formação
de preço só se veria ameaçada se
houvesse importação de combus-
tível em enorme escala por empre-
sas concorrentes, para substituir a
produção nacional da empresa.
Essa é uma possibilidade dis-
tante, que não poderia se dar sem
um tremendo esforço logístico,
que implicaria, por sua vez, no
aumento do custo, diminuindo a
margem de lucro de suas concor-
rentes, o que neste momento não
interessaria a ninguém.
O grande problema é o câm-
bio, considerando-se que muitos
dos insumos e serviços da Petro-
bras são importados. Mas ainda as-
sim, a manutenção desse quadro,
bertos – que têm sido várias vezes
multiplicadas pela mídia e por to-
do o tipo de “fontes” e “analistas”
– e que a está empurrando para a
realização de desinvestimentos. Is-
so é muito mais grave do que as su-
as perspectivas reais de produção e
de mercado, mesmo quando leva-
da em consideração a situação vi-
vida neste momento pela indústria
de óleo e gás em todo o mundo.
Essa é uma situação que só po-
deria ser minorada, por exemplo,
se a empresa tomasse uma deci-
são que revertesse as expectativas e
contornasse os problemas que tem
tido nas bolsas ocidentais e com a
má vontade de agências de qualifi-
cação como a Moody´s.
Esse seria o caso, por exemplo,
do estabelecimento de uma alian-
ça que lhe garantisse a obtenção
de recursos e de apoio alternativos
– para a execução dos projetos que
estão em andamento – com par-
ceiros alternativos que fossem fi-
nanceira e tecnicamente podero-
sos, como a China.
A Petrobras tem excelente tec-
nologia (acaba de ganhar, pela ter-
ceira vez, o maior prêmio do mun-
do, outorgado pela OTC, nessa
área), produção e gigantescas re-
servas de petróleo e gás, em as-
censão neste momento, e uma si-
tuação predominante em um dos
maiores mercados do mundo.
A única coisa que pode atrapa-
lhá-la é o fator político.
* Vencedor do Prêmio Esso de Reporta-
gem de 1971 e ex-correspondente no ex-
terior do Jornal do Brasil e da Folha de
São Paulo, trabalhou em várias publica-
ções como Gazeta Mercantil, Correio Bra-
ziliense, Última Hora e Revista Manchete.
É articulista do Jornal do Brasil Online, da
Revista do Brasil, da Carta Maior e do Jor-
nal Hoje em Dia e mantém o blog www.
maurosantayana.com.
A Petrobras e o fator político
tensão na Ucrânia, que pode vir a
prejudicar o fornecimento russo
de gás para a União Europeia.
Em uma situação normal, em
que fosse considerada apenas a ló-
gica produtiva e de mercado, a Pe-
trobras estaria vivendo um exce-
lente momento.
A expectativa negativa criada
em torno da empresa, no entan-
to, gerou uma posição institucio-
nal que não condiz com as perdas
efetivamente detectadas até agora
com os casos de corrupção desco-
em que o grande foco é o mercado
interno, com o aumento paulatino
da produção nacional de petróleo e
a de refino, só tende a ajudar a Pe-
trobras, com a recuperação de suas
margens de lucro no futuro.
Com relação ao mercado in-
ternacional, em médio prazo, a re-
composição do preço do petróleo
tende a ocorrer por várias razões.
Primeiro, a concorrência do petró-
leo saudita mais barato com o óleo
e o gás de xisto dos EUA, que pode
diminuir a oferta de produção lo-
cal no maior mercado do mundo.
Em segundo lugar, pela pres-
são de outros membros da OPEP
para que haja corte na produção.
Em terceiro lugar, pela diminui-
ção dos estoques norte-americanos
e chineses, que deve ocorrer devido
ao aquecimento da economia dos
EUA e das exportações chinesas,
como já se viu no início deste ano.
Depois, vem a possibilidade
de recuperação da economia euro-
peia, caso seja bem sucedido o pa-
cote de estímulo do BCE, e, por
último, a de haver um aumento da
13. 13
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Petrobras e petróleo
Estado de direito ameaçado
www.corecon-rj.org.br
Wadih Damous*
E
m nome do combate à cor-
rupção cometem-se aten-
tados de toda sorte à or-
dem jurídica.
O desenvolvimento da cha-
mada Operação Lava Jato mostra
como, de forma paulatina, o es-
tado de exceção vai contaminan-
do as práticas judiciais, os atos do
Ministério Público e o comporta-
mento da polícia.
