2. O rompimento da barragem de rejeitos da
mineradora Samarco, cujos donos são a Vale a anglo-
australiana BHP, causou uma enxurrada de lama que
inundou várias casas no distrito de Bento Rodrigues, em
Mariana, na Região Central de Minas Gerais, na tarde desta
quinta-feira (5).
Inicialmente, a mineradora havia afirmado que duas
barragens haviam se rompido, de Fundão e Santarém. No
dia 16 de novembro, a Samarco confirmou que apenas a
barragem de Fundão se rompeu.
O Corpo de Bombeiros de Ouro Preto, que tem equipes no
local, confirmou uma morte e 15 desaparecidos até o
momento. A vítima seria um homem que teve um mal súbito
quando houve o rompimento. A identidade dele ainda não foi
divulgada.
4. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração
de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase), Valério Vieira
dos Santos, afirma que entre 15 e 16 pessoas teriam morrido e 45
estão desaparecidas, mas ainda não há números oficiais de vítimas
Segundo a prefeitura, o distrito de Bento Rodrigues tem cerca de 600 moradores, em
200 imóveis. Mas como outras localidades podem ter sido atingidas pelo mar de
lama, a estimativa é de 2 mil pessoas afetadas.
.
6. A quem pertencem as barragens?
À mineradora Samarco, empresa fundada em 1977 que produz pequenas bolas de
minério de ferro usadas na produção de aço. A Samarco é controlada pela Vale e
anglo-australiana BHP Billiton. Ela opera em Minas Gerais e no Espírito Santo e é a
maior exportadora do país. Após a tragédia, a empresa suspendeu as atividades de
mineração na região. O governo de Minas embargou o licenciamento de
funcionamento da empresa, que não pode extrair minério até o cumprimento de
exigências de segurança.
8. Danos à infraestrutura de Mariana
Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), serão necessários 100 milhões de
reais para reparar os danos causados à infraestrutura do município. Esse valor corresponde a
quatro vezes o valor que o município recebeu, em 2015, a título de royalties(Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais ou CFEM), pelo minério explorado: entre
janeiro a outubro deste ano, Mariana recebeu da
O total pago em 2015 pela Samarco, a título de CFEM (calculada à base de 2% sobre o
valor líquido da venda do minério), é de cerca de 37,4 milhões de reais. Desse valor, 65%
(24,3 milhões de reais) vão para o município; o restante é dividido entre o governo de Minas
Gerais (23%) e a União (12%). A Samarco lucrou 13,3 bilhões de reais entre 2010 e 2014. O
lucro de 2014 foi de 2,8 bilhões de reais, segundo dados do site da empresa.
A suspensão da licença ambiental da Samarco em dezembro de 2015 e subsequente
embargo das atividades causou impacto negativo na economia de Mariana, com quedas de
60% no comércio e perdas de R$ 5 milhões em arrecadação. Moradores fizeram em março
de 2016 protestos pedindo a volta das atividades da Samarco, que esperava ainda naquele
ano reativar a mineração na região.
11. Rompimento de barragem em Mariana:
perguntas e respostas
De quem são as barragens?
A mineradora Samarco é a empresa que beneficia o minério na região,
aumentando seu teor de ferro, para depois exportar a outros países. Fundada
em 1977, ela é uma empresa de capital fechado controlada por duas acionistas,
ou donas: a anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda. e a brasileira Vale S.A.
Cada uma controla metade. Os rejeitos dessa exploração eram estocados pelas
barragens.
Como foi o rompimento?
Inicialmente, a mineradora Samarco havia afirmado que duas barragens haviam
se rompido, de Fundão e Santarém. No dia 16 de novembro, a Samarco
confirmou que apenas a barragem de Fundão se rompeu. Na verdade, o
rompimento de Fundão provocou o vazamento dos rejeitos que passaram por
cima de Santarém, que permaneceu intacta.
12. Quantos distritos foram afetados?
A onda de lama continua a atingir outras comunidades,
como Paracatu de Baixo e Camargos, e as cidades de
Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado e
cidades do Leste de Minas, como Governador Valadares.
A lama também chegou ao Espírito Santo, levada pelo
Rio Doce, afetando Regência, Linhares, Baixo Gandu e
Colatina. Veja abaixo (antes e depois) como ficaram
algumas regiões atingidas pela lama:
13. O que provocou o rompimento?
As causas ainda estão sendo investigadas. A
Samarco informou ter registrado dois pequenos
tremores na área duas horas antes do
rompimento. O Observatório Sismológico da
Universidade de Brasília registrou dois tremores
próximos ao local, de baixa magnitude. “Uma das
coisas ainda em discussão é se esse é um evento
natural ou desencadeado pelos