3. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
Durante os séculos XIX e XX,
o crescimento económico foi
o maior da História,
contrastando com o período
anterior a 1820.
Fonte: Our World in Data
4. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
Revolução Industrial
Teve início na Inglaterra, na 2ª metade do século XVIII
Foi consequência:
▪ da nova organização da produção em grandes fábricas;
▪ do trabalho assalariado;
▪ da inovação tecnológica (máquina a vapor).
O seu financiamento só foi possível devido à acumulação de
capital, resultante do crescimento do comércio externo
5. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
Estes 3 fatores
impulsionaram-se mutuamente,
contribuíram para o crescimento
económico e resultaram dele,
simultaneamente.
Revolução Industrial
6. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A par da Revolução Agrícola, a melhoria de infraestruturas dos transportes, e dos novos
valores assentes na livre iniciativa, o crescimento económico moderno resultou sobretudo
da conjugação de 3 fatores:
Aumento da dimensão dos
mercados
(interno e externo)
Investimento de capital
(físico e humano)
Progresso técnico
Revolução Industrial
7. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Aumento da
dimensão de um
mercado
Aumento da
quantidade
vendida/comprada
de determinado
bem e serviço
Aumento da
população
Aumento do poder
de compra da
população
=
8. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Aumento da
produção
Aumento do
rendimento
Aumento do
consumo e da
poupança
9. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
PIBpm
Oferta
interna
= Despesa
Interna = Consumo
privado + Consumo
público +
Investimento
(público e
privado)
+ Exportações
– Importações
Procura interna de bens e
serviços
(mercado interno)
Procura externa
de bens e serviços
(mercado externo)
Oferta
externa
10. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Procura interna
há crescimento do PIBpm
Comprovando a relação existente entre a dimensão dos mercados
(interno e externo) e o crescimento económico medido pelo PIBpm
aumenta
Procura externa líquida
há crescimento do PIBpm
aumenta
11. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
A Europa exportava produtos
manufaturados para África e esta
fornecia recursos humanos
(escravos) para as plantações da
América, cujos produtos, por sua
vez, eram exportados para a Europa.
Representação do modelo
clássico do comércio triangular
Aumento da dimensão do
mercado externo
12. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Inovações: uma nova fonte energética – o petróleo, novas formas de organização da
produção, novas matérias-primas, novas indústrias (petroquímica e telecomunicações,
por exemplo)
Depois da grave crise que teve início em 1929, surgiu um novo modelo de crescimento
económico, iniciado pelos Estados Unidos da América.
O aumento da dimensão dos mercados e do investimento deu início a um novo
período (ou ciclo) de crescimento económico associado ao consumo de massas – surge
a sociedade de consumo.
13. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Crescimento económico vivenciado pela economia americana até 1929, assim como a
retoma depois de 1933.
Fonte: Our World in Data (adaptado)
14. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Sistema de preferências aduaneiras
A lógica do aumento da dimensão dos mercados também esteve presente
na construção das diferentes formas de integração económica.
Ex: Commonwealth
Zona de comércio livre Ex: EFTA, NAFTA, ASEAN, COMESA
União aduaneira
Mercado Comum
União Económica
União Económica e Monetária
Ex: Processo de construção da UE
15. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
São vários os países que utilizaram o alargamento dos mercados na sua
estratégia de crescimento económico:
Mercado externo
Através do desenvolvimento da indústria
exportadora
Mercado interno
Através da produção para substituição das
importações
Países asiáticos (China, Índia, Singapura, Malásia, Tailândia, Filipinas, Coreia do Sul, entre outros)
Regiões Administrativas Especiais (Hong-Kong, Taiwan)
Países americanos (Brasil, México, Chile, Argentina, entre outros)
16. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Estratégias utilizadas:
• Baixos salários.
• Ausência de proteção ambiental e de direitos dos trabalhadores.
• Subsídios do Estado à produção e à exportação.
