O estudante Bendito Guilherme Muhusso escreve uma carta ao professor Vicente Lopes elogiando suas qualidades como docente, mas faz críticas construtivas sobre a elaboração de provas. Ele acredita que as provas são elaboradas de forma intencionalmente difícil e injusta, exigindo mais do que é possível completar no tempo dado. O estudante pede ao professor que reflita sobre isso, dizendo que os estudantes não devem temer reprovar em uma disciplina, mas sim admirar as qualidades de um docente.
1. AO
PROFESSOR VICENTE LOPES
ASSUNTO: CONSIDERAÇÃOS E CRÍTICAS A RESPEITO DA VOSSA EXCELÊNCIA
Os meus melhores e respeitosos cumprimentos.
Senhor professor, Vicente Lopes, venho por meio desta, fazer algumas considerações e apreciação crítica sobre o
Senhor, e peço de antemão, as minhas sinceras desculpas se tais críticas vierem a ferir a vossa sensibilidade, mas
aprendi que quando se critica (construtivamente) a alguém, é porque quer-se o bem dele.
Em primeiro lugar, quero dizer ao Senhor que admiro bastante a sua posição de Docente, o Senhor está, não
somente na minha lista dos melhores Docentes,mas possivelmente também na do Instituto, és,portanto, o tipo de
Docente que todo e qualquer Discente e Instituto precisa, Competente e Inteligente.
Mas agora, o que vou dizer é muito sério e importante e, talvez forte, e espero que isso não venha a suscitar uma
atitude menos comum ao nível do Senhor. O Senhor ainda é muito novo na área de Docente a nível do Ensino
Superior, e a permanência de um Docente em qualquer Instituto não depende somente das suas capacidades e
competências, mas também, das reaçõesdos Discentes perante os comportamentos (pedagógicos entre outros)
que um Docente apresenta no decurso das aulas.
No entanto, quero na minha humilde sugestão dizer ao Senhor que mude a forma “INTENCIONAL” com que
elabora as provas, não estou querendo dizer que tem elaborado provas difíceis mas sim, de exigir aos Discentes
aquilo que, mesmo o Senhor não conseguesfazer,transcreverexaustivamente,dentro de 90 minutos 4 fascículos.
Acho que nem mesmo o José Sayovo, dentro de 90 minutos, consegue sair do Huambo para Luanda, isto é
impossível.
“Assim diz o provérbio popular: Nunca se cobra aos outros aquilo que você não gostaria que te cobrassem”. Dito de
outro modo, o Professor não deve aplicar uma prova que, “na sua consciência” sabe que os Estudantes
não vão conseguir no tempo em que se está a pedir, além de ser Injusto e Antipedagógico, é Pecado.
Até a própria Bíblia diz:
Deuteronômio: 25:16 É abominável ao Senhor Deus, todo aquele que pratica a injustiça
Romano 1:18 Pois do Céu é revelada a ira de Deus contra os homens que praticam a injustiça
Colossenses 3:25 Pois quem faz injustiça receberá a paga da injustiça que faz
Disse anteriormente, que a elaboração de provas de sido de forma INTENCIONAL, porque logo no início o
Senhor disse: Se conseguiram aprovar na disciplina de MIF nessa ninguém vai se safar. Francamente,como pode,
um docente, predizer o resultado do Estudante se quem o produz não é o Senhor mas sim, o Estudante? Já que é
assim, não faz sentido as pessoas fazerem mas prova.
O Senhor não pode fazer do Sol Nascente à Faculdade de Economia, onde alguns estudantes estão há seis, sete,
oito anos etc. mas estão a frequentar o segundo ou terceiro ano, não porque não assimilam, mas sim, pela culpa e
injustiça de alguns Docentes, porque não é desejo de ninguém passar uma eternidade numa Faculdade.
Os estudantes não podem temer ao um Docente porque na cadeira dele ninguém consegue aprovar não, devem
temer a um Docente pelas suas qualidades, e o senhor tem essas qualidades. Agora não entendo, porquê o Senhor
carrega este espírito? Espero do Senhor, fazer uma reflexão… sobre isso.
Sem mais assunto de momento, subscrevo-me com elevada “consideração e estima”.
Ciente de vossa receptibilidade.
Teu estudante, Bendito Guilherme Muhusso