Mas as consciências também
vão sendo contaminadas. Boa par-
te da população está convencida
de que contra a corrupção vale tu-
do. Direitos constitucionais dura-
mente conquistados pela demo-
cracia são tidos como obstáculos
à “santa cruzada”. Amplo direito
de defesa, presunção de inocência
e outras garantias individuais, na
prática, estão revogados.
A grande imprensa cumpre um
papel lamentável nesse cenário. A
mídia transformou-se em partido
político. E de oposição. Fomenta
ódio, fabrica “inimigos do povo”
e articula e incentiva abertamente
manifestações de natureza golpis-
ta. Aliás, o comportamento da im-
prensa nos dias que correm é bem
parecido com o método que ado-
tou nas vésperas do golpe de 1964.
O processo judicial se transfor-
ma em espetáculo. O juiz do pro-
cesso vira herói nacional sob a luz
dos holofotes e afagos da mídia.
As “confissões” obtidas se trans-
formam automaticamente em ver-
dade e ganham as manchetes dos
jornais. Permitem-se vazamentos
criminosos e seletivos que man-
charão por toda a vida a honra dos
atingidos, ainda que considerados,
ao final, inocentes.
Além dessas máculas, alguns
colegas advogados apontam ou-
tras diversas irregularidades prá-
ticas na condução da ação penal:
1) prisões desnecessárias, sem que
existisse risco à efetividade do pro-
cesso, ou seja, o sucesso das inves-
tigações não requer a efetivação de
prisões; 2) as prisões são utiliza-
das como instrumento de coação
para obter confissões e delações;
3) violação de regras de compe-
tência: nem todos os fatos investi-
gados são da competência do juiz
Sergio Moro; 4) desconsideração
de formalidades processuais que
são garantia contra a opressão do
Estado; 5) medidas de força ilegais
e desnecessárias, como a requisi-
ção do tesoureiro do PT, já que ele
não havia se recusado a compare-
cer para prestar depoimento; 6)
desconsideração das consequên-
cias sociais e econômicas das de-
cisões, pois os danos econômicos à
Petrobras produzidos com a con-
dução do procedimento e divul-
gação seletiva das investigações já
são maiores do que os das condu-
tas criminosas que se pretende pu-
nir; 7) provas produzidas sem res-
peito ao devido processo legal.
E diga-se mais. A delação pre-
miada é abertamente inconstitu-
cional porque fere, entre outros, os
princípios da moralidade pública,
da isonomia e do contraditório, já
que os delatados e a sua defesa não
têm acesso ao ato de delação nem a
chance de confrontar o delator. Le-
gitima-se a hipótese da pena sem
obediência a limites éticos e jurídi-
cos, como nos “velhos tempos”.
Tenta-se consolidar um padrão
jurisprudencial inaugurado no
julgamento do chamado “mensa-
lão”, onde os direitos fundamen-
tais dos acusados e a necessidade
de provar os fatos que ensejam a
acusação cedem lugar à teoria do
domínio fato, mal e porcamente
importada do direito alemão.
A esperança de que isso não
aconteça é o Ministro Teori Za-
vascki, que se mostra bastante di-
ferente – ainda bem! – de Joaquim
Barbosa. O ministro Teori é aves-
so a holofotes e, ao que se sabe,
não se intimida com clamores da
“opinião pública” insuflados pela
grande mídia.
O quadro sombrio que se de-
senha é considerar o Estado de
Direito, a Democracia, a Consti-
tuição e as leis como incompatí-
veis com o combate à corrupção.
A conclusão é enganosa. A nossa
ordem jurídica contém um arsenal
de normas e princípios suficientes
para o enfrentamento, que se faz
necessário, dos saqueadores do di-
nheiro público.
Agredir o Direito não levará ao
êxito da empreitada. Antes, pelo
contrário: significará a derrota da
Democracia e o reconhecimento
absurdo de que o crime só se com-
bate se nos livrarmos da Consti-
tuição, que só “atrapalha”.
*Advogado. Ex-presidente da OAB/RJ.
14. 14 Fórum Popular do Orçamento
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Em razão de sua conduta (com as
drogas), a criança deverá ser inclu-
ída em programa de auxílio, orien-
tação e tratamento a alcoólatras e
toxicômanos.