Contribuíram para a redução dos custos unitários de produção,
tornando os seus produtos mais competitivos no mercado internacional.
São vários os países que utilizaram o alargamento dos mercados na sua
estratégia de crescimento económico:
17. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
A intensificação do mercado mundial é favorecida:
• Pelo desenvolvimento das telecomunicações, dos transportes e redes
de logística em todo o mundo.
• Pela maior mobilidade dos capitais, da tecnologia e das pessoas.
• Pela deslocalização das empresas ou de algumas fases do processo
produtivo para países que apresentam maiores vantagens:
• mão-de-obra abundante, especializada e mais barata;
• proximidade das matérias-primas;
• proximidade dos compradores;
• outros.
18. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
A – Aumento da dimensão dos mercados (interno e externo)
Todos os países
beneficiam deste
alargamento de
igual forma?
Todas as pessoas
beneficiam do
crescimento
advindo?
Países com a taxa de
crescimento do PIB
mais elevada em
2021
2021
Taxa de
crescime
nto do
PIB (&)
Índice de
Desenvolvimento
Humano (IDH)
Índice de
Desenvolvimento Humano
Ajustado à Desigualdade
(IDHAD)
Índice de
Desigualdade de
Género (IDG)
Índice de
Desenvolvimento
Humano por
Género (IDHG)
Valor
Ranking
IDH
Valor Valor
Diferença da
classificação do
IDH
Ranking
IDG
Valor Valor Grupo
Líbia2 31,4 104 0,718 - - - - - - 61 0,259 0,975 1
Maldivas2 31,0 90 0,747 0,685 14 83 0,348 0,925 3
Guiana2 19,9 108 0,714 0,591 3 114 0,454 0,978 1
Macau, China (RAE*) 18,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Panamá1 15,3 61 0,805 0,640 -19 96 0,392 1,017 1
Moldávia2 13,9 80 0,767 0,711 16 51 0,205 1,010 1
Bahamas1 13,7 55 0,812 - - - - - - 78 0,329 - - - - - -
Irlanda1 13,5 8 0,945 0,886 2 21 0,074 0,987 1
Peru2 13,3 84 0,762 0,635 -3 90 0,389 0,950 2
Honduras3 12,5 137 0,621 0,479 4 107 0,431 0,960 2
*RAE – Região Administrativa Especial.
1Índice de Desenvolvimento Humano muito elevado.
2Índice de Desenvolvimento Humano elevado.
3Índice de Desenvolvimento Humano médio.
Fontes: Worldbank e Human Development
Report 2021/2022 PNUD (adaptado)
19. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
B – Investimento de capital (físico e humano)
Aplicação da poupança na atividade produtiva.
Investimento
20. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
B – Investimento de capital (físico e humano)
Corresponde ao conjunto de
aptidões humanas utilizadas no
trabalho e desenvolvidas através
da experiência e dos
conhecimentos adquiridos ao
longo da vida.
Capital Humano ou Trabalho Capital Físico ou Formação Bruta de Capital
Edifícios, máquinas,
veículos, programas
informáticos, grandes
bases de dados, etc.
São bens de produção
Capital Fixo
ou Formação Bruta de
Capital Fixo (FBCF)
Capital Circulante
ou Variação de Existências
(VE)
Matérias-primas e
subsidiárias, produtos
acabados e em vias de
fabrico e mercadorias.
21. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
B – Investimento de capital (físico e humano)
Investimento em capital humano
Feito através de:
• Educação.
• Formação
profissional.
• Ações de formação
de trabalhadores.
É importante porque...
...dele depende a
existência de
empresários e de
trabalhadores mais
capazes.
Consequências:
• Inovação.
• Investigação e
desenvolvimento de novos
produtos e serviços.
• Criação de novas patentes.
• Aumento da qualidade da
produção.
• Aumento da produtividade.
É decisivo para o crescimento económico!
22. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
B – Investimento de capital (físico e humano)
Investimento em capital físico
Funções do investimento
Aumento da
capacidade produtiva
Inovação
Substituição dos bens
(que se vão
desgastando)
“O investimento é o motor de uma economia!”
23. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
B – Investimento de capital (físico e humano)
Aumento das despesas de investimento
Gera diretamente emprego
Mais rendimentos repartidos
(salários, rendas, juros e lucros)
↑ Poupança e, por isso,
↑ Investimento
↑ Consumo
↑ Procura interna
↑ PIB (crescimento da
economia)
Estimula a produção
Investimento em capital físico
24. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Expansão da capacidade de um país converter recursos em
bem-estar através do aumento da produção.
Alguns autores referem que o aumento do conhecimento
se traduz na criação de novas ideias ou na melhoria da
eficiência da economia.
Progresso técnico (ou tecnológico)
De acordo com Robert Solow, os progressos tecnológicos
influenciam o crescimento económico.
Robert M. Solow
(1924)
25. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Progresso
técnico
(ou tecnológico)
Investimento em
I&D
Acumulação
de capital
(para
financiar)
Alteração nos
processos produtivos
Introdução de novos
bens e serviços
(através da inovação)
Investimento em
Capital humano
Os indicadores de I&D são indicadores relevantes do crescimento económico!
26. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Termo inglês que significa “saber como” e traduz-se no conjunto de
conhecimentos práticos (fórmulas secretas, informações,
tecnologias, competências, técnicas, procedimentos, etc.)
adquiridos por uma empresa ou por um profissional, que lhe
acrescenta valor.
Há autores que o consideram sinónimo de progresso técnico.
Know-how
27. Definição de INOVAÇÃO – Joseph Schumpeter (1934):
• Introdução de um novo produto ou de uma melhoria na qualidade de
um produto já existente (inovação no produto).
• Introdução de um novo método de produção (inovação no processo).
• Abertura de um novo mercado, em particular um novo mercado para
exportação (inovação no mercado).
• Nova fonte de fornecimento de matérias-primas ou de bens semi-
manufaturados (inovação nos recursos).
• Nova forma de organização empresarial (inovação organizacional).
1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Joseph
Schumpeter
(1883-1950)
28. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Medida da eficiência do processo produtivo.
Corresponde à relação entre um fator produtivo (expresso em valor
ou quantidade) e a produção (expressa em valor ou quantidade).
Produtividade média (de um fator produtivo)
O progresso técnico reflete-se no aumento da produtividade dos fatores
de produção (trabalho e capital).
29. Produtividade média de um fator produtivo =
Produção
Fator produtivo
1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Produção Fator produtivo
Produtividade
média
Eficiência do
processo
produtivo
Aumenta Mantém-se Aumenta Melhora
Aumenta Diminui Aumenta Melhora
Mantém-se Diminui Aumenta Melhora
Diminui Aumenta Diminui Piora
Diminui Diminui Depende de qual diminui mais
30. 1.2.1. Fontes de crescimento económico
C – Progresso técnico
Modelos explicativos do crescimento económico
Procura agregada
(e o efeito
multiplicador).
Acumulação e
produtividade do
capital.
Modelo de Harrod-
Domar (1939/1946)
Papel da acumulação de
capital no processo de
crescimento económico.
Modelo de
Robert Solow
Aumento de nível de
especialização na
produção.
Modelo de Adam Smith
(1723)
Crescimento da
população.
Modelo de Malthus
(1766)
Inovação e empresário
empreendedor.
Modelo de Schumpeter
(1883)
Modelo de Keynes
(1833)
31. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
Características do crescimento económico moderno:
• Alteração da estrutura da atividade económica.
• Inovação tecnológica.
• Aumento da produção e da produtividade.
• Diversificação da produção.
• Modificação do modo de organização económica.
• Melhoria do nível de vida.
32. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
A – Alteração da estrutura da atividade económica
O setor primário!
Grande parte da população ativa
dedica-se a atividades agrícolas,
representando a maior percentagem
da sua produção, em contraste com a
indústria e os serviços.
