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I TIMÓTEO
Deborah Menken G ill
rS B O Ç O
1.Introdução (1.1-20)
1.1. Saudação (1.1,2)
1.2. Propósito da Carta: Assegurar a
Firmeza da Fé em Éfeso (1.3-20)
1.2.1. ATarefa de Timóteo: Lutar contra
as Falsas Doutrinas (1.3-11)
1.2.1.1. O Comissionamento de Timóteo
É Reiterado (1.3,4)
1.2.1.2. AIdentificação do Objetivo do
Autor: O Amor (1.5)
1.2.1.3. O Erro a que alguns se Desvia­
ram: O Falso Uso da Lei (1.6,7)
1.2.1.4. A Correção: O Uso Apropriado
da Lei(1.8-11)
1.2.2. O Testemunho de Paulo: AGraça
do Senhor para com Paulo (1.12-17)
1.2.2.1. O Senhor Designou o Apóstolo
ipesar de seu Passado (1.12,13a)
1.2.2.2. AMisericórdia Concedida apesar
ii Ignorância e da Incredulidade (1.13b,14)
1.2.2.3. Salvo apesar de seus Pecados
-15)
1.2.2.4. Um Exemplo Admirável da Paci­
ência de Deus (1.16)
1.2.2.5. Doxologia (1.17)
1.2.3. O Encorajamento à Luta (1.18-20)
izando a Igreja: Princípios
Eerais para a Edificação da
Problemática Igreja em Éfeso
-1 —3.13)
2.1. AOração pela Paz (2.1-8)
-1.1. Exortação a Orar pela Paz (2.1,2)
—1.2.0 Fundamento e a Bênção Trazidos
■k í Exortação (2.3-7)
-1.2.1. AVontade de Deus: A Salvação e
ji iclarecimento (2.3,4)
.11.2.2.0 Papel de Cristo: Sacrifício e
fcsemunho (2.5,6)
11-2.3. AChamada de Paulo: UmPastor e
fstolo (2.7)
' 3- O Desejo de que os Homens
m (2.8)
AVestimenta e o Estilo de Vida das
heres (2.9-15)
2.2.1. Dar Preferência ao Adorno
Espiritual (2.9,10)
2.2.2. A Ordem de Ensinar às Mulheres
(2.11)
2.2.3. AOrdem para que as Mulheres
Permanecessem em Silêncio (2.12)
2.2.4. AOrdem da Criação É Reiterada
(2.13)
2.2.5. AExplicação da Queda em Pecado
(2.14)
2.2.6. AEsperança de sua Salvação É
Anunciada (2.15)
2.3. Sobre os Bispos (3-1-7)
2.3.1. As Aspirações à Liderança São
Ratificadas (3.1)
2.3.2. O Estabelecimento das
Qualificações da Liderança (3.2-7)
2.4. Sobre os Diáconos (3.8-13)
2.4.1. Qualificações Gerais para todos os
Diáconos (3.8-10)
2.4.2. Qualificações Específicas para as
Diaconisas (3.11)
2.4.3. Qualificações Específicas para os
Diáconos (3.12)
2.4.4. Elogios aos Diáconos que Servirem
Fielmente (3.13)
3. OEstabelecimento de Diretrizes a
Timóteo: O Aconselhamento
Específico para Estabelecer o Jovem
Timóteo na Liderança (3.14—6.10)
3.1. Defendendo a Fé (3.14—4.5)
3.1.1. AConduta Correta na Igreja (3.14-16)
3.1.2. AEvidência do Falso Ensino (4.1-5)
3.1.2.1. AApostasia do Fim dos Tempos
É Antecipada (4.1,2)
3.1.2.2. O Asceticismo Estrito É Condena­
do (4.3-5)
3.2. Aprendendo a Liderar (4.6-16)
3.2.1. Princípios de Liderança (4.6-9)
3.2.2. Modelos de Liderança (4.10-12)
3.2.3. ANatureza Prática da Liderança
(4.13-16)
3.3. O Relacionamento com as outras
Pessoas na Igreja (5.1-16)
3.3.1. Como Tratar os mais Velhos e os
Jovens (5.1,2)
1443
I TIMÓTEO 1
3-3.2. Como Tratar as Viúvas (5.3-16)
3.3.2.1. Honrar as Viúvas que Sejam
verdadeiramente Viúvas (5.3)
3-3.2.2. Qualificações das Viúvas (5.4-10)
3.3.2.3. Sobre as Viúvas maisJovens
(5.11-15)
3.3.2.4. O Encorajamento ao Apoio Indi­
vidual às Viúvas (5.16)
3.4. Trabalhando com Líderes na Igreja
(5.17-25)
3.4.1. Os Presbíteros Trabalhadores São
Dignos de dupla Honra (5.17,18)
3.4.2. Como Lidar com as Queixas contra
os Presbíteros (5.19-21)
3.4.3. A Proibição das Ordenações
Precipitadas (5.22-25)
3.5. Exortando os Servos ou Escravos
Crentes (6.1,2a)
3.5.1. Honrar os Mestres por Amor a
Cristo (6.1)
3.5.2. Os Senhores Crentes Devem Ser
ainda mais Honrados (6.2a)
3.6. ALuta contra os Falsos Mestres e o
Amor ao Dinheiro (6.2b-10)
3.6.1. A Ordem para que a Ortodoxia
Seja Ensinada (6.2b)
3.6.2. ADescrição dos Ensinadores de
Heresias (6.3-5)
3.6.3. Tentações pelo Dinheiro Expostas
(6.6-10)
4. Conclusão: Instruções Finais e
Bênção (6.11-21)
4.1. Manter a Fé (6.11,12a)
4.1.1. Fugir do Materialismo (6.11)
4.1.2. Lutar pela Fé (6.12a)
4.2. Manter a Obediência (6.12b-15a)
4.3. Glorificado Seja Deus (6.15b,l6)
4.4. AInstrução aos Ricos (6.17-19)
4.4.1. Enfocar a Deus (6.17)
4.4.2. Cultivar a Generosidade (6.18,19)
4.5. Guardar o Depósito (6.20,21a)
4.6. Conclusào (6.21b)
COMENTÁRIO
1. Introdução (1.1-20)
1.1. S au d ação (1.1,2)
No período greco-romano as cartas
começavam tipicamente com saudações
polidas: o nome do escritor, o nome do
destinatário e uma saudação; por exem­
plo, “Paulo... a Timóteo, meu vi_
ro filho na fé: graça, misericórdia
da parte de Deus, nosso Pai, e ca
toJesus, nosso Senhor”.Asprim~:
de Paulo traziam breves saudaçã
1.1a; 2 Ts 1.1), porém em suas r*
seqüentes as saudações epístola:
naram-se mais elaboradas. Na é~z
Cartas Pastorais, Paulo ampliaasoc
da saudação.
O apóstolo se identifica pel:
título: “Paulo, apóstolo de Cri>::
(Embora Paulo usasse freqüenti
estrutura “Jesus Cristo”,a expressa:
Jesus” é uma ordem comum na;
rais). Nas epístolas em que precisa
sua autoridade, chama a si m
apóstolo (1 e 2 Coríntios, Gálataí.
e Colossenses). Nas que são mais
ais refere-se a si mesmo como u ã
vo”(Filipenses e Romanos) ou 
(Filemom). Ainda que Timóteo:
amigopessoal,Paulomencionaoap
em virtude dos oponentes em É5r
tinham a intenção de ouvir secrer
a leitura desta carta. E ele o faz c
ênfase, acrescentandoaexpressão
o mandado de Deus”. Sua desc
bitual é “pela vontade de Deus'. A
vragregatraduzidacomo “mandaoa'
era usada para ordens reais que
am ser obrigatoriamente obed&
fim de reforçar as ordens que li
proferirá em seu nome, Paulo
bentendido que Timóteo também
o comando divino.
Observe os epítetosusadospara
do comissionamento de Paulo:
nosso Salvador” e “Senhor Jesus
esperança nossa”. Deus inaugura
no da salvação e Cristo Jesus tran
denção para a sua consumação
mo dia. A identificação de Deu;
Salvador tem,uma rica história. A
judaica (Dt 32.15; SI 24.5; 65.5). e :
deJesus em hebraico significa “o
salva”. Nas religiões pagãs miste
época de Paulo, os deuses que
mente davam a vida e o conhí
da salvação eram chamados de
dores”.A religião oficial do estadc
romano aplicava este termo a Zeu;..
1444
I TIMÓTEO 1
e Asclépio. O mais importante era o uso
oeste termo para o imperador romano:
íalvador do Estado por manter a ordem
e o bom governo. Em rivalidade delibe­
rada à adoração que era oferecida ao im­
perador, Paulo identifica a Deus como
: Salvador, enfatizando o termo “nosso”.
Embora o pai de Timóteo fosse um
gentio, sua mãe era judia. De acordo com
alei de descendência materna, Timóteo
poderia ser considerado um judeu. Con-
^_do, de acordo com alguns ensinos ju­
daicos, o nascimento de Timóteo seria
-egítimo. Não há dúvida de que estas con­
siderações motivaram Paulo a fazer com
r_teele fosse circuncidado (At 16.3). Alguns
esudiosos sugeriram que o pai de Timóteo
ji havia falecido quando ele foi circun-
iidado. Se estivesse vivo, provavelmente
o o teria permitido. Paulo se tomou
substituto de seu pai, autenticando
condição judaica de Timóteo por meio
circuncisão, reconhecendo suas qua-
cações como verdadeiro descenden-
deAbraão pela fé em Cristo (cf. Gl 3-26-
e adotando Timóteo como seu pró-
o filho. O apóstolo agora declara a
itimidade de Timóteo como seu pró-
o filho na fé.
A terminologia típica da saudação de
ulo é “graça e paz”. Já em suas pri-
iras cartas, Paulo transformou a sau-
ão grega comum chairein (“Sauda-
s!”) em uma saudação cristã, charis
raça a vós!”), e ainda acrescentou a
dação hebraica, shalom (“Paz!”). No
nto, somente nas cartas a Timóteo
lo adorna a saudação com “graça,
ericórdia e paz”. Talvez, levando em
ta as dificuldades que Timóteo está
rentando em Éfeso, o apóstolo de-
a misericórdia de Deus como tam-
sua graça e paz.
1.2. Propósito d a Carta:
A ssegurar a F irm eza d a
F é em Éfeso (1.3-20)
.2.1.ATarefadeTimóteo: Lutarcon-
as Falsas Doutrinas (1.3-11).
1.2.1.1.0 Comissionamento de Ti-
eo É Reiterado (1.3,4). Nesta car­
ta, Paulo lembra Timóteo de sua tarefa.
O termo “como” reforça a lembrança e
introduz um anacoluto (uma mudança
abrupta da construção gramatical no meio
de uma frase). As palavras omitidas e
subtendidas aqui são colocadas entre
colchetes: “Comoteroguei... [pessoalmente,
então agora o faço por escrito]”. Quando
PauloestavaacaminhodaMacedônia, rogou
a Timóteo que permanecesse em Éfeso a
fim de silenciar os falsos mestres. Talvez
por causa da relutância de Timóteo, o
apóstolo teve de insistir. Éfeso era uma
dascidadesmaisimportantesnaÁsiaMenor,
tantogeograficamente como culturalmente.
A timidez de Timóteo pode ter causado
o receio de realizar tal tarefa.
Paulo procura aumentar a autoridade
de Timóteo declarando que ele se encontra
sob a sua autoridade. A raiz do verbo tra­
duzido como “rogar”em 1.3 é diferente
da raiz do substantivo traduzido como
“mandado” em 1.1. O verbo aqui é um
termo militar, significando “forçar, legar
o controle a outrem, dar ordens estritas
(autoritariamente)”.
Os oponentes do apóstolo são aque­
les que (literalmente) “ensinam outra/
[diferente] doutrina”.Embora desejem “ser
doutores da lei” (v. 7), não são mais do
queensinadoresdeinovações, istoé, daquilo
que é alheio ao verdadeiro Evangelho. A
polêmica de Paulo contra as heresias não
é suficiente para identificar com certeza
adoutrina aque está se opondo. Os mestres
são amplamente descritos como aqueles
dedicados a “fábulas ou genealogias in­
termináveis”.As fábulas e as genealogias
intermináveis não estão ligadas somente
aqui, mas também no helenismo (cultu­
ra grega), no judaísmo helenístico (juda­
ísmo influenciado pela cultura grega) e
no gnosticismo (uma religião misteriosa
em que a salvação era supostamente as­
segurada pelo conhecimento de segredos,
tais como mitos e genealogias).
O termo “fábulas”ou “mitos”(mythos)
poderia incluirnarrações alegóricas, lendas
ou ficção, ou seja, doutrinas espúrias em
contraste com a verdade do Evangelho.
Esta palavra era freqüentemente usada
em um sentido pejorativo, denotando deste
1445
I TIMÓTEO 1
modo histórias falsas e tolas. A compo­
siçãodehistóriasmíticasbaseadasnoAntigo
Testamento, agradou aos judeus daquele
período (veja por exemplo, o Livro de
Jubileu).Os mitos eram também uma parte
integrante do ensino dos gnósticos, que
tinham, por exemplo, versões alternati­
vas da história da criação.
No judaísmo pós-exílio existia um pro­
fundo interesse de cada pessoa em iden­
tificar sua linhagem através da árvore
genealógica, especialmente entre os ju­
deus que sobreviveram ao exílio babi-
lônico. Por exemplo, era necessáriovalidar
a linhagem de uma pessoa para que ela
pudesse servir no segundo templo sob
a liderança de Esdras e Neemias (Ne
7.64,65). As “genealogias”tornaram-se
motivo de controvérsias entre judeus
e cristãos judeus. A conexão mais for­
te entre fábulas e genealogias está no
gnosticismo. As interpretações gnósticas
das genealogias do Antigo Testamen­
to eram compreendidas de forma mítica,
e as especulações míticas sobre as enu­
merações dos principados e da eterni­
dade eram temas centrais para a teo­
logia gnóstica. O apóstolo chama es­
tas genealogias de “intermináveis”, quer
dizer, sem fim ou desenfreadas.
Os mestres preocupados com tais ques­
tões não trouxeram nenhum resultado
positivo para o povo. Não promoveram
a “edificação de Deus”(literalmente, não
fizeram a obra de Deus como seus des-
penseiros, que edificaria o povo). A de­
voção a tais assuntos não ajuda o homem
a realizar a obra que lhe foi confiada por
Deus como despenseiro. Ao invés disto,
“mais produzem questões”(isto é, espe­
culações, literalmente, “pesquisas que estão
completamente fora do caminho”). Estes
termos são desdenhosamente emprega­
dos como um antônimo de edificação.
1.2.1.2. A Identificação do Objetivo
do Autor: OAmor (1.5). Paulo contras­
ta o propósito, finalidade, ou meta de suas
instruções (pregações) com os resultados
das atividades dos falsos mestres. O ob­
jetivo de Paulo é o amor que vem de “um
coração puro, e de uma boa consciência,
e de uma fé não fingida”. A prevalência
de expressões tríades nas Paste
umainclinação aumalinguagemc
O amor ativo e o tratamento ca
com os outros tem os seguinte?
quisitos: terpureza na totalidade
morais, ser sensível a ponto de
a si mesmo e ter a fé que é li:
“uma fé não fingida” (isto é.
crisia), mas sincera e que re
sistentemente,no amoraDeus e
1 .2.1.3.0 Erro a que alj
viaram : O Falso Uso da Lei <
característico identificar os o,
primeiras polêmicas cristãs
palavra grega tis/tines [plural]
como “certos” ou “alguns"
“Alguns” perderam a marca
as fontes virtuosas das quais
(um coração puro, uma b ci
cia e uma fé sincera). Frac
do principal objetivo, e des:-
desviaram do caminho cen :
se para conversas imprópria
argumentos vazios. No estilo ■
das Pastorais existe um ataquE
te aos oponentes, mas pouci
ção sobre os mesmos. O v
ar”(ektrepo) era às vezes usa
termo médico significando'
“ser deslocado”. A aberracl:
destes falsos mestres era dol
de Cristo.
Ainda que os hereges
doutores da lei, eram comp:
qualificados, sendo que
teligência e conhecimento 1
lei”era uma expressão técnici
mo (cf. Lc 5.17; At 5.34). Estes'
do apóstolo buscavam re
e posiçõesoficiaisporsuamim:
e demandas legalistas. Embora
assem a fazer confiantes i
sistindo que estavam corre: 35
sando sua opinião em um
dogmático, mostram-se c
acordo com a ênfase do :e~r*:
nesta frase) incapazes de
I.2 .I.4 . ACorreção: O U
ado d a L e i(1 .8 -ll). Pãul
benefício da lei é propor
apropriado e legítimo, isto é
estar de acordo com aquüo
I TIMÓTEO 1
;sso: a restrição ao mal. Desde que
iremos como lei, a lei é algo excelen-
fcf. Rm 7.12,16). A lei funciona bem
- do nós a respeitamos; contudo se a
jigimos, esta nos condena. Paulo in-
’ 2 esta declaração como um princí-
reconhecido, com a frase “sabemos...”
Aleinãofoiinstituída emrazãodosjustos
pouca relevância tem para eles — , mas
j^jraosinjustos.Pauloentãolistaquatorze
diferentes de pessoas injustas (agra-
" sem quatrocategoriasduplas: “injustos
inados”, “ímpios e pecadores”, “pro-
enreligiosos”,“parricidase matricidas”;
categorias simples: “homicidas, for­
res, sodomitas, roubadores de ho-
mentirosos e perjuros”). O apósto-
se caso, inclui todos os outros tipos
adores como “contrários à sã [salu-
udável] doutrina”.Sua ordem primei-
~te se refere às pessoas culpadas de
contraDeus,e àquelasquecometem
s contra os outros. A partir do quar-
ico na seqüência de Paulo, a lista co-
aproximadamente com o Decálogo.
mundo antigo, as listas de virtudes e
(catalogandotiposdecomportamento
epecador)eramcomuns (cf. Rml.31).
habitual citar os crimes mais sérios e
_muns em tais listas. O catálogo inclu-
iqui parece ser uma adaptação cristã
a lista judaico-helenística.
is especificamente, as pessoas para
a lei foi instituída são:
sem lei;
ueles que são insubordinados, incon­
táveis, independentes, indisciplinados
e rebeldes;
que não adorama Deus, isto é, aqueles
são ímpios, irreverentes;
pecadores;
eles paraquemnadaésanto, paraquem
existe nenhuma pureza interior;
profanos, quer dizer, aqueles que se
portamirreverentee desdenhosamente
com as coisas de Deus;
eles que matam seus pais (parricídio;
'almente, “assassinos de pais”, aqueles
eliminam seus pais através da morte
do desrespeito);
elesquematamsuasmães(matricidas);
icidas;
10) adúlteros e fornicadores, ou seja, aquel­
es que praticam imoralidade sexual;
11) pervertidos, como sodomitas, homosse­
xuais (literalmente, “[homens] quetêmre­
lações sexuais com outros homens”[cf. 1
Co 6.9D;
12) comerciantes de escravos (literalmente,
“os que pegam um homem pelo pé”), in
clusive todos aqueles que exploram ou­
tros homens ou mulheres para suas pró­
prias finalidades egoístas;
13) mentirosos; e
14) os perjuros, que prestam falso testemu­
nho, aqueles quementem“contra [seupró­
prio] juramento” de honestidade.
Paulo conclui descrevendo averdadeira
fonte dasã doutrina: “o evangelho daglória
do Deus bem-aventurado [bendito], que
me foi confiado”.Aprimeirafrase descreve
o conteúdo e o caráter do Evangelho; a
segunda, sua fonte; e no final, a relação
de Paulo com este.
1.2.2. OTestemunho dePaulo:AGra-
ça do Senhor para com Paulo (1.12-17).
1.2.2.1.0 Senhor Designou o Após­
tolo apesar de seu Passado (1.12,13a).
Paulo é grato a Cristo Jesus, que conce­
deu-lhe forças, por considerá-lo fiel e
designá-lo ao ministério. A habilitação
na graça é apreciada como uma chama­
da divina, sendo uma capacitação tão ne­
cessária quanto a comissão. Ainda que
Paulo tenha plena consciência da respon­
sabilidade que tem para com a obra de
Deus, está convencido da efetividade da
graça de Cristo (veja 1 Co 10.15). Ele usa
o tempo verbal aoristo “me tem confor­
tado”, recordando um tempo particular
quando se tornou ciente deste crescen­
te fortalecimento (provavelmente implícito
em 2 Co 12.7-10). Por ter sido julgado
confiável, Paulo foi designado a servir
como um apóstolo.
Como em 1 Coríntios 15.9,10 e Gálatas
1.13-17, Paulo contrasta suavida pré-cristã
com suavida cristã presente. Descreve sua
antiga identidade como sendo um blas­
femo (que calunia e maldiz a Deus), um
perseguidor (que procura as pessoas como
um caçador) e um homem opressor, vio­
lento, sádico (do grego hybristes).
1447
I TIMÓTEO 1
Apalavra [hybristes]indica alguém que
pororgulhoeinsolênciadeliberadamente
maltrata, desdenha, humilha, faz o mal
e fere outras pessoas pelo simples pra­
zer de ferir. Fala também de um trata­
mentopremeditadoquetemafinalidade
de insultar e humilhar pública e aber­
tamente as pessoas. A palavra é usada
em Romanos 1.30 para descrever um
homem insolente e arrogante, e retra­
tar um dos pecados característicos do
mundo pagão (Rienecker, 1980, 617).
1.2.2.2. A Misericórdia Concedida
apesar da Ignorância e da Increduli­
dade (1.13b,14). Paulo se beneficia da
distinção judaica entre pecados consci­
entes e inconscientes (Lv22.14; Nm 15.22-
31). Não reivindica que seus atos de ig­
norância e incredulidade o tornem me­
nos culpado, porém menciona tais fatos
para explicar como seu perdão foi possí­
vel. Mas “a graça de nosso Senhor” não
tem fronteiras; aumenta até transbordar
e “superabundou”navidadePaulo. Agraça,
por sua natureza, é completamente ime­
recida; e, em sua medida, é extremamente
generosa. A bondade não merecida e a
capacitação divina foram abundantes na
vida do apóstolo, e a fé e o amor foram
os seus efeitos.
1.2.2.3- Salvo apesar de seus Peca­
dos (1 .1 5 ). Paulo insere a próxima de­
claração: “Esta é uma palavra fiel e dig­
na de toda aceitação”, e concluindo com
uma aplicação pessoal, faz desta seu
próprio testemunho. Sua estrutura
introdutória, “esta é uma palavra fiel”,
aparece cinco vezes nas Pastorais (1 Tm
1.15; 3.1; 4.9; 2 Tm 2.11; Tt 3-8), e em
nenhuma outra parte do NovoTestamento.
Em cada uma destas ocasiões, está fra­
se introduz uma declaração cristã fun­
damental ou litúrgica (por exemplo, um
fragmento de um hino [2 Tm 2.11-131,
uma norma de fé [1 Tm 1.151, ou um
aforismo ou provérbio [que se inicia em
4.8]), e afirma sua verdade (Kelly, 1963,
54). A própria declaração de que “Cris­
to Jesus veio ao mundo, para salvar os
pecadores” era uma confissão comum
entre os cristãos. De acordo com esta
declaração, o propósito davinda de I
era salvar, resgatar e libertar os p.
dores (cf. 1 Jo 3.8b).
Paulo então se identifica, não :
tendo sido, mas como sendo o piort
pecadores (cf. 1 Co 15.9; Ef 3.8).
bora esteja convencido de que a
o libertou das penalidades prove»
tes dos pecados cometidos no pasc
adota uma posição de humildade
memória e consciência do pecac-?
presente, e neste sentido ainda se
conhece como um pecador.
1.2.2.4. U m Exem plo Admirá
Paciência de Deus (1 .1 6 ). A sal­
de Paulo tem como finalidade a c
a paciência ilimitada de CristoJesus
com outros candidatos à fé. O
“mostrar”é uma forma intensificada
“apresentar”, como se apontasse o
indicadoraum objeto. Otermoemp^
para paciência aqui é makrothymia
etimologicamente significa a di§ii
que Deus mantém de sua próprii
isto é, evitar a exteriorização de s u í
sua longanimidade e clemência. Cc
um exemplo para outros, Paulo é um
tótipo da graça. É um paradigma r~
onário: único como apóstolo, porém '
convertido a quem os piores pecai
res podem contemplar e ter espera*.
1.2.2.5. D oxologia(1.17). Come
outros exemplos nas Pastorais (1 Tm 2 ~
5.21; 6.13-16; 2 Tm 1.9,10; 2.8; 4.1*.
apóstolo parece citarum material litú
Desta vez, eleva-se a uma doxologia.
confissão de louvora Deus, em quear
quatro características ao Senhor:
1) eternidade, permanecer para sempre
2) imortalidade, incormptibilidade, quer-
imunidadeàdecadênciaouaodesfaleci.
3) invisibilidade; e
4) singularidade, o único Deus existente
O reconhecimento destas qualidades
vinas atribuemeternahonra e glóriaaDe:
1.2.3.OEncorajamento à Luta(1.
20). O testemunho de Paulo em 1.18.1
leva-o a lembrarTimóteo do mandame
anteriormente dado em 1.3,4. Como ap<
adicional e encorajamento a seu jov:
amigo diante da responsabilidade que.1
I TIMÓTEO 2
havia sido atribuída, o apóstolo lembra
Timóteo das profecias a seu respeito. Ele
espera que, inspirado por estas, Timóteo
combata o bom combate conservando a
:é e a boa consciência.
Paulo cita então dois exemplos de falta
refé. Os dois apóstatas, Himeneue Ale­
xandre, são os pais infames da heresia
orovavelmente as mesmas que foram
mencionadas em 2 Tm 2.17; 4.14). Não
está exatamente claro o que estes dois
:.3mens rejeitaram, a que viraram suas
iDStas, ou o que repudiaram. O idioma
prego o identifica por um pronome re­
ativo singular feminino (traduzido como
'essas” na NVI), cujo antecedente po­
ria ser qualquer um dos seguintes
los: mandamento, instrução, obri-
o; combate, expedição militar, cam-
nha, guerra; a fé; ou uma boa cons-
*ncia. O resultado da apostasia des-
- homens, porém, está claro: “fizeram
ufrágio na fé".Esta imagem é bastante
ida para Paulo, que por ocasião da
Ta dasPastorais já havia sofrido quatro
frágios. Em cada ocasião perdeu tudo,
;eto sua vida.
Aresposta de Paulo foi severa: entregou-
aSatanás (cf. 1Co 5.5). Satanás é umtutor
nentador; o verbo “entregar”está mais
1 ~doàpuniçãodoqueãinstrução.Devem
nder a não caluniar ou blasfemar de
;, o que neste caso provavelmente se
a seu falso ensino ou à sua oposição
mensagem do Evangelho.
Organizando a Igreja: Princípios
Gerais para a Edificação da Proble­
mática Igreja em Éfeso (2.1—3-13)
2.1. A O ração p ela P az (2.1 -8)
2.1.1.Exortação aOrarpelaPaz(2.1,2).
instruções de Paulo sobre a oração
pam o primeiro lugar em sua agen-
íendo o assunto de maior importân-
Exorta com urgência que quatro ti-
ie oração devem ser oferecidos por
s as pessoas:
edidos”ou “Deprecações”(deesis), isto
é.petiçãoouintercessâo, derivada doverbo
quesignifica a felicidade de “ter uma au­
diência com o rei”para apresentar uma
petição. Esta palavra era regularmente
usada para rogar algo a um superior;
2) “Orações” (proseuche), que é a palavra
comum para oração;
3) “Intercessôes”(enteuxis), outrapalavrapara
petiçãoouintercessâo, quevemdeumverbo
que significa “apelar para”; e
4) “Ações de graças” (eucharístia), que é a
palavra da qual vem o título litúrgico “eu­
caristia”, usado por alguns referindo-se à
Ceia do Senhor.
