PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Deixa-me que te conte... 9º ano - 3º lugar
1. CONCURSO LITERÁRIO 9ºano
3º lugar
Deixa-me que te conte…
Eu adoro escrever… para descontrair, para alguém ou mesmo só para mim.
Eu não gosto de apresentar o que escrevo, com medo de que não gostem, de que me julguem…
ou de que não me entendam. Mas escrevo e vou escrevendo. E o porquê de só gostar de escrever
para mim talvez seja interessante.
Em criança queria saber voar, queria ir para muito longe, queria que existisse um mundo só
para mim, onde pudesse fazer o que quisesse e dizer o que quisesse. “É impossível” diziam, “Entra na
realidade, estás na Terra, já tens idade para saber que não podes voar!”, mas eu continuava a
acreditar.
Passados uns anos, ainda continuava a procurar, mas nada… Nada me levava para aquele
mundo que tanto queria descobrir. Até que desisti… Cresci um pouco (e não, não foi só de altura) e
cada vez que aquele assunto me vinha à cabeça “Não! Para! Não existe!”. Bem lá no fuuuundooo, eu
ainda esperava pelo dia em que pudesse voar, ir para longe e dizer o que quisesse, quem espera
sempre alcança (por muito que não acreditasse nisso graças aos outros). Até que um dia cheguei
“super” irritada a casa (tinha um namorozinho na altura) e, no meio das coisas que atirei para o chão,
vi um diário… Ai que diário tão abençoado. Abri o diariozinho (era daqueles com um cadeadinho) e
comecei a escrever como se não houvesse amanhã, mas fui interrompida com um abanão “Inês! Vem
jantar! Já estou farta de te chamar.” Ia a levantar-me quando me apercebi de uma das melhores
coisas que me aconteceu… Eu fui para outro mundo, não ouvia ninguém, não pensava em mais nada..
Voei com aquelas palavras, essas mesmas palavras que eu escolhi… eram as que eu queria. Cheguei
lá! Sempre pude chegar, só não tinha escrito sem ser só porque era obrigada. Bendito diário.
Confesso, foi a única vez que escrevi naquele livrinho com linhas e bonequinhos e que o texto
ficou por acabar… Mas descobri que escrever dá-me aquilo que tanto queria e eu adoro voar com as
palavras. Tenho textos aqui e ali, mas faço-os só para mim porque os outros… Ui os outros… Nunca
entenderão.
Inês Mota, 9º C