Num país pouco desenvolvido, qual é
o setor predominante?
Repartição setorial da população empregada em
Portugal em 1974 (em %)
Fonte: PORDATA
33. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
A – Alteração da estrutura da atividade económica
À medida que um país se vai
desenvolvendo, o setor primário
cede posição e o setor terciário
ganha destaque.
Terciarização!
Repartição setorial da população empregada em
Portugal em 2021 (em %)
Fonte: PORDATA
34. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
A – Alteração da estrutura da atividade económica
Uma economia é tanto mais desenvolvida
quanto maior for o ganho do contributo do setor terciário
em detrimento do setor primário.
(Análise da evolução da estrutura setorial da economia)
35. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
B – Inovação tecnológica
A alteração da estrutura da atividade económica aconteceu
porque, entre outros fatores, houve inovação tecnológica
que a potenciou.
36. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
B – Inovação tecnológica
São os países com
desenvolvimento muito
elevado e elevado que
apresentam:
• maior valor do
investimento em I&D (em
% do PIB);
• maior nível de
escolaridade (esperada e
efetiva) da população;
• maior número de pedidos
de patentes.
2021 2020 2019
Índice de
Desenvolvimento
Humano (IDH)
Anos de
escolaridade
esperados
Média de
anos de
escolaridade
RNB per
capita
Pedidos
de
patentes
Despesas em
atividades de I&D
em % do PIB
Valor (anos) (anos) (2017 PPC$)
Suíça 0,962 16,5 13,9 66 933 1 685 3,15
Japão 0,925 15,2 13,4 42 274 288 472 3,20
EUA 0,921 16,3 13,7 64 765 597 172 3,17
Portugal 0,866 16,9 9,6 33 155 958 1,40
China 0,768 14,2 7,6 17 504 1 497 159 2,24
Brasil 0,754 15,6 8,1 14 370 24 338 1,21
África do Sul 0,713 13,6 11,4 12 948 6 688 0,62
Índia 0,633 11,9 6,7 6 590 56 771 n.d.
Angola 0,586 12,2 5,4 5 466 85 n.d.
Moçambique 0,446 10,2 3,2 1 198 40 n.d.
Fonte: Human Development Report 2021/2022 – PNUD, PORDATA e Worldbank
n.d. – não disponível
37. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
B – Inovação tecnológica
Investimento em I&D em %, em Portugal N.º de investigadores em I&D por mil ativos, em Portugal
Fonte: PORDATA
Fonte: PORDATA
38. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
B – Inovação tecnológica
Pedido de patentes ao Instituto Europeu de Patentes, por milhão de habitantes.
Fonte: PORDATA
39. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
C – Aumento da produção e da produtividade
Aumento da produtividade
Redução dos custos unitários tornando as empresas mais competitivas
Mais produção, mais vendas e maior rendimento distribuído através da
remuneração dos fatores produtivos, trabalho e capital
Crescimento do PIB e maior nível de bem-estar
Objetivo de qualquer economia moderna
Relação entre produtividade e crescimento económico
40. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
C – Aumento da produção e da produtividade
Aumentar a produtividade tornou-se no objetivo mais importante das
organizações, desenvolvendo-se, por conseguinte, várias teorias em
busca deste propósito, que caracterizam as economias modernas até
aos nossos dias.
41. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
C – Aumento da produção e da produtividade
Principais modelos de organização da produção
Divisão técnica do trabalho
(século XVIII)
Adam Smith
Taylorismo
(final do século XIX)
Frederick Taylor
Divisão de tarefas complexa em várias
tarefas mais simples, com a finalidade de
tornar o trabalhador mais rápido e eficiente
na execução sucessiva de uma mesma tarefa.
Princípio da administração científica da
produção com o objetivo de obter a menor
relação custo-benefício a partir da redução
do tempo de execução das tarefas.
42. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
C – Aumento da produção e da produtividade
Fordismo
(1914 a meados de 1980)
Henry Ford
Teoria das relações humanas
(1927 – 1932)
Elton Mayo
Sistema ou modelo de produção baseado na
divisão técnica do trabalho, criado pelo
empresário norte americano Henry Ford, nas
fábricas de automóveis Ford.
Impulsionada pelos resultados da célebre
experiência de Hawthorne (1927 – 1932),
defende que o aumento da produtividade
depende das boas relações humanas.
Principais modelos de organização da produção
43. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
C – Aumento da produção e da produtividade
Principais modelos de organização da produção
Toyotismo
(1948 – 1975)
Taiichi Ohno, Shigeo Shingo e Eiji Toyoda
Sistema ou modelo de produção desenvolvido por engenheiros das fábricas de montagem de
automóveis da empresa japonesa Toyota.
44. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
C – Aumento da produção e da produtividade
Principais modelos de organização da produção
Na atualidade...
Estandardização
(produção em massa)
Personalização
(produção individualizada)
Início do século XX Início do século XXI
45. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
D – Diversificação da produção
Produção em série e em massa
Necessidade de conquistar e
fidelizar os consumidores
Concorrência entre empresas
• Criação de novos bens.
• Marcas.
• Patentes.
• Serviços.
• Marketing e estudos de mercado.
46. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
D – Diversificação da produção
Títulos de patentes de invenção concedidos em Portugal
Fonte: PORDATA
47. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Há uma relação positiva entre o crescimento do comércio internacional
e o processo de crescimento económico moderno.
48. Teoria das vantagens absolutas
de Adam Smith
Teoria das vantagens relativas
de David Ricardo
Adam Smith defendia que a eficiência na
produção variava não só de país para país,
mas também que as respetivas
especializações nos bens para os quais
tinham vantagens absolutas e a liberalização
dos mercados, beneficiariam os
consumidores de ambos os países, pois
teriam acesso a mais bens.
David Ricardo tentou mostrar que, mesmo
quando um país fosse absolutamente menos
eficiente a produzir todos os bens,
continuaria a participar no comércio
internacional ao produzir e exportar os bens
que produzisse de forma relativamente mais
eficiente.
1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
49. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Efeitos positivos do comércio internacional
Aumento da dimensão
dos mercados
Especialização das
economias nos bens e
serviços para os quais têm
vantagem comparativa
(relativa ou absoluta)
Aumento da produção
Economias de escala
Diminuição dos custos
unitários de produção
Maior competitividade Potencia a inovação
50. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Exemplo:
Concentração entre um produtor
de sapatos e uma loja que vende
sapatos.
Verticais
Quando acontece entre
empresas a níveis diferentes na
cadeia de abastecimento,
complementando-se.
> Alguns tipos de concentração de empresas
Exemplo:
Concentração entre dois
produtores de sapatos.
Horizontais
Quando acontece entre
empresas ao mesmo nível na
cadeia de abastecimento (são
concorrentes no mesmo
mercado relevante).
>
Exemplo:
Concentração entre um
hipermercado e uma fábrica de
automóveis.
Conglomerais
Quando acontece entre
empresas que mantêm relações
que não são nem horizontais
nem verticais.
>
51. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Fusões
As concentrações podem revestir a forma de:
Aquisições
Dando origem a empresas de grande dimensão que se assumem,
por exemplo, como monopólios ou oligopólios.
52. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Deu origem ao fenómeno da deslocalização das empresas (ou da produção de
algumas das fases do processo produtivo para outros países), de forma a
beneficiar de vantagens comparativas
Aumento da dimensão dos
mercados
(através da integração económica)
Aumento da dimensão das empresas
(através das concentrações entre elas)
Impostos
mais baixos
Salários
mais baixos
Abundância de recursos
humanos mais
qualificados
53. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Implicou redução do consumo (público e privado)
e do investimento (público e privado)
Desemprego
Consequências da deslocalização (para os países que perdem as empresas)
Perda de receitas fiscais para o
Orçamento do Estado
Consequências diretas sobre o crescimento económico (diminuição do PIB)
54. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
As pequenas e médias empresas (PME)
são geradoras de emprego (e, consequentemente, de rendimentos)
e de inovação (porque são muito competitivas, necessitando de se
diferenciar através de produtos novos e/ou mais baratos).
55. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
São PME as que reúnem cumulativamente os seguintes critérios:
Número de efetivos < 250 trabalhadores
Volume de negócios ≤ 50 milhões de euros
Ou
Balanço total ≤ 43 milhões de euros
Representam cerca de 90% das empresas e empregam 2/3 da
população ativa.
Pequenas e médias empresas (PME)
56. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Principais alterações na atividade económica que justificam a intervenção do Estado
Afetam
negativament
e o nível de
bem-estar
social do
crescimento
económico,
justificando a
necessidade
de intervenção
do Estado na
atividade
económica.
Surgimento de
concentração empresarial
Tem como consequência o aumento dos preços dos bens e a
redução das quantidades oferecidas no mercado.
A produção gera custos sociais e ambientais, não
intencionais, que não são internalizados pelo produtor e, por
isso, não se refletem no preço de venda dos bens e serviços.
As necessidades não são satisfeitas. O mercado não tem
interesse em produzir bens ou oferecer serviços que os
consumidores não estão interessados em pagar.
Proliferação de modos de
produção geradores de
externalidades negativas
Ausência ou insuficiência de
oferta, por parte do
mercado capitalista de bens
e serviços, que satisfaçam
determinadas necessidades
Fenómeno de
deslocalização
Gera desemprego nos países onde se verifica o fenómeno.
57. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
E – Modificação do modo de organização económica
Principais diferenças entre Estado liberal e Estado intervencionista
• Cumpre e faz cumprir a ordem pública,
sem funções económicas.
• Remete o funcionamento da economia
para o mecanismo de mercado.
• Só regulamenta juridicamente a
economia para fazer respeitar a livre
concorrência.
≠
• Desempenha ativamente funções
económicas e sociais.
• Procura assegurar os equilíbrios
macroeconómicos.
• Planeia, define e implementa políticas
económicas e produz bens e serviços
que o mercado não produz ou produz
de forma ineficiente.
Estado liberal Estado intervencionista
58. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
F – Melhoria do nível de vida
O nível de vida de uma população não é determinado pelo
rendimento distribuído pela atividade económica, mas sim pelo seu
poder de compra.
Quantidade de bens e serviços que o trabalhador consegue adquirir
com a quantidade de moeda que dispõe (rendimento nominal
distribuído pela atividade económica), por exemplo, o seu salário.
Poder de compra
59. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
F – Melhoria do nível de vida
As famílias ganham
poder de compra.
O seu nível de vida
melhora.
Taxa de crescimento do
rendimento nominal
Taxa de crescimento do
nível médio de preços
(taxa de inflação)
>
As famílias perdem
poder de compra.
O seu nível de vida
piora.
Taxa de crescimento do
rendimento nominal
Taxa de crescimento do
nível médio de preços
(taxa de inflação)
<
60. 1.2.2. Características do crescimento económico moderno
F – Melhoria do nível de vida
Taxa de variação do poder de compra per capita, por NUTS I, em Portugal, entre 2000 e 2019
Fonte: PORDATA
61. «Portugal esteve em expansão antes da pandemia durante 27 trimestres
Recessão provocada pela pandemia foi “violenta e curta”, mas “a recuperação foi tão rápida quanto a
quebra tinha sido violenta”, conclui estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.»
Dinheiro Vivo
25/03/2022
1.2.3. Ciclos de crescimento económico
62. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Flutuações (de curto prazo) na atividade económica em torno da
sua tendência de longo prazo, caracterizadas por períodos de
expansão ou recessão.
Ciclo económico
As economias não crescem de forma regular e contínua, mas sim
por fases (ciclos) mais longas ou mais curtas.