Oapóstolofazmenção especialdaoração
pelas autoridades governamentais, expli­
cando seus propósitos ou resultados. A
expressão traduzida como “os que estão
em eminência”indica etimologicamente
“ter uma posição acima de...”Esta pode­
ria incluir todos aqueles que estão em
proeminência ou os superiores. Adescrição
da efetividade destas orações inclui qua­
tro expressões para os tipos de vida a que
a oração nos levará:
1) “quieta”,pacífica,tranqüilaouimperturbável;
2) “sossegada” ou calma;
3) “em toda a piedade”ou devoção religio­
sa, ou seja, tendo a atitude correta em re­
lação a Deus, que é derivada do conheci­
mento verdadeiro de Deus; e
4) “[em toda] honestidade”, gravidade, seri­
edadeoudignidade, istoé, aseriedademoral
que afeta o comportamento exterior e a
intenção interior.
2.1.2.0 Fundamento e a Bênção Tra­
zidos pela Exortação (2.3-7).
2.1.2.1. AVontadedeDeus:ASalvação
e o Esclarecim ento (2.3,4). Paulo ex­
plica que a idéia da oração universal, por
todas as pessoas, é boa (não somente
agathos, “correta, praticável e moralmente
boa”, mas também kalos, “bonita e har­
moniosa — agradável aos olhos huma­
nos”) (Lock, 1973, 22-23) e agradável aos
olhos de Deus.
A vontade de Deus, nosso Salvador, é
“que todos os homens se salvem e venham
ao conhecimento da verdade”.Embora o
texto grego tenha palavras que diferenci­
em “homem [pessoa do sexo masculino]”
(aner) de “ser humano [pessoa no senti­
do genérico]”(anthropos), o texto da NVI
não distingue estas palavras em sua tra­
1449
I TIMÓTEO 2
dução. Às vezes, isto pode dar aos leito­
res modernos uma impressão errada, já que
não mais se lê “homem ou homens” de
modo genérico. Um comentário cuidadoso
ou uma consulta ao texto original torna­
rão este ponto mais claro para o leitor.
2.1.2.2. O Papel de Cristo: Sacrifí­
cio e Testemunho (2.5,6). Paulo parece
estar novamente fazendo citações. Ò texto
original de 2.5,6 foi reconhecido como
poético, sendo certificado como tal no
NovoTestamentogrego. Estesversos eram
provavelmente um primitivo hino cris­
tão de cinco linhas:
Porque há um só Deus
e um só mediador entre Deus e os ho­
mens [ou humanidade, anthropon],
Jesus Cristo, homem [anthropos],
o qual se deu a si mesmo em preço de
redençãoportodos[otermo“homens”
não está presente no texto grego],
paraservirde testemunho a seu tempo.
Este hino afirma a singularidade e a
unidade de Deus como sustentada pelos
judeus, então acrescenta a revelação cristã
de Jesus Cristo como o mediador ou in­
termediário. Tal mediação foi possível pela
encarnação e culminou na crucificação
de Cristo, quando sua vida foi oferecida
como o preço pago pela libertaçãodaqueles
que estavam escravizados. Tudo isso acon­
teceu no tempo ordenado por Deus.
2.1.2.3. A Chamada de Paulo: Um
Pastor e Apóstolo (2.7). Paulo foi en­
carregado de partilhar este testemunho
com os gentios, como um “pregador”(ou
arauto), “apóstolo”e “doutor”(ouensinador).
O arauto era alguém que trazia impor­
tantesnotícias.Anunciavafreqüentemente
um evento atlético ou uma festa religi­
osa, oufuncionavacomoummensageiro
político, o portador de notícias ou or­
dens da corte do rei. Deveria ter uma
vozforteeproclamarsuamensagemcom
vigor, sem demora e sem discuti-la. A
qualidade mais importante do arauto
consistia em ser um fiel representante
ou divulgador da palavra daquele que
o havia enviado. Não tinha a obrigação
de ser “original”ou criativo; deveriaaMí
um fiel portador da mensagem ce d» I
trem(V. P.Fumish, citadoemRiene-. ^»^
1980, 619).
Um apóstolo é “um enviado [con -al
incumbência]”. Paulo novamente afinfl
fortementealegitimidadedeseuapostai**
2.1.3. O Desejo de que os H o c n -
Orem(2.8). Umavezmaiso apóstolo
seu desejo de que os santos orem:
vez, porém, em contraste com as o f a J
vações que seguem este verso, especfll
camente dirigidas às mulheres, os oifl
tos da advertência imediata são os hccsa
(plural de aner). A autoridade apc s: J
ca está implícita na palavratraduzidacom
“quero”(expressandoo desejo ouav
de alguém). “Santas”neste verso d
ve mãos dadas a ações piedosas, purü«
limpasconforme os mandamentos deD e i
ao invés de seremmãos “ímpias”dediciü
à ira e às contendas.
A atitude mais geral em relação à ora- -n
ção naantigüidadepara pagãos, judeus, j
e cristãos era semelhante e consistia e~ i
colocar-se de pé com as mãos estendi- ■
das e levantadas, com as palmas volta- -m
das para cima. Os afrescos de pessoas *
orando, por exemplo, nas catacumbas
romanas, fornecem uma vivida ilustra­
ção da vida da igreja primitiva (Keilv
1963, 66).
2.2. A Vestimenta e o Estilo de
Vida das Mulheres (2.9-15
2.2.1. Dar Preferência ao Adorii
Espiritual (2.9,10). Uma tradução
ral do texto grego inicia este verso co~ a
frase “do mesmo modo as mulheres' —
indicando aparentemente que as mulbe-
res, assim como os homens, deveriamcxm,
mas ao mesmo tempo deveriam ter cui­
dados em relação à sua aparência pesso*
al. O desejo do apóstolo é que seu irzie
(comportamentoou conduta) seja moceíai
(isto é, decente, próprio, moderado) "conl
pudor e modéstia”. Estas duas rilri—a*
condições levam a um sentido sexua_ q
denotam uma reserva feminina, bem ccrj-_>
I TIMÓTEO 2
A Quarta Viagem M issionária de Paulo
Aproximadamente entre 62 e 68 d.C.
Esíá claro a partir de Atos 13.1—21.17 que Paulo
%ztrês viagens missionárias. Existem evidências
rsra crermos que ele tenha feito uma quarta
*agem após sua libertação do encarceramento
*3nano, registrado em Atos 28. A conclusão de
tal viagem tenha realmente acontecido
ia-se no seguinte:
" Na intenção declarada de Paulo de ir à
Espanha (Rm 15.24,28);
2JNa declaração de Eusébio, de que Paulo tenha
siüo libertado depois de seu primeiro
encarceramento romano (História Eclesiástica
122.2-3); e
IVEm declarações da literatura cristã primitiva
:ue afirmam que o apóstolo levou o Evangelho
as a Espanha (Clemente de Roma, Epístola aos
Zcóntios, cap. 5; Actus Petrí Vercellenses, caps.
1-3; Cânon Muratoriano, linhas 34-39). Os
lugares que Paulo pode ter visitado após sua
libertação da prisão são indicados por
declarações de intenção expressas em seus
escritos anteriores, e por menções subse­
qüentes nas Cartas Pastorais. A ordem de sua
viagem não pode ser determinada com
precisão, mas o itinerário apresentado a
seguir parece provável.
1. Roma: libertação da prisão, 62 d.C.
2. Espanha: 62-64 (Rm 15.24,28)
3. Creta: 64-65 (Tt 1.5)
4. Mileto: 65 (2 Tm 4.20)
5. Colossos: 66 (Fm 22)
6. Éfeso: 66(1 Tm 1.3)
7. Filipos: 66 (Fp 2.23,24; 1Tm 1.3)
8. Nicópolis: 66-67 (Tt 3.12)
9. Roma: 67
10. Martírio: 67-68
repugnância moral a fazer o que é
desonroso. Referem-se ao aperfeiçoamento
Io domínio próprio, do controle dos
ipetites, ao pleno governo interior que
é capaz de colocar rédeas em todas as
~£ixões e desejos.
Paulo passa então a ser mais específico,
Esencorajandoasmulheresdeusaremestilos
iradosdecabelos,jóiasdeourooupérolas,
pascaras. Eranotórioque tantoasjudias
.o as mulheres gentílicas gostavam de
isto. As pérolas eram os adornos mais
is(custando aproximadamente o triplo
valordo ouro). Asmulheres usavam-nas
decoraroscabelos,orelhas,dedos,roupas,
ésandálias. “Aostentação navestimenta
freqüentemente considerada um sinal
promiscuidade no mundo antigo [espe­
r t e entre os cristãos], tais gastos, tão
ndes, eram considerados injustificados
razão da difícil situação dos pobres”
roeger e Kroeger, 1992, 75).
O adorno apropriado de uma mulher
professa reverência a Deus são suas
s obras”, seu comportamento fiel. A
deira beleza não é uma questão de
oração exterior, e sim de virtudes in-
>res, que iniciam ações santas.
2.2.2. A Ordem de Ensinar às Mulhe­
res (2.11). Neste versículo, Paulo muda
de foco, passa a dar mais importância ao
fato de que as mulheres devem estudar a
Palavra de Deus, e não somente ter uma
vida de oração. Está claro que o apóstolo
deseja que as mulheres na igreja apren­
dam (cf. 1 Co 14.35a). No período roma­
no, fora da aristocracia, a maioria das
mulheres, judias ou gentílicas, eram pri­
vadasdaeducação. Asituaçãonãoeramuito
melhor no mundo religioso: não era per­
mitido que as gentílicas participassem da
religião oficial do Estado grego e roma­
no, e as judias eram impedidas de estu­
dar a Torá e não podiam ser incluídas no
quorum da sinagoga. Entretanto, as ordens
de Paulo estabelecem um padrão diferente
para o cristianismo:“Amulher aprenda...”
(literalmente, “que amulherseja discipulada
[:manthano] ou ensinada”).
O Antigo Testamento defendia que se
fizesse silêncio na presença do Senhor (Sl
46.10; Is 41.1; Hc 2.20; Zc 2.13). Tal atitu­
de provavelmente tivesse a finalidade de
auxiliar o aprendizado. Até mesmo os
estudiosos rabínicos deveriam aprender
em silêncio, que era entendido como uma
1451
I TIMÓTEO 2
parede ao redordasabedoria. Portrêsvezes
a Septuaginta (a tradução grega do Anti­
go Testamento) acrescenta a “sujeição”ao
“silêncio”de acordo com o Antigo Testa­
mento hebraico (Sl 37.7; 62.1,5). O silên­
cioe asubmissãoeramconsideradosestados
de absoluta receptividade.
AcondutaquePauloexigiudasestudantes
ou discípulas (silêncio e completa submis­
são, veja w . 11b,12b) nos faz relembrar a
situação problemática que havia em Éfeso.
Os falsos mestres infiltraram seus ensinos
pervertidosentreasmulheres,provavelmente
porque averdade não lhes havia sido ensi­
nada pela igreja. Portanto, o apóstolo de­
sejou equipar estas mulheres com o conhe­
cimento da verdade, de forma que pudes­
sem se opor aos erros. Sua ordem em 2.11,
paraqueasmulheresaprendessem,representa
acorreçãodosenosdivulgadospelosobreiros
tolos de 2 Timóteo 3-6,7, que “aprendem
sempre e nunca podem chegar ao conhe­
cimento da verdade”.
2.2.3. A Ordem para que as Mulhe­
res Estejam em Silêncio (2.12). A pró­
xima oração foi interpretada por muitos
comoumadenúnciainequívocadoapóstolo
contra a liderança feminina, sua proibi­
ção absoluta de colocar uma mulher em
uma posição de autoridade superior a um
homem. Tal interpretação tem trazido
perplexidade aos cristãos que crêem no
Evangelho de uma forma completa, e que
reconhecem o Espírito Santo como sen­
do o capacitador dos homens e mulhe­
res para a liderança cristã, conforme a
promessa relatada por Joel (2.28-32) e
cumprida no dia de Pentecostes (At 2.17-
21). Como se pode conciliar as duas de­
clarações bíblicas, a saber, a promessa (e
seu cumprimento) e a proibição?
Está claro que esta passagem apresenta
desafios especiais para os intérpretes:1
1) O verbo authenteo (que na NVI é traduzi­
do como “ter autoridade sobre”) não está
claro. Ejá que esta palavra ocorre somen­
te uma vez em todo o Novo Testamento,
enãoconstanaSeptuaginta, devemosbuscar
recursos fora das Escrituras para discernir
seu significado;
2) A ordem da frase que contém a palavra é
incomum; umatradução literal seria: “Para
ensinar, ao contrário, às mulheres
permissão, nem para authentein
mem, mas que esteja em silêncio’:
3) Odesafiogramaticalé comporsuas
umtextocomduaspartículasnegajiH
e oude) e três infinitivos (d?
authentein e einai)-,
4) Os versos seguintes à injunção
levantam questões adicionais: (a)
areferênciaàordemnacriação?(b)
a explicação do engano e datransg.
(c) Por que a conexão entre a
“dar à luz”filhos?
5) Mais significativamente, a inte
tradicional (isto é, proibindo que
lheres liderem) torna as palavras
lo contraditórias em vista de sua
de afirmar a liderança cristã das
em outras passagens.
Overso começa com apalavrad;
“ensinar”. As Pastorais dão grande
se ao ensino, porque somente o
preciso poderia combater as falsas
trinas em Éfeso. É claro que de
maneira as mulheres estavam env
no falso ensino (lT m 4.7; 5.11-13
3.6,7;Tt 1.11).Aindaassim, Paulonãc
completamente a liderança das mu
EmoutraspassagensnasPastorais,
uma visão positiva relativa ao enr
mulheres (veja 2 Tm 1.5; 3.14,15; 4 1
At 18.26b). Além das Pastorais, o
Testamento contém numerosas afi
nas cartas de Paulo sobre as mulh
ministério (Rm 16.1,2,3-5,6,7,12: Fr
Note também que o próprio apí
em sua ausência, deixou Priscila e /
pastoreando os primeiros crentes
dade de Éfeso (At 18.19). Era ta
conhecido que Priscila e seu mari
sinaram o eloqüente pastor alexar
(um homem) chamado Apoio (At 1
Paulo havia elogiado esta mulher
tre e cooperadora na liderança da
em Éfeso, que aindaestavavivae d ei
de grande apreço no momento em
as Pastorais foram escritas (Rm 16.3
Tm 4.19). O contexto histórico,
to, esclarece que o apóstolo não p
o ensino feminino (como alguns int
taram este texto), mas proibiu que
nassem falsas doutrinas, da mesma
1452
I TIMÓTEO 2
aeira que os textos em 1 Timóteo 1.3,4 e
Tito 1.9-14proíbem o falsoensinode outros
hereges. (Ôs versos seguintes [isto é, 1Tm
2.13-15] revelam a natureza do ensino
herético que Paulo proibiu.)
O maior desafio para se interpretar 1
Timóteo 2.12 está no significado do se­
gundo infinitivo, o verbo raro authenteo
(que é a forma infinitiva de authentein).
Ainda que o seu significado, “ter autori­
dade sobre”, tenha sido tradicionalmen­
te aceito neste contexto, tal tradução é
seriamente contestada hoje por estudio­
sos conservadores que realizaram uma
extensa pesquisa sobre o uso da palavra
:ora do Novo Testamento. A gama dos
significados de authenteo incluio seguinte:
1) começar algo ou ser responsável poruma
: condição ou ação;
2) impor regras ou dominar;
5) usurpar o poder ou os direitos de outra
pessoa; e
4 ) reivindicarpropriedade,soberania,ouautoria
■ (Kroeger e Kroeger, 1992, 84).
Os Kroegers oferecem duas traduções
alternativas que levam em conta a ordem
íncomum das palavras no verso, seus
desafios gramaticais, seu contexto histó­
rico e a pesquisa léxica mais recente desta
palavra:
li) “Nãopermito que umamulherensinenem
F seapresente como originadordo homem”
^ (ibid., 103); e
il> “Nãopermito que uma mulher ensine que
éooriginadordohomem”(ibid., 191-192).
Tal ensino (de que Eva foi criada pri-
iro e que ela originou Adão) era uma
s versões dos gnósticos a respeito da
'ação. Neste verso, Paulo está proibin-
que as mulheres ensinem tal heresia.
Umavez que tal interpretação não con­
terá 1 Timóteo 2.12 como uma proibi-
contra todo o ensino e autoridade das
ilheres no ministério, é consistente com
demais afirmações de Paulo a respei-
liderança dasmulheres. Observe tam-
como esta interpretação é clara no
..jtexto dos versos que se seguem.
2.2.4. A Ordem da Criação É Reite-
(2.13).DepoisdePauloproibiroensino
e aspectodeheresiadosgnósticos,declara
visão ortodoxa relativa à cronologia da
criação. Enfatiza a descrição contida em
Gênesis e afirma definitivamente: “... pri­
meiro foi formado Adão, depois Eva”.
2.2.5. A Explicação da Quedaem Pe­
cado (2.14). Outro mito dos gnósticos
ensinava que a tentação da serpente não
resultouno pecado, masno esclarecimento,
e que foiEva, ao compartilharo fruto, quem
trouxe a luz a Adão. Para corrigir tal he­
resia, Paulo é obrigado a explicar a que­
da, como Eva foi enganada, e a primeira
transgressão.
2.2.6. A Esperança de sua Salvação
É Anunciada (2.15). O apóstolo con­
clui o assunto prometendo a salvação para
as mulheres, se permanecerem em sua
missão de mãe “com modéstia na fé, na
caridade (ou amor) e na santificação”. Os
mitos dos gnósticos continham um en­
sino elaborado sobre uma suposta dis­
seminação, de acordo com o qual cada
umde seusdescendentes, aonascer, recebia
partículas da luz divina do primeiro ca­
sal, que fora dotado destas partículas na
criação. Toda geração subseqüente dis­
tribui suas partículas de luz entre sua
descendência. Após a morte, quando um
indivíduo gnóstico procurar realizar a
viagem celestial, deixando este planeta
material, estará proibido de deixar a terra
até que todas as suas partículas de luz
sejam reunidas. Se, tendo filhos, as par­
tículas de luz de uma mulher gnóstica
tiverem sido passadas a outros, ela esta­
rá presa na terra até a morte de toda a
geração de seus descendentes; quando
todas as suas partículas de luz poderão
ser novamente reunidas.
Emoutraspalavras,deacordocomoensino
gnóstico, a salvação eterna tornou-se com­
pletamenteimpossívelàquelesquetêmfilhos.
Esta era possivelmente a razão pela qual os
falsos mestres em Éfeso estavam proibin­
doocasamento(4.3). “Algunstextosgnósticos
condenavam ter filhos, e outros chegavam
atémesmo aafirmarque eraimpossíveluma
mulheralcançaravidaetema”(Kroeger,Evans
e Storkey, 1995, 442). Deste modo, Paulo
corrige este ensino errôneo, prometendo
assim a salvação a estas mulheres — ainda
que tivessem filhos — , caso vivessem uma
vida de santidade cristã.
1453
I TIMÓTEO 3
Ainterpretação correta desta passagem
põe um fim à falsa alegação de que a tra­
dicional permissão do ministério e da li­
derançaexercidapelasmulheresnoscírculos
pentecostais e carismáticos, onde se crê
no evangelho como um todo, (e a aceita­
ção contemporânea do ministério femi­
nino em importantes denominações) seja
uma violação das Escrituras. Assim como
Pedro, que no dia de Pentecostes prometeu
que nestes últimos dias o Espírito de Deus
capacitaria os homens e as mulheres para
oministério(At2.16-18),e damesmamaneira
Paulo reconheceu que em Cristo as dis­
tinções sexuais são irrelevantes (G13.28),
esta passagem também não proíbe que
os homens sejam ensinadospelasmulheres
no exercício de sua liderança espiritual.
Antes, o apóstolo está confrontando um
problema local específico em Éfeso, si­
lenciando os falsos ensinadores, e refu­
tando os falsos ensinos.
2.3■ Sobre os Bispos (3-1-7)
2.3-1. AsAspirações àLiderança São
Ratificadas (3.1). O apóstolo volta sua
atenção especificamente às posições de
liderança na igreja, citando outroprovérbio
aparentemente famoso. Já naquele tem­
po, a igreja primitiva tinha uma coleção
de curtas declarações (logia), de modo
resumido, porções memoráveis deverdades
comumente sustentadas pelos crentes. Tais
expressões existiram antes do tempo da
composição das Pastorais, e como reco­
nhecimento de sua aceitação geral foram
introduzidas em forma de citação como
vemos aqui: “Esta é uma palavra fiel... ”
(veja comentários sobre 1.15).
Esta declaração cristã valida a aspira­
ção que um crente possa ter de servir à
igreja em uma posição de liderança ou
supervisão. Qualquercrente que tenha esta
aspiração, homem ou mulher (a palavra
tis inclui ambos os gêneros), certamente
deseja fazer um bom trabalho, desempe-
nharumatarefanobre. Aocitareste logion*
o apóstolo recomenda o ofício do bispo
a qualquer pessoa que tenha as qualifi­
cações que se seguem (w . 2-7).
As responsabilidades dos supemsq|B
superintendentesoubispos (episkopes O fl ,
longe de ser claras neste período pod
tivo da Igreja. O título parece ser ecn jl
lenteaodeanciãooupresbítero(presbiiaj
(5.17; Tt 1.5), embora pouco seja ccca í
cido sobre as funções que desempeni
vam. Opapeldosoficiaisdaigrejaera
e flexível na época do Novo Testam eaJ
Atéoperíodopatrísticoprimitivo,tais
ainda não haviam sido padroniza
regulamentadas.
2.3-2.0 Estabelecimento das
ficaçõesdaüderança(3.2-7).Pauic raosB
sua discussão sobre as condições ex;aaS
aos candidatos à liderança da igreja
uma lista consecutiva de doze qi:
ções simples (w . 2,3), seguidas pcc ■
requisitos, cada um destes acompaniíuta
poruma base lógica (w. 4-7). É impcnai*
notar que a lista inteira é estmturaoa rdh
que é chamado de inclusio, um disoirf
vo literário de parêntesis ou colcheie-s
torno de um assunto particular. O r —
ro requisito (v. 2a) é que o bispe 'sqp
inepreensível”;e oúltimo (v. 7), é que le a lM
bom testemunho dos que estão de :ac4w
Logo o assunto como um todo ■— as jo m
lificações para os líderes da igreja — r i
completamente envolvido por sua in^pi*
tância, que é superior à repreensãc
Esta não é uma lista de requisitas
pirituais — nenhum dos itens é espedl
camente cristão. Também não é uma
crição das responsabilidades ou a i i n
ções dos bispos. Antes, os itens re fe a e
os mais elevados ideais da filosofia c
ral helenística. A lista sugere que o : ar
portamento dos falsos mestres estava^j
vandoo Evangelhoàperdade credibilíoa^J
“Portanto, Paulo não está somente rrt*
cupado com os bispos, a fim de q u e » l
tes tenham virtudes cristãs (assume-se^
antemão que as tenham), mas que ~-n»
bém reflitam os mais elevados ideaa- H
cultura” (Fee, 1988, 78-79). As listas a
qualificações eram comuns na antigú:._.■
em meio aos gregos, romanos e ju a o sl
O padrão de líderes “irrepreensíveis' -at
amplamente difundido no mundo •• -nu
“Paulo, reconhecendo os desafios quea
cristãos enfrentavam já no início dc rc*
1454
I TIMÓTEO 3
conceito demonstrado pelo mundo, es­
tavadeterminado a sobrepujar os padrões
da moralidade do mundo, não deixando
rje os escândalos maculassem a reputa­
ção da igreja” (Keener, 1991, 87).
I Aprimeira e mais importante qualificação,
- então, é que os bispos tenham um caráter
excelente, istoé, quesejamirrepreensíveis.
Xunca deveria ser possível (literalmente)
"surpreender um bispo” fora dos limites
da integridade.
I Apróxima qualificação— que obispo seja
"maridodeumamulher”(nãoexisteotermo
"mas”no texto grego, como traduzido na
NVI) — é fácil traduzir, porém é difícil
interpretar. Três questões estão envolvi­
das: (a) Será que o apóstolo está conde­
nandoodivórcio,apoligamia,oconcubinato,
ou qualquer outra coisa? (b) Será que o
apóstolo está exigindo que os bispos se-
úm casados, refutando aqueles que dizi­
amque não se deveria casar? (c) Será que
o apóstoloestáexigindoqueosbispossejam
homens e não mulheres?
a) Aprimeiradestasquestões— “marido
uma mulher”— é: Ó que queria dizer
do de uma mulher” no século I? A
retação tradicionaltoma afrase como
ndo dizer “marido de uma só esposa
nte sua vida”, às vezes acrescentan-
menosqueelamona”.Talinterpretação
qualificações permite que as pesso-
e se casam novamente após a mor-
cônjuge tenham a oportunidade de
r na liderança da igreja, mas proíbe
aqueles que se casaram após um
'_riose candidatemàliderança.Aqueles
:rêem em todo o Evangelho mantêm
elevada visão da permanência do
ento e querem que seus líderessejam
pios do mesmo. Também mantêm
elevada visão da graça de Deus e
~mque suas práticas demonstrem a
em ação. Conseqüentemente, as
cessobreestetextoforamtãograndes
as congregações carismáticas e as
tinações pentecostais se dividiram
eito da interpretação e da aplica-
terequisitoparaoslíderesdasigrejas,
sunto torna-se especialmente com-
o quando o candidato à liderança
iase enquadra em umadasseguintes
categorias: se o divórcio e o novo casa­
mento aconteceram antes da conversão,
ou se o crente era a “parte inocente” em
um divórcio (isto é, se o casamento foi
terminado em bases bíblicas). Jesus per­
mitiu o divórcio nos casos em que um dos
cônjuges fosse infiel (Mt 5.31,32), e en-
tende-se que Paulo permitiu o divórcio
se um dos cônjuges abandonasse o lar (1
Co 7.15). O assunto é ainda mais compli­
cado quando já tem ocorrido uma anula­
ção eclesiástica (para o que não existe
nenhuma citação nas Escrituras, no Novo
Testamento).
Algumas igrejas reconhecem que o
adultério e a deserção são bases bíblicas
para o divórcio, mas em nenhum caso
permitem um novo casamento. Seu apoio
é que (i) nem em Marcos 10.11,12 nem
em Lucas 16.18 a declaração dejesus sobre
o divórciofoiqualificadacomouma“cláusula
de exceção”(cf. Mt 5.31,32) — isto é, que
todo novo casamento constitui um adul­
tério; e (ii) que Paulo subordina sua ex­
ceção ao decreto de divórcio proferido
por Cristo, como uma idéia própria e não
do Senhor (cf. 1 Co 7.10-16; parece que
Paulo desconhece qualquer exceção por
parte de Cristo). Outras igrejas permitem
o novo casamento no caso de pessoas que
experimentaram o divórcio em bases
bíblicas. Sua lógica é que o propósito do
divórcio antigo era como uma sanção legal
para o novo matrimônio.