(Estatuto da Criança e do
Adolescente, artigos 98 e 101)
Introdução
Em sequência às matérias pu-
blicadas nas duas últimas edi-
ções, visando avaliar as políticas
públicas relativas ao Orçamento
Criança e Adolescente (OCA), o
tema desta edição é Assistência
Social, com destaque para a po-
lítica de combate ao uso de cra-
ck – questão eleita pelos conse-
lheiros como prioritária há dois
anos. Para analisar os valores re-
ferentes a essa política pública, os
dados apresentados foram corri-
gidos monetariamente pelo IP-
CA de janeiro de 2015.
O tratamento e
o combate ao crack
Há uma enorme discussão em
torno de como se pode combater e
tratar o uso desta substância. É al-
go que na verdade vai muito além
da simples busca pela cura do ví-
cio, e passa por questões como o
direito à cidade e inclusão social.
Durante muito tempo houve um
estigma muito forte de “loucu-
ra” que obrigava os pacientes com
problemas mentais a serem ex-
cluídos da sociedade, vivendo em
manicômios e sendo basicamen-
te medicados. Esse tipo de pen-
samento pode ser ligado a pre-
conceitos bem antigos da cultura
ocidental, como descreve Foucault
(2004), dizendo que, antes do sé-
culo XVIII, “Hospital servia para
recolher pobres e proteger a socie-
dade do perigo que eles represen-
tavam”. Ao longo da história, no
entanto, a Luta Antimanicomial
serviu para desconstruir tal con-
cepção, de modo a entender que o
processo de tratamento deve con-
tar com políticas públicas inclu-
sivas e acolhimento humanitário.
Nessa perspectiva, cabe uma aná-
lise dos problemas pessoais e fami-
liares sofridos pelo usuário.
Ainda não há um tipo de tra-
tamento consensual, porém as in-
formações disponíveis parecem
corroborar com o tratamento aco-
lhedor; dados de 2013 da Fiocruz1
mostram que quase 80% dos usu-
ários no país têm vontade de re-
ceber tratamento, o que esvazia a
retrógrada proposta de tratamen-
to via internação compulsória. De
fato, no Rio, de acordo com le-
vantamento da Secretaria Muni-
cipal de Desenvolvimento Social,
esse tipo de tratamento possui efi-
cácia duvidosa.
“Às vésperas de completar dois
anos, a internação compulsória de
crianças e adolescentes no Rio de
Janeiro está surtindo pouco efeito
na recuperação dos pequenos usu-
ários de crack e outras drogas. Le-
vantamento obtido pelo Jornal do
Brasil junto à Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Social reve-
la que apenas 24,88% das crianças
levadas forçosamente para abrigos
tiveram êxito no tratamento. Ou
seja, das 200 crianças já acolhidas,
apenas 50 alcançaram a tão fala-
da reinserção social. Os dados in-
dicam ainda que outros 59,7% fu-
giram dos abrigos mantidos pela
Prefeitura do Rio para onde foram
levados. Outra parcela – 15,42% –
refere-se aos transferidos para abri-
gos de outras cidades.” (Jornal do
Brasil, março de 2013)
Coerentemente ao processo
evolutivo citado anteriormente, o
tratamento de usuários se encami-
nha para ser na esfera psicossocial,
buscando a integração do pacien-
te com a sociedade. Assim sendo,
o plano de combate ao crack do
município do Rio de Janeiro tem
como carro-chefe o programa na-
cional “Crack: é possível vencer”,
que tem como objetivo a capaci-
tação de profissionais do SUS, a
criação de estrutura adequada nos
locais de tratamento e a promoção
da inserção social, prevenção nas
escolas e conscientização do pú-
blico jovem.
Nesse contexto, os Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS) se
mostram essenciais no procedi-
mento de combate ao crack. Es-
ses centros dispõem de serviços
comunitários para o tratamento
de pessoas com transtornos men-
tais graves e/ou com problemas
mentais decorrentes do uso de
álcool e outras substâncias. Leva
em consideração o ambiente no
qual o usuário vive, construindo
assim um modelo assistencialis-
Crack, um problema de saúde
e social, nunca de segurança
ta e complexo, que envolve, além
dos profissionais da saúde, a pró-
pria comunidade.
No caso da faixa etária em
questão, existem os CAPS infan-
tis (CAPSi), voltados para crian-
ças e adolescentes que possuem
sofrimento mental. Desse modo,
foram levantados dados sobre os
CAPSis do município e demais
ações governamentais pertinentes,
que trataremos a seguir.