63. Variação do ritmo de crescimento tendencial
do PIB real, em Portugal (1954-2020)
1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Ciclos de crescimento económico em Portugal (1953-2020)
Fonte: BP Portugal Fonte: BP Portugal
64. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Taxa de crescimento do PIB – União Europeia 27
Fonte: PORDATA
65. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Fases de um ciclo de crescimento económico
Fases de um ciclo de
crescimento económico:
• Expansão
• Pico ou auge
(prosperidade)
• Recessão
• Baixa ou cava (depressão)
Fonte: Pedrosa, H. & Roxo, S. (2015). Economia C – O Mundo em Perspetiva. Porto Editora
66. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Fases de um ciclo de crescimento económico
A economia regista taxas de crescimento do PIB real elevadas.
Expansão
Este aumento pode ser visto na maior
parte das componentes da procura
interna e da procura externa:
• Consumo (público e privado);
• Investimento (público e privado);
• Exportações.
Aumento da produção, do
emprego e do rendimento
distribuído, gerando uma melhoria
do nível de bem-estar.
Pode gerar inflação.
67. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Fases de um ciclo de crescimento económico
A economia atinge o valor mais alto do PIB real (e do consumo,
do investimento, do rendimento distribuído e do emprego),
dentro de um mesmo ciclo.
Pico ou auge (prosperidade)
Níveis elevados de bem-estar médio da população.
A taxa de desemprego atinge valores mínimos.
Fase de prosperidade
68. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Fases de um ciclo de crescimento económico
Período de declínio ou de estagnação da atividade económica.
Recessão
Nesta fase, há contração da atividade, que se
estende à maioria dos setores da atividade
económica.
O início desta fase corresponde ao início de
uma crise económica.
Declínio do rendimento, da
despesa e da produção.
Dá-se o abrandamento da inflação
(porque a procura diminui).
69. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Fases de um ciclo de crescimento económico
Fase mais baixa de um ciclo de crescimento económico.
Depressão
Uma recessão grave e prolongada pode levar a uma depressão.
Quando uma economia se encontra em recessão por dois trimestres consecutivos,
diz-se que há recessão técnica.
70. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Fases de um ciclo de crescimento económico
Ponto mais baixo num ciclo de crescimento económico.
Baixa ou cava (depressão)
• Inúmeras falências de empresas.
• Crescimento acentuado da taxa de desemprego.
• Aumento do emprego precário.
• Aumento do peso da economia informal.
As consequências da
crise estendem-se a
outros países
71. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
Alguns fatores explicativos da existência de ciclos de crescimento
económico
• Aumento/diminuição da confiança de consumidores e empresários.
• Aumento/diminuição da procura externa (exportações).
• Alterações da política monetária ou da política orçamental.
Choques da procura
(do sistema económico)
• Fenómenos naturais que afetem diretamente a produção.
• Aumento dos preços dos fatores produtivos (ex: petróleo, gás natural
e eletricidade).
• Alterações da função de produção (ex.: aumentos de produtividade).
Choques da oferta
(do sistema económico)
• Guerras, revoluções e outros tipos de manifestações socioculturais.
• Períodos de eleições.
• Desastres naturais.
• Pandemia.
Outros fatores explicativos
(exteriores ao sistema
económico)
72. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
O Estado desempenha a função de redistribuição como forma de
promover a justiça social (distribuição mais justa).
Promoção da equidade
O Estado procura combater as ineficiências do mercado (falhas de
mercado), desempenhando a sua função de afetação.
Promoção da eficiência
A finalidade do Estado é garantir a estabilidade, evitando e corrigindo
os desequilíbrios no mercado e as flutuações da atividade económica
(os ciclos), desempenhando a sua função de estabilização.
Promoção da estabilidade
Razões que justificam a intervenção do Estado na atividade económica
73. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Razões que justificam a intervenção do Estado na atividade económica
Para promover as suas funções, o Estado pode intervir:
• de forma direta, colocando no mercado bens e serviços (bens públicos);
• de forma indireta, através do planeamento (Orçamento do Estado);
• através das políticas económicas e sociais.
74. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Alguns exemplos de políticas económicas e sociais
Política orçamental Política fiscal Política monetária
75. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Utilização, por parte do governo de um país, das despesas e das receitas
públicas com o intuito de influenciar a economia.
Política orçamental
Principais instrumentos da política orçamental: despesas e receitas públicas.
76. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Conjunto de despesas que o Estado
realiza, tais como:
• apoios sociais;
• subsídios à produção;
• investimento;
• aquisição de bens que serão
fornecidos à coletividade;
• outras.
Receitas que o Estado arrecada (para
fazer face às despesas públicas), como:
• impostos;
• taxas;
• contribuições para a Segurança
Social;
• outras.
Despesas públicas Receitas públicas
77. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
↑ rendimento
disponível das famílias
↑ consumo
Aumento dos
apoios sociais
↑ despesas
públicas
↑ consumo
↑ poupança/
Investimento
↑ procura
interna
↑ PIB
(expansão da
economia)
Promoção da
equidade
↑ défice
orçamental
(caso exista)
↑ dívida pública
Tensões
inflacionistas
Efeito das despesas públicas sobre o crescimento económico (aumento dos apoios sociais)
78. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Diminuição das despesas
de investimento
↓ despesas públicas
↓ investimento público ↓ procura interna
↓ PIB (retração
da economia)
↓ défice orçamental
(caso exista)
Efeito das despesas públicas sobre o crescimento económico (diminuição das despesas de
investimento)
79. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Utilização, por parte do governo de um país, dos impostos, com o
intuito de influenciar a economia.
Política fiscal
Principais instrumentos da política fiscal: impostos e benefícios fiscais.
80. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Efeito dos impostos sobre o crescimento económico (mantendo-se tudo o resto constante)
↓ rendimento
disponível das famílias
Aumento dos
impostos diretos
↑ receitas
públicas
↓ consumo
↓ poupança/
Investimento
↓ procura
interna
↓ PIB
(retração da
economia)
↓ lucros das empresas
81. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Efeito dos impostos sobre o crescimento económico (mantendo-se tudo o resto constante)
↑ rendimento
disponível das famílias
Diminuição dos
impostos diretos
↓ receitas
públicas
↑ consumo
↑ poupança/
Investimento
↑ procura
interna
↑ PIB
(expansão da
economia)
↑ lucros das empresas
↑ défice orçamental
(caso exista)
↑ dívida pública
Tensões
inflacionistas
82. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política orçamental e política fiscal
Geram crescimento da produção e do
emprego.
Geram diminuição da produção e do
emprego.
Políticas expansionistas
(aumento das despesas públicas)
Políticas restritivas ou retracionistas
(diminuição das despesas públicas)
83. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política monetária
Controlo das taxas de juro a que os bancos centrais de cada país cedem
liquidez ao sistema bancário.
Política monetária
Principais instrumentos da política monetária: taxas de juro.
84. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política monetária
Efeito do aumento da taxa de juro sobre o crescimento económico
↓ massa monetária em
circulação
Aumento da
taxa de juro
↓ consumo
↓ Investimento
↓ procura
interna
↓ PIB
(retração da
economia)
↓ inflação
85. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
Política monetária
Efeito da diminuição da taxa de juro sobre o crescimento económico
↑ massa monetária em
circulação
Diminuição da
taxa de juro
↑ consumo
↑ Investimento
↑ procura
interna
↑ PIB
(expansão da
economia)
↑ inflação
86. 1.2.3. Ciclos de crescimento económico
A intervenção do Estado na correção das flutuações da atividade
económica
A intervenção do Estado em períodos de crise é crucial para reduzir o tempo
de duração das recessões, atenuar os seus impactos na vida das pessoas e das
empresas e promover a retoma do crescimento económico.