O contexto de nosso mundo moder­
no e o rápido aumento do índice de di­
vórcios (tanto fora como dentro da igre­
ja) nos chamam a discutir este texto. Tal­
vez o contexto do mundo antigo e sua
estrutura familiar e social possam elucidar
0 assunto. O que significava “marido de
uma mulher”para os leitores originais de
1 Timóteo, para os judeus e para os pa­
gãos? Que advertência específica, naquele
contexto cultural, o apóstolo Paulo quis
dar aos candidatos à liderança cristã para
que fossem moralmente irrepreensíveis?
Referia-se ao divórcio, à poligamia, ao
concubinato, ou a qualquer outra coisa?
O divórcioeraumatrivialidadeno século
I entre os pagãos. O judaísmo também
permitiu o divórcio em muitas outras si­
1455
I TIMÓTEO 3
tuações, tornando fácil que um marido
se divorciasse de sua esposa (veja Mt 19-3,'
onde os fariseus perguntam aJesus se o
divórcio poderia acontecer “por qualquer
motivo”; e 19-10, onde até os próprios
discípulos deJesus ficaram chocados pela
severidade de sua resposta). Keener diz:
“É quase impossível que [Paulo] esteja
se referindo ao novo casamento de ho­
mens divorciados, porque ninguém na
antigüidade, judeu ou greco-romano,
trataria com desprezo o novo matrimô­
nio do homem” ([a ênfase é do próprio
Keener], Keener, 1991, 100).
A poligamia era contrária à lei roma­
na, contudo, oficialmente legal no juda­
ísmopalestino.Todavia, emmeioaosjudeus
a monogamia era anorma mais aceita. Uma
vez que a poligamia não era praticada nem
pelos judeus fora da Palestina, nem pe­
los gregos na Ásia Menor, parece impro­
vável que Paulo esteja escrevendo uma
proscrição contra tal prática aos líderes
da igreja em Éfeso.
Ainda que o concubinato não fosse uma
prática habitual, não era desconhecido no
século I do mundo greco-romano. Sabia-
se.que os soldados, que não podiam se
casar oficialmente até que seu tempo de
serviço militar fosse cumprido (um lon­
go período de vinte anos), praticavam tal
ato. Embora 1 Timóteo 3-2 possa estâr
proibindo o concubinato, esta prática
provavelmente não era comum o bastante
em Éfeso para merecer uma proibição.
O propósito das qualificações para os
líderes da igreja era manter a reputação
daqueles que estivessem no ministério,
evitando que pudessem ser repreendidos
pelosqueestavamforadaigreja. Seo divórcio
era socialmente aceitável no momento da
escrita do Novo Testamento, se a poliga­
mia não era praticada em Éfeso, e se o
concubinato era incomum, qual compor­
tamento era considerado escandaloso na
estrutura social do século I, pelo qual o
apóstolo Paulo excluía os candidatos ao
ministériodaigreja?Existemesclarecimentos
adicionais no texto?
A expressão “marido de uma mulher”
encontrada entre as qualificações do bispo
em 1 Timóteo 3.2 e Tito 1.6, como tam­
bém nas qualificações para o diá
1 Timóteo 3-12, tem sua contra
expressão “mulherde um só maridc'
de rodapé da NVI), encontrada
lificações para as viúvas que estâ:
litadas a receberem o apoio fina
igreja em 1 Timóteo 5. A estnr
qualificações de Paulo para asviúv
velhas (5.3-16) é notavelmente se~
às qualificações do apóstolo pari
mens mais velhos, ou bispos (5 1
Parece que estas viúvas tiveram
gar no ministério e foram honra
sempenhando um trabalho de
recebendo, de certa forma, um paf
por este (cf. w . 5,9-16).
Tanto a palavra latina univira c
palavra grega monandros signifi
posa] de um só marido” (liter
“mulher de um só homem”), sei
mos atribuídos não somente a vi
éis ao Senhor, mas também enc
como inscrições funerárias de
romanas virtuosas, honradas pelos
dos queviverammais que elas. A er^
“mulherde umsó marido”fala de
que cumpriram o ideal “de: um sc
do”quehavianaantigüidade, e quer*
em: (a) casarem-se somente uma
(b) serem absolutamente fiéis a ~
co marido por toda a vida. “A ênf:
cional da expressão está na fideli
esposa, como umaboa esposa du
otempo do casamento... [Ela] foifiei
marido, nunca tendo interesse por
homem durante seu matrimônio'' (
se de Keener], Keener, 1991,95).
a NVI traduz a “mulher de um só
em 1 Timóteo 5.9 como uma viúva
“foi fiel a seu marido”. Já que a ar-
dade não assegurou aos homens um
“de uma só esposa”, quando a expr
é usada no masculino, “homem de
só mulher” (isto é, “marido de u
lher’) -;cífere-se ao cônjuge fiel el
nunca se interessou por outra mu
decorrer de todo o seu casamentc
O casamento com um único côh
por toda a vida nunca é aplicado
líderes no mundo antigo como um
requisito; nãoénemumelogiofreqí
1456
I TIMÓTEO 3
aos homens (que naquela cultura pre­
encheram a maior parte dos papéis de
liderança), sendo reservado mais fre­
qüentemente às mulheres. O ideal de
fidelidadematrimonial, porém, émuitas
vezes exigido aos líderes... Na antigüi­
dade, ter a casa em ordem era, habi­
tualmente, um padrão para a lideran­
ça (ibid., 95).
k “O que era ridicularizado nesta cultu­
ra? O divórcio sucessivo, a bigamia (in­
clusive manter uma concubina além do
casamento), e a infidelidade matrimoni­
al'' ([ênfase de Keener], ibid., 100-101)
- Um candidato à liderança da igreja
«vendo umavidamoralmente desregrada,
escandalizaria a reputação da igreja (como
era o caso em Corinto, 1 Co 5). Note como
profeta Natã lamentou que a imorali-
de sexual do rei Davi tenha dado aos
rimigos do Senhor uma causa pela qual
“íasfemar (2 Sm 12.14).
Se Keener estiver correto, esta qua-
icação para os bispos (diáconos e vi-
_as) significa fidelidade matrimonial,
forma que o verdadeiro enfoque do
'stolo está na moralidade sexual dos
ndidatos à liderança da igreja. Tal in-
rpretação sugere que Paulo possa san-
~nar a liderança de alguém que tenha
'o vitimado pelo divórcio, enquanto
qualifique a liderança dos crentes que
já foram sexualmente infiéis para com
is cônjuges (deste modo, talvez, proi-
do a restauração do ministério dos
cres que decaíram moralmente, já que
varam não ser “marido de uma mu-
x”). Se a tradução da NVI — da con-
parte feminina da expressão — for
licada de modo consistente, então esta
ilificação para os bispos (3.2; Tt 1.6)
'^ a os diáconos (1 Tm 3.12) seria: “serem
s a seus cônjuges”.
Em resumo, a interpretação e a apli­
codocritérioaumbispoqueseja“marido
uma mulher” é um assunto difícil por
s razões significativas:
Deus tem uma elevada consideração pe­
losque permanecemno casamento(cf.Ml
116; Mt 19.6b; Mc 10.9);
• Há uma falta de consenso sobre o signifi­
cado da expressão traduzida como “mari­
do de uma mulher”; e
• E importante exercitar uma natureza sen­
sível no modo de proceder, assim como
Cristo agiria em relação às pessoas envol­
vidas em situações matrimoniais infelizes.
A poligamia e o concubinato não pa­
recem ser o ponto crucial das instruções
de Paulo aqui; porém ainda se discute se
é o novo casamento após o divórcio ou a
infidelidade matrimonial que desqualifica
alguém do exercício destas funções. Cada
denominação evangélica, e cada congre­
gação independente deve, em oração,
discutir e estabelecer a questão. Em tais
casos de incerteza teológica ou prática,
nosso Senhor deu à igreja a autoridade
para tomar decisões; e embora os dife­
rentes grupos possam chegar a conclu­
sões diferentes, Cristo comprometeu-se
a honrar as decisões tomadas por seus re­
presentantes (Mt 16.19; 18.18,19). Nossa
atitude deve ser como a de nosso Senhor
— respeitar o julgamento de outros cren­
tes quanto a assuntos controvertidos, ainda
que possam diferir de nossas próprias
conclusões (Compare o conselho do após­
tolo em relação às diferenças de convic­
ções em outrosassuntosmoraisimportantes
do século I, como comera carne sacrificada
a ídolos [Rm 14.1-23; 1 Co 8.1-13D.
(b) A segunda questão da interpreta­
ção desta passagem — de um bispo ser
“maridodeumamulher”— é queo apóstolo
estejaexigindoqueoslíderesdaigreja(bispos
em 3.2 [cf. Tt 1.6], diáconos em 312 e vi­
úvasem 5.9) sejamcasados, deformaoposta
àqueles que nunca se casaram.
No contexto local específico de Éfeso
e Creta (século I), é possível que Paulo
estivesse definindo que o matrimôniofosse
preferível para os líderes da igreja. Os
casamentos destes líderes locais seriam
um testemunho de que rejeitaram o fal­
so ensino que proibia o casamento, uma
atitude que o apóstolo está combaten­
do nas Cartas Pastorais (veja 4.3). A pre­
sença de tal heresia no contexto históri­
co desta carta pode contribuir também
para o encorajamento de Paulo às viú­
1457
I TIMÓTEO 3
vas mais jovens para que se casem no­
vamente, e para sua especificação de que
somente as mulheres “de um só marido”
(isto é, viúvas, não simplesmenté as
mulheres mais velhas) fizessem parte do
grupo de cooperadores que recebem
salários da igreja. “Pode ser que aque­
las que ocupavam posições de honra na
igreja precisassem ter sido anteriormente
casadas, a fim de serem um exemplo
contrário à retórica dos falsos mestres que
rejeitavam o casamento”(Keener, 1991,
92). Contudo, ainda que este seja o sig­
nificado aqui, esta qualificação não era
um requisito universal para os líderes da
igreja, mas um exemplo de que os repre­
sentantes de Cristo devem estar acima de
qualquer repreensão por parte daque­
les que estão fora da igreja, como na si­
tuação cultural específica de Éfeso. O ca­
samento certamente não era uma quali­
ficação obrigatória para a liderança cristã.
Provavelmente Timóteo fosse solteiro;
Barnabé não tinha esposa (1 Co 9.1-5);
o próprio Paulo era solteiro (1 Co 7.7,8);
e nosso Senhor nunca foi casado. Ainda
que o apóstolo estivesse sugerindo que
os bispos e diáconos em Éfeso (e Creta)
devessem ser casados, tal qualificação não
seria obrigatória para os líderes cristãos
em outras situações.
(c) A questão final da interpretação da
qualificação de um bispo ser “marido de
uma mulher”é: Será que o apóstolo está
exigindo que os bispos sejam homens e
não mulheres?Novamente, nestacolocação
específica é possível que Paulo possa estar
ordenando requisitos singulares para
combater problemas locais. Em um local
onde os falsos mestres tiveramum sucesso
especial em meio às mulheres ignoran­
tes (Keener, 1992, 111-112), o apóstolo
pode estar sugerindo que os bispos de­
vessem ser homens. Entretanto, ainda que
tal hipótese seja possível, não é provável
— a maioria dos falsos mestres parece
realmente ter sido formada por homens.
Quando Paulo iniciou o assunto re­
lacionado aos bispos, não especificou
o gênero de tais líderes, mas usou a ex­
pressão genérica “se alguém deseja”. A
NVI usa o pronome masculino dez ve­
zes na lista de qualificações, si
mente porque não existe um p
genérico para a terceira pessoa
guiar no idioma inglês. Seria ~
ro traduzir a lista como qualificaç'
os bispos (no plural), de forma,
pronome do gênero neutro da t
pessoa do plural, “eles”,pudesse sc.
O texto grego original, porém (
no singular), inclui ambos os g'
O apóstolo poderia facilmente tè
pecificado como masculino, cc
em 1 Timóteo 2.8, mas escolheu
gênero neutro ao referir-se aos ’
Tendo em vista que Paulo eL
liderança espiritual das mulheres
como Febe (descrita literalmente
“... nossa irmã, a qual serve [miir
igreja que está em Cencréia”, Rm 1
Junia (uma mulher que fazia umtr;
notável em meio aos apóstolos. Rn:
e Priscila, que juntamente com _A
foi encarregada de liderar a jovem
gregação em Éfeso (At 18.19), nã:
vável que o apóstolo considerai —
somente os homens pudessem
penhar o ministério em Éfeso ou em
quer outro lugar.
As próximas três qualificações
so 2 são semelhantes (NVI):
3) Temperança ou moderação;
4) Autocontrole ou sensibilidade; e
5) Respeitabilidade ou bom compo
Atemperança é freqüentemenir
com relação a bebidas alcoólicas.:
uma vez que o versículo 3 trata
ficamente de não ser “dado ao v
é mais provável que o termo usac;
tenha um sentido mais amplo, r.*.
rico, isto é, “livre de toda forma
cesso, paixão, ou precipitação!
modo, o ministro deve ter plena
ciência, uma mente sóbria e servi
As duas qualificações posteriores
juntamente em listas éticas de e-r
seculares, como os elevados ideaã
comportamento exigidos para o c ;
penho de várias ocupações. Fa’^rr
caráter interior e do comporta
exterior — a vida particular bem
nizada da qual emana o cumpri
bem ordenado de todos os deverei
1458
I TIMÓTEO 3
É necessário que o bispo seja “hospita-
jero”(v. 2), outra virtude grega. A hos­
pitalidade é um dever de todos os cren-
es individualmente(5.10) e detodaaigreja
arletivamente (Rm 12.13; 1 Pe 4.9; 3 Jo
i no entanto, encontra sua expressão
3ais alta nos bispos que são descritos
ncs primeiros escritos cristãos como as
r*. ores que abrigam as ovelhas, sendo
merecedores de especiallouvorpelo papel
que desempenham (1 Ciem 1.2,10,11).
Ona bênção especial acompanha este mi-
irstério (Hb 13.2).
Ahospitalidade no Novo Testamento
;5 do que divertir os amigos, paren-
vizinhos, ou ter convidados para o
uma vez por semana. Refere-se à
ira de nossa casa para aqueles que
desconhecidos ou diferentes de nós
s. O adjetivo “hospitaleiro”signi-
lmente, “amaros estranhos”.Refere-
itenção para com os necessitados na
egação e na comunidade, e a hos-
em casaministros que estãoviajando,
'"lmenteaqueles quevivemem outras
.ades.
igreja primitiva não poderia ter so-
'ido sem a prática desta virtude.
Naantigüidadequandoseviajava, era
ralencontraralguémdoprópriopaís
comérciodoviajante, quealegremente
eceriaacomodaçõesduranteanoite,
pousadas cobravam preços injusta-
nte altos e normalmente funciona-
como bordéis; então os viajantes
freqüência levavamconsigo cartas
recomendação, pois assim seriam
bidos pelos amigos de seus amigos
conhecidos em outras cidades.
Isto acontecia especialmente com
viajantes judeus, que se recusavam
spedar-seemumbordel, setivessem
asalternativasdisponíveis. Ascasas
Je funcionavam as sinagogas e as
olas poderiam ser usadas para este
pósito, mas era melhor se hospe-
nacasa de umanfitrião. Parece que
apropriado o anfitrião insistir para
e o convidado ficasse, permitindo-
partir somente se este insistisse,
ulo usufruiu freqüentemente des­
te costume em suas próprias viagens.
Embora a virtude deste tipo de hos­
pitalidade devesse ser praticada em to­
das as culturas, provavelmente apare­
ce na lista de Paulo por ser um sinal de
grande respeitabilidade naquela cultu­
ra (Keener, 1991, 97).
7) “Convém, pois, que o bispo seja... apto
para ensinar”(v. 2). O ensino é conside­
radoumdomespiritualnoNovoTestamento
(cf. Rm 12.7; 1 Co 12.28,29; Ef 4.11). Os
líderes devem se identificar com o grupo
depresbíterosdacongregaçãoqueseocupam
com a pregação e o ensino (1 Tm 5.17). A
passagem em Tito 1.9 especifica três qua­
lificações dos mestres espirituais: a com­
preensão da verdade que seja consisten­
te com a tradição apostólica, a habilidade
de transmitir esta verdade claramente aos
outros e a habilidade de refutar os erros
daqueles que procuram pervertê-la. O
requisito de que os líderes espirituais te­
nham uma aptidão para o ensino é coe­
rente com a proibição de novos converti­
dos serem autorizados a ensinar (v. 6).
8) O bispo não deve ter problemas com be­
bidas alcoólicas (v. 3; literalmente, não ser
“dado ao vinho”). Fee (1988,81) pergun­
ta se estes critérios sugerem que os falsos
mestres eram dados à embriaguez.
Talvez não, levando-se em conta seu
asceticismoobservadoem4.3.Entretanto,
podem ter sido ascéticos sobre alguns
alimentos e indulgentes a respeito do
vinho. Emtodo caso, a embriaguez era
um dos vícios comuns na antigüidade;
e poucos autores pagãos falam contra
o mesmo — em geral, manifestam-se
somente contra outros “pecados” que
poderiam acompanhá-lo (a violência,
a repreensão pública aos servos, etc.).
Muitosteólogosentendemquedeacordo
com(5.23),obisponãoprecisariaseabster
totalmente, nem tampouco deveria se
dar à embriaguez (cf. 3.8; Tt 1.7), por­
que esta é uniformemente condenada
nas Escrituras.
Aspróximas três qualificações parecem
caminhar juntas e provavelmente reflitam
1459
I TIMÓTEO 3
o comportamento dos falsos mestres. Estes,
como descrito em 6.3-5 e 2 Timóteo 2.22-
26 (cf. Tt 3-9), eram dados a discussões e
disputas. Destemodo, osverdadeirosbispos
não devem:
9) Ser “violentos”, nem briguentos ou
alvoroçadores,ouseja,inclinadosàagressão
ou às discussões;
10) Mas “moderados”, que demonstram con­
sideração— até mesmo quando corrigem
os seus oponentes (2 Tm 2.23-25); e
11) Ser “contencioso”.
12) Alista continua com o requisito de que o
bispo não seja “avarento”(v. 3). APrimei­
raCartaaTimóteo6.5-10explicaqueacobiça
é um dos “pecados mortais” dos falsos
mestres, a causa de sua ruína final. Uma
advertência contra aavarezaé incluída em
cada lista de qualificações para a lideran­
ça, no NovoTestamento (3.8; Tt 1.7; cf. At
20.33; veja comentários sobre 1 Tm 6.5-
10; 2 Tm 3.6,7).
Nos três tópicos finais (a vida da famí­
lia dos líderes, sua maturidade na fé e sua
reputação com os estranhos), Paulo ofe­
rece uma razão para cada requisito. Es­
tes três também parecem ser questões
relacionadas aos falsos mestres.
13) O requisito mais detalhado na lista de
qualificações dos bispos está relacionado
ao controle sobre seus filhos. Estavirtude
era freqüentemente exaltada na antigüi­
dade, sendo apresentada como um pré-
requisitopara liderar outros. Umavez que
no Novo Testamento as congregações se
reuniam nos lares e se baseavam na orga­
nização doméstica(incluindo os membros
das fâmílias, os escravos e os servos), a
estabilidade da casa era importante para
a manutenção de uma igreja forte. Já que
este era um requisito padrão para os líde­
resrespeitáveis, umacaracterísticanecessária
para os líderes cristãos era serem “irrepre­
ensíveis” (v. 2) também nesta área.
Maso controle sobre acasatambém era
mais facilmente implementado naque­
leperíododoqueatualmente. Quemnão
honrasseeobedecesseaospais,nãopodia
ser honrado na sociedade greco-roma-
na; este conceito também eraválido no
judaísmo. O pai tinha também üm pa­
pel tradicional de autoridade
dade romana; embora o poder
e damorte fossemraramente<
sobre os filhos adultos, o dire'"
nuo do pai de decidir se as
deveriamsercriadas ou expul
casa ressaltavam sua posição de
no lar. Sua autoridade paternat
mente estendida até os netos e
tos, enquantopermanecesseviv'
que oamordospaisporseus fi
uma norma esperada, a disci-
freqüentemente severa (inclu'
açoite), sendo enfatizada na s
dosfilhos.ApesardePauloapoiara
que desaprovava a disciplinaí
6.4), a cultura, como umtodo.
to mais orientada em direção à
ência filial e à autoridade dos
que em nossos dias (Keener, 1~
Os bispos devem “governar"
famílias (proistemi, um verbo
sugere severidade), mantendo
sob submissão com todo o r
razão para este requisito é que
dizado da administração da casa
ra a pessoa para administrar
de Deus. A palavraproistemi.
relação aos bispos em 5.17 (“gov
e em 1Tessalonicenses 5.12 (“pr
implica o exercício de direção e
dosa preocupação. O governo
peito desempenhados pelo bi
perfeita combinação de dignida
tesia, independência e hu
(Rienecker, 1980, 623).
A força da frase, “com todo o
to”, provavelmente não significa
os filhos “obedecerão” com
to”, mas que seriam conhecidos
sua obediência e seu bom co
mento em geral... Existe umadif
entre exigir obediência e cons
O líder da igreja não “governa*.
mília de Deus, pelo fato de ter =
ponsabilidade de exortar o
obediência. Ele “cuida”da far
tal modo que seus “filhos” serl:
nhecidos por sua obediência e
comportamento (Fee, 1988, 82
1460
I TIMÓTEO 3
|K) Os bispos não devem ser neófitos. Por
quê?Oferecer aos novos crentes uma ele­
vada posição muito cedo poderia tentá-
los a se tornarem orgulhosos. Já que isto
é exatamente o que é dito sobre os fal­
sos mestres em 6.4 (cf. 2 Tm 3.4), pare­
ce que alguns deles podem ter se con­
vertido recentemente, cujos “pecados...
são manifestos”(1 Tm 5.24). As palavras
traduzidas como “não neófito”são uma
metáfora significando literalmente “uma
pessoa que não tenha sido recentemen­
te estabelecida”(Fee 1988, 83), se refe­
rindo a alguém recentemente batizado
(cf 1 Co 3.6, onde Paulo usa o verbo
referindo-se a conversões). Deste modo,
oscandidatos devem sercuidadosamente
avaliados antes de serem designados para
a liderança .(cf. 1 Tm 5.22).
Xa época em que Paulo estava escre-
loestacarta, acongregação deTimóteo
Éfesotinhamaisde dezanos, com líderes
ientemente preparadose madurospara
m escolhidos. Este requisito está au-
te, porém, na lista de critérios para os
~res da congregação mais jovem, que
va em Creta, na carta de Paulo a Tito.
ümbispo deve teruma boa reputação ou
um“bomtestemunhodosqueestãodefora”
da igreja, para evitar o fracasso. Esta lista
inteiradizrespeitoao comportamento que
se pode observar, servindo como um tes­
temunhoparaosestranhos. ComoFee(1988,
83) explica:
Aênfase parece ser que uma reputa­
ção ruim junto ao mundo pagão fará
com que o episkopos caia ‘em afronta’,
ouseja caluniado, e deste modo a igreja
mele; eistoseriacair‘nolaçododiabo’,
laço’preparado pelo ‘diabo’consiste
m que o comportamento dos líderes
igreja seja tal que os estranhos não
sesintaminclinadosaouviroEvangelho.
s escândalos de certos líderes cristãos
ossos dias têm envergonhado a igre-
mo um todo e aprofundado a indi-
nça da América do Norte para com o
gelho. Muitas vezes a igreja perdoa
cassos dosministros, porém o mundo
o faz. É especialmente diante dos
“estranhos” que a reputação da lideran­
ça do ministério deve ser irrepreensível.
2.4. Sobre os D iáconos (3-8-13)
2.4.1. QualificaçõesGerais paratodos
os Diáconos (3.8-10). Da mesma maneira
comofezcomosbisposoulíderes,oapóstolo
discute as qualificações (não os deveres)
daquelesqueservemàigrejacomo diáconos
ou ministros. Embora sirvam como auxi-
liares da igreja e não como líderes, seus
requisitos morais e espirituais são seme­
lhantes; deste modo, o apóstolo introduz
suas qualificações com a expressão “Da
mesma sorte...”
Quem eram os diáconos?Aindaque seja
umapráticacomumconsiderarosqueforam
selecionados para servir às mesas em Atos
6.1-6 e 21.8 como protótipos daqueles que
desempenham este papel, taishomensnão
foram chamados de diáconos.
De fato eram claramente ministros da
Palavra em meio aos judeus que fala­
vamgrego, oqueeventualmenteresultou
no título de “os Sete”(At 21.8), que os
distingue “dos Doze”, porém utilizan­
do uma expressão semelhante. Sendo
assim, temos acerteza de que episkopoi
[bispos] e diakonoi [diáconos] são fun­
ções distinguíveis na igreja, mas não
sabemosexatamenteoqueeramnoinício
da Igreja (Fee, 1988, 86).
Fee considera provável que tanto os
“bispos” como os “diáconos” estavam
abaixo da categoria mais ampla dos
“presbíteros”(Fee 1988,78). Ambos eram
líderes da igreja. A palavra diakonos é,
de fato, o termo favorito de Paulo no
original em grego para descrever seu
próprio ministério, bem como o de seus
cooperadores (por exemplo, Rm 16.1;
1 Co 3.5; 2 Co 3.6; Cl 1.23; 4.7). A pala­
vra é usada referindo-se a Timóteo em
4.6. Embora a NVI não mantenha uma
distinção, nas versões em inglês o ter­
mo diakonos é normalmente traduzido
como “diáconos”quando aparece no Novo
Testamento no plural, e “ministro”quando
aparece no singular.2Como ocorre com
1461
I TIMÓTEO 3
outros títulos do NovoTestamento, parece
haver uma oscilação na ênfase entre o
ofício e a função.
Da mesma maneira que os assistentes
(conforme aNVI, “aqueles que são capazes
de ajudar”) auxiliam os administradores
(na NVI, “aqueles que possuem o dom de
administrar”) (1 Co 12.28), parece que o
ministério dos diáconos no Novo Testa­
mento é auxiliaros bispos/presbíteros.Seu
papel subordinado é evidenciado pela
ausência da menção de qualquer respon­
sabilidade para com o ensino ou hospi­
talidade, e pelo fato de que seu escrutí­
nio preliminar parece ser até mais rigo­
roso do que o dos bispos (Kelly, 1963,81).
Várias das qualificações para os diáconos
parecem sugerir diretrizes para as pessoas
envolvidas no trabalho de casa em casa
(veja as qualificações [2] e [8] abaixo) e
na supervisão dos fundos assistenciais da
igreja (veja as qualificações [4]e [10]abaixo).
Acrescentandoumqualificadormasculino
para o versículo 8, que não está presente
no grego,3o verso seria traduzido como:
“Os diáconos devem ser, igualmente, ho­
mens dignos de respeito”.Muitastraduções
e paráfrases em inglês (por exemplo, NVI,
NASB, Phillips,LivingBible, NEBejerusalem
Bible)deixamaimpressãodequeosdiáconos
deveriamserhomens. AKJV,TEV,RSV,NRSV
e a NIV Inclusive Language Edition estão
de acordo com o texto original, não apre­
sentandoestesversos como exclusivamente
masculinos. De fato, as qualificações para
os diáconos constam em três seções que
podem ser claramente vistas na NVI: qua­
lificações genéricas paratodos os diáconos,
tanto homens como mulheres (w . 8-10);
qualificações específicas para as diaconi-
sas (v. 11); e qualificações específicas para
os diáconos (v. 12). Os diáconos podem
ser homens ou mulheres.