Políticas públicas
A única ação destinada exclusi-
vamente à criança e ao adolescen-
te é o “Acolhimento especializado
a crianças e adolescentes usuários
de crack e outras substâncias”; no
entanto, existem outras ações que
também podem atingir o jovem
indiretamente através do Programa
Atendimento Psicossocial, como
por exemplo, a “Reforma, adequa-
ção e estruturação de unidades de
atenção psicossocial”, que abran-
ge os CAPSis. Em 2010, a previsão
do gasto para essa área se dava por
uma única ação, “Ações de Aten-
ção Psicossocial”, mas no decorrer
dos anos ela foi se dividindo, che-
gando em 2014 a quatro ações. Os
gastos realizados e a previsão para
2015 estão na Tabela 1.
Percebe-se um expressivo cres-
cimento dos gastos até 2013 e uma
retração em 2014, além de um no-
vo aumento previsto para 2015.
A diminuição no ano passado só
pode ser entendida como decisão
política, pois o patamar de recur-
sos federais transferidos se man-
15. 15
Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
FÓRUM POPULAR DO ORÇAMENTO – RJ
(fporiodejaneiro@gmail.com / 2103-0121 e 2103-0120)
Coordenação: Econ. Luiz Mario Behnken. Assistentes: Est. Camila Bockhorny, Est. Karina Melo e Est. Mariana Vantine.
Esta matéria contou com a colaboração dos assessores parlamentares Pâmela Matos (Gab. Ver. Reimont) e Talita Araujo (Gab. Ver. Renato Cinco).
teve na casa dos R$30 milhões.
Destaque para as Ações de
Atenção Psicossocial, que rece-
bem o maior valor, cujos produ-
tos são a implantação de CAPS,
capacitação de profissionais e nú-
mero de usuários matriculados na
unidade de atenção. Já a ação es-
pecífica (2021) merece uma aten-
ção especial pela execução tercei-
rizada, que será tratada a seguir.
Quem acolhe
(e prendia) é ONG
A Prefeitura tem diversos con-
tratos com ONGs e empresas pri-
vadas no âmbito de gerir alguns
projetos em conjunto. No assun-
to referente ao texto, podemos
destacar as Casas Vivas, especia-
lizadas no acolhimento de jovens
usuários de drogas, principalmen-
te de crack, onde vivem 20 jovens
e crianças; são geridas pela ONG
Viva Rio e tinham como parcei-
ra também a Tesloo/ Obra Social
João Batista, que por algum tem-
po ficou encarregada de realizar as
internações compulsórias.
Buscando dados no Rio Trans-
parente, podemos encontrar os va-
lores dos contratos da ONG Viva
Rio e da ONG Tesloo; no mesmo
site podemos encontrar seu CNPJ
com outro nome (Obra Social
João Batista). Esse dinheiro pro-
vém do Fundo Municipal de As-
sistência Social, onde também se
encontram muitos outros contra-
tos com a esfera privada (Tabela 2).
Não foi possível identificar se
a razão do crescimento do valor
repassado de 2013 para 2014 foi
pelo aumento de usuários ou de
atendimentos.
Considerações finais
Ao revisitarmos os dados da
política municipal de combate ao
uso do crack por crianças e ado-
lescentes, constatamos dois as-
pectos positivos: o abandono da
agressiva internação compulsória
e a elevação dos recursos, com a
ressalva da significativa queda em
2014. Sem dúvida, duas postu-
ras governamentais necessárias e
urgentes. Todavia, algumas ques-
tões colocam em risco e em dúvi-
da a efetividade da política públi-
ca, tais como:
• Por que a adesão ao plano nacio-
nal não significou um maior apor-
Tabela 1 – Ações Psicossociais
Em R$
AÇÃO 2010 2011 2012 2013 2014 PLOA 2015
2021 - ACOLHIMENTO ESPECIALIZADO
A CRIANÇAS E ADOLESCENTES USUÁRIOS
DE CRACK E OUTRAS SUBSTÂNCIAS
2.042.889,37
3.646.450,12 4.183.068,89
7.256.339,43 5.884.174,49 7.074.016,68
1766 - REFORMA, ADEQUAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO
DE UNIDADES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
0 0 1.044,13
2746 - AÇÕES DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
8.431.925,46 13.939.210,67
42.836.811,33 32.950.978,10 60.949.237,38
2748 - AÇÕES DE DESINSTITUCIONALIZAÇÃO
EM SAUDE MENTAL
17.663.633,42 12.912.687,03 22.991.630,72
SOMA 2.042.889,37 12.078.375,58 18.122.279,56 67.756.784,18 51.747.839,62 91.015.928,91
Fontes: Prestação de Contas 2010 -2013, Rio Transparente para 2014 e PLOA de 2015.
