O documento analisa como os estudos de usuários e a competência em informação podem ser aplicados para entender como as bolhas sociais se formam online devido aos filtros invisíveis de plataformas. Discute como esses filtros podem gerar falsas noções de competência e limitar a inovação ao restringir a exposição a novas ideias.
1. Competência em informação e filtro invisível:
uma análise dos assistentes inteligentes e da potencial
aplicação dos estudos de usuários no ciberespaço
Diogo Duarte RODRIGUES
DT5 - COMUNICAÇÃO MULTIMÍDIA
3. ESTUDOS DE USUÁRIOS
Diogo Duarte RODRIGUES
Área de interesse da Biblioteconomia e da Ciência da Informação que visa verificar
“para quais fins os indivíduos usam informação e quais os fatores que afetam tal uso”
(FIGUEIREDO, 1994)
Forte ligação com os sistemas de informação
(FIGUEIREDO, 1994; DIAS e PIRES, 2004; BAPTISTA e CUNHA; PRESSMAN, 1999)
4. ESTUDOS DE USUÁRIOS
Diogo Duarte RODRIGUES
Abordagens principais, segundo Ferreira (1995 apud DIAS; PIRES, 2004, p. 12):
“ASK - Anomalous State of Knowledge”}ESTADO ANÔMALO DE CONHECIMENTO
(BELKIN; ODDY; BROOKS, 1982)
SENSE-MAKING
(DERVIN, 1983)
VALOR AGREGADO
(TAYLOR, 1986)
PROCESSO CONSTRUTIVISTA
(KUHLTHAU, 1991)
}
}
}
“Vazio cognitivo”
Valor proporcional à aplicabilidade
Processos e sentimentos com base na busca
8. Diogo Duarte RODRIGUES
“Em uma perspectiva crítica, a competência informacional deve ser mais
amplamente entendida como uma “arte” que vai desde saber como usar os
computadores e acessar a informação até a reflexão crítica sobre a natureza
da informação em si, sua infraestrutura técnica, e o seu contexto e impacto
social, cultural e mesmo filosófico, o que permitiria uma percepção mais
abrangente de como nossas vidas são moldadas pela informação que
recebemos cotidianamente.” (VITORINO; PIANTOLA, 2009, p. 138)
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
9. Diogo Duarte RODRIGUES
Segundo Pariser (2012), a internet passou por um marco importante em
dezembro de 2010, quando o Google ativou seu serviço de buscas
personalizadas. A partir dali, tornou-se cada vez menos provável que duas
pessoas encontrassem os mesmos resultados ao iniciar buscas idênticas,
mesmo em mecanismos de busca iguais.
FILTRO INVISÍVEL
10. Diogo Duarte RODRIGUES
As questões que surgem a partir deste contexto são preocupantes. Além de
potencialmente gerar falsas noções de competência em informação, o
fenômeno do filtro invisível na sociedade interconectada pode até mesmo
impor barreiras à inovação (GRANOVETTER, 1983; PARISER, 2012; KAUFMAN,
2012). Ao estar cercado somente pelo que lhe é familiar, o ator social pode
estar preso em uma bolha com dificuldade de criar laços fracos
(GRANOVETTER, 1973; 1983).
FILTRO INVISÍVEL
12. Diogo Duarte RODRIGUES
Os estudos de usuários e as pesquisas que abordam a competência em
informação passam a ter potenciais diferentes dos já consolidados.
As teorias de rede, e conceitos que tratam da relevância das mensagens no
contexto da sociedade interconectada ganham força para auxiliar a entender
como bolhas sociais se formam e como é possível enxergá-las.
As relações entre laços sociais e inovação (KAUFMAN, 2012) precisam de
mais atenção em trabalhos posteriores que podem buscar compreender
melhor a relação entre a competência em informação e as relações sociais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
13. Diogo Duarte RODRIGUES
BAPTISTA, Sofia G.; CUNHA, Murilo B. Estudo de usuários: visão global dos métodos de coleta de
dados. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 12, n. 2, p. 168-184, mai/ago, 2007.
BELKIN, Nicholas. J. Anomalous State of Knowledge as basis for information retrieval. The Canadian
Journal of Information Science, Toronto, v. 5, 1980.
BELKIN, N. J.; ODDY, R. N.; BROOKS, H. M. ASK for information retrieval: part I. background and
theory. Journal of Documentation, v.38, n.2, 1982.
BOYD, Danah. Streams of Content, Limited Attention: The Flow of Information through Social Media.
Palestra para Web 2.0 Expo. New York, 2009. Disponível em: http://www.danah.org/papers/ talks/
Web2Expo.html. Acesso em: jul. 2015.
CHOO, Chun W. The knowing organization: how organizations use information to construct meaning,
create knowledge, and make decisions. 2.ed. New York: Oxford University Press, 2006.
DIAS, Maria M.; PIRES, Daniela. Usos e usuários da informação. São Carlos: Edufscar, 2004.
DERVIN, B. An overview of sense-making research: concepts, methods, and results to date.
International Communication Aassociation Annual Meeting. Dallas: Department of Communication,
Ohio State University, Columbus, 1983. Disponível em: http://www.ideals.uiuc.edu/html/2142/2281/
Dervin83a.htm. Acesso em: jan. 2016.
DOYLE, C. Information literacy in information society: a concept for the information age. New York: Eric
Clearinghouse on Information & Technology; Syracuse University, 1994.
REFERÊNCIAS
14. Diogo Duarte RODRIGUES
DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo, Thompson Learning, 1999.
FIGUEIREDO, Nice. Estudos de uso e usuários da informação. Brasília: IBICT, 1994.
GRANOVETTER, Mark. The strength of weak ties. American Journal of Sociology, University
Chicago Press, Chicago, v. 78, n. 6, p.1930-1938, 1973.
GRANOVETTER, Mark. (1983). The strength of weak ties: a network theory revisited. Sociological
Theory. Ed. Randall Collins. San Franciso, Califórnia, série Jossey-Bass, v.1. p.2001-2233.
JOHNSON, C. A. The information diet: a case for conscious consumption. Sebastopol (CA/ USA): O
́Reilly, 2012.
KAUFMAN, D. A força dos “laços fracos” de Mark Granovetter no ambiente do ciberespaço. Galaxia
(São Paulo, Online), n. 23, p. 207-218, jun. 2012.
KUHLTHAU, C. C. Inside the search process: information seeking from the user's perspective. Journal
of the American Society for Information Science, v. 42, n. 5, p. 361-371, 1991.
LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina,
3a ed, 2007.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: 1999.
LIPOVETSKY, Gilles; CHARLES, Sebastien. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla,
2004.
REFERÊNCIAS
15. Diogo Duarte RODRIGUES
PARISER, Eli. O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. Rio de Janeiro: Zahar,
2012.
PUTNAM, Robert. Bowling Alone: America’s Declining Social Capital. Journal of Democracy, 6(1), p.
65-87, 1995.
RÜDIGER, Francisco. As teorias de cibercultura: perspectivas, questões e autores. Porto Alegre:
Sulina, 2011.
VITORINO, E.; PIANTOLA, D. Competência informacional – bases históricas e conceituais: construindo
significados. Ciência da Informação, Brasília, v. 38, n. 3, 2009.
REFERÊNCIAS
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AGRADEÇO À ADESA PELO APOIO QUE ME PERMITIU ESTAR PRESENTE PARA ESTA
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