Existemseisqualificaçõesgenéricas para
todos os diáconos:
1) Devem ser “honestos”, dignos, respeitá­
veis e sérios. Apalavra grega deriva-se da
palavra usada no versículo 4 para o com­
portamentodosfilhosdosbispos, “comres­
peito apropriado”. Semelhante às qualifi­
cações do inclusio, entre parêntesis, refe­
rindo-seaosbispos, comorequisitodeserem
oeí.
)da
“irrepreensíveis”, “dignos de res:
um termo de “cobertura”que traz
go todos os critérios que se se;
As próximas três qualificações
bições no idioma original:
2) Os diáconos não deveriam ser
ou fingidos (literalmente, não te
faces”), mas completamente fi
quanto ao que dizem (NVI, “sin
palavrapodesereferirafalardav
(dizer algo a uma pessoa e algo
aoutra)ouàhipocrisia(dizeralgo
pensa ou faz uma outra coisa);
3) Assim como os bispos (v. 3), os
não devem ser “dados a muito v
4) Comoosbispos(v.3),osdiáconos
ser “cobiçosos detorpe ganância
não devem procurar ganhos d
Aresponsabilidade dos diáconos
assuntos financeiros da congre;
deria expô-los a muitas tentaç
5) Acima de tudo, os diáconos d
pessoas convictas. O “mistério
osdiáconosdevemmantereqüivalei
do ensino cristão que transcende
humana, equesomenteéacessível
da revelação divina. “Paulo está
do na relação íntima entre uma fé
umaconsciênciairrepreensívele
semestaúltima,aprimeiraseráesr
1963,82). Aconsciênciadosdiá
ser livre de ofensas;
6) Aqualificação genéricafinalpara
diáconos é que deverãoserp~
avaliados,eseconsideradosin
poderão servir. Porémotipo dez
exame, ou aprovação exigidos sac
tos, contudo a idéia de selecionar;
soas que forem aprovadas após
me étambémvista em 1Coríntios
Coríntios 13.5. Afrase “senãoh<
contra estes”, que consta em a^.
duções,éumsinônimodeser“i
que é uma qualidade exigida aos
(v. 2), quetambémpodeserassim
como a primeira qualificação
presbíterosemTito 1.6.Asentença
inicias-se comkai(“também"),
plicandoquecomoosbisposeos
os diáconos também devam ser
samente examinados antes de
signados como tais.
1462
I TIMÓTEO 3
■JALIFICAÇÕES EXIGIDAS DOS PRESBÍTEROS/BISPOS EDOS DIÁCONOS
=Hficação Ofício Referências nas Escrituras
p h c ;o n tro le
3C í: ‘.alidade
fifc :ã o a o ensino
■ S c .lolento, mas moderado
não seja contencioso
fc k e não seja um amante do dinheiro
fftu - não seja recém-convertido
~i-~3 uma boa reputação com os estranhos
: zominador
i não seja de temperamento forte, iracundo
) do bem
o. santo
tesoplínado
fc^:-eensível (inculpável)
•s rd o de uma esposa
•ÜE-clo, sóbrio
,tespeitável
: dado à embriaguez
; administre bem a sua própria familia
; tenha os filhos em sujeição
; não procure ganhos desonestos
; sustente as verdades profundas
:sro
•ado
Presbítero 1Tm 3.2; Tt 1.8
Presbítero 1 Tm 3.2; Tt 1.8
Presbítero 1Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9
Presbítero 1 Tm 3.3; Tt 1.7
Presbítero 1 Tm 3.3
Presbítero 1 Tm 3.3
Presbítero 1 Tm 3.6
Presbítero 1 Tm 3.7
Presbítero Tt 1.7
Presbítero Tt 1.7
Presbítero Tt 1.8
Presbítero Tt 1.8
Presbítero Tt 1.8
Presbítero/Diácono 1Tm 3.2,9; Tt 1.6
Presbítero/Diácono 1Tm 3.2,12; Tt 1.6
Presbítero/Diácono 1Tm 3.2,8; Tt 1.7
Presbítero/Diácono 1 Tm 3.2,8
Presbítero/Diácono 1Tm 3.3,8; Tt 1.7
Presbítero/Diácono 1Tm 3.4,12
Presbítero/Diácono 1Tm 3.4,5,12; Tt 1.6
Presbítero/Diácono 1 Tm 3.8; Tt 1.7
Presbítero/Diácono 1 Tm 3.9; Tt 1.9
Diácono 1 Tm 3.8
Diácono 1 Tm 3.10
2.4.2. Qualificações Específicas para
Diaconisas (3.11)* O verso 11 é tra­
ído na NVI como qualificações para
rsposas dos diáconos. Contudo tal
Dretação obscurece as outras tradu-
; legítimas do texto grego, em que se
teralmente, “Da mesma sorte as mu-
~ssejam honestas, não maldizentes,
~'as e fiéis em tudo [ênfase acrescen-
Quem são estas mulheres?
Existem três opções. Uma vez que a
^vragrega usada aqui (gynaikas, plu-
de gyné) pode ser traduzida como
leres”ou “esposas”, o texto pode ser
-ndido como uma lista de qualifica-
(a) para todas as mulheres cristãs em
I; (b) para as esposas de diáconos; ou
para as diaconisas. Julgando pelo
itexto, a opção (a) parece improvável.
Dado que este verso está localizado no
meio deumaseção relacionada a diáconos,
estas “mulheres” devem estar ligadas ao
ofício do diaconato.
A opção (b) é a interpretação tradicio­
nal, baseada na suposição de que não é
permitido às mulheres servir nos ofícios
ministeriais da igreja. Tal suposição per­
maneceu intocável até o primeiro movi­
mento fundamentalista/evangélico4e o
nascimento do pentecostalismo;5ambos
receberam as mulheres no ministério. Mais
recentemente, as descobertas contempo­
râneas relativas à igreja primitiva forne­
ceram o apoio histórico ao ministério das
mulheres, que estes movimentos mais
modernos sustentam na prática. Temos
agoraaevidêncialiteráriadequeasmulheres
serviram como diaconisas15e evidências
1463
I TIMÓTEO 3
escritas que documentam por nome e tí­
tulo o ministério de mulheres nos vários
ofícios da Igreja Primitiva, inclusive no
diaconato.7
Levando-se em conta a evidência das
diaconisas na igreja primitiva, o consen­
so eruditoestá setomando favorávelauma
traduçãoqueexpõe aambigüidadedogrego
e a possibilidade das três interpretações
(veja a NRSV).
A opção (c) está se tornando cada vez
maisfreqüentenasnotasde rodapé daBíblia
(cf. NRSV) ou até mesmo no texto (REB)
e nos comentários.
Deste modo, tanto histórica como te­
ologicamente, a opção (c), “diaconisas”,
é uma tradução legítima. Gramaticalmente
falando, aopção (b), “esposas de diáconos”,
não é uma boa tradução.Já quegynaikas
pode significar “mulheres”ou “esposas”,
uma das formas que os escritores origi­
nais usaram para esclarecer os leitores
sobre o uso do termo era colocando um
substantivo possessivo, um pronome ou
um artigo (que pode funcionar como um
pronome possessivo) na frente do subs­
tantivo. Por exemplo, “mulheres dos
diáconos”, “suas mulheres”, ou “as mu­
lheres [dosdiáconos]”seriatraduzidocomo
“suas esposas”. O substantivo gynaikas,
porém, não tem nenhum artigo ou mo-
dificador no versículo 11; deste modo,
o verso não está se referindo às esposas
dos diáconos, mas às diaconisas.
Existem vários pontos adicionais a favor
de se considerar este verso como a descri­
ção das qualificações para as diaconisas:
1) Apalavragregahosautos(“damesmasorte,
igualmente” (cf. v. 8) “indica um novo
parágrafoemumaseqüênciaderegraspara
um grupo diferente de oficiais” (Barrett,
1963, 6l), isto é, diaconisas;
2) As virtudes exigidas destas eram as mes­
masque se esperavadosministros, nãodas
esposas;
3) Já que o Novo Testamento não tinha ne­
nhuma palavra especial para as diaco­
nisas, o apóstolo provavelmente preci­
sou escrever “semelhantemente as mu­
lheres [diáconos]”, onde “mulheres”fun­
ciona como um adjetivo, deste modo,
“diaconisas” (ibid.);
4) Nenhumrequisito especial ém
para as esposas dos bispos, que
uma posição até mais influente
diáconos (Guthrie, 1990, 85).
razões, atradução‘diaconisas’(ou'
mulheres”) provavelmente seja s
(Kelly, 1963, 83).
A NVI oferece uma nota de r
gerindoatradução“diaconisas”.Para
da Bíblia em inglês, tal tradução é
namento léxico da opção (c), “ '
mulheres”,porémalgunsjulgam-naii
pois o termo diaconisa é anacrô~
tendem que tal ofício foi um d
mento posterior (que limitou o
femininoaodiaconato).Estaordemi
durante um período menos ca~"
mais institucionalizado da história
ja,efoiespecificamenteprojetadopai
os papéis que as mulheres vinham
penhando no ministério.
Parece claro, então, que as
de 1 Timóteo 3-11 são entendidasi
nalmente como “diáconos mulhe
quanto estas qualificações refere
pecificamente a elas, são semef
qualificaçõesgerais paratodos os d--'
Não existe nenhuma indicação nc
de que a responsabilidade e as
des das diaconisas difiram daquer
os diáconos possuíam;
7) Devemser“honestas”ou “respeitáv
v. 8, qualificação [1]);
8) Não devem ser “maldizentes”ou
osas no falar(cf. v.8, qualificação
palavra em grego (diabolos; sigr.
teralmente, “acusar, caluniar, difa
a mesma palavra traduzida no Novo
tamento como “Diabo”(o notório
dor; cf. Zc3.1,2; esteéo significadoh:
da palavra hassatan, “Satanás”). E
suas funções pastorais possam oí
freqüentes oportunidades a tal te
as diaconisas não devem usar sua
para caluniar os membros da con^
ção onde servem;
9) Asobriedade outemperançatambém
requisito reiterado parà as diaconi~
v. 2, qualificação [3] dos bispos; v. 8.
lificação [3] dos diáconos); e
10) Finalmente, as diaconisas devem ser
éis em tudo” (cf. v. 8, qualificação
I TIMÓTEO 3
2.4.3. Qualificações Específicas para
» Diáconos (3.12). Fee sugere que após
tizar as qualificações específicas para
::~conisas, Pauloacrescentaduasqualifi-
:sespecíficas para os diáconos quase
uma reflexão tardia (Fee, 1988,89).
'mcomo os bispos, os diáconos também
~eriam ser “maridos de uma mulher”
.v. 2) e um bom administrador de sua
^pria família (cf. v. 4). Devido à estru-
social do século I, estas duas quali-
=ões são dirigidas aos homens, não
diaconisas.
2.4.4. Elogios aos Diáconos que Ser-
fielmente(3.13). Osdiáconos, tanto
ens como mulheres, que servem ou
strambem, adquiremcom eficáciapara
mesmos uma dupla recompensa. A ex-
;ão “adquirirão para si uma boa posi-
f (bathmos) pode se referir à sua influ-
"ie reputação naigrejae diantedeDeus.
palavrasignificaliteralmenteum “passo”
■grau”,semelhanteanossousomoderno
~es termos relacionados a nível profis-
1 ou escala de ganhos financeiros. Foi
xido que o termo bathmos possa es­
se referindo a uma promoção eclesiás-
do ofício de diácono para o de bispo
presbítero (Barrett, 1963, 63). Parece
Paulo está usando esta palavra como
referência aos diáconos na comuni-
cristã (e não diante de Deus), por-
a segunda faceta de sua recompensa
relacionada à sua confiança na fé.
Apalavragregapara“confiança”serefere
~isadiaou franqueza em relação a outros
Co 3.12; Fp 1.20; Fm 8), ou a Deus (Ef
2: Hb 10.19,35). Provavelmente o sig-
-ido aqui seja a confiança em Deus,
vez que Paulo especifica que a con-
" está “na fé que há em Cristojesus”.
;e modo, a recompensa dupla é uma
reputação perante as pessoas e a con-
em Deus.
fctes doiselogios, é claro, sãojustamente
o que falta nos falsos mestres. Seu “en-
iãno errôneo”(cf. 1.19), que inclui um
mportamento impróprioe umarepu-
çãoimunda, levou-ostambémaaban-
'naragenuína fé em Cristo(1.5) (Fee,
■PL988, 90).
3. O Estabelecimento de Diretrizes
a Timóteo: O Aconselhamento
Específico para Estabelecer o
Jovem Timóteo na Liderança
(3 .1 4 — 6.10)
3.1. D efendendo a Fé (3-14— 4.5)
3.1.1. A Conduta C orreta na Igre­
ja (3.14-16). A carta passa agora da pri­
meira para a segunda seção principal.
No ponto de transição, o apóstolo rei­
tera sua declaração quanto ao propósi­
to. Iniciou a carta com uma ordem a
Timóteo para que ficasse em Éfeso com
a finalidade de fazer oposição aos fal­
sos mestres (1.3), então deu-lhe conselhos
específicos relativos ao estabelecimento
da igreja (2.1— 3.13). Agora repete seu
propósito, marcando-o com um hino
cristão da época.
Paulo antecipa um encontro com Ti­
móteo em um futuro próximo, porém
caso haja algum atraso, lhe dá de ante­
mão conselhos específicos para sua li­
derança na igreja. Timóteo tem a mes­
ma responsabilidade dos bispos e dos
diáconos, que devem governar bem sua
própria casa e a de Deus (cf. 3-4,12). É
aconselhável que a congregação saiba
como se comportar, pois a igreja é o povo
de Deus, “a coluna e firmeza da verda­
de”. A confiança sagrada da igreja é
verdadeira; se a verdade for comprome­
tida, a própria igreja estará em risco. Os
falsos mestres, por exemplo, já abando­
naram a verdade (cf. 6.5; 2Tm 2.18; 3-8;
4.4). É crucial que Timóteo não somente
silencie os falsos mestres (1 Tm 1.3-11),
mas também coloque a igreja novamente
sobre seu correto alicerce.
Paulo mescla suas metáforas da igre­
ja como família (cf. “Casa de Deus”) com
a igreja como templo (cf. “cqluna e fir­
meza”). O grego tem duas palavras para
“templo”. Hieron é todo o complexo do
templo, o lugar onde as pessoas se con­
gregam para a adoração; naos é o san­
tuário interior (por exemplo, o Lugar
Santíssimo), o lugar onde Deus habita.
Os templos gregos pagãos eram freqüen­
temente pequenos santuários, compos­
tos por uma fundação e algumas colu­
1465
I TIMÓTEO 3
nas para alojar um ídolo. A imagem que
Paulo mostra da igreja como naos de Deus
não consiste em que Ele se una conosco,
a congregação, no lugar onde nos reu­
nimos para a adoração; mas que a Igreja
(o corpo de crentes) é o próprio santu­
ário no qual Deus tem prazer em habi­
tar (cf. 1 Co 3.16,17; 2 Co 6.16; Ef 2.21).
Com estas duas imagens, da família e
dotemplo, Pauloexpressaosdoispontos
mais urgentes desta carta: sua preocu­
pação com o comportamento apropri­
ado em meio aos crentes e face a face
com os falsos mestres, e a igreja como
o povo a quem foi confiado o trabalho
de sustentar e proclamar a verdade do
Evangelho (Fee, 1988, 92).
A menção da “verdade” no verso 15
estimula o apóstolo a uma exclamação:
“E, sem dúvida alguma, grande é o mis­
tério da piedade”. “Aexpressão traduzida
como ‘sem dúvida alguma’ (do grego,
homologoumenos) significa ‘por consen­
timento mútuo’, e expressa a convicção
unânime dos cristãos”(Kelly, 1963, 88).
O que se segue é uma recitação do “mis­
tério”(isto é, da verdade revelada) da “pi­
edade” (o conteúdo ou base do cristia­
nismo, isto é, nossa fé). “Uma das carac­
terísticas mais interessantes das Pastorais
é a citação freqüente de resumos da ado­
ração contemporânea. Esta nos dá uma
noção muito mais rica de como era a ado­
ração neste primeiro período que nós,
de outra forma, não teríamos conheci­
do” (Hanson, 1982, 45).
Todos os estudiosos concordam que
o que se segue foi um dos primeiros hi­
nos cristãos, porém a análise da estru­
tura poética das seis linhas, o significa­
do das várias linhas e o do hino como
um todo causaram um considerável de­
bate. No idioma original, cada linha tem
dois membros: um verbo (no aoristo [tem­
po passado] passivo) seguido por uma
frase prepositiva. O assunto de cada verbo
é Cristo (compreendido). As versões in­
glesas modernas refletem possibilida­
des de estrutura poética. A JB vê cada
linha como uma estrofe separada. AGNB
e a RSV identificam duas e
linhas cada (de vários padri
apresenta o hino com três
duas linhas cada. Uma pari
sa moderna do hino por Lock
expressa uma interpretaçi
nuances poéticas:
Em carne desvelada à visão
Mantido justo pelo poder do
Enquantoanjoscontemplavam
Seus arautos percorriamrapi'
terra, costa a costa,
E os homens criam, por todo
mundo,
QuandoEle, emglóriapros­
as alturas.
Como Fee (1988, 92-95) ex
vistade tantasdificuldadese d:
as interpretações são oferecidas
reservas”. Aqui está um resu
interpretação. A importância
1, 4 e 5 parece ser mais clarair
pressa como um hino do Evan
é, uma canção que mostra a t
salvação por intermédio de J
se caso, podemos ter um hino
estrofes, com três versos cada.
humilhação e a exaltação de C~
meira estrofe expressa a história
nistério terreno de Cristo, que t
clímax em triunfo; a segunda, e
mensagem de Cristo como pro:
pela Igreja, finalizando com glc_
O primeiro verso é caracterí":
hinos do NovoTestamento. Afrase
que se manifestou em carne” é
salmente reconhecidacomo uma
da encarnação (cf. Jo 1.14; Rm 1
2.7,8), com implicações de preexis
(cf. Jo 1.1; Fp 2.6).
A sentença “[Ele] foi justifica
espírito” pode estar se referindo ã
surreição de Cristo. Uma vez que no -
a palavra “espírito” (pneuma) nâc
nenhum artigo, não está claro se
nhase refereao EspíritoSantoou aopi *
espírito de Cristo durante sua encarrr.
A frase poderia significar que o Es™"
Santo provou que Cristo era verda;
por meio dos milagres e da ressurr'
1466
I TIMÓTEO 3
Nos tem pos bíblicos, os livros eram
escritos em rolos de papel. O início
deste rolo, que é uma reprodução, é
mostrado abaixo. O idioma hebraico
é lido da direita para a esquerda. Em
2 Timóteo 4.13 Paulo pede que
Timóteo traga seus “livros,
especialmente os pergam inhos”.
j dependências da comunidade de Qumran, nas
- dades do mar Morto, foram identificadas como o
num, onde os escribas registravam as informações nos
Os Rolos do mar Morto, que incluíram uma cópia do livro
;;:as que era mais antiga do que qualquer cópia
nente conhecida, foram encontrados em jarros de
nicaem uma caverna nestas proximidades em 1947.
. que o caráter de Cristo foi justificado
r_: modo como Ele governou seu pró-
espírito.
Afrase “[Ele foi] visto dos anjos”pode
rse referindo à adoração, no céu, ao
lo que para lá retornou. Em grego,
elos significa tanto anjo como men-
ro. Este verso pode significar que
i terrena de Cristo foi testemunha-
spor seres celestiais (como vemos ao
>dos evangelhos), ou que a vida de
)foitestemunhada pelos mensageiros
é, as testemunhas) do Evangelho.
)Fee (1988,94) explica, se o segundo
)se refere à ressurreição e a tercei-
kascensão de Cristo, “então os três pri-
asversos cantam a encarnação, a res-
eição e a glorificação de Cristo, for-
douma estrofe sobre o próprio Cristo,
1 é visto d e glória em glória”’.
>versos 4 e 5 (Ele foi “pregado aos
atios” e “crido no mundo”) são ge-
aente reconhecidas como se referindo
primgiro período da história apos-
i, quando as Boas Novas foram divul-
is por todo o mundo conhecido na
.O verso 6 (“[Ele foi] recebido acima,
na glória”) é o clímax glorioso. Assim
como o triunfo de Cristo em sua condi­
ção mortal alcançou seu ponto mais
elevado na glória eterna, em seu esta­
do divino, também Timóteo, se triun­
far em sua tarefa, terá uma recompen­
sa gloriosa no céu.
3.1.2. A Evidência do Falso Ensino
(4.1-5).
3.1.2.1. AApostasia do Fim dos Tem­
pos É Antecipada (4.1,2). A maior parte
do restante de 1 Timóteo é dedicada ao
aconselhamento sobre a conduta que o
jovem cooperador deveria ter em seu mi­
nistério. O conselho do apóstolo é vol­
tado contra as bases do falso ensino e as
práticas errôneas dos hereges em Éfeso.
Paulo desenvolve o tema baseando-se nas
ordens expressas no capítulo 1, exami­
nando primeiramente os erros dos fal­
sos mestres (4.1-5; cf. 1.3-11,19,20), ins­
truindo então Timóteo acerca de seu papel
em Éfeso (4.6-16; cf. 1.18,19).
Emprimeirolugar, dizque osurgimento
destes falsos mestres não deveria trazer
qualquer surpresa— o Espírito os pre-
1467
I TIMÓTEO 4
veniu claramente sobre estes; em se­
gundo lugar, indica que a verdadei­
ra fonte do ensino destes hereges é
demoníaca; e em terceiro, especifi­
ca particularmente seus erros expli­
cando as razões pelas quais estão
errados (Fee, 1988, 97).
Este parágrafo é unido ao hino que
o precede por meio da conjunção adver-
sativa moderada de, em grego (“mas”,
em português). Embora a NVI não a tra­
duza, a idéia transmitida é: “Mas o Es­
pírito expressamente diz que, nos últi­
mos tempos, apostatarão alguns da fé
[isto é, da verdade]”. O Espírito Santo,
por meio do dom da profecia, indicou
o aparecimento de tal apostasia antes
que esta acontecesse. Paulo vê os “últi­
mos tempos”como a situação presente
em Éfeso. A Igreja reconheceu a vinda
do Espírito Santo como o início do fi­
nal dos tempos (At 2.16,17).
O próprio Paulo creu, e fez parte de
uma tradição que acreditava que o
final dos tempos seria acompanha­
do por um período de intensa mal­
dade (cf. 2 Ts 2.3-12), inclusive pela
“apostasia”de alguns dentre o povo
de Deus (veja 2 Tm 3.1; cf. Mt 24.12;
Jd 17,18; 2 Pe 3.3-7). Deste modo, a
cena presente era, para Paulo, a clara
evidência de estar vivendo no final
dos tempos (Fee, 1988, 98).
Paulo rotula tal erro como demonía­
co, e a atividade de seus oponentes como
inspiradas por Satanás (Dibelius e Con-
zelmann, 1972, 64).
A frase “... dando ouvidos a espíritos
enganadores e a doutrinas de demôni­
os, pela hipocrisia de homens que fa­
lam mentiras”(v. 2) mostra quetais ensinos
vêm de pessoas que são exteriormente
falsas (cuja abstinência [v. 3] é um en-
gano)e que estão declarando fatos que
não são verdadeiros. Têm “cauterizada
a sua própria consciência”.O verbo nesta
oração pode indicar que esta cauterização
destruiu a capacidade de discernirem a
verdade da falsidade, ou ainda que haviam
sido marcados como alguém
tence ao próprio Satanás.
3.1.2.2. O Asceticism o
Condenado (4.3-5). Dois des^s
ensinos estão agora listados: a pn
do casamento e a abstinência dc
alimentos. Ainda que .stas pr
possam estar relacionadas à idéi
os falsos mestres queriam “ser ã:
da lei”(1.7), como será que se rel^ãj
com a alegação de que os falsos <
eram “fábulas ou genealogias in td
veis” (1.4), além de pensar que z:
reição já havia acontecido? (2 Tm]
Estas pessoas podem ter sido - d
que insistiram que a nova era ;í h>
sido introduzida por Cristo e que 
lharam em distinguir o tempo da 1
solação presente iniciado pela redj
reição deJesus e da consumação1 9
inaugurada pela ressurreição [fcí^fl
(Rienecker, 1980, 625).
Em Corinto, este tipo de visão 5«tJ
osúltimostempos estavaaparenteireai
ligado ao dualismo helenístico. ■
acreditava que a matéria era com âl
ou má, e que somente o espírito d
bom. Da mesma maneira que a!ral
coríntios negavam uma futura ressi*
reição corporal (1 Co 15.12,35'. ú m
menos alguns tiveram uma visão a
nuada sobre o sexo (7.1-7) e sobes*
casamento (7.25-38), é completameai
provável que algo semelhante estive*
sendoimpostocomouma“Lei”emÉre<
Conseqüentemente, algunsestavamo^
gando que o caminho para a purea
era demarcado pela abstinência do cs
samento (ser como os anjos apósa n
surreição [provavelmente se baseai
sem emMateus 22.30]) e de “certc >sà
mentos” (Fee, 1988, 99).
Estas tendências são características
gnosticismo.
Paulo não dá uma longa resposta
bre a questão do casamento, mas de»
seus tabus a respeito dos alimentc-í I
boraabordetipicamenteaquestãodeoa
ou não certos alimentos com alguma 22
1468
I TIMÓTEO 4
ia — cada um é livre para fazê-lo
ordo com o próprio entendimento
14.1-23; 1 Co 10.23-33; Cl 2.16,21).
combate aqueles que passam do
veria serum mero ‘julgamento’para
:gência de abstinência por razões re-
outeológicas,como emColossenses
, 1988, 100).
razão de Paulo recusar a abstinên-
certos alimentos é dupla: “tudo que
criou é bom, e recebido com ações
ças; nada é recusável, porque pela
ra de Deus e pela oração é santifi-
". O primeiro argumento ataca dire-
tea noção de dualismo, dizendo que
que Deus criou é bom (Gn 1) e não
ria ser rejeitado (por motivos de
eza de caráter ritual [Rm 14.14]). O
do argumento é a evidência de que
Leiros cristãos (como os judeus)
maçãodegraçasporseusalimentos;
:çõessantificavamacomidatomando-
priada para ser consumida.
3-M Aprendendo a Liderar
(4.6-16)
~>.l. Princípios de Liderança (4.6-
' -ste ponto, Paulo se dirige pessoal-
aTimóteo. O tomdestaseção é quase
letamente construtivo — não existe
imadenúnciaourefútaçãoaqui.Antes,
:oloencorajaseujovemamigoasuperar
um líder uma situação difícil, resis-
ao erro e vivendo como um mode-
uconselhoparaTimóteocabeaqualquer
•odoEvangelho chamado paraservir
tiações semelhantes.