Tabela 2 – ONGs favorecidas
Em R$
ONG favorecida 2011 2012 2013 2014 2015
TESLOO/JOAO BATISTA 16.684.449,58 13.869.093,04 11.421.512,59-
VIVA RIO 3.802.884,69 55.251.431,93 40.371.658,33
Fonte: Rio Transparente - acesso 16/03/2015
te de recursos federais?
• Por que o tema crack não cons-
ta como prioridade no Plano de
Ação para 2015 do Conselho Mu-
nicipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente – CMDCA?
• Por que é difícil verificar se as
metas do Plano Plurianual estão
sendo cumpridas, como o núme-
ro de usuários atendidos/matricu-
lados e crianças atendidas nas Ca-
sas Vivas?
• Por que permanece a prática de
se terceirizar ações governamen-
tais de caráter eminentemente so-
cial com ONGs que acabam em
escândalos de corrupção?
1 http://www.icict.fiocruz.br/sites/www.
icict.fiocruz.br/files/Pesquisa%20Nacio-
nal%20sobre%20o%20Uso%20de%20
Crack.pdf
16. Jornal dos Economistas / Abril 2015www.corecon-rj.org.br
Escolas da Macroeconomia16
n Em março de 2014 o JE iniciou a
publicação mensal de uma série de
12 artigos sobre Escolas de Macroe-
conomia. Esse projeto institucional
do Corecon-RJ contou com a cola-
boração de mais de uma dezena de
economistas de diferentes estados.
Os artigos trataram das seguintes es-
Escolas de Macroeconomia: Quadro-síntese
Quadro-síntese das Escolas da Macroeconomia
Questão/
Escola
Macroeconomia
Clássica
Macroeconomia
Neoclássica
(antes de Keynes)
Keynes e
a Teoria Geral
Síntese
Neoclássica
Monetarismo
Novo-
clássica
Novo-
keynesiana
Sraffianos
Pós-
keynesiana
Kaleckianos
Novo
Consenso
Crítica Marxista
Economias
capitalistas
estáveis,
possibilidade
de crises
temporárias
estáveis
potencialmente
instáveis
estáveis
estáveis no
LP (NUR)
estáveis já
no CP (NUR)
estáveis
estáveis, com
possibilidades
de crises
instáveis
potencialmente
instáveis, com
possibilidade
de crises
estáveis
estruturalmente
instáveis
Causa das
flutuações
distúrbios
monetários
e reais
distúrbios
monetários e
distúrbios reais
variação
de investimento
variações
de gastos
autônomos
política
monetária
inapropriada
distúrbios
monetários
(choques
não
antecipados
DA) e reais
(choques
de OA)
choques de
DA e OA
variação na
DA
variações
de gastos
autônomos;
efeito dual do
investimento
e variação
dos gastos
autônomos
choques
de oferta e
de DA
dissociação entre
produção e con-
sumo causada
pela separação
entre as instân-
cias da produção
e realização do
valor.
Ajustamen-
to mercado:
preços/sa-
lários e ve-
locidade do
ajustamento
preços das mer-
cadorias flexí-
veis, preços de
oferta de longo
prazo das mer-
cadorias e salá-
rio real rígidos
rigidez nominal
aceita no curto
prazo e flexibili-
dade de preços
e salários no lon-
go prazo
fraco; debate
rigidez x flexibi-
lidade é irrele-
vante
fraco; ênfase
na rigidez do
salário no-
minal
forte; flexível
muito forte;
perfeitamen-
te flexível
lento; ênfa-
se na rigi-
dez nominal
de preços e
real de sa-
lários
ajustes len-
tos ou rápidos
(depende da
estrutura do
mercado); in-
flação de cus-
tos, conflito
distributivo
muito fraco; de-
bate sobre rigi-
dez não possui
papel relevante.
não há ten-
dência ao ple-
no emprego,
mas a oferta se
ajusta à de-
manda; preços
determinados
pelo grau de
monopólio
lento, ênfa-
se na rigi-
dez nomi-
nal e real
forte, com trajetó-
ria inerentemente
cíclica da acu-
mulação de capi-
tal, concentração
e centralização
de capitais.