Timóteo deveria propor “estas coisas
ãos”.O verbo “propor”não denota
masugestão de autoritarismo.Aidéia
'e, não tem um caráter de “ordenar”
e “instruir”, mas de “sugerir”.A pa-
gr(<g,a traduzida como “irmãos”(ou
dade”em traduções mais antigas)
ém o sentido inclusivo de “irmãos e
.A igreja é uma família na qual so-
Jos irmãos. Ameta é que Timóteo
um “bom ministro de Jesus Cristo”,
‘vrapara “ministro”aqui é novamente
nos (veja comentários sobre 3.8).
Timóteo deve ser um servo para os seus
irmãos, não um senhor sobre seus lide­
rados. Sua vida como ministro deve evi­
denciar sua educação, pois foi “criado com
as palavras da fé e da boa doutrina” que
estava seguindo. Deve nutrir-see sustentar-
se no Evangelho, vivendo na sã doutri­
na. “Ametáfora da alimentação com a idéia
da leitura e digestão interior e o particí-
pio presente sugerem um processo con­
tínuo” (Rienecker, 1980, 626).
Em um nítido contraste com as “pala­
vras [verdades] da fé” e da “boa doutri­
na”estão as “fábulas profanas e de velhas”
(v. 7; cf. 1.4). Estas fábulas devem ser for­
temente recusadas e rejeitadas; convêm
apenas a mulheres idosas e supersticio­
sas. Estas três últimas palavras em inglês
e em português traduzem uma palavra em
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As mulheres em Éfeso não só criam nes­
tes mitos, mastambémos ensinavam. Deste
modo, Timóteo foi obrigado a silenciar
tais mestres e corrigir seus erros (veja co­
mentários sobre 2.11-15).
Nos versos 7b e 8, Paulo exorta Timó­
teo dizendo vigorosamente: “exercita-te
a ti mesmo em piedade”.
Acomparaçãoentreavidacristãeoexercício
atlético ou o esporte é, sem dúvida, um
dos meios favoritos de Paulo transmitir
suamensagem(veja especialmente 1Co
9.24-27). Háumaformadeautodisciplina
genuinamente cristã que Timóteo deve­
riapraticar. Consistegeralmentenoauto­
controle, na devoçãocontínuaàtradição
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do sofrimento que todos os cristãos de­
vem esperar (Kelly, 1963, 99).
Como Paulo reflete em tal treinamen­
to, cita o que soa como um provérbio
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pouco aproveita, mas a piedade para tudo
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1469
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Comentário biblico pentecostal – 1 e 2 timóteo

  • 1. I TIMÓTEO Deborah Menken G ill rS B O Ç O 1.Introdução (1.1-20) 1.1. Saudação (1.1,2) 1.2. Propósito da Carta: Assegurar a Firmeza da Fé em Éfeso (1.3-20) 1.2.1. ATarefa de Timóteo: Lutar contra as Falsas Doutrinas (1.3-11) 1.2.1.1. O Comissionamento de Timóteo É Reiterado (1.3,4) 1.2.1.2. AIdentificação do Objetivo do Autor: O Amor (1.5) 1.2.1.3. O Erro a que alguns se Desvia­ ram: O Falso Uso da Lei (1.6,7) 1.2.1.4. A Correção: O Uso Apropriado da Lei(1.8-11) 1.2.2. O Testemunho de Paulo: AGraça do Senhor para com Paulo (1.12-17) 1.2.2.1. O Senhor Designou o Apóstolo ipesar de seu Passado (1.12,13a) 1.2.2.2. AMisericórdia Concedida apesar ii Ignorância e da Incredulidade (1.13b,14) 1.2.2.3. Salvo apesar de seus Pecados -15) 1.2.2.4. Um Exemplo Admirável da Paci­ ência de Deus (1.16) 1.2.2.5. Doxologia (1.17) 1.2.3. O Encorajamento à Luta (1.18-20) izando a Igreja: Princípios Eerais para a Edificação da Problemática Igreja em Éfeso -1 —3.13) 2.1. AOração pela Paz (2.1-8) -1.1. Exortação a Orar pela Paz (2.1,2) —1.2.0 Fundamento e a Bênção Trazidos ■k í Exortação (2.3-7) -1.2.1. AVontade de Deus: A Salvação e ji iclarecimento (2.3,4) .11.2.2.0 Papel de Cristo: Sacrifício e fcsemunho (2.5,6) 11-2.3. AChamada de Paulo: UmPastor e fstolo (2.7) ' 3- O Desejo de que os Homens m (2.8) AVestimenta e o Estilo de Vida das heres (2.9-15) 2.2.1. Dar Preferência ao Adorno Espiritual (2.9,10) 2.2.2. A Ordem de Ensinar às Mulheres (2.11) 2.2.3. AOrdem para que as Mulheres Permanecessem em Silêncio (2.12) 2.2.4. AOrdem da Criação É Reiterada (2.13) 2.2.5. AExplicação da Queda em Pecado (2.14) 2.2.6. AEsperança de sua Salvação É Anunciada (2.15) 2.3. Sobre os Bispos (3-1-7) 2.3.1. As Aspirações à Liderança São Ratificadas (3.1) 2.3.2. O Estabelecimento das Qualificações da Liderança (3.2-7) 2.4. Sobre os Diáconos (3.8-13) 2.4.1. Qualificações Gerais para todos os Diáconos (3.8-10) 2.4.2. Qualificações Específicas para as Diaconisas (3.11) 2.4.3. Qualificações Específicas para os Diáconos (3.12) 2.4.4. Elogios aos Diáconos que Servirem Fielmente (3.13) 3. OEstabelecimento de Diretrizes a Timóteo: O Aconselhamento Específico para Estabelecer o Jovem Timóteo na Liderança (3.14—6.10) 3.1. Defendendo a Fé (3.14—4.5) 3.1.1. AConduta Correta na Igreja (3.14-16) 3.1.2. AEvidência do Falso Ensino (4.1-5) 3.1.2.1. AApostasia do Fim dos Tempos É Antecipada (4.1,2) 3.1.2.2. O Asceticismo Estrito É Condena­ do (4.3-5) 3.2. Aprendendo a Liderar (4.6-16) 3.2.1. Princípios de Liderança (4.6-9) 3.2.2. Modelos de Liderança (4.10-12) 3.2.3. ANatureza Prática da Liderança (4.13-16) 3.3. O Relacionamento com as outras Pessoas na Igreja (5.1-16) 3.3.1. Como Tratar os mais Velhos e os Jovens (5.1,2) 1443
  • 2. I TIMÓTEO 1 3-3.2. Como Tratar as Viúvas (5.3-16) 3.3.2.1. Honrar as Viúvas que Sejam verdadeiramente Viúvas (5.3) 3-3.2.2. Qualificações das Viúvas (5.4-10) 3.3.2.3. Sobre as Viúvas maisJovens (5.11-15) 3.3.2.4. O Encorajamento ao Apoio Indi­ vidual às Viúvas (5.16) 3.4. Trabalhando com Líderes na Igreja (5.17-25) 3.4.1. Os Presbíteros Trabalhadores São Dignos de dupla Honra (5.17,18) 3.4.2. Como Lidar com as Queixas contra os Presbíteros (5.19-21) 3.4.3. A Proibição das Ordenações Precipitadas (5.22-25) 3.5. Exortando os Servos ou Escravos Crentes (6.1,2a) 3.5.1. Honrar os Mestres por Amor a Cristo (6.1) 3.5.2. Os Senhores Crentes Devem Ser ainda mais Honrados (6.2a) 3.6. ALuta contra os Falsos Mestres e o Amor ao Dinheiro (6.2b-10) 3.6.1. A Ordem para que a Ortodoxia Seja Ensinada (6.2b) 3.6.2. ADescrição dos Ensinadores de Heresias (6.3-5) 3.6.3. Tentações pelo Dinheiro Expostas (6.6-10) 4. Conclusão: Instruções Finais e Bênção (6.11-21) 4.1. Manter a Fé (6.11,12a) 4.1.1. Fugir do Materialismo (6.11) 4.1.2. Lutar pela Fé (6.12a) 4.2. Manter a Obediência (6.12b-15a) 4.3. Glorificado Seja Deus (6.15b,l6) 4.4. AInstrução aos Ricos (6.17-19) 4.4.1. Enfocar a Deus (6.17) 4.4.2. Cultivar a Generosidade (6.18,19) 4.5. Guardar o Depósito (6.20,21a) 4.6. Conclusào (6.21b) COMENTÁRIO 1. Introdução (1.1-20) 1.1. S au d ação (1.1,2) No período greco-romano as cartas começavam tipicamente com saudações polidas: o nome do escritor, o nome do destinatário e uma saudação; por exem­ plo, “Paulo... a Timóteo, meu vi_ ro filho na fé: graça, misericórdia da parte de Deus, nosso Pai, e ca toJesus, nosso Senhor”.Asprim~: de Paulo traziam breves saudaçã 1.1a; 2 Ts 1.1), porém em suas r* seqüentes as saudações epístola: naram-se mais elaboradas. Na é~z Cartas Pastorais, Paulo ampliaasoc da saudação. O apóstolo se identifica pel: título: “Paulo, apóstolo de Cri>:: (Embora Paulo usasse freqüenti estrutura “Jesus Cristo”,a expressa: Jesus” é uma ordem comum na; rais). Nas epístolas em que precisa sua autoridade, chama a si m apóstolo (1 e 2 Coríntios, Gálataí. e Colossenses). Nas que são mais ais refere-se a si mesmo como u ã vo”(Filipenses e Romanos) ou (Filemom). Ainda que Timóteo: amigopessoal,Paulomencionaoap em virtude dos oponentes em É5r tinham a intenção de ouvir secrer a leitura desta carta. E ele o faz c ênfase, acrescentandoaexpressão o mandado de Deus”. Sua desc bitual é “pela vontade de Deus'. A vragregatraduzidacomo “mandaoa' era usada para ordens reais que am ser obrigatoriamente obed& fim de reforçar as ordens que li proferirá em seu nome, Paulo bentendido que Timóteo também o comando divino. Observe os epítetosusadospara do comissionamento de Paulo: nosso Salvador” e “Senhor Jesus esperança nossa”. Deus inaugura no da salvação e Cristo Jesus tran denção para a sua consumação mo dia. A identificação de Deu; Salvador tem,uma rica história. A judaica (Dt 32.15; SI 24.5; 65.5). e : deJesus em hebraico significa “o salva”. Nas religiões pagãs miste época de Paulo, os deuses que mente davam a vida e o conhí da salvação eram chamados de dores”.A religião oficial do estadc romano aplicava este termo a Zeu;.. 1444
  • 3. I TIMÓTEO 1 e Asclépio. O mais importante era o uso oeste termo para o imperador romano: íalvador do Estado por manter a ordem e o bom governo. Em rivalidade delibe­ rada à adoração que era oferecida ao im­ perador, Paulo identifica a Deus como : Salvador, enfatizando o termo “nosso”. Embora o pai de Timóteo fosse um gentio, sua mãe era judia. De acordo com alei de descendência materna, Timóteo poderia ser considerado um judeu. Con- ^_do, de acordo com alguns ensinos ju­ daicos, o nascimento de Timóteo seria -egítimo. Não há dúvida de que estas con­ siderações motivaram Paulo a fazer com r_teele fosse circuncidado (At 16.3). Alguns esudiosos sugeriram que o pai de Timóteo ji havia falecido quando ele foi circun- iidado. Se estivesse vivo, provavelmente o o teria permitido. Paulo se tomou substituto de seu pai, autenticando condição judaica de Timóteo por meio circuncisão, reconhecendo suas qua- cações como verdadeiro descenden- deAbraão pela fé em Cristo (cf. Gl 3-26- e adotando Timóteo como seu pró- o filho. O apóstolo agora declara a itimidade de Timóteo como seu pró- o filho na fé. A terminologia típica da saudação de ulo é “graça e paz”. Já em suas pri- iras cartas, Paulo transformou a sau- ão grega comum chairein (“Sauda- s!”) em uma saudação cristã, charis raça a vós!”), e ainda acrescentou a dação hebraica, shalom (“Paz!”). No nto, somente nas cartas a Timóteo lo adorna a saudação com “graça, ericórdia e paz”. Talvez, levando em ta as dificuldades que Timóteo está rentando em Éfeso, o apóstolo de- a misericórdia de Deus como tam- sua graça e paz. 1.2. Propósito d a Carta: A ssegurar a F irm eza d a F é em Éfeso (1.3-20) .2.1.ATarefadeTimóteo: Lutarcon- as Falsas Doutrinas (1.3-11). 1.2.1.1.0 Comissionamento de Ti- eo É Reiterado (1.3,4). Nesta car­ ta, Paulo lembra Timóteo de sua tarefa. O termo “como” reforça a lembrança e introduz um anacoluto (uma mudança abrupta da construção gramatical no meio de uma frase). As palavras omitidas e subtendidas aqui são colocadas entre colchetes: “Comoteroguei... [pessoalmente, então agora o faço por escrito]”. Quando PauloestavaacaminhodaMacedônia, rogou a Timóteo que permanecesse em Éfeso a fim de silenciar os falsos mestres. Talvez por causa da relutância de Timóteo, o apóstolo teve de insistir. Éfeso era uma dascidadesmaisimportantesnaÁsiaMenor, tantogeograficamente como culturalmente. A timidez de Timóteo pode ter causado o receio de realizar tal tarefa. Paulo procura aumentar a autoridade de Timóteo declarando que ele se encontra sob a sua autoridade. A raiz do verbo tra­ duzido como “rogar”em 1.3 é diferente da raiz do substantivo traduzido como “mandado” em 1.1. O verbo aqui é um termo militar, significando “forçar, legar o controle a outrem, dar ordens estritas (autoritariamente)”. Os oponentes do apóstolo são aque­ les que (literalmente) “ensinam outra/ [diferente] doutrina”.Embora desejem “ser doutores da lei” (v. 7), não são mais do queensinadoresdeinovações, istoé, daquilo que é alheio ao verdadeiro Evangelho. A polêmica de Paulo contra as heresias não é suficiente para identificar com certeza adoutrina aque está se opondo. Os mestres são amplamente descritos como aqueles dedicados a “fábulas ou genealogias in­ termináveis”.As fábulas e as genealogias intermináveis não estão ligadas somente aqui, mas também no helenismo (cultu­ ra grega), no judaísmo helenístico (juda­ ísmo influenciado pela cultura grega) e no gnosticismo (uma religião misteriosa em que a salvação era supostamente as­ segurada pelo conhecimento de segredos, tais como mitos e genealogias). O termo “fábulas”ou “mitos”(mythos) poderia incluirnarrações alegóricas, lendas ou ficção, ou seja, doutrinas espúrias em contraste com a verdade do Evangelho. Esta palavra era freqüentemente usada em um sentido pejorativo, denotando deste 1445
  • 4. I TIMÓTEO 1 modo histórias falsas e tolas. A compo­ siçãodehistóriasmíticasbaseadasnoAntigo Testamento, agradou aos judeus daquele período (veja por exemplo, o Livro de Jubileu).Os mitos eram também uma parte integrante do ensino dos gnósticos, que tinham, por exemplo, versões alternati­ vas da história da criação. No judaísmo pós-exílio existia um pro­ fundo interesse de cada pessoa em iden­ tificar sua linhagem através da árvore genealógica, especialmente entre os ju­ deus que sobreviveram ao exílio babi- lônico. Por exemplo, era necessáriovalidar a linhagem de uma pessoa para que ela pudesse servir no segundo templo sob a liderança de Esdras e Neemias (Ne 7.64,65). As “genealogias”tornaram-se motivo de controvérsias entre judeus e cristãos judeus. A conexão mais for­ te entre fábulas e genealogias está no gnosticismo. As interpretações gnósticas das genealogias do Antigo Testamen­ to eram compreendidas de forma mítica, e as especulações míticas sobre as enu­ merações dos principados e da eterni­ dade eram temas centrais para a teo­ logia gnóstica. O apóstolo chama es­ tas genealogias de “intermináveis”, quer dizer, sem fim ou desenfreadas. Os mestres preocupados com tais ques­ tões não trouxeram nenhum resultado positivo para o povo. Não promoveram a “edificação de Deus”(literalmente, não fizeram a obra de Deus como seus des- penseiros, que edificaria o povo). A de­ voção a tais assuntos não ajuda o homem a realizar a obra que lhe foi confiada por Deus como despenseiro. Ao invés disto, “mais produzem questões”(isto é, espe­ culações, literalmente, “pesquisas que estão completamente fora do caminho”). Estes termos são desdenhosamente emprega­ dos como um antônimo de edificação. 1.2.1.2. A Identificação do Objetivo do Autor: OAmor (1.5). Paulo contras­ ta o propósito, finalidade, ou meta de suas instruções (pregações) com os resultados das atividades dos falsos mestres. O ob­ jetivo de Paulo é o amor que vem de “um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida”. A prevalência de expressões tríades nas Paste umainclinação aumalinguagemc O amor ativo e o tratamento ca com os outros tem os seguinte? quisitos: terpureza na totalidade morais, ser sensível a ponto de a si mesmo e ter a fé que é li: “uma fé não fingida” (isto é. crisia), mas sincera e que re sistentemente,no amoraDeus e 1 .2.1.3.0 Erro a que alj viaram : O Falso Uso da Lei < característico identificar os o, primeiras polêmicas cristãs palavra grega tis/tines [plural] como “certos” ou “alguns" “Alguns” perderam a marca as fontes virtuosas das quais (um coração puro, uma b ci cia e uma fé sincera). Frac do principal objetivo, e des:- desviaram do caminho cen : se para conversas imprópria argumentos vazios. No estilo ■ das Pastorais existe um ataquE te aos oponentes, mas pouci ção sobre os mesmos. O v ar”(ektrepo) era às vezes usa termo médico significando' “ser deslocado”. A aberracl: destes falsos mestres era dol de Cristo. Ainda que os hereges doutores da lei, eram comp: qualificados, sendo que teligência e conhecimento 1 lei”era uma expressão técnici mo (cf. Lc 5.17; At 5.34). Estes' do apóstolo buscavam re e posiçõesoficiaisporsuamim: e demandas legalistas. Embora assem a fazer confiantes i sistindo que estavam corre: 35 sando sua opinião em um dogmático, mostram-se c acordo com a ênfase do :e~r*: nesta frase) incapazes de I.2 .I.4 . ACorreção: O U ado d a L e i(1 .8 -ll). Pãul benefício da lei é propor apropriado e legítimo, isto é estar de acordo com aquüo
  • 5. I TIMÓTEO 1 ;sso: a restrição ao mal. Desde que iremos como lei, a lei é algo excelen- fcf. Rm 7.12,16). A lei funciona bem - do nós a respeitamos; contudo se a jigimos, esta nos condena. Paulo in- ’ 2 esta declaração como um princí- reconhecido, com a frase “sabemos...” Aleinãofoiinstituída emrazãodosjustos pouca relevância tem para eles — , mas j^jraosinjustos.Pauloentãolistaquatorze diferentes de pessoas injustas (agra- " sem quatrocategoriasduplas: “injustos inados”, “ímpios e pecadores”, “pro- enreligiosos”,“parricidase matricidas”; categorias simples: “homicidas, for­ res, sodomitas, roubadores de ho- mentirosos e perjuros”). O apósto- se caso, inclui todos os outros tipos adores como “contrários à sã [salu- udável] doutrina”.Sua ordem primei- ~te se refere às pessoas culpadas de contraDeus,e àquelasquecometem s contra os outros. A partir do quar- ico na seqüência de Paulo, a lista co- aproximadamente com o Decálogo. mundo antigo, as listas de virtudes e (catalogandotiposdecomportamento epecador)eramcomuns (cf. Rml.31). habitual citar os crimes mais sérios e _muns em tais listas. O catálogo inclu- iqui parece ser uma adaptação cristã a lista judaico-helenística. is especificamente, as pessoas para a lei foi instituída são: sem lei; ueles que são insubordinados, incon­ táveis, independentes, indisciplinados e rebeldes; que não adorama Deus, isto é, aqueles são ímpios, irreverentes; pecadores; eles paraquemnadaésanto, paraquem existe nenhuma pureza interior; profanos, quer dizer, aqueles que se portamirreverentee desdenhosamente com as coisas de Deus; eles que matam seus pais (parricídio; 'almente, “assassinos de pais”, aqueles eliminam seus pais através da morte do desrespeito); elesquematamsuasmães(matricidas); icidas; 10) adúlteros e fornicadores, ou seja, aquel­ es que praticam imoralidade sexual; 11) pervertidos, como sodomitas, homosse­ xuais (literalmente, “[homens] quetêmre­ lações sexuais com outros homens”[cf. 1 Co 6.9D; 12) comerciantes de escravos (literalmente, “os que pegam um homem pelo pé”), in clusive todos aqueles que exploram ou­ tros homens ou mulheres para suas pró­ prias finalidades egoístas; 13) mentirosos; e 14) os perjuros, que prestam falso testemu­ nho, aqueles quementem“contra [seupró­ prio] juramento” de honestidade. Paulo conclui descrevendo averdadeira fonte dasã doutrina: “o evangelho daglória do Deus bem-aventurado [bendito], que me foi confiado”.Aprimeirafrase descreve o conteúdo e o caráter do Evangelho; a segunda, sua fonte; e no final, a relação de Paulo com este. 1.2.2. OTestemunho dePaulo:AGra- ça do Senhor para com Paulo (1.12-17). 1.2.2.1.0 Senhor Designou o Após­ tolo apesar de seu Passado (1.12,13a). Paulo é grato a Cristo Jesus, que conce­ deu-lhe forças, por considerá-lo fiel e designá-lo ao ministério. A habilitação na graça é apreciada como uma chama­ da divina, sendo uma capacitação tão ne­ cessária quanto a comissão. Ainda que Paulo tenha plena consciência da respon­ sabilidade que tem para com a obra de Deus, está convencido da efetividade da graça de Cristo (veja 1 Co 10.15). Ele usa o tempo verbal aoristo “me tem confor­ tado”, recordando um tempo particular quando se tornou ciente deste crescen­ te fortalecimento (provavelmente implícito em 2 Co 12.7-10). Por ter sido julgado confiável, Paulo foi designado a servir como um apóstolo. Como em 1 Coríntios 15.9,10 e Gálatas 1.13-17, Paulo contrasta suavida pré-cristã com suavida cristã presente. Descreve sua antiga identidade como sendo um blas­ femo (que calunia e maldiz a Deus), um perseguidor (que procura as pessoas como um caçador) e um homem opressor, vio­ lento, sádico (do grego hybristes). 1447
  • 6. I TIMÓTEO 1 Apalavra [hybristes]indica alguém que pororgulhoeinsolênciadeliberadamente maltrata, desdenha, humilha, faz o mal e fere outras pessoas pelo simples pra­ zer de ferir. Fala também de um trata­ mentopremeditadoquetemafinalidade de insultar e humilhar pública e aber­ tamente as pessoas. A palavra é usada em Romanos 1.30 para descrever um homem insolente e arrogante, e retra­ tar um dos pecados característicos do mundo pagão (Rienecker, 1980, 617). 1.2.2.2. A Misericórdia Concedida apesar da Ignorância e da Increduli­ dade (1.13b,14). Paulo se beneficia da distinção judaica entre pecados consci­ entes e inconscientes (Lv22.14; Nm 15.22- 31). Não reivindica que seus atos de ig­ norância e incredulidade o tornem me­ nos culpado, porém menciona tais fatos para explicar como seu perdão foi possí­ vel. Mas “a graça de nosso Senhor” não tem fronteiras; aumenta até transbordar e “superabundou”navidadePaulo. Agraça, por sua natureza, é completamente ime­ recida; e, em sua medida, é extremamente generosa. A bondade não merecida e a capacitação divina foram abundantes na vida do apóstolo, e a fé e o amor foram os seus efeitos. 1.2.2.3- Salvo apesar de seus Peca­ dos (1 .1 5 ). Paulo insere a próxima de­ claração: “Esta é uma palavra fiel e dig­ na de toda aceitação”, e concluindo com uma aplicação pessoal, faz desta seu próprio testemunho. Sua estrutura introdutória, “esta é uma palavra fiel”, aparece cinco vezes nas Pastorais (1 Tm 1.15; 3.1; 4.9; 2 Tm 2.11; Tt 3-8), e em nenhuma outra parte do NovoTestamento. Em cada uma destas ocasiões, está fra­ se introduz uma declaração cristã fun­ damental ou litúrgica (por exemplo, um fragmento de um hino [2 Tm 2.11-131, uma norma de fé [1 Tm 1.151, ou um aforismo ou provérbio [que se inicia em 4.8]), e afirma sua verdade (Kelly, 1963, 54). A própria declaração de que “Cris­ to Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores” era uma confissão comum entre os cristãos. De acordo com esta declaração, o propósito davinda de I era salvar, resgatar e libertar os p. dores (cf. 1 Jo 3.8b). Paulo então se identifica, não : tendo sido, mas como sendo o piort pecadores (cf. 1 Co 15.9; Ef 3.8). bora esteja convencido de que a o libertou das penalidades prove» tes dos pecados cometidos no pasc adota uma posição de humildade memória e consciência do pecac-? presente, e neste sentido ainda se conhece como um pecador. 1.2.2.4. U m Exem plo Admirá Paciência de Deus (1 .1 6 ). A sal­ de Paulo tem como finalidade a c a paciência ilimitada de CristoJesus com outros candidatos à fé. O “mostrar”é uma forma intensificada “apresentar”, como se apontasse o indicadoraum objeto. Otermoemp^ para paciência aqui é makrothymia etimologicamente significa a di§ii que Deus mantém de sua próprii isto é, evitar a exteriorização de s u í sua longanimidade e clemência. Cc um exemplo para outros, Paulo é um tótipo da graça. É um paradigma r~ onário: único como apóstolo, porém ' convertido a quem os piores pecai res podem contemplar e ter espera*. 1.2.2.5. D oxologia(1.17). Come outros exemplos nas Pastorais (1 Tm 2 ~ 5.21; 6.13-16; 2 Tm 1.9,10; 2.8; 4.1*. apóstolo parece citarum material litú Desta vez, eleva-se a uma doxologia. confissão de louvora Deus, em quear quatro características ao Senhor: 1) eternidade, permanecer para sempre 2) imortalidade, incormptibilidade, quer- imunidadeàdecadênciaouaodesfaleci. 3) invisibilidade; e 4) singularidade, o único Deus existente O reconhecimento destas qualidades vinas atribuemeternahonra e glóriaaDe: 1.2.3.OEncorajamento à Luta(1. 20). O testemunho de Paulo em 1.18.1 leva-o a lembrarTimóteo do mandame anteriormente dado em 1.3,4. Como ap< adicional e encorajamento a seu jov: amigo diante da responsabilidade que.1
  • 7. I TIMÓTEO 2 havia sido atribuída, o apóstolo lembra Timóteo das profecias a seu respeito. Ele espera que, inspirado por estas, Timóteo combata o bom combate conservando a :é e a boa consciência. Paulo cita então dois exemplos de falta refé. Os dois apóstatas, Himeneue Ale­ xandre, são os pais infames da heresia orovavelmente as mesmas que foram mencionadas em 2 Tm 2.17; 4.14). Não está exatamente claro o que estes dois :.3mens rejeitaram, a que viraram suas iDStas, ou o que repudiaram. O idioma prego o identifica por um pronome re­ ativo singular feminino (traduzido como 'essas” na NVI), cujo antecedente po­ ria ser qualquer um dos seguintes los: mandamento, instrução, obri- o; combate, expedição militar, cam- nha, guerra; a fé; ou uma boa cons- *ncia. O resultado da apostasia des- - homens, porém, está claro: “fizeram ufrágio na fé".Esta imagem é bastante ida para Paulo, que por ocasião da Ta dasPastorais já havia sofrido quatro frágios. Em cada ocasião perdeu tudo, ;eto sua vida. Aresposta de Paulo foi severa: entregou- aSatanás (cf. 1Co 5.5). Satanás é umtutor nentador; o verbo “entregar”está mais 1 ~doàpuniçãodoqueãinstrução.Devem nder a não caluniar ou blasfemar de ;, o que neste caso provavelmente se a seu falso ensino ou à sua oposição mensagem do Evangelho. Organizando a Igreja: Princípios Gerais para a Edificação da Proble­ mática Igreja em Éfeso (2.1—3-13) 2.1. A O ração p ela P az (2.1 -8) 2.1.1.Exortação aOrarpelaPaz(2.1,2). instruções de Paulo sobre a oração pam o primeiro lugar em sua agen- íendo o assunto de maior importân- Exorta com urgência que quatro ti- ie oração devem ser oferecidos por s as pessoas: edidos”ou “Deprecações”(deesis), isto é.petiçãoouintercessâo, derivada doverbo quesignifica a felicidade de “ter uma au­ diência com o rei”para apresentar uma petição. Esta palavra era regularmente usada para rogar algo a um superior; 2) “Orações” (proseuche), que é a palavra comum para oração; 3) “Intercessôes”(enteuxis), outrapalavrapara petiçãoouintercessâo, quevemdeumverbo que significa “apelar para”; e 4) “Ações de graças” (eucharístia), que é a palavra da qual vem o título litúrgico “eu­ caristia”, usado por alguns referindo-se à Ceia do Senhor. Oapóstolofazmenção especialdaoração pelas autoridades governamentais, expli­ cando seus propósitos ou resultados. A expressão traduzida como “os que estão em eminência”indica etimologicamente “ter uma posição acima de...”Esta pode­ ria incluir todos aqueles que estão em proeminência ou os superiores. Adescrição da efetividade destas orações inclui qua­ tro expressões para os tipos de vida a que a oração nos levará: 1) “quieta”,pacífica,tranqüilaouimperturbável; 2) “sossegada” ou calma; 3) “em toda a piedade”ou devoção religio­ sa, ou seja, tendo a atitude correta em re­ lação a Deus, que é derivada do conheci­ mento verdadeiro de Deus; e 4) “[em toda] honestidade”, gravidade, seri­ edadeoudignidade, istoé, aseriedademoral que afeta o comportamento exterior e a intenção interior. 2.1.2.0 Fundamento e a Bênção Tra­ zidos pela Exortação (2.3-7). 2.1.2.1. AVontadedeDeus:ASalvação e o Esclarecim ento (2.3,4). Paulo ex­ plica que a idéia da oração universal, por todas as pessoas, é boa (não somente agathos, “correta, praticável e moralmente boa”, mas também kalos, “bonita e har­ moniosa — agradável aos olhos huma­ nos”) (Lock, 1973, 22-23) e agradável aos olhos de Deus. A vontade de Deus, nosso Salvador, é “que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade”.Embora o texto grego tenha palavras que diferenci­ em “homem [pessoa do sexo masculino]” (aner) de “ser humano [pessoa no senti­ do genérico]”(anthropos), o texto da NVI não distingue estas palavras em sua tra­ 1449
  • 8. I TIMÓTEO 2 dução. Às vezes, isto pode dar aos leito­ res modernos uma impressão errada, já que não mais se lê “homem ou homens” de modo genérico. Um comentário cuidadoso ou uma consulta ao texto original torna­ rão este ponto mais claro para o leitor. 2.1.2.2. O Papel de Cristo: Sacrifí­ cio e Testemunho (2.5,6). Paulo parece estar novamente fazendo citações. Ò texto original de 2.5,6 foi reconhecido como poético, sendo certificado como tal no NovoTestamentogrego. Estesversos eram provavelmente um primitivo hino cris­ tão de cinco linhas: Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os ho­ mens [ou humanidade, anthropon], Jesus Cristo, homem [anthropos], o qual se deu a si mesmo em preço de redençãoportodos[otermo“homens” não está presente no texto grego], paraservirde testemunho a seu tempo. Este hino afirma a singularidade e a unidade de Deus como sustentada pelos judeus, então acrescenta a revelação cristã de Jesus Cristo como o mediador ou in­ termediário. Tal mediação foi possível pela encarnação e culminou na crucificação de Cristo, quando sua vida foi oferecida como o preço pago pela libertaçãodaqueles que estavam escravizados. Tudo isso acon­ teceu no tempo ordenado por Deus. 2.1.2.3. A Chamada de Paulo: Um Pastor e Apóstolo (2.7). Paulo foi en­ carregado de partilhar este testemunho com os gentios, como um “pregador”(ou arauto), “apóstolo”e “doutor”(ouensinador). O arauto era alguém que trazia impor­ tantesnotícias.Anunciavafreqüentemente um evento atlético ou uma festa religi­ osa, oufuncionavacomoummensageiro político, o portador de notícias ou or­ dens da corte do rei. Deveria ter uma vozforteeproclamarsuamensagemcom vigor, sem demora e sem discuti-la. A qualidade mais importante do arauto consistia em ser um fiel representante ou divulgador da palavra daquele que o havia enviado. Não tinha a obrigação de ser “original”ou criativo; deveriaaMí um fiel portador da mensagem ce d» I trem(V. P.Fumish, citadoemRiene-. ^»^ 1980, 619). Um apóstolo é “um enviado [con -al incumbência]”. Paulo novamente afinfl fortementealegitimidadedeseuapostai** 2.1.3. O Desejo de que os H o c n - Orem(2.8). Umavezmaiso apóstolo seu desejo de que os santos orem: vez, porém, em contraste com as o f a J vações que seguem este verso, especfll camente dirigidas às mulheres, os oifl tos da advertência imediata são os hccsa (plural de aner). A autoridade apc s: J ca está implícita na palavratraduzidacom “quero”(expressandoo desejo ouav de alguém). “Santas”neste verso d ve mãos dadas a ações piedosas, purü« limpasconforme os mandamentos deD e i ao invés de seremmãos “ímpias”dediciü à ira e às contendas. A atitude mais geral em relação à ora- -n ção naantigüidadepara pagãos, judeus, j e cristãos era semelhante e consistia e~ i colocar-se de pé com as mãos estendi- ■ das e levantadas, com as palmas volta- -m das para cima. Os afrescos de pessoas * orando, por exemplo, nas catacumbas romanas, fornecem uma vivida ilustra­ ção da vida da igreja primitiva (Keilv 1963, 66). 2.2. A Vestimenta e o Estilo de Vida das Mulheres (2.9-15 2.2.1. Dar Preferência ao Adorii Espiritual (2.9,10). Uma tradução ral do texto grego inicia este verso co~ a frase “do mesmo modo as mulheres' — indicando aparentemente que as mulbe- res, assim como os homens, deveriamcxm, mas ao mesmo tempo deveriam ter cui­ dados em relação à sua aparência pesso* al. O desejo do apóstolo é que seu irzie (comportamentoou conduta) seja moceíai (isto é, decente, próprio, moderado) "conl pudor e modéstia”. Estas duas rilri—a* condições levam a um sentido sexua_ q denotam uma reserva feminina, bem ccrj-_>
  • 9. I TIMÓTEO 2 A Quarta Viagem M issionária de Paulo Aproximadamente entre 62 e 68 d.C. Esíá claro a partir de Atos 13.1—21.17 que Paulo %ztrês viagens missionárias. Existem evidências rsra crermos que ele tenha feito uma quarta *agem após sua libertação do encarceramento *3nano, registrado em Atos 28. A conclusão de tal viagem tenha realmente acontecido ia-se no seguinte: " Na intenção declarada de Paulo de ir à Espanha (Rm 15.24,28); 2JNa declaração de Eusébio, de que Paulo tenha siüo libertado depois de seu primeiro encarceramento romano (História Eclesiástica 122.2-3); e IVEm declarações da literatura cristã primitiva :ue afirmam que o apóstolo levou o Evangelho as a Espanha (Clemente de Roma, Epístola aos Zcóntios, cap. 5; Actus Petrí Vercellenses, caps. 1-3; Cânon Muratoriano, linhas 34-39). Os lugares que Paulo pode ter visitado após sua libertação da prisão são indicados por declarações de intenção expressas em seus escritos anteriores, e por menções subse­ qüentes nas Cartas Pastorais. A ordem de sua viagem não pode ser determinada com precisão, mas o itinerário apresentado a seguir parece provável. 1. Roma: libertação da prisão, 62 d.C. 2. Espanha: 62-64 (Rm 15.24,28) 3. Creta: 64-65 (Tt 1.5) 4. Mileto: 65 (2 Tm 4.20) 5. Colossos: 66 (Fm 22) 6. Éfeso: 66(1 Tm 1.3) 7. Filipos: 66 (Fp 2.23,24; 1Tm 1.3) 8. Nicópolis: 66-67 (Tt 3.12) 9. Roma: 67 10. Martírio: 67-68 repugnância moral a fazer o que é desonroso. Referem-se ao aperfeiçoamento Io domínio próprio, do controle dos ipetites, ao pleno governo interior que é capaz de colocar rédeas em todas as ~£ixões e desejos. Paulo passa então a ser mais específico, Esencorajandoasmulheresdeusaremestilos iradosdecabelos,jóiasdeourooupérolas, pascaras. Eranotórioque tantoasjudias .o as mulheres gentílicas gostavam de isto. As pérolas eram os adornos mais is(custando aproximadamente o triplo valordo ouro). Asmulheres usavam-nas decoraroscabelos,orelhas,dedos,roupas, ésandálias. “Aostentação navestimenta freqüentemente considerada um sinal promiscuidade no mundo antigo [espe­ r t e entre os cristãos], tais gastos, tão ndes, eram considerados injustificados razão da difícil situação dos pobres” roeger e Kroeger, 1992, 75). O adorno apropriado de uma mulher professa reverência a Deus são suas s obras”, seu comportamento fiel. A deira beleza não é uma questão de oração exterior, e sim de virtudes in- >res, que iniciam ações santas. 2.2.2. A Ordem de Ensinar às Mulhe­ res (2.11). Neste versículo, Paulo muda de foco, passa a dar mais importância ao fato de que as mulheres devem estudar a Palavra de Deus, e não somente ter uma vida de oração. Está claro que o apóstolo deseja que as mulheres na igreja apren­ dam (cf. 1 Co 14.35a). No período roma­ no, fora da aristocracia, a maioria das mulheres, judias ou gentílicas, eram pri­ vadasdaeducação. Asituaçãonãoeramuito melhor no mundo religioso: não era per­ mitido que as gentílicas participassem da religião oficial do Estado grego e roma­ no, e as judias eram impedidas de estu­ dar a Torá e não podiam ser incluídas no quorum da sinagoga. Entretanto, as ordens de Paulo estabelecem um padrão diferente para o cristianismo:“Amulher aprenda...” (literalmente, “que amulherseja discipulada [:manthano] ou ensinada”). O Antigo Testamento defendia que se fizesse silêncio na presença do Senhor (Sl 46.10; Is 41.1; Hc 2.20; Zc 2.13). Tal atitu­ de provavelmente tivesse a finalidade de auxiliar o aprendizado. Até mesmo os estudiosos rabínicos deveriam aprender em silêncio, que era entendido como uma 1451
  • 10. I TIMÓTEO 2 parede ao redordasabedoria. Portrêsvezes a Septuaginta (a tradução grega do Anti­ go Testamento) acrescenta a “sujeição”ao “silêncio”de acordo com o Antigo Testa­ mento hebraico (Sl 37.7; 62.1,5). O silên­ cioe asubmissãoeramconsideradosestados de absoluta receptividade. AcondutaquePauloexigiudasestudantes ou discípulas (silêncio e completa submis­ são, veja w . 11b,12b) nos faz relembrar a situação problemática que havia em Éfeso. Os falsos mestres infiltraram seus ensinos pervertidosentreasmulheres,provavelmente porque averdade não lhes havia sido ensi­ nada pela igreja. Portanto, o apóstolo de­ sejou equipar estas mulheres com o conhe­ cimento da verdade, de forma que pudes­ sem se opor aos erros. Sua ordem em 2.11, paraqueasmulheresaprendessem,representa acorreçãodosenosdivulgadospelosobreiros tolos de 2 Timóteo 3-6,7, que “aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhe­ cimento da verdade”. 2.2.3. A Ordem para que as Mulhe­ res Estejam em Silêncio (2.12). A pró­ xima oração foi interpretada por muitos comoumadenúnciainequívocadoapóstolo contra a liderança feminina, sua proibi­ ção absoluta de colocar uma mulher em uma posição de autoridade superior a um homem. Tal interpretação tem trazido perplexidade aos cristãos que crêem no Evangelho de uma forma completa, e que reconhecem o Espírito Santo como sen­ do o capacitador dos homens e mulhe­ res para a liderança cristã, conforme a promessa relatada por Joel (2.28-32) e cumprida no dia de Pentecostes (At 2.17- 21). Como se pode conciliar as duas de­ clarações bíblicas, a saber, a promessa (e seu cumprimento) e a proibição? Está claro que esta passagem apresenta desafios especiais para os intérpretes:1 1) O verbo authenteo (que na NVI é traduzi­ do como “ter autoridade sobre”) não está claro. Ejá que esta palavra ocorre somen­ te uma vez em todo o Novo Testamento, enãoconstanaSeptuaginta, devemosbuscar recursos fora das Escrituras para discernir seu significado; 2) A ordem da frase que contém a palavra é incomum; umatradução literal seria: “Para ensinar, ao contrário, às mulheres permissão, nem para authentein mem, mas que esteja em silêncio’: 3) Odesafiogramaticalé comporsuas umtextocomduaspartículasnegajiH e oude) e três infinitivos (d? authentein e einai)-, 4) Os versos seguintes à injunção levantam questões adicionais: (a) areferênciaàordemnacriação?(b) a explicação do engano e datransg. (c) Por que a conexão entre a “dar à luz”filhos? 5) Mais significativamente, a inte tradicional (isto é, proibindo que lheres liderem) torna as palavras lo contraditórias em vista de sua de afirmar a liderança cristã das em outras passagens. Overso começa com apalavrad; “ensinar”. As Pastorais dão grande se ao ensino, porque somente o preciso poderia combater as falsas trinas em Éfeso. É claro que de maneira as mulheres estavam env no falso ensino (lT m 4.7; 5.11-13 3.6,7;Tt 1.11).Aindaassim, Paulonãc completamente a liderança das mu EmoutraspassagensnasPastorais, uma visão positiva relativa ao enr mulheres (veja 2 Tm 1.5; 3.14,15; 4 1 At 18.26b). Além das Pastorais, o Testamento contém numerosas afi nas cartas de Paulo sobre as mulh ministério (Rm 16.1,2,3-5,6,7,12: Fr Note também que o próprio apí em sua ausência, deixou Priscila e / pastoreando os primeiros crentes dade de Éfeso (At 18.19). Era ta conhecido que Priscila e seu mari sinaram o eloqüente pastor alexar (um homem) chamado Apoio (At 1 Paulo havia elogiado esta mulher tre e cooperadora na liderança da em Éfeso, que aindaestavavivae d ei de grande apreço no momento em as Pastorais foram escritas (Rm 16.3 Tm 4.19). O contexto histórico, to, esclarece que o apóstolo não p o ensino feminino (como alguns int taram este texto), mas proibiu que nassem falsas doutrinas, da mesma 1452
  • 11. I TIMÓTEO 2 aeira que os textos em 1 Timóteo 1.3,4 e Tito 1.9-14proíbem o falsoensinode outros hereges. (Ôs versos seguintes [isto é, 1Tm 2.13-15] revelam a natureza do ensino herético que Paulo proibiu.) O maior desafio para se interpretar 1 Timóteo 2.12 está no significado do se­ gundo infinitivo, o verbo raro authenteo (que é a forma infinitiva de authentein). Ainda que o seu significado, “ter autori­ dade sobre”, tenha sido tradicionalmen­ te aceito neste contexto, tal tradução é seriamente contestada hoje por estudio­ sos conservadores que realizaram uma extensa pesquisa sobre o uso da palavra :ora do Novo Testamento. A gama dos significados de authenteo incluio seguinte: 1) começar algo ou ser responsável poruma : condição ou ação; 2) impor regras ou dominar; 5) usurpar o poder ou os direitos de outra pessoa; e 4 ) reivindicarpropriedade,soberania,ouautoria ■ (Kroeger e Kroeger, 1992, 84). Os Kroegers oferecem duas traduções alternativas que levam em conta a ordem íncomum das palavras no verso, seus desafios gramaticais, seu contexto histó­ rico e a pesquisa léxica mais recente desta palavra: li) “Nãopermito que umamulherensinenem F seapresente como originadordo homem” ^ (ibid., 103); e il> “Nãopermito que uma mulher ensine que éooriginadordohomem”(ibid., 191-192). Tal ensino (de que Eva foi criada pri- iro e que ela originou Adão) era uma s versões dos gnósticos a respeito da 'ação. Neste verso, Paulo está proibin- que as mulheres ensinem tal heresia. Umavez que tal interpretação não con­ terá 1 Timóteo 2.12 como uma proibi- contra todo o ensino e autoridade das ilheres no ministério, é consistente com demais afirmações de Paulo a respei- liderança dasmulheres. Observe tam- como esta interpretação é clara no ..jtexto dos versos que se seguem. 2.2.4. A Ordem da Criação É Reite- (2.13).DepoisdePauloproibiroensino e aspectodeheresiadosgnósticos,declara visão ortodoxa relativa à cronologia da criação. Enfatiza a descrição contida em Gênesis e afirma definitivamente: “... pri­ meiro foi formado Adão, depois Eva”. 2.2.5. A Explicação da Quedaem Pe­ cado (2.14). Outro mito dos gnósticos ensinava que a tentação da serpente não resultouno pecado, masno esclarecimento, e que foiEva, ao compartilharo fruto, quem trouxe a luz a Adão. Para corrigir tal he­ resia, Paulo é obrigado a explicar a que­ da, como Eva foi enganada, e a primeira transgressão. 2.2.6. A Esperança de sua Salvação É Anunciada (2.15). O apóstolo con­ clui o assunto prometendo a salvação para as mulheres, se permanecerem em sua missão de mãe “com modéstia na fé, na caridade (ou amor) e na santificação”. Os mitos dos gnósticos continham um en­ sino elaborado sobre uma suposta dis­ seminação, de acordo com o qual cada umde seusdescendentes, aonascer, recebia partículas da luz divina do primeiro ca­ sal, que fora dotado destas partículas na criação. Toda geração subseqüente dis­ tribui suas partículas de luz entre sua descendência. Após a morte, quando um indivíduo gnóstico procurar realizar a viagem celestial, deixando este planeta material, estará proibido de deixar a terra até que todas as suas partículas de luz sejam reunidas. Se, tendo filhos, as par­ tículas de luz de uma mulher gnóstica tiverem sido passadas a outros, ela esta­ rá presa na terra até a morte de toda a geração de seus descendentes; quando todas as suas partículas de luz poderão ser novamente reunidas. Emoutraspalavras,deacordocomoensino gnóstico, a salvação eterna tornou-se com­ pletamenteimpossívelàquelesquetêmfilhos. Esta era possivelmente a razão pela qual os falsos mestres em Éfeso estavam proibin­ doocasamento(4.3). “Algunstextosgnósticos condenavam ter filhos, e outros chegavam atémesmo aafirmarque eraimpossíveluma mulheralcançaravidaetema”(Kroeger,Evans e Storkey, 1995, 442). Deste modo, Paulo corrige este ensino errôneo, prometendo assim a salvação a estas mulheres — ainda que tivessem filhos — , caso vivessem uma vida de santidade cristã. 1453
  • 12. I TIMÓTEO 3 Ainterpretação correta desta passagem põe um fim à falsa alegação de que a tra­ dicional permissão do ministério e da li­ derançaexercidapelasmulheresnoscírculos pentecostais e carismáticos, onde se crê no evangelho como um todo, (e a aceita­ ção contemporânea do ministério femi­ nino em importantes denominações) seja uma violação das Escrituras. Assim como Pedro, que no dia de Pentecostes prometeu que nestes últimos dias o Espírito de Deus capacitaria os homens e as mulheres para oministério(At2.16-18),e damesmamaneira Paulo reconheceu que em Cristo as dis­ tinções sexuais são irrelevantes (G13.28), esta passagem também não proíbe que os homens sejam ensinadospelasmulheres no exercício de sua liderança espiritual. Antes, o apóstolo está confrontando um problema local específico em Éfeso, si­ lenciando os falsos ensinadores, e refu­ tando os falsos ensinos. 2.3■ Sobre os Bispos (3-1-7) 2.3-1. AsAspirações àLiderança São Ratificadas (3.1). O apóstolo volta sua atenção especificamente às posições de liderança na igreja, citando outroprovérbio aparentemente famoso. Já naquele tem­ po, a igreja primitiva tinha uma coleção de curtas declarações (logia), de modo resumido, porções memoráveis deverdades comumente sustentadas pelos crentes. Tais expressões existiram antes do tempo da composição das Pastorais, e como reco­ nhecimento de sua aceitação geral foram introduzidas em forma de citação como vemos aqui: “Esta é uma palavra fiel... ” (veja comentários sobre 1.15). Esta declaração cristã valida a aspira­ ção que um crente possa ter de servir à igreja em uma posição de liderança ou supervisão. Qualquercrente que tenha esta aspiração, homem ou mulher (a palavra tis inclui ambos os gêneros), certamente deseja fazer um bom trabalho, desempe- nharumatarefanobre. Aocitareste logion* o apóstolo recomenda o ofício do bispo a qualquer pessoa que tenha as qualifi­ cações que se seguem (w . 2-7). As responsabilidades dos supemsq|B superintendentesoubispos (episkopes O fl , longe de ser claras neste período pod tivo da Igreja. O título parece ser ecn jl lenteaodeanciãooupresbítero(presbiiaj (5.17; Tt 1.5), embora pouco seja ccca í cido sobre as funções que desempeni vam. Opapeldosoficiaisdaigrejaera e flexível na época do Novo Testam eaJ Atéoperíodopatrísticoprimitivo,tais ainda não haviam sido padroniza regulamentadas. 2.3-2.0 Estabelecimento das ficaçõesdaüderança(3.2-7).Pauic raosB sua discussão sobre as condições ex;aaS aos candidatos à liderança da igreja uma lista consecutiva de doze qi: ções simples (w . 2,3), seguidas pcc ■ requisitos, cada um destes acompaniíuta poruma base lógica (w. 4-7). É impcnai* notar que a lista inteira é estmturaoa rdh que é chamado de inclusio, um disoirf vo literário de parêntesis ou colcheie-s torno de um assunto particular. O r — ro requisito (v. 2a) é que o bispe 'sqp inepreensível”;e oúltimo (v. 7), é que le a lM bom testemunho dos que estão de :ac4w Logo o assunto como um todo ■— as jo m lificações para os líderes da igreja — r i completamente envolvido por sua in^pi* tância, que é superior à repreensãc Esta não é uma lista de requisitas pirituais — nenhum dos itens é espedl camente cristão. Também não é uma crição das responsabilidades ou a i i n ções dos bispos. Antes, os itens re fe a e os mais elevados ideais da filosofia c ral helenística. A lista sugere que o : ar portamento dos falsos mestres estava^j vandoo Evangelhoàperdade credibilíoa^J “Portanto, Paulo não está somente rrt* cupado com os bispos, a fim de q u e » l tes tenham virtudes cristãs (assume-se^ antemão que as tenham), mas que ~-n» bém reflitam os mais elevados ideaa- H cultura” (Fee, 1988, 78-79). As listas a qualificações eram comuns na antigú:._.■ em meio aos gregos, romanos e ju a o sl O padrão de líderes “irrepreensíveis' -at amplamente difundido no mundo •• -nu “Paulo, reconhecendo os desafios quea cristãos enfrentavam já no início dc rc* 1454
  • 13. I TIMÓTEO 3 conceito demonstrado pelo mundo, es­ tavadeterminado a sobrepujar os padrões da moralidade do mundo, não deixando rje os escândalos maculassem a reputa­ ção da igreja” (Keener, 1991, 87). I Aprimeira e mais importante qualificação, - então, é que os bispos tenham um caráter excelente, istoé, quesejamirrepreensíveis. Xunca deveria ser possível (literalmente) "surpreender um bispo” fora dos limites da integridade. I Apróxima qualificação— que obispo seja "maridodeumamulher”(nãoexisteotermo "mas”no texto grego, como traduzido na NVI) — é fácil traduzir, porém é difícil interpretar. Três questões estão envolvi­ das: (a) Será que o apóstolo está conde­ nandoodivórcio,apoligamia,oconcubinato, ou qualquer outra coisa? (b) Será que o apóstolo está exigindo que os bispos se- úm casados, refutando aqueles que dizi­ amque não se deveria casar? (c) Será que o apóstoloestáexigindoqueosbispossejam homens e não mulheres? a) Aprimeiradestasquestões— “marido uma mulher”— é: Ó que queria dizer do de uma mulher” no século I? A retação tradicionaltoma afrase como ndo dizer “marido de uma só esposa nte sua vida”, às vezes acrescentan- menosqueelamona”.Talinterpretação qualificações permite que as pesso- e se casam novamente após a mor- cônjuge tenham a oportunidade de r na liderança da igreja, mas proíbe aqueles que se casaram após um '_riose candidatemàliderança.Aqueles :rêem em todo o Evangelho mantêm elevada visão da permanência do ento e querem que seus líderessejam pios do mesmo. Também mantêm elevada visão da graça de Deus e ~mque suas práticas demonstrem a em ação. Conseqüentemente, as cessobreestetextoforamtãograndes as congregações carismáticas e as tinações pentecostais se dividiram eito da interpretação e da aplica- terequisitoparaoslíderesdasigrejas, sunto torna-se especialmente com- o quando o candidato à liderança iase enquadra em umadasseguintes categorias: se o divórcio e o novo casa­ mento aconteceram antes da conversão, ou se o crente era a “parte inocente” em um divórcio (isto é, se o casamento foi terminado em bases bíblicas). Jesus per­ mitiu o divórcio nos casos em que um dos cônjuges fosse infiel (Mt 5.31,32), e en- tende-se que Paulo permitiu o divórcio se um dos cônjuges abandonasse o lar (1 Co 7.15). O assunto é ainda mais compli­ cado quando já tem ocorrido uma anula­ ção eclesiástica (para o que não existe nenhuma citação nas Escrituras, no Novo Testamento). Algumas igrejas reconhecem que o adultério e a deserção são bases bíblicas para o divórcio, mas em nenhum caso permitem um novo casamento. Seu apoio é que (i) nem em Marcos 10.11,12 nem em Lucas 16.18 a declaração dejesus sobre o divórciofoiqualificadacomouma“cláusula de exceção”(cf. Mt 5.31,32) — isto é, que todo novo casamento constitui um adul­ tério; e (ii) que Paulo subordina sua ex­ ceção ao decreto de divórcio proferido por Cristo, como uma idéia própria e não do Senhor (cf. 1 Co 7.10-16; parece que Paulo desconhece qualquer exceção por parte de Cristo). Outras igrejas permitem o novo casamento no caso de pessoas que experimentaram o divórcio em bases bíblicas. Sua lógica é que o propósito do divórcio antigo era como uma sanção legal para o novo matrimônio. O contexto de nosso mundo moder­ no e o rápido aumento do índice de di­ vórcios (tanto fora como dentro da igre­ ja) nos chamam a discutir este texto. Tal­ vez o contexto do mundo antigo e sua estrutura familiar e social possam elucidar 0 assunto. O que significava “marido de uma mulher”para os leitores originais de 1 Timóteo, para os judeus e para os pa­ gãos? Que advertência específica, naquele contexto cultural, o apóstolo Paulo quis dar aos candidatos à liderança cristã para que fossem moralmente irrepreensíveis? Referia-se ao divórcio, à poligamia, ao concubinato, ou a qualquer outra coisa? O divórcioeraumatrivialidadeno século I entre os pagãos. O judaísmo também permitiu o divórcio em muitas outras si­ 1455