Noção de
equilíbrio
restrição de ca-
pacidade pro-
dutiva e desem-
prego no longo
prazo
tendência ao ple-
no emprego (ca-
pital e trabalho)
no longo prazo
abaixo do pleno
emprego
repouso, pro-
vavelmente
abaixo pleno
emprego
zeragem de
mercado à
taxa natural
zeragem de
mercado à
taxa natural
consisten-
te com de-
semprego
involuntário
repouso com
desemprego e
utilização nor-
mal da capa-
cidade (com
tendência)
repouso, prova-
velmente abaixo
pleno emprego
não há! A nor-
ma é flutu-
ações sem
tendência ao
pleno em-
prego
consistente
com de-
semprego
involuntá-
rio no curto
prazo
inexistente
Expecta-
tivas
papel secundário
papel relevan-
te nas flutuações
de curto prazo e
pouca relevância
no longo prazo
formadas sob
incerteza, fre-
quentemente
baseadas em
convenções
adaptativas adaptativas racionais racionais
papel secun-
dário na teoria
do produto
razoáveis (sub-
jetivas, com
base na incer-
teza)
papel secun-
dário na teoria
do produto
híbridas –
racionais
e adapta-
tivas
papel secundário
Horizonte
temporal
dominante
longo longo curto curto
curto e lon-
go prazo
longo=curto
curto, pre-
dominante
longo curto curto e Longo
curto, pre-
dominante
longo
Diretriz:
Livre mer-
cado (LM)
ou interven-
cionismo
(INT)
LM LM INT INT LM LM INT (?)
intervencionis-
mo em geral
INT
intervencionis-
mo em geral
LM (?)
superação da
ordem capitalista
Política mo-
netária
(Y, N)
eficaz no curto
prazo
eficaz no longo
prazo
eficaz condicio-
nalmente
eficaz
CP: eficaz
LP: ineficaz
ineficaz (no
curtíssimo
prazo so-
mente se a
política não
for antecipa-
da); LP: Ine-
ficaz
Eficaz menos eficaz eficaz
eficaz (via cré-
dito)
eficaz no
curto pra-
zo devido à
rigidez de
preços
NA
Política
fiscal (Y, N)
eficaz
ineficaz no longo
prazo
eficaz eficaz ineficaz ineficaz eficaz eficaz eficaz eficaz eficaz NA
Regra (R)
ou discri-
cionarieda-
de (D)
R R D D R R
aproxima-se
mais de re-
gras do que
de discricio-
nariedade
D D D
aproxima-
-se mais de
regras
NA
Notas: (NA) não se aplica. (NUR) Taxa natural de desemprego. (OA) Oferta agregada. (DA) Demanda agregada. (CP) Curto prazo. (LP) Longo prazo. (D) Discricionariedade: as políticas macroeconômicas dependem das
avaliações e decisões dos formuladores de políticas. (R) Aplicação de regras na adoção de políticas macroeconômicas; regras anunciadas antecipadamente. Eficácia das políticas macroeconômicas refere-se ao impacto
sobre emprego e renda real.
colas: Macroeconomia clássica; Ma-
croeconomia neoclássica (Macroe-
conomia antes de Keynes); Keynes
e a Teoria Geral; Síntese Neoclássi-
ca; Monetarismo; Novo-Clássica;
Novo-Keynesiana; Sraffiana; Pós-
-keynesiana;Kaleckiana;NovoCon-
senso; e Macroeconomia Marxista.
O último produto da série é um
quadro-síntese que envolve a com-
paração dos entendimentos de cada
escola em relação às questões-cha-
ve da Macroeconomia. Vale desta-
car que esse quadro-síntese não está
isento de controvérsias. A organiza-
ção do projeto ficou sob a respon-
sabilidade de Fábio N. P. de Frei-
tas, Maria Isabel Busato, Marcelo
Carcanholo e Reinaldo Gonçalves.
Com a conclusão desse projeto, o
Corecon-RJ atinge seu objetivo de
fornecer mais um serviço de utili-
dade pública para estudantes e pro-
fessionais na área de Economia.