  • 14. I TIMÓTEO 3 tuações, tornando fácil que um marido se divorciasse de sua esposa (veja Mt 19-3,' onde os fariseus perguntam aJesus se o divórcio poderia acontecer “por qualquer motivo”; e 19-10, onde até os próprios discípulos deJesus ficaram chocados pela severidade de sua resposta). Keener diz: “É quase impossível que [Paulo] esteja se referindo ao novo casamento de ho­ mens divorciados, porque ninguém na antigüidade, judeu ou greco-romano, trataria com desprezo o novo matrimô­ nio do homem” ([a ênfase é do próprio Keener], Keener, 1991, 100). A poligamia era contrária à lei roma­ na, contudo, oficialmente legal no juda­ ísmopalestino.Todavia, emmeioaosjudeus a monogamia era anorma mais aceita. Uma vez que a poligamia não era praticada nem pelos judeus fora da Palestina, nem pe­ los gregos na Ásia Menor, parece impro­ vável que Paulo esteja escrevendo uma proscrição contra tal prática aos líderes da igreja em Éfeso. Ainda que o concubinato não fosse uma prática habitual, não era desconhecido no século I do mundo greco-romano. Sabia- se.que os soldados, que não podiam se casar oficialmente até que seu tempo de serviço militar fosse cumprido (um lon­ go período de vinte anos), praticavam tal ato. Embora 1 Timóteo 3-2 possa estâr proibindo o concubinato, esta prática provavelmente não era comum o bastante em Éfeso para merecer uma proibição. O propósito das qualificações para os líderes da igreja era manter a reputação daqueles que estivessem no ministério, evitando que pudessem ser repreendidos pelosqueestavamforadaigreja. Seo divórcio era socialmente aceitável no momento da escrita do Novo Testamento, se a poliga­ mia não era praticada em Éfeso, e se o concubinato era incomum, qual compor­ tamento era considerado escandaloso na estrutura social do século I, pelo qual o apóstolo Paulo excluía os candidatos ao ministériodaigreja?Existemesclarecimentos adicionais no texto? A expressão “marido de uma mulher” encontrada entre as qualificações do bispo em 1 Timóteo 3.2 e Tito 1.6, como tam­ bém nas qualificações para o diá 1 Timóteo 3-12, tem sua contra expressão “mulherde um só maridc' de rodapé da NVI), encontrada lificações para as viúvas que estâ: litadas a receberem o apoio fina igreja em 1 Timóteo 5. A estnr qualificações de Paulo para asviúv velhas (5.3-16) é notavelmente se~ às qualificações do apóstolo pari mens mais velhos, ou bispos (5 1 Parece que estas viúvas tiveram gar no ministério e foram honra sempenhando um trabalho de recebendo, de certa forma, um paf por este (cf. w . 5,9-16). Tanto a palavra latina univira c palavra grega monandros signifi posa] de um só marido” (liter “mulher de um só homem”), sei mos atribuídos não somente a vi éis ao Senhor, mas também enc como inscrições funerárias de romanas virtuosas, honradas pelos dos queviverammais que elas. A er^ “mulherde umsó marido”fala de que cumpriram o ideal “de: um sc do”quehavianaantigüidade, e quer* em: (a) casarem-se somente uma (b) serem absolutamente fiéis a ~ co marido por toda a vida. “A ênf: cional da expressão está na fideli esposa, como umaboa esposa du otempo do casamento... [Ela] foifiei marido, nunca tendo interesse por homem durante seu matrimônio'' ( se de Keener], Keener, 1991,95). a NVI traduz a “mulher de um só em 1 Timóteo 5.9 como uma viúva “foi fiel a seu marido”. Já que a ar- dade não assegurou aos homens um “de uma só esposa”, quando a expr é usada no masculino, “homem de só mulher” (isto é, “marido de u lher’) -;cífere-se ao cônjuge fiel el nunca se interessou por outra mu decorrer de todo o seu casamentc O casamento com um único côh por toda a vida nunca é aplicado líderes no mundo antigo como um requisito; nãoénemumelogiofreqí 1456
  • 15. I TIMÓTEO 3 aos homens (que naquela cultura pre­ encheram a maior parte dos papéis de liderança), sendo reservado mais fre­ qüentemente às mulheres. O ideal de fidelidadematrimonial, porém, émuitas vezes exigido aos líderes... Na antigüi­ dade, ter a casa em ordem era, habi­ tualmente, um padrão para a lideran­ ça (ibid., 95). k “O que era ridicularizado nesta cultu­ ra? O divórcio sucessivo, a bigamia (in­ clusive manter uma concubina além do casamento), e a infidelidade matrimoni­ al'' ([ênfase de Keener], ibid., 100-101) - Um candidato à liderança da igreja «vendo umavidamoralmente desregrada, escandalizaria a reputação da igreja (como era o caso em Corinto, 1 Co 5). Note como profeta Natã lamentou que a imorali- de sexual do rei Davi tenha dado aos rimigos do Senhor uma causa pela qual “íasfemar (2 Sm 12.14). Se Keener estiver correto, esta qua- icação para os bispos (diáconos e vi- _as) significa fidelidade matrimonial, forma que o verdadeiro enfoque do 'stolo está na moralidade sexual dos ndidatos à liderança da igreja. Tal in- rpretação sugere que Paulo possa san- ~nar a liderança de alguém que tenha 'o vitimado pelo divórcio, enquanto qualifique a liderança dos crentes que já foram sexualmente infiéis para com is cônjuges (deste modo, talvez, proi- do a restauração do ministério dos cres que decaíram moralmente, já que varam não ser “marido de uma mu- x”). Se a tradução da NVI — da con- parte feminina da expressão — for licada de modo consistente, então esta ilificação para os bispos (3.2; Tt 1.6) '^ a os diáconos (1 Tm 3.12) seria: “serem s a seus cônjuges”. Em resumo, a interpretação e a apli­ codocritérioaumbispoqueseja“marido uma mulher” é um assunto difícil por s razões significativas: Deus tem uma elevada consideração pe­ losque permanecemno casamento(cf.Ml 116; Mt 19.6b; Mc 10.9); • Há uma falta de consenso sobre o signifi­ cado da expressão traduzida como “mari­ do de uma mulher”; e • E importante exercitar uma natureza sen­ sível no modo de proceder, assim como Cristo agiria em relação às pessoas envol­ vidas em situações matrimoniais infelizes. A poligamia e o concubinato não pa­ recem ser o ponto crucial das instruções de Paulo aqui; porém ainda se discute se é o novo casamento após o divórcio ou a infidelidade matrimonial que desqualifica alguém do exercício destas funções. Cada denominação evangélica, e cada congre­ gação independente deve, em oração, discutir e estabelecer a questão. Em tais casos de incerteza teológica ou prática, nosso Senhor deu à igreja a autoridade para tomar decisões; e embora os dife­ rentes grupos possam chegar a conclu­ sões diferentes, Cristo comprometeu-se a honrar as decisões tomadas por seus re­ presentantes (Mt 16.19; 18.18,19). Nossa atitude deve ser como a de nosso Senhor — respeitar o julgamento de outros cren­ tes quanto a assuntos controvertidos, ainda que possam diferir de nossas próprias conclusões (Compare o conselho do após­ tolo em relação às diferenças de convic­ ções em outrosassuntosmoraisimportantes do século I, como comera carne sacrificada a ídolos [Rm 14.1-23; 1 Co 8.1-13D. (b) A segunda questão da interpreta­ ção desta passagem — de um bispo ser “maridodeumamulher”— é queo apóstolo estejaexigindoqueoslíderesdaigreja(bispos em 3.2 [cf. Tt 1.6], diáconos em 312 e vi­ úvasem 5.9) sejamcasados, deformaoposta àqueles que nunca se casaram. No contexto local específico de Éfeso e Creta (século I), é possível que Paulo estivesse definindo que o matrimôniofosse preferível para os líderes da igreja. Os casamentos destes líderes locais seriam um testemunho de que rejeitaram o fal­ so ensino que proibia o casamento, uma atitude que o apóstolo está combaten­ do nas Cartas Pastorais (veja 4.3). A pre­ sença de tal heresia no contexto históri­ co desta carta pode contribuir também para o encorajamento de Paulo às viú­ 1457
  • 16. I TIMÓTEO 3 vas mais jovens para que se casem no­ vamente, e para sua especificação de que somente as mulheres “de um só marido” (isto é, viúvas, não simplesmenté as mulheres mais velhas) fizessem parte do grupo de cooperadores que recebem salários da igreja. “Pode ser que aque­ las que ocupavam posições de honra na igreja precisassem ter sido anteriormente casadas, a fim de serem um exemplo contrário à retórica dos falsos mestres que rejeitavam o casamento”(Keener, 1991, 92). Contudo, ainda que este seja o sig­ nificado aqui, esta qualificação não era um requisito universal para os líderes da igreja, mas um exemplo de que os repre­ sentantes de Cristo devem estar acima de qualquer repreensão por parte daque­ les que estão fora da igreja, como na si­ tuação cultural específica de Éfeso. O ca­ samento certamente não era uma quali­ ficação obrigatória para a liderança cristã. Provavelmente Timóteo fosse solteiro; Barnabé não tinha esposa (1 Co 9.1-5); o próprio Paulo era solteiro (1 Co 7.7,8); e nosso Senhor nunca foi casado. Ainda que o apóstolo estivesse sugerindo que os bispos e diáconos em Éfeso (e Creta) devessem ser casados, tal qualificação não seria obrigatória para os líderes cristãos em outras situações. (c) A questão final da interpretação da qualificação de um bispo ser “marido de uma mulher”é: Será que o apóstolo está exigindo que os bispos sejam homens e não mulheres?Novamente, nestacolocação específica é possível que Paulo possa estar ordenando requisitos singulares para combater problemas locais. Em um local onde os falsos mestres tiveramum sucesso especial em meio às mulheres ignoran­ tes (Keener, 1992, 111-112), o apóstolo pode estar sugerindo que os bispos de­ vessem ser homens. Entretanto, ainda que tal hipótese seja possível, não é provável — a maioria dos falsos mestres parece realmente ter sido formada por homens. Quando Paulo iniciou o assunto re­ lacionado aos bispos, não especificou o gênero de tais líderes, mas usou a ex­ pressão genérica “se alguém deseja”. A NVI usa o pronome masculino dez ve­ zes na lista de qualificações, si mente porque não existe um p genérico para a terceira pessoa guiar no idioma inglês. Seria ~ ro traduzir a lista como qualificaç' os bispos (no plural), de forma, pronome do gênero neutro da t pessoa do plural, “eles”,pudesse sc. O texto grego original, porém ( no singular), inclui ambos os g' O apóstolo poderia facilmente tè pecificado como masculino, cc em 1 Timóteo 2.8, mas escolheu gênero neutro ao referir-se aos ’ Tendo em vista que Paulo eL liderança espiritual das mulheres como Febe (descrita literalmente “... nossa irmã, a qual serve [miir igreja que está em Cencréia”, Rm 1 Junia (uma mulher que fazia umtr; notável em meio aos apóstolos. Rn: e Priscila, que juntamente com _A foi encarregada de liderar a jovem gregação em Éfeso (At 18.19), nã: vável que o apóstolo considerai — somente os homens pudessem penhar o ministério em Éfeso ou em quer outro lugar. As próximas três qualificações so 2 são semelhantes (NVI): 3) Temperança ou moderação; 4) Autocontrole ou sensibilidade; e 5) Respeitabilidade ou bom compo Atemperança é freqüentemenir com relação a bebidas alcoólicas.: uma vez que o versículo 3 trata ficamente de não ser “dado ao v é mais provável que o termo usac; tenha um sentido mais amplo, r.*. rico, isto é, “livre de toda forma cesso, paixão, ou precipitação! modo, o ministro deve ter plena ciência, uma mente sóbria e servi As duas qualificações posteriores juntamente em listas éticas de e-r seculares, como os elevados ideaã comportamento exigidos para o c ; penho de várias ocupações. Fa’^rr caráter interior e do comporta exterior — a vida particular bem nizada da qual emana o cumpri bem ordenado de todos os deverei 1458
  • 17. I TIMÓTEO 3 É necessário que o bispo seja “hospita- jero”(v. 2), outra virtude grega. A hos­ pitalidade é um dever de todos os cren- es individualmente(5.10) e detodaaigreja arletivamente (Rm 12.13; 1 Pe 4.9; 3 Jo i no entanto, encontra sua expressão 3ais alta nos bispos que são descritos ncs primeiros escritos cristãos como as r*. ores que abrigam as ovelhas, sendo merecedores de especiallouvorpelo papel que desempenham (1 Ciem 1.2,10,11). Ona bênção especial acompanha este mi- irstério (Hb 13.2). Ahospitalidade no Novo Testamento ;5 do que divertir os amigos, paren- vizinhos, ou ter convidados para o uma vez por semana. Refere-se à ira de nossa casa para aqueles que desconhecidos ou diferentes de nós s. O adjetivo “hospitaleiro”signi- lmente, “amaros estranhos”.Refere- itenção para com os necessitados na egação e na comunidade, e a hos- em casaministros que estãoviajando, '"lmenteaqueles quevivemem outras .ades. igreja primitiva não poderia ter so- 'ido sem a prática desta virtude. Naantigüidadequandoseviajava, era ralencontraralguémdoprópriopaís comérciodoviajante, quealegremente eceriaacomodaçõesduranteanoite, pousadas cobravam preços injusta- nte altos e normalmente funciona- como bordéis; então os viajantes freqüência levavamconsigo cartas recomendação, pois assim seriam bidos pelos amigos de seus amigos conhecidos em outras cidades. Isto acontecia especialmente com viajantes judeus, que se recusavam spedar-seemumbordel, setivessem asalternativasdisponíveis. Ascasas Je funcionavam as sinagogas e as olas poderiam ser usadas para este pósito, mas era melhor se hospe- nacasa de umanfitrião. Parece que apropriado o anfitrião insistir para e o convidado ficasse, permitindo- partir somente se este insistisse, ulo usufruiu freqüentemente des­ te costume em suas próprias viagens. Embora a virtude deste tipo de hos­ pitalidade devesse ser praticada em to­ das as culturas, provavelmente apare­ ce na lista de Paulo por ser um sinal de grande respeitabilidade naquela cultu­ ra (Keener, 1991, 97). 7) “Convém, pois, que o bispo seja... apto para ensinar”(v. 2). O ensino é conside­ radoumdomespiritualnoNovoTestamento (cf. Rm 12.7; 1 Co 12.28,29; Ef 4.11). Os líderes devem se identificar com o grupo depresbíterosdacongregaçãoqueseocupam com a pregação e o ensino (1 Tm 5.17). A passagem em Tito 1.9 especifica três qua­ lificações dos mestres espirituais: a com­ preensão da verdade que seja consisten­ te com a tradição apostólica, a habilidade de transmitir esta verdade claramente aos outros e a habilidade de refutar os erros daqueles que procuram pervertê-la. O requisito de que os líderes espirituais te­ nham uma aptidão para o ensino é coe­ rente com a proibição de novos converti­ dos serem autorizados a ensinar (v. 6). 8) O bispo não deve ter problemas com be­ bidas alcoólicas (v. 3; literalmente, não ser “dado ao vinho”). Fee (1988,81) pergun­ ta se estes critérios sugerem que os falsos mestres eram dados à embriaguez. Talvez não, levando-se em conta seu asceticismoobservadoem4.3.Entretanto, podem ter sido ascéticos sobre alguns alimentos e indulgentes a respeito do vinho. Emtodo caso, a embriaguez era um dos vícios comuns na antigüidade; e poucos autores pagãos falam contra o mesmo — em geral, manifestam-se somente contra outros “pecados” que poderiam acompanhá-lo (a violência, a repreensão pública aos servos, etc.). Muitosteólogosentendemquedeacordo com(5.23),obisponãoprecisariaseabster totalmente, nem tampouco deveria se dar à embriaguez (cf. 3.8; Tt 1.7), por­ que esta é uniformemente condenada nas Escrituras. Aspróximas três qualificações parecem caminhar juntas e provavelmente reflitam 1459
  • 18. I TIMÓTEO 3 o comportamento dos falsos mestres. Estes, como descrito em 6.3-5 e 2 Timóteo 2.22- 26 (cf. Tt 3-9), eram dados a discussões e disputas. Destemodo, osverdadeirosbispos não devem: 9) Ser “violentos”, nem briguentos ou alvoroçadores,ouseja,inclinadosàagressão ou às discussões; 10) Mas “moderados”, que demonstram con­ sideração— até mesmo quando corrigem os seus oponentes (2 Tm 2.23-25); e 11) Ser “contencioso”. 12) Alista continua com o requisito de que o bispo não seja “avarento”(v. 3). APrimei­ raCartaaTimóteo6.5-10explicaqueacobiça é um dos “pecados mortais” dos falsos mestres, a causa de sua ruína final. Uma advertência contra aavarezaé incluída em cada lista de qualificações para a lideran­ ça, no NovoTestamento (3.8; Tt 1.7; cf. At 20.33; veja comentários sobre 1 Tm 6.5- 10; 2 Tm 3.6,7). Nos três tópicos finais (a vida da famí­ lia dos líderes, sua maturidade na fé e sua reputação com os estranhos), Paulo ofe­ rece uma razão para cada requisito. Es­ tes três também parecem ser questões relacionadas aos falsos mestres. 13) O requisito mais detalhado na lista de qualificações dos bispos está relacionado ao controle sobre seus filhos. Estavirtude era freqüentemente exaltada na antigüi­ dade, sendo apresentada como um pré- requisitopara liderar outros. Umavez que no Novo Testamento as congregações se reuniam nos lares e se baseavam na orga­ nização doméstica(incluindo os membros das fâmílias, os escravos e os servos), a estabilidade da casa era importante para a manutenção de uma igreja forte. Já que este era um requisito padrão para os líde­ resrespeitáveis, umacaracterísticanecessária para os líderes cristãos era serem “irrepre­ ensíveis” (v. 2) também nesta área. Maso controle sobre acasatambém era mais facilmente implementado naque­ leperíododoqueatualmente. Quemnão honrasseeobedecesseaospais,nãopodia ser honrado na sociedade greco-roma- na; este conceito também eraválido no judaísmo. O pai tinha também üm pa­ pel tradicional de autoridade dade romana; embora o poder e damorte fossemraramente< sobre os filhos adultos, o dire'" nuo do pai de decidir se as deveriamsercriadas ou expul casa ressaltavam sua posição de no lar. Sua autoridade paternat mente estendida até os netos e tos, enquantopermanecesseviv' que oamordospaisporseus fi uma norma esperada, a disci- freqüentemente severa (inclu' açoite), sendo enfatizada na s dosfilhos.ApesardePauloapoiara que desaprovava a disciplinaí 6.4), a cultura, como umtodo. to mais orientada em direção à ência filial e à autoridade dos que em nossos dias (Keener, 1~ Os bispos devem “governar" famílias (proistemi, um verbo sugere severidade), mantendo sob submissão com todo o r razão para este requisito é que dizado da administração da casa ra a pessoa para administrar de Deus. A palavraproistemi. relação aos bispos em 5.17 (“gov e em 1Tessalonicenses 5.12 (“pr implica o exercício de direção e dosa preocupação. O governo peito desempenhados pelo bi perfeita combinação de dignida tesia, independência e hu (Rienecker, 1980, 623). A força da frase, “com todo o to”, provavelmente não significa os filhos “obedecerão” com to”, mas que seriam conhecidos sua obediência e seu bom co mento em geral... Existe umadif entre exigir obediência e cons O líder da igreja não “governa*. mília de Deus, pelo fato de ter = ponsabilidade de exortar o obediência. Ele “cuida”da far tal modo que seus “filhos” serl: nhecidos por sua obediência e comportamento (Fee, 1988, 82 1460
  • 19. I TIMÓTEO 3 |K) Os bispos não devem ser neófitos. Por quê?Oferecer aos novos crentes uma ele­ vada posição muito cedo poderia tentá- los a se tornarem orgulhosos. Já que isto é exatamente o que é dito sobre os fal­ sos mestres em 6.4 (cf. 2 Tm 3.4), pare­ ce que alguns deles podem ter se con­ vertido recentemente, cujos “pecados... são manifestos”(1 Tm 5.24). As palavras traduzidas como “não neófito”são uma metáfora significando literalmente “uma pessoa que não tenha sido recentemen­ te estabelecida”(Fee 1988, 83), se refe­ rindo a alguém recentemente batizado (cf 1 Co 3.6, onde Paulo usa o verbo referindo-se a conversões). Deste modo, oscandidatos devem sercuidadosamente avaliados antes de serem designados para a liderança .(cf. 1 Tm 5.22). Xa época em que Paulo estava escre- loestacarta, acongregação deTimóteo Éfesotinhamaisde dezanos, com líderes ientemente preparadose madurospara m escolhidos. Este requisito está au- te, porém, na lista de critérios para os ~res da congregação mais jovem, que va em Creta, na carta de Paulo a Tito. ümbispo deve teruma boa reputação ou um“bomtestemunhodosqueestãodefora” da igreja, para evitar o fracasso. Esta lista inteiradizrespeitoao comportamento que se pode observar, servindo como um tes­ temunhoparaosestranhos. ComoFee(1988, 83) explica: Aênfase parece ser que uma reputa­ ção ruim junto ao mundo pagão fará com que o episkopos caia ‘em afronta’, ouseja caluniado, e deste modo a igreja mele; eistoseriacair‘nolaçododiabo’, laço’preparado pelo ‘diabo’consiste m que o comportamento dos líderes igreja seja tal que os estranhos não sesintaminclinadosaouviroEvangelho. s escândalos de certos líderes cristãos ossos dias têm envergonhado a igre- mo um todo e aprofundado a indi- nça da América do Norte para com o gelho. Muitas vezes a igreja perdoa cassos dosministros, porém o mundo o faz. É especialmente diante dos “estranhos” que a reputação da lideran­ ça do ministério deve ser irrepreensível. 2.4. Sobre os D iáconos (3-8-13) 2.4.1. QualificaçõesGerais paratodos os Diáconos (3.8-10). Da mesma maneira comofezcomosbisposoulíderes,oapóstolo discute as qualificações (não os deveres) daquelesqueservemàigrejacomo diáconos ou ministros. Embora sirvam como auxi- liares da igreja e não como líderes, seus requisitos morais e espirituais são seme­ lhantes; deste modo, o apóstolo introduz suas qualificações com a expressão “Da mesma sorte...” Quem eram os diáconos?Aindaque seja umapráticacomumconsiderarosqueforam selecionados para servir às mesas em Atos 6.1-6 e 21.8 como protótipos daqueles que desempenham este papel, taishomensnão foram chamados de diáconos. De fato eram claramente ministros da Palavra em meio aos judeus que fala­ vamgrego, oqueeventualmenteresultou no título de “os Sete”(At 21.8), que os distingue “dos Doze”, porém utilizan­ do uma expressão semelhante. Sendo assim, temos acerteza de que episkopoi [bispos] e diakonoi [diáconos] são fun­ ções distinguíveis na igreja, mas não sabemosexatamenteoqueeramnoinício da Igreja (Fee, 1988, 86). Fee considera provável que tanto os “bispos” como os “diáconos” estavam abaixo da categoria mais ampla dos “presbíteros”(Fee 1988,78). Ambos eram líderes da igreja. A palavra diakonos é, de fato, o termo favorito de Paulo no original em grego para descrever seu próprio ministério, bem como o de seus cooperadores (por exemplo, Rm 16.1; 1 Co 3.5; 2 Co 3.6; Cl 1.23; 4.7). A pala­ vra é usada referindo-se a Timóteo em 4.6. Embora a NVI não mantenha uma distinção, nas versões em inglês o ter­ mo diakonos é normalmente traduzido como “diáconos”quando aparece no Novo Testamento no plural, e “ministro”quando aparece no singular.2Como ocorre com 1461
  • 20. I TIMÓTEO 3 outros títulos do NovoTestamento, parece haver uma oscilação na ênfase entre o ofício e a função. Da mesma maneira que os assistentes (conforme aNVI, “aqueles que são capazes de ajudar”) auxiliam os administradores (na NVI, “aqueles que possuem o dom de administrar”) (1 Co 12.28), parece que o ministério dos diáconos no Novo Testa­ mento é auxiliaros bispos/presbíteros.Seu papel subordinado é evidenciado pela ausência da menção de qualquer respon­ sabilidade para com o ensino ou hospi­ talidade, e pelo fato de que seu escrutí­ nio preliminar parece ser até mais rigo­ roso do que o dos bispos (Kelly, 1963,81). Várias das qualificações para os diáconos parecem sugerir diretrizes para as pessoas envolvidas no trabalho de casa em casa (veja as qualificações [2] e [8] abaixo) e na supervisão dos fundos assistenciais da igreja (veja as qualificações [4]e [10]abaixo). Acrescentandoumqualificadormasculino para o versículo 8, que não está presente no grego,3o verso seria traduzido como: “Os diáconos devem ser, igualmente, ho­ mens dignos de respeito”.Muitastraduções e paráfrases em inglês (por exemplo, NVI, NASB, Phillips,LivingBible, NEBejerusalem Bible)deixamaimpressãodequeosdiáconos deveriamserhomens. AKJV,TEV,RSV,NRSV e a NIV Inclusive Language Edition estão de acordo com o texto original, não apre­ sentandoestesversos como exclusivamente masculinos. De fato, as qualificações para os diáconos constam em três seções que podem ser claramente vistas na NVI: qua­ lificações genéricas paratodos os diáconos, tanto homens como mulheres (w . 8-10); qualificações específicas para as diaconi- sas (v. 11); e qualificações específicas para os diáconos (v. 12). Os diáconos podem ser homens ou mulheres. Existemseisqualificaçõesgenéricas para todos os diáconos: 1) Devem ser “honestos”, dignos, respeitá­ veis e sérios. Apalavra grega deriva-se da palavra usada no versículo 4 para o com­ portamentodosfilhosdosbispos, “comres­ peito apropriado”. Semelhante às qualifi­ cações do inclusio, entre parêntesis, refe­ rindo-seaosbispos, comorequisitodeserem oeí. )da “irrepreensíveis”, “dignos de res: um termo de “cobertura”que traz go todos os critérios que se se; As próximas três qualificações bições no idioma original: 2) Os diáconos não deveriam ser ou fingidos (literalmente, não te faces”), mas completamente fi quanto ao que dizem (NVI, “sin palavrapodesereferirafalardav (dizer algo a uma pessoa e algo aoutra)ouàhipocrisia(dizeralgo pensa ou faz uma outra coisa); 3) Assim como os bispos (v. 3), os não devem ser “dados a muito v 4) Comoosbispos(v.3),osdiáconos ser “cobiçosos detorpe ganância não devem procurar ganhos d Aresponsabilidade dos diáconos assuntos financeiros da congre; deria expô-los a muitas tentaç 5) Acima de tudo, os diáconos d pessoas convictas. O “mistério osdiáconosdevemmantereqüivalei do ensino cristão que transcende humana, equesomenteéacessível da revelação divina. “Paulo está do na relação íntima entre uma fé umaconsciênciairrepreensívele semestaúltima,aprimeiraseráesr 1963,82). Aconsciênciadosdiá ser livre de ofensas; 6) Aqualificação genéricafinalpara diáconos é que deverãoserp~ avaliados,eseconsideradosin poderão servir. Porémotipo dez exame, ou aprovação exigidos sac tos, contudo a idéia de selecionar; soas que forem aprovadas após me étambémvista em 1Coríntios Coríntios 13.5. Afrase “senãoh< contra estes”, que consta em a^. duções,éumsinônimodeser“i que é uma qualidade exigida aos (v. 2), quetambémpodeserassim como a primeira qualificação presbíterosemTito 1.6.Asentença inicias-se comkai(“também"), plicandoquecomoosbisposeos os diáconos também devam ser samente examinados antes de signados como tais. 1462
  • 21. I TIMÓTEO 3 ■JALIFICAÇÕES EXIGIDAS DOS PRESBÍTEROS/BISPOS EDOS DIÁCONOS =Hficação Ofício Referências nas Escrituras p h c ;o n tro le 3C í: ‘.alidade fifc :ã o a o ensino ■ S c .lolento, mas moderado não seja contencioso fc k e não seja um amante do dinheiro fftu - não seja recém-convertido ~i-~3 uma boa reputação com os estranhos : zominador i não seja de temperamento forte, iracundo ) do bem o. santo tesoplínado fc^:-eensível (inculpável) •s rd o de uma esposa •ÜE-clo, sóbrio ,tespeitável : dado à embriaguez ; administre bem a sua própria familia ; tenha os filhos em sujeição ; não procure ganhos desonestos ; sustente as verdades profundas :sro •ado Presbítero 1Tm 3.2; Tt 1.8 Presbítero 1 Tm 3.2; Tt 1.8 Presbítero 1Tm 3.2; 5.17; Tt 1.9 Presbítero 1 Tm 3.3; Tt 1.7 Presbítero 1 Tm 3.3 Presbítero 1 Tm 3.3 Presbítero 1 Tm 3.6 Presbítero 1 Tm 3.7 Presbítero Tt 1.7 Presbítero Tt 1.7 Presbítero Tt 1.8 Presbítero Tt 1.8 Presbítero Tt 1.8 Presbítero/Diácono 1Tm 3.2,9; Tt 1.6 Presbítero/Diácono 1Tm 3.2,12; Tt 1.6 Presbítero/Diácono 1Tm 3.2,8; Tt 1.7 Presbítero/Diácono 1 Tm 3.2,8 Presbítero/Diácono 1Tm 3.3,8; Tt 1.7 Presbítero/Diácono 1Tm 3.4,12 Presbítero/Diácono 1Tm 3.4,5,12; Tt 1.6 Presbítero/Diácono 1 Tm 3.8; Tt 1.7 Presbítero/Diácono 1 Tm 3.9; Tt 1.9 Diácono 1 Tm 3.8 Diácono 1 Tm 3.10 2.4.2. Qualificações Específicas para Diaconisas (3.11)* O verso 11 é tra­ ído na NVI como qualificações para rsposas dos diáconos. Contudo tal Dretação obscurece as outras tradu- ; legítimas do texto grego, em que se teralmente, “Da mesma sorte as mu- ~ssejam honestas, não maldizentes, ~'as e fiéis em tudo [ênfase acrescen- Quem são estas mulheres? Existem três opções. Uma vez que a ^vragrega usada aqui (gynaikas, plu- de gyné) pode ser traduzida como leres”ou “esposas”, o texto pode ser -ndido como uma lista de qualifica- (a) para todas as mulheres cristãs em I; (b) para as esposas de diáconos; ou para as diaconisas. Julgando pelo itexto, a opção (a) parece improvável. Dado que este verso está localizado no meio deumaseção relacionada a diáconos, estas “mulheres” devem estar ligadas ao ofício do diaconato. A opção (b) é a interpretação tradicio­ nal, baseada na suposição de que não é permitido às mulheres servir nos ofícios ministeriais da igreja. Tal suposição per­ maneceu intocável até o primeiro movi­ mento fundamentalista/evangélico4e o nascimento do pentecostalismo;5ambos receberam as mulheres no ministério. Mais recentemente, as descobertas contempo­ râneas relativas à igreja primitiva forne­ ceram o apoio histórico ao ministério das mulheres, que estes movimentos mais modernos sustentam na prática. Temos agoraaevidêncialiteráriadequeasmulheres serviram como diaconisas15e evidências 1463
  • 22. I TIMÓTEO 3 escritas que documentam por nome e tí­ tulo o ministério de mulheres nos vários ofícios da Igreja Primitiva, inclusive no diaconato.7 Levando-se em conta a evidência das diaconisas na igreja primitiva, o consen­ so eruditoestá setomando favorávelauma traduçãoqueexpõe aambigüidadedogrego e a possibilidade das três interpretações (veja a NRSV). A opção (c) está se tornando cada vez maisfreqüentenasnotasde rodapé daBíblia (cf. NRSV) ou até mesmo no texto (REB) e nos comentários. Deste modo, tanto histórica como te­ ologicamente, a opção (c), “diaconisas”, é uma tradução legítima. Gramaticalmente falando, aopção (b), “esposas de diáconos”, não é uma boa tradução.Já quegynaikas pode significar “mulheres”ou “esposas”, uma das formas que os escritores origi­ nais usaram para esclarecer os leitores sobre o uso do termo era colocando um substantivo possessivo, um pronome ou um artigo (que pode funcionar como um pronome possessivo) na frente do subs­ tantivo. Por exemplo, “mulheres dos diáconos”, “suas mulheres”, ou “as mu­ lheres [dosdiáconos]”seriatraduzidocomo “suas esposas”. O substantivo gynaikas, porém, não tem nenhum artigo ou mo- dificador no versículo 11; deste modo, o verso não está se referindo às esposas dos diáconos, mas às diaconisas. Existem vários pontos adicionais a favor de se considerar este verso como a descri­ ção das qualificações para as diaconisas: 1) Apalavragregahosautos(“damesmasorte, igualmente” (cf. v. 8) “indica um novo parágrafoemumaseqüênciaderegraspara um grupo diferente de oficiais” (Barrett, 1963, 6l), isto é, diaconisas; 2) As virtudes exigidas destas eram as mes­ masque se esperavadosministros, nãodas esposas; 3) Já que o Novo Testamento não tinha ne­ nhuma palavra especial para as diaco­ nisas, o apóstolo provavelmente preci­ sou escrever “semelhantemente as mu­ lheres [diáconos]”, onde “mulheres”fun­ ciona como um adjetivo, deste modo, “diaconisas” (ibid.); 4) Nenhumrequisito especial ém para as esposas dos bispos, que uma posição até mais influente diáconos (Guthrie, 1990, 85). razões, atradução‘diaconisas’(ou' mulheres”) provavelmente seja s (Kelly, 1963, 83). A NVI oferece uma nota de r gerindoatradução“diaconisas”.Para da Bíblia em inglês, tal tradução é namento léxico da opção (c), “ ' mulheres”,porémalgunsjulgam-naii pois o termo diaconisa é anacrô~ tendem que tal ofício foi um d mento posterior (que limitou o femininoaodiaconato).Estaordemi durante um período menos ca~" mais institucionalizado da história ja,efoiespecificamenteprojetadopai os papéis que as mulheres vinham penhando no ministério. Parece claro, então, que as de 1 Timóteo 3-11 são entendidasi nalmente como “diáconos mulhe quanto estas qualificações refere pecificamente a elas, são semef qualificaçõesgerais paratodos os d--' Não existe nenhuma indicação nc de que a responsabilidade e as des das diaconisas difiram daquer os diáconos possuíam; 7) Devemser“honestas”ou “respeitáv v. 8, qualificação [1]); 8) Não devem ser “maldizentes”ou osas no falar(cf. v.8, qualificação palavra em grego (diabolos; sigr. teralmente, “acusar, caluniar, difa a mesma palavra traduzida no Novo tamento como “Diabo”(o notório dor; cf. Zc3.1,2; esteéo significadoh: da palavra hassatan, “Satanás”). E suas funções pastorais possam oí freqüentes oportunidades a tal te as diaconisas não devem usar sua para caluniar os membros da con^ ção onde servem; 9) Asobriedade outemperançatambém requisito reiterado parà as diaconi~ v. 2, qualificação [3] dos bispos; v. 8. lificação [3] dos diáconos); e 10) Finalmente, as diaconisas devem ser éis em tudo” (cf. v. 8, qualificação
  • 23. I TIMÓTEO 3 2.4.3. Qualificações Específicas para » Diáconos (3.12). Fee sugere que após tizar as qualificações específicas para ::~conisas, Pauloacrescentaduasqualifi- :sespecíficas para os diáconos quase uma reflexão tardia (Fee, 1988,89). 'mcomo os bispos, os diáconos também ~eriam ser “maridos de uma mulher” .v. 2) e um bom administrador de sua ^pria família (cf. v. 4). Devido à estru- social do século I, estas duas quali- =ões são dirigidas aos homens, não diaconisas. 2.4.4. Elogios aos Diáconos que Ser- fielmente(3.13). Osdiáconos, tanto ens como mulheres, que servem ou strambem, adquiremcom eficáciapara mesmos uma dupla recompensa. A ex- ;ão “adquirirão para si uma boa posi- f (bathmos) pode se referir à sua influ- "ie reputação naigrejae diantedeDeus. palavrasignificaliteralmenteum “passo” ■grau”,semelhanteanossousomoderno ~es termos relacionados a nível profis- 1 ou escala de ganhos financeiros. Foi xido que o termo bathmos possa es­ se referindo a uma promoção eclesiás- do ofício de diácono para o de bispo presbítero (Barrett, 1963, 63). Parece Paulo está usando esta palavra como referência aos diáconos na comuni- cristã (e não diante de Deus), por- a segunda faceta de sua recompensa relacionada à sua confiança na fé. Apalavragregapara“confiança”serefere ~isadiaou franqueza em relação a outros Co 3.12; Fp 1.20; Fm 8), ou a Deus (Ef 2: Hb 10.19,35). Provavelmente o sig- -ido aqui seja a confiança em Deus, vez que Paulo especifica que a con- " está “na fé que há em Cristojesus”. ;e modo, a recompensa dupla é uma reputação perante as pessoas e a con- em Deus. fctes doiselogios, é claro, sãojustamente o que falta nos falsos mestres. Seu “en- iãno errôneo”(cf. 1.19), que inclui um mportamento impróprioe umarepu- çãoimunda, levou-ostambémaaban- 'naragenuína fé em Cristo(1.5) (Fee, ■PL988, 90). 3. O Estabelecimento de Diretrizes a Timóteo: O Aconselhamento Específico para Estabelecer o Jovem Timóteo na Liderança (3 .1 4 — 6.10) 3.1. D efendendo a Fé (3-14— 4.5) 3.1.1. A Conduta C orreta na Igre­ ja (3.14-16). A carta passa agora da pri­ meira para a segunda seção principal. No ponto de transição, o apóstolo rei­ tera sua declaração quanto ao propósi­ to. Iniciou a carta com uma ordem a Timóteo para que ficasse em Éfeso com a finalidade de fazer oposição aos fal­ sos mestres (1.3), então deu-lhe conselhos específicos relativos ao estabelecimento da igreja (2.1— 3.13). Agora repete seu propósito, marcando-o com um hino cristão da época. Paulo antecipa um encontro com Ti­ móteo em um futuro próximo, porém caso haja algum atraso, lhe dá de ante­ mão conselhos específicos para sua li­ derança na igreja. Timóteo tem a mes­ ma responsabilidade dos bispos e dos diáconos, que devem governar bem sua própria casa e a de Deus (cf. 3-4,12). É aconselhável que a congregação saiba como se comportar, pois a igreja é o povo de Deus, “a coluna e firmeza da verda­ de”. A confiança sagrada da igreja é verdadeira; se a verdade for comprome­ tida, a própria igreja estará em risco. Os falsos mestres, por exemplo, já abando­ naram a verdade (cf. 6.5; 2Tm 2.18; 3-8; 4.4). É crucial que Timóteo não somente silencie os falsos mestres (1 Tm 1.3-11), mas também coloque a igreja novamente sobre seu correto alicerce. Paulo mescla suas metáforas da igre­ ja como família (cf. “Casa de Deus”) com a igreja como templo (cf. “cqluna e fir­ meza”). O grego tem duas palavras para “templo”. Hieron é todo o complexo do templo, o lugar onde as pessoas se con­ gregam para a adoração; naos é o san­ tuário interior (por exemplo, o Lugar Santíssimo), o lugar onde Deus habita. Os templos gregos pagãos eram freqüen­ temente pequenos santuários, compos­ tos por uma fundação e algumas colu­ 1465
  • 24. I TIMÓTEO 3 nas para alojar um ídolo. A imagem que Paulo mostra da igreja como naos de Deus não consiste em que Ele se una conosco, a congregação, no lugar onde nos reu­ nimos para a adoração; mas que a Igreja (o corpo de crentes) é o próprio santu­ ário no qual Deus tem prazer em habi­ tar (cf. 1 Co 3.16,17; 2 Co 6.16; Ef 2.21). Com estas duas imagens, da família e dotemplo, Pauloexpressaosdoispontos mais urgentes desta carta: sua preocu­ pação com o comportamento apropri­ ado em meio aos crentes e face a face com os falsos mestres, e a igreja como o povo a quem foi confiado o trabalho de sustentar e proclamar a verdade do Evangelho (Fee, 1988, 92). A menção da “verdade” no verso 15 estimula o apóstolo a uma exclamação: “E, sem dúvida alguma, grande é o mis­ tério da piedade”. “Aexpressão traduzida como ‘sem dúvida alguma’ (do grego, homologoumenos) significa ‘por consen­ timento mútuo’, e expressa a convicção unânime dos cristãos”(Kelly, 1963, 88). O que se segue é uma recitação do “mis­ tério”(isto é, da verdade revelada) da “pi­ edade” (o conteúdo ou base do cristia­ nismo, isto é, nossa fé). “Uma das carac­ terísticas mais interessantes das Pastorais é a citação freqüente de resumos da ado­ ração contemporânea. Esta nos dá uma noção muito mais rica de como era a ado­ ração neste primeiro período que nós, de outra forma, não teríamos conheci­ do” (Hanson, 1982, 45). Todos os estudiosos concordam que o que se segue foi um dos primeiros hi­ nos cristãos, porém a análise da estru­ tura poética das seis linhas, o significa­ do das várias linhas e o do hino como um todo causaram um considerável de­ bate. No idioma original, cada linha tem dois membros: um verbo (no aoristo [tem­ po passado] passivo) seguido por uma frase prepositiva. O assunto de cada verbo é Cristo (compreendido). As versões in­ glesas modernas refletem possibilida­ des de estrutura poética. A JB vê cada linha como uma estrofe separada. AGNB e a RSV identificam duas e linhas cada (de vários padri apresenta o hino com três duas linhas cada. Uma pari sa moderna do hino por Lock expressa uma interpretaçi nuances poéticas: Em carne desvelada à visão Mantido justo pelo poder do Enquantoanjoscontemplavam Seus arautos percorriamrapi' terra, costa a costa, E os homens criam, por todo mundo, QuandoEle, emglóriapros­ as alturas. Como Fee (1988, 92-95) ex vistade tantasdificuldadese d: as interpretações são oferecidas reservas”. Aqui está um resu interpretação. A importância 1, 4 e 5 parece ser mais clarair pressa como um hino do Evan é, uma canção que mostra a t salvação por intermédio de J se caso, podemos ter um hino estrofes, com três versos cada. humilhação e a exaltação de C~ meira estrofe expressa a história nistério terreno de Cristo, que t clímax em triunfo; a segunda, e mensagem de Cristo como pro: pela Igreja, finalizando com glc_ O primeiro verso é caracterí": hinos do NovoTestamento. Afrase que se manifestou em carne” é salmente reconhecidacomo uma da encarnação (cf. Jo 1.14; Rm 1 2.7,8), com implicações de preexis (cf. Jo 1.1; Fp 2.6). A sentença “[Ele] foi justifica espírito” pode estar se referindo ã surreição de Cristo. Uma vez que no - a palavra “espírito” (pneuma) nâc nenhum artigo, não está claro se nhase refereao EspíritoSantoou aopi * espírito de Cristo durante sua encarrr. A frase poderia significar que o Es™" Santo provou que Cristo era verda; por meio dos milagres e da ressurr' 1466
  • 25. I TIMÓTEO 3 Nos tem pos bíblicos, os livros eram escritos em rolos de papel. O início deste rolo, que é uma reprodução, é mostrado abaixo. O idioma hebraico é lido da direita para a esquerda. Em 2 Timóteo 4.13 Paulo pede que Timóteo traga seus “livros, especialmente os pergam inhos”. j dependências da comunidade de Qumran, nas - dades do mar Morto, foram identificadas como o num, onde os escribas registravam as informações nos Os Rolos do mar Morto, que incluíram uma cópia do livro ;;:as que era mais antiga do que qualquer cópia nente conhecida, foram encontrados em jarros de nicaem uma caverna nestas proximidades em 1947. . que o caráter de Cristo foi justificado r_: modo como Ele governou seu pró- espírito. Afrase “[Ele foi] visto dos anjos”pode rse referindo à adoração, no céu, ao lo que para lá retornou. Em grego, elos significa tanto anjo como men- ro. Este verso pode significar que i terrena de Cristo foi testemunha- spor seres celestiais (como vemos ao >dos evangelhos), ou que a vida de )foitestemunhada pelos mensageiros é, as testemunhas) do Evangelho. )Fee (1988,94) explica, se o segundo )se refere à ressurreição e a tercei- kascensão de Cristo, “então os três pri- asversos cantam a encarnação, a res- eição e a glorificação de Cristo, for- douma estrofe sobre o próprio Cristo, 1 é visto d e glória em glória”’. >versos 4 e 5 (Ele foi “pregado aos atios” e “crido no mundo”) são ge- aente reconhecidas como se referindo primgiro período da história apos- i, quando as Boas Novas foram divul- is por todo o mundo conhecido na .O verso 6 (“[Ele foi] recebido acima, na glória”) é o clímax glorioso. Assim como o triunfo de Cristo em sua condi­ ção mortal alcançou seu ponto mais elevado na glória eterna, em seu esta­ do divino, também Timóteo, se triun­ far em sua tarefa, terá uma recompen­ sa gloriosa no céu. 3.1.2. A Evidência do Falso Ensino (4.1-5). 3.1.2.1. AApostasia do Fim dos Tem­ pos É Antecipada (4.1,2). A maior parte do restante de 1 Timóteo é dedicada ao aconselhamento sobre a conduta que o jovem cooperador deveria ter em seu mi­ nistério. O conselho do apóstolo é vol­ tado contra as bases do falso ensino e as práticas errôneas dos hereges em Éfeso. Paulo desenvolve o tema baseando-se nas ordens expressas no capítulo 1, exami­ nando primeiramente os erros dos fal­ sos mestres (4.1-5; cf. 1.3-11,19,20), ins­ truindo então Timóteo acerca de seu papel em Éfeso (4.6-16; cf. 1.18,19). Emprimeirolugar, dizque osurgimento destes falsos mestres não deveria trazer qualquer surpresa— o Espírito os pre- 1467
  • 26. I TIMÓTEO 4 veniu claramente sobre estes; em se­ gundo lugar, indica que a verdadei­ ra fonte do ensino destes hereges é demoníaca; e em terceiro, especifi­ ca particularmente seus erros expli­ cando as razões pelas quais estão errados (Fee, 1988, 97). Este parágrafo é unido ao hino que o precede por meio da conjunção adver- sativa moderada de, em grego (“mas”, em português). Embora a NVI não a tra­ duza, a idéia transmitida é: “Mas o Es­ pírito expressamente diz que, nos últi­ mos tempos, apostatarão alguns da fé [isto é, da verdade]”. O Espírito Santo, por meio do dom da profecia, indicou o aparecimento de tal apostasia antes que esta acontecesse. Paulo vê os “últi­ mos tempos”como a situação presente em Éfeso. A Igreja reconheceu a vinda do Espírito Santo como o início do fi­ nal dos tempos (At 2.16,17). O próprio Paulo creu, e fez parte de uma tradição que acreditava que o final dos tempos seria acompanha­ do por um período de intensa mal­ dade (cf. 2 Ts 2.3-12), inclusive pela “apostasia”de alguns dentre o povo de Deus (veja 2 Tm 3.1; cf. Mt 24.12; Jd 17,18; 2 Pe 3.3-7). Deste modo, a cena presente era, para Paulo, a clara evidência de estar vivendo no final dos tempos (Fee, 1988, 98). Paulo rotula tal erro como demonía­ co, e a atividade de seus oponentes como inspiradas por Satanás (Dibelius e Con- zelmann, 1972, 64). A frase “... dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demôni­ os, pela hipocrisia de homens que fa­ lam mentiras”(v. 2) mostra quetais ensinos vêm de pessoas que são exteriormente falsas (cuja abstinência [v. 3] é um en- gano)e que estão declarando fatos que não são verdadeiros. Têm “cauterizada a sua própria consciência”.O verbo nesta oração pode indicar que esta cauterização destruiu a capacidade de discernirem a verdade da falsidade, ou ainda que haviam sido marcados como alguém tence ao próprio Satanás. 3.1.2.2. O Asceticism o Condenado (4.3-5). Dois des^s ensinos estão agora listados: a pn do casamento e a abstinência dc alimentos. Ainda que .stas pr possam estar relacionadas à idéi os falsos mestres queriam “ser ã: da lei”(1.7), como será que se rel^ãj com a alegação de que os falsos < eram “fábulas ou genealogias in td veis” (1.4), além de pensar que z: reição já havia acontecido? (2 Tm] Estas pessoas podem ter sido - d que insistiram que a nova era ;í h> sido introduzida por Cristo e que lharam em distinguir o tempo da 1 solação presente iniciado pela redj reição deJesus e da consumação1 9 inaugurada pela ressurreição [fcí^fl (Rienecker, 1980, 625). Em Corinto, este tipo de visão 5«tJ osúltimostempos estavaaparenteireai ligado ao dualismo helenístico. ■ acreditava que a matéria era com âl ou má, e que somente o espírito d bom. Da mesma maneira que a!ral coríntios negavam uma futura ressi* reição corporal (1 Co 15.12,35'. ú m menos alguns tiveram uma visão a nuada sobre o sexo (7.1-7) e sobes* casamento (7.25-38), é completameai provável que algo semelhante estive* sendoimpostocomouma“Lei”emÉre< Conseqüentemente, algunsestavamo^ gando que o caminho para a purea era demarcado pela abstinência do cs samento (ser como os anjos apósa n surreição [provavelmente se baseai sem emMateus 22.30]) e de “certc >sà mentos” (Fee, 1988, 99). Estas tendências são características gnosticismo. Paulo não dá uma longa resposta bre a questão do casamento, mas de» seus tabus a respeito dos alimentc-í I boraabordetipicamenteaquestãodeoa ou não certos alimentos com alguma 22 1468
  • 27. I TIMÓTEO 4 ia — cada um é livre para fazê-lo ordo com o próprio entendimento 14.1-23; 1 Co 10.23-33; Cl 2.16,21). combate aqueles que passam do veria serum mero ‘julgamento’para :gência de abstinência por razões re- outeológicas,como emColossenses , 1988, 100). razão de Paulo recusar a abstinên- certos alimentos é dupla: “tudo que criou é bom, e recebido com ações ças; nada é recusável, porque pela ra de Deus e pela oração é santifi- ". O primeiro argumento ataca dire- tea noção de dualismo, dizendo que que Deus criou é bom (Gn 1) e não ria ser rejeitado (por motivos de eza de caráter ritual [Rm 14.14]). O do argumento é a evidência de que Leiros cristãos (como os judeus) maçãodegraçasporseusalimentos; :çõessantificavamacomidatomando- priada para ser consumida. 3-M Aprendendo a Liderar (4.6-16) ~>.l. Princípios de Liderança (4.6- ' -ste ponto, Paulo se dirige pessoal- aTimóteo. O tomdestaseção é quase letamente construtivo — não existe imadenúnciaourefútaçãoaqui.Antes, :oloencorajaseujovemamigoasuperar um líder uma situação difícil, resis- ao erro e vivendo como um mode- uconselhoparaTimóteocabeaqualquer •odoEvangelho chamado paraservir tiações semelhantes. Timóteo deveria propor “estas coisas ãos”.O verbo “propor”não denota masugestão de autoritarismo.Aidéia 'e, não tem um caráter de “ordenar” e “instruir”, mas de “sugerir”.A pa- gr(<g,a traduzida como “irmãos”(ou dade”em traduções mais antigas) ém o sentido inclusivo de “irmãos e .A igreja é uma família na qual so- Jos irmãos. Ameta é que Timóteo um “bom ministro de Jesus Cristo”, ‘vrapara “ministro”aqui é novamente nos (veja comentários sobre 3.8). Timóteo deve ser um servo para os seus irmãos, não um senhor sobre seus lide­ rados. Sua vida como ministro deve evi­ denciar sua educação, pois foi “criado com as palavras da fé e da boa doutrina” que estava seguindo. Deve nutrir-see sustentar- se no Evangelho, vivendo na sã doutri­ na. “Ametáfora da alimentação com a idéia da leitura e digestão interior e o particí- pio presente sugerem um processo con­ tínuo” (Rienecker, 1980, 626). Em um nítido contraste com as “pala­ vras [verdades] da fé” e da “boa doutri­ na”estão as “fábulas profanas e de velhas” (v. 7; cf. 1.4). Estas fábulas devem ser for­ temente recusadas e rejeitadas; convêm apenas a mulheres idosas e supersticio­ sas. Estas três últimas palavras em inglês e em português traduzem uma palavra em grego, um epíteto sarcástico usado pelos filósofos implicando absoluta ingenuidade. As mulheres em Éfeso não só criam nes­ tes mitos, mastambémos ensinavam. Deste modo, Timóteo foi obrigado a silenciar tais mestres e corrigir seus erros (veja co­ mentários sobre 2.11-15). Nos versos 7b e 8, Paulo exorta Timó­ teo dizendo vigorosamente: “exercita-te a ti mesmo em piedade”. Acomparaçãoentreavidacristãeoexercício atlético ou o esporte é, sem dúvida, um dos meios favoritos de Paulo transmitir suamensagem(veja especialmente 1Co 9.24-27). Háumaformadeautodisciplina genuinamente cristã que Timóteo deve­ riapraticar. Consistegeralmentenoauto­ controle, na devoçãocontínuaàtradição doEvangelho,etalvez,acimadetudo(como 4.10sugere),emaceitaralegrementeacruz do sofrimento que todos os cristãos de­ vem esperar (Kelly, 1963, 99). Como Paulo reflete em tal treinamen­ to, cita o que soa como um provérbio comum: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa”. Paulo reconhece que o “exercício cor­ poral”(gymnasia) “parapoucoaproveita”; este tem um certo valor, porém- está 1469